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APRESENTAM

LUCCA
MAD MEN, #4

MAD MEN, #4
Disponibilização: Lizzie e Soryu // Tradução: Dani Cirilo // Revisão Inicial: Rê
Borges // Revisão Final: Amy Mizunno // Leitura Final: Rê Borges / Simone //
Verificação: Anna Azulzinha // Formatação: Eva Bold
04
04
Lucca se tornou subchefe, transformando-se nUMA
fonte de pesadelos.
Chloe estava marcada por seu passado, aprendendo
muito jovem que os pesadelos são reais.
Ele esperou o suficiente para reivindicar sua alma, mas
deve TOMá-la do diabo primeiro.
Sua alma poderia ter sido melhor reivindicada pelo
diabo.
A única maneira de salvá-la do seu passado, é
mergulhar no dele.
O mundo que ela CONHECE IRÁ desmoronar.
Eu sou um fodido bicho papão.
Eu sou uma fodida aberração.
PRÓLOGO
A HISTÓRIA POR TRÁS DA CICATRIZ, UMA
HISTÓRIA DE TRISTEZA, SOFRIMENTO E
TORTURA.
SETE MESES ATRÁS, EM JANEIRO...

Estacionando seu Cadillac preto clássico ao lado da rua, ele se posicionou para
vigiar a casa. Então, olhou para o relógio, vendo que tinha programado perfeitamente.
Saída da escola.
Ele abriu e fechou o isqueiro, abriu e fechou, à espera do seu retorno. Lucca nunca
foi bom em esperar, nem era um homem muito paciente quando estava cansado. A noite
anterior foi longa, e seu corpo ainda estava sentindo. Independentemente disso,
desfrutou cada segundo dela.
Na noite passada, ele levou Sr. Johnson para descansar, e manteve a promessa da
loira do caralho, até que ela se arrependeu. Ambas as coisas saciaram seu lado escuro...
por agora, de qualquer maneira.
Lucca fechou seu isqueiro quando um BMW blindado parou na calçada. Ele nunca
confiou em um carro alemão. A única coisa boa sobre isso era a sua cor preta.
A ruiva saiu do carro. Elle Buchanan. Ele não podia conter seu desdém. Seu irmão
mais novo estava ferrado, em grandes problemas.
Ao observá-la andar a pé até a porta da frente, ele acreditava que a menina só
ficava mais bonita, quanto mais você olhava para ela.
Vai ser uma pena quando tiver que acabar com a vida dela.
Uma coisa era certa, a menina ia morrer e nada poderia salvá-la. Foi lamentável
presenciar o gatilho ser puxado, mas algumas meninas eram muito azaradas; esta em
particular. Ela só tinha mais um mês para o seu aniversário de dezoito anos, e então... o
fim.
O carro aparentemente blindado, chamou a sua atenção de volta para ele.
Perguntou-se quem iria sair com uma menina deste bairro, dirigindo aquele carro. Na
verdade, estava um pouco chocado que esse era o endereço, considerando que a menina
veio de uma escola preparatória.
Seu instinto disse para seguir o carro. Com qualquer um que Elle saísse, poderia
ter danos colaterais se sua boca do caralho tagarelasse demais.
Olhando para o relógio novamente, percebeu que havia um pouco de tempo antes
de Elle sair para o trabalho, então, ligou o carro e decidiu seguir a BMW.
Manteve uma boa distância, seguindo em uma direção que não esperava. Esta
parte da cidade era principalmente de alta classe social, juntamente com alguns
restaurantes caros e lojas.
Assistindo o carro estacionar em uma das lojas mais caras da cidade, estacionou na
rua e tirou seu telefone celular, mandou um texto com o número da placa a um amigo.
Então, ele esperou em antecipação, curiosidade lentamente corroendo-o, só piorando
quando a porta do carro foi aberta.
Ele soube imediatamente que era uma mulher quando botas pretas altas e calças
jeans pretas, tocaram o chão. A próxima coisa que notou, foi seu cabelo longo e sedoso.
Era o cabelo mais negro que já viu.
Ele queria desesperadamente um vislumbre do seu rosto, mas ela nunca se virou.
Portanto, Lucca encontrou-se desligando o carro e saindo, questionando como isso
parecia mais importante do que qualquer outra coisa que ele poderia fazer com o seu
tempo.
Seus instintos mantiveram-no andando, seguindo-a para a loja.
Lucca se orgulhava de ser capaz de passar despercebido. Sua aparência de jeans
escuros, camisas pretas e suéteres pretos, permitiu-lhe fazer exatamente isso, além do
seu rosto malicioso e cabelo. Ele poderia ir a lugares que ninguém na família podia.
Mafiosos exigiam atenção com seus ternos e cortes impecáveis, considerando que ele não
precisava desse tipo de atenção. Tenho outras maneiras de chamar a atenção que era exigida.
Entrar na loja sem ser detectado foi fácil, com toda a merda cara que estava a
venda. Ele andou pela loja, encontrou a menina toda de preto, que parecia estar à procura
de uma determinada peça. Um ligeiro vislumbre do lado esquerdo do seu rosto revelou
sua pele de porcelana macia. Ele andou mais para perto.
Eu já a vi antes?
Outro pequeno vislumbre revelou sua idade jovem.
Parando, estava prestes a virar, ela é muito jovem, mas, em seguida, a menina virou-
se e voltou para a mesa, que já havia passado.
Seu coração parou por uma batida quando viu todo o lado esquerdo do rosto e um
olho cinzento impressionante. A outra metade estava coberta por um véu de cabelo. Ele
desejou que pudesse chegar a sentir os fios negros, puros de seda, e movê-lo para revelar
o resto do seu rosto.
Saia agora. Nada de bom viria disso. Ele deveria ter saído no momento em que
percebeu que ela era apenas uma adolescente. Embora ele não fosse capaz de fazê-lo, no
entanto, algo sobre ela o chamava; impedia de olhar para longe e sair.
A coisa toda parecia tão mal, mas tão certa. Ele estava se movendo em diferentes
direções. Sua mente lhe disse para ir embora, mas seu corpo o manteve esperando
pacientemente.
Assistindo a mão ir até o seu rosto, sentiu seu fôlego parar, quando ela colocou o
cabelo atrás da orelha.
Porra… seu coração pulou uma outra batida com a visão total do seu rosto.
Seus olhos viajaram para o lado direito do seu rosto lindo, que mostrava uma
cicatriz que começava acima da sobrancelha até o oco da sua bochecha. Outra enfeitando
acima e abaixo dos seus lábios deliciosos.
O instinto para deixar as pontas dos dedos deslizarem por cada marca era tão
forte, que pensou que poderia revelar o seu disfarce.
Seus olhos cinzentos seguravam a história por trás da cicatriz, uma história de
tristeza, dor e tortura. Era como olhar para uma boneca de porcelana perfeita, que foi
deixada cair muitas vezes. Outros veriam uma falha na boneca rachada, fazendo-a
imperfeita, mas ele viu apenas beleza.
Ela era a criatura mais linda que já viu.
O ouro, a peça ornamentada que ela estava encantada por estar familiarizada com
ela, até que abriu o objeto em forma de ovo e a música começou a tocar. Seus olhos
dançaram, enquanto observava uma bailarina girar com a música. Perguntou-se o que
sentiria se ela olhasse para ele dessa forma.
“É uma bela peça, não é?” Uma mulher mais velha que parecia ser a lojista,
perguntou quando veio até ela.
A menina assustada, fechou a caixa de música.
Ele queria que ela voltasse para o jeito que estava um momento antes. Ele podia vê-
la estudar a delicada peça com as mãos suaves por horas.
Quando a língua saiu para lamber os lábios, ele ansiosamente esperou para ouvir a
voz dela.
“S-sim.” Ela voltou a olhar para a caixa, evitando o olhar da mulher. “Q-quanto é?”
“Três mil dólares.”
Ela tirou os dedos da peça.
“Oh.”
A mulher gentilmente sorriu.
“Eu sei que o Natal já passou, mas você pode sempre pedir para o seu aniversário,
talvez. Eu poderia guardá-la.”
Ela balançou a cabeça.
“Obrigada, mas é muito.”
A senhora continuou a sorrir.
“Bem, você sempre pode voltar se convencer seus pais sobre isso.”
“Obrigada.” A menina olhou uma última vez para a caixa de música antes de sair
da loja.
Observando-a sair, foi mais difícil do que ele pensava que seria. Não seria capaz de
sair da loja, até que ela saísse. Por isso, tinha que vê-la ir para o carro através da vitrine, e
que não era perto o suficiente.
A vibração no bolso o tinha pegando o seu telefone celular. Ele não disse uma
palavra quando aceitou a ligação.
Seu amigo Sal falou pelo telefone.
“A BMW está registrada para Maxwell Masters.”
Isso não era o que ele esperava, embora explicasse por que sentiu como se a tivesse
visto antes.
“Garota?” Lucca falou ao telefone com cuidado, observando-a entrar ao lado do
motorista de seu BMW.
“Ele é casado com Elaine Masters.”
“Jovem,” cortou.
Sal fez uma pausa.
“Cicatrizes?”
Os olhos de Lucca traçaram suas marcas.
“Sim.”
“Essa é a filha de Maxwell, Chloe Masters.”
Ele terminou a ligação com o apertar de um botão.
O tempo parou com ele embebido em qualquer coisa e tudo o que podia sobre ela,
antes que desaparecesse no carro.
Havia sempre um momento em que enfrentava na vida, quando uma escolha tinha
que ser feita, e este era o seu.
Sua alma torturada chamou à sua escuridão, sussurrando a ele para salvá-la. Seu
coração agora estava lento e constante, encontrando seu objetivo “Chloe Masters.”
Olhando uma última vez para as cicatrizes em seu rosto, não podia esperar pelo
dia em que poderia passar os dedos nela. Bela.
UM

MINHA

L ucca sentou-se na mesa do seu escritório em casa, passando as mãos pelo


cabelo e tentando respirar fundo. A imagem dela ainda tinha que deixar sua
mente. Seus dedos ainda coçavam para traçar suas cicatrizes lindas. Ele a queria,
independentemente da sua idade, e nada irá me impedir.
Ele muito raramente queria algo em sua vida. A primeira foi tornar-se um mafioso,
e a segunda foi tornar-se o subchefe. Ambas as coisas que realizou em uma idade muito
jovem.
Tendo apenas vinte e seis anos de idade, ele era o subchefe mais jovem da história
da família Caruso, e tornou-se mafioso na idade de dezessete anos, que era também o
mais jovem que alguém da família já se tornou. O que fez para tornar-se mafioso, era
algo que iria enviar homens mais crescidos para a ala psiquiátrica, mas não Lucca.
Lucca nasceu com um lado escuro. Ele percebeu em uma idade jovem, que não era
como o resto do mundo. As únicas emoções que sentia, era quando causava dor. No
início, não precisava de muito, simplesmente apertando um outro garoto até que
chorasse. Isso trazia alegria e contentamento. Lentamente, ao longo dos anos, porém,
precisava de mais e mais para trazer esses sentimentos de volta. Agora, vinte e seis anos
mais tarde, ele era um monstro completo, desejando nada além de sangue e caos.
Ligando seu computador, procurou na Internet, colocando o nome que o chamou.
Quando uma imagem dela apareceu, seu coração começou a cantarolar em seu peito. Era
uma foto muito mais jovem dela; as cicatrizes muito mais frescas, vermelho brilhante, ao
contrário do rosado que viu hoje. Para simplificar, elas pareciam horríveis no rosto de
porcelana perfeito.
Ele deu zoom, agarrou o mouse apertado, fervendo de raiva pura. Sabia muito bem
que elas foram causadas por uma faca. Os cortes foram limpos e precisos, a uma
profundidade calculada para causar dor imensa nas áreas sensíveis, e uma cicatriz para a
vida.
Quem do caralho tocou no que é meu, é melhor estar morto.
Voltando à pesquisa, olhou para o que a marcou, mas a única coisa que surgiu, foi
um acidente de carro de três anos atrás. Lendo o artigo de jornal velho, descobriu que
seu pai, Maxwell Masters, era quem estava ao volante naquela noite, e que suas cicatrizes
foram atribuídas à quebra do para-brisa de vidro e atingindo-a no rosto. Besteira.
Lucca voltou para a foto de Chloe, agora sem zoom, para revelar seu pai tomando
posse como o prefeito de Kansas City, Missouri. Sem um único arranhão sobre ele,
confirmando o que já sabia.
A sede de sangue agora corria em suas veias. Ele ia fazer tudo e qualquer coisa
para descobrir o que aconteceu com ela. Qualquer um que tivesse alguma coisa a ver com
isso, seria enterrado a sete palmos abaixo da terra no momento em que ele tivesse
concluído.
Olhando para os filhos da puta do pai e mãe dela, tinha a sensação de que a lista ia
ser bem longa. Todos eles vão morrer.
Ele voltou para sua busca, querendo aprender tudo o que podia.
Vendo uma foto mais recente dela em alguma função, olhou para a imagem, seu
coração zumbindo ainda mais alto, saciou um pouco sua sede de sangue. Porra, ele a
queria mais do que quis ser mafioso ou tornar-se o subchefe.
Seu instinto torceu em pensar sobre quanto tempo ia ter que esperar para que
tenha dezoito anos. Ele não tinha certeza de como evitaria tomá-la, não utilizando estes
sentimentos fortes. Seus olhos torturados pareciam estar gritando com ele para salvá-la,
apenas a fazer o seu pior.
Colocando um cigarro aos lábios, abriu a tampa do seu isqueiro frio de metal leve,
antes de queimar o cigarro e tragar longamente.
Fumar sempre lhe deu algo para fazer e foco quando seus doentes impulsos
torcidos surgiam. Só esperava que isso estivesse indo para ajudá-lo a ficar longe de Chloe
também.
1
Fechando a tampa, colocou seu Zippo de volta em sua mesa, antes de olhar para a
foto recente dela mais uma vez.
Um único pensamento entrou em sua mente.
Minha.

DOIS
SE A SALVAÇÃO É O QUE PROCURA, A
VIOLÊNCIA NÃO É A RESPOSTA

ucca esperou no pequeno quarto escuro, se perguntando por que seus pés o
L trouxeram aqui em primeiro lugar. As únicas vezes que veio aqui, foram quando
pensou em sua mãe. No entanto, não desde que sua mãe morreu, procurou a penitência.
Penitência era para aqueles que procuram absolvição. Ele não era esse tipo de homem.
Lucca só procurava retribuição.
Um ruído bateu forte e o fez levantar os olhos para a janela intrincada, através de
onde quase toda a luz infiltrava. Ele podia ver a sombra do homem mais velho do outro
lado do muro.
O pensamento de sair entrou em sua mente, mas em vez disso, as palavras saíram
como se tivesse sido ontem que as falou pela última vez.
“Perdoe-me, Padre, porque pequei. Tem sido um longo tempo desde a minha
última confissão.”
Quando Lucca sentou-se em silêncio, incapaz de encontrar palavras passadas, a
figura por trás da parede disse:
“Sim, meu filho?”
“Minha mãe costumava me fazer vir aqui para confessar quando era mais jovem,
mas quando entrei para a família, ela não podia me ver mais aqui. Ainda me lembro do
dia em que entrei. Ela implorou e suplicou comigo para vir. Disse a ela que não havia
salvação depois do que fiz.”
“Ela costumava brincar, dizendo que havia um demônio dentro de mim. Esse foi o
dia em que ela percebeu que realmente havia. Eu nunca vou esquecer o olhar em seus
olhos, quando me viu por quem eu realmente era, quando não viu nada além de pura
maldade.” Lucca parou por um breve momento. “Ainda assim, de alguma forma, até que
ela foi assassinada, acreditava que havia uma maneira de me salvar, que de alguma
forma, ainda podia buscar a salvação depois de tudo que eu fiz.”
“É por isso que você está aqui agora? Para encontrar a salvação?” A voz do
conhecimento encheu o espaço entre eles.
Olhos cinzentos apareceram em sua mente.
“Sim.”
“Então você deve arrepender-se, meu filho.”
“Eu não estou procurando o tipo de salvação divina.”
O padre ficou em silêncio por um minuto.
“Então, que tipo de salvação que você está procurando?
Agora, em sua mente, seus dedos traçaram a cicatriz, seguindo o caminho da sua
sobrancelha até a bochecha, antes de seguir para baixo, para traçar a cicatriz sobre os
lábios carnudos.
“Minha salvação vem em uma menina de dezessete anos de idade.”
“As regras, Lucca.”
“Você sabe muito bem que estou ciente de que não estamos autorizados a tocar
ninguém menor de idade.”
“Você...?” O padre não foi capaz de terminar a frase, com medo da resposta que
poderia ouvir.
“Eu sou culpado dos piores pecados, Padre, mas não estou aqui para me
arrepender de quaisquer pecados que cometi. Estou aqui para pedir perdão do que eu
poderia fazer.” Vou fazer. Era uma questão de quando e não se.
“Você pede perdão pelo seu futuro, mas não o seu passado?” Mesmo que houvesse
uma parede separando-os, a perplexidade do velho homem era evidente em sua voz.
“As coisas que vou fazer com ela, para ela... estou com medo que serão os piores
crimes que vou cometer.”
“Se a salvação é o que você procura, a violência não é a resposta.”
A violência é sempre a resposta.
“Como eu disse, não estou procurando o tipo de salvação divina. Minha salvação
virá quando colocar minhas mãos nela, as mãos que tirarão a vida dos corpos daqueles
que a tocaram.”
Lucca levantou para sair da sala, mas a voz do padre o deteve.
“Eu te vi sentado na minha igreja algumas vezes, uma vez logo após a morte da
sua mãe, quando você pensou que ninguém estava aqui para vê-lo. Deus tem visto você
também. Eu acho que quer perdão por todos os seus pecados, meu filho.”
“Talvez você esteja certo, padre. Talvez uma parte de mim esperava encontrar um
caminho para a minha mãe de novo, mas o caminho que eu estou agora, só vai me levar
direto para o inferno.”
Quando ele saiu da sala, podia ouvir as orações indefesas do Padre e o aperto nas
contas do terço quando ele agarrou o rosário em volta do pescoço.
As orações não eram por Lucca, mas pelas almas que o bicho papão estava prestes
a reclamar.
TRÊS

O SER ATRÁS DA PORTA


TEMPO PRESENTE

metal frio da mesa debaixo dela era um forte contraste com o rosto queimando com o
O choro inútil.

“Por favor! Pare!” Nenhuma quantidade de chutes e resistência era suficiente para o que
parecia ser milhões de mãos para prendê-la.
O riso do homem mau que segurava uma faca tocou seus ouvidos, ironicamente.
“Fique quieta, menina,” puxou a faca mais perto do seu rosto “ou só vai doer mais.”
Olhando para os seus anormais grandes olhos, pretos, ela tinha certeza que estava
olhando nos olhos do diabo.
A lâmina de prata se aproximou mais perto do seu olho direito, até que estava a poucos
centímetros da sua pupila.
“Não pisque.”
Uma lágrima brotou em seu olho, tornando ainda mais difícil mantê-lo aberto. Seu corpo
começou a tremer. Ela ia piscar.
“Não pisque, menina,” alertou novamente.
A lágrima caiu, e seus olhos começaram a fechar...
“Chloe!” A voz de Amo estava próxima.
Um lampejo de luz entrou em sua mente.
“Por aqui, Chloe!” Amo implorou.
Outro raio de luz a fez abrir os olhos.
Sentou-se de forma tão abrupta, que se sentiu tonta. A cama, junto com o quarto
grande, era um que não reconhecia, o que fez seu coração bater como um tambor em
seus ouvidos. A última coisa que se lembrava, era de sair para o aeroporto, tão perto da
sua liberdade. E então, alguém veio por trás dela, e ela desmaiou...
Não! Ele me pegou e ninguém sabe que eu estou aqui.
Chloe, tremendo, levantou-se da cama, indo até a mesa de cabeceira. Estendeu a
mão...
O diabo vai me matar desta vez. Ele prometeu que o faria.
Uma vez que abriu a caixa de música de ouro cara, a canção de ninar familiar
começou a tocar. Foi então que percebeu que não poderia ser dela.
Chloe deu um passo em direção à enorme janela, respirando profundamente. Ela
lentamente estendeu a mão para puxar a cortina.
Ninguém vai me salvar desta vez.
Puxando a cortina, prendeu a respiração quando foi recebida com um belo jardim,
junto com o gazebo branco em que se encontrou antes com...
A porta se abriu, e Chloe se virou para ver o ser atrás da porta.
“Ei, querida.”
A voz densa a fez ofegar por ar. O sangue em suas veias virou lentamente para
gelo, congelando-a no lugar. Arrepios começaram a escorrer por seu corpo sob o olhar
daqueles olhos azuis-esverdeados. Ela tentou formar um pensamento, sua boca ainda
tentou formar uma palavra que nem sequer era capaz de pensar, mas não saiu nada. A
única coisa que fez, foi simplesmente assistir Lucca entrar no quarto, fechando a porta
atrás dele.
Indo até a mesa de cabeceira, viu como Lucca passou o dedo sobre a caixa
ornamentada, que ainda estava tocando a canção de ninar que só foi capaz de ouvir em
suas memórias. Ele então lentamente fechou a tampa, trazendo o silêncio para o quarto.
Quando se moveu novamente, Chloe encontrou-se ainda com falta de ar enquanto
ele se sentou em uma cadeira que estava colocada no canto.
Momentos pareciam passar sob seu olhar firme. Ele não falou, parecendo estar lá
apenas para sentar e observa-la.
Com a distância entre eles e o silêncio ensurdecedor ficando com ela, tentou
novamente encontrar palavras.
“C-Como cheguei...?” A voz dela sumiu, perdendo a confiança quando seus olhos
pareciam seguir para baixo do seu corpo.
“Como você chegou aqui?” Ele perguntou, levantando uma sobrancelha.
Ela balançou a cabeça lentamente.
“Eu te trouxe aqui.”
Se ele não tivesse dito com tanta naturalidade, teria pensado que o ouviu mal.
“P-Por quê?”
Uma resposta à pergunta de fato não saiu. Em vez disso, podia vê-lo pensar
cuidadosamente sobre suas próximas palavras. Seus olhos pareciam ficar mais verdes
enquanto suas palavras começaram a sair, sua voz quase quente.
“Eu te trouxe aqui... para te salvar.”
Chloe inconscientemente colocou os braços em torno de si mesma, tentando
manter o calor da sua voz, enquanto deu um passo em direção a ele.
“S-Salvar-me de q-quê?”
Com um piscar, os olhos de Lucca voltaram para o seu estranho tom de azul-
esverdeado, fazendo-a sentir que imaginou eles ficando verde. O calor em sua voz parecia
ter sido em sua imaginação também.
“Para salvá-la de cometer o erro de ir embora.”
O que!
“Por que você faria isso? Por que você se importa?” A raiva a percorreu. Ela mal
provou a liberdade de sair desta cidade, apenas para ter sido tirada dela.
Um sorriso apareceu em seus lábios.
“Eu acho que você vai ter que esperar e ver, querida.”
Seus olhos se alargaram em seu tom cínico. Ela rapidamente perdeu qualquer
confiança que tinha ganhado com sua raiva.
Por um momento, pensou que viu algo diferente nele, mas agora só viu a
escuridão. O sorriso no rosto trouxe de volta a memória da noite em que ele revelou o seu
verdadeiro eu...
Crack.
O som de ossos quebrados cumprimentou seus ouvidos, quando um taco de beisebol bateu
em um corpo inerte.
Piscar de olhos.
Outro flash da batida, do contato com a perna do homem, o homem que estava
praticamente sem vida no chão.
Ele levantou o bastão, mais uma vez, parando apenas para olhá-la nos olhos. Um par de
olhos azuis-esverdeados maus a encarou, fazendo seu sangue correr frio. Ela observou o aperto
das suas mãos no cabo do bastão com uma força tão intensa, que parecia que ia quebrar antes da
batida, o bastão foi trazido para baixo para o seu tempo final.
Crunch.
Enquanto ela observava o homem inalar o ar ao seu redor, ele parecia enlouquecido, sua
aparência desgrenhada. Então, alisou o cabelo coberto de volta no lugar, e você podia ver o sorriso
leve que veio aos lábios...
Voltando o pequeno passo para trás que havia dado para frente, percebeu o
verdadeiro perigo em que estava.
“V-Vai m-me m-machucar?”
Ela viu algo reluzir em seus olhos, seu sorriso desaparecendo.
Quando ele se levantou da cadeira, Chloe prendeu a respiração mais uma vez.
Então, quando caminhou para ela, apoiou-se, tanto quanto podia com cada passo que ele
dava em sua direção, até que suas costas se encontrou com a parede.
Lucca parou quando seu corpo estava a meros centímetros do dela, inclinando-se
sempre tão ligeiramente para trazer a sua alta estatura mais perto.
“Eu já te machuquei, Chloe?” Sua voz estava uma oitava abaixo, saindo mais
tenebrosa do que nunca o ouviu falar antes.
Ela balançou a cabeça lentamente, com medo de não responder o demônio que
tinha em suas mãos.
Seu olhar percorreu a cicatriz que ia da sua sobrancelha para sua bochecha,
fazendo-a jurar que quase podia sentir sua leve carícia.
“P-Por favor, eu posso ir?” Pediu, temendo o que seu futuro podia trazer a partir
deste momento em diante.
Lucca olhou para ela, trazendo a mão perto do seu rosto.
“Eu não acho que você entende.”
A respiração de Chloe ficou presa na garganta. Ela queria desesperadamente
fechar os olhos, mas ele não iria deixá-la, forçando-a a permanecer olhando para ele.
“Não há saída,” continuou, cuidando para não a tocar, embora girou uma mecha
do seu cabelo preto de seda no seu dedo. “Você é minha agora, Chloe.” Ele largou o fio e
caiu sobre o seu peito, que agora estava subindo e descendo pesadamente.
Observando o demônio voltar para a mesa de cabeceira, ela começou a perceber
que o diabo nunca foi seu pior pesadelo.
Lucca abriu a caixa de música, mais uma vez, deixando sua canção de ninar encher
o cômodo, antes de desaparecer e fechando-a dentro da sua nova prisão.
Ele é. O bicho papão.
Suas pernas cederam, e ela lentamente afundou no chão. Agarrou suas pernas
próximas ao peito quando a bela melodia começou a trilha final, quase chegando ao fim.
Você é minha agora, Chloe.
QUATRO

SE EU TE PEGAR, EU NÃO SEREI CAPAZ


DE ME PARAR

O diabo foi o único a sempre assombrá-la, mas ele nunca veio. Em seu lugar veio
o bicho papão, prometendo-lhe que o seu sequestro ia ser muito pior do que o
seu primeiro sequestro pelo diabo.
Chloe ficou imóvel no chão o que pareceram horas, agora completamente
entorpecida, enquanto olhava para a parede em frente. Não foi até que o sol se levantou,
brilhando através do quarto e aquecendo sua pele, que os olhos dela se moveram para a
bagagem que Lucca trouxe com ela.
Meu celular! Indo rapidamente para as malas, começou desesperadamente a
procura pelo seu telefone. Ele se foi... foi então que as palavras de Lucca bateram nela.
"Não há saída.”
Com a bolsa aberta, teve um vislumbre da sua caixinha de música de ouro.
Alcançando, tirou a peça frágil quebrada, levando-a para a mesa de cabeceira e
colocando-a ao lado de uma perfeitamente polida.
Ao vê-las lado a lado, percebeu o quanto de dano levou desde a infância. Ela foi
severamente quebrada, deixando-a incapaz de reproduzir a canção de ninar, que ouviu
todas as noites antes de dormir.
Girando a chave da perfeita, ela começou a ouvir a melodia.
Como ele conseguiu isso? Como sabia?
À medida que a música tocava, a realização a atingiu, levando-a de volta para sete
meses atrás, quando entrou em uma pequena loja que tinha a caixa de música antiga para
venda.
De vez em quando, ela iria verificar a Internet pela peça, ver se ela pudesse de
alguma forma encontrá-la novamente, permitindo-lhe ouvir a melodia mais uma vez.
Finalmente, o sonho se tornou realidade quando uma loja perto de onde morava, postou-
a para venda em seu site. Ela foi no dia seguinte, para ser capaz de ouvir a música por um
momento antes que a proprietária dissesse que o preço da peça era de três mil dólares.
Foi apenas um pouco mais tarde, quando ela...
Chloe abriu a porta para a loja, indo direto para o local onde viu a bela caixa apenas uma
semana antes. No entanto, olhando para a vitrine, viu que não estava.
Imaginando que poderia ter sido movida, ela examinou a loja.
“Olá,” A voz da mulher mais velha familiarizada a cumprimentou. Ela poderia dizer
pelas características da mulher, que parecia preocupada.
“O-Oi.”
“Eu sinto muito dizer a você, mas se está procurando a caixa de música, eu a vendi
ontem.”
Torcendo as mãos, Chloe olhou para o chão, cobrindo o rosto com um véu de cabelo.
“Oh.”
“Eu tentei esperar por você, mas um homem entrou logo depois que você saiu, querendo
isso. Recusei-me a vendê-la para ele, mas depois voltou ontem, oferecendo-me mais dinheiro e
explicando por que tinha que tê-la. Eu realmente sinto muito.”
“E-Está tudo bem. Eu não era capaz de pagá-la, de qualquer maneira... Eu só queria ouvi-
la mais uma vez.”
Fechando a caixa de música que Lucca deixou aberta, ela silenciou o quarto mais
uma vez, quando tentou compreender o fato de que Lucca tinha isso em sua posse há
sete meses agora. Por quê? Nunca viu isso vindo de Lucca, de todas as pessoas. Ele era o
irmão do namorado da sua melhor amiga, Nero.
Ele não podia simplesmente raptar-me sem ninguém saber, certo?
Olhando ao redor do quarto, de repente percebeu o que não tinha percebido antes.
Ela estava em sua casa da família, então alguém teria que passar por aqui... Maria! A irmã
de Lucca e Nero vivia aqui. Ela vai me ajudar.
Indo para a porta, colocou a mão na maçaneta, tomando uma respiração profunda
antes de virar devagar e facilmente abrir a porta. Espreitando para o corredor para ver se
o caminho estava livre, tentou o seu melhor para andar até o quarto de Maria, onde já
esteve apenas uma vez antes, quando veio com Elle.
Acreditando que encontrou o quarto correto, calmamente bateu na porta. Quando
não houve resposta, abriu cuidadosamente para descobrir que realmente encontrou o
quarto correto, mas não havia Maria.
“Venha comigo,” uma voz profunda e desconhecida veio de trás dela, assustando-a
no lugar. “Agora!” Explodiu quando não se moveu para virar.
Girando lentamente, viu um homem enorme em um terno, antes dele virar e
caminhar pelo corredor e em direção às escadas.
Seus pés relutantemente começaram a se mover, com medo de que o grande
homem iria encontrar outros meios para levá-la a ir com ele, se não fizesse isso sozinha.
Seguindo-o para descer as escadas, através do hall de entrada, depois para a
grande planta baixa aberta da sala principal com a cozinha, foi quando o viu.
“Eu a peguei indo para o quarto da sua irmã,” o homem grande disse a ele, antes
de ficar contra a parede, cruzando os braços.
Ela observou Lucca dar um leve sorriso enquanto se servia de uma xícara de café.
“Venha sentar-se, querida.” Lucca disse, apontando para o banco na ilha grande da
cozinha.
Com os dois homens olhando-a, sentiu como se não tivesse escolha. Portanto,
cautelosamente seguiu em direção à Lucca, sentando-se, enquanto ele observava cada
movimento seu.
Deixando cair o cabelo em torno do seu rosto, olhou para suas mãos torcendo, não
sendo capaz de vê-lo olhar para ela. Não ajudou muito. Ela ainda podia sentir seus olhos
estudando-a.
Tomando um gole de café, ele falou:
“Você parece cansada hoje.”
Suas unhas começaram a cavar em suas palmas.
Pousando sua xícara, foi para um armário da cozinha e tirou outra caneca. Em
seguida, encheu com o líquido escuro antes de colocá-la na frente dela.
Olhando para a xícara de café, ela não fez nenhum movimento para isso, ainda
cravando as unhas nas palmas das mãos.
“E-eu não...”
“Beba,” Lucca ordenou.
Suas pálpebras levantaram para encontrar seus olhos que eram tão comandantes
quanto a sua demanda. Quando encontrou-se pegando o café, não conseguia entender
por que facilmente fez o que ele pediu.
Depois de tomar um gole grande o suficiente para satisfazê-lo, colocou o copo de
volta para baixo, encontrando o líquido quente, foi muito bom para o seu corpo gelado.
“Agora,” Lucca tomou outro gole do seu próprio “minha família está hospedada no
cassino do meu pai... por um tempo. Eu disse a eles que a casa não é mais segura, para
que ninguém viesse aqui até eu dar-lhes a palavra que é segura novamente.”
“Q-Quanto tempo é por um tempo?” Ela calmamente falou, mais uma vez,
torcendo as mãos com as suas palavras frias.
“Isso vai depender de você.”
Ela levantou a cabeça e olhou para ele. De mim?
Lendo sua confusão, ele continuou:
“Quando eu puder confiar que você não vai fugir de mim.”
Chloe piscou várias vezes.
“V-você não vai me matar?”
Ele sorriu para ela; era óbvio que tinha planos diferentes.
“Não, querida.”
O que ele quer de mim?
Ela tomou outro gole da sua caneca para aquecer seu corpo frio, enquanto pensava
sobre suas próximas palavras.
“Então, eu sou sua p-prisioneira?”
Um olhar predador veio sobre ela, gostando do jeito com que ela mesma a
reivindicou como sua prisioneira.
“Apenas durante o tempo que você fizer isso.”
Agora as unhas perfuraram sua pele.
“Eu tenho que sair.” Lucca disse. Com um gole final do seu café, ele acenou com a
cabeça em direção ao homem de terno com as costas contra a parede. “Drago será a sua
sombra a partir de agora. Ele estará observando você para mim.”
Seu sangue gelou. Ela ficou imóvel com o pensamento de estar sozinha com o
estranho desconhecido durante todo o dia.
Percebendo a aflição dela, a voz de Lucca tocou seus ouvidos.
“Chloe, ele não vai tocá-la, a menos que você não lhe dê nenhuma opção. Você
entende?”
As unhas em suas palmas eram mais profundas quando acenou com a cabeça,
incapaz de vocalizar uma resposta.
Lucca deu um passo para sair, mas parou.
“Se você tentar correr dele, vai ter sorte se ele a pegar.” Ele parou por um breve
instante antes da sua voz ficar tão obscura, que enviou todos os pelos do seu corpo para
cima. “Se eu te pegar, não vou ser capaz de me impedir de tomar o que eu quero desde o
momento em que a vi.”
O sangue escorria em suas palmas. Não era uma ameaça que ele estava fazendo.
Era uma promessa.
CINCO

