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CÁLCULO DIFERENCIAL E

INTEGRAL I
ME. REBECCA MANESCO PAIXÃO
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.

Missão da Faculdade Católica Paulista

Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
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SUMÁRIO
AULA 01 CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS 05

AULA 02 FUNÇÕES 13

AULA 03 FUNÇÕES ELEMENTARES 22

AULA 04 LIMITES 31

AULA 05 LIMITES NO INFINITO E LIMITES INFINITOS 37

AULA 06 CONTINUIDADE 44

AULA 07 DERIVADAS 49

AULA 08 DERIVADAS DE ORDEM SUPERIOR E DERIVAÇÃO 57


IMPLÍCITA

AULA 09 APLICAÇÕES DAS DERIVADAS 63

AULA 10 FÓRMULA DE TAYLOR 71

AULA 11 FUNÇÕES PARAMÉTRICAS 77

AULA 12 DERIVADAS DE FUNÇÕES PARAMÉTRICAS 81

AULA 13 FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS 85

AULA 14 LIMITE E CONTINUIDADE DE FUNÇÕES DE VÁRIAS 91


VARIÁVEIS

AULA 15 DERIVADAS PARCIAIS 96

AULA 16 REGRA DA CADEIA E MÁXIMOS E MÍNIMOS DE 101


FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS
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INTRODUÇÃO

Olá, aluno(a). É com prazer que apresento a você o livro de “Cálculo Diferencial e Integral I”.
Sou a professora Rebecca Manesco Paixão, graduada em Engenharia Ambiental e Sanitária
e licenciada em Matemática, especialista em Segurança do Trabalho, mestre em Engenharia
Química e atualmente cursando o doutorado em Engenharia Química.
Preparei este material com o objetivo de apresentar a você os conceitos básicos do Cálculo
Diferencial e Integral para que eles sejam aplicados em diversas áreas do conhecimento
que fazem uso desta teoria.
Os assuntos abordados neste livro são limite e derivada de funções de uma variável real
e também de funções de várias variáveis reais.
A organização do livro encontra-se dividida em 16 aulas. O conjunto dos números reais e as
funções de uma variável real são os objetos de estudo das primeiras aulas em que teremos
a oportunidade de nos debruçarmos sobre as noções de domínio, contradomínio e imagem.
Também veremos algumas características das funções e os principais tipos de funções.
Para estas funções definiremos os conceitos de limite e continuidade e de derivadas. O
conceito de limite é uma ideia central que distingue o cálculo da álgebra e da trigonometria.
Enquanto que as derivadas são usadas para medir a variação de quantidades.
Dando sequência ao estudo das funções conheceremos as funções paramétricas e suas
derivadas.
Finalizaremos nossos estudos com as funções de várias variáveis. Estas funções surgem
a todo o momento no nosso dia a dia mesmo que não percebamos. Um estudo semelhante
ao do cálculo de funções de apenas uma variável será feito às funções de várias variáveis,
estendendo todos aqueles conceitos de limites e continuidade, e de derivadas para tais
funções.
A escolha dos temas pertencentes a este livro foi com o propósito de lhe auxiliar em seus
estudos. Sugiro que você acompanhe com cuidado os diversos exemplos apresentados e
resolva os exercícios. A leitura das referências bibliográficas indicadas também é fundamental.
Bons Estudos!
Professora Me. Rebecca Manesco Paixão

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AULA 1
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS

Caro(a) aluno(a), nesta nossa primeira aula, referente à disciplina de Cálculo Diferencial
e Integral I, vamos definir e relembrar o conjunto dos números reais, seus subconjuntos,
intervalos e inequações.
Vamos iniciar imaginando uma régua que a utilizaremos para medir o comprimento de
um determinado objeto. Lembrando que uma régua comum é baseada em um comprimento
padrão de 1 cm, como a representada na Figura 1.1:

Figura 1.1: Régua. Fonte: https://br.123rf.com/stockphoto/ruller.html?oriSearch=r%C3%A9gua&sti=m9bjyrp5rg6d1psqa9|&mediapopup=105350661

Se a medida do objeto couber em um número exato vezes 1 cm, então, por definição, o
comprimento do objeto será expresso como sendo um número denotado por natural (ℕ), por
exemplo, 0,1 ,2, 3, e assim por diante. Lembrando que os números naturais são os inteiros
positivos e o número zero.
Se nós incluirmos números inteiros negativos, então, obteremos o conjunto dos números
inteiros (ℤ). Neste caso, temos os números ..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3... pertencentes a este conjunto.
Se a medida do nosso objeto couber em uma fração de números inteiros de certa
quantidade do tamanho base de 1 cm, então o comprimento será um número pertencente
ao conjunto dos números racionais (ℚ). Relembre, caro(a) aluno(a), que neste conjunto estão
os números naturais, os inteiros negativos, os números decimais (0,1; 0,25), as dizimas
periódicas (0,333...;0,6161...) e todo número que possa ser escrito como uma divisão de
números inteiros, números fracionários (-1/3;2/5).
Perceba que, em ambos os casos, é possível determinar o comprimento do objeto utilizando
a régua; no entanto, existem casos em que não é possível determinar exatamente quantas
medidas de 1 cm cabem no comprimento.

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Assim, números irracionais são aqueles que não podem ser escritos como um número
inteiro, decimal, dizima periódica ou fração de dois números inteiros.
O número √5 = 2,236067978... é um número, cuja representação decimal tem infinitas
casas não-periódicas depois da vírgula. Assim, pensando na nossa régua, embora a mesma
utilize uma medida muito menor que 1 cm como base jamais poderíamos encontrar um
número inteiro capaz de representar quantas vezes a medida do objeto cabe em √5.
O número π = 3,141592654... também é um número que possui infinitas casas decimais
não-periódicas.
Ambos estes números, √5 e π, são exemplos de números irracionais. O conjunto de números
irracionais (IR) contém todos aqueles que não podem ser escritos como uma razão de
números inteiros.
A união do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais
é denominada de conjunto dos números reais (ℝ). A Figura 1.2 representa os conjuntos
numéricos abordados, observe:

Figura 1.2: Conjuntos numéricos. Fonte: a autora, adaptado de https://www.infoescola.com/matematica/conjuntos-numericos/

Perceba, caro(a) aluno(a), que no conjunto dos números reais estão todos os possíveis
números que podem ser marcados em uma reta contínua. Ou seja, se nós marcarmos em
uma reta todos os números racionais e também os irracionais, então teremos toda a reta
preenchida. Esta reta é chamada de reta real.

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Figura 1.3: Reta real. Fonte: a autora.

Quanto às propriedades algébricas do conjunto dos números reais, elas estão relacionadas
à capacidade de somar, subtrair, multiplicar e dividir números reais, com vistas a produzir
novos números reais.

Anote isso

Ao longo do nosso estudo, caro(a) aluno(a), alguns símbolos universais serão utilizados,
como:
= igual
≠ diferente
∈ pertence
∉ não pertence
⊂ contido
∀ para todo
Ǝ existe
> maior
< menor
≥ maior ou igual
≤ menor ou igual
Ø vazio
∞ infinito

Por sua vez, quanto às propriedades de ordem, de acordo com Flemming e Gonçalves
(2006), no conjunto dos números reais existe um subconjunto denominado de números
positivos, de modo que:

a) Se a ∈ℝ, então a=0 ; a é positivo; - a é positivo;


b) A soma de dois números positivos é positiva;
c) O produto de dois números positivos é positivo.

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Sejam a, b, c, d ∈ℝ, então:

• Se a>b e b>c , então a>c;


• Se a>b e c>0, então a.c>b.c
• Se a>b e c<0, então a.c<b.c
• Se a>b então a+c>b+c para todo real c
• Se a>b e c>d , então a+c>b+d
• Se a>b>0 e c>d>0, então a.c>b.d

1.1 Intervalos

Intervalos são subconjuntos especiais da reta real utilizados para representar todos os
números reais que se encontram entre dois números predeterminados. É importante destacar,
caro(a) aluno(a), que os intervalos surgem naturalmente na solução de inequações que
aparecem em diferentes contextos.
As notações para cada um dos possíveis intervalos encontram-se representadas na Tabela
1.1, observe:

Notação Intervalo
Intervalo aberto (a,b) ou ]a,b[ { x∈ℝ|a < x < b}

Intervalo fechado [a,b] {x∈ℝ|a ≤ x ≤ b}

Intervalo fechado à [a,b) ou [a,b[ {x∈ℝ|a ≤ x < b}


esquerda e aberto à direita
Intervalo aberto à esquerda (a,b] ou ]a,b] {x∈ℝ|a < x ≤ b}
e fechado à direita
Intervalos infinitos (a,+∞) ou ]a,+∞[ {x∈ℝ|x > a}

[a,∞) ou [a,+∞[ {x∈ℝ|x ≥ a}

(-∞,b) ou ]-∞,b[ {x∈ℝ|x < b}

(-∞,b] ou ]-∞,b] {x∈ℝ|x ≤ b}


Tabela 1.1: Intervalos. Fonte: a autora.

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Repare, caro(a) aluno(a), que na notação para os intervalos utilizam-se parênteses e


colchetes, tal que os intervalos abertos podem ser expressos de duas formas: como (...) ou
como ]...[, enquanto que intervalos fechados são expressos como [...]. Ainda, o intervalo (-∞,
+∞) diz respeito a todo o conjunto dos reais. Atente-se que os símbolos de ±∞ só podem
vir acompanhados de parênteses.
Uma representação gráfica dos intervalos pode ser feita da seguinte forma:

Além disso, caro(a) aluno(a), alguns subconjuntos específicos da reta real são representados
de uma forma especial, observe:

• O conjunto dos números reais não-negativos, {x∈ℝ|x ≥ 0} é representado por ℝ≥0=[0,∞);


• O conjunto dos números reais positivos, {x∈ℝ|x > 0} é representado por ℝ>0= (0, ∞);
• O conjunto dos números reais não-positivos, {x∈ℝ|x ≤ 0} é representado por ℝ≤0= (-∞,0];
• O conjunto dos números reais negativos, {x∈ℝ|x < 0} é representado por ℝ<0= (-∞,0).

1.2 Inequações

Aqui no nosso estudo, caro(a) aluno(a), as desigualdades surgirão em alguns problemas


em que precisamos encontrar o domínio de uma função, ou ainda, esboçar o seu gráfico.
Exemplo 1.1: Seja a inequação - x + 2 < 3x - 1, vamos determinar o seu conjunto solução,
ou seja, todos os valores para os quais a desigualdade se mantém:

- x+2<3x-1
-x+2+x<3x-1+x ➙adicione x em ambos os lados
2<4x-1
2+1<4x-1+1 ➙adicione 1 em ambos os lados

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3<4x

_ < 4_ x ➙divida ambos os lados por 4


3
4 4

3
_<x
4

Isto significa que para que a desigualdade seja sempre satisfeita é necessário que os
valores de x sejam maiores do que 3/4; portanto, o conjunto solução é dado por

S = {x |x > 3_ }
4
Vamos agora ver um exemplo de inequação com fração.

Exemplo 1.2: Seja a inequação , neste caso, para que a desigualdade seja
respeitada o número 2x - 4 deve ser maior do que zero, ou seja:
2x-4>0
2x>4

x > 4_
2
x>2

E além disso:

.2x-4≥3.2x-4 (multiplique ambos os lados por 2x - 4)


1≥6x-12
1+12≥6x-12+12 (adicione 12 em ambos os lados)
13≥6x

13 6
__ ≥ _ x (divida por 6 ambos os lados)
6 6

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Isto significa que, para que a desigualdade seja sempre satisfeita, os valores de x devem
ser maiores do que 2, e ainda, menores ou iguais a 13/6; portanto, o conjunto solução é
dado por
S = {x |2 < x ≤ 13
___ }
6

Exemplo 1.3: Seja a inequação 4 < 5x + 3 ≤ 8 , vamos determinar o seu conjunto solução:
4<5x+3≤8
4-3<5x+3-3≤8-3 ➙ subtraia 3 em ambos os lados
1<5x<5
_1 < 5_ x ≤ _ 5_ ➙ divida por 5 ambos os lados
5 5 5

1
_<x≤1
5

Logo, o conjunto solução é dado por


S = {x |_1 < x ≤ 1}
5

Para finalizarmos, caro(a) aluno(a), quando temos um valor absoluto existem duas regras
básicas. Considerando u uma expressão algébrica em x e a um número real, tal que a ≥ 0,
então:
1. Se |u| < a, então u está no intervalo ]-a,a[. Isto significa que |u| < a se, e somente se, -a
< u < a;
2. Se |u| > a, então u está no intervalo ]-∞, -a[ ou ]a, +∞[. Isto significa que |u| > a se, e
somente se, u < -a ou u > a.

Exemplo 1.4: Seja |8x - 4| < 2, então, o conjunto solução será encontrado da seguinte forma:
-2<8x-4<2
-2+4<8x-4+4<2+4 ➙ adicione 4 em ambos os lados
2<8x<6

2 8 6 ➙ divida por 8 ambos os lados

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_2 < x < _6
8 8

1 3 ➙ simplifique por 2

Assim, o conjunto solução é dado por

S = {x |1
_ < x < 3_}
4 4

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AULA 2
FUNÇÕES

Caro(a) aluno(a), as funções são utilizadas para o estabelecimento de relações entre


quantidades físicas ou matemáticas. Algebricamente falando, uma função é uma regra de
associação de dois conjuntos, um de entrada e um de saída, tal que a cada entrada executada
só é possível uma única saída (STEWART, 2007; THOMAS et al., 2012).
Definição. Dados dois conjuntos não vazios A e B, uma relação f de A em B recebe o nome
de função (ou aplicação) de A em B se, e somente se, para todo x ∈ A existir um só y ∈ B,
tal que (x,y) ∈ f. As seguintes notações são utilizadas:
(lê-se: f de A em B)
(para cada x há um valor f(x) associado)
Isto significa que uma função é um conjunto de pares ordenados, determinados por uma
sentença, y = f(x), que expressa a correspondência entre as duas variáveis, (x e y). Definimos
a notação de função como:

Exemplo 2.1: Na conversão de graus Celsius para graus Fahrenheit, utilizamos a seguinte
fórmula:

9
F= C + 32
5

Repare que, neste caso, F (Fahrenheit) é função de C (Celsius), uma vez que C é a variável
independente, a qual podemos atribuir qualquer valor, tal que a este valor, corresponderá
um único valor de F.
Se tomarmos a temperatura de 20 ºC, por exemplo, então, a temperatura correspondente
em Fahrenheit será de 68 ºF:

9 .20+32
F= __
5
= 180
____+32
5

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= 36+32
= 68

Pensando em um diagrama de flechas, caro(a) aluno(a), existem duas condições a serem


respeitadas, para que tenhamos uma função:
1. Deve partir uma flecha de cada elemento do conjunto A;
2. Não deve partir mais de uma flecha de um elemento do conjunto A.

