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José Aloísio Martins Pinto.

“NÃO VINGARÃO AS SEMENTEIRAS DO ANTICRISTIANISMO”:


O Comunismo na Imprensa Católica (Fortaleza/CE, 1930 – 1945).

(UNESP-Assis, doutorando em História, bolsista CAPES)

“O Bolchevismo
é antítese da Igreja.”1

I. À DEFESA DA ORDEM

A Arquidiocese de Fortaleza organizou vasta programação comemorativa do jubileu


áureo da encíclica Rerum Novarum (1891), do papa Leão XIII e delegou ao jornal O
NORDESTE, a missão de veicular o programa do evento. No dia 10 de maio de 1941, em
destaque, na primeira página do periódico católico, a convocatória assinada, pelo então
secretário-geral arquidiocesano, Padre André Vieira Camurça, anunciou os detalhes da
celebração:
I. Sessão Solene, no dia 11 do corrente, às 14 h, na sede do Círculo Operário de
Fortaleza.
II. Palestra na Rádio P. R. E. 9, de 11 a 15, às 11h 30min.
III. Preleções de 12 a 14, às 19h 30min, pelo rvmo. Pe. Guilherme Vaessen, na sede
do Círculo Operário de Fortaleza.
IV. Dia 15, data jubilar:
a) Missa Campal, às 7 h, na Coluna do Cristo Redentor.
b) Inauguração do retrato do Papa Leão XIII, às 9h, na Delegacia Regional do
Trabalho e na sede do Conselho Regional do Trabalho.
c) Lançamento da Pedra Fundamental da Vila Operária Leão XIII, em Santo
Antônio da Floresta com transporte gratuito.
d) Sessão Magna no Teatro José de Alencar, às 19h 30min e distribuição da Encíclica
editada pelo Estado2.

Na Sessão Magna, tomaram assento à mesa o representante do Arcebispo


Metropolitano de Fortaleza, Monsenhor Otávio de Castro; o Interventor Federal no Ceará,
Menezes Pimentel; Andrade Furtado, Secretário Estadual do Interior e da Justiça e editor do
jornal O NORDESTE; Major Juarez Vasconcelos, Comandante do 23º Batalhão de Caçadores;
Adonias Lima, presidente do Conselho Regional do Trabalho; Padre José Bruno Teixeira,
diretor do Departamento Geral da Educação; João Rocha Moreira, procurador da Justiça do

1
Gangrena social. Editorial. O NORDESTE. Fortaleza/CE, 10 de março de 1930, p. 1.
2
A esta programação, em exemplar de 14 de Maio (p. 1), O NORDESTE acrescentou para o dia 15: Sessão Solene
no Seminário Arquidiocesano de Fortaleza e a Instalação da Carteira Imobiliária dos Comerciários.
Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
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Trabalho; o Padre Aluísio Ferreira Lima e Carolino de Aquino, respectivamente, assistente


eclesiástico e presidente da Federação dos Círculos Operários do Estado do Ceará; Cunegudes
Rodrigues Júnior e Vital Félix de Sousa, o primeiro, representando os Sindicatos de Fortaleza e
o segundo, a Federação dos Círculos Operários3.
Segundo a PÁGINA OPERÁRIA do jornal O NORDESTE, foi distribuída, na entrada
do Teatro José de Alencar, palco maior das artes cênicas cearense, à “compacta massa de
operários e classes em geral” a versão popular da Rerum Novarum4. Posto isso, uma pergunta:
promulgada em 15 de maio de 1891, qual a atualidade, em 1941, da encíclica Rerum Novarum?
Publicado na primeira página d’O NORDESTE, o editorial A festa da dignificação do trabalho
veiculou a posição da Arquidiocese de Fortaleza ante a este questionamento:
Quando o individualismo extremava a luta entre os elementos da produção da riqueza, Leão
XIII ergue sua voz de Apóstolo, representante visível de Cristo na terra, para proclamar a
miséria imerecida dos proletários e dizer que o remédio para as desarmonias de classe não
está no socialismo, mas nas Verdades do Evangelho.5