ISSO VAI ACABAR EM GUERRA

ocê acha que pode me dizer agora por que os meus homens, eu e a minha
família, corremos para fora da minha casa ontem?” Dante cuspiu para ele no
“V momento em que Lucca sentou-se em seu escritório no hotel cassino.
Lucca acendeu a ponta do cigarro, precisando desesperadamente dele
para a conversa que estava prestes a ter com seu pai.
“Não é mais seguro lá.”
“O que quer dizer com, não é mais seguro? Minha casa sempre foi segura.”
É exatamente por isso que eu preciso dela. No entanto, os detalhes não poderiam ser
dados a Dante ainda.
“Quando a ameaça se for, você, Maria, e Leo podem voltar.”
Dante bateu com a mão sobre a mesa.
“Pelo amor de Deus, Lucca! Ameaça? Que porra de ameaça?”
Batendo as suas cinzas no cinzeiro, ele imaginou que ia ter que dar alguma coisa
por agora.
“Tenho um homem de Luciano para falar.”
“Merda.” Pegando o copo de bebida, seu pai drenou o conteúdo, sabendo
exatamente de quem Lucca estava falando.
Os Lucianos eram outra família que tinham uma pequena porção de Kansas City e
até sete meses atrás, as duas famílias estiveram em paz. Recentemente, uma das
coberturas do hotel cassino foi atacada, quando o homem de Luciano interrompeu. Ele,
felizmente, não teve sucesso em sequestrar a irmã de Lucca, Maria.
Eles não poderiam manchar o nome de Luciano, jogando fora as acusações sem
provas. O que eles precisavam era de um rato que gritasse.
“Como seu subchefe, estou dizendo a você que quanto menos lhe dizer, melhor. As
coberturas são agora o lugar mais seguro para todos. Fique aqui até que esteja
terminado.”
Esfregando as têmporas, Dante finalmente concordou com a cabeça.
“Alguém na família sabe sobre isso?”
“Dois sabem. Sal,” Lucca deu uma tragada em seu cigarro, sabendo que seu pai
não ficaria surpreso com o nome de Sal, mas estaria provavelmente com o outro “e
Drago.”
Os gelados olhos azuis do seu pai brilharam para ele.
“Maldição, Lucca, você está tomando-o de mim, não é?”
“Sim,” ele deu a resposta triste que seu pai não queria ouvir. “Você terá todo o
resto dos seus homens te protegendo, Maria e Leo aqui. Eu estou pedindo só ele. Preciso
da sua ajuda e sua proteção em outro lugar.”
Ele podia ver seu pai considerando se iria permitir que o seu mais hábil e mais
mortal homem deixasse seu lado para se juntar a Lucca. Dante, como o chefe, e Lucca,
como o subchefe, tinham que ter homens a seus lados em todos os momentos; homens
que precisavam para comandar e pedir as coisas de que eles mesmos não poderiam
cumprir.
A mão direita de Lucca era Sal. Não só era Sal seu melhor amigo, mas era como um
irmão para ele, era hábil em maneiras diferentes de Lucca. Lucca não precisava de
proteção, sendo mortal o suficiente por sua própria vontade. O que ele tinha necessidade
era da informação, e Sal era dotado de um cérebro que não funcionava como quaisquer
outros membros da família Caruso. Ele era uma pessoa muito inteligente, capaz de
invadir qualquer computador em menos de um minuto. Para colocá-lo simplesmente, Sal
era insubstituível. No entanto, Drago era algo completamente diferente.
Dante era o maior alvo na árvore genealógica. Ele não precisava de um homem; ele
precisava de um tanque. Um tanque que poderia segurar várias balas sem vacilar e ainda
avançar para matar os homens que estavam em seu caminho. Drago era um assassino
habilidoso do tipo mais mortal. O tipo que não tinha fraquezas. O tipo que nunca iria
cumprimentar a morte porquê... ele era a morte.
Lucca situava-se entre estes dois homens, tinha as habilidades e intelecto, mas era
sua mente sádica, torcida e demente, que fez dele o pior de todos. Com ele gerenciando
os dois homens sob o seu comando, não ia ter nada nem ninguém para ficar em seu
caminho. Os três juntos poderiam ter desolado toda a Kansas City, se isso fosse o que
desejavam.
Dante assentiu mais uma vez, concordando em permitir que sua mão direita se
fosse até o trabalho ser feito.
Não importava muito para Lucca se ele tivesse concordado com isso ou não. Drago
só ia estar sob o seu comando. E Lucca teria feito qualquer coisa para torná-lo assim.
Mesmo se tivesse de meter uma bala no crânio do seu próprio pai, ele teria... para protegê-
la.
Colocando o cigarro no cinzeiro, levantou-se para sair.
“Isso vai acabar em guerra, não é?”
A voz de Lucca foi fria quando olhou para trás por cima do ombro.
“A guerra começou anos atrás; nós apenas não percebemos isso.”

*****

“Onde ela está?” Lucca perguntou no momento que Drago entrou na sala de estar.
“Ela ainda está em seu quarto.”
Lucca encarou, pasmo.
“Ela não saiu?”
Drago sacudiu a cabeça.
“Não. Ela está apenas olhando para a parede.”
Furioso, Lucca entrou em seu escritório, fechando-se lá dentro.
Porra! Ele bateu as mãos em sua mesa antes da raiva o fazer jogar todo conteúdo
fora e esmagando-os no chão. Ele estava tentando ser tão bom para ela quanto pôde,
deixando-a sair por conta própria depois que estivesse confortável, mas ela não saiu em
dois dias. A única vez que saiu do quarto, foi na manhã do primeiro dia.
Ele queria que ela estivesse confortável aqui, estivesse confortável com ele, mas
Chloe estava tornando-se difícil.
Uma batida soou na porta.
“Entre.”
“Está tudo bem?” Perguntou Drago, abrindo a porta.
Balançando a cabeça, ele quase mandou Drago fechar a porta, antes que ele
parasse.
“Eu preciso que você faça algo para mim.”
Tomando todo o duplo batente da porta, Drago esperou sua ordem.
“Diga a ela, se quiser jantar, tem que vir para baixo.” Lucca parou por um breve
segundo, e tomou a decisão de continuar a sua ordem. “Diga a ela que se quiser comer
novamente, tem que deixar essa porra de quarto.”
Drago assentiu antes de sair, fechando a porta atrás de si.
Nos últimos dois dias, Lucca parecia ter esquecido que não ia mimar ela como o
resto dos seus amigos fazia. Ser bom nunca funcionou para mim, de qualquer maneira.
SEIS

BRINCANDO COM FOGO

hloe sentou na cama, olhando para a parede, seu estômago roncando ainda
C mais alto agora. Não tinha comido desde o almoço de ontem e só foi capaz de
comer algumas mordidas do seu sanduíche, então.
Se você estiver com fome, você vai comer no térreo de agora em diante, sua mente repetiu
as palavras que o homem enorme, nomeado Drago, disse.
Sentia como se preferisse passar fome a ter que deixar a segurança do seu quarto.
Era estranho, mas algo lhe disse que, enquanto estivesse no quarto, não poderiam
prejudicá-la, como se estivessem dando a ela como um porto seguro. Chegou a esta
conclusão ao longo dos três dias, porque ela não foi tocada, e agora Lucca estava tentando
puxá-la de lá.
Sim, eu vou morrer de fome.
Houve uma batida na porta antes que Drago entrasse.
“O jantar está pronto.”
Chloe envolveu os braços mais apertado para ela.
“N-Não, obrigada.”
Ouvindo-o suspirar a fez olhar para ele. Nenhuma emoção foi mostrada pelo
homem. Toda vez que entrou, ele disse simplesmente em poucas palavras que os
alimentos foram preparados, apenas para que saísse logo depois.
“Você está brincando com fogo.” Os olhos marrom-avermelhados de Drago
brilharam para ela. “Seria sábio para você perceber que esta porta não tranca por dentro.
Mesmo que o fizesse, não iria impedi-lo de vir até aqui e derrubar a porta se continuar
desrespeitando-o. Se você for esperta, vai para baixo, enquanto ele ainda tem um pouco
de paciência.”
A porta batendo atrás dele a fez praticamente saltar da cama.
Você está brincando com fogo.
Os olhos dela se voltaram para a maçaneta da porta que não tinha nenhuma
tranca, provando que ela não estava tão segura como pensou que estava neste quarto.
Ela não sabia o que fazer. Estava apenas tentando descobrir qual opção dava-lhe a
melhor chance de sobrevivência. No final, porém, sabia que Lucca ia conseguir o que
queria e não ia importar se ela estivesse deste lado da porta ou do outro.
Respirando fundo, seguiu o caminho para seu sequestrador, lentamente
arrastando seus pés. A cada passo, podia sentir a vida que pensou que ia ter na Califórnia
escapar por entre os dedos.
Lá embaixo, ergueu os olhos para ver Lucca sentado à mesa da sala de jantar. Com
o leve sorriso que deu através dos seus olhos ao vê-la, ela sentiu a vida escorregar
totalmente, até que era apenas um sonho.
Lucca fez sinal para se juntar a ele.
“Sente-se, querida.”
Olhando para a mesa, viu dois pratos já preenchidos, um na frente de Lucca, que
estava sentado na cabeceira da mesa, e outro em frente da cadeira ao lado dele. Chloe ia
ter que sentar-se perto dele, e pelo olhar em seu rosto, era exatamente o que ele queria.
Eu deveria ter… Ela percebeu seu erro, em seguida e que suas chances eram
melhores no quarto.
“Sente-se.” Sua voz saiu mais dura.
Ela já não podia sentir o controle dos seus próprios pés enquanto caminhava até a
mesa, na sequência da sua ordem.
Seus olhos ficaram verdes por um breve momento quando olhou para ele,
prendendo a respiração, sentando cuidadosamente na cadeira. Era quase como olhar nos
olhos de um homem diferente. Ela viu algo incomum neles, mas antes que pudesse
descobrir isso, passou e sua sombra normal, azul-esverdeado, estava de volta.
Ela olhou para suas mãos seguras no colo.
“Obrigado por se juntar a mim para jantar. Não tenho a certeza de quais alimentos
você gosta, mas espero que goste destes.”
Ela olhou para o prato de frango e macarrão com queijo parmesão, em seguida, de
volta para ele. Lucca parecia orgulhoso do seu prato.
“V-Você fez i-isso?”
Ele sorriu quando pegou o garfo e faca.
“Sim. Por que você parece surpresa? “
“D-Desculpe. Você simplesmente não parece...” Seus olhos derivaram para a sua
camiseta preta que abraçava seus largos músculos, antes que ela estalasse os olhos de
volta para o seu prato “C-como do tipo que cozinha.”
“Eu fiquei doente de pedir pizza depois que minha mãe morreu, então aprendi a
cozinhar.” Sua voz parecia ter se tornado sombria.
Embora Nero disse a ela, uma vez que a sua mãe morreu, se sentiu como se Lucca
tivesse apenas revelado algo muito pessoal para ela. Por quê?
“Há algo errado?” Perguntou.
Ela percebeu que havia pegado o garfo e começado a pegar sua comida.
Colocou o garfo de volta para baixo, mal conseguiu pronunciar as palavras
“P-Por que estou aqui?”
“Eu já te disse.”
Eu te trouxe aqui... para te salvar. Vendo que ele ainda acreditava nisso, a fez
perceber que era ainda mais louco do que ela imaginou. Lucca precisava ser o único
preso, não ela.
Ela não conseguia entender o motivo em mantê-la aqui. Só queria que fizesse o que
quisesse com ela e acabasse logo com isso.
“Você só vai me manter trancada naquele quarto para sempre?”
“Eu nunca disse que você tinha que ficar no quarto, querida. Você pode ir em
qualquer lugar na casa. Drago lhe dirá quando não pode entrar em um cômodo.” Lucca
cortou profundamente seu pedaço de frango. “Você pode até mesmo ir no quintal, se
quiser.”
Evidentemente, ela não sabia disso.
“A-Ainda assim, você apenas espera que eu fique aqui e não faça nada para o resto
da minha vida?” Se ela fosse capaz de chorar, ela choraria. “Eu estava indo para a
faculdade.”
Ajeitando o garfo, apontou para a mesa do café da sala de estar.
“Você vê o laptop lá?”
Chloe virou a cabeça para ver o laptop prata.
“Se você tivesse vindo para baixo hoje, você saberia que eu tenho todas as suas
aulas de Stanford alteradas para cursos on-line. Que o laptop é seu, e você vai encontrar
tudo para concluir seus cursos nele.”
Choque foi sua única resposta. Ele fez isso?
Foi quando ela percebeu quanto tempo pretendia mantê-la aqui. Tempo suficiente
para um semestre, pelo menos.
“Então, você pretende me manter aqui por um tempo, não é?”
“Sim.” ele disse a ela como se não fosse nada.
“Eles irão saber que algo m-me aconteceu,” sussurrou.
Lucca sacudiu a cabeça.
“Quem? Seus pais? Elle? Você os deixou para trás quando decidiu sair mais cedo
para a Califórnia. Tanto quanto eles sabem, você entrou no avião. Eu vi isso.”
Tinha certeza de que seus pais estavam celebrando sua partida depois que deixou
uma carta de despedida. Eles não estavam vindo para encontrá-la, mas...
“Elle. Ela vai saber que algo está errado se eu não falar com ela.”
Enfiando a mão no bolso da calça jeans escura, ele puxou um telefone celular e o
colocou sobre a mesa. Seu telefone celular.
“Eu enviei mensagens de texto para ela.”
Suas unhas se enterraram nas palmas das mãos. Ninguém saberia a verdade.
Ninguém saberia que ela não estava a um milhão de quilômetros de distância, na
Califórnia, mas em vez disso, estava bem aqui, em Kansas City, presa. Nem meus pais. Nem
minha melhor amiga, Elle. Nem mesmo…
“Ele continua ligando para você.” Os olhos de Lucca viraram azul para combinar
com seu tom frio. “O que Amo tem que se desculpar?”
A boca de Chloe abriu, lembrando a primeira lágrima que caiu, depois de muitos
anos, quando quebrou o coração de Amo apenas noites atrás. Ela matou sua amizade
depois que ele despejou seus sentimentos por ela, mas ele era o único a tentar se
desculpar por algo que fez anos atrás. Algo que ela nunca o tinha julgado.
“E-Ele virá... Ele virá para mim.”
Os olhos de Lucca ficaram ainda mais azul, o seu tom mais frio.
“Não, ele não vai, Chloe. Eu prometo-lhe isso.”
Tropeçando na mesa, ela correu o mais rápido que suas pernas poderiam levá-la
até o quarto. Com cada passo que dava, tinha medo que ele iria pegá-la por trás, até que
ela bateu a porta.
As lágrimas invisíveis caíram dos seus olhos, chorando por seus amigos perdidos,
sua liberdade e a vida que ela queria desesperadamente, que foi roubada da sua mão.
*****

A escuridão nele sussurrou: Corra e pegue-a. Mostre-lhe o que realmente um prisioneiro


real seu seria.
Olhando para o telefone, colocou ao seu ouvido, escutando o correio de voz.
“No momento que eu gritei ‘aberração do caralho’ no meio do refeitório, me arrependi, e eu
não fiz nada, mas gostaria de poder engolir essas palavras desde então.” A voz de Amo pareceu
quebrar no final antes dele a controlar mais uma vez. “Se eu a assustei, dizendo-lhe que te
amo, eu sinto muito. Eu estou tão triste por tudo, Chloe.”
Lucca apertou o telefone na mão, fazendo com que a tela trincasse.
SETE

OLÁ, QUERIDA
SETE MESES ATRÁS ...

uando um BMW preto apareceu em sua câmera de vigilância, Lucca teve que
Q dar uma segunda olhada para ver se estava imaginando. Até o momento que
ele a observou entrar na casa, percebeu que ela estava aqui. Funcionou.
Ele esperava Chloe vir e certificar-se de que Elle estava bem após o ataque. Algo
lhe dizia que ela viria. Foi um tiro no escuro trazê-la aqui, e até um maior, conseguir um
momento a sós com ela, mas eu tinha que tentar.
Lucca precisava que ela soubesse que ele existia. Queria ver seu rosto quando
olhasse para ele pela primeira vez. Ele constantemente imaginava como seu primeiro
encontro seria, e agora ele estava mais perto do que nunca para vivê-lo.
Aproveitando-se do microfone colocado sobre as câmeras, aumentou o volume
para escutar. Mais importante, ouvir a voz dela, que ele não tinha ouvido desde que olhou
para a caixa de música na loja.
Quando ela finalmente falou, foi apenas como ele se lembrava: suave e inseguro.
Quem do caralho fez isso com ela?
Percebendo que ela gaguejou por medo e não por causa de um impedimento, seu
discurso enfureceu. Ao mesmo tempo, quebrou um pedaço dentro dele por ver que
alguém machucou um pedaço dela.
Continuou a observar cada movimento dela, tendo que alternar entre as câmeras
quando elas entraram em uma sala diferente.
Vendo Chloe dentro da casa que ele cresceu, tinha apenas amplificado seus
sentimentos por ela. Começou a perder a noção do tempo de apenas olhar para ela. Essa
parte assustadora no fundo dentro dele, parecia estar saciada simplesmente por estar
olhando para ela.
Perdido em um quase transe, mal notou ela olhando para a porta dos fundos outra
vez. Algo dentro de Lucca sentia como se fosse isso. Vai.
Quando essa palavra surgiu em sua cabeça, viu Chloe sussurrar algo para Elle.
Então, seu coração começou a bombear lentamente e de forma constante, enquanto
observava Chloe levantar-se e dirigir-se para as grandes portas duplas.
Era isso. Esta era a sua vez. Seu momento estava aqui.
Porra, como estou? Nervoso?
Saindo de uma porta traseira diferente da que ela usou, tentou o seu melhor para
manter seus pés limpos através do pouco de neve espalhada. Ele tinha que ser o mais
cuidadoso possível para não deixar Elle ter um vislumbre dele, ou pior, assustar Chloe
antes que ainda tivesse uma chance com ela.
Lucca sabia que ia assustá-la de qualquer maneira, mas ele não queria que ela
tivesse tanto medo, para sair do seu primeiro encontro gritando. Ela poderia pensar que
ele era assustador, mas precisava de alguns minutos com ela para que pudesse ver outra
coisa nele. O que uma garota como Chloe ia ver, não sabia.
Indo em uma esquina, viu-a sentada perfeitamente imóvel no banco no meio do
gazebo iluminado, fazendo-o parar em seu caminho. Lucca nunca pensou em qualquer
coisa como amor ou que almas gêmeas existiam, mas agora tinha certeza disso.
Todo seu nervosismo parecia escapar quando olhou para Chloe. Encontrando seu
propósito, ele respirou fundo.
Esperando até o momento perfeito para que ela soubesse da sua presença,
caminhou em direção a ela, prendendo-a como um animal.
“Ei, querida.” Lucca antecipou sua fuga, mas ela não o fez. Em vez disso, ele
observava o salto em sua voz, em seguida, congelou. Algo sobre isso não parecia bem
com ele, mas continuou a subir os degraus. “Eu não queria assustá-la.”
Chloe ainda não mexeu um músculo.
Encostado a um pilar para bloquear sua saída, observou sua aparência. Este foi o
mais próximo que ele esteve perto dela. Seu vestido preto e meias envolviam seu corpo,
mas ela, rosto marcado, pálida, era o que se destacava contra seu cabelo preto, dando-lhe
uma visão perfeita das suas cicatrizes. Finalmente olhando profundamente em seus
olhos, desejou que pudesse dizer a palavra em voz alta. Linda.
Era quase como se ela pudesse ouvir seus pensamentos enquanto seus olhos
correram para seu colo, e ela começou torcer as mãos.
“Eu sou o irmão de Nero, Lucca. Eu apertaria sua mão, mas você não iria agitá-la,
de qualquer maneira.” Ele queria que soubesse que estava ouvindo suas conversas.
Os olhos de Chloe correram para ele por um segundo, em seguida, de volta para
baixo. Era óbvio que ela estava silenciosamente se perguntando como ele sabia disso.
“Eu ouvi que você é, aparentemente, germofóbica.” Esperava que tivesse
enfatizado ‘aparentemente’, apenas o suficiente para ganhar o seu entendimento de que
não acreditava. Ele a viu há uma semana, não vendo qualquer sinal de preocupação com o
que tocou, não mostrando qualquer traço de uma germofobia real. A única coisa que viu,
foi que ela não gostava de contato humano.
Ele podia ver o ligeiro pânico atrás dos seus olhos quando olhou para ele
novamente, que pareciam aumentar quando percebeu que estava presa.
Lucca tinha, de fato, finalmente a capturado. Agora, ele ia apreciá-lo e ver até onde
poderia pressionar sua presa.
Lentamente enfiou a mão no bolso de trás, observando-a prender a respiração, sem
saber o que estava indo liberar. Quando seu maço de cigarros saiu, podia ver o alívio em
seu rosto, enquanto ela foi capaz de respirar novamente. Puxando um cigarro e
segurando-o com os seus lábios, ele colocou o pacote no bolso, em seguida, enfiou a mão
no bolso da frente, a viu ter a mesma reação e, em seguida, o alívio de novo quando tirou
apenas o seu Zippo.
Ela está com medo de tudo, não é?
Abrindo seu Zippo com o movimento do pulso, ele acendeu a ponta do cigarro até
que ardeu um vermelho brilhante de sua inspiração.
“Você não se importa, não é?”
Olhando para ele, ela de alguma forma conseguiu sacudir a cabeça.
Lucca sentiu os olhos das mulheres sobre ele mesmo em uma idade muito jovem e
sabia quando elas o achavam atraente. No entanto, tentou o seu melhor para se
concentrar em fumar seu cigarro, sentindo os olhos nele, percebeu que Chloe não estava
bajulando-o como a maioria das mulheres faziam. Ele podia ver em seu rosto que ela
estava simplesmente olhando, quase estudando-o, como se ele a intrigasse.
Isso é bom. Agora ia subir um degrau.
Ele deixou a sua voz uma oitava abaixo quando disse:
“Você não está com um pouco de frio aqui, querida?”
Chloe não parecia confortável chamando-lhe com aquele tom profundo de voz.
“M-meu nome é Chloe.”
Realmente muito bom. Lucca não poderia deixar de sorrir quando colocou o cigarro
nos lábios, inalando. Falando enquanto exalava, a fumaça escapando mais com cada
palavra que falava.
“A filha do prefeito, certo?”
Um aceno de cabeça deu-lhe a resposta que já sabia.
Lucca manteve os olhos perfurando os dela enquanto jogou suas cinzas na neve,
não querendo perder sua expressão quando falou suas próximas palavras.
“Você estava naquele acidente de carro há alguns anos atrás. Lembro-me de ler nos
jornais. É assim que você diz a todos que você tem essas cicatrizes?”
“Isso é-é como eu as consegui.” Ela engoliu em seco, rapidamente olhando para
suas mãos.
As pessoas realmente acreditam nesta besteira?
“Não, não é. Eu conheço um corte de faca quando vejo um.”
Vislumbrando de volta para ele, podia ver que ela não tinha ideia de como ele
sabia.
“E-eu n-não sei do que está f-falando.”
Porque você é a pior mentirosa que eu já vi, querida.
Sacudindo todo o cigarro no quintal, olhou profundamente em suas profundezas
cinza, deixando-a saber que ela não estava enganando ele, nem estava, nem nunca iria
enganá-lo.
“Sim, você sabe.”
Ela rapidamente se levantou e deu um passo adiante, afirmando claramente que
queria sair e acabar com essa conversa.
Você vai ter que chegar mais perto do que isso, querida, e cara, espero que ela chegue.
Ele queria vê-la de perto, tão perto que poderia alcançar e reivindica-la já.
Quando Lucca não se moveu da saída, ela tampouco se aproximou para lhe dar
outra dica.
Um pouco mais perto... Seu corpo estava tenso; cada músculo congelado.
Outro pequeno passo em frente.
Eu poderia reclamá-la agora, se eu quisesse, querida. A parte escura no fundo da sua
mente sussurrou, Faça-o.
Os olhos de Chloe despertando um pouco de medo na pequena distância entre
eles agora.
“V-vai me deixar passar?”
A quebra na garganta mostrou-lhe quanto medo estava. Ele também podia ouvir
seus saltos estalando contra a madeira, das suas pernas trêmulas.
Porra. Lucca colocou a mão no bolso de novo, indo para o maço de cigarros. Sua
escuridão estava fazendo-o perder o controle, e precisava se manter ocupado.
Seus olhos não se moveram dos dela quando abriu o isqueiro novamente, antes de
acender outro cigarro. Ele, então, habilmente exalou, querendo a fumaça para acariciar
seu corpo e rosto como ele não podia.
Chloe não pareceu se importar, ainda olhando para o seu Zippo prata que já estava
fechado.
Tomando conhecimento do seu interesse em seu isqueiro, ele abriu-o novamente,
deixando a chama brilhar um vermelho brilhante. Ele viu então o brilho em seus próprios
olhos, de olhar para a chama. Ele teve o mesmo olhar quando seu pai usou este mesmo
isqueiro para acender seus charutos, quando ele era criança.
“Eu vou se você me disser quantos anos você tem.” Ele manteve sua voz melódica,
esperando que pudesse hipnotizá-la com a chama, quando ele lentamente começou a
tecer o Zippo entre os dedos, observando seus olhos dançarem junto com os
movimentos. Lucca precisava dela para se envolver de boa vontade com ele antes de
deixá-la ir.
“Dezessete. Você?” As palavras pareciam deslizar pela sua boca.
Você? Surpreendentemente, ela lhe pediu para retribuir, deixando-o saber que se
importava o suficiente para perguntar. O olhar no rosto dela disse-lhe que estava tão
chocada quanto ele.
“Vinte e seis.” Com isso, Lucca moveu-se para o lado, dando-lhe espaço suficiente
para passar.
Observando-a cuidadosamente virar o corpo para o lado, prendeu a respiração
tanto quanto ela fez, os seus olhos não se deslocaram um do outro, ambos parecendo um
pouco com medo de se mover até mesmo apenas uns centímetros.
Este foi o mais próximo que provavelmente iria ver seu rosto de porcelana
lindamente rachado por um longo tempo, e ele não queria nada mais do que congelar o
tempo no exato momento em que ela ficou perfeitamente na frente dele. Ele
praticamente podia ouvir os gritos dos seus olhos cinza-claros, pedindo-lhe para salvá-la.
Eles tiraram-lhe o fôlego e quase o deixou de joelhos.
Quando Chloe ficou finalmente apavorada, começou a andar tão rápido quanto
poderia, para voltar para a segurança da casa, e cada movimento que fazia para longe
dele, sentia como tortura. Ele estava deixando a mais bela criatura deslizar pelos seus
dedos, e mesmo que a parte escura dentro dele lhe pediu para não a deixar ir, sabendo
que pertencia a ele, sabia que tinha, mesmo que isso o matava. Ele não podia engaiolá-la,
pelo menos não ainda.
“Você não pode fugir da verdade para sempre, querida,” Lucca avisou, fazendo-a
só correr mais rápido e mais longe dele.
Aquele momento único, quando ele olhou para ela, não foi tempo suficiente para
saborear, mas foi tudo o que ele ia conseguir.
Salve-me, Lucca... Aqueles olhos cinzentos o assombrava.
Eu estou indo salvá-la, querida. Você apenas tem que esperar por mim. Você não está
pronta para mim ainda.
OITO

OS PESADELOS QUE COLHERAM SUA


ALMA

espirando profundamente, ele se levantou, colocando o telefone de volta no


R bolso. Essa única rachadura na tela lembrou-lhe das cicatrizes que enfeitavam o
rosto de Chloe.
“Drago, por favor, você pode aquecer e entregar a refeição de Chloe no andar de
cima?”
Drago assentiu.
Ser bom nunca funcionou para Lucca, pelo simples fato de que nunca foi bom. Ser
duro com Chloe, porém, era algo que não era capaz.
Almejando um cigarro e algum tempo para pensar sozinho, Lucca foi para o único
lugar onde de alguma forma encontrava a paz.

*****

A batida rápida na porta, seguida por ela sendo aberta, fez Chloe querer gritar por
sua vida. Por essa fração de segundo, sabia que era apenas uma questão de tempo antes
que Lucca levasse o que queria. Então, Drago apareceu, trazendo uma bandeja com um
copo de água e seu prato intocado de comida, que estava agora fumegante.
Observando a bandeja sobre a cama, não podia acreditar. Ela estava grata depois de
ser dito que iria morrer de fome se não saísse do quarto.
“O-Obrigada, Drago.”
Seu comportamento parecia ser tão azedo quanto antes, quando ele balançou a
cabeça em direção à janela.
“Não me agradeça. Agradeça ao Lucca.”
O que? Ela pulou da cama, em seguida, caminhou em direção à janela quando
ouviu a porta bater e fechar atrás dele.
Ela puxou a cortina, vendo Lucca sentado no gazebo iluminado, fumando seu
cigarro. De longe, parecia quase bonito, de uma forma obscura. Sim, ele sempre a
assustou e fez ter medo por sua vida a partir do momento em que o encontrou, mas ela
não podia negar a pequena parte nele que a atraía. Ela poderia jurar que quase podia
ouvi-lo chamando-a, às vezes.
A chama do cigarro aumentou mais brilhante quando ele respirou fundo, fazendo
com que luzes e sombras dançassem sobre suas belas feições. Lucca parecia estar
pensando profundamente, um olhar que lhe convinha, fazendo-a maravilhada com esses
pensamentos tecidos por sua mente.
Ele era… devastadoramente belo.
Chloe rapidamente deixou cair a cortina, tremendo e tropeçando para trás. Esse
único pensamento inconsequente era seu verdadeiro medo, diferente de tudo antes. Para
alguém que temia tudo, ela nunca temeu a si mesma. Até agora.

*****

A abertura da porta foi o que quebrou seu sono, mas foram os gritos que forçaram-
no acordar. Ele passou por Drago, sabendo que ele veio acordá-lo, por causa dos gritos.
Seu coração começou a bater violentamente. Em seguida, ele quebrou em pedaços
minúsculos da dor audível nos gritos. Era diferente de tudo que já ouviu.
Os gritos só aumentaram quanto mais se aproximava do quarto dela, e quando
abriu a porta, a visão que ele encontrou, quase o fez se ajoelhar.
Lucca sempre pensou ser invencível, em muitos aspectos, mas os chiados que
escaparam dela e o tremor que atormentava seu corpo, provou o contrário.
Ele estava com medo e estava sendo dilacerado e dividido em dois. Ele queria
desesperadamente acordá-la, segurá-la perto, para apagar para sempre os pesadelos que
ceifaram sua alma. Não importa o quanto queria isso, porém, a outra parte dele sabia que
não podia. Ele sabia que ela estava longe de ser capaz de aceitar o toque que desejava dar.
“Chloe...” Sua voz saiu num sussurro sofrido. “Por favor, acorde, querida.”
Ela estava despedaçando seu coração, e se seu pesadelo durasse muito mais tempo,
ele ia quebrar.
Dando um passo mais perto, sua voz começou a subir com cada grito do seu nome.
“Chloe... Chloe... Chloe!”
*****

O sangue escorria pelo rosto queimando em sua pele. Ela sabia que, mesmo assim, nunca
iria esquecer o sentimento, quando as lágrimas encontraram o sangue, para queimar caminhos de
lágrimas de sangue pelo seu rosto.
“Por favor, apenas me mate...” Foi difícil para ela sussurrar seu pedido pela sua voz rouca,
mas tinha que tentar, na esperança de misericórdia.
O maníaco começou a rir enquanto acariciou a ponta da lâmina sobre sua pele.
“Menina, isso é apenas o começo.”
Fechando os olhos, outra lágrima caiu, a mistura com o sangue quente. Misericórdia não
ia ser dado hoje à noite, deixando-a com uma esperança final. Para ser salva...
Seus olhos se abriram lentamente na repetição de palavras.
“Chloe, acorde e tudo vai ficar bem.”
Abriu totalmente os olhos para o quarto escuro, viu um Lucca sombrio a um passo
com um brilho em torno dele da luz do corredor. O medo do seu pesadelo permaneceu,
tendo acordado só para ver um outro sequestrador.
Lucca podia sentir o medo que emanava para ele agora, mas manteve a calma,
dizendo-lhe:
“Veja? Está tudo bem. Eu prometo a você, não vou te machucar.”
Chloe relaxou no colchão. Sua voz era suave, mas forte, de alguma forma, fazendo-
a sentir-se segura, algo que ela nunca sentiu ao acordar de um pesadelo. Ela também
sabia que ele dizia a verdade, apenas pelo modo como disse as palavras.
Lucca deu um passo mais perto dela.
“Isso não foi apenas um pesadelo, foi?”
Envolvendo-se mais apertada no cobertor, ela solenemente sacudiu a cabeça. Não
havia nenhum motivo em negá-lo. Um olhar nos olhos de Lucca lhe disse que podia ver a
verdade.
“Volte a dormir, querida.”
Ela pensou que a mão dele ia alcança-la antes de rapidamente desaparecer no
quarto escuro. Não foi até que ele falou de novo, que percebeu que ele foi sentar-se na
cadeira no canto.
“Estou aqui…”
Deve ter sido o sono completamente inexistente que tinha adquirido desde que
estava aqui, mas seus olhos lentamente se distanciaram na noite.
“... Aqui, Chloe.”