Figura 2.1: O diagrama em (a) retrata uma relação de X em Y, que é uma função. O diagrama em (b) retrata uma relação de X em Y, que não é uma função. Fonte: Demana
et al. (2009, p. 62).

Atente-se, caro(a) aluno(a), que uma função frequentemente é dada por uma fórmula
que nos auxilia no cálculo do valor da variável dependente, a partir do valor da variável
independente. Além das fórmulas também existem outras formas de representar as funções,
como a partir de uma descrição verbal, gráficos e tabelas tal que, geralmente, é útil ir de
uma representação a outra a fim de um entendimento adicional.

2.1 Gráfico de uma função

O gráfico de uma função f consiste dos pontos no plano cartesiano (x, f(x)) onde x pertence
ao domínio de f,

Exemplo 2.2: Seja a função f(x)=x+1, podemos elaborar uma tabela, escolhendo alguns
valores de x, que nos darão uma boa ideia de como se comportarão os demais pares ordenados.
Lembrando que o correspondente y é obtido substituindo o valor de x na fórmula dada:

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Tabela 2.2: Valores tabelados para y = x + 1. Fonte: a autora.

Se representarmos graficamente apenas os pares (-1,0), (0,1) e (1,2), obteremos alguns


pontos da função no plano; no entanto, se aumentarmos o número de pares calculados,
então, conseguiremos nos aproximar do gráfico de sua função.

Figura 2.2: Representação gráfica da função f(x) = x + 1. Fonte: a autora.

2.2 Domínio e contradomínio de uma função

Seja f : A ➙ B uma função, então:


1. O conjunto A é denominado domínio da função f, denotado por D(f). Representa os
valores que a variável independente assume;
2. O conjunto B é denominado contradomínio da função f, denotado por CD(f). Representa
os valores que a variável dependente pode assumir;

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3. O subconjunto B dado por todos os valores produzidos pela associação f é denominado


conjunto imagem de f, denotado por Im(f). Representa os valores que a variável dependente
assume, tal que:

Dessa forma, caro(a) aluno(a), no diagrama de flechas, nem todos os elementos do


contradomínio (conjunto de chegada das flechas) necessitam receber uma flecha, ou seja,
nem todo elemento do contradomínio precisa estar associado a um elemento do domínio.
Mas, os elementos do domínio, necessariamente, precisam estar associados a um elemento
do contradomínio para que seja uma função. Ao conjunto desses elementos y∈B que estão
associados a algum x∈A chamamos de imagem, conforme representado na Figura 2.3:

Figura 2.3: Domínio, contradomínio e imagem de uma função. Fonte: a autora.

Exemplo 2.3: Seja a função f: A ➙ B dada por f(x)=2x-1 , em que A={1,2,3} e B={0,1,3,5,7},
então, pela definição que vimos, temos que:
D(f)=A={1,2,3}
CD(f)=B={0,1,3,5,7}
Im(f)={1,3,5}
Isto porque, ao substituirmos os valores do conjunto A em f(x) = 2x-1, obtemos:
f(1) = 2.(1)-1=2-1=1
f(2) = 2.(2)-1=4-1=3
f(3) = 2.(3)-1=6-1=5

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Figura 2.4: Domínio, contradomínio e imagem da função f ( x) = 2 x - 1 . Fonte: a autora.

Neste estudo, caro(a) aluno(a), estamos interessados em trabalhar com funções, mas
não qualquer função. Ou seja, queremos aquelas que possuem subconjuntos de números
reais como domínio e contradomínio. Veja o exemplo abaixo:

5 x - 10
Exemplo 2.4: Seja a função dada por f ( x) = . Neste caso, precisamos que os
x- 3
números dentro da raiz quadrada sejam não-negativos e também que o denominador seja
diferente de zero.
Para a raiz quadrada, temos que:
5x-10≥0
5x≥10

10
x≥___
5
x≥2
E para o denominador, temos que:
x-3≠0
x≠3
Logo, para que a função esteja bem definida, temos que o domínio será D={x∈ℝ|x≥2 e
x≠3}, ou ainda, em notação de intervalo D= [2,3)∪(3, +∞).

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2.3 Função injetora, sobrejetora e bijetora

Definição. Uma função f é dita injetora se, para todo x1∈D(f) e x2∈D(f), com x1≠x2, tivermos
f (x1)≠f( x2).
Isto significa que uma função é injetora quando elementos distintos do domínio estão
associados a elementos distintos do contradomínio. Pensando no diagrama de flechas, a
condição de injetividade se caracteriza pelo fato de nenhum elemento do contradomínio
receber duas flechas.

Definição. Uma função f é dita sobrejetora se, para todo y∈CD(f), existe x∈D(f), tal que y=
f(x). Ou seja, f é sobrejetora se, e somente se, Im(f)= CD(f) .
No diagrama de flechas de uma função sobrejetora nenhum elemento do contradomínio
fica sem receber uma flecha. No entanto, note, caro(a) aluno(a), que essa condição de
sobrejetividade não impede que um elemento do contradomínio receba mais do que uma
flecha, e assim, uma função pode ser sobrejetora sem que seja injetora.

Definição. Uma função f é dita bijetora se for injetora e sobrejetora simultaneamente.


Isso é equivalente a dizer que uma função f: A➙B é bijetora se, e somente se, para qualquer
elemento y∈B, existe um único elemento x∈A tal que f(x)= y.
Uma função bijetora representa uma relação biunívoca, também conhecida como relação
um-a-um, entre o domínio e o contradomínio.

Isto acontece na prática

Por meio da representação cartesiana é possível identificar quando uma função é


injetora, sobrejetora ou bijetora. Para isto, precisamos analisar o número de pontos de
interseção das retas paralelas ao eixo das abcissas, conduzida por cada ponto (0,y)
em que y∈CD(f). O teste é conhecido como Teste da reta horizontal, e:
- se nenhuma reta corta o gráfico mais de uma vez, então a função é injetora;
- se toda reta corta o gráfico, então a função é sobrejetora;
- se toda reta corta o gráfico uma única vez, então a função é bijetora.

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2.4 Simetria

Uma função é chamada de par se a função f satisfaz f(-x)= f(x) para todo número x em
seu domínio. O gráfico de uma função par é simétrico em relação ao eixo y. Por outro lado,
se f satisfaz f(-x)= -f(x) para cada número x em seu domínio, então a função é chamada de
ímpar. Neste caso, o gráfico é simétrico com relação à origem.

Figura 2.5: (a) função par. (b) função ímpar. Fonte: Stewart (2013, p. 17)

Exemplo 2.5: Seja a função f(x)= x2-2 , temos que:


f(-x)= (-x)2-2
= x2-2
= f(x)
Portanto, a função é par.

Figura 2.6: Representação gráfica da função f(x) = x² - 2. Fonte: a autora.

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2.5 Funções crescentes e decrescentes

Definição. A função f: A ➙ B, definida por y= f(x) é crescente no conjunto A1⊂A se, para
dois valores quaisquer, x1 e x2 de A1, com x1<x2, tivermos f(x1)<f(x2). Quando f é crescente em
todo seu domínio, dizemos apenas que f é crescente.

Definição. A função f: A ➙ B, definida por y= f(x) é decrescente no conjunto A2⊂A se, para
dois valores quaisquer, x1 e x2 de A2, com x1<x2, tivermos f(x1)>f(x2). Quando f é decrescente
em todo seu domínio, dizemos apenas que f é decrescente.

Definição. A função f: A ➙ B, definida por y= f(x) é constante no conjunto A3⊂A se, para
dois valores quaisquer, x1 e x2 de A3, com x1<x2, tivermos f(x1)=f(x2). Quando f é constante em
todo seu domínio, dizemos apenas que f é constante.

2.6 Obtenção de novas funções

Caro(a) aluno(a), para finalizarmos esta aula é importante lembrá-lo que da mesma forma
que podemos fazer operações com números, as funções também podem ser adicionadas,
subtraídas, multiplicadas e divididas com vistas a produzir novas funções.
Definição. Sejam as funções f e g, então, temos que:
(f+g).(x)=f(x)+g(x)
(f-g).(x)=f(x)-g(x)
(f.g).(x)=f(x).g(x)
(f/g).(x)=f(x)/g(x)

Outra forma de construir uma função a partir de outras é utilizando a composição de


funções. Veja a definição abaixo:

Definição. Sejam as funções f: A ➙ B e g: B ➙ C. Chama-se função composta de g e f a


função h: A ➙ C, em que h(x)= g(f(x)) para todo x ∈ A. Denotamos a composta de g e f por
g O f (lê-se “g composta com f”).
Exemplo 2.6: Sejam as funções f(x) = 4x +1 e g(x) = x2 - 8x + 6, então:
(fOg)=f(g(x))=f(x2-8x+6)=4•(x2-8x+6)+1=4x2-32x+25

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Para concluir, caro(a) aluno(a), considerando y= f(x) uma função de A em B, se para cada
y∈B existir exatamente um valor y∈A tal que y= f(x), então podemos definir uma função g: B
➙ A de modo que x= g(y). Esta função é a inversa de f, denotada por f -1.
Para encontrar a função inversa de uma função injetora existe um passo a passo (STEWART,
2013):
1. Escreva y= f(x)
2. Isole x nessa equação, escrevendo-o em termos de y (se possível)
3. Para expressar f -1 como uma função de x, troque x por y. A equação resultante é y= f -1(x)

Exemplo 2.7: Vamos encontrar a função inversa de f(x) = x3 + 1, utilizando os passos


descritos anteriormente:
y=x3+1
x3=y-1 ➙ isole o x na equação
x = 3√y-1
y = 3√x-1 ➙ troque o x por y
Logo, a inversa de f(x) = x3 + 1 é f -1(x) = 3√x -1.

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AULA 3
FUNÇÕES ELEMENTARES

Nesta aula, caro(a) aluno(a), veremos as funções elementares da matemática representadas


por uma única fórmula, do tipo y= f(x). Lembrando que estas funções elementares podem
ser classificadas de duas formas: algébricas e transcendentes.
As funções algébricas são aquelas que incluem as funções polinomiais, racionais e
irracionais. Enquanto que as funções transcendentes incluem as funções exponenciais,
logarítmicas e trigonométricas.

3.1 Função constante

Definição. Toda função f:ℝ➙ℝ na forma f(x)= k, com k∈ℝ, é uma função constante.
Isto significa que uma função é dita constante quando a cada elemento x do seu domínio,
associa-se um mesmo elemento k do seu contradomínio.
O gráfico da função constante é uma reta paralela ao eixo x, passando pelo ponto (0,k).
Dessa forma, o domínio da função é o conjunto dos números reais, D(f)=ℝ, enquanto que
sua imagem é o conjunto unitário Im(f)= k.

3.2 Função polinomial

Definição. Toda função f:ℝ➙ℝ na forma f(x) = a0xn + a1x(n-1) + ... + a(n-1)x + an, é uma função
polinomial de grau n, em que a0,a1,...,a(n-1),an≠0 são os coeficientes.
O grau de uma função polinomial é determinado por meio do grau do polinômio que a
representa. O Quadro abaixo apresenta algumas funções polinomiais, observe:

Nome Forma Grau


Função zero f(x)= 0 Indefinido
Função constante f(x)= k (k≠0) 0
Função do primeiro grau f(x)= ax+b (a≠0) 1
Função do segundo grau f(x)= ax2+bx+c (a≠0) 2

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Função do terceiro grau f(x)= ax3+bx2+cx+d (a≠0) 3



Quadro 3.1: Funções polinomiais. Fonte: a autora, adaptado de Demana et al. (2013, p. 94)

3.3 Função afim

Definição. Toda função f:ℝ➙ℝ na forma f(x)= ax+b, em que a e b são constantes reais, e
a≠0, é uma função afim. Sua lei de formação é baseada em um polinômio do primeiro grau
na variável x.
O gráfico da função afim ou da função do primeiro grau é a reta que passa pelo ponto
(0,b), paralela à reta y= ax. O domínio da função é o conjunto dos números reais, D(f)=ℝ, bem
como a sua imagem, Im(f)=ℝ.
Para a função afim a constante a é o coeficiente angular e representa a variação de y
correspondente a um valor de x igual a 1. Quando a>0 tem-se uma função crescente, enquanto
que quando a<0 a função é decrescente.
A constante b é o coeficiente linear e no gráfico representa a ordenada do ponto de
intersecção da reta com o eixo y, ou seja, no ponto (0,b).
Para a função afim a raiz da função (ou zero da função) representa o valor de x para o
qual a função intercepta o eixo das abcissas. Para obtê-lo em y= ax+b, fazemos y=0, de onde

segue que x = - b .
a

Exemplo 3.1: Para a função f(x) = x - 2, a raiz é igual a x = - (- 2) = 2 . Logo, a intersecção


1
com o eixo x ocorre no ponto (2,0).

Figura 3.1: Representação gráfica da função f(x) = x - 2. Fonte: a autora.

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Anote isso

A função linear e a função identidade são casos particulares da função afim.


Quando b=0 e a>0 tem-se uma função linear:
Definição. Toda função f: ℝ➙ℝ na forma f(x)= ax é uma função linear.
E, quando b=0 e a=1 tem-se uma função identidade:
Definição. Toda função f: ℝ➙ℝ na forma f(x)= x é uma função identidade.

3.4 Função quadrática

Definição. Toda função f: ℝ➙ ℝ na forma f(x)= ax2+bx+c, em que a, b e c são constantes


reais, e a≠0, é uma função quadrática. Sua lei de formação é baseada em um polinômio do
segundo grau na variável x.
A representação gráfica da função quadrática é uma parábola de concavidade para cima
ou para baixo que intercepta o eixo y no ponto (0,c). Os pontos em que a parábola intercepta
o eixo x são as raízes da função quadrática.
E para encontrar o valor de x que é raiz da função precisamos fazer y=0 em y= ax2+bx+c,
e resolver por Bhaskara a equação do segundo grau:
• Quando ∆>0 a função tem duas raízes reais distintas
• Quando ∆=0 a função tem uma raiz real
• Quando ∆<0 a função não possui raiz real
Além disso, de acordo com o sinal do coeficiente a é possível determinar a concavidade
da parábola, tal que para a>0 a concavidade é voltada para cima e para a<0 a concavidade
é voltada para baixo.
Como toda parábola é simétrica em relação à reta paralela ao eixo y que passa pelo seu
vértice este pode ser encontrado da seguinte forma:

Lembrando que quando a concavidade está voltada para baixo, o vértice é o ponto máximo
da parábola, enquanto que quando sua concavidade está voltada para cima, o vértice é o
ponto mínimo.

