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COMPREENSÃO DA PÁSCOA NO CONTEXTO SECULAR, NO CONTEXTO JUDAICO,

NO CONTEXTO CRISTÃO-CATÓLICO E NO CONTEXTO CRISTÃO-EVANGÉLICO.

1 – PÁSCOA SECULAR
A Páscoa secular, como comemorada todos os anos, é exclusivamente comercial. Coelho e
chocolate são coisas totalmente estranhas à páscoa judaica ou à páscoa cristã (seja católica
ou evangélica)! Os judeus não ofereciam coelhos em sacrifício a Deus, nem está dito que
comiam qualquer doce à base de cacau. Nada além de fomentação do comércio interessa à
Páscoa secular. É uma data totalmente esvaziada de espiritualidade, sem nenhuma conexão
com a verdadeira e histórica Páscoa judaica! A Páscoa mundana está cheia de fermento, é
uma perversão do maravilhoso plano de salvação e uma grave banalização de uma festa que
era sagrada nos tempos bíblicos. Trocar o cordeiro pelo coelho e o sangue pelo chocolate é
um insulto à sabedoria e à graça de Deus!

2 – PÁSCOA JUDAICA
A Páscoa dos judeus, esta sim original, compreendia a recordação e celebração daquele
glorioso dia do livramento do povo escolhido do Senhor, o dia em que Israel deixou de ser povo
escravo para ter sua própria identidade nacional; deixou o jugo do Egito para marchar rumo à
terra que Deus havia prometido ao patriarca Abraão dar por herança aos seus descendentes
(Gn 13.15). A Páscoa judaica é religiosa, não comercial, e está firmada nas promessas de
Deus e celebra a sua bondade e misericórdia, bem como exalta seu braço forte estendido para
abençoar o seu povo com uma nova vida. Todavia, as celebrações desta Páscoa, nos moldes
veterotestamentários, se tornaram obsoletas após o sacrifício de Cristo, já que nele, no
Cordeiro de Deus, as sombras e figuras do Antigo Pacto são total e finalmente cumpridas,
vindo, portanto, a tornarem-se desnecessárias (vale ressaltar que não é ordenado aos cristãos
celebrarem a Páscoa, mas a Ceia cristã, que é, junto ao batismo nas águas, as duas únicas
ordenanças para a Igreja. Aliás, deve-se observar que Jesus comeu primeiro a Páscoa judaica,
e depois, em um novo e distinto momento, instituiu a Ceia com seus discípulos. A Páscoa era
realizada anualmente, mas a Ceia do Senhor era celebrada semanalmente – At 20.7).

3 – PÁSCOA CATÓLICA
No contexto católico, a Páscoa remete à Cristo, em sua morte e ressureição. A Quaresma,
praticada desde o século IV, é o período de quarenta dias em que os católicos (e também
anglicanos e luteranos) se preparam com orações, jejuns e certas abstinências para a
celebração da Páscoa, que ocorre num domingo, em memória à ressurreição de Cristo (1).
“Semana Santa” é o último período da Quaresma, na qual não deixa de haver uma conotação
comercial, especialmente pela fomentação do comércio de peixe, já que o consumo de carne é
proibido, ou, no mínimo, não recomendado pelos sacerdotes católicos. Onde está dito que os
judeus comiam peixe na Páscoa? Era justamente carne que eles comiam!

4 – PÁSCOA EVANGÉLICA
Para os evangélicos em geral, não há período específico de preparação ou celebração da
Páscoa, sendo esta festa substituída pela Ceia do Senhor, onde os evangélicos se reúnem em
culto solene (a periodicidade varia entre as igrejas) (2), para comerem o pão e o vinho que
representam o corpo e o sangue de Cristo, tipificado na Páscoa judaica pelo cordeiro que foi
assado e comido pelos judeus, e cujo sangue foi aspergido nas ombreiras das portas (a
Páscoa judaica podia ser comida por todos os membros da casa, com exceção dos
estrangeiros e escravos não circuncidados; a Ceia nas igrejas evangélicas geralmente é
servida apenas aos que cumpriram a primeira ordenança, o batismo nas águas). A “Páscoa
evangélica” está dissociada de valores comerciais, é intrinsecamente espiritual, e não enfatiza
tanto a ressurreição de Cristo, como no catolicismo, mas a própria morte vicária do inocente
Cordeiro de Deus, bem como a comunhão entre os santos

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