Além desta opinião, O NORDESTE manifestou contentamento pela iniciativa do


presidente Getúlio Vargas de publicar, tanto em latim como em português, a encíclica Rerum
Novarum; de cunhar moeda comemorativa à data; de conceder à Confederação Nacional dos
Círculos de Operários Católicos a prerrogativa de ser órgão técnico-consultivo do Ministério do
Trabalho e o fato de inaugurar na sede deste, no Rio de Janeiro, então capital federal, o retrato
do papa Leão XIII6. Porta-voz de um discurso anticomunista, o jornal O NORDESTE combateu
em tom apocalíptico, desde quando surgiu em junho de 1922, no arcebispado de Dom Manuel
da Silva Gomes, o suposto impulso avassalador do socialismo a nível local e mundial, quão
nefasto seria para o proletariado e para as demais profissões, adotar os ensinamentos dos
“serventuários das trevas”7. Também, reforçou a idéia de que o catolicismo significava
necessariamente a negação do comunismo e definiu o ideário socialista como totalmente
exógeno ao capital e ao trabalho. Por fim, O NORDESTE pregou a necessidade urgente de
proteger o operariado contra o comunismo, o destruidor dos alicerces da sociedade, e defendeu a
manutenção da Igreja como guia-mor para esta empreitada.

3
O jubileu áureo da Rerum Novarum. PÁGINA OPERÁRIA. O NORDESTE, Fortaleza/CE, 16 de maio de 1941, p
5.
4
Encíclica Rerum Novarum em perguntas e respostas. Fortaleza/CE: Imprensa Oficial, 1941. De acordo com
apresentação do texto, o autor da obra é M. Vicent, colaborador do La Croix, diário católico parisiense. Referindo-
se a quantidade de exemplares distribuídos, O NORDESTE informou que 5.000 pessoas receberam a publicação (O
jubileu áureo da Rerum Novarum. PÁGINA OPERÁRIA. O NORDESTE, Fortaleza/CE, 16 de maio de 1941, p 5).
5
O NORDESTE, Fortaleza/CE, 14 de maio de 1941, p 1. (grifo meu)
6
Idem, p. 3.
7
“Serventuários das trevas”: Os Bolcheviques na Imprensa Católica (Fortaleza/CE, 1922-1932). Título de minha
dissertação defendida em abril de 2005, no Mestrado em História Social, da Universidade Federal do Ceará. Utilizei
como marcos temporais: 1922, fundação do jornal O NORDESTE e 1932, ano de lançamento da Liga Eleitoral
Católica, a LEC em Fortaleza/CE.
Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
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Dom Manuel da Silva Gomes assumiu a Diocese do Ceará, em dezembro de 1912.


Sucessor de Dom Joaquim José Vieira (1884-1912), do qual fora bispo-auxiliar, encaminhou
suas ações na perspectiva de estruturar a atuação do poder eclesiástico na sociedade cearense
com o ingresso de novas ordens religiosas e a criação de dioceses, ampliação das obras de
caridade, fundação de escolas e de jornais. Em 1915, o papa Bento XV desmembrou a Diocese
do Ceará em Arquidiocese de Fortaleza, Diocese do Crato e Diocese de Sobral. Por iniciativa da
Arquidiocese de Fortaleza foi fundado em 1915, o jornal CORREIO DO CEARÁ; em 1922, O
NORDESTE e, em 1936, O ESTADO. No entanto, o arcebispado delegou ao jornal O
NORDESTE o papel de divulgador e organizador das ações arquidiocesanas8.
Juntamente com a intelectualidade leiga, sindicalistas e agentes pastorais, a
Arquidiocese de Fortaleza montou uma rede que envolveu, entre outros, o Círculo Católico de
Fortaleza, que atuou de 1913 a 1922; o Círculo de Operários e Trabalhadores Católicos São José
(fundado em 1915); o Crédito Popular São José (em 1920); a Confederação das Sociedades
Católicas da Arquidiocese de Fortaleza (em 1925); a Liga Eleitoral Católica (em 1932) e a
Federação dos Círculos Operários do Estado do Ceará (em 1940)9. O circulismo exerceu forte
influência no meio operário, visto que: “Dom Manuel organiza o Círculo de Operários, visando
arregimentar os trabalhadores (...) para oferecer-lhes assistência material e espiritual. (...) Dom
Manuel faz da Rerum Novarum o guia na elaboração de propostas pra as questões sociais”
(SANTOS, 2003: 38-39). Com base no exposto, o presente texto analisará como a Arquidiocese
de Fortaleza e o jornal O NORDESTE difundiram o anticomunismo e a posição que ambos
adotaram a favor da instalação de um regime autoritário no Brasil, entre 1930 e 1945.