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O domínio da função quadrática é o conjunto dos números reais, D(f)= ℝ, enquanto que
sua imagem é definida a partir da concavidade da parábola:

• Para a>0, a imagem é Im(f)=

• Para a<0, a imagem é Im(f)=

Exemplo 3.2: Vamos esboçar o gráfico da função f(x)= -x2+10x-14; para isto é importante
conhecermos alguns de seus pontos.
Já sabemos que o gráfico é uma parábola que passa pelo ponto (0,-14).
Para encontrar as raízes da função fazemos:

Logo, a função tem duas raízes reais e distintas, uma vez que ∆>0:

De posse do valor ∆, é possível determinar o vértice:

Assim, podemos concluir que a representação gráfica da função f(x)= x2+10x-14 é uma
parábola com concavidade para baixo, uma vez que a<0, que intercepta o eixo x em dois
pontos: (1,68,0) e (8,32,0) e cujo ponto máximo está em (5,11), conforme apresentado na
Figura 3.2:

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Figura 3.2: Representação gráfica da função x² + 10x - 14. Fonte: a autora.

3.5 Função potência

Definição. Toda função f:ℝ➙ℝ na forma f(x)=k.xn, em que k e n são constantes diferentes
de zero é uma função potência. k é a constante de proporção e n é a potência.

3.6 Função exponencial

Definição. Toda função f: ℝ➙ℝ na forma f(x) = ax, em que a é uma constante positiva e
x é o expoente variável é uma função exponencial.

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Isto acontece na prática

Ambas as funções, potência e exponencial, envolvem uma base e uma potência, no


entanto, apresentam características diferentes.
Sejam as funções f(x) = x2 e g(x) = 2x temos que:
Em f(x) = x2 a base é a variável x e o expoente é a constante 2. f é uma função potência.
Em f(x) = 2x, a base é a constante 2 e o expoente é a variável x. g é uma função
exponencial.

Para a função exponencial, se a>0, então f(x) = ax está bem definida, e tem um valor real
para cada valor real de x, assim D(f)= ℝ. Já a imagem é dada por Im(f)=(0,+∞), uma vez que
o gráfico da função decresce em direção a zero (sem nunca atingi-lo) e cresce sem parar à
medida que o percorremos em um sentido.
Dentre as bases das funções exponenciais a base e tem um importante papel no Cálculo.
Trata-se de um número irracional, cujo valor até a quinta casa decimal é dado por e≈2,71828.

Figura 3.3: Representação gráfica da função f(x) = ex. Fonte: a autora.

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3.7 Função logarítmica

Definição. Toda função f: ℝ➙ℝ na forma f(x) = logax, em que a é uma constante positiva
e a≠1 é uma função logarítmica.
Se a>0 e a≠1, então, a função logarítmica é a inversa da função exponencial, uma vez que
de acordo com a definição de logaritmos, temos que logax = y ↔ ay = x.
Logo, para a função logarítmica, D(f)=(0,+∞), enquanto que a imagem é Im(f)=ℝ.
Assim como para a função exponencial, o logaritmo mais importante é o de base e,
conhecido como logaritmo natural. Comumente, logex é escrito como In x (lê-se: logaritmo
natural). Além disso, logaritmos com base 10 são muito utilizados na ciência da computação,
e, comumente, log10x é escrito como log x (lê-se: logaritmo comum).

Figura 3.4: Representação gráfica da função f(x) = In x. Fonte: a autora.

3.8 Função seno

Definição. Toda função f: ℝ➙ℝ que a cada x∈ℝ faz corresponder o número real y=sen x
é uma função seno.
A função seno é contínua, limitada e periódica (com período igual a 2π). Seu domínio é
D(f)=ℝ, enquanto que sua imagem é Im(f)={y∈ℝ|-1≤y≤1}.
O estudo do sinal e da monotonicidade da função seno, no intervalo de 0 a 2π encontra-
se no Quadro abaixo:

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Intervalo

Sinal Positiva Positiva Negativa Negativa


Monotonicidade Crescente Decrescente Decrescente Crescente
Quadro 3.2: Estudo do sinal e da monotonicidade da função seno. Fonte: a autora.

Figura 3.5: Representação gráfica da função f(x) = sen x. Fonte: a autora.

3.9 Função cosseno

Definição. Toda função f: ℝ➙ℝ que a cada x∈ℝ faz corresponder o número real y=cos x
é uma função cosseno.
Analogamente à função seno, a função cosseno é contínua, limitada e periódica (com
período igual a 2π). Seu domínio é D(f)=ℝ, enquanto que sua imagem é Im(f)={y∈ℝ|-1≤y≤1}.
O estudo do sinal e da monotonicidade da função cosseno, no intervalo de 0 a 2π encontra-
se no Quadro abaixo:

Intervalo

Sinal Positiva Negativa Negativa Positiva


Monotonicidade Decrescente Decrescente Crescente Crescente
Quadro 3.3: Estudo do sinal e da monotonicidade da função cosseno. Fonte: a autora.

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Figura 3.6: Representação gráfica da função f(x) = cos x. Fonte: a autora.

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AULA 4
LIMITES
O objetivo desta aula, caro(a) aluno(a), é darmos uma definição de limite de uma função,
de uma maneira intuitiva e também de uma maneira formal.
Primeiramente, precisamos entender que o termo limite é utilizado para descrever como é
que uma função se comporta quando a variável independente tende a um determinado valor.
Seja a função f(x) = x2 - x + 1 podemos construir uma tabela para observarmos que quando
x está próximo de 2, tanto à esquerda como à direita os valores de f(x) se aproximam de 3.
Isto significa que o limite de f(x) = x2 - x + 1 é 3 quando x tende a 2, ou seja,

x 1,0 1,5 1,9 1,99 2 2,01 2,1 2,5 3


f ( x) 1,0 1,75 2,71 2,97 ? 3,03 3,31 4,75 7,0
Tabela 4.1: Valores tabelados para f ( x) = x 2 - x + 1 .Fonte: a autora.

Assim, caro(a) aluno(a), de maneira informal ou intuitiva dizemos que uma função f tem
limite L quando x tende para a, desde que possamos fazer o valor de f(x) tão próximo quanto
queiramos de L, tomando x suficientemente próximo de a (mas não igual a a). Simbolicamente,
escrevemos como

Em que se lê que “o limite de f(x), quando x tende a a, é igual a L”.


Agora que definimos o limite de uma função de forma intuitiva, vamos à definição formal:

Definição. Se f é uma função definida em um intervalo aberto contendo a (com a possível


exceção em x = a), e seja L um número real, escrevemos . Isto significa que
para todo ε>0, existe um número δ>0 , tal que |f(x)-L|<ε se 0<|x-a|<δ.
Exemplo 4.1: Utilizando a definição de limite, vamos provar que .
Precisamos mostrar que para ε>0 existe δ>0, tal que se 0<|x-2|<δ, então |(2x-3)-1|<ε.
Primeiramente, devemos determinar um valor de δ que verifique a afirmação e, na sequência,
mostrar que a afirmação é válida para aquele δ. Observe que:

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|2x-3-1|<ε
|2x-4|<ε
|2.x-2|<ε
2.|x-2|<ε
ε
|x-2|< ___
2
A última desigualdade nos sugere a escolha do δ. Fazendo δ=ε/2 e observando que se a
última desigualdade da lista é verdadeira, então a primeira também é, e assim, temos que
se 0<|x-2|<δ, então |(2x-3)-1|<ε. Isto significa que .

4.1 Limites laterais

Dizemos que o limite da função f é L quando x tende a a pela direita, desde que tomemos
os valores de x suficientemente próximos de a (mas maiores do que a). Simbolicamente,
escrevemos

Dizemos que o limite da função f é L quando x tende a a pela esquerda, desde que tomemos
os valores de x suficientemente próximos de a (mas menores do que a). Simbolicamente,
escrevemos

Os limites laterais podem ser observados na Figura abaixo:

Figura 4.1: Limites laterais. Fonte: Stewart (2013, p. 85).

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Definição. Se f é uma função definida em um intervalo aberto ]a,b[ e seja L um número


real, escrevemos . Isto significa que para todo ε>0, existe um δ>0, tal que |f(x)-
L|<ε se a<x<a+δ.
Definição. Se f é uma função definida em um intervalo aberto ]a,b[ e seja L um número
real, escrevemos . Isto significa que para todo ε>0, existe um δ>0, tal que |f(x)-
L|<ε se a-δ<x<a.

Anote isso

O limite bilateral existe se, e somente se, ambos os limites laterais (à esquerda e à
direita) existem e são iguais, ou seja:
se, e somente se =

4.2 Calculando limites

Anteriormente, caro(a) aluno(a), nós utilizamos a definição de limite para provar que um
determinado número era limite de uma função. Agora, veremos que ao utilizarmos algumas
propriedades podemos encontrar os limites de uma maneira muito mais simples.
Supondo que k seja uma constate e que os limites e existam e possuam
valores L e M, respectivamente:
e =M

Então, são válidas as seguintes propriedades:


1. Soma:

2. Diferença:

3. Multiplicação por constante:

4. Produto:

5. Quociente:

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6. Potência:

7. Raiz:

Além dessas propriedades, caro(a) aluno(a), devemos nos atentar para três casos específicos:
• Se f é a função identidade f(x) = x, então:

• Se f é a função constante f(x) = k, então:

• Se f é a função potência f(x) = xn, então:

Exemplo 4.2: Utilizando as propriedades de limites, vamos calcular 4x2 +2x -1:
4x2 +2x -1 = 4. (2)2+2.(2)-1
=4. 4+4-1
=16+3
=19
Perceba, caro(a) aluno(a), que o limite da função f(x) = 4x2 + 2x - 1 foi obtido a partir da
substituição direta. Esta propriedade é enunciada da seguinte forma:
Propriedade de substituição direta: Se f for uma função polinomial ou racional e a estiver
no domínio de f , então f(a) .
Exemplo 4.3: Utilizando as propriedades de limites vamos calcular :

Essas funções que possuem a propriedade de substituição direta são chamadas de


contínuas e serão estudadas com mais profundidade na Aula 5. No entanto, atente-se, caro(a)
aluno(a), que nem todos os limites podem ser calculados pela substituição direta.

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4.3 Cálculo de limites com expressões indeterminadas

Algumas expressões como:

São chamadas de indeterminadas. E, quando nos deparamos com tais expressões, a


priori, nada podemos concluir acerca delas.
Exemplo 4.4: Sejam f(x) = x3 e f(x)= x2 por definição temos que , e que

A partir do exemplo anterior, caro(a) aluno(a) podemos perceber que a definição do limite
do quociente entre as funções foi possível, apenas a partir do conhecimento dos valores
específicos de cada função.
Vamos agora ver um exemplo em que é necessário cálculos algébricos.
Exemplo 4.5: Seja a função , se quisermos encontrar o limite quando x➙ -2,
então, primeiramente, precisamos fatorar numerador e denominador, e na sequência fazer
as possíveis simplificações:

4.4 Teorema do Confronto

O Teorema do Confronto nos diz que se f(x)≤g(x)≤h(x) para todo x em um intervalo aberto
contendo a, exceto em x = a, e , então, .

Exemplo 4.6: Vamos provar que , utilizando o Teorema do Confronto. Para


isto, precisamos encontrar uma função f(x) menor que e uma função h(x) maior
que .
Sabendo que a função seno é limitada, então:

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Tomando os limites de f(x) e de h(x) quando x➙0, obtemos que:

Isto significa que:

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AULA 5
LIMITES INFINITOS E LIMITES NO
INFINITO

Caro(a) aluno(a), até o momento estudamos situações de limite de uma função quando
x se aproxima de um número real a. Agora, vamos conhecer os limites infinitos e limites no
infinito.

5.1 Limites infinitos e assíntotas verticais

As expressões e significam que os valores de f(x) vão ficando


cada vez maiores quando x tende a a pela esquerda ou pela direita. E, se ambas forem
verdadeiras, então .
Analogamente, as expressões e significam que os valores
de f(x) vão ficando cada vez menores quando x tende a a pela esquerda ou pela direita. E,
se ambas forem verdadeiras, então .
Definição. Se f é uma função definida em um intervalo aberto contendo a (exceto
possivelmente no próprio a), escrevemos . Isto significa que para todo N>0,
existe um δ>0, tal que 0<|x-a|<δ se f(x) > N.
Definição. Se f é uma função definida em um intervalo aberto contendo a (exceto
possivelmente no próprio a), escrevemos . Isto significa que para todo N<0,
existe um δ>0, tal que 0<|x-a|<δ se f(x) < N.
A Figura abaixo representa graficamente o que acontece quando ocorrem as situações
descritas acima. Note, caro(a) aluno(a), que a reta x = a é denominada de assíntota vertical
da curva y = f(x).

Figura 5.1: Limites infinitos. Fonte: Anton et al. (2007, p. 110).

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Definição. A reta x=a é uma assíntota vertical do gráfico da função f se ou


.

Exemplo 5.1: Encontre e .

Para a primeira função temos que se x está próximo a 3, mas é maior que 2, então
.

Para a segunda função temos que se x está próximo a 3, mas é menor que 2, então
.

A Figura 5.2 ilustra a curva f ( x) = 2 x . Note, caro(a) aluno(a), que a reta x= 3 é uma
x- 3
assíntota vertical, uma vez que é a reta vertical da qual o gráfico se aproxima ao mesmo
tempo que aumenta ou diminui sem limite.

2x
Figura 5.2: Representação gráfica de f ( x) = . Fonte: a autora.
x- 3

5.2 Limites no infinito e assíntotas horizontais

Até o momento, caro(a) aluno(a), estudamos limites de uma função quando x se aproxima
de um número real a. No entanto, existem casos em que queremos verificar como é que
uma determinada função se comporta quando x cresce ou decresce infinitamente.
Dizemos que quando podemos obter valores para f(x) tão próximos de L
quanto quisermos, à medida que x cresce sem parar.