******

Lucca levou uma hora antes de afrouxar os punhos e relaxar na cadeira. Levou tudo
o que tinha para não a segurar, para não a tocar, para se certificar de que estava bem. Ser
capaz de vê-la dormir, mostrou-lhe quão assombrada ela estava com o seu passado,
mesmo em sonhos.
Esta foi a última gota. Ele esperou tempo suficiente. Amanhã, a vida dele e de
Chloe iria mudar, colidindo juntas em uma só.
Uma coisa era certa; aquilo estava longe de ser pesadelos. Eles eram memórias.
NOVE

EU ODIARIA TER QUE PUNI-LA, QUERIDA

evou tudo o que Chloe tinha para descer os degraus depois da noite passada.
L Elle foi a única a testemunhar seus pesadelos, além de seus pais. Com cada
pessoa a vê-la, era como se a cortina fosse puxada, mostrando o seu verdadeiro eu, a
mercadoria danificada que era. O fato de que era Lucca que tinha visto isso, significava
que ele ia ter uma parte dela agora. Uma profunda, escura, trancada parte de si mesma,
que ela nunca ia ter de volta.
Seu pai, sua mãe, sua melhor amiga, todos eles eram uma parte importante da sua
vida, e agora tinha essa sensação esmagadora, como se Lucca fosse também. Como nossas
vidas estavam agora interligadas.
O que ela achou estranho nisso, era... o jeito que ele ficou. Ainda mais estranho, foi
o quanto ela apreciou.
Olhando no andar de baixo, ela procurou por qualquer sinal de Lucca, mas quando
não havia nenhum, percebeu que ele já tinha saído para o trabalho.
Vendo o laptop na mesa de café, lembrou do por que ela enfrentou a descida, em
primeiro lugar.
Chloe sentou-se no sofá e pegou o laptop, inicializando-o. Várias coisas
apareceram, incluindo instruções detalhadas de suas aulas e como enviar seus cursos.
Alguém já tinha configurado sua conta e escreveu as instruções, uma vez que não parecia
vir da escola. Será que Lucca fez isso?
O login em sua conta da escola fez com que concluísse que estava conectada à
Internet. Ela poderia conseguir ajuda!
Ela rapidamente tentou ir para o seu e-mail, mas o site disse ‘bloqueado.’ Ela então
tentou ir para o outro site de e-mail, mas foi bloqueado também. Então, percebeu que
tinha um novo e-mail da escola Stanford.
Acessando esse e-mail funcionou. Ela rapidamente tentou digitar o e-mail de Elle
na caixa de remetente, ele apenas apagou e desapareceu. Tentou de novo... para que
desaparecesse mais uma vez.
O que…? Ela olhou ao redor da casa para se certificar de que ninguém estava por
perto.
Agora, colocou em um dos e-mails do seu professor, e na linha de assunto, digitou:
AJUDE ME!! EU FUI SEQUES...
O laptop foi fechado e tomado das suas mãos.
Seus olhos lentamente afastaram-se para ver a grande figura de Lucca de pé sobre
ela.
“E-e-eu só estava...”
“Seja muito cuidadosa para não mentir para mim, querida.” O homem intimidante
pegou um assento na mesa de café na frente dela, invadindo seu espaço. Ele colocou os
cotovelos sobre os joelhos se aproximando ainda mais, chegando perto do seu rosto.
Mesmo estando curvado, ainda era mais alto do que ela.
Chloe tentou fazer-se tão pequena quanto possível, empurrando-se para trás no
sofá, para conseguir qualquer espaço que pudesse entre eles.
“C-Como você sabia?”
“O computador é estritamente para o seu curso. Você vai encontrar a maioria dos
sites bloqueados para você, tais como mídia social. No entanto, você será capaz de
pesquisar qualquer coisa que puder precisar muito bem. O único local que está
disponível para interagir online é nos seus cursos, como o seu e-mail Stanford. Agora, se
você digitar, digamos, o endereço de e-mail de Elle ou as palavras ‘me ajude’, ele irá
notificar automaticamente o homem que configurou o computador. Em seguida, ele é
capaz de substituir o seu computador e me ligar para me dizer que você não está sendo
uma boa menina.”
“Oh.” Chloe mordeu o lábio. “Quem é ele?”
Lucca sorriu.
“Um amigo.”
Lucca, Drago, amigo. Isso significava que pelo menos três pessoas sabiam que ela
estava aqui. Honestamente, ficou chocada dele chamar alguém de amigo. Não parecia
que Lucca tinha nenhum amigo. Nem mesmo ele e Drago agiam como amigos.
Quando ela o notou ainda sorrindo enquanto continuava a morder o lábio inferior,
rapidamente parou e olhou para suas mãos torcendo.
“Eu estou tentando ser legal com você, Chloe, permitindo que você faça seus
cursos online. Para fazer isso, você tem que ser capaz de entrar em contato com seus
professores e fazer o seu trabalho. O que acontece se meu amigo está ocupado quando
você decide dizer me ajude de novo?” Lucca levantou-se do apoio nos joelhos, fazendo-a
sentar-se reta, intimidando-a ainda mais. “Eu não tenho certeza se posso confiar em você
ainda. Eu odiaria ter que puni-la, querida.”
“E-eu pensei que você disse que não ia me m-machucar?”
“Eu nunca iria feri-la, mas...” os olhos dele viraram uma sombra fria de azul “Eu
não iria me opor a ferir alguém que você gosta.”
Os olhos de Chloe se arregalaram. Elle.
“V-Você não t-tocaria nela. Ela é a namorada do Nero.”
Lucca se inclinou para frente, colocando os cotovelos sobre os joelhos mais uma
vez, inclinando-se ainda mais perto dela. Seu coração começou a acelerar. Seu rosto
estava tão perto dela, que podia sentir sua respiração fria picar a pele com cada palavra
que ele falou.
“Você não acha que eu faria isso...” alcançando, ele girou uma mecha do seu cabelo
preto em torno do seu dedo, como ele fez na noite em que a capturou “para mantê-la
aqui comigo mais tempo?”
Olhando em seus olhos frios, ela não tinha que olhar muito profundamente para
ver que faria.
“Você faria isso,” sussurrou.
Ele deixou o cabelo deslizar do seu dedo.
“Então não me obrigue.”
Ela supôs que não deveria mais estar chocada por ele, mas de alguma forma, sua
boca caiu no chão.
Lucca levantou-se, levando o laptop com ele.
“Você vai ter isso de volta quando eu confiar em você de novo.”
Se seus olhos não estivessem ainda no tom frio de azul, ela teria pensado que ele
estava magoado que tentou conseguir ajuda. No entanto, isso seria impossível.
Lucca não era capaz de tais sentimentos. Ela acabou de ser enganada por sua
bondade de ontem à noite, era apenas um ato.
DEZ

VENDEU SUA ALMA PARA O BICHO PAPÃO

ocê está indo para o andar de baixo.”


“V Chloe se trancou em seu quarto novamente depois que Lucca a deixou
na sala de estar esta manhã. Este era o tempo em que Drago normalmente lhe dizia que o
jantar estava pronto, mas hoje ele estava exigindo algo diferente. Por mais que ela não
quisesse ir, sua presença deixou de ser escolha.
Seguindo-o para o andar de baixo, o cheiro maravilhoso de alimentos entrou em
seu nariz, fazendo o estômago vazio rosnar. Quando eles chegaram à sala de jantar, ela
foi recebida com a mesma visão que ontem, com exceção de algumas pequenas
alterações, só havia um prato na mesa de jantar e Lucca já estava comendo o bife e purê
de batatas.
“Sente-se comigo,” ordenou quando Drago desapareceu, deixando-os sozinhos.
Chloe cautelosamente sentou-se ao lado dele, apertando as mãos no colo, Lucca
cortou profundamente em seu bife, esculpindo um pequeno pedaço antes de comê-lo.
Uma vez que o pedaço foi mastigado, ele finalmente se dirigiu a ela.
“Quero fazer um acordo com você, querida.”
Arrepios subiram na sua espinha. Ela não tinha certeza de que alguém iria sair
vivo de um acordo com o bicho papão.
“Que tipo de a-acordo?”
Um sorriso maligno apareceu em seus lábios.
“Você vai ficar aqui comigo, e se você ainda quiser, prometo deixá-la sair por aquela
porta da frente no final do seu primeiro semestre.”
“É-É isso?” Ele não vai deixar isso seguir tão fácil.
“Eu tenho regras.”
Chloe engoliu o nó na garganta, com muito medo de sequer perguntar o que eram.
Eu sabia que ele não iria.
“A primeira é fácil, já que eu também vou fazer o mesmo por você.” Começou a
cortar outro pedaço da sua carne. “Quando eu lhe fizer uma pergunta, você não deve
mentir.”
A testa dela franziu.
“Então, posso perguntar-lhe qualquer coisa e você vai me dizer?”
“Sim, mas apenas me pergunte se você quiser a verdade.”
Ela estava pronta para lhe fazer uma pergunta, antes da sua advertência a fazer
mudar de ideia. Ela teria que pensar mais se realmente queria saber certas coisas sobre
ele.
“O-O que mais?”
“Quero passar a noite com você. Você vai comer, jantar comigo todas as noites, e
depois eu quero ajudá-la a superar...” os olhos azuis-esverdeados de Lucca levantaram,
segurando-a “o seu medo de toque.”
O sangue de Chloe gelou, não querendo tomar parte nesses planos.
“N-Não.”
“Então você ficará aqui por quanto tempo eu quiser,” disse ele calmamente,
voltando a comer sua comida.
Suas unhas se enterraram nas palmas das mãos. Ele estava dando a ela um
ultimato. Ela temia que, se queria sair por aquela porta, teria que ceder.
“Há mais alguma coisa?” Sussurrou.
Lucca olhou de volta para ela.
“Uma última coisa. Quando eu lhe pedir para fazer alguma coisa, você irá fazê-lo.
Mas saiba que não vou te pedir nada que ache que você não possa aguentar.”
Era isso. Ela estava assinando o fim de sua vida. Lucca ia tirar tudo o que ela
conseguiu, as coisas que usou para sobreviver.
Chloe solenemente assentiu com a cabeça. Não vendo outra escolha, ela teria sorte
se saísse pela porta da frente viva.
Ele levantou a sobrancelha.
“Combinado?”
Este era o momento em que Chloe daria sua vida a Lucca, na esperança de que um
dia ele iria devolvê-la de volta para ela.
“Combinado.”
Não demorou muito para que a desgraça iminente a rastejasse. Ela podia ver que
ele viu isso como um jogo. Um jogo que ele já ganhou.
“Você está com fome?” Ele perguntou simplesmente, como se a conversa que
acabaram de ter, não aconteceu.
Por mais que ela desejava que pudesse correr de volta para o quarto, já não podia.
Isto era uma parte do negócio agora. Você vai comer o jantar comigo todas as noites.
“Sim.”
Usando o garfo, Lucca pegou um pedaço da sua carne e estendeu-o para ela,
esperando que ela o pegasse com a boca. Seus olhos lhe dizendo que esta não era uma
oferta, mas uma exigência.
“E-eu não quero tirar o-o seu alimento. Eu posso fazer um prato.”
Ele colocou a mão para baixo.
“Talvez eu decidi não fazer um só para você. Você ainda tem que se sentar aqui e
jantar comigo.”
Chloe olhou para ele. Algo nele a fez sentir que ele parecia magoado que ela não
tinha se sentado com ele e comido uma das refeições que preparou para... ela?
“Compreendo.”
Quero passar a noite com você. Ela entendeu agora. Ele fez o jantar todas as noites, e
todas as noites não se juntou a ele. Drago advertiu; disse que ela estava brincando com
fogo, e era exatamente o que fez.
Lucca levantou a mão mais uma vez, trazendo o suculento bife perto dos seus
lábios, exigindo que o comesse.
Quando eu lhe pedir para fazer alguma coisa, você irá fazê-lo.
Separando lentamente os lábios, ela desejou que pudesse fechar os olhos, mas seu
olhar estava preso no dela. Ela pegou o bife em sua boca e deslizou seus lábios longe do
garfo. Não foi até que ele deixou os olhos caírem em seu colo, que ela começou a
mastigar.
Ele sorriu.
“Eu disse a você, Chloe, que não pediria nada a você que não achasse que poderia
lidar.”
Ela não esperava que ele colocasse o garfo de volta para baixo, em seguida,
levantasse, indo para a cozinha. Quando ele voltou para a mesa, estabeleceu um prato
cheio na frente dela.
De qualquer maneira, de alguma forma, ele sempre parecia surpreendê-la.
“O-Obrigada.”
“De nada, querida.”
Foi fácil para Lucca comer depois que se sentou, mas para ela, não foi. Ela acabara
de vender sua alma ao bicho papão.
Eles comeram o jantar em silêncio e, quando ele levou os pratos para a cozinha, ela
esperava que iria libertá-la. No entanto, ele tinha outros planos.
Ela observou-o ir para a sala, sentando-se na poltrona de couro, antes de apontar
para o seu lado.
Ela relutantemente se levantou, caminhando em direção a ele com as mãos
agarradas desesperadamente.
“Eu quero que você se sente.” Removeu a almofada do seu lado, colocou-a no chão
em seus pés “Bem aqui.”
As mãos agarradas agora, torciam, quando ela ficou extremamente nervosa.
Olhando para o grande local, ela tentou sair:
“P-por e-eu não p-posso...”
“Porque eu quero que você se sente aos meus pés.” Lucca sorriu.
Chloe começou a sacudir a cabeça.
“E-eu não acho que e-eu...”
“Sim, você pode, querida.”
Vendo-o preguiçosamente sentar na cadeira, ela imaginou que qualquer outra
mulher poderia pensar que parecia incrivelmente sexy e não teria de ser pedido duas
vezes. Tudo o que ela podia pensar, porém, era o quanto suas pernas estavam abertas,
sabendo que sua perna esquerda poderia tocá-la.
Quando ela não fez nenhum movimento para fazer o que ele pediu, sua voz
assumiu um tom de comando.
“Nós fizemos um acordo, lembra?”
Eu quero ajudá-la a superar seu medo de toque.
Tinha certeza de que ela nunca seria capaz de explicar por que seguiu suas ordens,
quando sua voz se aprofundou. No entanto, lá estava ela, engolindo seus nervos
enquanto lentamente se colocou sobre a almofada a seus pés. Ela manteve suas costas
contra o braço da cadeira, sentada rigidamente, com cuidado para nem mesmo tocar seus
jeans escuros.
Agora que ela estava aqui, Chloe estava com muito medo de se mexer, com muito
medo por estar tão perto dele. Ela se assustou muito, fazendo-a se perguntar quais os
outros jogos que ele reservou para esta noite.
Lucca ligou a TV de tela grande. Depois de percorrer os canais, deixou em um
antigo jogo de futebol.
Olhando para a tela, ela não se moveu nem um centímetro, esperando ele se mover
ou fazê-la fazer outra coisa. Felizmente, ele nunca fez, parecendo focar no jogo, nem
mesmo a reconhecendo ali.
Quando ela finalmente relaxou na cadeira, o calor da perna dele menos
perturbador, ele desligou a TV, trazendo sua atenção de volta para ele.
Por favor, deixe-me ir, ela começou a suplicar em sua cabeça.
“Você pode ir...”
Chloe rapidamente pulou antes que a última palavra fosse dita. Ela nem sequer
olhou para trás enquanto foi direto para o quarto, com medo de que ele poderia mudar
de ideia.
Agora, na segurança do seu quarto, passou a mão sobre o braço que ainda estava
quente do corpo dele. Ela fez isso, inconscientemente, durante vários minutos,
esfregando-o mais e mais, antes que deixasse cair ao seu lado, percebendo que estava
tentando manter o calor. Seu calor.
Chloe não sabia ainda, mas a parte dela que ansiava por toque humano estava
voltando à vida. E em breve, ela iria conhecer a parte dela que havia enterrado há muito
tempo.
ONZE

SEMPRE

ucca mexeu-se da sua posição relaxada inclinando para frente, colocando os


L cotovelos sobre os joelhos. Ele passou as mãos pelos seus cabelos, pensando em
como não teve nem que terminar a frase antes que ela tivesse desaparecido.
Onde Chloe não podia correr rápido o suficiente dele, queria o oposto.
O tempo todo ela se sentou ao lado dele no chão, não foi um teste só para ela, mas
para ele também. Lucca disse a ela que iria ajudá-la a superar seu medo de toque, mas o
que não disse, era que ele também iria lutar para combater a escuridão de reivindica-la
tão cedo. Ele queria ter certeza de que poderia lidar com sua proximidade. Estar perto do
seu alcance, e ainda não reivindica-la foi uma das coisas mais difíceis que ele já fez. A
parte distorcida do seu cérebro murmurava, toque-a, beije-a, pegue-a... Mas ele não fez. Ele
lutou contra seus impulsos escuros... por ela.
Ele planejou chegar mais perto dela todas as noites. Imaginou que só ia ficar mais
difícil, doloroso mesmo, lutar contra a escuridão, quando seus dedos finalmente se
movessem sobre suas cicatrizes.
Erguendo a cabeça ao ouvir o som de passos, viu que Drago entrou na sala. Ele
colocou a cabeça para trás e para baixo, para passar as mãos pelo cabelo.
“Eu não a vejo lidar com... você. Ela está muito ferrada,” disse Drago, cruzando os
braços quando se inclinou contra a parede oposta.
Havia apenas uma opção.
“Ela vai aprender.”
Outra questão de Drago, circulou o ar ao seu redor.
“Esta menina realmente vale tudo isso?”
Lucca fechou os olhos por um momento...
Chloe rejeitando a mão que veio em sua direção.
“D-Desculpe. Sou germofóbica.”
“Não, eu sinto muito.” Lake disse a ela, segurando as mãos. “Se você precisar de alguém
para conversar, eu vou ouvir. Sei o que é estar sozinha.”
Lucca observava a troca à distância. Ele seguiu Chloe, mas Lake, uma das filhas do seu
soldado, seguiu para fora também. Ela deve ter sentido a angústia de Chloe, assim como ele
tinha, quando a viu durante a festa de formatura.
Antes que a menina se virasse, ela deixou Chloe com algumas palavras finais.
“Você não deveria esconder seu rosto. É lindo.”
Ele não sabia o que esperar de Lake, quando ela se aproximou de Chloe, especialmente
depois de ter ouvido os horrores que Chloe e Elle passaram na escola, mas ele honestamente não
esperava isso.
Olhando para Chloe agora sob o gazebo iluminado, cercada por flores e mais flores, ela
tirava o fôlego. Ele estava esperando por este dia durante meses agora.
Mantendo distância dela e só a olhando de longe, foi deixando-o louco. Nem uma vez ele
foi capaz de falar com ela, desde a última vez, mas agora o momento chegou.
Prendendo-a como da última vez, ele bloqueou a entrada com seu corpo.
“Ei, querida.”
Ela olhou para ele, surpresa.
Tirando um cigarro, colocou-o entre os lábios, mantendo o tom baixo quando disse:
“Ouvi dizer que você ainda está dizendo que é uma germofóbica. Alguma vez você já
pensou em dizer a verdade, apenas uma vez?” Acendeu o cigarro com seu Zippo.
Desviando o olhar para a pressão que ela fez em suas mãos, sua voz suave, sem saber,
estabeleceu algo dentro dele.
“I-isso não é uma mentira.”
Prove então.
Dando alguns passos para a frente, ele estava sobre ela, estendendo a mão.
“Vamos, querida; experimente isso apenas uma vez.”
Se ele ainda rezasse, teria neste momento. Observando-a olhar para a mão na frente dela,
ele precisava desesperadamente que ela apenas estendesse a mão para tocá-lo.
Sendo muito focado em seu rosto, Lucca quase perdeu o mais leve movimento da sua mão
se movendo em direção a sua antes que ela parasse.
“Eu n-não posso.”
O que ela acabou de fazer, era um sinal. Ela sentiu isso também. Mesmo que estivesse o
ignorando, não tinha como negar que havia uma atração eletrizante entre eles.
Sua voz assumiu um tom de comando, não querendo mais mentiras, quando ele
perguntou:
“Por que não pode?”
Seus olhos se encontraram, olhando pelos seus cílios escuros, enquanto ela sussurrou seu
segredo:
“Porque estou com medo.”
Ela temia o toque. Isso era algo que ele sabia desde o começo, mas fazê-la admitir isso para
ele era algo que precisava, se eles estavam tentando superar isso um dia. Ele precisava dela para
começar a confiar nele com seus segredos.
Ele sentou-se na cadeira em frente a ela.
“Isso não foi tão ruim, querida.” Tirando o cigarro, o prazer que sentiu, ele queria mais.
“É verão agora, e você ainda está usando mangas compridas.”
Ela não deu nenhuma resposta, mas observa-la verificar o seu comprimento e puxar para
baixo as mangas do seu vestido preto, era tudo o que precisava para saber que ele estava certo
novamente. Nem uma vez ele a viu em mangas curtas, não importa o tempo, o que lhe dizia que
ela estava escondendo algo sob o material.
Apanhar os olhos movendo-se sobre ele mostrou-lhe que uma parte dela ainda estava
intrigada.
Querendo intrigá-la ainda mais, ele puxou o Zippo, abrindo-o. Não demorou muito para
encantá-la com o trançar do brilho por entre os dedos.
“Você vai para a faculdade?”
“Sim, claro.”
Ele começou a trançar mais rápido. A importância desta questão era algo que ela não ia
ser capaz de entender ainda.
“Onde?”
“Stanford... na Califórnia.” Ela falava tão fácil quando estava em transe por ele, sem
gagueira.
Ele fechou o isqueiro com um movimento, conseguindo o que precisava.
“Isso é muito longe, querida. Acho que você está forçando a barra.” De pé, olhou para ela
novamente, pegando tudo o que podia sobre ela até a próxima vez. Isso ia fazer a espera menos
dolorosa.
Prendendo a respiração, ela não se moveu.
As marcas no seu rosto o fez pensar sobre o que Lake disse a ela.
“Ela está certa, você sabe. Essas cicatrizes são lindas.”
Ele sonhou tocá-las todos os dias, e ele estava imaginando fazendo isso agora. Toque-a na
cicatriz... a escuridão sussurrou.
Fugindo antes que ele fizesse algo que iria se arrepender, se afastou de seus sonhos. Por
um momento, ele quase sentiu o que seria tocá-la. Por um momento, ele quase sentiu o que seria
estar com ela. Foi a coisa mais bem-aventurada que ele já sentiu em sua existência...
Abrindo os olhos, não havia nenhum indício de dúvida em sua mente disso, ela
sempre valerá.
DOZE

A ABERRAÇÃO E O BICHO PAPÃO

stava agora com uma semana desde que o arranjo dela e Lucca foi feito, e ela já
E se acostumou com o cronograma de viver lá. Seus dias eram passados
mantendo-se ocupada com a escola, que era surpreendentemente bom, quando ela os
passava sozinha. Bem, tão só como ela poderia estar com Drago olhando para ela.
Seu medo de estar lá cessou, e ela não podia sequer admitir para si mesma, mas
uma parte dela estava aprendendo a ser feliz. Desde suas cicatrizes, temia por sua vida,
não só na escola, mas na sua casa também. Estar com medo quase todos os momentos da
sua vida durante anos, era algo que teve que se acostumar, para manter sua sanidade. Ela
tinha quase esquecido o que era não se sentir dessa maneira.
Chloe tinha a esperança de conseguir isso em Stanford, mas ela ainda temia estar
sozinha lá, rodeada por novas pessoas que olhariam para ela como se fosse uma
aberração. Isso não aconteceu com Lucca. Ela nunca a encarou e nem a tratou como uma
aberração porquê... aqui, com Lucca, eu sou igual a ele. Nós dois somos monstros.
A aberração e o bicho-papão.
Ela não se importava dos jantares com ele mais, qualquer um. Eles eram bastante
tranquilos em companhia um do outro, e Lucca era um surpreendentemente bom
cozinheiro. Se ela não tivesse que se sentar ao lado dele todas as noites, ele não iria
mesmo incomodá-la.
Havia apenas uma coisa que ela realmente sentia falta, e isso era Elle. Sim, ela
sentia falta de Amo, Nero, e até mesmo Vincent, também; mas ela nunca estava tanto
tempo sem falar com sua melhor amiga, e isso estava começando a afetar ela.
Se Elle estivesse aqui, poderia não ser ...
Afastando o pensamento, ela voltou para a tarefa agora terminada, que lutou por
horas para fazer. Ela foi enviar, quando uma caixa de bate-papo apareceu em sua tela.
Eles estão todos errados, exceto #8. Tente novamente.
O que…?
Chloe piscou para a tela, olhando se estava apenas exausta de trabalhar nisso
durante toda a manhã. No entanto, a caixa de bate-papo ainda estava lá, provando que ela
não estava errada.
O amigo de Lucca. A terceira pessoa que ela sabia que estava aqui.
Ignorando o aviso, foi enviar novamente, quando outra mensagem veio.
Você vai falhar na tarefa.
Mordendo o lábio, ela pairou sobre o botão enviar, pensando. Suas respostas
pareciam certas para ela, mas lutou muito para isso. Ela não estava acostumada com a
matemática sendo ensinada no computador, muito menos cálculo.
Ela apenas fechou a mensagem de enviar, e digitou na caixa de bate-papo, você
pode me dizer como #1 está errada?
O problema começou imediatamente a trabalhar na frente dela, deixando-a de
boca aberta com a rapidez com que foi concluído. Desculpando-se por dizer que ela
estava errada.
Digitando na caixa, mais uma vez, ela respondeu rapidamente, Obrigada. Vou
tentar novamente mais tarde, antes de fechar seu laptop.
Merda. Cálculo estava matando-a, e estava se tornando muito difícil para ela
entender pelo computador.
Aceitando a derrota por agora, desceu as escadas para almoçar. Uma vez lá, notou
um movimento no quintal, que a fez curiosa para olhar para fora da porta traseira para
uma melhor visualização.
Chloe espiou para ver Lucca na terra. Ele parecia estar... na jardinagem?
“Vejo que você finalmente decidiu descer,” Drago disse em uma voz rouca atrás
dela.
Ela rapidamente se virou, nervosa que foi pega olhando para Lucca.
“E-eu desci para p-pegar algo para comer.”
“Tenho certeza que sim. Você não desce para mais nada.” Seu tom azedo disse a ela
que ele não estava sendo sarcástico.
Ela olhou para o quintal de novo, em Lucca, sabendo o que Drago quis dizer. O
tempo que passou com ele, não foi por vontade própria; foi apenas quando ela teve que
honrar o acordo.
“Ele não está no trabalho hoje?” As palavras pareciam escorregar para fora da sua
boca enquanto observava Lucca limpar o suor da testa em sua camisa preta.
“Não, é sábado. Você saberia se você parasse de agir como uma prisioneira.”
Virando-se, ela olhou para ele em confusão.
“Eu sou uma prisioneira.”
A aparência de Drago ficou escura quando deu um passo na direção dela.
“Nós dois sabemos como um verdadeiro prisioneiro se parece, Chloe. Diga-me,
como é isto, comparado com a última vez?” Ele deu mais um passo em direção a ela.
“Quando você sonha, quem é que te persegue? Lucca? Ou o homem que lhe deu essas
cicatrizes?”
Ela só podia olhar para trás, o homem enorme, sabendo muito bem que ele falou a
verdade.
Deixando Chloe com sua verdade, ele disse uma última coisa.
“Tenho certeza que Lucca está com fome, também.”
Virando-se, ela observou seu sequestrador só por mais alguns minutos.
Nós dois sabemos como um verdadeiro prisioneiro se parece, Chloe.
A maneira que Drago falou com ela, era como se ele tivesse sugerido... que ela
estava aqui por uma razão. Mas... Eu sou uma prisioneira, não sou?
Balançando a cabeça, foi até a geladeira, decidiu fazer um sanduíche. Ela fez
apenas um, em seguida, colocou todas as coisas de volta. Agora, olhando para seu
sanduíche solitário, seus olhos desviaram-se para a porta dos fundos. Eu devo? Ela
balançou a cabeça com força, tentando retirar o pensamento da sua mente.
Agarrando seu prato, sentou-se na ilha da cozinha e rapidamente comeu a comida
dela, olhando para fora da janela para vê-lo de vez em quando. Para dizer o mínimo,
Chloe achou interessante que o bicho papão sabia jardinagem, de todas as coisas.
Limpou-se, em seguida, começou a voltar para o andar de cima, mas seus pés
pararam quando foi olhar Lucca através da janela uma última vez.
Uma pequena voz que ela não ouviu antes sussurrou, faça isso.
Chloe ouviu a voz, fazendo outro prato. Decidiu que ele provavelmente seria capaz
de comer dois facilmente, enchendo o pão com um monte de carne, alface e tomates. Se
ele não gostar de algo, poderia simplesmente retirar.
Ela levou os sanduíches, juntamente com uma garrafa de água, para a porta dos
fundos. Até o momento que ela a abriu, porém, percebeu o erro de ouvir a voz
desconhecida. Mas com Lucca virando-se para olhar para ela, já era tarde demais.
Mordendo o lábio nervosamente, foi em direção a ele, desejando que pudesse
voltar atrás. Então, quando chegou, fez uma pausa, olhando para ele.
Seu longo cabelo castanho escuro despenteado, que mantinha penteado para trás,
estava confuso em torno das suas belas feições. Os jeans escuro e camisa preta que ele
sempre usava estavam sujos, dando-lhe uma aparência ainda mais áspera do que
geralmente tinha. Ela não estava acostumada a homens que se pareciam com ele. Estava
acostumada a bem-vestidos, homens bem-cuidados, que usavam roupas caras. Ele era
completamente o oposto.
Lucca esperou que ela dissesse alguma coisa antes de dar-lhe um sorriso, quando
percebeu que estava olhando para sua aparência.
“Isso é para mim, querida?”
“S-Sim. D-Drago disse que você poderia estar com fome,” gaguejou, movendo
rapidamente os olhos para o prato.
“Estou supondo que ele fez isso, também.” Sua voz parecendo perder o tom, como
se estivesse desapontado.
Chloe balançou a cabeça, olhando para ele novamente.
“Não, eu fiz.”
O sorriso foi trazido de volta para seus lábios enquanto tirou as luvas sujas de
trabalho e se levantou. Chegando até ela, pegou o prato e a água dela.
“Obrigado, querida.”
“D-de nada.”
Ela finalmente soltou a respiração que segurou quando ele se virou.
Encontrou-se desejando que ele poderia ser menos bonito. Sua combinação de
aterrorizante, mas ainda bonito, era demais para um homem ter.
Ele se sentou na grama, batendo no local ao lado dele.
“Venha sentar comigo.” Ele não disse isso como um comando, o que era estranho.
Era mais como se estivesse pedindo.
Respirando fundo, ela se viu fazendo o oposto do que pensou que deveria, sentada
na grama um pouco mais distante de um braço dele e olhando para o jardim
deslumbrante, enquanto ele começou a comer.
Era diferente estar aqui, com a grama e flores, como se fosse ainda mais pacífico do
que normalmente era no gazebo.
Desde o momento em que ela andou pela primeira vez aqui fora, o jardim tomou
seu fôlego, e só continuou a fazê-lo. Parecia apenas crescer mais e mais bonito para ela.
“Eu não sabia que você fazia jardinagem.” O pensamento que era para ficar em sua
cabeça, saiu em um sussurro.
“Não faço realmente. Quer dizer, fazia para a minha mãe, aqui e ali, quando era
jovem, mas é mais uma coisa recente.”
Chloe simplesmente olhou em volta, vendo que o jardim parecia melhor cuidado
agora do que o tinha visto antes, meses atrás. Era por isso que achava que só ficou mais
bonito.
Olhando para Lucca, uma sensação estranha agitou dentro dela, algo que afundou
a sua alma, e ela perguntou:
“Por que você começou a jardinagem?”
Pedir-lhe uma resposta era uma coisa perigosa, pois a resposta seria nada menos
do que a verdade. Somente tinha que estar preparada para a resposta.
Os olhos dele voltaram-se no mais belo tom de verde que ela já viu, quando a luz
solar tocou eles. Quase feria olhar de volta para eles, mas olhar para longe deles, seria
impossível.
“Eu fiz isso por você,” revelou a resposta que ela já sabia. “Quando eu te vi sob
esse gazebo, pela primeira vez, cercada pela neve, eu me perguntava como pareceria
rodeado por flores em seu lugar. Então, me perguntei o quanto você adoraria isso aqui.”
Engolindo em seco, ela finalmente conseguiu afastar o olhar dele, levando cada
pedaço de informação e tentou o seu melhor para compreendê-lo. Para entendê-lo.
Eu nunca vou entendê-lo...
Lucca falou.
“Fique aqui.”
Ela observou ele levar o seu prato agora vazio e a garrafa de água para dentro da
casa. Voltou um minuto depois, colocou as luvas e foi para o mesmo local onde ela o
encontrou quando saiu.
“Vem me ajudar, querida.”
Hã?
“O que?”
“Há um par extra de luvas no balde.” Ele apontou para o balde quando colocou a
última luva. “Você quer me ajudar? Ou você quer ficar em casa o dia todo de novo?”
Ela pensou sobre o cálculo que realmente não queria fazer antes, se levantou e foi
até o balde tirando as luvas extras. Colocou-as antes que se aproximasse de Lucca e ficou
de joelhos no chão ao lado dele.
“Você sabe alguma coisa sobre jardinagem?” Perguntou.
Balançando a cabeça, percebeu que não sabia exatamente nada sobre isso.
Ele riu, percebendo seus pensamentos.
“Tudo bem. Eu vou te ensinar.”
Ela engoliu em seco.
“Está bem.”
“Estou só limpando o jardim, arrancando as ervas daninhas e todas as flores
mortas.” Mostrou-lhe como fazer, explicando como as ervas daninhas pareciam e como
identificar qual parte da flor estava morta. “Agora tente você.”
Indo para o próximo campo de flores, ela cuidadosamente removeu as ervas
daninhas que a rodeavam e cortou uma flor agora morta.
“C-Como está?”
Lucca sorriu.
“Perfeito.”
Pela primeira vez desde que chegou aqui, ela sorriu.
“Você estava certo.”
Confusão marcou seu belo rosto.
“Como?”
“Eu o amo mais.”
Suas feições voltaram para sua habitual aparência devastadora, sabendo que ela
estava falando sobre ela amar estar mais cercada por flores.
“Bom.”
TREZE

BOA NOITE

sta perna está ficando mais perto?