II. A LIGA ELEITORAL CATÓLICA

8
Fundado por José Martins Rodrigues, Secretário Estadual da Fazenda, com o objetivo de defender o governo de
Menezes Pimentel, o jornal O ESTADO seguia as diretrizes da Arquidiocese de Fortaleza. O seu fundador fora
presidente do Círculo Católico de Fortaleza e dirigente da Liga Eleitoral Católica (LEC).
9
Segundo o jornal O NORDESTE, além dessas entidades, a Arquidiocese de Fortaleza orientou a Liga das
Senhoras Católicas, a Juventude Feminina Católica, a Liga Feminina Católica, a Liga da Sagrada Família, a
Associação das Mães Cristãs, a União de Moços Católicos, as Conferências Vicentinas, Congregados Marianos de
Fortaleza, Federação das Congregações Marianas, a Liga Teresinha, a União dos Médicos Católicos, a União
Militar Santo Inácio, a Liga dos Professores Católicos, Associação Brasileira de Educação - secção do Ceará, a
Ação Universitária Católica - núcleo do Ceará, o Centro Literário São José, o Centro Jackson de Figueiredo, a
Associação Jornalística Católica, União Popular Cristo Rei, União Sindical do Trabalho, o Instituto Epitácio
Pessoa, o Grêmio Dramático Familiar, o Grêmio Dramático Pio XI, o Grêmio São José, o Dispensário dos Pobres, o
Asilo do Bom Pastor, o Instituto de Proteção à Infância, a Santa Casa de Misericórdia, a Confederação das
Associações Católicas e a Federação Operária Cearense.
Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
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A hegemonia católica iniciou-se com as sucessivas vitórias da Liga Eleitoral Católica