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Analogamente dizemos que quando podemos obter valores para f(x) tão
próximos de L quanto quisermos, à medida que x decresce sem parar.
Definição. Seja f uma função definida em algum intervalo (a,+∞). Então ;
significa que os valores de f(x) ficam arbitrariamente próximos de L tomando x suficientemente
grande.
Definição. Seja f uma função definida em algum intervalo (-∞,a). Então ;
significa que os valores de f(x) ficam arbitrariamente próximos de L tomando x suficientemente
grande em valor absoluto, mas negativo.
Especificamente, no cálculo de limites no infinito, precisamos nos atentar para dois casos:

• , uma vez que ao tomarmos x grande o suficiente, f(x) tende a zero;

• , uma vez que ao tomarmos x grande o suficiente, f(x) tende a infinito. Analogamente,
.

Definição. Se f é uma função definida em um intervalo ]a,∞[, e seja L um número real,


escrevemos . Isto significa que para todo ε>0, existe um N>0, tal que L-ε<f(x)<L+ε
se x>N.

x
Exemplo 5.2: Para determinarmos , precisamos manipular a função f ( x) =
x+ 1
algebricamente, dividindo todos os termos por x:

Na representação gráfica de y = x é possível notar uma assíntota horizontal em y=1


x+ 1
e uma assíntota vertical em x= -1:

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x
Figura 5.3: Representação gráfica de f ( x) = . Fonte: a autora.
x+ 1

Definição. A reta y=b é uma assíntota horizontal do gráfico da função f, se


ou .

Anote isso

“O comportamento final de uma função racional coincide com o comportamento final do


termo de maior grau do numerador dividido pelo termo de maior grau do denominador”.
Fonte: Anton et al. (2007, p. 127).

2x2 + 1
Exemplo 5.3: Seja a função f ( x) = vamos determinar as assíntotas horizontais
3x - 5
e verticais:

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Isto significa que a reta y = 2 é uma assíntota horizontal.


3
No cálculo do limite quando x➙ -∞, devemos nos lembrar que para x<0, temos que
√x2 = |x| = -x. Assim, quando dividimos o numerador por x, para x<0, obtemos:

1 1
2 x2 + 1 = - 2 x2 + 1
x x 2

1
=- 2+
x2

Logo,

2
Isto significa que a reta y = - também é uma assíntota horizontal.
3
Quanto à assíntota vertical a mesma deve ocorrer quando o denominador for igual a

5 5
zero, tal que
3 x - 3x-5=0➙x=
5 = 0 Þ x = . Se x estiver
3 x -próximo
5 = 0 Þ de
x= e x > 5 , então o denominador está
3 3 3
próximo de 0 e 3x - 5 é positivo. O numerador √2x2 + 1 é sempre positivo e, portanto, f(x)é
positivo. Assim:

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5
Se x estiver
3 x -próximo
5 = 0 Þ de
x= e x < 5 , então 3x - 5 é menor que zero e, portanto, f(x) é muito
3 3
grande em valor absoluto (porém negativa). Assim:

Isto significa que a assíntota vertical é x = 5 .


3
As assíntotas encontram-se ilustradas na Figura abaixo:

Figura 5.4: Representação gráfica de f ( x) =


2 x 2 + 1 . Fonte: a autora.
3x - 5

5.3 Limites infinitos no infinito

A notação é utilizada para indicar que os valores de f(x) se tornam grandes


quando x se torna grande. Para os seguintes símbolos significados análogos são dados:
, e .

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x2 + x
Exemplo 5.4: Vamos encontrar o limite da função f ( x) = quando x➙∞.
3- x

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AULA 6
CONTINUIDADE

Em funções contínuas nós assumimos que os valores de saída variam continuamente,


de acordo com os valores de entrada. Isto significa que os valores não saltam de um para
o outro.
Informalmente, dizemos que uma função é contínua quando formos capazes de traçar o
seu gráfico sem levantar o lápis do papel.
Definição. Uma função f(x) é contínua em um número a se .

Assim, uma função f é dita contínua em x = a, se f(a) está definida e existe. Além
disso, de acordo com Thomas et al. (2012), para definirmos a continuidade em um ponto
do domínio de uma função é necessário definirmos a continuidade em um ponto interior e
em um ponto extremo:
• Ponto interior: uma função y = f(x) é contínua em um ponto interior a, se
• Extremidade: uma função y = f(x) é contínua na extremidade esquerda ou é contínua na
extremidade direita, se ou , respectivamente.

Definição. Uma função f é contínua à direita em um número a se efé


contínua à esquerda em a se .

É importante destacar, caro(a) aluno(a), que se uma função f não for contínua em um ponto
a, então dizemos que a função é descontínua em a, em que a é o ponto de descontinuidade.
A Figura abaixo ilustra alguns casos de pontos de descontinuidade, observe:

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Figura 6.1: Alguns pontos de descontinuidade. Fonte: Demana et al. (2013, p. 74).

Exemplo 6.1: Se existirem vamos determinar os pontos nos quais as funções são
descontínuas:
i)


ii)


Para verificarmos em quais pontos as funções são descontínuas precisamos calcular o

x2 - 1
limite da função f ( x) = quando x➙1:
x- 1

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Ao plotarmos os gráficos é possível notar que em i) ; isto significa que a


função é descontínua no ponto x = 1. Por outro lado, em ii) ; logo a função
é contínua em todos os pontos.

2
Figura 6.1: Representação gráfica de f ( x) = x - 1 para os casos i) e ii). Fonte: a autora.
x- 1

6.1 Propriedades da continuidade

As propriedades da continuidade são resultantes das propriedades dos limites discutidas


nas aulas anteriores.
Se f e g são funções contínuas no ponto a, e k é uma constante, então as seguintes
funções também serão contínuas no ponto a:
• Uma das funções multiplicadas pela constante k : k.f(x) :
• A soma das funções: f(x) + g(x)
• A diferença das funções: f(x) - g(x)
• O produto das funções: f(x).g(x)

f ( x)
• O quociente das funções: , desde que g(x)≠0
g ( x)

Isso implica que as funções polinomiais são contínuas para qualquer valor de x e que as
funções racionais são contínuas em todos os pontos de seu domínio.
Teorema. a) Qualquer polinômio é contínuo em toda a parte; ou seja, é contínuo em
ℝ= (-∞,∞). b) Qualquer função racional é contínua sempre que estiver definida, ou seja, é
contínua em seu domínio.

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Exemplo 6.2: Vamos encontrar .

x3 + 5 x 2 + 4
A função f ( x) = é racional e por definição é contínua em seu domínio
5 - 3x

Assim,

Teorema. Se f é contínua em a e g é contínua em f(a), então, a função composta gOf é


contínua no ponto a.
Exemplo 6.3: Vamos verificar onde a função h(x) = cos(1+x2) é contínua.
Temos que h(x) = f(g(x)), em que g(x) = 1 + x2 e f(x) = cos x. Mas f é uma função polinomial,
logo, é contínua em ℝ e g é uma função trigonométrica, também contínua em ℝ. Portanto,
implica que h(x) = cos(1+x2) é contínua em ℝ.

6.2 Teorema do valor intermediário

Definição. Se f for uma função contínua em um intervalo fechado [a,b] e N for um número
qualquer entre f(a) e f(b), em que f(a)≠f(b), então existe um número c em (a,b), tal que f(c) = N.
O Teorema do valor intermediário encontra-se ilustrado na Figura abaixo, em que observamos
que o valor N pode ser assumido uma vez (a) ou mais de uma vez (b).

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Figura 6.2: Teorema do Valor Intermediário. Fonte: Stewart (2013, p. 115).

Exemplo 6.4: Vamos mostrar que existe uma raiz da equação 4x3 - 6x2 + 3x -2 = 0 entre
1 e 2.
Considerando a função f(x) = 4x3 - 6x2 + 3x -2 estamos interessados em um número c
entre 1 e 2, tal que f(c) = 0. Tomando a = 1, b = 2 e N = 0, temos que:

f(1)=4.(1)3 - 6.(1)2 + 3.(1) - 2 = 4 - 6 + 3 - 2 = - 1 < 0


f(2)=4.(2)3 - 6.(2)2 + 3.(2) - 2 = 32 - 24 + 6 - 2 = 12 > 0

Logo, f(1) < 0 < f(2), ou seja, N = 0 é um número entre f(1) e f(2).
Como a função f é contínua por ser um polinômio, então, de acordo com o Teorema do
Valor Intermediário, existe um número c entre 1 e 2 tal que f(c) = 0, ou seja, a equação 4x3
- 6x2 + 3x -2 = 0 tem ao menos uma raiz c no intervalo (1,2).
Uma vez que

f(1,2)=4.(1,2)3 - 6.(1,2)2 + 3.(1,2) - 2 = 6,912 - 8,64 + 3,6 - 2 = -0,128 < 0


f(1,3)=4.(1,3)3 - 6.(1,3)2 + 3.(1,3) - 2 = 8,788 - 10,14 + 3,9 - 2 = 0,5418 > 0

Então, uma raiz deve estar entre 1,2 e 1,3.


Por meio de tentativa e erro, uma calculadora fornece:

f(1,22)=4.(1,22)3-6.(1,22)2+3.(1,22)-2=7,2634-8,9304+3,66-2=-0,007<0
f(1,23)=4.(1,23)3-6.(1,23)2+3.(1,23)-2=7,4435-9,0774+3,69-2=0,0561>0

Isto significa que uma raiz está no intervalo (1, 22, 1, 23).

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AULA 7
DERIVADAS

Caro(a) aluno(a), vamos iniciar nossos estudos sobre derivadas com um problema
geométrico que motivou muitas das ideias básicas do Cálculo, conhecido como problema
da Reta Tangente, o qual consiste na determinação da reta tangente em um ponto específico
de uma curva.
Considerando a curva representada na Figura 7.1, dada pela equação y = f(x), a inclinação
da reta secante PQ será dada por:

f ( x) - f (a)
mPQ =
x- a

Figura 7.1: Reta tangente à curva y = f ( x ) . Fonte: Stewart (2013, p. 131).

Se a inclinação mPQ da reta secante por P e Q tender a um limite quando x➙a, então, esse
limite será considerado como a inclinação mPQ da reta tangente em P.

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Definição. A reta tangente à curva y = f(x) no ponto P (a,f(a)) é a reta que passa por P com
inclinação , sempre que o limite existir.
A equação da definição acima, caro(a) aluno(a), também pode ser expressa como
, se h = x - a.

Anote isso

A equação da reta que passa por um ponto P (x0, y0) com inclinação m é da forma
y-y0=m.(x-x0).
Fonte: Swokowski (1983).

Exemplo 7.1: Vamos encontrar a equação da reta tangente à curva y = x2 - 4 no ponto


P(3,5). Para isto vamos considerar a = 3 e f(x) = x2 - 4, tal que:

Logo, a equação da reta tangente à curva y = x3 - 4 no ponto P(3,5) é:

y-5=6.(x-3)
y-5=6x-18
y=6x-13

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A parábola e sua tangente encontram-se ilustradas na Figura 7.2, observe:

Figura 7.2: Reta tangente à curva y = x² - 4 no ponto P (3,5) . Fonte: a autora.

Definição. A função f ' definida pela fórmula é denominada de


derivada de uma função f em relação a x, se o limite existir.

A derivada de f em a representa geometricamente a inclinação da reta tangente ao gráfico


de f no ponto de abcissa de a. Uma segunda interpretação é que a derivada f '(a) é a taxa
instantânea de variação de y = f(x) em relação x a quando x = a.

Exemplo 7.2: Vamos encontrar a derivada da função f(x) = x3 - x:

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7.1 Outras notações para as derivadas

Denomina-se de derivação ou diferenciação o processo de encontrar a derivada de uma


função y = f(x). Quando a variável independente for x, a operação costuma ser denotada por:

df dy d
f '( x) = y ' = = = [ f ( x)]= Dx f ( x)
dx dx dx

Em grande parte do texto, vamos utilizar a notação f '(x) para representar a derivada.
Embora, em algumas situações, até mesmo por questões didáticas, utilizaremos também

df
a notação dx .

d
Atente-se, caro(a) aluno(a), que os símbolos D e dx são chamados de operadores diferenciais,
uma vez que eles indicam a operação de diferenciação, ou seja, o processo de cálculo de
uma derivada.
Além disso, lembre-se que “uma função f é dita derivável ou diferenciável em a, se f '(a)
existir. É derivável ou diferenciável em um intervalo aberto (a,b) [ou (a,∞) ou (-∞,a) ou (-∞,∞)]
se for diferenciável em cada número do intervalo” (STEWART, 2013, p. 143).

Anote isso

Funções contínuas não são necessariamente deriváveis! É possível construir uma função
que é contínua em todos os pontos, mas que não é derivável em nenhum deles. Como
exemplo, podemos citar as funções de Weierstrass (HARDY, 1916) e também o floco
de neve de Koch.
Fonte: Addison (1997).