E Chloe estava focada na tela da televisão, tentando o seu melhor para
ignorar o calor que vinha da perna de Lucca ao lado dela. Achou que estava ficando mais
fácil, mas esta noite, sentiu como se não houvesse espaço suficiente entre eles.
Fios de cabelo moveram-se do seu pescoço, fazendo-a olhar para trás, e quando o
fez, sua respiração ficou presa na garganta. Lucca estava girando um pedaço do seu
cabelo preto.
“Será que você gostou de hoje, querida?” Sua voz era tão obscura como a mecha
que ele habilmente girava em torno do seu dedo.
“S-Sim,” ela calmamente falou.
“Gostaria de me ajudar a terminar o resto da jardinagem amanhã?”
Seus nervos, mais de observá-lo continuamente a girar seu cabelo, a fizeram deixar
escapar:
“Não!”
O cabelo escorregou para o seu colo, caindo junto com seu rosto.
“Está bem.”
“Não, E-eu digo...” Ela virou-se para melhor enfrentá-lo. Não queria que a palavra
saísse tão ríspida. “Eu gostaria, mas não posso.”
“Por que não pode?”
“Ainda não terminei meu trabalho de cálculo.” Olhando para suas mãos, ela
começou a torcê-las. “Porque realmente não entendo isso, e eu tenho um teste
chegando.”
“Oh.” Ele mais uma vez pegou a mecha de cabelo, começando o movimento de
girar novamente. “Se eu arranjar alguém para ajudá-la com o seu cálculo amanhã, você
iria querer me ajudar com o jardim na segunda-feira?”
Ela olhou para cima de suas mãos, atordoada.
“Você faria isso?”
“Sim, querida.” Ele sorriu para ela. “Mesmo se você não quisesse me ajudar.”
Chloe encontrou-se estranhamente retribuindo o sorriso.
“Se você tem certeza de que pode faltar segunda no trabalho, então eu gostaria de
fazer.”
Ele parecia se divertir com o que ela disse.
“Tenho certeza.”
Insegura sobre o que falou, algo lhe disse que não queria perguntar.
“Está bem.”
Depois que ele deu a seu cabelo um giro final, ela sentiu uma saudade nele quando
a seda deixou as pontas dos dedos.
“Você pode ir para a cama agora.”
Em pé se sentindo diferente do que tinha das outras vezes. Ela sentiu o mesmo
alivio que costumava sentir, mas não sentiu a necessidade de correr. O que há de errado
comigo?
Ela lentamente começou a se afastar, tentando descobrir este outro sentimento que
parecia estar coçando para sair.
“Boa noite, Chloe.”
Voltando-se para ele, seu coração gaguejou.
“Boa noite, Lucca.”

*****

“Onde ela está, porra!” Ele bateu com o punho na mesa.


Os outros dois homens na sala olharam para os pés antes de um finalmente falar.
“Nós ainda não a encontramos.”
“Quão difícil é encontrar uma garota do caralho de dezoito anos de idade?”
Quando bateu seus punhos sobre a mesa novamente, disparou.
“É... É como se ela desaparecesse. Como se ela sumisse da face da Terra.”
Indo mais a eles, tirou uma faca do bolso e colocou-a na garganta do homem.
“Você se lembra o que fiz com ela?”
O homem começou a tremer quando assentiu.
“Sua filha é da sua idade, não é?” Ele levemente deslizou a lâmina sobre o homem
que agora estava chorando. “Você vai encontrá-la, ou eu vou te mostrar como a porra de
uma menina some da face da Terra.”
Quando o homem acenou com a cabeça novamente, ele deixou-o ir, e os dois
voaram para fora da sala.
Sentado em sua mesa, se inclinou para trás em sua cadeira, fechando os olhos
negros e ameaçadores. A imagem de uma garota de quatorze anos de idade veio à sua
mente quando começou a sonhar com o passado...
A menina estava começando a perder a consciência, e agora traumatizada, seus olhos
cinzas começaram a se afastar. Era algo que ele gostava de ver, a mudança nos olhos da pessoa, o
que eram uma vez antes, e depois à pessoa que se transformavam quando ele terminava com eles.
Era a sua marca; como ele os reivindicava.
Ele levou a menina que ela foi uma vez e a transformou em sua bela criação. Seu corpo,
sua mente, sua alma pertenciam à ele e sempre o pertenceria... até que ele tirasse seu último
suspiro.
Seus olhos rolaram para a parte de trás da sua cabeça antes que suas pálpebras se
fechassem.
“Boa noite, minha menina.”
QUATORZE

NEM MESMO DEUS PODERIA SALVAR UM


HOMEM QUE COLOCAR AS MÃOS EM
VOCÊ

escendo os degraus no dia seguinte, ela ouviu uma voz falando com Lucca que
D não reconheceu. Alguém me encontrou? Suas vozes se aproximavam, e então ela
podia ver um homem em um terno, com cabelo castanho claro. Lucca notou, então.
“Chloe, eu quero que você conheça Sal.”
Chloe conhecia Sal, o viu todo tempo com os Caruso, quando ela estava com Elle,
mas nunca o viu tão de perto, nunca teve um olhar para os seus escuros olhos azuis
profundos. Algo sobre ele fez todos os pelos em seu corpo levantar-se e cada alarme
disparar em sua cabeça.
“Olá, Chloe.” Ele deu um sorriso perverso. “É bom finalmente conhecê-la.”
Congelada no lugar, só podia olhar para o homem bem-cuidado.
“Sal veio para vigia-la e ajudá-la com o seu cálculo, enquanto Drago e eu cuidamos
de alguns assuntos do trabalho.”
“E-ele v-veio?” Suas mãos trêmulas entrelaçadas apertaram.
Lucca olhou para ela por um momento, antes da sua voz ficar sombria.
“Venha comigo, querida.”
O comando a fez segui-lo pela casa e por um corredor. Ele abriu a porta, e então
esperou por ela para entrar em primeiro.
Entrando no que parecia ser seu escritório, seu coração começou a bater em
seguida, bater para fora do seu peito, enquanto ele fechou a porta atrás dele, isolando-os
lá dentro.
Agora sozinhos, linhas de preocupação marcaram sua face.
“Me diga o que está errado.”
Ainda tentando afastar os olhos de Sal da sua mente, ela tentou falar da melhor
forma.
“E-eu apenas n-não o conheço.”
Ele deu um passo mais perto dela.
“Drago é muito mais assustador que Sal, e você não o conhecia, então não minta
para mim, querida.”
Mordendo com força o lábio, ela pensou que ia tirar sangue em breve. Eu não sei
por que ele me assusta.
Lucca deu mais um passo em direção a ela quando não respondeu.
“Eu não sei...” sussurrou. “Sinto que o conheço, mas eu não conheço.”
Dando um passo final, ele a imobilizou contra a grande mesa atrás dela, quando
tentou colocar espaço entre eles. Eles estavam mínimos centímetros distante, quando
pegou uma mecha do seu cabelo e girou no mesmo movimento que sempre fazia.
“Você acha que eu iria deixá-la com qualquer um, Chloe?”
Seu peito apertou. Era estranho, e ela não entendia como, mas em algum lugar no
fundo ela sabia que ele não iria.
“N-não.”
“Você acha que eu deixaria alguém chegar perto o suficiente para possivelmente
tocar em você...” Ele puxou o cabelo sempre tão suave em torno do seu dedo, seus olhos
viajando pelo seu rosto pálido até o pescoço “quando eu ainda nem toquei em você
primeiro?”
Ela balançou a cabeça lentamente, mordendo mais forte seu lábio inferior. Tinha
certeza de que era isso, quando ele ia finalmente tocá-la, embora não estivesse pronta.
Por favor, ainda não.
Ele olhou para a seda escura e girou.
“Eu continuo enrolando o cabelo em volta do meu dedo, porque é o mais perto que
posso chegar a tocá-la, por enquanto. Eu prometo a você, ninguém mais vai tocar em
você, nesta casa ou fora dela. Nem mesmo Deus poderia salvar um homem que colocar as
mãos em você.”
A pressão no lábio diminuiu, e ela respirou mais fácil. Ela acreditava em cada
palavra que ele disse, mas o que a assustava, era que também a colocava à vontade. Ela
estava quase grata sobre o fato de que não teria que se preocupar com ninguém machucá-
la, quanto mais tocá-la novamente.
O que está acontecendo comigo?
Lucca deu-lhe alguns centímetros de espaço para respirar.
“Eu considero Sal meu único amigo, mas ele também é mais do que isso. Estou
mais próximo dele do que estou com Nero, que é o meu próprio irmão.” Esta foi uma
dessas vezes que ele permitiu mostrar qualquer emoção. “Meu pai trouxe Sal quando
éramos jovens, e fomos criados juntos. Sal pode não ter o meu sangue, mas ele é meu
irmão. Eu confio nele com a minha vida, e confio nele com a sua. Ele não vai te machucar,
querida.”
Lucca não era o tipo de homem que confiava em alguém, só em si mesmo, para que
ela pudesse confiar em sua palavra, de que Sal não iria machucá-la, independentemente
de que Sal fez os cabelos da sua nuca se arrepiarem.
“Está bem.”
Ele deu um sorriso antes de deixar o cabelo deslizar do seu alcance.
“Drago e eu vamos estar de volta assim que pudermos.”
Balançando a cabeça, colocou a sua melhor cara de corajosa, enquanto seguia
Lucca fora do seu escritório e de volta para onde Sal estava esperando. Ela sentou-se na
ilha da cozinha com seu laptop, enquanto os homens falavam em voz baixa entre si. Não
podia deixar de torcer as mãos, ao ponto das unhas cravarem em suas palmas. Nunca
pensou que desejaria que Lucca não a deixasse, não até agora.
Chloe ficou com dois pensamentos. O primeiro, ela se perguntou por que Drago
foi o único a assistir todos os seus movimentos, quando era Sal que era seu amigo de
verdade.
A porta da frente fechou, e ela ouviu passos se aproximar. Virando a cabeça,
engoliu em seco, tentando controlar o medo desconhecido do homem que Lucca chamou
de seu irmão.
Seu outro pensamento... Por que ele me lembra dele?
QUINZE

O NOME MONSTRUOSO

lhando pela janela para o vazio em torno deles, Lucca estava focado no
O caminho de terra, esperando os carros entrar em seu campo de visão. A família
Caruso chegou duas horas mais cedo no local, algo que um possível inimigo deveria ter
feito. Seus Cadillacs pretos estavam alinhados em frente ao armazém vazio, e cada
soldado estava preparado no caso que esse fosse o ano que os Lucianos decidissem
acabar com a paz.
Uma vez por ano, as duas famílias mafiosas de Kansas City tinham uma reunião
sobre igualdade de terreno fora da cidade. Era uma maneira de manter a paz entre eles;
para impedir que outra guerra aconteça, como a última guerra tinha quase dizimado o
nome Luciano.
Lucca começou a abrir e fechar o isqueiro, não tirando os olhos da estrada. Desde
que entrou para a família, todos os anos, nesta data, ele vinha aqui sem sentir nada. Este
ano, porém, não podia deixar de sentir um mal-estar no ar.
Ele estava começando a perder a paciência. Ele não gostava de deixar Chloe em
casa, enquanto estava tão longe, apenas com Sal lá para protegê-la.
Se eu não quisesse vê-lo... eu deixaria.
Finalmente, os carros começaram a aparecer. Lucca assistiu-os estacionar e os
homens saírem. Ele observou cada homem, até que finalmente viu o que ele estava
esperando.
Lucca deslizou seu isqueiro de volta no bolso, ouvindo atingir o outro objeto de
metal. Retirando um grande, pesado, anel de ouro, olhou para o desenho de um
retângulo com uma ferradura carimbada no meio, cercado por pequenos diamantes.
A porta do armazém abriu, levando-o a deslizá-lo de volta no bolso. Virando-se,
olhou para as duas longas mesas uma de frente para a outra. Dante sentou-se no meio de
uma com o seu conselheiro, Vinny, à sua direita. Havia uma cadeira vazia à esquerda de
Dante para ele. No entanto, ele estava esperando os Lucianos encher a outra mesa, antes
de se dirigir para o seu lugar.
Antes que ele se sentasse, colocou o maço de cigarros e isqueiro sobre a mesa.
Então, Lucca ouviu os dois chefes iniciarem a reunião, não falando uma única vez. Em
vez disso, ele observou os homens.
Os Lucianos pareciam polos opostos aos Carusos. Tanto quanto os Carusos
pareciam impecáveis, os Lucianos pareciam desalinhados. Os homens que usavam ternos
estavam longe de ser os italianos caros pelos quais a máfia muitas vezes era conhecida.
Aliciar não era muito de um requisito para eles, também. Alguns homens estavam
cobertos de tatuagens em suas mãos e seus pescoços. Eles eram uma família de aparência
áspera, combinando com seus arredores da área bruta de Kansas City que possuíam.
Aqui neste armazém, os Carusos pareciam fora de lugar, enquanto os Lucianos pareciam
em casa.
Os gêmeos de cabelos escuros, na maior parte coberto de tatuagens, sentaram-se
de um lado, enquanto do outro lado estava um homem beligerante com o cabelo
castanho que parecia estar fazendo a mesma coisa que Lucca, analisando o inimigo.
Era trabalho de Lucca conhecer todos e cada um deles. Os três eram irmãos,
compartilhando o mesmo pai, mas apenas os gêmeos tinham a mesma mãe. Angel e
Matthias eram mais jovens do que o seu irmão Dominic. Ele e Lucca eram o subchefe da
família, sob o seu pai. No entanto, embora Dominic fosse um pouco mais velho do que
ele, não era o subchefe há tanto tempo como Lucca era. Foi apenas há um ano que
Dominic conseguiu o título.
Tirando um cigarro, Lucca colocou entre os lábios enquanto sacudiu seu pulso,
trazendo a chama do seu Zippo para acender a ponta. Ele inalou profundamente
enquanto seus olhos viajaram para o homem sentado no meio da mesa.
Os Carusos o chamavam pelo seu sobrenome, Luciano, mas para os seus homens,
ele era conhecido por outro nome. Um nome que seus homens lhe deram por respeito,
um nome a ser temido. Dante disse à Lucca há muito tempo para não o chamar pelo
nome monstruoso, porque isso não era nada, e ele não era para ser temido.
Luciano ajustou o paletó.
“Antes de terminar este encontro, você sabe que eu tenho que te perguntar, Dante,
sobre um território maior ao longo de Kansas City.”
“Você sabe a resposta para isso até agora, Luciano, e minha resposta ainda é a
mesma depois de todos esses anos.”
Um sorriso sarcástico veio para lábios finos de Luciano.
“Eu estava esperando que este seria o ano que poderíamos esquecer a parte do
contrato.”
“Talvez devêssemos esquecer todo o contrato, então.” Lucca bateu as cinzas de
cigarro no chão. “Acho que o tempo está fazendo você esquecer quão perto da extinção o
nome Luciano estava. Foram os Carusos que queriam acabar com a guerra e decidiram
dar a opção do contrato para que o nome Luciano não morresse. Diga-me, como muitos
de vocês estão lá agora?”
Dois dos homens de Luciano se moveram para ficar atrás dele, enquanto o único a
passar por trás dos Carusos foi Drago. O homem era maior do que os dois Lucianos
juntos.
Luciano levemente flexionou sua mandíbula.
“Eu e meus três filhos continuaremos o nome Luciano.”
Lucca sorriu quando inalou profundamente do seu cigarro.
“Sim, e graças à generosidade da família Caruso, você pode continuar fazendo no
território estabelecido.”
O ar no espaçoso armazém pareceu ser sugado. Não foi até que Luciano acenou
com a cabeça, que todos pareciam voltar a respirar.
Dante então concordou, levantando-se enquanto abotoou o paletó e trazendo a
reunião ao fim. Luciano também ficou de pé, e os dois homens saíram de trás das suas
mesas para apertar a mão um do outro.
“Fico feliz que tivemos outra reunião bem-sucedida. Vejo você no próximo ano,
Luciano.”
“Até o próximo ano, Dante.”
Os dois homens largaram a mão um do outro e, em seguida, Dante saiu com a
família Caruso primeiro. No entanto, Lucca continuou sentado ali, observando seus
homens e os Lucianos saírem do armazém, um por um, até que apenas ele e um outro
permaneceu.
Finalmente, levantou-se, pisando na pequena bituca que ainda estava fumando
quando deixou cair. Pegando seus cigarros, colocou-os de volta no bolso enquanto
agarrou o anel pesado e pensava sobre ele.
O homem frio o olhou de cima a baixo.
“Ao lado do seu pai, você parecia como se estivesse sentado na mesa errada. Quase
se podia passar por um Luciano.”
“Quase.” Ele rolou o anel entre os dedos, caminhando em direção ao único homem
no armazém.
“Sim, bem, nós dois sabemos o que você parece quando se limpa.”
Quando a voz do Luciano ficou sombria, Lucca se transformou mais sombrio.
“Sim, nós sabemos.” Segurando o anel para ele para ver, Lucca continuou, “Você já
viu este anel antes?”
Pegando o anel, o rosto do Luciano começou a igualar a sua voz.
“Não, eu não vi. Por que você pergunta?”
Lucca lançou um sorriso enigmático.
“Eu estou tentando encontrar o dono do meu novo cão.”
Compreendendo a sua sugestão, ele deu o anel de volta.
“Estou surpreso que você não eliminou o cão.”
“Eu gosto de cães.” Ele colocou o anel de volta no bolso.
Luciano parecia se divertir com sua escolha de palavras.
“Adeus, Lucca.”
Lucca olhou para os olhos negros sem alma do homem diante dele.
“Estarei observando você, Lúcifer.”
Ele quis – necessitava – chamá-lo pelo nome para mostrar que não havia um só
homem que Lucca temia, nem mesmo o próprio Diabo.
Em breve.
DEZESSEIS

A PARTIR DO PIOR PARA OS MELHORES


TIPOS DE PESSOAS

uito embora Sal fosse amigo de Lucca, ela esperava que ele fosse machucá-la a
M qualquer momento. Ela não podia evitar; tornou-se visceral nela.
Sal levantou uma sobrancelha.
“Acho que você decidiu não enviar o trabalho.”
Hã?
“V-você é o c-cara do c-computador, c-certo?”
Rindo, ele se sentou ao lado dela depois de empurrar a cadeira longe o suficiente
para dar-lhe muito espaço.
“Sim. Eu não pareço um cara que poderia programar o seu computador?”
“N-não. Sim. Eu m-meio ... não sei. Eu apenas pensei que se você trabalha com
Lucca, Drago, Nero, e o resto deles. Não parecem r-realmente ser do tipo de c-
computador.”
“Eu trabalho com eles.” Ele olhou para ela em confusão. “Lucca ainda não te
contou em que linha de trabalho estamos?”
Agora ela era a única que o encarava em confusão.
“Elle me disse que todos trabalhavam para o pai de Lucca e Nero no cassino. Vocês
não trabalham?”
Um olhar divertido surgiu em seu rosto.
“Bem, sim, faço a segurança lá. Eu garanto que tudo corra bem, e configuro
qualquer novo equipamento.”
“Então, o resto deles trabalham em segurança, também?”
“Uh, sim, de uma maneira.”
Chloe podia dizer que pelo olhar em seu rosto, parecia estar faltando alguma coisa.
Não pergunte. Você provavelmente não quer saber.
“O-O que Lucca faz, exatamente?”
“Acho que esta é uma pergunta que você deve fazer a Lucca.”
Olhando para suas mãos em seu colo, ela apertou-as.
“Eu tenho um bocado de medo de perguntar. Sei que ele vai me dizer a verdade,
mas não tenho certeza se quero a verdade completa. Eu só queria uma essência do que
ele faz para ver se deveria perguntar.”
“Tudo bem, então...” Coçando a cabeça, ele parecia estar pensando na melhor
maneira de colocar isso. “Seu pai é o presidente do cassino, e Lucca é o vice-presidente.”
Mesmo?
“Eu não tinha ideia que ele era tão importante. Ele não usa ternos como o resto de
vocês.”
Sal riu.
“Oh, sim, ele é quase tão importante quanto você poderia entrar na famí... Quero
dizer, no cassino.”
Ela encontrou-se sorrindo para o pensamento que Lucca não era tão ruim quanto
ela pensava.
“Bem, isso não é mau. Eu pensei que ele poderia estar em algo ilegal.”
“Bem, eu não diria...”
“E Drago? Ele parece assustador o suficiente, para fazer segurança.”
Outro silêncio para pensar.
“Sim, ele é o guarda-costas pessoal de Dante.”
Ela olhou para suas mãos.
“E quanto o Amo?”
“Ele definitivamente trabalha de segurança.” Rindo em silêncio, Sal começou de
novo, parecendo achar o trabalho de Amo o mais divertido.
“Ele é?” Isso estava começando a fazer sentido para ela. Ele se parece com uma versão
mais jovem de Drago.
“Sim, ele trabalha no nível mais baixo do cassino com Nero e Vincent.”
Continuando, ele usava um sorriso ainda maior no rosto, “Amo, especificamente, ama o
seu trabalho. Nero e Vincent têm realmente solicitado uma mudança de posição do
porão.”
Mordendo o lábio, ela se sentiu confusa. Os três eram quase inseparáveis, então
não podia imaginar que Nero e Vincent iriam querer sair, quando Amo não queria.
“Como é que Nero e Vincent não gostam de seus empregos?”
Mais uma vez, as rodas pareciam se transformar na cabeça de Sal enquanto ele
tentava descobrir a melhor maneira de colocar suas palavras.
“Nero e Vincent não gostam da vista do porão, mas não Amo, ele parece não se
importar.”
Hmm... deve ser muito triste para eles.
“Eu posso ver isso. Amo não é exigente e é muito mais fácil de agradar do que
Nero e, especialmente, Vincent. Esses dois sempre fazem a própria vontade, como
quando escolhemos onde comer.”
“É... Como eu disse, você realmente deve pedir a Lucca sobre este material. Eu
provavelmente lhe disse muito.”
“Eu não acho que Lucca se importaria.” Ou, não viu por que ele se importaria. Ela
sabia que ele iria lhe dizer se tivesse a coragem de perguntar.
“Bem, se você contar a ele o que conversamos, não se esqueça de dizer que eu lhe
disse que Amo ama o seu trabalho.” Ele piscou. “Lucca é o único que os colocou lá e
gostaria de saber que, pelo menos, um deles gosta.”
“E-eu irei.” Aliás, como Sal estava agindo, algo lhe disse que ela poderia querer
falar com Lucca sobre seu trabalho em breve.
“Então, você está pronta para começar a sua tarefa de cálculo, ou há algo mais que
você tem muito medo de perguntar a Lucca?”
Chloe não podia acreditar. Seu medo dele se dissipou quase imediatamente
quando começou a falar. Sal parecia ser o oposto completo de Lucca, tão confortável e
convidativo, e ao contrário do que os seus profundos escuros olhos azuis lhe dizia.
Sacudindo qualquer medo remanescente dele, não podia acreditar que pensou que
Sal lembrava...
Chloe abriu seu laptop, incapaz de colocar até mesmo o nome de Sal no mesmo
pensamento com um monstro completo.

*****
“Há algo de errado, querida?” Lucca colocou a colher para baixo, observando-a
girar na sopa caseira de vegetais. “Eu posso te fazer outra coisa se você não gostar disso.”
Chloe olhou para cima da sua sopa, percebendo que ela mergulhou
profundamente em seus pensamentos.
“Não é isso, me desculpe. É realmente boa. Eu só estava pensando, isso é tudo.”
Ele a observou pegar uma colherada da sua comida com um olhar caído em seu
rosto.
“Será que estar com Sal ainda a incomodou depois que eu saí?”
“Não, eu gostei dele. Foi legal.”
Ela gostou como Lucca só questionou seus sentimentos equivocados com Sal no
início, e não o fato de que Sal poderia tê-la aborrecido ou feito alguma coisa para ela. Isso
mostrou a ela o quanto Lucca confiava nele e que poderia confiar em Sal, também. A forte
ligação entre os dois era óbvia. Assim como Elle e eu... Vendo Lucca e Sal juntos, a fez
querer estar com sua melhor amiga.
“Então me diga o que está errado, querida. Existe algo que eu possa fazer por
você?”
“Apenas sinto falta da Elle. Nós costumávamos conversar todos os dias, e sinto que
faz séculos que não falo com ela. Eu nem sequer tenho uma menina para conversar aqui,
e acho que estou apenas sentindo falta dela cada vez mais.”
Uma respiração profunda, pensativa, veio do seu peito.
“Verei o que posso fazer.”
Mesmo?
“Sério?”
“Não posso prometer nada, mas vou ver o que posso fazer para tornar isso mais
confortável.”
Era estranho pensar que ele faria isso, considerando que ele a estava mantendo em
cativeiro. Ela foi lentamente começando a aprender que ele a queria feliz por algum
motivo. Ela estava grata por qualquer motivo que fosse.
Sorrindo, ela lhe disse:
“Obrigada.”
Depois disso, Chloe foi capaz de desfrutar plenamente a deliciosa refeição. Droga,
ele é realmente um bom cozinheiro. Ela não teve um má refeição desde que chegou aqui, e já
podia ver-se estranhamente sentindo saudades da comida quando fosse finalmente
libertada.
“Então, você gostou do Sal, hein?” Ele perguntou, sorrindo.
“Sim, ele foi muito bom para mim e paciente enquanto estava me ensinando como
resolver os problemas.”
“Bom.”
Olhando para ele, viu que Lucca não parecia surpreso com sua resposta.
“Você sabia que eu gostaria dele, não é?”
“Sim, todo mundo gosta do Sal. Eu não conheço uma pessoa que não gosta dele, do
pior para os melhores tipos de pessoas.”
Chloe não duvidou.
“Ele é como um gênio, não é?”
Olhando para cima a partir da sua comida, olhou diretamente para ela.
“Ele não é como um gênio, querida; ele é um.”
Pela expressão séria no rosto, ficou claro que Sal era ainda mais esperto do que ela
acreditava ser possível. Ela simplesmente não podia acreditar que os polos opostos
levaram um ao outro.
Ela não tinha certeza se ele iria responder, mas estava muito curiosa para não
perguntar:
“Por que seu pai o trouxe?”
A questão não pareceu incomodá-lo, no mínimo.
“Sal viveu dentro e fora das ruas com sua mãe desde que era um bebê, mas quando
tinha dez anos, sua mãe teve uma overdose. Ela foi morta um pouco antes do meu pai
pegar Sal e, depois disso, se tornou família.”
“Isso foi legal do seu pai.”
Ele assentiu.
“Sim, meu pai assumiu Sal. Ele gostava mais dele do que já gostou de mim. Sal é,
definitivamente, o filho que ele sempre quis.”
Tristeza caiu sobre ela em sua declaração. Ela se sentiu mal pelo jovem rapaz que
achava que não era o filho que seu pai queria.
“Sinto muito que você se sentia assim.”
“Não se desculpe, querida. Isso nunca me incomodou. Eu nunca fui muito de
sentir nada, especialmente com meu pai. Fiquei contente que Sal foi capaz de ter um
relacionamento com uma figura paterna, mesmo que fosse o meu. Ele merecia mais do
que eu.”
Ela mordeu o lábio enquanto olhava para sua comida, sentindo cada palavra que
ele disse e sabendo que não havia ciúme da relação que Sal teve com seu pai. Que merda
isso, ela realmente desejava que ele parasse de surpreendê-la com o quão pouco o
conhecia.
“Estou feliz que vocês dois se encontraram, então.”
Seus olhos voltaram-se ao belo tom de verde.
“E eu estou feliz que você goste dele. Significa muito para mim que você se sinta
confortável perto dele.”
A coisa louca, era que se sentiu bem. Ela se sentia confortável até mesmo com
Drago assustador. A questão era: como? Ela não estava confortável com qualquer um,
especialmente os homens. No entanto, nenhuma vez temeu que eles sequer iam tocá-la.
Chloe se lembrou então que, quando Sal se sentou, puxou a cadeira
suficientemente longe dela e foi muito cuidadoso para não a tocar durante a sua sessão
de tutoria. Era o mesmo com Drago. Ele sempre foi cuidadoso com a distância entre eles
e não chegar muito perto de tocá-la.
Olhando nos olhos verdes, ela agora sabia o porquê, e que estava na frente dela o
tempo todo.
“Você disse a Sal e Drago para terem cuidado em torno de mim, não é?”
Sorrindo, ele respondeu:
“Sim.”
“O-O que você disse a eles?”
Lucca se inclinou, acariciando uma mecha do seu cabelo.
“Que eles só estão autorizados a ficar um pouco próximos de você.” Ele torceu
uma mecha de cabelo em torno do seu dedo uma vez. “E que eles nunca estão
autorizados a tocar em você, a menos que seja um caso de vida ou morte.” Outra
reviravolta fez o fio envolver em todo o seu dedo. “Ou eu vou matá-los.”
Um formigamento frio escorreu pelo seu corpo. Ela viu isso em seus olhos, em
seguida, que ele iria mesmo matar um homem que considerava um irmão se ele a
tocasse. Não havia nenhuma dúvida sobre isso; ela tinha certeza que ele não daria sequer
um segundo pensamento.
“P-Por quê?”
Ele acariciou o fio em volta do seu dedo com o polegar.
“Por você.”
Descobriu que não só nunca o compreendeu, mas eu não o conheço tão bem.
DEZESSETE

HOJE É O DIA QUE VOCÊ QUER MORRER?

ucca estacionou seu carro na garagem, bem na frente da porta que a pessoa que
L esperava, saísse. Saindo do carro, inclinou-se contra o capô do seu Cadillac
preto clássico. Em seguida, tirando um cigarro, acendeu a ponta. Era seu primeiro cigarro
do dia, ainda estava no início da manhã.
Ele sugou o conteúdo mais rápido do que o habitual, enquanto esperava. Em
seguida, puxou outro trago, querendo saboreá-lo.
Era raro Lucca precisar de ajuda, mas ia pedir para ela. Ele precisava pedir isso
para, provavelmente, a única pessoa que o compreendia; a única pessoa que sabia como
sua mente funcionava, porque a sua mente era como a dele.
Nós dois ouvimos os sussurros.
Finalmente, a porta se abriu, e ele ouviu o clique de saltos. O homem que saiu da
porta primeiro levantou a mão, parando a pessoa atrás dele. Quando percebeu que era
apenas Lucca, saiu, acenando para o que ele barrou, permitindo passar.
O clique dos saltos aproximou-se até que os stilettos pararam bem na frente dele.
“Por que parece que meu irmão mais velho quer algo de mim?”
Lucca fez um gesto para os dois homens que estavam atrás dela.
“Deixe-nos. Estou levando Maria para a escola hoje.”
“Não. Não, você não vai! Estou chateada com você. Não me deixe com este
psicopata!” Ela gritou atrás dos seus guarda-costas. Mas, apesar do seu esforço, os dois
homens fizeram a sua saída.
Quando removeu o cigarro da boca, ele olhou para sua irmã, incrédulo.
“Eu sou o psicopata?”
Maria cruzou os braços.
“Sim, você é uma pessoa instável e agressiva, que não tem empatia e remorso.” Ela
estava, obviamente, gastando muito tempo em seus livros de psicologia.
“Primeiro de tudo, eu sou o único estável; você não é. Mas acho que você está
esquecendo uma parte importante desse diagnóstico. Um psicopata real parece normal e
charmoso, escondendo o fato de que eles são agressivos e não têm empatia e remorso.”
Esperando, ele jogou a bituca no chão. “Agora, como isso parece para você? Porque é
certo pra caralho que não sou eu.”
Descruzando os braços, ela jogou o cabelo longo, dourado, atrás do seu ombro.
“Você nunca foi bom em esconder suas verdadeiras cores. Ao contrário de você, eu
gosto da surpresa quando eles descobrem que eu sou louca.”
“Porque você é uma verdadeira psicopata, porra.”
Maria ficou em silêncio por um momento, tornando-se séria.
“Sim, mas se eu sou uma psicopata, o que isso faz de você?”
A questão não era para ser respondida, porque a pergunta era impossível
responder. Ambos sabiam que Lucca era muito ferrado para um diagnóstico definitivo.
Cruzando os braços sobre o peito, ele terminou a conversa sobre quem era mais
ferrado.
“Então, por que você está com raiva de mim?”
Batendo o calcanhar caro na calçada, bufou:
“Porque você nos expulsou da casa!”
“Eu pensei que você gostava daqui? Você é capaz de entrar em mais problemas.”
“Eu gostava antes deles aumentarem a segurança. Eu praticamente tenho alguém
para entrar no banheiro comigo agora.”
“Ah, pobre, pobre princesa da máfia.” Ele fingiu se importar.
“Você sabe que eu não gosto quando você me chama assim, Lucca.”
“Nós dois sabemos que você gosta. Caso contrário, você não iria agir como uma.”
Foi a sua vez de mudar de assunto quando ela foi em direção a porta do
passageiro.
“Você está me levando para a escola ou não?”
Lucca moveu-se rapidamente, não a deixando abrir a porta.
“Não, eu preciso da sua ajuda com algo.”
Ela bateu seus calcanhares novamente.
“Isso depende do que isso é.”
Deu-lhe um olhar de advertência.
“Você vai ter que manter isso em segredo.” Ou eu vou ter que te matar.
Um sorriso malicioso tocou-lhe os lábios levemente com batom rosa.
“Eu estive esperando por este dia durante muito tempo, Lucca. Espero que você
tenha economizado dinheiro suficiente para a chantagem que eu vou fazer.”
Abrindo a porta para ela, ele riu ironicamente.
“Ninguém foi capaz de me chantagear até agora, princesa.”
Ela bateu-lhe no peito.
“Oh, pobre, pobre senhor da máfia. Eu sei o seu segredo já. Eu apenas estava
esperando a mão superior.”
Senhor da máfia?
“Você tem assistido filmes com Elle novam... Esquece. Basta entrar no carro, porra.
Você não sabe de nada.”
Uma sobrancelha perfeita ergueu.
“Diga-me, Lucca; está tendo ela toda só para você do jeito que sempre sonhou?”
Sua voz ficou sombria.
“Entra no carro, porra.”
“Acho que Amo não tem chance agora com Chl...”
Colocando uma mão fria sobre a boca, ele silenciou-a.
“Diga-me, Maria; hoje é o dia que você quer morrer?”
DEZOITO