(LEC). Na votação de 1933, para a Constituinte Federal, de um total de 10 deputados, a Liga
Eleitoral Católica, no Ceará, elegeu a maior bancada: 6 deputados contra 4 do Partido Social
Democrata (PSD); em 1934, para a Câmara Federal de um total de 11 deputados, a LEC ganhou,
elegeu 7 e o PSD elegeu 4; e para a Constituinte Estadual de um total de 30 deputados elegeu a
maioria: 17 contra 12 do PSD e 1 deputado avulso. Em 1935, na Assembléia Legislativa,
ocorreram mais dois triunfos da LEC, a eleição de Menezes Pimentel, ex-presidente do Círculo
Católico de Fortaleza, ao governo do Ceará e a escolha de Edgar Arruda e Waldemar Falcão
para o senado federal. Em 1936, a LEC assumiu a direção do recém-fundado Partido
Republicano Progressista (PRP) e elegeu o prefeito de Fortaleza, Raimundo Alencar Araripe,
ex-diretor da União dos Moços Católicos. Em função da aliança entre a Arquidiocese de
Fortaleza e o governo Vargas, Pimentel e Araripe continuaram em seus cargos durante o Estado
Novo e, em 1938, o senador Waldemar Falcão assumiu o Ministério do Trabalho. Em 1941,
Falcão deixa o cargo para ser empossado ministro do Supremo Tribunal Federal (MOTA, 2000:
30-35).
A hegemonia política exercida pela Arquidiocese de Fortaleza alicerçou-se em uma
rede de assistência social, no circulismo e na direção de espaços institucionais: o governo do
Ceará e a prefeitura de Fortaleza. Mesmo utilizando outros periódicos, CORREIO DO CEARÁ
e O ESTADO, o jornal O NORDESTE exerceu o papel de organizador coletivo das ações do
arcebispado e de seus aliados. Seu discurso anticomunista atuou em várias frentes, das quais
irei destacar duas. A primeira visou repelir qualquer aproximação entre o ideário socialista de
igualdade e o movimento operário; o circulismo foi o veículo utilizado. A segunda buscou
expurgar o internacionalismo proletário da sociedade; a difusão do nacionalismo autoritário
serviu de contraponto. A hegemonia católica consolidou-se tanto pela repressão policial, e o
controle do governo estadual e da prefeitura fortalezense foi essencial; como pela adesão de
trabalhadores ao circulismo e à LEC. Entre as classes dominantes, os lecistas conquistaram o
posto de fração hegemônica, pois a Liga Eleitoral Católica tinha em seus quadros os
remanescentes dos partidos Conservador e Democrata cujo revezamento, no executivo estadual,
dominara a cena política na Primeira República (MOTA, 2000: 176).
Cotidianamente, o arcebispado fortalezense arvorou para si a primazia de ser a única
instituição capaz de salvar as almas e de regenerar a cidade por meio de uma assepsia social. A
Arquidiocese de Fortaleza, através d’O NORDESTE, compreendia o Brasil funcionando
semelhante a um organismo em processo avançado de decomposição e ávido por medidas
higiênicas. Para o arcebispado, a descristianização exercida pelos adeptos da “ditadura de
Moscou”, com o beneplácito do liberalismo republicano, minava o corpo social do país, visto
Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
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que “não há verdade mais evidente do que esta: o bolchevismo é antítese da Igreja”10. Vítima da
corrupção moral, a nação carecia de um único lenitivo: a “missão altamente civilizadora da
Igreja”11. Ao optar por estas ações, a Arquidiocese de Fortaleza e O NORDESTE manifestaram
intolerância e autopromoção, como posturas básicas de sociabilidade.
Ao permanecer fiel ao tradicionalismo, ao ampliar o assistencialismo, ao combater o
catolicismo popular e ao articular-se com a intelectualidade leiga na criação de estratégias,
partidos e entidades, que passaram a disputar a direção dos movimentos sociais com outras
agremiações políticas e sindicais, a Igreja Católica, liderada por sua cúpula, superou
paulatinamente o isolamento da instituição perante o Estado Republicano. O tradicionalismo,
segundo João Alfredo de Sousa Montenegro, conceitua a subordinação do Estado aos fins
religiosos e identifica-se com os dogmas do ultramontanismo: o catolicismo como a única
religião verdadeira, a infalibilidade do poder papal e o seu mando sobre todas as nações do
mundo (MONTENEGRO, 1992: 94-95). Ávida por recuperar seu espaço nos círculos do poder,
a hierarquia católica passou a arregimentar grupos de pressão formados por operários,
estudantes, intelectuais, empresários, donas-de-casa e frações das camadas médias para
consolidar seu projeto autoritário de Estado. Tratava-se, agora, de lidar com estes atores sociais
provenientes do crescimento urbano e continuar na tarefa de educar as elites.
O NORDESTE vinculou o comunismo e os comunistas a várias imagens e símbolos.
Localizados quase sempre na primeira página do jornal, os editoriais foram os espaços
privilegiados de tal exercício. Ora o comunismo era identificado com a violência e a perfídia;
ora com as doenças e os vírus. Os comunistas eram mostrados como representantes da
demagogia, da intriga e da perversão dos hábitos cristãos, todavia a ligação mais recorrente deu-
se com a figura do demônio. Conseqüentemente, O NORDESTE e a Arquidiocese de Fortaleza
adotaram a lógica: “o Diabo causa terror e, através de sua figura e de sua ação no mundo,
impõe-se um rígido código moral” (NOGUEIRA, 2000: 77).