7.2 Técnicas de diferenciação

Caro(a) aluno(a), conforme vimos no Exemplo 7.2, o cálculo da derivada de uma função
como um limite pode ser um tanto quanto trabalhoso na prática por isso, existem algumas
técnicas de diferenciação que nos possibilitam calcular a derivada de uma função de uma
forma muito mais simples, observe:

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Derivada da função constante

Se f ( x) = k , df = d [k ] = 0
dx dx

Derivada da função potência

Se f ( x) = x n , df = d [ x n ] = nn×.xxn- n-1
1

dx dx

Derivada de uma constante multiplicada por uma função

Se gg(g(gx(x()x)x= .kf×f×(f(fx(x(),x),x),),dg
)=)==kkk××
dg
dg
dg dddd
k.×× [[f[f[(f(fx(x()x)]x])=
====kkk×× ]]==kkk××kg×g.×g'(g'(x'(x'()x)x))
)=
dx
dx
dx
dx dx
dx
dx
dx

Derivada da função soma

Se h( x) = f ( x) + g ( x), dh = d [ f ( x) + g ( x) ]= d [ f ( x) ]+ d [g( x) ]
dx dx dx dx

Derivada da função diferença

Se h( x) = f ( x) - g ( x), dh = d [ f ( x) - g ( x) ]= d [ f ( x) ]- d [g( x) ]
dx dx dx dx

Exemplo 7.3: Vamos encontrar a derivada de y = x4 + 3x2 + 5x - 3, utilizando as técnicas


de diferenciação estudadas até o momento:

d 4
y'=
dx
(x + 3x 2 + 5 x - 3)
= 4 x3 + 6 x + 5

Regra do produto

dhdh
dhdh
dhddddd ddddd ddddd
Se hh(h(xh(x)h(x)=x()=x)=)= (f(xf(x)f(x)×.x()×
f f= gx)×
g(×
)(xg
g g.x)×
×(x),g(x),x(),x),), =====[[f[f([f(x[f(x)f(x)×x()× g(× ×(x)g(x)]x]()==
)(xg
g ])=f]f=(f(xf(x)f(x)×x()×x)×.×) [×[gg[(g[(xg[(x)g(x)]x]+
]x)= ]x)+])+]+[[f[f([f(x[f(x)f(x)]×
()+ x]()×
]x)×
g g](x.g
g])(× ×(x)g(x)x() x) )
dx
dx
dx
dx
dxdx
dx
dx
dx
dx dx
dx
dx
dx
dx dx
dx
dx
dx
dx

Exemplo 7.4: Vamos encontrar a derivada de y=(x5-x) . (2x+3) utilizando a regra do produto:

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Regra do quociente
Se

4x2 - 1
Exemplo 7.5: Vamos encontrar a derivada de y = utilizando a regra do quociente:
x+ 2

Regra da cadeia
Se

Exemplo 7.6: Seja y = cos(x2), vamos encontrar a sua derivada utilizando a regra da cadeia:

Perceba, caro(a) aluno(a), que a regra da cadeia é utilizada quando queremos obter a
derivada de funções compostas. De forma equivalente, na notação de Leibniz, se y = f(u) e
u = g(x) forem funções deriváveis, então:

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Exemplo 7.7: Vamos encontrar a derivada de y = √x2 + 2 utilizando a regra da cadeia com
a notação de Leibniz, considerando y = √u em que u = x2 + 2:

7.3 Derivadas de funções logarítmicas e funções exponenciais

Caro(a) aluno(a), lembra-se que na Aula 2 nós trabalhamos com as funções exponenciais
e logarítmicas? Por definição, as suas derivadas são dadas por:

• Se

• Se

• Se

• Se

• Se

Exemplo 7.8: Vamos encontrar a derivada de y = e3x. Para isto, precisamos considerar
y=eu em que u = 3x, logo, utilizando a regra da cadeia, obtemos:

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7.4 Derivadas das funções trigonométricas

Para as funções trigonométricas, que também estudamos na Aula 2, as derivadas são


dadas por:

• Se f ( x) = sen x, df = d [ sen x] = cos x


dx dx
• Se f ( x) = cos x, df = d [cos x] = - sen x
dx dx

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AULA 8
DERIVADAS DE ORDENS
SUPERIORES E DERIVAÇÃO
IMPLÍCITA

Caro(a) aluno(a), dando continuidade às derivadas, nesta aula vamos estudar as derivadas
de ordens superiores e a derivação implícita. Vamos lá?

8.1 Derivadas de ordens superiores

Por definição, a derivada f ' de uma função f é uma nova função que pode ter sua própria
derivada.
Definição. Seja f uma função derivável. Se f ' também for derivável, então a sua derivada

d2 f
é chamada de derivada segunda de f e é representada por f "(x) ou .
dx 2

Assim, a derivada de f ' é f " (segunda derivada de f); a derivada de f " é f "' (terceira derivada
de f); e assim por diante até que possamos obter uma derivada de enésima ordem, denotada
por:

dny dny
= f (n)
( x ) = [ f ( x)]
dx n dx n

Exemplo 8.1: Vamos obter a quinta derivada de f(x) = x4 +2x3 - 4x2 + 2x - 8:

d 4
f '( x) =
dx
( x + 2 x3 - 4 x 2 + 2 x - 8)

= 4 x3 + 6 x 2 - 8 x + 2
d
f ''( x) =
dx
( 4 x3 + 6 x 2 - 8 x + 2)

= 12 x 2 + 12 x - 8
d
f '''( x) =
dx
(12 x 2 + 12 x - 8)
= 24 x + 12

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d
f ''''( x) = (24 x + 12)
dx
= 24
d
f '''''( x) = (24)
dx
=0

Atente-se, caro(a) aluno(a), que as derivadas de ordem superior também podem ser
expressas das seguintes formas:

E assim por diante.


Exemplo 8.2: O exemplo mais famoso de uma derivada de segunda ordem é a aceleração.
Sabendo que se derivarmos a função horária da posição de um objeto que se move em uma
reta encontramos a velocidade, e se derivarmos novamente, encontramos a aceleração,
então, significa que a aceleração é a segunda derivada da posição:

Dessa forma, considerando uma partícula se movendo sobre um eixo horizontal, cuja
posição é dada por:

S(t) = t2

Então, a aceleração no instante t é dada por:

Significa que a aceleração é constante e igual a 2.

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8.2 Derivação implícita

Caro(a) aluno(a), antes de nós estudarmos a derivação implícita precisamos definir uma
função na forma implícita. Considerando a equação F(x,y) = 0, dizemos que a função y=f(x) é
definida implicitamente pela equação, se ao substituirmos y por f(x) em F(x,y) = 0, a equação
se transformar em uma identidade.
Até o momento, caro(a) aluno(a), estudamos as funções deriváveis da forma y = f(x), em
que a variável y estava explicitamente expressa em termos da variável independente x. No
entanto, também pode haver casos em que a variáve y está implicitamente expressa em
termos da variável x. Veja os exemplos abaixo:

x2
x3 + y3 + 2xy = 1, + y 2 = 4 ou tg(xy) = x + y
2

Sempre que não for possível reescrever a variáve y = y(x), diremos que para essas equações,
define-se uma relação implícita entre as variáveis x e y. Nestes casos, seremos capazes de

dy
determinar a derivada baseados nessas equações, mesmo sem reescrevermos uma
dx
dy
variável em função da outra. dx é o que chamaremos de derivada implícita.
O método da derivação implícita, caro(a) aluno(a), consiste em derivar os dois lados da

equação com relação a variável x, e ao final, resolver a equação resultante para y ' = dy .
Veja os exemplos abaixo: dx

Exemplo 8.3: Utilizando a derivação implícita, vamos obter a derivada de y 2-x=1,


primeiramente, derivando os termos da equação em relação a x:

d 2 d
( y - x) = (1)
dx dx
d 2 d d
(y )- ( x) = (1)
dx dx dx
d 2
(y )- 1= 0
dx

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d 2
Considerando que y = y(x), então, podemos calcular a derivada ( y ) , usando a regra
dx
da cadeia, ou seja:

d 2 dy
dy
( y ) dx - 1 = 0
dy
2y - 1= 0
dx
dy
2y = 1
dx
dy 1
=
dx 2 y

Exemplo 8.4: Utilizando a derivação implícita, vamos obter a derivada de x5 + y4 + 9xy, da


mesma forma como fizemos no Exemplo anterior:

Exemplo 8.5: A curva cúbica x3 + y3 + 4xy é conhecida como Folium de Descartes. Utilizando
a derivação implícita podemos determinar a equação da reta tangente a essa curva no ponto
(-2, -2):

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Figura 8.1: Equação da reta tangente a essa curva cúbica x 3 + y 3 + 4 xy = 0 no ponto (-2,-2). Fonte: a autora.

A partir da Figura acima é fácil notar que o ponto (-2, -2) está sobre a curva, uma vez que:

x3+y3+4xy=0
(-2)3+(-2)3+4.(-2).(-2)=0
-8-8+16=0
0=0

Para determinarmos a inclinação da reta tangente à curva no ponto (-2, -2), precisamos
utilizar a derivação implícita, tal que:

Substituindo as coordenadas do ponto (-2, -2) na derivada acima encontrada temos que:

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Desta forma, a equação da reta tangente é dada por:

y-y0=m.(x-x0)
y-(-2)=-1.(x-(-2))
y+2=-x-2
y=-x-2-2
y=-x-4

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AULA 9
APLICAÇÕES DAS DERIVADAS

Nesta aula, veremos algumas das aplicações das derivadas, como encontrar os pontos
extremos de uma função e também a regra de L’Hôpital, que nos auxilia no cálculo de limites.

9.1 Máximos e mínimos de uma função

Em várias situações cotidianas queremos saber quando é que uma função y = f(x) atinge
o seu máximo ou o seu mínimo. Para exemplificar, vamos supor que uma determinada
empresa produz calculadoras; claramente ela quer fabricar seu produto no menor custo
possível e vendê-lo ao maior lucro possível.
Dizemos que uma função f(x) tem um ponto de máximo local no ponto c se f(c)≥f(x) para
todo x próximo a c, ou seja, próximo ao ponto c não tem nenhum outro ponto x de tal forma
que a função f(x) seja maior que f(c). Por outro lado, se f(c)≤f(x) para todo ponto x próximo
a c dizemos que c é um ponto de mínimo local, uma vez que perto do ponto c a função não
terá nenhum outro ponto x de forma que f(x) seja menor que f(c).
Atente-se, caro(a) aluno(a), que se o ponto c é um ponto de máximo ou mínimo local da
função f(x), então, dizemos que este ponto é um extremo local da função.
Considerando a função dada por f(x) = - x4 + 4x2 - 1, a partir da sua representação gráfica
(Figura 9.1), é possível perceber que a mesma apresenta dois pontos de máximo local e um
de mínimo local.

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Figura 9.1: Pontos de máximo e mínimos locais da função f ( x) = - x 4 + 4 x 2 - 1 . Fonte: a autora.

Os pontos de máximo local ocorrem em x = ±√2, enquanto que o ponto mínimo local
ocorre em x = 0.
Nos casos em que o extremo da função (seja ele máximo ou mínimo) é o maior (ou o
menor) valor da função em todo o seu domínio, então o ponto será chamado de máximo
(ou mínimo) global.
Mas você sabe encontrar os pontos extremos de uma função? Veremos ao longo do
texto que nos pontos extremos locais e globais das funções deriváveis, a inclinação da reta
tangente é nula, ou seja, se c é um ponto de máximo (ou mínimo), então f '(c) = 0.
Teorema de Fermat: Se f tiver um máximo ou um mínimo local em c e se f '(c) existir,
então f '(c) = 0.
Vamos voltar à função que vimos anteriormente: f(x) = - x4 + 4x2 - 1.
A sua derivada é dada por:
f '(x)= 4x3 + 8x
Para encontrarmos as raízes, precisamos igualar a derivada a zero e assim:
-4x3+8x=0
x.(-4x2+8)=0
Para que o produto seja nulo ou x = 0 ou -4x2 + 8 = 0. Para este segundo caso, temos que:
-4x2+8=0➙x=±√2
Isto significa que os pontos x = 0 e x = ±√2 são os zeros da função derivada e, portanto,
os extremos locais da função.

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Definição. Os pontos no qual f '(c) = 0 são chamados de pontos críticos da função f e


são possíveis candidatos à extremos da função.
No entanto, atente-se,caro(a) aluno(a), que “os únicos pontos do domínio em que uma
função pode assumir valores extremos são os pontos críticos e as extremidades (...) Uma
função pode ter um ponto crítico em x = c sem apresentar um valor extremo local nesse
ponto” (THOMAS et al., 2012, p. 215).

9.1.1 Teste da primeira e da segunda derivada

Por definição, a primeira e a segunda derivadas de uma função podem nos trazer importantes
informações sobre seu comportamento. A primeira derivada se relaciona com o crescimento
da função, enquanto que a segunda derivada se relaciona com a concavidade.
Teste da primeira derivada: dada uma função f(x) com primeira derivada contínua; se
a primeira derivada é positiva, f '(x) > 0, para todo x pertencente a um intervalo qualquer Ι,
então a função é crescente neste intervalo. Além disso, se a derivada é negativa, f '(x) > 0,
para todo x∈J, então, a função é decrescente em J.
Exemplo 9.1: Vamos determinar os intervalos de crescimento e de decrescimento de
f(x)=x3 - 2x2 + x + 2. Para isto, primeiramente, precisamos derivar a função:

d 3
f '( x) =
dx
(x - 2 x 2 + x + 2)= 3x 2 - 4 x + 1

Fazendo f '(x) = 0, obtemos que:

1
3 x 2 - 3x
4 x2-4x+1=0➙x=
+ 1= 0 Þ x = ;;x=1
x= 1
3
Ou seja, x = 1 e x = 1 são os pontos críticos da função.
3

Fazendo um estudo da variação do sinal de f ' temos que:

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1 1
Isto significa que f é crescente em --∞
¥ < x < , decrescente em < x < 1 e crescente
3 3
em 1<x<∞.

Teste da primeira derivada – Extremos: seja c um ponto crítico da função f(x), então:
• Se o sinal de f ' mudar de positivo para negativo em c, então f tem um máximo local em c;
• Se o sinal de f ' mudar de negativo para positivo em c, então f tem um mínimo local em c;
• Se f ' não mudar de sinal em c (isto é, f 'é positivo ou negativo em ambos os lados de
c), então f não tem máximo ou mínimo locais em c.

Exemplo 9.2: Para a função f(x) = x3 - 2x2 + x + 2 do exemplo anterior, observando a


variação do sinal de f ' e aplicando o teste da primeira derivada, podemos examinar os dois
pontos críticos de f para um extremo local:

• Para o ponto crítico x = 1 , verificamos que f '(x) muda de sinal de positivo para negativo
3
quando passamos por x = 1 da esquerda para a direita; logo, um máximo local ocorre em
3
1
x= ;
3
• Para o ponto crítico x = 1, verificamos que f '(x) muda de sinal de negativo para positivo
quando passamos por x = 1 da esquerda para a direita; logo, um mínimo local ocorre em x = 1;
A Figura 9.2 representa graficamente estas conclusões:

Figura 9.2: Representação gráfica da função f ( x) = x3 - 2 x 2 + x + 2 . Fonte: a autora.

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Teste da segunda derivada - Concavidade: dada uma função f(x) com segunda derivada
contínua; se a segunda derivada é positiva, f n(x)>0 para todo x pertencente a um intervalo
qualquer Ι, então a função é côncava para cima em Ι. Além disso, se a derivada é negativa,
f n(x)<0, para todo x∈J, então, a função possui concavidade para baixo em J.
Exemplo 9.3: Vamos estudar a concavidade da função f(x) = x3 + 5x2 - 1. Para isto,
precisamos encontrar a primeira e a segunda derivada:

d 3
f '( x) =
dx
(x + 5 x 2 - 1)= 3x 2 + 10 x
d
f ''( x) =
dx
(3x 2 + 10 x)= 6 x + 10

Fazendo f n(x) = 0, obtemos que:

5
6 x +6x+10=0➙x=
10 = 0 Þ x = -
3

Fazendo um estudo da variação do sinal de f n temos que:

5
Isto significa que f tem a concavidade para baixo em
- ¥-∞<x<
< x< - e f tem a concavidade
3
para cima em - 5 < x < ∞.
¥
3
Quando x = - 5 a concavidade de f muda de sentido e assim, é um ponto
3
de inflexão.

