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Simulado Online

29 DE MAIO DE 2020

Textos motivadores

Texto I

POLÍCIA INVESTIGA AÇÃO DE SKINHEADS CONTRA GAYS NO RIO DE JANEIRO


Italo Nogueira Cartazes em defesa do “orgulho hétero” e cartilhas contra o projeto que criminaliza
a homofobia foram espalhados pela periferia do Rio por grupos de skinheads. Para a polícia do Rio,
essas gangues são responsáveis por uma série de ataques a homossexuais da zona sul do Rio, em
Nova Iguaçu, São Gonçalo e Niterói.
A polícia diz não saber quantos gays foram vítimas dos skinheads, que se organizam pela web.
Mas apura se Alexandre Ivo, 14, torturado e morto há duas semanas em São Gonçalo, foi vítima de
ataque homofóbico. Ele e amigos participavam de uma festa quando começou uma discussão com
outro grupo.Após a briga, com agressões verbais e físicas, os amigos de Alexandre foram à delega-
cia registrar queixa e voltaram para a festa.
Por volta de 1h30, o menino foi embora sozinho. Não foi mais visto. No dia seguinte, seu corpo foi
achado em um terreno baldio. Havia sido asfixiado e tinha lesões no crânio, possivelmente causa-
das por pedradas e agressões com barras de ferro.
A polícia chegou aos suspeitos pelo Disque Denúncia e a pura se o crime foi motivado por homo-
fobia ou pela briga. Para a mãe de Ivo, Angéli ca Vidal Ivo, 40, ele “sofreu a agressão por conviver
com homossexuais”. Os três envolvidos, Allan Siqueira de Freitas, 22, André Luiz Maçole, 23, Eric
DeBruim, 22, presos preventivamente, negam o crime e ligação com skinheads.
A Secretaria Estadual de Direitos Humanos do Rio acompanha as investigações e ONGs organiza-
ram passeata contra o crime. Amigos de Ivo dizem, porém, que foram ameaçados. “Uma pessoa me
ligou e disse que ia me matar se eu viesse”, disse um rapaz.
A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática diz fazer rondas sistemáticas para tirar do ar
sites que defendam a homofobia.”Conseguimos tirar quando há defesa clara a agressões ou assas-
sinatos, por ser incitação ao crime. Mas uma lei contra a homofobia, como existe contra o racismo,
facilitaria nossa ação”, diz a delegada Helen Sardenberg. (Folha de São Paulo Online. 6 de julho de
2010.
Disponível em: http://criasnoticias.wordpress.com/2010/07/07/ policia investiga acao de skinheads
contra gays no rio de janeiro/)

TEXTO II

Ao dizer que os humanos mantêm um relacionamento com seus vizinhos que envolve ódio, Lacan
retomou a lição freudiana na qual a humanidade começa com um traço inicial de exclusão. Neste
sentido, a humanidade não é definida por seus atributos, mas por uma rejeição inicial – cujo nome
é segregação – que é a própria lógica do racismo. (FANTINI, 2012, p.5 – tradução nossa).
A própria falta de referências ou mesmo de uma forma de lidar com seus questionamentos e frus-
trações leva a esse ódio cego, ao qual as redes sociais conseguem tão bem servir de suporte por
seu próprio caráter dinâmico, desregulamentado e que facilita o anonimato. Pudemos ver que os
dizeres preconceituosos no Twitter de Mayara Petruso e de tantos outros jovens durante os anos
de 2010 e 2011 apontam para tantos problemas e questões em aberto não apenas no Brasil, mas
no Ocidente em geral. E nada como uma estratégia política pautada no ódio para fazer com que ele
surja da forma mais natural possível, livre de qualquer culpa.
Estes jovens não estão apenas defendendo sua própria ignorância, mas fazendo dela a justificativa
vazia para atos igualmente vazios. O preconceito de classe parte do desejo de manutenção de uma
realidade social, de não permitir que o outro possa interpelar, atrapalhar a ordem vigente. Admi-
tem-se apenas diferenças entre os sujeitos, mas sem levar em conta as desigualdades. Estamos
diante de uma nova forma de intolerância, que não é baseada em crenças ou ideologias, mas em
explicações preguiçosas que são utilizadas como argumento para que o gozo se mantenha intacto
e a violência possa ocorrer. Parece-nos que, antes mesmo da intolerância, o ato violento é o ator
principal da trama – o ódio vem antes da explicação, e ele tem encontrado as formas mais impulsi-
vas e infundadas de vir à tona, de tomar corpo na realidade.
Disponível em: revistas.pucsp.br/index.php/leituraflutuante/article/download/.../8162 Acessado em
21 de abril de 2014

TEXTO III

Templo Oxalufã declara sofrer intolerância religiosa em São Caetano


Loja de Umbanda também foi lacrada pela Prefeitura
A Constituição Federal em seu artigo: 5°,VI, estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de
crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e as suas liturgias, no entanto, a regra constitucional não impede, por exemplo,
de que determinadas religiões tenham membros ou ritos atacados por integrantes de outras cren-
ças.
Ações de intolerância religiosa são comuns, nas mais diferentes esferas, porém, aquelas ligadas a
matizes africanas, como por exemplo, a Umbanda, são as mais “perseguidas”.
O babalorixá Anderson Salgado, do Templo Oxalufã, no bairro Barcelona, em São Caetano, explica
que a “casa” tem sofrido perseguição por conta do sindico de um condomínio de apartamentos
residenciais que fica ao lado. Segundo o líder religioso “toda vez que tocamos os atabaques, seja
por dez minutos ou duas, nos cultos de sábado, ele chama a polícia. Toda semana tenho que inter-
romper os trabalhos para atender os policiais ou guardas municipais”.
Anderson explica que o templo há três anos funciona em um imóvel na rua Alegre com a Flórida,
mas que de um ano para cá, quando esse vizinho assumiu o condomínio os problemas começaram.
https://abcreporter.com.br/2020/05/13/templo-oxalufa-declara-sofrer-intolerancia-religiosa-em-
-sao-caetano/

TEXTO IV

As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da
intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de
pessoas com acesso à internet no País.
A maioria das menções intolerantes relativas à idade é visível. Grande parte delas visa caracterizar
alguém de forma negativa e, ao mesmo tempo, relacionar essa característica com sua idade avan-
çada.

Quase três quartos das menções encontradas se referiam a casos e pessoas reais, que utilizam o
termo “velho” como complemento a uma característica negativa como “nojento”, “babão” e “safado”.

Mais de 90% das menções são negativas, categorizando a idade, principalmente a velhice, como
algo negativo, tendo pouco questionamento sobre a presença desta intolerância.
https://www.comunicaquemuda.com.br/dossie/idadegeracao/

Proposta de Redação
A partir dos textos lidos acima, bem como levando-se em conta o seu conhecimento adquirido ao
longo de sua experiência, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua
portuguesa, com no mínimo 20 e no máximo 30 linhas, apresentando proposta de intervenção que
respeite os Direitos Humanos, sobre o seguinte tema:

AS VÁRIAS FACES DA INTOLERÂNCIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

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