III. SENSACIONALISMO PREVENTIVO

10
Gangrena social. Editorial. O NORDESTE. Fortaleza/CE, 10 de Março de 1930, p. 1.
11
A grande tolerância. Editorial. O NORDESTE. Fortaleza/CE, 17 de Dezembro de 1930, p. 1.
Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
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Eis como é possível definir a prática política da Arquidiocese de Fortaleza para


combater a disseminação do bolchevismo na cidade. Atitude que contrariou a realidade dos
fatos, pois a tímida organização dos comunistas na capital cearense não colocara, em xeque, o
poder de mobilização do clero fortalezense. Entrementes, os “moscovitas” foram vistos como
ameaça à moral cristã. Os editoriais, Definindo campos e Inimigo pequeno, referiram-se à
presença dos moscovitas na cidade. O primeiro manifestou surpresa ao comentar a realização do
1º Encontro do Bloco Operário e Camponês no Ceará: “Até em nossa capital, tradicionalmente
cristã, alastram-se na mentalidade ingênua das camadas trabalhadoras os princípios desvairados
da desorganização soviética”; o segundo quantificou os “vermelhos”: “uma insignificante massa
operária, explorada em proveito próprio, por dois ou três espertalhões”12.
O Vaticano metamorfoseou o comunismo e os comunistas em inimigos ferrenhos do
catolicismo e O NORDESTE expressou muito bem este ardil. Na atividade política da
Arquidiocese de Fortaleza e de seus parceiros, a comunicação jornalística foi essencial e o
presente texto é um esforço de demonstrar como nas páginas d’NORDESTE ocorreu a
“fabricação e a manipulação dos imaginários coletivos que constituem uma das forças
reguladoras da vida social e peça importante no exercício do poder” (CAPELATO, 1999: 36).
Assim, ações e representações configuraram-se em processos recíprocos e moldadas pelas
atividades da militância católica da época no circulismo, nos espaços de governabilidade, no
assistencialismo e em outras esferas de sociabilidade. Tudo isto a serviço do projeto político da
Arquidiocese de Fortaleza: a implantação de um regime autoritário e nacionalista no Brasil,
entre 1930 e 1945.
A partir do governo Getúlio Vargas, a Arquidiocese de Fortaleza vislumbrou uma
realidade alvissareira ao catolicismo brasileiro. Em função disso, buscou enquadrar a opinião
pública: “A hora das indecisões já se perdeu na treva tempestuosa do passado”. E arrematou: “A
questão máxima da nossa época é o fortalecimento do princípio da autoridade”13. Acreditando
que reconstitucionalizar o Brasil significava retomar o “liberalismo desmoralizado, que foi o
fator de dissolução da primeira república”, O NORDESTE passou a bradar: “O que a Nação
exige dos dirigentes é seriedade e sinceridade de atitudes, para que se restaurem as forças de
reação sadia do organismo social”14. Persistindo na idéia de um governo forte, clamou: “O
mundo goza de liberdades em excesso. O que se precisa, atualmente, é de ordem! Cumpre-nos
evitar a influência de idéias dissolventes e de doutrinas perigosas”15.

12
Inimigo pequeno. Editorial. O NORDESTE. Fortaleza-CE, 5 de Agosto de 1931, p. 1.
13
A Revolução e as leis do trabalho. Editorial. Fortaleza/CE, 6 de novembro de 1931, p.1.
14
A voz do bom senso. O NORDESTE. Editorial. Fortaleza/CE, 12 de abril de 1932, p.1.
15
O manifesto do ditador. O NORDESTE. Editorial. Fortaleza/CE, 12 de abril de 1932, p.1.
Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
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À medida que as relações fraternais com Getúlio Vargas se ampliavam, a partir de