Anote isso

Quando a segunda derivada da função no ponto c é nula, ou seja, f n(c) = 0 então,


dizemos que c é um ponto de inflexão, um ponto em que se muda a concavidade.
Fonte: Thomas et al. (2012).

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Teste da segunda derivada - Extremos: supondo que f n seja contínua em um intervalo


aberto que contenha x = c:

• Se f '(c) = 0 e f ''(c) < 0, então c é um ponto de máximo local;


• Se f '(c) = 0 e f ''(c) > 0, então c é um ponto de mínimo local;
• Se f '(c) = 0 e f ''(c) = 0, então nada se pode concluir sobre o ponto c. Isto significa que
a função f pode ter uma máximo local, um mínimo local ou nenhum dos dois.

Exemplo 9.4: Vamos encontrar os extremos locais de f(x) = x3 + 5x2 - 1, aplicando o teste
da segunda derivada. Já sabemos que f '(x) = 3x2 + 10x, logo, f '(x) é nulo quando:

10
3x23+10x =x0➙x=
x 2 + 10 Þ x= - ;;x=0
x= 0
3

Ou seja, x = - 10 e x = 0 são os pontos críticos da função.


3
Também já sabemos que a segunda derivada da função é dada por f ''(x) = 6x + 10.
Calculando seus valores nos pontos críticos, concluímos que:

; significa que f tem um máximo local

em - 10
3

f ''(0)= 6 .×(0)+ 10 = 10 > 0 ; significa que f tem um mínimo local em 0.

A Figura 9.3 representa graficamente estas conclusões:

Figura 9.3: Representação gráfica da função f ( x) = x3 + 5 x 2 - 1 . Fonte: a autora.

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9.2 Regra de L’Hôpital

A Regra de L’Hôpital nos permite facilmente resolver limites de formas indeterminadas,

dos tipos 0 e .
0

Regra de L’Hôpital: sejam f e g funções deriváveis em um intervalo aberto Ι que contém a

f ( x)
(exceto possivelmente em a), se g'(x)≠0 para todo x≠a, e se toma a forma indeterminada
g( x)
0
ou em x = a, então:
0

f '( x)
Desde que tenha um limite ou torne-se infinito quando x➙a.
g'( x)

Exemplo 9.5: Utilizando a regra de L’Hôpital, vamos determinar :

Como visto no Exemplo anterior, atente-se, caro(a) aluno(a), que quando usamos a regra
de L’Hôpital nós derivamos numerador e denominador separadamente, ou seja, não usamos
a regra do quociente. Veja mais um Exemplo abaixo:

Exemplo 9.6: Utilizando a regra de L’Hôpital, vamos determinar :

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No Exemplo acima, tínhamos uma indeterminação do tipo , e tivemos de aplicar a


regra de L’Hôpital várias vezes, com vistas a determinar .

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AULA 10
FÓRMULA DE TAYLOR

Caro(a) aluno(a), a fórmula de Taylor é um método de aproximação de uma função por


um polinômio, com um erro possível de ser estimado.
Definição. Considerando f: I➙ℝ uma função que admite derivadas até ordem n em um
ponto c do intervalo Ι, o polinômio de Taylor de ordem n de f no ponto c, denotado por Pn(x)
é dado por:

f f''(f''(
cf)''(c''(
)c)c) f (fn )(fn(f()cn(())cn())c()c) n n n n
PnP(nPx(nP)x(n=)x(=
)x)=
f=
(fc(f)cf(+)c(+)cf+ ) + ×(×x(.×-x(×x-(cx-)c-2)c+2)c+
) +f'(cf'()fc'(×).c'((×)cx(×)-x(×x-(cx-)c-+)c+)c+ 22
)...+...
+...+...++ ×(×x(×-x.(×x-(cx-)c-)c)c)
2!2!2!2! n !n n! n! !

Observe, caro(a) aluno(a), que no ponto x = c, Pn(c) = f(c).


Exemplo 10.1: Vamos determinar o polinômio de Taylor de ordem 3 da função f(x) = ex
no ponto c = 0. Para isto, precisamos encontrar as derivadas de f(x), e também seus valores
quando x = 0, ou seja:

Portanto,

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Considerando o polinômio de Taylor de grau n de uma função f(x), Rn(x) é a diferença entre
f(x) e Pn(x) , ou seja, Rn(x) = f(x) - Pn(x), conforme representado na Figura 10.1:

Figura 10.1: Rn ( x) = f ( x) - Pn ( x) Fonte: Flemming e Gonçalves (2006, p. 318).

Dessa forma, temos que f(x) = Pn(x) + Rn(x), ou ainda:

ff ''(''(cc)) 22 ff ((nn))((cc))
ff ((xx)) == PPnn((xx)) == ff ((cc))++ ff '('(cc))×.×((xx-- cc))++ .××((xx-- cc)) ++ ...
...++ ××.((xx-- cc))nn ++ RRnn((xx))
2!
2! nn!!

Rn(x) é denominado de resto, uma vez que para os valores de x nos quais Rn(x) é “pequeno”,
o polinômio Pn(x) dá uma boa aproximação de f(x).
Proposição. Considerando f: [a,b] ➙ ℝ uma função definida em um intervalo [a,b], e supondo
que as derivadas f ', f ", ..., f(n) existam e são contínuas em [a,b], e que f(n+1) exista em (a,b).
Considerando c um ponto qualquer fixado em [a,b], então, para cada
x∈[a,b], com x≠c, existe um ponto z entre c e x, tal que:

ffff( n(((n)nn)())(c((cc)c))) ffff( n(((n+nn++1)+1)1)1)(((z(zz)z)))


ffff(((x(xx)x)))==== ffff((c((cc)c))+
)+++ ffff'('('('(ccc)c))×
.)××
(×((x(xxx---- ccc)c))+
)+++......
......++++ ××

(×((x(xxx---- ccc)c))n)nnn++++ ×××.((x(xxx---- ccc)c))n)n+nn++1+111

nnnn!!!! ((n((nnn++++1)! 1)!
1)!
1)!

No caso particular em que c = 0:

ffff((n(n(n)n))(0)
)
(0) nnnn ffff((n(n(n+n++1)+1)1)1)(((z(zz)z))) nnn+n++1+111
(0)
(0)
ffff(((x(xxx))))==== ffff(0)
(0)
(0)
(0)++++ ffff'(0)
'(0)
'(0)
'(0)×××x×
.xxx++++...
...
...
...++++ ×××
.x×xxx ++++ ××
.×x×xxx
nnnn!!!! (((n(nnn++++1)!1)!1)!
1)!
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A fórmula de Taylor recebe o nome de fórmula de MacLaurin.


Exemplo 10.2: Vamos determinar os polinômios de Taylor de grau 2 e de grau 4 da função
f(x) = cos x, no ponto c = 0. Para isto, precisamos encontrar as derivadas de f(x), e também
seus valores quando x = 0, ou seja:

Portanto,

Para o polinômio de Taylor de grau 4, fazemos o mesmo processo:

Portanto,

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A Figura 10.2 ilustra o gráfico de f(x), P2(x) e P4(x). Ao compararmos os gráficos, observamos
que o gráfico de P4(x) está mais próximo do gráfico de f(x). Aumentando n, o gráfico de Pn(x)
se aproxima cada vez mais do gráfico de f(x).

Figura 10.2: Representação gráfica de f ( x ) = cos x , P ( x) e P4 ( x) . Fonte: Flemming e Gonçalves (2006, p. 322).
2

A partir do polinômio P4(x), podemos determinar um valor aproximado de cos , pela


fórmula de Taylor:

Em que z é um número entre 0 e .

Como f v(x)=-sen x e |-sen x|≤1 para qualquer valor de x, podemos afirmar que o resto
satisfaz:

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Logo, podemos calcular o valor de pelo polinômio P4(x):

Tal que o erro cometido é, em módulo, menor ou igual a 0,000327.


Caro(a) aluno(a), utilizando a fórmula de Taylor temos a seguinte proposição, que nos dá
mais um critério para determinação de máximos e mínimos de uma determinada função.

Proposição. Considerando f:(a,b) ➙ ℝ uma função derivável n vezes e cujas derivadas, f


', f ", ..., f(n) são contínuas em (a,b). Considerando c ∈ (a,b) um ponto crítico de f tal que f '(c)
= f(n-1)(c) = 0 e f(n)(c)10, então:

• Se n é par e f(n)(c)≤0, f tem um máximo local em c;


• Se n é par e f(n)(c)≥0, f tem um mínimo local em c;
• Se n é ímpar, c é um ponto de inflexão.

Exemplo 10.3: Vamos determinar os extremos da função f(x) = (x - 2)6. Para isto, precisamos
encontrar a derivada da função:

dd
ff '('(xx))==
dx
dx
((((xx-- 2)2)66))== 66×.×((xx-- 2)2)55

Fazendo f '(x) = 0, obtemos que:

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6.(x-2)5=0➙x=2

Logo, x = 2 é o ponto crítico de f.


Calculando as derivadas seguintes no ponto x = 2 obtemos:

Isto significa que x = 2 é um ponto de mínimo local.

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AULA 11
FUNÇÕES PARAMÉTRICAS

Considerando x = x(t) e y = y(t) duas funções da mesma variável real t, t ∈ [a,b], então, por
definição, temos que a cada valor de t correspondem dois valores x e y.
Isto significa, caro(a) aluno(a), que cada valor de t determina um ponto P(x,y) que pode
ser plotado em um plano xy.
Se as funções x = x(t) e y = y(t) são contínuas quando t varia de a até b, então o ponto P(x(t),y(t))
descreve uma curva no plano. Em outras palavras, a função com entrada unidimensional
e um resultado multidimensional pode ser considerada como o desenho de uma curva. Na
prática, muitas curvas costumam ser representadas na forma paramétrica.
Neste caso, as equações x = x(t) e y = y(t) são chamadas de equações paramétricas da
curva e t é chamado de parâmetro.
Exemplo 11.1: As equações x = 2t + 1 e y = 4t +3 definem uma função x(y) na forma
paramétrica, uma vez que a função x = 2t + 1 é inversível, tal que a sua inversa é dada por

11
tt== × ((xx-- 11)). Se substituirmos este valor na equação y = 4t +3, então obtemos a equação

22
cartesiana da função x(y), dada por:

Definição. Se x e y são dados como funções x = f(t) e y = g(t) sobre um intervalo Ι de


valores de t, então, o conjunto de pontos (x,y) = (f(t),g(t)) definido por essas equações forma
uma curva paramétrica.

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A variável t é um parâmetro para a curva, e seu domínio Ι é o intervalo do parâmetro. Se


t∈[a,b], então significa que o ponto ( f (a ), g (a )) é o ponto inicial e ( f (b), g (b)) é o ponto final
da curva.
Por definição, uma curva pode ser representada a partir de diferentes conjuntos de equações
paramétricas.

Isto acontece na prática

“Quando t varia, o ponto (x,y) = (f(t),g(t)) varia e traça a curva C, que chamamos curva
paramétrica. O parâmetro t não representa o tempo necessariamente e, de fato,
poderíamos usar outra letra em vez de t para o parâmetro. Porém, em muitas aplicações
de curvas paramétricas, t denota o tempo e, portanto, podemos interpretar (x,y) =
(f(t),g(t)) como a posição de uma partícula no tempo t".
Fonte: Stewart (2007, p. 647).

Exemplo 11.2: Vamos esboçar a curva definida pelas equações paramétricas x = t2 - 2t


e y = t + 1. Para isto, podemos gerar uma tabela em que a partir do conhecimento do valor
de t, podemos encontrar os pontos correspondentes no plano xy:

Assim, podemos fazer a seguinte representação da curva parametrizada no plano:

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Figura 11.1: A curva parametrizada por x(t ) = t 2 - 2t e y (t ) = t + 1 . Fonte: Stewart (2007, p. 647).

Caro(a) aluno(a), neste exemplo, se quisermos encontrar a curva representada pelas


equações paramétricas, basta obtermos t em função de y, e substituir o resultado em x:
y=t+1➙t=y-1
Substituindo t = y - 1 em x = t2 - 2t, obtemos:

Isto significa que a parábola x = y2 - 4y + 3 é representada pelas equações paramétricas


x = t2 - 2t e y = t + 1.

11.1 Equação paramétrica da reta



A equação cartesiana de uma reta que passa pelo ponto (a,b) com inclinação m é dada por:
y - b = m.(x-a)
Se fizermos o parâmetro t = x - a, então temos que:
x=a+t
Substituindo x = a + t em y - b = m.(x-a), obtemos:
y - b = m.((a+t)-a)
y = b + m.t
Logo, a reta tem as seguintes equações paramétricas:

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11.2 Equação paramétrica da elipse

A equação geral de uma elipse é dada por:


2 2
(x - x0 ) (y - y0 )
+ = 1 ou ainda
a2 b2

Ao compararmos esta última equação com cos2t + sen2t = 1, obtemos que:

x - x0
= cos t
a
x - x0 = a ×cos t
x = x0 + a ×cos t

Logo, a elipse tem as seguintes equações paramétricas:

11.3 Equação paramétrica do círculo

A parametrização do círculo é um caso particular da parametrização da elipse. Se nós


considerarmos que a = b = r, então, o círculo:

(x - x0)2 + (y - y0)2 = r2

Tem as seguintes equações paramétricas:

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AULA 12
DERIVADAS DE FUNÇÕES
PARAMÉTRICAS
Caro(a) aluno(a), assim como estudamos as derivadas das funções de uma variável real
anteriormente, também é possível derivarmos uma função paramétrica.
Considerando y uma função de x definida pelas equações paramétricas x = x(t) e y=y(t),
com t ∈ [a,b], e supondo que as funções x = x(t) e y = y(t) e sua inversa t = t(x) são deriváveis,
então podemos ver a função y = y(x) como uma função composta y = y[t(x)].
Aplicando a conhecida regra da cadeia, temos que:

Como x = x(t) e sua inversa t = t(x) são deriváveis, implica que:

1
t '( x) =
x '(t )

dy
dy
Dessa forma, podemos reescrever == yy'('(tt))×.×tt'('(xx)) como:
dx
dx

dy
Exemplo 12.1: Vamos calcular a derivada da função y(x) definida na forma paramétrica
dx
pelas equações x = 3t - 1e y = 9t2 - 6t:

d
dy dt (
9t 2 - 6t )
=
dx d
(3t - 1)
dt
18t - 6
=
3
= 6t - 2

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dy
Caro(a) aluno(a), se no exemplo acima, quiséssemos obter o valor da derivada em
dx
dy
função de x, então teríamos que determinar t = t(x) e substituir o resultado em = 6t - 2
dx
. Assim:

11 dy
Substituindo tt == ×.×((xx++ 11)) em = 6t - 2 , obtemos que:
33 dx

Definição. Uma curva parametrizada x = f(t) e y = g(t) é derivável em t se f e g forem


deriváveis em t. Em um ponto em que uma curva parametrizada derivável em que y também

dy dx dy
é uma função derivável de x, as derivadas , e estão relacionadas pela regra da
dt dt dx
cadeia:

dy dy dx
= ×
dt dx dt

Lembrando que a inclinação da tangente à curva y = f(x) em (x,f(x)) é f '(x), então podemos

dy
utilizar a derivada para encontrar tangentes a curvas paramétricas.
dx
dy
Por definição, em um ponto (x0, y0), a equação da reta tangente é dada por ( y - y0 )= (x - x0 )
dx t
.