CERTIFICAVA-SE DE FAZER QUALQUER


MENINA SUCUMBIR A ELE ALI MESMO

hloe estava sentada na ilha da cozinha, comendo sua torrada com suco de
C laranja e se perguntando por que Lucca já não estava lá. Ele sempre estava bem
acordado a esta hora, e disse a ela que iriam terminar o jardim hoje.
Quando Drago entrou no cômodo, ela esperava Lucca seguir por trás, mas não
aconteceu.
“Ele não está aqui. Saiu mais cedo esta manhã.” Drago disse a ela quando fez uma
xícara de café.
Ela olhou para ele, perguntando por que disse isso.
“E-eu não disse nada.”
“Talvez não, mas você estava procurando por ele.”
Tentando o seu melhor para engolir sua torrada, ela juntou as mãos.
“N-Não, eu não estava.”
Tomando um gole do líquido escuro, ele olhou-a por um longo minuto.
“Você tem certeza disso?”
Não.
A abertura da porta da frente a salvou de ter que responder à pergunta
embaraçosa.
Drago sorriu, mantendo sua voz baixa apenas para seus ouvidos.
“Parece que ele está de volta bem a tempo para você.”
Virando-se, viu Lucca entrar com o que parecia ser uma loir...
“Maria!”
Drago praticamente bateu com sua xícara de café.
“Ah, porra nenhuma.”
Maria entrou, sorrindo de orelha-a-orelha, como a bela deusa que era.
“Oi, Chloe. Oi, Drago!”
“Não, não, não. Eu posso ver onde isso vai dar, e não vou ser parte disso.
Concordei eu vigiar uma, com muito medo da sua própria sombra, não a filha do
Satanás.”
Filha do Satanás? Olhou para Maria, que estava vestida com um vestido cor de rosa
claro com scarpins nude, ela parecia um anjo bonito. Chloe sempre pensou nela como
um, também. Ela era a pessoa mais doce do mundo.
Maria parecia que estava prestes a chorar.
“Isso fere meus sentimentos.”
Ele riu.
“Que senti...”
“Você está sendo rude.” Chloe falou sem pensar, tornando-se irritada com o
homem. “Talvez precise voltar a dormir, porque não está sendo muito legal esta manhã.”
Maria teve que colocar a mão sobre a boca para não rir quando o rosto de Drago
caiu.
Sorrindo, Lucca passou à frente para ficar ao lado de Chloe.
“Ele estava sendo malvado para você, querida?”
Ela pensou sobre isso por um longo momento, enquanto olhava para um Drago
agora irritado. Ele estava tentando pressioná-la sobre Lucca, a poucos minutos atrás, e ela
tinha metade de uma mente para dizer sim. Ou eu vou matá-lo. Mas... achou que iria
poupar sua vida. Desta vez.
“Não.” Ela sorriu para Drago, corajosa só porque Lucca estava um passo de
distância.
Tomando seu café, Drago começou a sair da cozinha.
“Vou vigia-las da sala de segurança, mas se incendiarem a casa, não me espere para
salvá-las.”
Agora que ele se foi, o foco de Chloe foi para Maria.
“Eu não posso acreditar nisso; você está aqui.” Às vezes, se sentia como se já não
existisse, mas agora que alguém estava aqui, que realmente era sua amiga, se sentiu viva
novamente.
“Sim.” Maria sorriu feliz para ela. “Me dê um segundo; Eu volto já.”
Ela observou Maria em direção as escadas, em seguida, olhou para Lucca, sem
entender.
“Mas por que?”
Ele deu um sorriso diferente do que ela já viu antes. Era como um sorriso que
Vincent daria a ela, exceto que ele era mais mortal e com a certeza de fazer qualquer
menina sucumbir a ele ali mesmo.
“Eu disse que iria ver o que podia fazer por você.”
Ela tinha que tirar os olhos dele, com medo de que o sorriso iria funcionar com ela.
“Oh.”
Como sempre, ele pegou uma mecha do seu cabelo.
“Eu sei que nós deveríamos cuidar do jardim hoje, mas pensei que você gostaria
mais de estar com Maria.”
Observando-o girar seu cabelo preto em seu dedo era quase hipnotizante.
“Será que amanhã parece bom em vez disso?”
“ S-Sim.” Olhar para longe do dedo rolando seu cabelo foi difícil, mas finalmente
conseguiu olhar de volta para ele. “Obrigada, Lucca.”
Outro sorriso mortal fez seu coração saltar uma batida.
“De nada, querida.” Eles ouviram Maria começar a voltar a descer os degraus, e
Lucca começou a girar o cabelo mais lento, como se estivesse saboreando-a. “Eu vou
voltar mais tarde esta noite.”
Quando é mais tarde esta noite? Onde ele está indo?
Os pensamentos que lhe vieram à cabeça a assustou até os ossos. Por que isso
importa? Não deveria importar. Não importa.
Os passos estavam agora mais perto, e para a direita antes que eles estivessem
muito perto, o cabelo negro caiu dos seus dedos com um giro final.
Maria entrou, agora vestindo shorts rosa e uma camiseta com o logo de um filme.
“Tudo bem, agora estamos prontas para o dia das meninas!”
As bochechas de Chloe ficaram quentes. Se Maria tivesse entrado um segundo
antes, ela teria pensado que algo estava acontecendo entre Chloe e Lucca.
Maria começou a empurrar Lucca fora do caminho enquanto se sentava.
“Tudo bem, tchau agora, Lucca. Você pode ir.”
Sua voz sombria saiu como uma ameaça enquanto ele se afastava.
“Lembre-se do que eu disse, princesa.”
Sua voz parecia carregar sua própria ameaça.
“Não se preocupe; Vou jogar bonito, sobre...
“Adeus, querida. Divirta-se, porque não vou levar sua bunda de volta.”
“Ele está brincando.” Maria riu quando bateu a porta da frente.
Não parecia que ele estava brincando.
Maria espalhou as capas dos filmes por cima do balcão.
“Então, o que você quer assis...”
“Como está Elle?” Chloe não estava preocupada com os filmes.
“Ela está bem. Agora, temos Dirty Dancing, Greas...”
“Apenas bem? E Amo?”
“Sim, muito bem também. Que acha de Crepúsculo?”
Ela estava loucamente olhando para sua amiga agora.
“Maria, você vai dizer a eles onde estou, certo? Você vai dizer a alguém?”
Tomando um longo fôlego, ela sussurrou:
“Eu não posso.”
“P-Por quê? Lucca está me forçando aqui. Eu não quero estar aqui.”
Maria era para ser sua amiga. Ela não entendia.
“Eu... Eu só não posso, Chloe. Sinto muito.” Maria não olhou nos olhos dela até
agora. “Escute, ele está te machucando?”
Chloe podia dizer pelo olhar no rosto de Maria que já sabia a resposta. Ainda
assim, ela solenemente sacudiu a cabeça.
“Você está sendo maltratada de alguma forma?”
Mais uma vez, Maria sabia a resposta antes que Chloe ainda balançasse a cabeça.
Sua voz soou certa quando ela disse:
“Não vai ser para sempre. Eu prometo a você, Chloe. Ele vai deixar você ir.”
Chloe não tinha tanta certeza. Receio que ele nunca vai me deixar ir.
Maria sentou-se ao lado dela.
“Elle sente falta de você. Muito. Ambos sentem.”
Ela queria tanto chorar. Ela sentia muita falta da Elle... e Amo.
“Elle diz que a faculdade não é a mesma sem você, mas ela gosta muito mais do
que do ensino médio. Não implicam mais com ela, e mesmo querendo você lá, ainda
gosta.
Foi agridoce ouvir. Ela estava tão feliz que Elle era finalmente capaz de gostar da
escola, mas estava triste que não poderia experimentar isso com ela.
“Amo sente falta de você, também, mas ele está seguindo bem.” Ela ficou em
silêncio por um segundo, em seguida, continuou com um sorriso no rosto. “Ele trabalha
muito. Ele realmente ama o seu trabalho!”
Ela riu, perguntando-se por que todo mundo ficava dizendo isso.
“Isso é bom. Eu estou contente.” Ficando séria novamente, olhou para Maria,
querendo que soubesse o quanto isso significava, que ela pudesse ouvir sobre como seus
amigos estavam seguindo. “Obrigada.”
“De nada, Chloe. Agora,” ela se levantou, sorrindo enquanto pegava um filme, “A
Pequena Sereia?”
Sabendo que era o filme favorito da Disney da Elle, sorriu.
“Parece bom.”
DEZENOVE

A PALAVRA QUE ELA LOGO SE


ARREPENDERIA

hloe se sentiu como uma menina novamente passando o dia com Maria. Ela
C estava mais feliz do que já esteve aqui e estava tão grata que foi concedido o dia
com ela. A única maneira que seu dia teria sido melhor, era se Elle estivesse aqui
também.
Elas estavam se enchendo com pipoca e assistindo muitos filmes romanticos. No
momento mudaram para As Apimentadas, estava ficando muito tarde.
Olhando pela janela, para a escuridão e depois para o relógio, ela não podia
acreditar o tempo que passou. Ele geralmente estava de volta do trabalho a essa hora. O que
está fazendo?
Sacudiu o pensamento da cabeça, se perguntando por que queria saber, em
primeiro lugar. Você sente falta dele…
Congelando no lugar, não sabia de onde esse pensamento veio. Era como se fosse
sua voz, mas não era.
“Que cor você gosta?” Maria Perguntou, colocando seu kit de unha. Quando Chloe
não respondeu, Maria deu-lhe um olhar preocupado. “Chloe?”
Tentando o seu melhor para colocar seus pensamentos de lado, olhou para a
grande variedade de cores e viu o que queria se esconder no meio.
“Preto.”
Maria lhe deu um olhar escrutínio.
“Você usa qualquer outra cor além de preto?”
Olhando para as leggings pretas e a camiseta de grandes dimensões cinza escuro,
ela deu seu próprio olhar de escrutínio.
“Esta é cinza escura.”
Maria revirou os olhos.
“Essa é uma tonalidade de preto, e você sabe disso.”
“Não, não é.” É mais como meia tonalidade.
“Que tal esse?” Ela levantou um esmalte diferente. “Eu sempre quis ver roxo em
você. Ele vai deixar o seu cabelo preto e olhos cinzentos lindos.”
De jeito nenhum.
“Hum, não. Vou ficar com o preto.”
“Ugh, vamos lá, Chloe! Por que você sempre se veste de preto, de qualquer
maneira?”
“Eu não sei.” Teve que pensar profundamente um segundo sobre isso. “Acho que
me visto de preto, porque não chama mais atenção para mim. Sinto que, se eu usar cor, as
pessoas olharão mais para mim.”
“Vocês dois são perfeitos um para o outro.” Maria murmurou baixinho, muito
baixo para Chloe ouvir corretamente.
“O que você disse?”
“Nada.” Ela sorriu antes de pegar outros dois pequenos vidros de esmalte. “Você
pode pelo menos me encontrar no meio do caminho?”
Chloe olhou para as duas cores que escolheu. Um deles era um roxo muito escuro,
e o outro um azul marinho escuro. Ambos estavam perto de preto.
“Tudo bem,” resmungou. “Escolha o que você mais gosta.” Não importa, de qualquer
maneira. Não estou indo a lugar nenhum.
“Sim! Eu gosto deste.” Sem surpresa, ela entregou-lhe o roxo escuro.
Abrindo o esmalte, Chloe começou a lamentar sua decisão quando não era tão
perto do preto como ela pensou. Quase decidiu agarrar o preto em vez disso, mas não
queria entrar em uma discussão com Maria novamente, sabendo que ela iria ganhar,
como sempre fazia quando queria muito alguma coisa.
Começando a pintar as unhas de rosa nude, Maria fez uma pergunta que Chloe
não achava que ela faria.
“Então, você realmente odeia isso aqui?”
Atordoada, Chloe olhou para ela interrogativamente.
“Você vai contar para o Lucca?”
“Não.” Seu rosto mantinha uma possível mentira definida.
Chloe apontou para o teto, onde possíveis câmeras estavam.
“Drago pode nos ouvir?”
“Não.” Era outra possível mentira.
Chloe olhou para ela, tentando decifrar se era verdade ou não, antes de desistir.
“Se Lucca não estivesse me prendendo contra minha vontade e me deixasse falar com
Elle, então eu... poderia não o odiar. Mas é um grande poder.”
“Você gosta dele?”
Ela não acabou de dizer isso!
“O que!”
Soprando as unhas, Maria não teve nenhum problema em detalhar.
“Bem, você sabe, Lucca?”
“Você está perguntando seriamente se eu gosto do louco e assustador, devo
acrescentar, homem que está me fazendo de refém?” Estou na terra do nunca? Que merda
está acontecendo?
Maria ergueu as mãos.
“Jesus, tudo bem. Só estava perguntando. Toda garota se apaixona por Lucca
imediatamente, assim eu estava me perguntando se ele chegou a você também.”
Toda garota se apaixona por... Não, não me importo.
A voz de Maria mudou, transformando-se quase em ameaçadora quando
perguntou:
“Tem certeza de que você está sendo mantida como refém?”
Ela é louca como ele também?
“O que você está falando, Maria? Ele não vai me deixar sair. Drago observa cada
movimento que eu faço. O que isso parece para você?”
“Desculpe, eu só... Não importa. Sinto muito. Você está certa.”
Um sentimento estranho começou a vir sobre ela, sem entender por que Maria não
estava nem um pouco preocupada. Era como se ela estivesse acostumada com Lucca
fazendo isso, como se fosse um comportamento normal, como se fosse seu trabalho ou
algo assim.
“Lucca é o vice-presidente do hotel cassino?” As palavras pareciam derramar da
sua boca.
Maria cai no riso.
“Essa é uma maneira engraçada de colocá-lo. Quem te contou isso?”
Colocando o pincel no vidro de esmalte, um calafrio começou a mover-se de volta.
“Sal disse.”
Quando Maria olhou para Chloe, ela viu a expressão séria no rosto.
“Merda. Ele não te disse ainda.”
O frio atravessou todo o seu corpo agora.
“M-Me d-disse o que?”
“Você realmente precisa perguntar a Lucca sobre isso.”
“Isso é exatamente o que Sal me disse.” Sussurrou.
Fechando seu vidro de esmalte, Maria colocou-o de volta no kit.
“Sim, por uma razão.”
Chloe balançou a cabeça.
“Não, e-eu quero que você me diga.”
Maria sacudiu a cabeça.
“De jeito nenhum.”
“Por favor, você é minha amiga, Maria.”
Olhando para ela, Maria parecia estar pensando alguma coisa antes de se levantar.
“Venha comigo.”
O que …?
“Apresse-se,” disse, indo rapidamente para as escadas e a fazendo segui-la.
Subindo as escadas atrás dela, foram para o enorme banheiro no andar de cima.
Fechando a porta atrás dela, Maria trancou a porta do banheiro, deixando Chloe
mais gelada do que já estava.
“Você vai querer sentar-se para isso.”
Tomando um assento na beira da banheira, Chloe sentiu como se estivesse prestes
a desmaiar.
“Por que viemos aqui?”
“Os banheiros não têm qualquer vídeo ou áudio vigilância,” disse como se não
fosse grande coisa.
“Você disse que ele não podia nos ouvir!”
“Sim, bem, eu menti.” Maria colocou as mãos nos quadris. “Agora, você quer saber
ou não?”
Não. Agora estava certa de que não queria, pela forma como Maria estava agindo,
mas essa foi a razão exata que provavelmente deveria saber.
Prendendo a respiração, ela pronunciou a palavra que logo se arrependeria ...
“S-Sim.”
VINTE

A CALMA DEPOIS DA TEMPESTADE

echando a porta atrás dele, Lucca tirou as chaves para trancar seu quarto no
Fhotel cassino quando ouviu uma porta abrir atrás dele do outro lado do
corredor. Virou-se para ver Nero, Elle, Vincent, Lake, Adalyn e Amo deixando a cobertura
de Nero.
Voltando em direção a porta percebeu que estava um pouco atrasado para sair,
colocou a chave na fechadura, trancando-a.
“Oi, Lucca!” Adalyn apareceu por trás dos rapazes com um enorme sorriso no
rosto.
Droga. Estava cansado demais para isso e só queria chegar em casa.
Colocou a próxima chave na fechadura superior, não se virou quando disse:
“Olá.”
Lake foi a próxima a aparecer atrás de Vincent e Nero.
“Você está se certificando que sua casa está bem trancada para que, se isso é uma
área protegida agora?”
Para impedir a entrada de merdinhas intrometidos.
“Como é que eu nunca vi o interior do seu apartamento? Você esteve lá, Nero?”
Elle saiu de trás dos meninos também.
Finalmente, Lucca virou-se, encostando contra a porta e cruzando os braços. Olhou
para Nero, esperando que ele iria mentir.
Elle, Lake e Adalyn viraram a cabeça ansiosamente em direção a Nero.
Vincent olhou para ele especulando também.
Então Amo virou-se, também.
Nero olhou para Lucca.
“Não.”
Eu vou te matar. Seu irmão mais novo não tinha, na verdade, mentido por ele.
“Isso é muito estr...”
Vincent agarrou Lake para calá-la.
“Sim...”
Nero fez o mesmo com sua namorada.
“Um pouco fodido você não deixar sequer o seu próprio irmão entrar no seu
apartamento,” afirmou Amo.
Lucca flexionou sua mandíbula, encarando Amo. Um flash dele arrancando os
olhos do Amo apareceu diante dele. Tomando um único piscar fez com que a visão
satisfatoriamente horrível fosse embora, antes que ele calmamente olhasse para Elle.
“Parece como o seu e do Nero, mas invertido. Não há nenhuma razão para vê-lo.”
“Tenho certeza que é decorado de forma diferente, porém. Tem alguém que
realmente viu?” Perguntou Lake, queimando um buraco através da porta com seu olhar,
como se estivesse esperando que, de repente, tivesse visão de raio-X.
“Eu vi Sal sair daí antes, mas ele é o único, e foi apenas uma vez,” Elle disse a ela.
“Talvez ele tem uma segunda entrada de alguma forma?” Lake respondeu como se
ele nem estivesse lá.
Lucca deu a Nero e Vincent um olhar de morte.
“Claramente, Lucca gosta da sua privacidade, e devemos respeitá-la,” afirmou
Adalyn.
Ele lhe deu um leve sorriso em troca.
“Obrigado, Adalyn.” Ouviu talvez um desacordo ou dois, e começou a caminhar
em direção ao elevador.
As garotas seguiram atrás dele quando entrou no elevador, passando um dos seus
homens que estava rindo enquanto ele observava o chão.
“Nós estamos indo para o restaurante conseguir algo para comer, se você estiver
com fome,” Adalyn ofereceu.
“Não, obrigado. Vou fazer alguma coisa quando chegar em casa.”
Rápido, filho da puta. Ele não podia dar um soco no código rápido o suficiente para
levá-los para o primeiro andar, quando Amo finalmente colocou sua bunda para dentro
do elevador.
“Hmm ... Isso é estranho,” Lake sussurrou alto o suficiente para que todos
pudessem ouvir.
Puta que pariu, e agora? Parecia que as portas nunca fechariam.
“O quê?” Elle estava curiosa, juntamente com Adalyn.
“Provavelmente que eu faça minha própria porra de comida,” ele cuspiu para as
meninas intrometidas. Chloe estava praticamente chocada que ele sabia como ferver a
água.
“Não.” Lake sorriu muito perversamente antes de continuar: “Seu cabelo está
molhado. Quem toma banho em uma das suas casas apenas para sair para a outra? Deve
ter ficado muito sujo...” parou, rindo.
“Hmm ... O que você estava fazendo lá?” Elle riu com ela.
Vou quebrar a pequena porra dessas men...
“Ele provavelmente tem a segunda entrada para suas mulheres.” Amo disse em
um tom baixo, mas não baixo o suficiente, para que todos escutassem.
Cortar a garganta de Amo com sua faca de bolso passou diante dele, apenas para,
infelizmente, desaparecer depois que afastou-o.
“Você deveria ter uma, Amo, então eu não tenho que ver a porra do lixo que você
leva para o seu apartamento todas as noites.”
O elevador ficou num silêncio mortal com as suas palavras.
Amo não abriu a sua boca, claramente muito chateado e chocado que Lucca sabia
sobre as garotas que ele trouxe para casa no meio da noite.
Lucca não terminou com ele ainda.
Observando os números piscando menor e menor, ele sabia que as portas estavam
prestes a abrir a qualquer segundo. Ele esperou até o fim, antes de olhar para Amo uma
última vez e perguntar:
“Como é que Chloe está?”
Você poderia praticamente ver Amo matando-o em sua mente, do jeito que ele
estava. Era uma pergunta que não era capaz de responder, considerando que o telefone
de Chloe estava com Lucca desde que a levou. Inúmeros textos de Amo e telefonemas
ficaram sem resposta.
Agora, Lucca estava feliz que ele não o matou. Isto era muito melhor.
“Ela está i-indo bem.” Elle nervosamente tentou quebrar a tensão entre os dois.
Por fim, as portas começaram a se abrir, e deu a sua resposta a Amo quando ele
continuou olhando para baixo.
“É bom ouvir isso.”
Lucca deixou as meninas saírem em primeiro lugar, e quando Amo passou, um
sorriso sinistro apareceu em Lucca.
Quando uma outra visão apareceu diante dele, não foi de uma maneira terrível de
matar Amo. Esta foi totalmente diferente. Uma visão que em breve se tornaria realidade,
quando Amo finalmente aprendesse que, Chloe é minha.
******
Depois de fazer seu pedido para a garçonete, o apetite do Amo pareceu
desaparecer. Na verdade tinha desaparecido no elevador com Lucca.
Sentado na ponta da mesa, não se envolveu na risada do seu grupo. Ele nem
sequer particularmente queria estar ali, mas tinha cancelado tantas vezes, desde que
Chloe saiu para a Califórnia, que não queria que pensassem que se tornou ressentido.
Mesmo que ele tivesse ficado.
Era como se um pedaço dele fosse com ela, para nunca mais voltar até que ela
voltasse.
Amo repetiu a noite em que fez a merda, mais e mais em sua cabeça. A noite que
só a fez ir para a Califórnia mais cedo...
Amo observava Chloe do outro lado do shopping, enquanto ela comprava a mala dela.
Estava indo embora amanhã, e ainda não disse a ela como se sentia sobre ela. Ele era um idiota
por esperar tanto tempo, mas estava com medo de assustá-la. Tinha que ser no momento certo.
Vendo Chloe começar a sair da loja, ele não podia acreditar que passou três anos e meio na
escola com ela e nenhuma vez olhou além das suas cicatrizes. Ele iria se arrepender desses três
anos e meio até o dia que morresse.
Ele sentiu um momento de paz, enquanto a olhava de longe. Ela tirou o fôlego, mas foi só
por um momento.
Bang. Bang.
A calma antes da tempestade passou e a beleza que sentira foi levada. Agora, tudo o que
restava era pavor e terror...
Ele se levantou abruptamente, e a mesa ficou em silêncio.
“Eu volto já.”
Amo saiu da lanchonete, precisando de ar fresco no rosto. Assim como estava,
parecia como se pudesse respirar novamente...
Ele abriu os braços, observando Chloe correr em direção a ele. Estava tão perto... tão perto
de salvá-la. Não foi até que seu corpo colidiu com o dele, que percebeu que estava segurando a
respiração.
Envolvendo os braços em torno dela, foi a primeira vez que foi abençoado com o poder tocar
a menina que roubou seu coração. A tempestade passou, e em seu lugar foi a verdadeira beleza, o
tipo que você nunca pensou existir.
Ele se agarrou a ela, planejando nunca deixa-la ir.
“Eu peguei você.”
Este foi o sinal de que ele precisava para dizer-lhe seus sentimentos. Ela o escolheu...
A porta abriu ao lado dele, virando-se viu Elle vindo para fora.
“A comida deve estar pronta qualquer momento. Você vem?”
“Eu estarei lá em um minuto,” disse a ela.
Ela não fez nenhum movimento para ir para dentro. Em vez disso, olhou para seus
pés.
“Lamento que ela não quer falar com você.”
“Não é sua culpa, Elle. É minha.” Houve um minuto de silêncio entre os dois, antes
dele falar novamente, “Será que ela realmente está bem?” Ele estava morrendo por não
saber se ela realmente estava bem ou não.
Sua voz tornou-se aflita.
“Eu acho que sim. Envio mensagem a ela todos os dias, mas eu não posso fazê-la
falar ao telefone comigo ainda.”
“Você não falou com ela por telefone?”
Elle sacudiu a cabeça.
Um pequeno alarme disparou em sua cabeça.
“Faça-a a falar com você ao telefone. Certifique-se de que esteja bem.”
“Está bem,” sussurrou.
“Vá em frente; está frio aqui fora. Volto em...”
Indo para a porta, Elle então parou com as lágrimas transbordando em seus olhos.
“Eu pensei que você ia fazê-la ficar. Pensei que você conseguiria, quando eu falhei.
Acontece que, nenhum de nós foi capaz de salvá-la.”
Ele teve que se virar, sua própria visão se tornou embaçada...
“Espere,” ele a impediu de sair do seu carro tão de repente. “Fique e vá para a faculdade
aqui... com Elle e Lake. Eu posso pegar algumas aulas. Quem é que vai levá-la para a aula
quando Elle ou eu não estiver?”
Chloe não foi sequer capaz de olhar para ele.
“Vou ter que me acostumar a ficar sozinha.”
Ele tentou novamente:
“Mas se você ficar aqui, você não terá que ficar.”
“Elle não terá que cuidar de mim. Ela pode finalmente desfrutar da escola sem eu ficar em
seu caminho. Eu quero isso para ela.”
Com cada palavra que ela falou, ele foi lentamente começando a perceber que tudo o que
aconteceu lá atrás, quando ela correu em seus braços, não estava se mostrando como pensou.
“E quanto a você? E quanto a mim?”
Ainda assim, ela não conseguia olhar para ele.
“Eu vou me acostumar. Vai ser bom para mim. Você tem Nero e Vincent e seu trabalho no
cassino para mantê-lo tão ocupado que nem vai se lembrar de mim.”
“Eu vou lembrar de você...” Ele mal conseguia falar.
A mudança nela começou, então.
“Que você me levou para a aula por alguns meses? Que minha melhor amiga é a
namorada do seu amigo?”
Batendo a mão no volante, tudo começou a sair.
“Você não é como qualquer outra menina que eu conheço, Chloe.” Ele respirou fundo para
se acalmar antes de sussurrar por que ela precisava... por que tinha que ficar aqui com ele, “Eu te
amo.”
Chloe pulou para fora do carro, correndo em direção a porta da frente.
“Porra, espere!” Amo correu atrás dela. Ela tinha que ouvir. Ela tinha que ficar!
“Nós somos amigos, Amo. Se eu ficar... não posso. Nunca vou ser o que quer. Você precisa
de uma garota como Elle ou Lake. Até mesmo uma menina como Cassandra seria melhor do que
eu. Você ama estar com os seus amigos, e eu gosto de estar sozinha. É por isso que estou indo
embora.”
Era uma mentira óbvia. Ele sabia, no momento em que isso saiu dos seus lábios. Ela
estava indo embora, porque tinha medo. Medo desta cidade. Medo de tudo o que lhe aconteceu há
quatro anos. Medo dele. Com medo de que, pela primeira vez em sua vida, ela poderia ser amada.
Sua voz foi suave.
“Ninguém gosta de ficar sozinho.”
“Eu não sou normal; Sou uma aberração.”
Ele podia ver, então. Ele tinha feito a coisa que tinha medo de fazer. Ele a assustou.
“Você mesmo disse isso.”
O coração de Amo afundou no estômago, lembrando do primeiro ano, quando ela entrou no
refeitório com suas cicatrizes frescas.
“Fodida aberração!” Ele gritou, fazendo com que o refeitório caísse na gargalhada com os
ecos da palavra ‘aberração’.
Agora era ele que não conseguia olhar para ela, muito envergonhado das ações do seu eu
mais jovem. Ele não tinha sequer percebido que ela lembrava, ou que sabia que aquele que gritou
era ele. Ela confiou nele; perdoou pelo comentário doente, quando ele ainda tinha que perdoar a si
mesmo.
“Por que você não disse nada?”
“O que eu deveria dizer?” Chloe começou a abrir a porta, pronta para fechá-lo para fora.
“Adeus, Amo.”
Sentiu-se esvaindo.
Com lágrimas, ele disse a ela:
“Eu não quis dizer isso.”
“Está tudo bem, Amo. Estamos quites. Eu te chamei de besta.” Sua voz saiu calma quando
entrou, mesmo que ele podia ver as lágrimas começando a tocar seus próprios olhos.
Quando ela começou a fechar a porta, ele sabia, no fundo, que ia ser a última vez que iria
vê-la. No entanto, o que ele não sabia, era que também seria a última vez que iria ouvir sua doce
voz.
“Eu não posso ser corrigida. Não por você. Não por ninguém. Eu sou apenas disfuncional.”
Fechando a porta nele, estava fechando-o para sempre.
Enquanto as lágrimas caíam pelo seu rosto, ele não sabia por quem estava chorando mais:
ele ou ela, porque não foi capaz de salvá-la...
Amo recusou-se a deixar as lágrimas caírem dos seus olhos como naquela noite.
Ela se foi, mas ela não se foi para sempre. Vou salvá-la.
VINTE E UM