1930, a Arquidiocese de Fortaleza, intensificou, nas páginas do jornal O NORDESTE, a
propaganda em prol da implantação de um regime de força no Brasil, conservando, portanto, o
seu discurso oriundo da década de 1920. A prova disso deu-se com apoio irrestrito que o
arcebispado fortalezense manifestou à implantação da ditadura varguista, em 1937. A prática
política da Arquidiocese de Fortaleza enquadra-se nas definições apresentadas por Boris Fausto
acerca do “espectro político da direita”, a partir das primeiras décadas do século XX. Fausto
identifica nesta concepção: “a defesa de uma ordem autoritária, a repulsa ao individualismo em
todos os campos da vida social e política, o apego às tradições, o papel relevante do Estado na
organização da sociedade” e, ao incluir no campo da direita no Brasil o pensamento católico,
citou seus temas fundamentais: “a estabilidade da família, a repulsa ao divórcio, ao aborto e ao
planejamento familiar, o reconhecimento de efeitos civis do casamento religioso, a luta pela
adoção do ensino religioso nas escolas públicas” (FAUSTO, 2001: 15, 18-19).
Consoante Fausto, na década de 1930, “os autoritários defenderam o prolongamento do
governo provisório de Getúlio Vargas, pretendendo o adiamento da constitucionalização do país
e a realização de eleições gerais para um futuro incerto”. Além disso, o historiador enumerou
alguns pontos de identificação entre os intelectuais autoritários e as características mais
evidentes do Estado Novo: “supressão da democracia representativa, carisma presidencial,
supressão de partidos, ênfase na hierarquia, em detrimento de mobilizações, ainda que
controladas” (FAUSTO, 2001: 21-22). Os atributos postos por Fausto acerca da direita
estiveram bem presentes nas páginas do jornal O NORDESTE, porém acompanhados de um
forte discurso nacionalista e anti-liberal, prática que Fausto não colocou como elementos típicos
da direita brasileira. Neste sentido, pretendo dialogar com José Luis Bendicho Beired, que
pontuou o surgimento do “nacionalismo de direita”, durante a crise estrutural do sistema liberal,
entre 1914 e 1945, como “uma ruptura com o padrão tradicional da direita preexistente em
ambos os países [Brasil e Argentina], ao assumir posições antiliberais, nacionalistas, estatistas e
corporativas”. E mais: “Liberdade e igualdade eram tidas como puras abstrações a ser
substituídas por outros valores políticos que privilegiassem a autoridade, a ordem, a hierarquia e
a obediência” (BEIRED, 1999: 19).
No tocante as elites dirigentes, O NORDESTE alertou quanto ao temor existente nas
“altas esferas dos poderes públicos”, no sentido de impedir a ação dos “desencadeadores da
anarquia” que, investidos do “espírito de revolução”, propugnavam pelo “enxovalhamento e
desmoralização dos homens públicos”16. Logo, qual uma das tarefas da intelectualidade católica

16
O grande medo. Editorial. O NORDESTE, Fortaleza/CE, 18 de Dezembro de 1928, p. 1.
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em Fortaleza/CE: derrotar o comunismo. Avaliando que, “nesta hora excepcional temos de


escolher o caminho de Roma ou Moscou”, a Arquidiocese de Fortaleza organizou mais uma
Campanha Contra o Comunismo17. Agora denominada de “Inquérito da União Popular Cristo
Rei”, esta ação anticomunista incluiu o episcopado, a intelectualidade e a imprensa. O arcebispo
Dom Manuel da Silva Gomes, o primeiro a responder o questionário, analisou os pontos: 1) “Se
a Igreja é contrária às doutrinas e às práticas do comunismo”; 2) “Que aconteceria às classes
pobres se triunfasse o comunismo” e 3) “Qual o melhor meio de combater o comunismo”. O
clérigo, no primeiro quesito, relacionou os pecados vermelhos: o ateísmo e o fim da família e da
moral. No segundo, comparou o pobre brasileiro ao russo. Aqui, “eles são livres e é por isto que
muitos nada têm, e podem em geral escolher a ocupação”.
No bolchevismo, assegurou Dom Manuel, os pobres “são escravos; as mulheres,
obrigadas a um trabalho forçado, sob pena até de morte e sem remuneração suficiente”.
Referindo-se ao ponto 3, o clérigo indicou a urgência de informar ao povo a “verdade dos fatos”
acerca de Moscou; propôs aos ricos a aplicar a Rerum Navarum à pobreza e cobrou das
autoridades “o dever de combater sem tréguas, pelos meios legais, os propagadores dos erros
sociais”. A “verdade” consistia em dizer aos “incautos” a essência do ardil comunista, pois, ao
ofertarem aos populares “o gozo das riquezas dos abastados”, os moscovitas, com a
expropriação dos ricos, amealhariam fartura para si e propiciariam, como na Rússia, a um
pequeno grupo, o domínio do capital”18. As respostas de Dom Manuel se harmonizam com a
linha editorial d’NORDESTE, visto que nenhuma reportagem discutiu a teoria política do
comunismo, suas discordâncias com outras correntes do movimento operário ou o que poderia
vir a ser uma sociedade comunista. A tônica dos escritos da gazeta católica era a demonização e
a propaganda negativa do regime russo e dos socialistas e dos revolucionários de qualquer
nacionalidade. A tática era amalgamar os opositores do Vaticano sob a alcunha de
“bolchevistas”, ou seja, imperou a disseminação do pânico como método de convencimento.
Andrade Furtado, professor da Faculdade de Direito e redator-chefe do jornal O
NORDESTE, aludindo ao tópico inicial do questionário, apresentou a premissa: “O código de
Moscou é a antítese do Decálogo” e classificou a ideologia dos bolchevistas, os “novos
bárbaros”, de “a mais rancorosa ofensiva contra os direitos de Deus”. Referente ao segundo
ponto, tratou de chamar a “ditadura do proletariado” de “a ditadura sobre o proletariado”.
Exemplificando a situação do Brasil, caso a ordem sovietista triunfasse, relatou que “a liberdade