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Exemplo 12.2: Vamos encontrar a reta tangente à curva parametrizada x = sec t e y = tgt,

com , no ponto ( )
2,1 , em que , conforme representado na Figura 12.1:

Figura 12.1: A curva é o ramo direito da hipérbole x² - y² = 1 . Fonte: Thomas et al. (2012, p. 86).

Neste Exemplo, para encontrarmos a reta tangente à curva no ponto ( )


2,1 , primeiramente,
precisamos encontrar o coeficiente angular da curva em t:

Fazendo , encontramos que:

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Portanto, a equação da reta tangente é dada por:

Caro(a) aluno(a), a segunda derivada também nos auxilia a encontrar a concavidade de


uma curva:

Exemplo 12.3: Seja uma curva c definida pelas equações paramétricas x = t2 e y = t3 - 3t,
vamos determinar onde é que a curva desce e sobe, e onde a sua concavidade se encontra
para cima ou para baixo. Para isto, precisamos calcular a derivada segunda.

dy
Primeiramente, vamos encontrar :
dx

d 3
dy dt (
t - 3t )
3t 2 - 3
= =
dx d 2 2t
dt
(t )

Logo, calculando a derivada segunda, obtemos que:

Isto significa que a concavidade da curva é voltada para cima quando t>0 e para baixo
quando t<0.

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AULA 13
FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Caro(a) aluno(a), até o momento estudamos funções reais de uma variável, em que um
determinado número real x associava-se a um número real f(x). No entanto, vários fenômenos
da natureza são representados por funções dependentes de mais de uma variável.
Por exemplo, para modelar a temperatura em uma determinada região, podemos utilizar
uma função de duas variáveis (latitude e longitude), tal que T = f (latitude, longitude).
Uma função de duas variáveis é uma regra de associação, que associa a cada par ordenado
de números reais (x,y) de um subconjunto D ⊆ ℝ2, um único número real denotado por f(x,y).
Neste caso, utilizamos a seguinte notação:
(x,y) ➙ z = f(x,y)
Em que z é a variável dependente e x e y são as variáveis independentes. O domínio da
função é o conjunto D e o subconjunto dos reais f(D) = {f(x,y) ∈ ℝ|(x,y) ∈ D} é o conjunto
imagem da função f(x,y).
Analogamente, uma função de três variáveis é uma correspondência f que a cada terna
(x,y,z) de um subconjunto D ⊆ ℝ3, associa um único número real w. Neste caso, utilizamos
a seguinte notação:
(x,y,z) ➙ w = f(x,y,z)
Em que w é a variável dependente, e x, y e z são as variáveis independentes. O domínio
da função é o conjunto D, e o subconjunto dos reais f(D)={f(x,y,z)∈ℝ|(x,y,z)∈D} é o conjunto
imagem da função f(x,y,z).
Definição. Supondo que D seja um conjunto de n-uplas de números reais (x1, x2,...,xn). Uma
função a valores reais f em D é uma regra que associa um único número real u = f (x1, x2,...,xn)
a cada elemento em D. O conjunto D é o domínio da função, enquanto que o conjunto de
valores de u assumidos por f é a imagem da função.
Caro(a) aluno(a), atente-se que o trabalho com funções reais de várias variáveis se torna
mais fácil quando conhecemos explicitamente uma expressão da função. Quando não
mencionamos, explicitamente, o domínio de uma função, o seu domínio fica subentendido
como sendo o maior conjunto possível.

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Assim, neste processo, devemos garantir que em frações o denominador não seja zero
e que dentro das raízes quadradas não tenham números negativos e que o valor, dentro de
um logaritmo, seja, estritamente, positivo.
Exemplo 13.1: Vamos determinar o domínio da função f(x,y) = x In(y2 - x).
Já sabemos que f é bem definida quando y 2-x>0 ➙ x<y 2. Logo, o domínio será

D = {(x, y ) x < y 2 } .

x+ y+ 1
Exemplo 13.2: Vamos determinar o domínio da função f (x, y )= , e calcular f(2,1).
x- 1
Já sabemos que f é bem definida se o denominador for diferente de zero, x-1≠0 ➙ x≠1,
e se o número cuja raiz quadrada for extraída for não-negativo, x+y+1≥0. Logo, o domínio
será D={(x,y)|x+y+1≥0,x≠1}.
Para encontrarmos f(2,1), basta substituirmos os valores das variáveis independentes x=2

x+ y+ 1
e y=1 em , e calcular o valor correspondente, tal que:
x- 1

(2)+ (1)+ 1
f (2,1)=
(2)- 1
4
=
1
= 2

13.1 Gráficos de funções de várias variáveis

Caro(a) aluno(a), como já sabemos os gráficos são utilizados para representação de


uma função. Os gráficos nos mostram tanto o espaço de entrada como o espaço de saída
de uma única vez. No entanto, quando falamos de funções mutivariáveis tal representação
pode ser limitada pela dimensão.
Se f for uma função de duas variáveis com domínio D, então o gráfico de f(x,y) é representado
no espaço xyz, tal que a cada par (x,y) do domínio, corresponda uma cota z = f(x,y), ou seja:
Graf(f) = {(x,y,f(x,y)) ∈ ℝ3|(x,y) ∈ D}
E, embora possamos estender esse conceito para funções com três variáveis, a sua utilidade
é restrita uma vez que estaríamos em um espaço de quatro dimensões. Por definição, o
gráfico de uma função de três variáveis é o conjunto dado por:
Graf(f) = {(x,y,z,f(x,y,z)) ∈ ℝ4|(x,y,z) ∈ D}

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Neste estudo, vamos nos restringir aos gráficos de funções de duas variáveis. Para
elaboração de seu gráfico, por exemplo, precisamos associar a entrada (x,y) com a saída
f(x,y), combinando ambas em um trio (x,y,f(x,y)), e traçar um mapa desse trio como um ponto
no espaço tridimensional. Por definição, o gráfico conta com todos os pontos tridimensionais
possíveis que formam uma superfície.

Isto acontece na prática

O gráfico de uma função de uma variável é uma curva (uma dimensão) no ℝ2


O gráfico de uma função de duas variáveis é uma superfície (duas dimensões) no ℝ3
O gráfico de uma função de três variáveis é um sólido (três dimensões) no ℝ4
E assim por diante...
Fonte: a autora.

Exemplo 13.3: Vamos esboçar o gráfico da função f(x,y) = 6 - 3x - 2y. Para isto, primeiramente
precisamos encontrar os interceptos.
Fazendo y = z = 0 em z = 6 - 3x - 2y, obtemos que

0 = 6 - 3x - 0
3x = 6
6
x=
3
x= 2
Analogamente, fazendo y = z = 0 em z = 6 - 3x - 2y, obtemos que

0 = 6- 0- 2y
2y = 6
6
y=
2
y= 3
E, fazendo x = y = 0 em z = 6 - 3x - 2y, obtemos que

z = 6- 0- 0
z= 6

Portanto, o esboço do gráfico que se encontra no primeiro octante é dado por:

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Figura 13.1: Esboço do gráfico da função f (x, y )= 6 - 3 x - 2 y .Fonte: Stewart (2007, p. 888)

Nas palavras de Flemming (2006, p. 9),

para uma função de duas variáveis, é praticamente impossível obter um esboço


do gráfico apenas criando uma tabela com os valores da função em diversos
pontos de seu domínio. Para contornar essa dificuldade, vários procedimentos
são adotados. O principal deles, muito usado pelos cartógrafos na elaboração
de mapas de relevo, consiste em determinar os conjuntos de pontos do domínio
da função, em que esta permanece constante. Esses conjuntos de pontos são
chamados de curvas de nível da função.

13.2 Curvas de nível

Como vimos acima, caro(a) aluno(a), curvas de nível ou mapas de contorno, também são
utilizados para visualização de funções de duas variáveis. Uma vez que os mesmos mostram
apenas o espaço de entrada, eles acabam sendo úteis apenas para funções com entrada
bidimensional e uma saída unidimensional.
Definição. Curvas de nível de uma função f de duas variáveis são aquelas com equação
f(x,y) = k, em que k é uma constante (na imagem de f).
No caso da representação de uma curva de nível precisamos escolher um conjunto de
valores de saída para representar, e para cada um deles, desenhar uma linha que passa por
todos os valores de entrada (x,y) para os quais f(x,y) é igual a esse valor (KHAN ACADEMY,
online).
Segundo Stewart (2007), ao traçar as curvas de nível de uma função e visualizá-las elevadas
para a superfície na altura indicada é possível imaginar o gráfico da função colocando as
duas informações juntas. Neste caso, a superfície é mais inclinada onde as curvas de nível

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estão mais próximas umas das outras; e a superfície é mais ou menos plana onde as curvas
de nível estão distante umas das outras.
Exemplo 13.4: Vamos representar graficamente f(x,y) = 100 - x2 - y2 e traçar as curvas de
nível f(x,y) = 0, f(x,y) = 51 e f(x,y) = 75.
Por definição, o gráfico é o paraboloide 100 - x2 - y2, cuja parte positiva encontra-se
demonstrada na Figura 13.2. A curva de nível f(x,y) = 0 é o conjunto de pontos no plano xy
em que:
f(x,y) = 100 - x2 - y2 = 0
x2 + y2 = 0
que é uma circunferência da raio 10 centrada na origem.
Analogamente, para as curvas de nível f(x,y) = 51 e f(x,y) = 75, temos que:
f(x,y) = 100 - x2 - y2 = 51
x2 + y2 = 100 - 51
x2 + y2 = 49
que é uma circunferência de raio 7 centrada na origem. E
f(x,y) = 100 - x2 - y2 = 75
x2 + y2 = 100 - 75
x2 + y2 = 25
que é uma circunferência de raio 5 centrada na origem.

Figura 13.2: Representação gráfica de f (x, y )= 100 - x 2 - y 2 , e suas curvas de nível. Fonte: Thomas et al. (2012, p. 212).

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Atente-se, caro(a) aluno(a), que se no plano os pontos onde uma função de duas variáveis
independentes têm um valor constante f(x,y) = k formam uma curva no domínio da função.
Então, no espaço, os pontos em que uma função de três variáveis independentes têm um
valor constante f(x,y,z) = k, formam uma superfície no domínio da função (THOMAS et al.,
2012), também denominada de superfície de nível.

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AULA 14
LIMITE E CONTINUIDADE DE
FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Caro(a) aluno(a), na presente aula iremos estudar os conceitos de limite e de continuidade


para funções de mais de uma variável. Nos concentraremos nas funções de duas variáveis,
sabendo que semelhantes definições e resultados se aplicam às funções de três ou mais
variáveis.
Anteriormente, para uma função de uma variável real vimos a seguinte definição: “se f é
uma função definida em um intervalo aberto contendo a (com a possível exceção em x=a),
e seja L um número real, escrevemos . Agora, para funções de duas ou mais
variáveis a ideia do limite será similar. Ou seja, queremos saber qual o comportamento da
função multivariável quando nos aproximamos de um ponto especificado dentro do domínio
da função.
Definição. Dizemos que o limite da função f(x,y) é L quando (x,y) se aproxima de (a,b), ou
seja, f(x,y) = L, quando a função de duas variáveis f(x,y) se aproximar arbitrariamente
do número L sempre que o par (x,y) estiver suficientemente próximo de (a,b).
Isto significa que restringindo o ponto (x,y) a estar suficientemente próximo (mas distinto)
do ponto (a,b), podemos forçar o valor de f(x,y) a ficar tão próximo quanto queiramos de L.
Exemplo 14.1: Temos que , uma vez que a função se aproxima da
diferença entre os números 3 e 4 sempre que x está perto de 1 e y está perto de 2.
No exemplo acima, caro(a) aluno(a), utilizamos a noção intuitiva de como se calcula
o limite. No entanto, para a maioria dos casos podemos calcular os limites utilizando as
propriedades que seguem.
Sejam f(x,y) e g(x,y) funções tais que e , então são
válidas as seguintes propriedades:

1. Soma:

2. Diferença:

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3. Multiplicação por constante:

4. Produto:

5. Quociente:

6. Potência:

7. Raiz:

Exemplo 14.2: Vamos investigar o limite da função quando (x,y)➙(1,4):

Teorema do confronto. Sejam f, g, h: A⊂ℝ2 ➙ ℝ e (a,b) um ponto de acumulação de A.


Supondo que f (x, y) ≤ g (x, y)≤ h(x,y),∀∈A , e se então
.

Exemplo 14.3: Vamos mostrar que . De fato, sabendo que


, então são válidas as seguintes desigualdades:

Logo, utilizando o teorema do confronto, podemos comprovar que cada uma das
extremidades tende a zero quando (x,y) ➙ (0,0); isso implica que .
Teorema do anulamento. Sejam f,g,h : A ⊂ ℝ ➙ ℝ e (a,b) um ponto de acumulação de
2

A. Se e existe um aberto V(a,b) contendo (a,b) em que g é limitada, então


existe, e é igual a zero, .