SEU CORPO FOI REIVINDICADO PELO


BICHO PAPÃO

hloe ficou sentada lá, congelada no lugar, quando o mundo lentamente


C desabou em torno dela. Ela sabia que estava fora de alguma coisa nos últimos
sete meses, e agora tudo fazia sentido. Era como um quebra-cabeça que não foi capaz de
resolver, porque faltava a peça final, e Maria acabou de dar a ela.
Ela sabia de tudo. Como tudo começou, com Elle colidindo no mundo da máfia.
“Esse tempo todo, todo mundo sabia, menos eu?” Sussurrou, traição batendo no
rosto dela. “Amo sabia...? Elle sabia, e ela não me contou?”
“Ela estava protegendo você. Nós estávamos todos tentando protegê-la, Chloe. Não
tínhamos certeza se você seria capaz de lidar com isso.” Maria disse a ela.
Ao ouvir uma porta bater lá em baixo, Chloe deu um salto.
Maria levantou-se da beira da banheira.
“Lucca sabe que eu te disse, e pelo som daquela porta batendo, ele não está feliz.”
O subchefe...
O corpo dela estava agora tremendo quando tentou se levantar.
“Não me deixe sozinha com ele.”
“Eu disse a você, ele não vai te machucar, Chloe. Eu não acho que entende o que
você significa para ele.”
Elas podiam ouvi-lo subindo os degraus, enquanto o medo apenas fazia o curso
mais rápido.
“Você tem que dizer a Elle que ele está me mantendo.” Mas que porra, depois de
ouvir o que Lucca era, Elle não ia ser capaz de salvá-la. “Amo, diga a Amo. Ele vai me
salvar. Por favor, Maria!”
Balançando a cabeça, Maria não cedeu a seus olhos suplicantes.
“Eu não posso.”
Sim você pode! Ela queria sacudi-la. Esta era para ser sua amiga, mas a menina
diante dela não era.
“O-O que quer dizer com você não pode? Ele está me mantendo refém.”
A maçaneta da porta começou a tremer.
“Não é o que você pensa. Você está aqui por uma razão, Chloe.” Maria sussurrou.
“Abra a porta, Maria.” A voz sombria de Lucca veio do outro lado da porta.
“O que significa isso?” Ela sussurrou também.
Sua voz tornou-se perigosamente mais sombria.
“Abra essa porta agora, Maria.”
“Sinto muito,” foi tudo o que Maria disse e foi para a porta.
Por favor não.
A mão de Maria girou a fechadura e a porta começou a abrir lentamente.
Seus olhos pousaram em Chloe, sua voz saindo em um rosnado baixo de comando
quando ele disse:
“Desça as escadas e espere no meu escritório.”
“Ela merecia saber. Ela queria ouvir isso de um amigo. Você deveria ter dito a ela
por ago...”
Ele silenciou sua irmã e rosnou:
“Agora, Chloe.” Um pouco mais ríspido.
Era impossível não obedecer, e ela odiava que seus pés começaram a levá-la para
fora do banheiro.
Prendendo a respiração quando passou por ele, olhou fixamente para os frios olhos
azuis, que seguiram gelado em suas veias. Como é que eu não vi? A máfia praticamente
escorria de cima dele. O subchefe gritava dele. O bicho papão... Agora ela sabia por que lhe
deu esse nome.
Quando ele, finalmente, mudou os olhos dela para Maria, foi capaz de mover seus
pés mais rápidos.
Silenciando seus passos, ela estava preparada para correr para fora pela porta da
frente, quando um Drago infeliz bloqueou seu caminho.
“Escritório,” ele virou-se para ela como se soubesse exatamente o que estava
pensando.
Com nada mais a não ser aceitar o seu destino, dirigiu-se para o escritório de
Lucca, esperando que ele não fosse prejudicar a sua própria irmã e iria deixá-la ir. Então,
talvez, apenas talvez, Maria teria pena dela e diria a Amo sobre seu sequestro.
Em seu escritório, sentou-se e começou a torcer as mãos. Elas estavam quase em
carne viva pelo tempo que a porta do escritório abriu um pouco mais tarde. Ela não teve
que virar para saber quem era. Você não precisa vê-lo para sentir sua presença.
Lucca se sentou atrás da sua mesa, em silêncio, olhando para ela.
Olhando para as mãos, ela apertou-as com toda sua força.
“V-você a m-machucou?
“Eu pensei sobre isso,” revelou. “Mas não. Drago vai levá-la para casa.”
Alívio a inundou, que Maria estava bem. Ao mesmo tempo, estava apavorada para
ouvi-lo ser tão honesto sobre o pensamento que lhe ocorrera. Ela agora só tinha uma
última esperança, e dependia de Maria. Por favor, diga a Amo. Ele deve me salvar.
Ele recostou-se na cadeira.
“Diga-me, querida, por que você está com mais medo de mim agora do que estava
antes?”
“P-Porque agora conheço o verdadeiro você,” ela sussurrou.
Ele ergueu as sobrancelhas.
“Não tenho lhe mostrado o verdadeiro eu desde o momento em que te conheci?”
Seus olhos se levantaram para olhar para ele. Seus olhos voltaram para a sombra
azul-esverdeado, que a cativou desde sua primeira reunião no gazebo, assim como sua
aparência áspera. Ele era diferente dos outros; mais sombrio do que os outros, e sim, ela
sempre soube disso.
“Mas agora eu sei a verdade que ninguém me disse, porque eles achavam que
estavam me protegendo.”
Ninguém é o que parece. Ela não se sentia tão sozinha, desde que conseguiu suas
primeiras cicatrizes.
“Tudo o que tinha que fazer era perguntar. Eu teria dito tudo e qualquer coisa que
você quisesse saber sobre mim, sobre a família. Eu disse que nunca mentiria para você, e
eu quis dizer isso. Você só estava com muito medo de perguntar, porque então teria sido
real. É por isso que eu estava esperando você me perguntar. Eu queria que você estivesse
pronta para a verdade.”
Seus olhos se voltaram para o seu colo, sabendo que estava certo. Foi por isso que
ela não perguntou a ele.
“E sim, eles pensaram que estavam protegendo você, mas eu não concordo com
eles. Mentiram para você; fingiam ser algo que não eram. Eu nunca fiz. Eu já deixei claro
quem eu sou desde o início. Eu sempre quis que você só me visse como eu sou, Chloe.”
Lembrou-se de volta para a noite que ele repetidamente bateu o taco sobre o corpo
sem vida, e como ele olhou direto em seus olhos, mostrando seu verdadeiro eu...
O pensamento do que isso significava, somente passou por seus lábios:
“Você é um assassino.”
“Sim eu sou. Eu matei muitos e torturei mais.” A voz sombria encheu o espaço
entre eles.
Chloe manteve-se torcendo as mãos, agora torturadas, em como era visível o
monstro nele. Ela precisava ficar longe. Longe.
Tentando acalmar-se, ela começou a repetir as palavras:
“Amo virá até mim.”
A voz de Lucca virou mortal.
“Ele é um assassino também, querida.”
Ela começou a sacudir a cabeça, não querendo ouvi-lo.
“Ele é um assassino e Nero e Vincent também.”
Sacudindo a cabeça com mais força, ela se recusou a acreditar.
“Não, Elle não estaria com...”
“Ela aprendeu a aceitá-lo, assim como você vai.” Ele disse isso como se fosse uma
promessa.
“Amo não é como você.”
“Não, ele não é,” concordou. “Amo finge ser algo que ele não é com você.”
Mais uma vez, ela balançou a cabeça, sem acreditar.
Ela repetiu as palavras de sua última esperança:
“Ele vai me salvar.”
De pé, ele foi para o outro lado da mesa, elevando-se sobre ela.
“Você acha que Amo vai tirar você de mim?” Tirou uma mecha do seu cabelo,
enrolando-a firmemente em torno do seu dedo.
Sua respiração ficou presa na garganta, suas palavras não eram capazes de sair.
“Olhe para mim,” ele ordenou.
Quando ela não o fez, ele puxou a seda escura que mantinha presa.
Chloe ergueu as profundezas cinzentas lentamente, encontrando seus queridos
azuis-esverdeados através dos seus cílios.
“Ninguém está levando você de mim, querida.” Puxando o cabelo dela mais uma
vez, ele a trouxe para mais perto dele. “Você é minha, Chloe Masters. Você tem sido
desde o momento em que vi seu rosto marcado. Você simplesmente não sabe disso.”
Durante quatro longos anos, seu corpo foi reivindicado pelo que ela acreditou ser o
mais hediondo dos seres, mas agora podia sentir os velhos laços que o diabo colocou em
sua alma se rompendo, e novas correntes estavam tomando o seu lugar. Estas correntes
eram mais pesadas, mais apertadas, mostrando-lhe que ela foi reivindicada por um ser
mais maligno. Seu corpo foi reivindicado pelo bicho papão.
Desenrolando o cabelo em torno do seu dedo, ele estava tão perto, quase tocando
as pontas dos dedos sobre seu pescoço.
Fechando bem os olhos, ela esperou por ele, para o momento em que finalmente
iria tocá-la. Mas segundos se passaram, e nunca veio.
Ela abriu os olhos para descobrir que ele já havia desaparecido. No entanto, as
correntes ainda estavam lá, tão pesadas quanto apertadas.
VINTE E DOIS

ERA ISSO; HAVIA CHEGADO A HORA

hloe lutou contra os pesadelos todas as noites desde a última vez, mas esta
C noite não. Seu corpo agora pertencia a um monstro, enquanto sua mente e
alma ainda pertenciam a outro. Deixando seus demônios virem até ela, não valia a pena
lutar contra eles, mais...
Sua última esperança de ser salva do diabo desapareceu. Ninguém viria para salvá-la, e se
alguém fizesse, seria muito além de tarde demais. Salvá-la agora significaria que alguém pior
teria que tomar sua alma do diabo e reivindicá-la como sua própria. No entanto, um homem
como esse não deveria existir, e se ele existisse, não iria salvá-la...
“Chloe... Chloe, acorde e tudo vai ficar bem.” As palavras repetidas trouxe-a do
pesadelo.
Abrindo os olhos, viu Lucca sentado na beira da cama, brincando com as pontas
do cabelo que repousava sobre o travesseiro.
Com medo, rapidamente sentou-se, fugindo para longe dele, os pesadelos e seu
cansaço não ajudaram.
“Você realmente acha que eu iria machucá-la, querida? Depois de ver você assim?”
Eu não acho que você entenda o que você significa para ele, as palavras de Maria
ecoaram em sua mente.
Cerrando os punhos, as unhas tocaram as palmas das mãos e um estremecimento
de dor atingiu seu rosto.
“O que está errado?” Lucca começou a estudá-la.
“N-nada.”
Ligando o abajur, olhou para ela, vendo que os punhos cerrados estavam
manchados de rosa.
“Deixe-me vê-las.”
“E-eu estou b...”
“Ou abra-os agora, ou eu vou fazer isso sozinho,” cortou-a.
Engolindo o nó na garganta, suas mãos tremiam enquanto desenrolou-as,
revelando as palmas das mãos inflamadas e sangrentas.
Sem uma palavra, ele se levantou e saiu do quarto.
Minutos pareceram passar antes que ele voltasse com uma caixa. Sentando-se na
beirada da cama, abriu, revelando um kit de primeiros socorros.
“Venha para perto de mim,” instruiu em voz melódica.
Encontrou-se obedecendo-o, indo um pouco mais perto. Era isso ou ele mesmo iria
pega-la.
“Você vai me deixar tocar em você agora, querida.” Ele não pediu permissão; ele
estava dizendo a ela.
“N-não.” Ela tentou fugir, mas ele se inclinou para ela, colocando as duas mãos em
cada lado e sem lhe dar espaço para onde correr.
A voz que foi melódica, ficou sombria e autoritária.
“Você vai me deixar tocá-la agora.”
Ela fechou os olhos, segurando a respiração. Era isso; chegou o momento.
Segurando-se o mais imóvel possível, sentiu os dedos frios tocarem levemente as
mãos de fogo quente. Seus dedos frios viraram as mãos dela e começaram a acalmar
sobre as palmas.
Ela abriu os olhos, em seguida, para ver toda a atenção de Lucca em sua pele. Era
quase como se ele estivesse memorizando as mãos, quando as pontas dos dedos frios
acariciaram as áreas inflamadas, cuidadosamente seguindo seus cortes.
Suas mãos deixaram as dela, indo para o kit e derramando álcool em uma gaze.
Quando o toque frio voltou, ela ligeiramente saltou para trás, fazendo-o olhar em seus
olhos.
Olhando para os dele, viu que agora parecia totalmente verde, sem um traço de
qualquer azul.
“Isso vai doer.”
Ela balançou a cabeça lentamente, incapaz de desviar o olhar das suas profundezas
verdes.
Agora, quando ele a tocou, não se moveu para longe do seu toque. Encontrou-se
incapaz de olhar para longe. Era como se estivesse vislumbrando um lado diferente.
Ele tirou os olhos dela, trazendo sua atenção de volta para as mãos. Pedaços do seu
cabelo escuro, que era normalmente penteado para trás, caiu na frente do seu rosto. Ele,
descuidado, deixou-os lá enquanto cuidava das suas mãos. Parecia... que ele se importava,
se isso fosse mesmo possível.
Doeu quando ele passou a gaze em seus cortes, mas a dor física não a incomodava.
Isso nunca poderia se comparar com a dor da tortura mental que ela tinha e ainda
continuava a suportar.
Lucca limpou cada corte com muita cautela, certificando-se de não perder
quaisquer feridas abertas. Indo para a caixa novamente, então tirou uma pomada e
começou a aplicá-la em toda as suas palmas das mãos.
A pomada parecia bem em sua pele crua, juntamente com seu toque gelado. Ela
ainda estava hipnotizada pelo homem à sua frente.
Ele então envolveu cada mão com gaze branca vagarosamente. Depois que foi
enfaixado, assou seu dedo sobre uma das suas unhas feitas.
“Eu gosto dessa cor.”
Sentindo a necessidade de explicar o tom roxo escuro, ela disse:
“M- Maria escolheu.”
“É bonito contra a sua pele clara,” murmurou.
Chloe parecia reagir, quando seus dedos pousaram sobre os dela por um longo
momento. Ela rapidamente puxou suas mãos longe das suas, incapaz de suportar a
proximidade dele por mais tempo.
Acabei de deixá-lo...? Engoliu em seco, sem entender como o deixou tocá-la por tanto
tempo.
Quando ele arrumou sua caixa, seus olhos verdes desapareceram, junto com seu
comportamento mais suave.
“Eu quero que você corte suas unhas amanhã, quando você acordar.” Levantou-se,
desligando a luz de cabeceira. “Volte a dormir.”
Respirando pesadamente, deitou-se, fugindo para o meio da cama e protegendo-se
debaixo das cobertas, como se isso fosse protegê-la dele.
Observou sua figura movimentando-se no escuro pelo seu quarto e no banheiro
anexo, onde fechou a porta atrás dele.
Tentando abrandar sua respiração, ela tomou respirações longas e profundas. Você
vai me deixar tocar em você agora...
Ela ainda podia sentir o toque gelado que alisou as palmas das mãos doloridas,
como se tivessem sido marcadas por seus movimentos. Deveria ter se revoltado contra o
seu toque, mas em vez disso, era como se ele tivesse colocado um feitiço nela.
Ela podia ouvir a água correr no banheiro, o som lhe trazendo tranquilidade.
Volte a dormir …
Outra respiração longa, profunda, e ela fechou os olhos, caindo. Era óbvio que o
seu feitiço ainda tinha poder sobre ela.

*****

Lucca lavou as mãos, em seguida, espirrou a água fria em seu rosto, tentando se
controlar. Tocá-la enquanto ela assistia, foi melhor do que qualquer coisa que ele alguma
vez experimentou em sua vida. Ele tocou muitas mulheres, mas nenhuma era como ela.
Se ele tivesse viver o resto da sua vida, só capaz de simplesmente tocá-la, o faria.
Mesmo que isso significasse que seu lado negro nunca iria ser amenizado pelas coisas
torcidas que queria fazer com ela, poderia viver com isso.
Era tudo o que podia fazer para não voltar lá e fazer tudo novamente.
Faça, sua escuridão sussurrou.
Empurrando o cabelo para trás com as mãos úmidas, ele tentou empurrar para
fora a imagem de tocar os dedos sobre suas cicatrizes.
Você sabe que você quer…
“Cale a boca,” sussurrou asperamente para si mesmo no espelho.
Por mais que ele quisesse, agora não era o momento. Ela tinha mais medo dele do
que nunca, graças à Maria. Ele queria ser o único que diria a ela quando estivesse pronta
para aceitá-lo por quem ele era. Agora, tudo o que havia trabalhado para fazer com que
ela se sentisse confortável com ele, confiasse nele, voou pela janela, e estava começando
do zero novamente.
Indo para a porta do banheiro, apagou a luz, em seguida, abriu a porta, olhando
para o quarto e vendo Chloe já dormindo.
Ele calmamente sentou-se na cadeira no canto. Inclinando-se para trás, ficando
confortável para a noite à frente, não querendo deixá-la para os pesadelos novamente.
Ela praticamente destruiu as mãos, e tinha uma sensação de que ele era o culpado,
depois de a fazer encarar sua verdade assustadora em seu escritório.
Sabendo que pressionou muito, ele a deixou sozinha, deixando-a retirar-se para a
segurança do seu quarto. Em vez disso, ela só fez um inferno, se automutilando. Nunca
mais.
Lucca não podia deixar de pensar no que Chloe repetiu. Amo virá para mim... Ele vai
me salvar.
Para um homem que não deveria sentir nada, essas palavras lhe cortaram
profundamente. Ela não podia ver isso ainda; nem sabia que era exatamente a coisa que
ele estava tentando fazer.
VINTE E TRÊS

NÓS SÓ VEMOS O QUE NÓS QUEREMOS


VER

uando Chloe acordou na manhã seguinte, se sentiu como a morte. Suas mãos
Q estavam doloridas, e sua mente estava confusa de pura exaustão. Se não tivesse
conseguido o sono profundo que a atingiu, após Lucca ter vindo, não teria certeza em que
tipo de estado sua mente estaria.
Levantando-se na cama, viu que eram 11:10h, muito mais tarde do que estava
acostumada a acordar.
Seus olhos desviaram-se para a caixa de música que Lucca lhe dera. Em seguida,
eles desviaram-se para o cortador de unhas de prata que não tinha visto antes ao lado.
Se lembrou do pedido que ele fez a noite passada, percebendo que deve ter levado-
o lá para ter certeza que ela cortasse as unhas. Geralmente, mantinha um pouco de
comprimento nelas; é assim que ela gostava delas. Era um mau hábito nervoso que tinha
adquirido, torcer as mãos, que se transformaram em cavar as unhas em sua pele, quando
estava com medo. Ela não podia explicar por que fazia isso.
Não querendo se separar das unhas, e nem querer fazer tudo o que Lucca
mandava, ignorou o seu pedido, indo para o banheiro para lavar os horrores de ontem.
Rapidamente utilizou o banheiro, escovou os dentes e, em seguida, entrou no
banho. Quando saiu, notou a pomada que Lucca usou na noite passada, juntamente com
uma nova bandagem, no balcão do banheiro.
Por quê? Ela nunca iria entendê-lo e nem porque ele faz as coisas que faz. Mesmo
que possa ter sido um gesto atencioso, isso ainda vinha de um homem perturbado.
Olhando para as mãos doloridas e inchadas, viu que não fazia essa quantidade de
danos a si mesma em um longo tempo. Achou melhor usar os suprimentos que ele tinha
deixado.
Finalmente vestida, então desceu as escadas, pensando que era seguro, pois Lucca
já estaria no trabalho por horas agora. No entanto, aprendeu que essa suposição era um
erro, quando foi lá embaixo para ver que Lucca estava na cozinha, cozinhando.
Justamente quando estava prestes a virar-se, ele olhou para cima e a viu.
“Bom Dia.”
“D-dia.” Não querendo descaradamente fugir dele, viu seu laptop no balcão da
cozinha, onde deixou ontem a tarde e decidiu que iria subir com ele.
Uma vez que o pegou, se virou, mas sua voz a deteve.
“O almoço está quase pronto.”
“Eu não estou com muita fo...”
“Não perguntei se você estava com fome, querida. Agora, sente-se.”
Não sabia por que pensou que ela realmente poderia escapar dele.
Virando-se, seu corpo seguiu sua ordem.
Lucca olhou longe do fogão para ela.
“Você cortou suas unhas?”
Ela levou as mãos perto do seu corpo, tentando escondê-las.
“E-eu não gosto das minhas unhas curtas.”
Se aproximando dela, enfiou a mão no bolso e tirou um pequeno cortador de unha,
colocando-o em frente a ela.
“Eu não vou deixar você fazer isso para si mesma novamente, Chloe. Eu quero que
você as mantenha curtas. Você entende?”
Ela assentiu com a cabeça, derrotada mais uma vez.
Sua voz parecia ficar mais suave.
“Quando você acabar com a mania, você pode deixa-las do jeito que quiser
novamente.”
Mordendo o lábio, balançou a cabeça novamente.
“T-tudo bem.”
Ele olhou para ela por um segundo a mais antes de voltar para o fogão para
terminar de preparar o almoço.
Chloe pegou o cortador e começou a cortar as unhas, tão curtas quanto poderiam
ficar. Entendeu por que Lucca estava fazendo isso. Era algo que ela deveria ter se feito
antes. Ela simplesmente odiava como seu corpo sentia a necessidade de agradá-lo, não
importa o quanto sua mente queria lutar contra isso. Algo sobre Lucca sempre chamou
seu corpo ao dele, mas sua mente sabia muito bem, sempre percebendo quão perigoso
ele era.
De vez em quando, ela olhava com o canto dos olhos para vê-lo cozinhar. Em
seguida, iria tirar os olhos para o que estava fazendo. Cada vez que olhava, dizia a si
mesma que era a última vez, mas que nunca foi o caso.
Seu rosto tinha a mesma consideração e cuidado enquanto ele cozinhava, como na
noite passada enquanto cuidava das suas mãos. Ela achava muito difícil não o assistir
quando ele estava assim. Era raro e inesperado de um homem como ele.
Finalizando as unhas, limpou o balcão e jogou os recortes no lixo, antes de se
sentar e encontrar um cheeseburger e batatas fritas esperando em seu lugar.
Ela cobriu o hambúrguer com alguns dos condimentos que ele colocou, quando se
sentou ao lado dela com seu próprio prato. Ela comeu inúmeros cheeseburgers, mas,
dando uma mordida, teve que admitir que este estava muito bom. Claro que é.
Ele estava realmente começando a entrar em seus nervos neste momento.
Chloe terminou sua comida em tempo recorde, sem saber se era porque era tão
bom ou porque queria escapar para o andar de cima.
“O-Obrigada. Estava uma delícia.”
“Estou feliz que você gostou, querida.” Ele sorriu, pegando os pratos vazios.
Ela pegou o laptop, mais do que pronta para ir lá para cima.
“Tirei o dia de folga para terminarmos o jardim,” ele disse a ela, colocando os
pratos na pia.
Ela congelou, tinha esquecido disso. Não admira que esteja aqui.
“Você ainda quer se juntar a mim?” Ele não estava ordenando-lhe; estava
simplesmente pedindo.
Segurando o laptop, tentou o seu melhor para mentir.
“E-eu tenho um monte de trabalhos escolares que eu p-preciso fazer.”
“Tudo bem, querida. Eu apenas pensei que você pudesse desfrutar de um pouco de
ar fresco. Mas se estar em casa todos os dias não a incomoda, então eu entendo.”
“Eu s-só tenho um monte de tarefa para fazer,” tentou mentir novamente, embora
soubesse que era besteira. Não do que aconteceu na noite passada, mas porque ele
especificamente trouxe Sal para ajudá-la com seu trabalho escolar, assim ela poderia...
Droga... ela estava começando a se sentir mal!
Ele sorriu, encostado ao balcão da cozinha.
“Eu disse que entendo, querida. Vá e faça o seu trabalho escolar. É mais
importante.”
Ele está sendo sarcástico, ou realmente só assustadoramente agradável?
Mordendo o lábio novamente, tentou decidir. O que ele está tentando fazer comigo?
Balançou a cabeça, esperando que fosse afastar os pensamentos, enquanto se
dirigia para as escadas, não querendo ceder a sentir-se mal por não querer passar o dia
no jardim com um assassino assustador.
“Tudo bem, tchau.”
Rindo da saída abrupta dela, ele ergueu a voz para que ela pudesse ouvi-lo
enquanto corria.
“Tudo bem, espero que você tenha muitos trabalhos concluídos, querida.”
Correndo para o seu quarto, fechou a porta atrás dela, antes de colocar seu laptop
na pequena mesa. Ugh! Eu espero que você tenha muitos trabalhos concluídos, querida. O que
isso quer dizer?
Seja o que for que Lucca estava tentando fazer com ela, não estava acreditando. Ele
era um lunático, e era isso.
Sentando, abriu o laptop para ver o trabalho escolar que tinha. Nada do que tinha
que fazer era imediato, de modo que se sentou lá, girando seus polegares, tentando não
pensar nele. Finalmente, decidiu tentar resolver alguns problemas de matemática para o
teste que estava chegando, para ver se entendeu o que Sal lhe ensinou.
Ela não estava trabalhando nos problemas nem por dez minutos, quando uma
caixa de bate-papo se abriu.
Como está indo o cálculo?
Revirando os olhos, pensou que era muito conveniente. Lucca pediu para me
verificar e ver se eu estava fazendo lição de casa? Pensando melhor, apagou e então
perguntou: É o Lucca?
O que? Não? Aconteceu alguma coisa? Ha-ha.
Antes de responder, levantou-se para olhar pela janela. Lucca já estava no jardim,
sujo e trabalhando duro. Bem... Merda. Isso acabou com a sua teoria.
Voltando ao computador, releu sua resposta, não gostando do riso que foi
adicionado à mensagem, sabendo que ele estava, provavelmente, sorrindo do outro lado
do computador.
Digitando no teclado, queria que soubesse que não acreditou na maneira inocente
2
que ele explicou a máfia. VP , hein?
Bem, eu tentei te avisar um pouco, mas você não estava ouvindo.
Isso não é verdade. Isso não é verdade!
Eu dei-lhe a versão que você queria ouvir, não foi?
Olhando para o teclado, imediatamente digitou a letra ‘N’, mas não poderia
terminar a palavra, sabendo que no fundo ele estava certo.
Nós só ouvimos o que queremos ouvir, e nós só vemos o que queremos ver, Chloe.
Seus olhos se dirigiram para a janela, seus pensamentos sobre Lucca, antes que
voltasse a olhar para o computador e digitasse, Você ainda mentiu para mim, juntamente
com todos os outros.
Será que Lucca mentiu para você?
Ela mordeu o lábio, incapaz de mentir. Não. Acima de qualquer coisa, ele foi muito
honesto.
Então, qual é o problema?
Humm, o fato de que ele é louco. O subchefe. Mantendo-me refém. Isso era apenas uma
pequena lista, mas ela não ia dizer a seu melhor amigo. Nada.
Você tem certeza sobre isso? Ha-ha.
Sim!
Tudo bem, então, se você tem certeza.
Ugh, ela não deve entender caras em geral, porque não sabia se isso era sarcasmo
ou não.
Batendo os dedos, pensou que havia algo que deveria ter perguntado desde que
descobriu sobre a máfia. A genialidade de Sal a intrigava, e ela queria saber o que ele
realmente fazia por eles, desde que não achava que só cuidava da segurança.
O que você realmente faz? Como, realmente faz?
Esperando pacientemente por uma resposta, não conseguiu uma até minutos mais
tarde, e não era o que esperava, mas deveria ter.
Eu sou o braço direito.
Ela sabia exatamente a quem ele estava se referindo.
Assim, você o ajuda a entrar em apuros, então?
Ou eu o ajudo a sair deles.
Havia uma última pergunta que queria saber a resposta. Ela só não sabia como
fazê-la. Depois da noite passada, a maneira que Lucca falou sobre Amo, como se ele não
fosse diferente dele, e que Nero e Vincent eram também, ela tinha que perguntar: É
possível ser bom, mas também estar na máfia?
Eu acho que você vai ter que descobrir.
Chloe deixou o computador, em seguida, foi até a janela e olhou para Lucca no
jardim. Ele tinha aquele olhar em seu rosto, preocupado com o que estava fazendo,
concentrando-se cuidadosamente sobre a tarefa diante dele, como se fosse a coisa mais
importante do mundo. Mesmo que ela não quisesse admitir isso, gostava desse olhar.
Satisfazia-lhe. E cada vez que ela o via quando tinha esse olhar, sentia-se totalmente
paralisada.
Quanto mais olhava para ele, para fora destas paredes, mais começou a ver seu
erro. Eu apenas pensei que você poderia desfrutar de um pouco de ar fresco. Mas se estar em casa
todos os dias não a incomoda, então eu entendo.
Ela rapidamente voltou para sua mesa. Não, não, não, não, não.
Ela espiou em direção à janela, vendo o sol brilhando. Não faça isso. Não dê ouvidos
a ele.
Aves começaram a cantar enquanto passavam pela janela...
Olhando para baixo, não sentiu nada, a não ser a derrota. Que droga!
VINTE E QUATRO

A PRISÃO MAIS BONITA

o segundo que abriu a porta, os olhos de Lucca encontraram os dela e o mais


N belo sorriso tocou seus lábios. Ele parou o que estava fazendo, apoiando-se nos
calcanhares e esperando por ela.
A cada passo para o jardim, o sol e o vento começaram a buscá-la, fazendo a
derrota parecer menos dolorosa.
Ela parou um pé longe dele. Pensaria que teria que olhar para baixo sobre ele,
considerando que estava no chão, mas ela realmente não precisava. O topo da sua cabeça
veio ao peito. Sua baixa estatura só a fez se sentir mais inferior a ele.
Uma respiração impotente saiu.
“E-eu mudei de ideia.”
Ele simplesmente continuou a sorrir.
“Tudo bem, querida.”
A resposta que deu a ela, foi uma que não esperava. Esperou a parte onde ele ia
dizer ‘eu avisei’, mas isso nunca veio.
Removendo as luvas, as deixou no chão antes de se levantar e fechar a distância
entre eles. Ele parou diante dela e estendeu as mãos.
“Posso ver suas mãos?” Isto não era um comando. Ele estava educadamente
pedindo permissão.
Ela deveria ter dito não se virado e saído, mas isso não foi o que seu corpo fez.
Levantando as mãos enfaixadas, estendeu-as para ele.
Tomando um pequeno passo final em direção a ela, ele lentamente colocou uma
das mãos sob a dela. A mão dela só deu um pequeno salto quando as pontas dos dedos a
tocaram. Ela as encontrou muito quentes das luvas.
Ela estendeu a mão com firmeza em cima da dele, enquanto ele usou a outra mão
para puxar a bandagem para olhar cuidadosamente para a palma.
Por que estou deixando-o me tocar?
Assim de repente, colocou a bandagem de volta no lugar antes que segurasse a
outra mão, repetindo o processo. Mais uma vez, ele só segurou sua mão por alguns
segundos, olhando-a e colocando o curativo de volta no lugar, antes de afastar suas mãos.
Ele não se demorou, e muito menos tocou-a tempo suficiente para ela entrar em pânico.
Lucca foi até o balde, escolhendo algumas luvas de jardinagem macias. Em
seguida, voltou até ela, estendendo a abertura na luva para ela deslizar sua mão por elas
facilmente.
Ela estendeu a mão direita outra vez, e ele começou a escorregá-la cuidadosamente
sobre sua bandagem.
“Eu não quero que você use muito as mãos, por isso vá com calma.”
Balançando a cabeça, ela então estendeu a mão esquerda.
“Se elas começarem a machucar, ou até mesmo ficarem doloridas, eu quero que
você pare por mim, querida.”
“T-tudo bem.”
“Então pode só ficar aqui fora, fazendo-me companhia, e desfrutar de não estar em
casa.” Sorrindo para ela, colocou a segunda luva.
Quando tirou a mão da dela, ela não podia se conter, mas ligeiramente sorriu para
ele. Ela gostava de como lhe permitiu tocá-la, e como ele não abusou disso.
Lucca voltou para o chão, colocou as luvas e voltou ao trabalho.
A confusão era tudo o que ela mais conhecia. Nunca entendeu Lucca, e agora ela já
não se entendia. Quanto mais tempo ela continuava a estar aqui, mais confusa ficava.
Trabalhando no jardim com ele, fez o que ele pediu, tomando cuidado com as
mãos e não as sobrecarregando, enquanto o dia passava. Às vezes, ela encontrava-se
apenas sentada ali, tendo a beleza de tudo isso. Algo sobre o jardim apenas se encaixava
tão bem ao seu redor. Isso trouxe um sentimento nela que era indescritível, um que ela
não tinha realmente sentido antes. Era como se se sentisse em... casa. Ela não devia, no
entanto. Devia se sentir em uma prisão, mas isso não aconteceu. E se fosse, então, era a
mais bela prisão que já tinha visto.
Em seu mundo, não existem lugares como este, mas aqui, por algum motivo, ele
fez. Eu fiz isso por você.
Os olhos de Chloe derivaram ao longo de um Lucca suado, que agora estava
colocando as ferramentas à distância. O que você quer de mim? Nada. Ela não tinha nada
para lhe oferecer. O que ele queria ou esperava dela, não sabia, mas sabia que ele ia a
deixar livre, quando descobrisse que ela não tinha nada para oferecer. Chloe só esperava
que ele a deixasse inteira, quando descobrisse.
Depois de Lucca guardar todos os materiais, sentou-se ao lado dela para olhar o
seu trabalho duro concretizado.
“O que você acha, querida?”
“Está lindo,” sussurrou.
“Será mais bonito na primavera, quando as flores voltarem.”
Não importava para ela. Adorava a maneira como ele parecia em todas as etapas.
Ela só desejava que pudesse tê-lo visto antes que sua mãe morresse.
“P-Posso fazer uma pergunta?”
Ele se virou para ela.
“Eu disse a você, que pode me perguntar qualquer coisa, Chloe.”
“Como parecia quando sua...?” Ela parou, incapaz de finalizar, com medo que
poderia perturbá-lo.
“Quando minha mãe cuidava dele?”
Ela assentiu com a cabeça.
Os olhos de Lucca digitalizaram sobre a extensão do quintal enorme.
“Ele só parecia mais completo, mais saudável, e até mesmo parecia mais brilhante.
A maioria das flores morreram com ela. Eu consegui que algumas delas voltassem a
crescer, mas outras, eu ainda estou tentando.”
Ela não tinha dúvidas de que um dia ele iria fazê-lo voltar ao que era antes, se não
melhor. As mudanças que ela notou desde a primeira vez que viu foram drásticas.
Ela adorava ouvir sobre sua mãe. Isso o fez parecer mais... humano. Olhando para
ele, só queria ouvir mais, esperando que isso iria ajudá-la a entender por que ele era da
maneira como era.
“Você vai me dizer como ela era?”
“O nome dela era Melissa, e ela tinha o cabelo loiro como Maria, e os olhos verdes
como Nero. Ela era a pessoa mais doce, mais gentil, que você já conheceu, e todos a
amavam. Estar em casa com seus filhos e no jardim era tudo o que ela sempre quis ou
necessitou.” Seus olhos ficaram mais escuros e sua voz tornou-se sombria. “Nenhum de
nós merecia ela, não o meu pai e, especialmente, não eu. Por ela ser tão doce, não posso
imaginar como se sentia por seu primeiro filho ser um monstro.” Ele rapidamente fez
uma pausa antes de continuar: “Mas nenhuma única vez, ela me amou menos, nem
mesmo quando me viu no meu pior.”
Chloe calmamente sentou-se ao lado dele, sem saber o que dizer a um homem que
se considerava um monstro. E não havia palavras para dizer, nem conforto que ela
poderia dar, para ajudar com a perda da sua mãe. Ela poderia dizer que ele a amava, mas
não tinha certeza se ele sabia disso no fundo, porque ele só pensava em si mesmo tão
sem sentimentos.
Ficaram sentados ali, pacificamente, por um tempo, sem querer estragar o que
estava lá antes deles ou entre eles. Ela não tinha certeza de quanto tempo passou antes
dele falar.
“Estou indo me limpar, em seguida, iniciar o jantar. Não tenha pressa.”
Ele estava deixando-a agora, mas ela precisava contar-lhe algo antes que ele fosse.
“Lucca...?”
Ele parou, olhando para ela de onde estava sentada na grama.
Era difícil olhar para longe do oceano de flores que balançava ao vento, lembrando-
a das ondas, para Lucca, mas queria que ele visse que quis dizer cada palavra.
“Se ela ainda estivesse aqui, acho que estaria feliz com o que você fez. Ela iria
adorar isso aqui, tanto quanto eu.”
Era óbvio o quanto ele queria estender a mão e tocá-la naquele momento, mas não
o fez, se contentando suficiente com as palavras que ela lhe dera.
“Eu acho que sim também, querida.”
Chloe continuou sentada lá, olhando-o ir embora. Com cada passo que dava para
longe dela, não podia deixar de sentir o quão menos bonito o jardim tornou-se agora.
VINTE E CINCO