17
O mínimo de reivindicações. Editorial. Fortaleza/CE, 31 de Janeiro de 1931, p. 1. A 1ª Campanha Contra o
Comunismo aconteceu entre 7 de março e 16 de maio de 1930. Foram ao todo nove conferências proferidas por
intelectuais católicos residentes na capital cearense e organizada pela União de Moços Católicos (UMC), entidade
vinculada à hierarquia católica.
18
A doutrina da Igreja e o Comunismo. Fortaleza/CE, 4 de Fevereiro de 1931, p. 1.
Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
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do comércio cederia lugar ao monopólio oficial”; o trabalhador, semelhante ao russo,


transformar-se-ia em “escravo autêntico” e teria o acesso à “ração” pela troca. A “tirania de
Stálin” dava aos pobres o alimento, enquanto recebia a matéria-prima. De posse da produção, o
governo moscovita praticava o dumping, vendia, no mercado internacional, mais barato, o bem
produzido à conta da “fome atroz” do operariado. Por fim, Furtado enalteceu o papel da
imprensa enquanto mecanismo de esclarecimento aos populares, porquanto “a ignorância do que
é a situação na Rússia constitui o único motivo de muitos se deixarem levar pelo canto da sereia
traidora” e sugeriu aos ricos cultivar o “dever cristão de olhar a sorte dos pobres”.
Ao governo, superado “o liberalismo nefasto”, prosseguiu Andrade Furtado, cabia o
encargo de fomentar junto às “populações anônimas” o trabalho e de providenciar força policial,
haja vista o provável “aniquilamento da autoridade” a ser praticado pelos “propulsores da
insânia bolchevista”, isto é, “os instigadores da luta armada, os arautos da destruição da
propriedade, os inimigos da Família, da Pátria e da Religião”19. Furtado se coadunava com um
tipo de intelectual descrito por Norberto Bobbio: os “cães de guarda” do poder constituído.
Novamente com Bobbio, é plausível vincular Furtado ao pensamento político de Ortega y
Gasset. Este advogou uma distinção entre as elites intelectuais, consagradas a direção da
sociedade e as massas, destinadas a serem conduzidas por uma “minoria de espíritos
clarividentes”. Afora isso, também podemos relacionar Furtado com outra compreensão do
pensador espanhol: “os intelectuais, considerados como a parte viva, progressista e moderna da
nação em contraposição às massas produzidas pela democracia doente dos nossos tempos”, isto
tudo dentro de uma perspectiva de “regeneração” e “educação política das massas” (BOBBIO,
1997: 10, 16, 33).
Na análise da pregação anticomunista do jornal O NORDESTE junto ao operariado,
duas frentes merecem atenção especial. A primeira, almejando repelir qualquer aproximação
entre o ideário socialista e o movimento operário, o periódico impôs a doutrina social cristã
como o único caminho a ser palmilhado pelos trabalhadores. A segunda, visando expurgar o
internacionalismo proletário, contrapôs o nacionalismo autoritário. Por isso, a metodologia que
aplicada na pesquisa relaciona a “História da Imprensa” com a “História através da Imprensa”, e
busca tanto “reconstruir a evolução história dos órgãos de Imprensa e levantar suas principais
características para um determinado período”, como engloba “a Imprensa como fonte primária
para a pesquisa histórica (ZICMAM, 1985: 89-90). Ou seja, a imprensa católica de Fortaleza é
historicizada como fonte e o objeto, considerando-se o seu lugar social, a sua atuação político-
ideológica e a materialidade de seus impressos, entre 1930 e 1945.