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5x 2 y
Exemplo 14.4: Vamos calcular . Por definição, 2 pode ser escrita
x + y2
x2
como f(x,y).g(x,y), tal que f(x,y) = 5y e g (x, y )= .
x2 + y 2
Como g é uma função limitada, e

Implica que pelo teorema de anulamento o limite que estamos procurando existe e vale
zero:

14.1 Limite lateral

Já sabemos que para a função de uma variável existem dois limites laterais em um ponto a:

Isto significa que existem apenas dois sentidos pelos quando x pode se aproximar de a:
pela direita ou pela esquerda. Mas quando falamos de funções de várias variáveis, então
existe uma infinidade de curvas diferentes ao longo das quais um ponto pode aproximar outro.
Definição. Se f(x,y) ➙ L1 quando (x,y) ➙ (a,b) ao longo do caminho C1 e f(x,y) ➙ L2 quando
(x,y) ➙ (a,b) ao longo do caminho C2, com L1≠L2 , então, não existe.
Exemplo 14.5: Vamos verificar se existe.
Se (x,y) se aproxima de (0,0) pelo eixo dos x, temos que:

Analogamente, se (x,y) se aproxima de (0,0) pelo eixo dos y temos que:

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Apesar de termos encontrado valores idênticos ao caminharmos sobre os eixos não


podemos afirmar que esse limite exista, dado por 0.
Vamos agora aproximar (0,0) ao longo de outra reta, por exemplo, y = x:

Como obtivemos valores diferentes para o limite ao longo de caminhos diferentes podemos
afirmar que não existe.

Anote isso

Uma forma prática de verificarmos se o limite de uma função de várias variáveis não
existe é através de um caminho genérico a exemplo da reta y = m.x.

14.2 Função contínua

Dizemos que uma função f(x,y) é contínua no ponto (a,b) se:

I. f for definida em (a,b);

II. existe;

III. .

Utilizando as propriedades de limites que vimos anteriormente podemos ver que a soma,
diferença, produto e quociente de funções contínuas são contínuos em seus domínios, exceto
quando o denominador for zero.

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Exemplo 14.6: Para resolvermos , basta observarmos que a função

π2+2x2+y do denominador é contínua e que , logo:

14.3 Função composta

Se f é uma função de uma variável contínua em um ponto a, e g(x,y) uma função tal qu
e , então:

Em que (fOg)(x.y) é a função composta de f e g, ou seja, (fOg)(x.y) = f(g(x,y))

Exemplo 14.7: Vamos calcular :


Sejam as funções g(x,y) = (x + xy -1) e f(u) = In u, temos que:
2

e f(u) = In u é contínua em u = 2, ou seja,

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AULA 15
DERIVADAS PARCIAIS

Caro(a) aluno(a), da mesma forma que pudemos definir limite e continuidade para funções
de mais de uma variável, também podemos definir as derivadas para essas funções. Atente-
se que neste estudo nos restringiremos as funções de duas variáveis, no entanto, a extensão
é válida para funções de três ou mais variáveis.
Supondo que (a,b) seja um ponto do domínio de uma função f(x,y), se fixarmos y = b,
então, f(x,b) é uma função, apenas da variável x, tal que:

Analogamente, se fixarmos x = a, então, f(a,y) é uma função apenas da variável y, tal que:

Caro(a) aluno(a), quando existem, os dois limites acima são chamados de derivadas
parciais de f, com relação a x e com relação a y, no ponto (a,b), respectivamente. As fórmulas
apresentadas definem as derivadas parciais de uma função em um ponto específico (a,b).
No entanto, em alguns casos, é desejável omitir os subscritos e pensar nas derivadas
parciais como funções das variáveis x e y, ou seja:

Exemplo 15.1: Vamos calcular a derivada parcial da função f(x,y) = 3x2y + 1 com relação
à variável y no ponto (1,2):

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Caro(a) aluno(a), a partir do Exemplo acima podemos verificar pela definição que derivar
parcialmente com relação a y nada mais é do que calcular a derivada da função f(x,y)
considerando a variável x como uma constante. E, caso quiséssemos derivar a função f(x,y)
com relação a x, bastava considerar a variável y como uma constante.
Ao longo do texto, veremos as derivadas parciais representadas pelas seguintes notações:

Exemplo 15.2: Vamos encontrar as derivadas parciais da função f(x,y) = x3y2 + 2x + 4y


no ponto (-1,3).
Mantendo y constante e diferenciando a função com relação a x, temos que:

Logo,

Mantendo x constante e diferenciando a função com relação a y temos que:

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Logo,

Exemplo 15.3: Vamos determinar fy para a função f(x,y) = y cos xy. Para isto teremos que
utilizar a conhecida regra do produto: (u.v)'=u'.v+u.v'. Assim, temos que:

x3 + y 2
Exemplo 15.4: Vamos determinar fx para a função f (x, y )= . Para isto teremos
x2 + y3
que utilizar a conhecida regra do quociente: . Assim, temos que:

15.1 Derivadas parciais de ordens superiores

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Supondo que f seja uma função de duas variáveis x e y, como as derivadas parciais e
, também, são funções de x e y, essas funções podem elas mesmas ter derivadas parciais.
Dessa forma, são originadas quatro possíveis derivadas parciais de segunda ordem de f:

Estas duas últimas derivadas são denominadas de derivadas parciais de segunda ordem
mistas.

Exemplo 15.5: Vamos encontrar as derivadas parciais de segunda ordem da função


f(x,y)=x3y2+xy3:

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Note, caro(a) aluno(a), que as derivadas parciais de segunda ordem mistas do exemplo
anterior são iguais. Sempre que fxy(x,y) e fyx(x,y) forem contínuas em toda parte, então
fxy(x,y)=fyx(x,y) para todos os valores de x e y.
Teorema de Clairaut. Supondo que f seja definida em uma bola aberta D que contenha o
ponto (a,b). Se as funções fxy e fyx forem ambas contínuas em D, então fxy(a,b)=fyx(a,b).

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AULA 16
REGRA DA CADEIA E MÁXIMOS E
MÍNIMOS DE FUNÇÕES DE VÁRIAS
VARIÁVEIS

Nesta aula estudaremos a regra da cadeia para funções de várias variáveis. Para relembrá-
lo, caro(a) aluno(a), anteriormente, vimos que a regra da cadeia surgia da diferenciação de
uma função composta: se y = f(x) e x = g(t), então y é uma função indiretamente diferenciável
de t, tal que:

dy dy dx
= ×
dt dx dt

Agora, no estudo das funções de duas variáveis (cuja extensão para funções de três ou
mais variáveis é imediata), veremos que a regra da cadeia possui diversas formas, a depender
da quantidade de variáveis envolvidas.
Supondo que z = (x,y), então temos os seguintes casos:
a) x e y são funções apenas da variável t
b) x e y são funções das variáveis u e v
Para o caso (a) a função z depende apenas da variável t, tal que:

Em que as derivadas ordinárias são calculadas em t e as derivadas parciais são calculadas


em x e em y.

Isto está na rede

Quer saber mais sobre as derivadas parciais de funções multivariáveis? Acesse o artigo
disponível no site Khan Academy: https://pt.khanacademy.org/math/multivariable-
calculus/multivariable-derivatives/partial-derivative-and-gradient-articles/a/
introduction-to-partial-derivatives?modal=1

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Exemplo 16.1: Seja z = x2 - y2, em que x = cos t e y = sen t, então, pela regra da cadeia
temos que:


No caso (b) temos que a função z depende das variáveis u e v, logo, pela regra da cadeia
temos que:

Exemplo 16.2: Seja z = x2 - y2, em que x = uv e y = u + v, então, pela regra da cadeia, temos
que:

E que:

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16.1 Derivação parcial implícita

Caro(a) aluno(a), muitas vezes nós precisamos derivar y(x) em uma expressão da forma
F(x,y) = 0. Se pudermos explicitar y como uma função de x, ou seja, escrever y = y(x), então
a derivada y'(x) seria imediata. No entanto, isto nem sempre é possível e assim, a derivação
implícita nos ajuda a obter y'(x) sem a necessidade de escrever y, explicitamente, como
função de x.
Supondo que F(x,y) = 0 define y, implicitamente, como função de x e que F tenha derivadas
parciais contínuas de primeira ordem, então pela regra da cadeia temos que:

de onde segue que:

desde que Fy(x,y) seja diferente de zero.

dy
Exemplo 16.3: Vamos determinar , sabendo que x3 + y2x - 3 = 0.
dx
Utilizando a fórmula da derivação parcial implícita, temos que:

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16.2 Máximos e mínimos de funções de várias variáveis

Caro(a) aluno(a), anteriormente, vimos que um dos principais usos da derivada ordinária
é na determinação dos valores extremos de uma função real de uma variável. Agora, nesta
aula, vamos aprender a encontrar os valores extremos de uma função de duas variáveis.
Seja f(x,y) definida em uma região que contém o ponto (a,b), então:

I. f(a,b) é um valor máximo local de f se f(a,b) ≥ f(x,y) para todos os pontos (x,y);
II. f(a,b) é um valor mínimo local de f se f(a,b) ≤ f(x,y) para todos os pontos(x,y).

Para encontrarmos os valores extremos locais (máximos ou mínimos), utilizamos o seguinte


teste:
Teste da derivada de primeira ordem: Se f(x,y) tiver um valor máximo local ou mínimo
local em um ponto (a,b) e se as derivadas parciais de primeira ordem existem ali, então
fx=(a,b) = 0 e fy = (a,b) = 0.
Atente-se, caro(a) aluno(a), que o ponto em que tanto fx como fy sejam zero, ou onde
ambas não existam é chamado de ponto crítico de f.
Para definirmos se os pontos críticos são máximos, mínimos ou ponto de sela utilizamos
o teste da segunda derivada:
Teste da segunda derivada: Supondo que f(x,y) e suas derivadas parciais de primeira e
segunda ordem são contínuas em um ponto (a,b) e que fx = (a,b) = 0 e fy = (a,b) = 0, então:

I. f tem um máximo local em (a,b) se fxx < 0 e fxx.fyy-fxy2>0


II. f tem um mínimo local em (a,b) se fxx > 0 e fxx.fyy-fxy2>0
III. f tem um ponto de sela em (a,b) se fxx.fyy-fxy2<0
IV. O teste é inconcludente em (a,b) se fxx.fyy-fxy2=0

Você sabe o que é um ponto de sela? Thomas et al. (2012, p. 266) traz a seguinte definição:

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Uma função diferenciável f(x,y) possui um ponto de sela em um ponto crítico (a,b)
se em todo disco aberto centrado em (a,b) existirem pontos (x,y) do domínio onde
f(x,y) > f(a,b) e pontos (x,y) do domínio onde f(x,y) < f(a,b). O ponto correspondente
(a,b,f(a,b)) na superfície z = f(x,y) é denominado ponto de sela da superfície.

Exemplo 16.4: Vamos encontrar os valores extremos locais da função f(x,y) = xy - x2 - y2


- 2x - 2y + 4.
O primeiro passo consiste em encontrar as derivadas parciais:

Para encontrar o ponto crítico fazemos fx = 0 e fy = 0, tal que x = y = -2.


Isto significa que o ponto (-2,-2) é o ponto crítico da função, o único em que f pode ter
um valor extremo.
O próximo passo consiste em encontrar as segundas derivadas parciais:

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Portanto, o discriminante de f em (-2,-2) é:

(-2).(-2)-(1)2=4-1
=3
Isso nos diz que f tem um máximo local em (-2,-2), cujo valor neste ponto é dado por:

f(-2,-2)=(-2).(-2)-(-2)2-(-2)2-2.(-2)-2.(-2)+4
=4-4-4+4+4+4
=8

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CONCLUSÃO

Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim do conteúdo relacionado à disciplina de “Cálculo


Diferencial e Integral I”. Ao longo da leitura do material tivemos a oportunidade de estudar
desde conceitos básicos de funções de uma única variável real até às aplicações das derivadas
parciais das funções de várias variáveis.
Iniciamos nossos estudos com a retomada de conceitos importantes relacionados ao
conjunto dos números reais. E, na sequência, estudamos as funções de uma variável real.
Os próximos conteúdos estudados nas aulas subsequentes se relacionaram com as
funções de uma variável real, tal que abordamos os conceitos básicos do cálculo diferencial
e integral que serão utilizados por você, caro(a) aluno(a), ao longo de toda a sua graduação,
como limites e derivadas.
Dando continuidade ao estudo, nas últimas aulas fomos introduzidos às funções de mais
de uma variável e aplicamos os mesmos conhecimentos a tais funções: limites e derivadas
parciais. Todas estas ideias também serão fundamentais a sua formação acadêmica, já
que na prática grande parte dos problemas que surgem são de funções de várias variáveis.
Espero que você tenha aproveitado ao máximo a disciplina e que o material tenha lhe
ajudado na busca por conhecimento. Nos vemos em breve na disciplina de “Cálculo Diferencial
e Integral II”.
Professora Me. Rebecca Manesco Paixão.

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ELEMENTOS COMPLEMENTARES

LIVRO

Título: Cálculo diferencial


Organizadora: Daniela Barude Fernandes
Editora: Pearson Education do Brasil
Sinopse: sugere-se a leitura da unidade 1 “As funções e seus gráficos”, da unidade 2
“Teoria dos limites e derivada” e da unidade 3 “Regras de derivação de funções”.

WEB

Sugere-se a leitura do curso “Cálculo Diferencial” e do “Cálculo Multivariável” disponível


no Khan Academy, de modo a complementar seus conhecimentos.
<https://pt.khanacademy.org/>

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REFERÊNCIAS

ADDISON, P. S. Fractals and Chaos: An Illustrated Course. London: Institute of Physics


Publishing, 1997.

ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo v. 1. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.

BASSANEZI, R. C. Introdução ao cálculo e aplicações. São Paulo: Contexto, 2015.

DEMANA, F. D.; WAITS, B. K.; FOLEY, G. D.; KENNEDY, D. Pré-cálculo. São Paulo:
Addison Wesley, 2009.

FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A: funções, limite, derivação e integração.


6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

KHAN ACADEMY. Mapas de contorno. Disponível em: https://pt.khanacademy.org/


math/multivariable-calculus/thinking-about-multivariable-function/ways-to-
represent-multivariable-functions/a/contour-maps. Acesso em: 11 dez. 2020.

RODRIGUES, A. C. D; SILVA, A. R. H. S. Cálculo diferencial e integral a várias variáveis.


Curitiba: InterSaberes, 2016.

RODRIGUES, G. L. Cálculo diferencial e integral. Curitiba: InterSaberes, 2017.

STEWART, J. Cálculo v.2. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2007.

STEWART, J. Cálculo v.1. 7. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com Geometria Analítica v. 1. São Paulo: Editora McGraw


Hill, 1983.

THOMAS, G. B. WEIR, M. D.; HASS J. Cálculo v. 1. 12. ed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil: 2012.

THOMAS, G. B. WEIR, M. D.; HASS J. Cálculo v. 2. 12. ed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil: 2012.

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