TUDO VEM A UM PREÇO

uando o prato de almôndegas e espaguete foi colocado na frente dela, não


Q pôde deixar de sorrir.
Lucca notou quando se sentou ao lado dela com seu próprio prato.
“Está tudo bem?”
“Sim.” Essa era a coisa. Todo dia ele iria fazer o jantar para ela, e cada vez era uma
refeição que ela gostava. No entanto, não teve uma vez que ele perguntou a ela o que
gostava ou não. Ele sempre, estranhamente, sabia. “Espaguete com almôndegas é
realmente um dos meus favoritos.”
Ele parecia satisfeito.
“Bem, bem. Espero que você goste.”
Pegando seus talheres, ela deu uma garfada no espaguete, sabendo que ia ser bom,
mas não tão bom como provou, no segundo em que foi em sua boca. Ela deveria saber,
com base no simples fato de que ele era italiano.
“É o melhor que eu já tive.”
“Obrigado, querida.” Cortando uma almôndega, ele perguntou: “Qual é o seu
prato preferido?”
Hmm. Ela tinha que pensar nisso por um momento. Era uma pergunta difícil,
quando você tinha uma deliciosa comida na sua frente e não é um comedor exigente,
para começar.
“Isso é difícil, mas eu acho que a minha refeição favorita teria que ser chili.”
Ele não parecia acreditar nisso, fez uma cara duvidosa.
“Chili?”
Ela fez seu próprio rosto incrédulo para ele.
“O que há de errado com chili?”
“Apenas nunca ouvi falar de alguém dizendo que sua comida favorita é chili. Não
acho que eu já tive um chili bom o suficiente para o meu gosto.”
Pensando nisso, ela nunca ouviu falar de alguém gostando muito, tampouco.
Parecia ser uma daquelas coisas que você poderia viver sem, ao contrário de pizza ou
batatas fritas.
“Bem, quando é o chili certo, é uma das melhores refeições que você pode ter.”
“O que você gosta nele?” Perguntou, curioso.
“Eu não sei realmente.” Pensou profundamente, tentando descobrir isso antes que
a realização batesse nela. “Ele só me faz sentir quente e em casa, eu acho... e feliz. Sinto-
me feliz quando como. Isso é estranho?”
Olhando para ela com olhos verdes, ele sacudiu a cabeça.
“Não, querida.”
“Acho que eu só gosto muito, porque era a única coisa que minha mãe era boa na
cozinha.” A mãe dela roubou a receita da sua irmã, que era a única razão pela qual ele
tinha um gosto bom, em primeiro lugar.
“Nunca fiz isso antes, mas vou ver se posso fazer isso por você.”
“Tudo bem. Eu não que...”
“Não, eu quero. Não posso prometer que vai ser bom, mas quero tentar para você.”
“Está bem. O-Obrigada.” Ela sorriu, voltando a sua comida.
O resto da refeição foi apreciado em silêncio. Era bom demais para continuar
falando. Foi realmente o melhor espaguete que ela já comeu, mesmo até a última
mordida.
Não até que a última mordida foi dada e Lucca se levantou, que a fez perceber o
que seria o próximo passo.
Ela nervosamente se levantou, pegando seu prato.
“E-eu posso levar estes para a pia e l-lavar os pratos para você.”
“Tudo bem, querida. Não quero que você suje os curativos.”
Quando o prato se foi do seu alcance, ela sentiu sua esperança de não ter que se
sentar ao lado dele, ir junto com ele. Ela se acostumou a sentar-se tão perto dele no chão
todas as noites, mas esta ia ser a primeira vez desde que descobriu o que ele fazia para
viver. Ela também podia sentir que desta vez, ia ser diferente, porque estava começando a
tocá-la agora.
Lucca colocou os pratos na pia e foi para a sala de estar, sentando na cadeira de
couro grande e colocando a almofada embaixo para ela, ao lado dos seus pés.
Ela não se moveu uma polegada.
“Venha aqui, Chloe.” Ordenou, sentindo seus nervos.
Seu corpo se movia como ele sempre fazia em suas exigências, não parando até que
cumprisse o que ele queria, que era sentar-se na almofada ao lado dele. Ela sentou-se
rigidamente com a perna posicionada mais perto do que o habitual.
“Você esteve bem perto de mim durante todo o dia, querida; por que está tão
nervosa agora?”
Ele tem razão, disse a si mesma em estado de choque. Ficou nervosa ao redor dele
quando chegou no primeiro andar, mas quando saiu para o jardim com ele, tinha se
sentido bem. Talvez fosse a tranquilidade de estar ao ar livre, ou mesmo a calma dele
hoje. No entanto, no momento em que era hora de se sentar aqui com ele, tudo mudou.
Segurando as mãos, ela desejava poder espremê-las.
“P-Porque eu sei que você estava esperando o dia todo por isso.”
Quando Lucca se abaixou e pegou uma mecha do seu cabelo, ela sentiu as pontas
dos dedos frios tão levemente roçar seu pescoço, fazendo-a perguntar se isso realmente
aconteceu ou não.
“Como você sabia?” Ele perguntou obscuramente, começando a rodar seu cabelo.
“Eu posso sentir isso.” Nos meus ossos.
“Você sabe por que eu gosto de ficar sentado aqui com você assim todas as
noites?”
Ela balançou a cabeça, sem saber se realmente queria ouvir a resposta.
“Isso me relaxa, me acalma...” Ele fez uma pausa, envolvendo o cabelo mais
apertado em torno do seu dedo. “E isso acalma a escuridão.”
“A escuridão...?” Ela sussurrou, sentindo-se sem fôlego.
“A parte em mim que sussurra para eu fazer coisas muito sombrias.”
Virando-se, olhou para o homem assustador.
“A parte que faz de você o subchefe?”
Lucca assentiu.
Afastando-se dele, não querendo olhar quando ele respondesse, ela perguntou.
“C-Como você se tornou o subchefe?”
“Meu último nome e meu pai. Apenas os homens com o nome de Caruso podem
segurar a posição do chefe ou subchefe. Eu ser filho primogênito do meu pai é o que
solidificou minha posição, como meu pai foi uma vez o subchefe, antes que ele tomasse o
lugar do seu pai. Tem sido assim durante muitas gerações.”
Ela olhou para ele, chocada com a informação que lhe dera.
“Então, você vai tomar o lugar de seu pai um dia?”
Ele passou o polegar sobre a seda escura, sentindo sua textura macia.
“Sim.”
Ela deveria ter esperado que ele iria, mas uma parte dela parecia ter bloqueado,
não querendo que ele continuasse o estilo de vida perigoso.
“Quem vai tomar o seu lugar como o subchefe, então?” Cada pergunta que ela
fazia, e cada resposta que ele dava, só fez surgir mais perguntas.
“Depende de quando eu assumir o seu lugar. Muito provavelmente, será Nero, se
ele quiser.”
“Oh.” Eu me pergunto se Elle sabe disso. “Quantos anos você tinha quando se tornou
o subchefe?”
“Meu pai nomeou Enzo seu subchefe, até que eu estivesse pronto. Ele não
carregava o sobrenome Caruso, por isso, tomei o seu lugar quando fiz vinte e um.”
“Tornaram-lhe subchefe tão jovem?”
Ele sorriu para ela pela óbvia preocupação.
“Bem, eu me tornei um mafioso quando tinha dezessete anos.”
“Você se tornou? Você não era nem mesmo um adulto.” Ela não achava que fosse
possível ficar ainda mais chocada.
“Sim, você deve ser adulto quando se torna mafioso, mas eu fui a exceção.”
Chloe engoliu.
“P-Por quê?”
“Eu fiz algo que só iria assusta-la longe de mim se lhe dissesse.” Ele desenrolou o
cabelo, só para enrolá-lo em torno do seu dedo novamente. “Talvez um dia eu te conte,
querida, mas não hoje.”
Tirou os olhos dele, era mais do que grata que ele não lhe disse, sabendo que o que
quer que fosse, tinha que ser horrível para ter se tornado um mafioso tão jovem.
“O que você faz como o subchefe?”
“Eu garanto que a família siga bem, e que meus homens estejam em ordem, junto
com muitas outras coisas.”
Lembrou-se, então, sobre Sal dizendo-lhe que ele deu a Nero, Amo e Vincent seus
empregos.
“Que trabalho você deu a Amo?” Perguntou.
Um sorriso começou a aparecer em seu rosto.
“O que te faz perguntar isso?”
“Sal me disse que ele trabalhava no porão do cassino.”
“Sério?” Ele perguntou, ainda sorrindo. “Sal falou com você sobre a família?”
“Sim. Bem, mais ou menos.” Ela olhou para suas mãos. “Ele me disse que você era
o vice-presidente.”
Lucca jogou a cabeça para trás, rindo, o que ela não apreciou muito, uma vez que
foi às custas da sua ingenuidade.
“Não é tão engraçado,” disse quando ele não parou de rir.
“Sinto muito, querida. Você está certa.” Ele deu uma última pequena risada antes
de continuar: “O que Sal a informou sobre o trabalho do Amo?”
“Nada realmente.” Ela encolheu os ombros. “Ele apenas disse que você deu a
Amo, Nero e Vincent um trabalho no porão, mas disse que Nero e Vincent queriam ser
transferidos para fora por algum motivo. Sal especificamente me disse para dizer-lhe que
Amo ama o seu trabalho, e até mesmo Maria disse que ele o adora.”
O sorriso em seu rosto ainda tinha que desaparecer, enquanto ele continuava
girando seu cabelo.
“Eles disseram, né?”
“Sim.” O que está acontecendo? Algo lhe disse que ela podia não querer ouvir
exatamente o que Amo fazia.
“Bem, o porão é realmente um cassino subterrâneo. Eles são um tipo de
seguranças.”
Ela olhou para ele estranhamente.
“Um cassino subterrâneo abaixo de um cassino?”
Lucca piscou.
“Exatamente.”
Um cassino ilegal coberto por um legítimo? Quanto mais pensava nisso, mais fazia
sentido, mas também apenas a confundiu mais.
Ela desistiu de tentar compreendê-lo. Ainda sentia como se estivesse faltando
alguma coisa, embora.
“O que os seguranças fazem exatamente?”
“Eles assistem o andar, olhando para todos os clientes que não podem ficar sem
seguir as regras e também certificando-se de que os clientes, juntamente com os
trabalhadores, estejam seguros em todos os momentos.”
“Oh, isso soa um pouco bom.” Eles se certificarem de que todos estejam seguros.
“Por que Nero e Vincent odeiam, então?”
“Você teria que perguntar a eles. Eu pensei muito antes de dar-lhes essa posição, e
achei que todos iriam amá-la, não apenas Amo.” Ele pensou por um segundo. “Bem,
Vincent amou por um tempo... Talvez um dia, eu vou lhe mostrar lá em baixo e poderá
descobrir por si mesma.”
Chloe olhou para ele por um segundo, pensando que parecia muito inocente, mas
ela não sabia o porquê.
“Você não vai dar a Nero e Vincent um novo emprego?”
Seu ato inocente mudou rapidamente para um sinistro.
“Eu posso, mas isso não significa que eu queira, ou que eu vá. Eles precisam
trabalhar de baixo para cima, como todo mundo.”
Ela podia entender que eles eram novos para a família e não devem receber
tratamento especial. Pelo menos Amo estava feliz.
Sua mente imediatamente afastou os pensamentos tristes de estar presa aqui sem
seus amigos.
Sentou-se contra o sofá, ficou rígida novamente, sem perceber que tinha relaxado
ou o fato que o seu jeans escuro estava tocando seu braço, que de repente ela moveu.
Um aroma de menta forte, limpo, tocou o nariz dela. Era tão fresco e quase
excitante. Respirando mais profundo a fez reconhecer que o cheiro era ele.
Nunca antes tinha notado seu cheiro, até agora. Ela ainda devia cheirar a seu
próprio perfume floral, desde que ambos tomaram um banho depois da jardinagem, mas
desapareceu e agora o único cheiro que estava em volta dela, era Lucca.
Lucca esfregou o cabelo que segurava.
“Qual o problema, querida?”
Juntando as mãos, ela desejava poder apertá-las, mas era incapaz disso com as
ataduras. Não querendo lhe dizer que gostava da maneira como ele cheirava e que a fez
se sentir desconfortável, nervosamente deu-lhe metade da verdade.
“ S-sinto f-falta deles.”
Ele ficou em silêncio, mas continuou a rodar seu cabelo. Então, sua voz finalmente
chegou a seus ouvidos.
“Você quer falar com ela?”
Virando-se, olhou para ele, mais surpresa com isso do que por qualquer outra coisa
que ele disse durante toda a noite.
“Elle? Você vai me deixar falar com ela?”
Ela sabia, antes que as próximas poucas palavras fossem passadas pelos seus
lábios, que era bom demais para ser verdade. Tudo vinha a um preço.
“Sim, querida...mas você vai ter que me dar algo em troca.”
VINTE E SEIS

PAIRANDO AS PONTAS DOS DEDOS


SOBRE A PARTE SUPERIOR DA CICATRIZ

-o que você quer?” Ela sussurrou, desejando que não tivesse perguntado.
“O “Tem que me deixar tocar em você...” Deixando de lado o cabelo que
brincava, ele se inclinou. Então, levantou a mão para a cicatriz em seu rosto, traçando-a
enquanto pairava os dedos a centímetros de distância. “Aqui.”
Seu coração disparado bateu pelos seus ouvidos.
“Se e-eu disser que sim, v-você vai me deixar falar com Elle?”
Inclinando-se para trás na cadeira, tirou a mão que estava perigosamente perto do
seu rosto.
“Sim, mas apenas por alguns minutos, querida.”
“P-Por que você deixaria?” Era muito difícil de acreditar, mesmo que ele estivesse
recebendo algo por isso. Lucca provou, até este ponto, que tudo o que ele queria, ele
tinha.
“Eu enrolei-a suficiente por mensagens de texto, e ela está agora exigindo um
telefonema. É o tal ponto que ela vai saber que algo está errado se eu não a deixar falar
com ela.”
“Eu-eu vou deixar.” Talvez eu seja capaz de avisá-la.
Era como se ele pudesse sentir exatamente o que ela pensou enquanto seus olhos
ficaram sombrios.
“Eu estarei aqui ouvindo, para que você não seja capaz de tentar qualquer coisa,
Chloe. Você tem que fazê-la acreditar que está na Califórnia. Você entende?”
Você tem que fazê-la acreditar que está na Califórnia. Ela entendeu exatamente o que
isso significava, sabendo que Lucca não teria problema em ferir Elle.
“S-sim.”
Seus olhos mudaram de volta, suavizando agora.
“Se você puder fazer isso, vou deixar você falar com ela de vez em quando.”
“Sério?” Ela não podia deixar de sentir um pingo de esperança.
“Se isso vai fazer você feliz,” ele tocou os dedos em uma mecha do seu cabelo de
seda “Então sim, querida.”
Dando-lhe um sorriso, ela não podia acreditar como estava se acostumando a ele
tocando seu cabelo, no pouco tempo que estava aqui. Chloe estava confiando nele,
mesmo quando chegou muito perto da sua pele.
Tirando seu telefone do bolso, ele buscou o contato de Elle.
“Pronta?”
Não!
Ela de alguma forma conseguiu acenar com a cabeça, em silêncio, esperando que
pudesse fazer isso.
Lucca entregou o telefone para ela depois de discar.
Segurando o celular que não tocou em semanas, em sua orelha parecia quase
estranho. Ela ouviu o toque, à espera de Elle atender, tomando respirações profundas,
tentando acalmar-se. Finalmente, o telefone foi atendido em um dos últimos toques
possíveis, com uma voz doce e feliz que ela não ouvia em muito tempo.
“Alô!”
Ela sentiu as lágrimas fantasmas quererem cair dos seus olhos. Era indescritível
como estava feliz.
“Chloe...?” A excitação na voz de Elle começou a desvanecer-se.
Chloe estava com muito medo de falar; medo que sua voz a trairia e alarmasse Elle.
Ela sentiu o movimento no cabelo e olhou para ver Lucca girando uma mecha.
Encarando e sentindo o movimento repetitivo, começou a acalmá-la, se acalmou o
suficiente para falar.
“Ei, Elle.”
“Estou tão feliz que você me ligou, Chloe. Eu senti tanto sua falta.” Elle já estava
ficando emocional do outro lado.
Concentrando-se na mão girando em seu cabelo, ela manteve isso firme.
“Eu sei. Senti sua falta também. Eu realmente senti.”
Elle fungou antes de rir.
“Como você está? Como está a escola? Conte-me tudo!”
“Está indo bem,” ela disse, não querendo exagerar. “É apenas diferente, eu acho, e
você não está aqui comigo, mas estou fazendo isso bem. A escola está me mantendo
muito ocupada.”
“Todo mundo está te tratando bem?” Perguntou Elle. Era o que ela estava,
obviamente, preocupada na maioria.
Chloe olhou para o rosto de Lucca.
“Sim, ninguém está pegando no meu pé ou chamando-me de aberração aqui.”
“Oh, graças a Deus.” Um peso parecia levantar da amiga. “Eu estava tão
preocupada com isso.”
“Agora é a sua vez de me dizer tudo. Como está a faculdade?”
Chloe ouviu Elle dizer a ela tudo o que perdeu e como a vida universitária era. Ela
esperava por Lucca para levar o telefone, como disse apenas alguns minutos, mas ele não
o fez, aparentemente se contentando em escutar a voz dela e brincar com seu cabelo.
Estranhamente, ela achou bom.
“Como está a Califórnia? O tempo é tão bom quanto parece?” Elle perguntou
depois que se pegou em todos os seus eventos de vida.
“Sim, é... um... ensolarado. O clima é ótimo.” Eu espero. Não querendo pressionar
sua sorte por muito mais tempo, ela decidiu que era hora de desligar. “Bem, eu tenho um
teste bem cedo de manhã, amanhã...
“Você não está três horas atrás? Não é tão tarde aí, eu acho.” Elle parecia que
estava verificando o relógio em seu telefone para ver que horas eram.
Rapidamente, ela tentou pensar.
“Uh... sim, mas eu tenho uma tarefa para terminar ainda.”
“Oh. Está bem. Compreendo.”
“Eu realmente senti sua falta, Elle. Foi bom ouvir sua voz de novo.”
“Eu também. Agradeço por me ligar. Eu me preocupo tanto com você.” As
emoções pareciam voltar para a amiga.
Chloe mordeu o lábio.
“Não se preocupe comigo. Estou indo bem.”
“Promete?”
Fazendo uma pausa, ela sentiu que era novamente difícil de responder, até que
Lucca levemente puxou sua mecha de cabelo.
“Prometo.”
“Tudo bem, vou deixar você fazer o seu trabalho agora. Tchau, Chloe.” Era óbvio o
quão difícil foi para sua melhor amiga dizer adeus, e ela achou igualmente tão difícil.
“Tchau, Elle.”
Ela tirou o telefone da sua orelha e encerrou a ligação. Era realmente triste ter que
devolvê-lo a Lucca, mas estava grata pelo tempo que ele lhe dera.
Os olhos azuis-esverdeados lentamente começaram a viajar para baixo em sua
cicatriz, fazendo-a lembrar que uma dívida deveria ser paga.
“Aproxime-se, querida.” A voz de Lucca estava sombria e melódica.
Sua respiração ficou presa na garganta enquanto o observava alargar as pernas,
dando-lhe espaço para se mover entre elas.
Seguindo a voz, ela fez o que mandou, sabendo exatamente como ele queria que
ela ficasse posicionada por instinto, sozinha. Chloe estava de joelhos agora, na frente
dele, tão perto de suas pernas como podia conseguir, sem tocá-las. Fechando os olhos,
seus cílios caíram para suas bochechas, esperando...
Lucca moveu a mão, pairando as pontas dos dedos sobre a parte superior da
cicatriz que enfeitava o lado direito do seu rosto. Quando as pontas dos dedos frios
levemente tocaram o topo da sua cicatriz, ela ficou mortalmente parada.
Ninguém nunca tocou suas cicatrizes. Nunca deixou ninguém tocar em algo que
era tão pessoal para ela. Agora, aqui estava ela, deixando o homem mais perigoso e
assustador que já conhecera, tocar algo que foi dado a ela por um homem como ele.
Ele passou os dedos sempre tão suavemente pela sua cicatriz que ia logo acima da
sobrancelha, até que desaparecia logo abaixo dela. Então, tocou ainda mais suave sobre
sua pálpebra fechada, tornando-se a se sentir como se fosse apenas o vento a tocando.
Quando chegou a continuação da sua cicatriz bem debaixo dos seus cílios inferiores, ele
fez uma pausa.
“Olhe para mim, Chloe.”
Abrindo os olhos, ela olhou em seus queridos azuis-esverdeados, que foram
gradualmente começando a parecer mais verde, paralisando-a, juntamente com a sua
voz, sua presença, seu gelado e ainda suave toque.
“Eu esperei por este momento.” Movendo as pontas dos dedos, ele começou
novamente devagar alisando sua cicatriz. “Sonhei com este momento pelos mais longos
oito meses da minha vida. Desde que eu a vi pela primeira vez naquela loja, olhando para
a caixa de música.”
“N-Nós nos conhecemos no gazebo...” A voz dela sumiu.
“Eu estava observando você por uma semana antes disso, querida.” Ele continuou
deslizando os dedos descendo sua cicatriz. “Eu estava vigiando a casa da Elle quando
uma BMW preta a deixou da escola. Eu tinha essa sensação forte, instintiva, de seguir, e
mesmo que eu não entendesse na época, ouvi meu instinto. Não vi seu rosto antes de
segui-la para a loja, mas depois, quando se virou e vi o seu lindo rosto, era como se o
mundo tivesse parado. Foi quando eu soube,” Lucca segurou seu rosto, usando o polegar
para alisar sua cicatriz “Que você seria minha.”
A mente de Chloe acelerou com seu coração, tentando compreender tudo o que ele
apenas disse a ela.
“Era tudo o que eu podia fazer para não leva-la de lá,” confessou.
Mas você não fez, não até vários meses depois... isso só fez sua mente e coração disparar
mais.
“V-Você disse que me pegou para me salvar.”
“Eu fiz.”
Podia sentir isso, então. Algo que estava desaparecido, caiu no lugar quando as
palavras de Drago voaram por sua mente: Nós dois sabemos o que um verdadeiro prisioneiro
parece, Chloe. Em seguida, Maria: Tem certeza de que você está sendo mantida como refém? E:
Não é o que você pensa. Você está aqui por uma razão, Chloe.
“Por que estou aqui?” Ela sussurrou. “Diga-me porque eu estou realmente aqui.”
Ainda acariciando sua cicatriz, ele sacudiu a cabeça.
“Eu não posso te dizer, querida, ainda não.”
“Você me disse que poderia lhe perguntar qualquer coisa. Eu preciso saber por que
estou aqui...”
“Você pode, e eu responderei tudo e qualquer coisa que você quiser saber, mas não
isto. Não até o momento certo.” Ele apertou a mão mais fundo em sua pele. “Eu preciso
que confie em mim, Chloe. Você vai fazer isso por mim?”
Uma sensação repentina veio enquanto olhava fixamente em seus intensos olhos.
Ela não conseguia entender. Ela só sabia que acreditava nele, confiava nele. Era...
instintivo.
“S-Sim.”
“Você sente isso também, não é?” Ele não precisava da resposta, porque o
sentimento foi compartilhado entre eles, como uma ligação.
O sentimento estava lá desde que conheceu Lucca, assim como foi para ele quando
a viu pela primeira vez. Ela tinha, inconscientemente, afastado a sensação intensa,
porque a assustou, mas isso só ficava mais forte, quanto mais ela ficava perto dele.
Ele sorriu.
“Levei uma semana para compreender isso, querida. Vamos ver quanto tempo leva
para você.”
“E-eu o conheci no gazebo, uma semana depois... Você comprou a caixa de música,
uma semana depois.”
Lucca assentiu.
Ela não tinha certeza se queria saber o que o sentimento significava, mas tinha
medo disso, agora que sabia que ele sentiu a mesma coisa, também.
Tomando um carinho final, pela sua cicatriz, ele a soltou.
A perda foi evidente, não só no rosto, mas em sua voz.
“Você pode ir para a cama agora, querida.”
Chloe levantou, ainda em choque do que ocorreu.
“B-Boa noite, Lucca.”
“Boa noite, Chloe.”
O choque nunca deixou seu corpo enquanto ela o deixou para trás e subiu.
Em seu quarto, abriu a caixa de música e ouviu a bela melodia, sentindo o coração
ficar mais pesado, mais pesado, mais pesado, enquanto as correntes que ele colocou em
seu corpo ficaram mais leve, mais leve, mais leve.
Ela estendeu a mão, tocando a cicatriz. A perda não só foi sentida por Lucca, mas
por ela também.
VINTE E SETE

SEUS SONHOS DE SATISFAZER A SUA


NECESSIDADE MAIS ESCURA, TERIA QUE
SER SUFICIENTE

olocando de volta tudo o que acabara de acontecer em sua mente, ele recordou
C sua voz, seu rosto, sua cicatriz. Era como se ainda pudesse senti-la em seus
dedos. Eles acabaram de sair do seu rosto, e ele já não podia esperar até a próxima vez
que pudesse tocá-la.
Foi a coisa mais erótica que já experimentou, e ele só tocou seu rosto.
Lucca só esperava que fosse capaz de controlar sua escuridão quando finalmente
se permitisse tomar mais dela. Algum tempo teria que passar antes que fizesse, no
entanto. Não só Chloe não estava pronta, mas ele também não estava. Ele não podia
confiar na escuridão com ela ainda.
Até então, seus sonhos de cumprir a sua necessidade mais escura, teria que ser
suficiente.
Lucca sentiu como se tivesse pronto ontem, e então mais. Quando começou o dia,
sentiu como se tivesse recuado. Agora, sentiu como se tivesse dado dez passos para a
frente.
Ela teve que enfrentar o sentimento que estava fugindo. E mesmo que ainda não
entendesse, era apenas uma questão de tempo antes que ela aceitasse. Isso iria clicar,
assim como foi comigo...
Olhando pela última vez para a cicatriz em seu rosto, ele não podia esperar pelo dia em
que poderia deslizar os dedos nela. Linda.
Observando-a estacionar o carro longe da loja, em seguida, desaparecer, ele voltou para a
caixa de música que ela estava olhando. Era óbvio que isso significava muito para ela.
Ele cuidadosamente abriu, permitindo que a canção de ninar tocasse mais uma vez.
A mulher mais velha veio para ficar ao lado dele.
“Eu só tinha uma menina aqui à procura des...”
“Eu gostaria de comprá-la.” As palavras saíram por vontade própria, sabendo que tinha
que ser o único a tê-la.
“Sinto muito, mas vou ter que recusar. A menina que estava só olhando para ela, parece
que realmente a quer, por isso estou reservando-a.”
Ele fechou a caixa de música, silenciando a loja.
“Você vai recusar o dinheiro hoje, mesmo que ela não possa voltar?”
“Para ela, sim. Tente novamente em algumas semanas, e se ela não voltar, vou ver se
estou pronta para vendê-la.”
Lucca assentiu compreensivamente. Ele respeitava a mulher por fazer isso. Ele teria
exigido o contrário, se não tivesse visto o quanto a menina se apaixonou por ela.
Decidido a sair, ele imaginou se estava destinado a tê-la, ainda estaria lá quando, ou se,
ela voltasse...
A loja estava a cinco minutos do fechamento, quando voltou uma semana depois. Sem
perder tempo, foi direto para onde a caixa de música estava, encontrando-a ainda lá, como se
tivesse intocada.
A mulher notou imediatamente e começou a sacudir a cabeça.
“Sinto muito, mas faz apenas uma semana.”
Puxando a carteira, ele estabeleceu três mil dólares em dinheiro.
Ela só balançou a cabeça novamente.
Durante a última semana, ele só pensou sobre o olhar no rosto de Chloe, quando ela
estava olhando para a peça enquanto tocava a canção de ninar. Isso era exatamente como ele
esperava que ela iria olhar para ele um dia.
Ele a conheceu esta noite, e mesmo que ela não tivesse olhado para ele daquele jeito, ele
sabia, no fundo, que um dia ela iria.
Lucca deu mais mil.
“Isto é tanto quanto eu estou disposto a dar.”
Ela parecia contemplá-lo por um segundo, mas apenas um segundo.
“Sinto muito, senhor, mas não é sobre o dinheiro.”
“Eu não vou sair daqui sem ela,” disse com certeza, os fortes sentimentos que sentiu,
finalmente, fazendo sentido. “Isto significa algo muito especial para a menina... eu a amo, e
tenho que ser o único a dar para ela.”
VINTE E OITO

SÓ O TEMPO IRÁ DIZER

Só o tempo irá dizer,


Como um mês gasto com o bicho papão,
Trancada longe do mundo exterior,
Irá.

Só o tempo irá dizer,


Como um mês gasto com a menina quebrada que ele ama,
Que tem tudo para si,
Irá.

Só o tempo irá dizer,


Quão insuportável pode ser,
Quão feliz pode ser,
Ou em qualquer lugar no meio.

Só o tempo irá dizer,


Quando o mês chegar ao fim,
Se vale a pena repetir para ela,
E se é tudo o que ele pensou que
Seria.

VINTE E NOVE

ESTOU INDO, CHLOE

U mparecia
mês passou nestas paredes, e o que se parecia como uma prisão, agora se
como um refúgio. Durante anos, Chloe acordou todas as manhãs com
medo do que iria acontecer na escola, e até mesmo em casa. Ela foi, dia após dia,
torturada por pessoas horríveis, que tudo o que a fazia sentir, era como uma aberração.
No entanto, o monstro que estava mantendo-a aqui nunca fez mal a ela, e só a fez sentir-
se menos como uma aberração a cada dia.
Chloe continuou seus dias fazendo suas aulas on-line, e suas noites com Lucca. Era
bom, relaxante, até mesmo seguro aqui com ele, e ela confiava nele, desde que descobriu
que não foi trazida aqui só porque ele quis assim.
Havia uma razão para ela estar aqui, algo que era óbvio pelo grupo seleto que sabia
que estava aqui, junto com o sentimento dentro dela. Por isso, ela ficaria até que
mantivesse seu lado no acordo com o bicho papão. O problema seria quando chegasse ao
fim, ela seria capaz de ir embora? Nem mesmo sabia.
Ela foi se acostumando com muitas coisas, mas o mais assustador de tudo...
Lucca agarrou-a pelo pulso, impedindo-a de sair da cozinha.
“Eu quero que você experimente uma coisa.”
Todos os dias ele a tocava cada vez mais, e ela estava se acostumando com isso
mais e mais. Seu objetivo de ajudá-la a superar seu medo de toque estava funcionando.
No início, ele sempre pediu permissão ou a avisou do seu contato inicial, mas
conforme o mês avançava, a cada momento e, em seguida, ele iria tocá-la sem aviso. Ela
se assustava, sem graça no início, e mais ainda ele continuava, o melhor era que ela
reconhecia e marcava seu toque à memória. Havia ainda uma fração de segundo de terror,
mas, em seguida, ela percebia que era Lucca e o seu medo diminuía.
A mão circulando seu pulso ficou firme, lembrando-lhe que era só ele.
“O-o que é isso?”
Levando-a até o fogão, ele a soltou para abrir um pote. Ele mergulhou uma colher
na mistura, em seguida, levou-a aos lábios, o assoprando o conteúdo quente com um
golpe suave.
“Você me fez chili?” Ela perguntou, surpresa com o gesto amável.
“Não fique muito animada. Encontrei a receita on-line, e não tenho certeza o quão
bom vai ficar.”
“Cheira bem.” Ela já estava mais quente só pelo cheiro.
Quando Lucca mudou a colher para os seus lábios, ela o deixou alimentá-la.
O chili estava quente, mas...
Lendo sua expressão, ele perguntou:
“Ruim, hein?”
Sim.
“N-não, está... hum... diferente.”
Colocando a colher de volta na panela, ele mergulhou em um pouco mais de chili,
em seguida, deu uma mordida. Imediatamente, ele fez uma careta.
“Isso é do caralho nojento.”
Chloe começou a rir.
Sorrindo para ela, ele riu com ela.
“O que eu disse a você sobre mentir para mim, querida?”
“Sinto muito. Só não quero ferir seus sentimentos. Está tudo bem.” Ela tentou
consolá-lo. “Você não pode ser um mestre-cuca o tempo todo.”
“Bem, é bom que eu fiz isto de reserva, então.” Abrindo o forno, ele mostrou a ela
uma pizza caseira de incrível aparência, estilo chef.
“Você não está falando sério!”
Tudo o que ele já cozinhou estava além de perfeito e delicioso. Bem, além do chili.
No entanto, a pizza parecia digna de um chef de milhões de dólares.
Jardineiro, master chefe, bonito... Ele é quase perfeito. Quase.
“Desculpe, querida.” Ele piscou. “Vai estar pronta em breve.”
Chloe de brincadeira revirou os olhos antes de ir para sentar-se na ilha da cozinha.
O telefone no bolso começou a tocar, e ele pegou. Quando viu quem era, entregou
a ela.
Sorrindo, ela pegou o telefone e respondeu:
“Ei, Elle!”
“Ei, Chloe. Como foi o seu dia?”
Elas continuaram a falar, dizendo uma a outra sobre o seu dia, como sempre
faziam.
Lucca deixou-a falar com Elle cada noite, colocando tanta confiança nela como ela
tinha nele. Foi uma boa troca e ajudou a fazê-la sentir-se mais confortável e menos
cortada do mundo exterior.
Sua bela prisão estava começando a parecer-se cada vez mais como... casa.