19
Campanha anticomunista. O NORDESTE. Fortaleza/CE, 9 de Fevereiro de 1932, p. 1.
Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
10

É de extrema importância examinar a escolha do título do periódico, a composição de


seu corpo editorial, suas relações institucionais, o conteúdo, tipos de papel, qualidade da
impressão, cores, imagens, a diagramação das notícias, as inovações tecnológicas, a tiragem, as
fontes de recursos e a veiculação de anúncios e propagandas. Estes encaminhamentos essenciais
principiam por compreender que “é importante estar alerta para os aspectos que envolvem a
materialidade dos impressos e seus suportes, que nada têm de natural”, ou seja, é indispensável
estudar “as funções sociais desses impressos” (DE LUCA, 2005: 132). Em relação ao título do
jornal O NORDESTE, acredito que sua escolha significou a adesão da Arquidiocese de
Fortaleza a um tipo de discurso regionalista identificado exclusivamente com as condições
físicas, enquanto fator de unidade da região. Segundo Durval Muniz Albuquerque Jr., um outro
regionalismo da década de 1920, ao extrapolar as fronteiras físicas da região Nordeste, buscou
agrupar-se em torno de um espaço territorial maior, descartando por sua vez a dimensão
geográfica e assumindo uma dimensão histórica, cultural.
Vale ressaltar que o fato do jornal arquidiocesano denominar-se O NORDESTE por si
já reforçara, em 1922, quando os marcos institucionais deste espaço não estavam firmados, a
busca de uma identidade regionalista. Durval Muniz de Albuquerque Jr. esclarece que o termo
Nordeste foi usado inicialmente, em 1919, para designar a área de atuação da Inspetoria Federal
de Obras Contra as Secas e, no discurso oficial, o Nordeste emerge como a parte do Norte
sujeito às estiagens; “o Nordeste é, em grande medida, filho das secas” (ALBUQUERQUE JR,
1999: 119). Em 1941, a divisão oficial do país em grandes regiões foi realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. Criado por Getúlio Vargas durante o Estado Novo, em
1938, o IBGE, ao institucionalizar o Nordeste, procurava “diminuir a autonomia dos Estados e
fazer uma integração nacional a partir do poder central”, afirmou Manuel Correia de Andrade
(ANDRADE, 1988: 43).
Recorrendo a uma linguagem belicista, a Arquidiocese de Fortaleza veiculou, via O
NORDESTE, a necessidade de um regime autoritário capaz de realizar uma assepsia social no
Brasil. Além de restabelecer os privilégios clericais suprimidos com a implantação da
República, tinha de eliminar o laicismo, garantir a propriedade privada e combater o sovietismo.
As referências de poder do arcebispado e d’O NORDESTE foram, inicialmente, o fascismo do
ditador Benito Mussolini e, após o triunfo da Aliança Liberal, Getúlio Vargas. No tocante à luta
contra o bolchevismo, o arcebispado e seu jornal fizeram do terror o instrumento prioritário de
catequese e indicaram o único remédio capaz de livrar o Brasil do “micróbio vermelho”, a
doutrina social cristã preconizada por Leão XIII na Rerum Novarum, em 1891, e reafirmada por

Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
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Pio XI na Quadragesimo Anno, em 1931. À vista disso, parafraseando Karl Marx às avessas,
insistentemente estimularam a idéia: “Uni-vos, anticomunistas do mundo inteiro!”20.

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Um artigo sensacional. O NORDESTE. Editorial. Fortaleza/CE, 28 de maio de 1932, p.1.
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