*****

Amo foi para a casa de Nero e Elle para ver se eles fizeram qualquer jantar. Isso
estava se tornando um hábito, ir quando estava desesperado por comida, não tinha nada
em sua casa, uma vez que não ia em um supermercado há muito tempo. Ele iria apenas
falar com Nero e, em seguida, sem falhar, Elle iria lhe perguntar se queria alguma coisa
para comer. Amo estava começando a pensar que Nero estava percebendo, apesar de
tudo.
Quando Nero o convidou para entrar, Elle estava falando ao telefone. Não
demorou muito para descobrir com quem estava falando e começou a escutar.
Ele nunca pensou que Chloe iria ignorá-lo por tanto tempo. Nem uma única vez
desde que saiu enviou-lhe uma mensagem, e muito menos ligou.
Não faz qualquer sentido. Chloe não era o tipo de garota guardava rancor. Ela provou
isso quando ele descobriu que ela sabia que foi ele quem a chamou de aberração.
Um sentimento estranho se instalou nele depois que ela foi embora, e só ficou
mais forte quanto mais tempo e ela não fazia contato com ele. Ele não sabia exatamente o
que era a resposta apenas fora do alcance, mas ele iria descobrir isso.
“Está ficando muito frio aqui.” Elle estava dizendo a Chloe. Em seguida, seu rosto
começou a mudar, um olhar preocupado em seu rosto enquanto ouvia a resposta de
Chloe. “É?” Ela fez uma pausa, ouvindo a outra extremidade, agora olhando confusa.
Então, rapidamente disse: “ Oh, tudo bem, então. Falo com você mais tarde.” Quando
tirou o telefone da sua orelha, olhou para ele estranhamente. “Isso foi estranho.”
Amo deu um passo para Elle, indiferente se ela sabia que estava espionando, todos
os alarmes nele ligados.
“O que foi isso?”
“Eu pensei que a Califórnia estava inundada de toda a chuva?”
Estava em todos os noticiários que a Califórnia estava recebendo enormes
quantidades de chuva. Ele tinha mesmo se preocupado com Chloe estar lá e verificou
para ver a quantidade de chuva que estava em Stanford.
“Sim...?” Amo deu mais um passo em direção a ela.
As sobrancelhas de Elle se juntaram, ainda olhando para o telefone em total
confusão.
“Ela disse que estava ensolarado e bonito.”
As rodas começaram a girar.
“Isso não faz nenhum sentido.”
“Ela provavelmente só não quer que você se preocupe.” Nero apontou.
Ele olhou para Nero, que não parecia preocupado, então de volta para Elle.
“Ela disse alguma coisa?”
“Não, ela apenas disse que precisava ir, porque o jantar estava pronto.”
Amo e Elle claramente tinham o mesmo pensamento. Chloe não sabia cozinhar.
Ela tinha uma empregada em casa, Lana, que lhe fez cada refeição, desde que seu pai se
tornou prefeito.
“Eu preciso ir.” Ele podia quase tocar a resposta agora.
“Elle está prestes a fazer algum jantar; tem certeza de que não quer ficar?” Nero
perguntou, parando-o.
Amo nem sequer respondeu a seu amigo quando abriu a porta e saiu. Com seus
pés cada vez mais rápido, ele começou a correr, as peças se encaixando em torno dele.
Estou indo, Chloe. Eu estou indo salvá-la.
Ele só esperava que não fosse tarde demais.
TRINTA

A MORTE DE AMO

hloe estava sentada no chão ao lado de Lucca, como fazia todas as noites, com
C sua perna vestida no jeans escuro tocando seu braço, outra coisa que ela
conseguiu se acostumar, ao longo de um mês. A atividade que começou com a assistir TV,
agora era vez de falar. Ela gostava de ouvi-lo, principalmente sobre sua mãe e família. Seu
trabalho, ele só iria falar sobre o agora e depois. Assumidamente, a máfia a fascinava. Um
pouco.
Eles estavam falando sobre os planos futuros para o jardim, quando Drago entrou
correndo na sala com um olhar assustado no rosto.
“Leve-a para cima. Alguém está aqui.”
Lucca rapidamente se levantou da cadeira, mas atordoada, não foi até Lucca
agarrar a mão de Chloe, que ela foi capaz de se mover e se levantar.
O ar ao seu redor pareceu mudar, então, era como se ela quase pudesse sentir que
a pessoa estava aqui por ela. Quem está aqui?
Segurando a mão dela, Lucca levou-a para o hall de entrada e para as escadas.
“Q-quem é?” Ela conseguiu falar.
“Não importa. Preciso vá para o seu quarto e tranque a porta.” Lucca disse a ela
com urgência, quando Drago foi para a porta da frente e olhou pelo olho mágico.
“P-Por favor, diga-me quem é.” Ela sentiu-se arrastando os pés, tentando retardar
Lucca.
“Você tem cerca de trinta segundos para tira-la daqui.” Drago anunciou.
Lucca mergulhou, embalando-a contra o peito, facilmente escalando dois degraus
de cada vez.
Ela encontrou-se envolvendo os braços em volta do pescoço e fechando os olhos
com a rapidez que ele subia as escadas com ela, com medo dele deixá-la cair. Ele nunca
veio nem mesmo perto disso, apesar de tudo. Sua construção e força sem esforço a levou
ao topo das escadas. Foi a primeira vez que ela percebeu o quão forte e apto ele
realmente era, sentindo-o nos braços que a seguravam.
Chloe pensou que a colocaria no chão quando chegou ao segundo andar, mas ele
não o fez. Ele continuou a segurá-la enquanto se dirigia para o quarto dela. Tudo isso
parecia um borrão, até que ele abriu a porta...

*****

Drago abriu a porta no segundo em que Amo pisou na frente dele. Ele ficou
surpreso, não esperava Drago estar do outro lado.
Amo tentou o seu melhor para olhar sobre o único outro homem que era maior do
que ele na família. Drago, o único a vencê-lo por causa da sua idade, de passar anos e
anos na academia, fazendo com que seus músculos fossem grandes.
“Preciso falar com Lucca,” disse quando Drago não se moveu para deixá-lo entrar.
“Ele não está aqu...”
Um barulho alto soou, que pareceu como uma porta sendo aberta.
“Sim, ele está.” Amo deu de ombros, passado o homem grande.
No interior, os seus olhos seguiram até a escada, para o corredor de onde o
barulho veio. A adrenalina começou a bombear todo o corpo. Ele praticamente podia
sentir o cheiro da tensão na sala, seu medo de estar certo se tornando realidade.
“Espere em seu escritório,” Drago disse, fechando a porta.
“Por favor, mostre o caminho.” Amo fez sinal para ele ir primeiro.
Olhando para ele por um segundo, Drago o olhou de cima para baixo, antes de
caminhar em direção à sala de estar para levá-lo ao escritório.
Amo lentamente deu um passo em direção à escada, enquanto observava o
progresso das costas de Drago cada vez mais longe dele. Quando soube que poderia ter o
suficiente de um ponto de partida, ele correu até as escadas com tudo o que tinha.
Eu estou aqui, Chloe!
*****

“Lucca, por favor me diga quem é,” ela implorou enquanto a levava para o quarto.
“Drago não disse, e isso não importa.” Ele a colocou cuidadosamente sobre a
cama, em seguida, levemente agarrou-a pelo pescoço, forçando-a a olhar diretamente em
seus olhos. “Você é a minha única preocupação, Chloe. Ninguém pode saber que você
está aqui.”
A mão que colocou em torno da sua garganta foi um ato de posse, um ato que
deveria ter a aterrorizado, mas isso não aconteceu. E suas palavras foram ditas com tanta
força, que ela sabia que sua vida dependia disso.
Essa era a única coisa que a aterrorizava, a razão que ela tinha de ser escondida.
Compreendendo, nervosamente assentiu.
Um olhar cruzou as suas feições quando ele a soltou, um que ela nunca viu nele
antes. Era um olhar de... dor, tão cru e real que lhe tirou o fôlego.
De repente, ouviram um barulho vindo das escadas, seguido por um ainda maior.
“Fique aqui,” sussurrou antes de fechar a porta atrás dele.
“Onde está ela!” Uma voz familiar cresceu através das paredes.
Seu cabelo se levantou quando pulou da cama. Amo!
“Que merda você pensa que está fazendo?” Lucca gritou para ele do outro lado da
porta.
“Chloe!” Amo gritou ainda mais alto. “Eu sei que ela está aqui, seu filho da puta.”
Ela moveu-se para a porta, ouvindo a voz de Lucca se tornar mortal quando ele
disse:
“Do que você acabou de me chamar, porra?”
Ela lentamente estendeu a mão para a maçaneta da porta. Ele vai matá-lo. Lucca vai
matar Amo se eu não fizer alguma coisa.
A voz de Amo estava agora no outro lado da porta, claramente na frente de Lucca.
“Você me ouv...”
Chloe abriu a porta, sabendo que se ela o deixasse terminar a frase, ela iria ouvir a
morte de Amo em seguida.
Amo, que foi de igual para igual com Lucca, teve um momento de choque total e
absoluto ao ver a garota que ele confessou seu amor diante de seus olhos, se movendo
lentamente ao redor de Lucca, pura raiva começou a escoar nele.
Ele deu um passo em direção a Lucca.
“Seu filho da...”
Lucca colocou uma mão forte em seu peito, impedindo-o de chegar mais perto.
“Você precisa se controlar.” Sua voz ainda carregava o mesmo tom mortal.
Drago, que seguia atrás de Amo e estava deixando Lucca lidar com ele, deu um
passo à frente, ficando na distância de um braço de Amo.
Amo olhou entre os dois homens se fechando sobre ele, então para Chloe, que
estava olhando com horror, apertando os punhos. Ele podia ver que Drago e Lucca
queriam que se acalmasse por causa de Chloe. Se ela não estivesse aqui, no entanto, ele
sabia que seria mais provável ter uma pancadaria agora.
“Você está bem? Ele machucou você?” Ele falou diretamente para ela, olhando
através do Lucca.
Lucca rapidamente se moveu, atingindo o seu limite, e bateu Amo contra a parede
do outro lado do corredor. Ele segurou-o pela garganta, cavando seu braço no pescoço de
Amo.
“Você sabe mais do que ninguém que eu nunca iria machucá-la, porra.” Lucca
disse-lhe num tom mortal.
As unhas curtas de Chloe tentaram o seu melhor cavar mais fundo do que já
estavam nas palmas das mãos, com medo da sua mente que, em vez de ouvir a morte de
Amo, ela seria agora testemunha com seus próprios olhos.
Faça alguma coisa! Essa nova voz que tinha apenas ouvido algumas vezes, tocou na
cabeça dela, dando-lhe força suficiente para reunir algumas palavras.
“L-Lucca, p-por favor.”
Ele não moveu o braço da garganta de Amo, a escuridão nele cada vez mais
próxima da superfície.
Tentou de novo, na esperança de acalmar a escuridão.
“D-Deixe-o ir... p-por mim.”
Com isso, Lucca diminuiu seu aperto, avisando-o:
“Você a toca, e eu vou rasgar sua maldita garganta.”
Cada palavra foi falada com uma letalidade que ela nunca ouviu Lucca falar antes.
Quando Amo assentiu, Lucca soltou. Em seguida, deixou-o andar, e esperou
quando Amo lentamente deu um passo em direção a ela, que ainda estava dentro do seu
quarto.
Ela começou a voltar para trás, quando Amo atingiu o batente da porta.
“Chloe...” Ele fez uma pausa. “Eu... Eu senti sua falta.”
Ela não podia deixar de olhar para Lucca, que estava atrás dele, esperando para
ouvir o que ela tinha a dizer, tanto quanto Amo. Então seus olhos desviaram-se para as
mãos torcidas.
“E-eu também senti sua falta,” confessou.
Amo fechou a distância entre eles.
“Eu liguei tantas vezes, e você nunca me retornou.”
Chloe não tinha certeza do que ela poderia ou não poderia lhe dizer, por isso lhe
deu uma meia-verdade.
“Eu queria, mas não sabia o que dizer.”
Era óbvio o quanto ele queria tocá-la, quando disse:
“Eu estive tão preocupado com você. Eu sabia que algo não estava certo, e sinto
muito que não descobri isso mais cedo. Sinto muito, Chloe.”
Mordendo o lábio, ela torceu as mãos ainda mais. Ela esperou por ele para salvá-la
no início, mas agora... agora era tarde demais.
Ele estendeu a mão para ela.
“Venha comigo, Chloe. Vou tirar você daqui.”
Ela balançou a cabeça. Por favor vá. Eu não quero quebrar seu coração novamente. Ela
não tinha certeza se seria capaz de lidar com isso uma segunda vez.
“Por quê?” Ele deu mais um passo em direção a ela, fazendo-a recuar por causa da
sua proximidade.
“E-eu simplesmente não posso,” ela sussurrou.
“Sim, você pode, Chloe.” Amo continuou olhando para a garota, que agora estava
escondendo o rosto sob o véu de cabelo. Ela não concordar em ir com ele, foi tornando-o
mais furioso, tremendo de raiva e muita força foi necessária para controlá-lo. “O que ele
está fazendo com você? O que foi que ele fez?”
Ela olhou para ele, querendo que soubesse que Lucca não estava machucando-a.
“Nad...”
“Eu sei que ele fez alguma coisa!” A raiva de Amo estava completa. Incapaz de
enfrentar a verdade que ela iria querer ficar com Lucca, ele a agarrou. “Eu estou levando-
a para fora dessa por...”
Ela imediatamente tentou se afastar, seu toque parecendo estranho, como uma
picada, indesejada.
Ele tirou a mão dela no segundo em que percebeu o que fez.
“Sinto mui...”
Lucca nem sequer o deixou terminar, antes que ele tivesse pisado na frente de
Chloe e empurrou-o no meio do quarto.
“Eu te disse o que aconteceria se você a tocasse, caralho.”
De alguma forma, Lucca foi ainda mais letal do que antes. A escuridão atingiu
completamente a superfície agora, enquanto ele espreitava Amo. Chloe tinha certeza que
ele iria matá-lo. Ele prometeu que faria, e Lucca cumpria suas promessas. Ela também
teria que ver seu amigo morrer, ou ela tinha que tentar falar com a escuridão nele.
Ambos a assustavam apenas igualmente, mas apenas um iria acabar morto.
Ela temia que o outro iria selar seu destino para sempre.
Chloe começou a implorar:
“P-Por favor, não faça isso. Não lhe faça mal.” Fechando os olhos, ela estendeu a
mão, tocando seu braço. “Por favor, Lucca, não o machuque.”
Lucca parou de o perseguir, mas sua respiração pesada, juntamente com o calor
que vinha do seu corpo, mostrou-lhe que ainda não foi persuadido a não rasgar a
garganta dele. Portanto, ela envolveu a mão mais forte em seu braço, quando chegou
mais perto dele, tocando seu corpo ao dele. Ela se agarrou a ele tão forte quanto podia,
esperando que ele não se movesse, com medo de que o menor movimento terminaria na
morte de Amo.
Finalmente abrindo os olhos, ela viu o rosto de Amo por trás do braço de Lucca e
lamentou que os abriu.
Chloe fez isso de novo, a não ser muito pior. Agora ela quebrou completamente
seu coração.
“Leve-o para o meu escritório.” Lucca voltou para Drago. Mirando seus olhos
ferozes profundamente para o homem diante dele.
Entrando no interior do quarto, Drago agarrou Amo pelo braço.
Chloe fechou os olhos novamente, se escondendo atrás de Lucca, incapaz de olhar
o coração partido de Amo por mais tempo. Ela tentou se fundir em Lucca, na esperança
de desaparecer.
Ela poderia ter salvado sua vida, por agora, mas com certeza parecia que ela o
matou, de qualquer maneira.
Eu sinto muito, Amo.

*****
Amo teve que desviar o olhar da garota que ele amava, incapaz de suportar o fato
de que ela estava tocando outro homem. Ele só a tocou uma vez antes de hoje, quando ela
correu em seus braços. Agora ela não podia esperar para ele a soltar; não podia suportar
a sensação do seu toque. Ela estava completamente repelida, se empurrando para longe
dele, como se tivesse machucando-a, como se ele fosse um monstro, como se eu estivesse
mantendo-a capturada.
No entanto, isso não aconteceu quando ela tocou Lucca.
Podia senti-la escorregar por entre os dedos.
Amo sempre pensou que estava um passo à frente de Lucca, tornando-se amigo
dela, escondendo a família e as coisas que fizeram dele um soldado, sempre apenas
mostrando-lhe o bom nele. Ele ainda teria um passo à frente, por estar mais perto dela
em idade e protegê-la na escola. Agora, ele tinha certeza de que Lucca estava sempre um
passo à frente dele.
Drago empurrou-o, fazendo-o andar mais rápido e descer as escadas.
“Isso é fodido o que está fazendo; o que você está fazendo com ela.” Amo cuspiu
para o homem atrás dele.
Drago empurrou-o novamente.
“Cale a boca. Você nem sequer sabe o que está falando, garoto.”
“Eu sei que não há nenhuma maneira do caralho que ela concordou em vir aqui.
Ela tem medo dele.”
“Ela parecia com medo dele para você?” Drago questionou.
O silêncio foi sua resposta.
“Para mim, ela parecia com medo de você... quando você a tocou.”
Amo parou de andar. Sua mandíbula flexionou.
“Não seja um idiota. Eu vou chutar o seu traseiro, e a menina não será capaz de me
parar.” Ele empurrou o ombro de Amo para levá-lo a começar a andar novamente.
“Eu vou matá-lo.” Amo disse em voz baixa.
Drago rapidamente empurrou-o para dentro do escritório, fechando a porta atrás
de si.
“Você é um idiota por proferir essas palavras, muito menos tê-las saindo da sua
boca, caralho,” disse a Amo com um olhar de advertência.
“O que, você vai dizer a ele? Lucca é seu chefe na máfia ou na fam...”
Drago o agarrou pela jaqueta.
“Recomponha-se. Então, talvez, pelo tempo que ela ficar aqui, ele vai poupar-lhe a
sua vida de merda.”
Amo cuspiu em seu rosto.
“Ele é um pedaço fodido de merda que não deve estar em lugar nenhum perto
dela. Ele tirou a garota que eu amo, e você está louco se pensa que vou sair daqui sem
ela.”
Deixando-o ir, Drago riu na cara dele.
“É melhor você rezar a Deus que a menina esteja fazendo tudo o que ela pode lá
para salvar sua bunda.”
Idiota! O pensamento de Chloe lá em cima, tocando Lucca, deixou-o com mais
raiva.
Amo foi bater em Drago, mas ele agarrou o punho de Amo, apertando-a com tanta
força, que Amo podia sentir seus ossos começarem a dobrar.
“Você é fodido por tocá-la. Toque-a novamente, e ele vai te matar. Chloe é dele.
Aceite isso, porra, antes de se matar.” Quando Drago ouviu algo piscar em seus olhos, ele
soltou.
Amo segurou sua mão quebrada no peito.
“Eu vejo como é. A família sobre a família. Eu acho que Lucca é o seu sangue
agora.”
“Você não entende, não é? Você acha que ele fez tudo isso só para roubar sua
garota da escola?” Drago começou a sair, abrindo a porta, mas depois parou e olhou para
trás. “Ele é o subchefe; você é um soldado. Saiba a porra do seu lugar.’
Amo queria que as últimas palavras fossem dele antes de Drago fechar a porta.
“Obrigado pelo conselho, tio.”
TRINTA E UM

UM PESADELO QUE VOCÊ IRÁ ME


IMPLORAR PARA NÃO ACORDÁ-LA

pós Drago fechar a porta atrás deles, Chloe continuou segurando em Lucca,
A não querendo que ele mudasse de ideia e fosse atrás de Amo. Seu coração
batia fora do seu peito, agora que estava sozinha com ele. Não tinha ideia do que esperar
dele enquanto permanecia imóvel. Tudo que sabia, era que ele ainda estava parado. Muito
ainda.
O calor do seu corpo começou a aquecer o dela. Era como se ela pudesse sentir a
escuridão fervendo no seu interior. Como uma garrafa que foi balançada muitas vezes e
estava prestes a estourar. De alguma forma, de alguma maneira, ela teria que tentar
contê-lo para manter seu amigo vivo. Infelizmente, sabia que teria um preço.
Lucca de repente se moveu, virando-se e agarrando-a, em seguida, empurrando-a
contra a parede do seu quarto. Ele fez Chloe suspirar com a rapidez com que a virou.
Agora, todo esse calor e escuridão, estavam dirigidos a ela.
Mantendo-a presa com seu corpo. Ambas as mãos firmemente agarraram seus
quadris enquanto ele se inclinou para frente, apoiando a cabeça na curva do seu pescoço
e tomando respirações profundas.
Ela ficou ali rígida, com muito medo de se mover. Não tinha medo por si mesma,
sabendo agora que Lucca nunca iria machucá-la. Nem mesmo a escuridão iria.
"O-o que v-você vai fazer com ele?" Conseguiu falar.
"Ele tocou em você. Eu lhe disse o que faria se alguém colocasse a mão em você,"
Lucca falou decididamente.
"E-ele não vai fazer isso novamente. N-não vou deixá-lo chegar perto o suficiente,
se for preciso."
"Baby, eu não vou nunca deixar ninguém chegar tão perto de você de novo." Ele
tirou a mão do seu quadril e gentilmente pegou o pulso que tinha sido tocado por outro
homem, levantando-o ao nível dos olhos. "Ele machucou você?"
Ela sabia que sua reação a Amo tocá-la, fez parecer que ele tinha machucado, e de
certa forma, machucou, mas não fisicamente. Foi apenas mentalmente. "N-não, isso só
parecia ... estranho."
"Como assim?"
Ela olhou para o polegar dele, enquanto esfregava-o em seu pulso. Por que isso não
parece estranho com ele? "Com ele me senti mal."
Ele trouxe o interior do seu pulso até seus lábios, seu hálito frio batendo numa
área sensível. "Bom."
Chloe mordeu o lábio com força, sabendo exatamente o que ele estava prestes a
fazer, e quando seus lábios tocaram a sua pele com um beijo, seu coração gaguejou com
sua ternura. Era como se ele estivesse tentando substituir o toque que não era dele, lavar
qualquer vestígio de outro homem. Ela estava preparada para que isso fosse estranho,
nunca antes teve os lábios de um homem tocando-a, mas não foi isso que aconteceu.
Sua mente tinha repelido o toque de Amo, apenas para aceitar o de Lucca. Ela não
deveria ter aceitado, uma vez que sua mente tinha pertencido ao diabo por anos.
No entanto, quando ele colocou outro beijo em seu pulso, ela podia sentir que as
velhas correntes que tinham domínio da sua mente, eram realmente fracas e
quebradiças. Era apenas uma questão de tempo antes que sua mente fosse, finalmente,
libertada do diabo.
Com a mão que estava a centímetros dos seus lábios, estendeu a mão, tocando
levemente seu rosto assustadoramente bonito, acariciando. "V-você vai deixa-lo ir por
mim?"
Deixando de lado o pulso dela, ele voltou para seu quadril. "Ele viu você, querida.
Ele sabe que você está aqui agora. Se eu deixá-lo ir, ele vai colocar sua vida em risco, mais
do que ter vindo aqui."
Continuando a tocá-lo, na esperança de que iria ajudar a fuga da morte de Amo,
ela arrastou os dedos para baixo da sua barba, a textura áspera formigou as pontas dos
dedos. "Maria veio aqui; você deixou-a saber que eu estava aqui."
"Isso foi estratégico. Maria também sabe que a mataria, se alguém descobrisse que
você está aqui por causa dela." Ele mexeu a cabeça para pressionar mais profundo em seu
toque.
"Amo não contará a ninguém, se isso for me machucar. Você sabe que ele não vai.
Por favor, apenas deixe-o ir."
"Por que eu deveria?" Os olhos e a voz de Lucca tornaram-se escuros, deixando-a
saber que ela não ia gostar do que ia ser dito em seguida. "O que eu ganho com isso?"
A mão de Chloe caiu do seu rosto, seu peso no peito tornando-se mais pesado,
tornando ainda mais difícil respirar. "O-o que você quer?"
Lucca se inclinou para baixo, trazendo seus lábios para sua orelha e provocando
arrepios na espinha. Então ele sussurrou: "As coisas que eu quero de você, querida, vai
lhe dar pesadelos como você nunca teve antes. Um pesadelo que você irá me implorar
para não acordá-la."
Mesmo com sua respiração fria e estremecendo com cada palavra que ele falou, seu
corpo a traiu, uma vez que começou a queimar, fazendo ela sentir como se estivesse
queimando de frio. Se disser isso, não terá mais volta.
"Eu... Eu vou fazer o que você quiser."
Seu hálito frio chicoteou em sua pele novamente. "Prove."
"C-como?"
Levantando-se em toda sua altura, ele olhou para ela, deslizando as costas da sua
mão do seu corpo para o cabelo, onde pegou um punhado, forçando-a a olhar para ele.
"Deixe-me te beijar."
A pequena parte em sua mente que ainda estava acorrentada pelo diabo, gritou
com ela para não deixá-lo, sabendo que, se concordasse, sua mente estaria livre dele. Ela
também sabia que novas correntes tomariam seu lugar, reclamando-a mais uma vez. Sua
mente iria pertencer ao bicho papão.
Chloe nervosamente lambeu os lábios antes de concordar sucumbir a ele.
Tanto a mão no quadril quanto no cabelo dela, se apertaram, quando ele
posicionou-a do jeito que a queria, antes que se inclinasse para baixo, pegando o lábio
inferior molhado entre os seus.
Seus olhos se fecharam no segundo em que seus lábios se tocaram. Ela se manteve
perfeitamente imóvel. A única coisa que se mexia era o coração dela, na tentativa de bater
para fora do peito.
"Beije-me de volta," ele reclamou com desejo.
Chloe suspirou. Parecia que ele tinha sido privado de qualquer afeição por anos.
Quando ele pegou o lábio inferior entre os dentes e mordeu levemente, um ruído
escapou da garganta dela. Não era um som de dor, mas de prazer, assustando-a.
Ela moveu a mão no peito para tentar colocar alguma distância entre eles, mas
quando a palma da mão pousou sobre o coração dele, podia senti-lo batendo rápido e
forte. O ritmo acompanhando o dela, como se seus corações batessem como um só.
Em vez de afastá-lo, ela encontrou-se movendo sua boca com a dele, levemente
beijando-o de volta, querendo saciar a parte nele que, claramente, precisava dela; as
partes mais escuras nele que tinha desejos. Isso acendeu um pequeno fogo dentro dela,
que esteve escondido.
As correntes do diabo que mantinham sua mente prisioneira, começaram a
derreter-se pelo pequeno fogo que Lucca tinha acendido, e na mente de Chloe, encontrou
a liberdade pela menor fração de tempo, antes de novas correntes reivindicarem sua
mente como dele.
O bicho papão tinha reivindicado com sucesso seu corpo e mente. Agora, sua alma
era a única coisa que restava para roubar do diabo. Sua alma, no entanto, não ia ser
tomada tão facilmente.
Passando a língua sobre o lábio, de repente ele se afastou. Sua respiração pesada
era tão dura quanto a dela, revelando que tinha sido difícil para ele se afastar, e sua voz
estava tensa quando lhe disse: "Se eu não parar agora, vou fodê-la aqui."
Ela congelou, sabendo exatamente o que ele queria dizer, com sua dureza
empurrada contra seu ventre, era agora evidente. "E-eu n-não."
Ele acalmou-se, tomando respirações profundas. "Eu sei, baby. Foi por isso que
parei."
Confiando que ele não iria, relaxou nele novamente.
Ela podia sentir a escuridão se infiltrando cada vez mais fundo, indo de volta para
a sua casa dentro de Lucca. A escuridão foi acalmada, por agora.
Olhando em seus intensos olhos azuis-esverdeados, ela esperava que tivesse valido
a pena ter desistido. "Prometa-me que não vai machucar Amo, e que vai deixá-lo ir."
Lucca moveu a mão que estava em seu cabelo, para sua garganta, segurando
levemente o pescoço frágil. "Diga que você é minha, querida. Quero ouvir você dizer as
palavras e querer isso."
Não foi a voz escura que ordenou a ela. Ele queria que ela dissesse as palavras por
ela mesma.
"Eu sou sua," Chloe sussurrou, dando-se totalmente a ele... para sempre.
Inclinou-se uma última vez, novamente pegando o lábio inferior entre os dentes e
mordendo antes de puxar para trás e soltá-la. "Eu espero que saiba o que você fez,"
sussurrou pecaminosamente antes de soltá-la, removendo a mão da sua garganta.
As correntes que agora capturavam sua mente, se apertaram. Eu sei.
Caminhando para longe dela, ele tinha um outro pedido. "Arrume todas as suas
coisas."
"P-Por quê?" Ela perguntou em confusão.
"Você vai ver." A maneira como ele disse isso, a fez pensar que não queria saber,
mas ela estava mais preocupada com outra pessoa.
"E-então você n-não vai machucá-lo?"
Ele sorriu. "Arrume suas coisas, querida."
Quando a porta se fechou e ele se foi, tudo o que podia fazer, era esperar que ele
não faria mal a Amo.
Sozinha, ela tocou os lábios inchados. Lucca estava certo; O que acabei de fazer?
Ela não podia acreditar que foi a única a estender a mão e tocá-lo, quando estava
apenas aprendendo a aceitar o toque de Lucca. Não houve picada, sem maldade nele. O
mais assustador de tudo... é que Chloe tinha acabado de ter seu primeiro beijo, com a
promessa de que não seria o último.
Ela não era o tipo de garota que sonhava com seu primeiro beijo. Como poderia,
quando somente quis nunca ser tocada novamente em sua vida? Portanto, nunca pensou
que iria receber um primeiro beijo, e muito menos ter seu primeiro com Lucca, o bicho
papão.
Tudo o que tinha acontecido a assustou demais. Ela ficava repetindo as mesmas
palavras em sua cabeça, tentando manter a sanidade. Você tinha que fazer. Você não tinha
escolha. Você fez isso para salvar Amo.
Depois de um tempo de repetir as palavras, as falas começaram a se confundir.
Não sabia se isso era o que realmente acreditava, ou se era o que ela tinha se levado a
acreditar.
Você tinha que fazer... Você não tinha escolha... Você fez isso para salvar Amo...
Ela fez?
TRINTA E DOIS

COMO É BONITO. COMO DOLOROSO


PODE SER

brindo seu Zippo, Lucca acendeu a ponta do cigarro, enquanto olhava através
A da sua mesa para Amo. Nenhum dos dois falou, ambos simplesmente,
silenciosamente, mataram um ao outro em suas mentes, quando Lucca continuou
enchendo a sala com fumaça.
"Como você fez isso?" Amo foi o único a falar em primeiro lugar, incapaz de
suportar o silêncio por mais tempo.
Entendendo o que ele estava perguntando, Lucca lhe disse: "Agarrei-a antes que
ela pudesse entrar no avião. Em seguida Sal tratou do resto, fazendo parecer que ela esta
na Califórnia." Dando uma longa tragada, ele terminou com um sorriso: "Então ela
acordou aqui, onde tem sido bem cuidada."
"Então, você fodidamente a seqüestrou," Amo afirmou o assunto com naturalidade.
Exatamente. Ele bateu suas cinzas no cinzeiro. "Sim, para seu próprio bem."
Amo o encarou como se estivesse desequilibrado. "Eu sabia que você estava fodido,
Lucca, mas não sabia que você era esse porra psicótico."
"Há razões para o que eu fiz, Amo."
"Oh, tenho certeza que o seu ‘auto-fodido’ surgiu com toda uma lista de razões
para justificar o que fez." Ele riu ironicamente. "Vamos ser honestos, embora; nós dois
sabemos que você está iludido, um perseguidor, e agora um sequestrador."
"Estou bem ciente do que eu sou," Lucca lhe disse sério, dando uma tragada final
antes que esmagasse o cigarro no cinzeiro. "Mas você sabe por que fui para essa situação?
Por que tenho Drago ficando aqui só para vigia-la? Você sabe do que ele é capaz; as coisas
que ele fornece para a família."
Você poderia ver tudo começar a transformar na cabeça de Amo; as coisas que ele
sentiu falta a partir do segundo que tinha entrado na porta. No entanto, rapidamente fez
desaparecer, incapaz de encarar os fatos.
"Não!" Sua voz potente. "Você a queria só para si, para preencher essa obsessão
doentia que você tem com ela."
“Eu a teria tomado no momento em que ela completou dezoito anos, se fosse isso,
e você sabe disso." Ele decidiu revelar quão fodido ele realmente era, deixando Amo
começar a entender o quão importante ela era para ele. "Eu pensei em fodê-la antes que
tivesse dezoito anos. Então, quando ela completou dezoito anos, foi a coisa mais difícil
que tive que fazer, não pega-la ali mesmo. Eu quase fiz isso também, mas tive que
esperar. Esperei sete malditos meses por ela.”
Amo sabia que suas palavras eram verdadeiras. E mesmo que ela poderia estar lá
por uma razão, ele não poderia aceitar isso.
"Você sabe que eu não vou sair daqui sem ela, e se você me deixar sair por aquela
porta, não vou parar até que ela esteja livre."
“Pareceu que ela queria ir embora?" Lucca lembrou.
Levantando-se abruptamente da cadeira, Amo claramente não era capaz de lidar
com o que Lucca estava dizendo a ele.
Uma parte de Lucca gostava, se deleitava com isso. Ele teve que observá-lo de longe
com Chloe, quase todos os dias de merda, por muito tempo, desejando que fosse ele, no
lugar do Amo, muitas noites. A outra parte dele, sentiu pena de Amo por perdê-la,
sabendo que ela era a mais bela criatura sobre a terra, mas ela é minha.
"Ela tem sido mais livre aqui comigo do que já estave fora destas paredes."
"O que você está tentando dizer?"
Lucca olhou para baixo. "Você sabe exatamente o que estou dizendo."
A raiva e adrenalina surgiu em Amo, fazendo-lhe apertar sua mão quebrada em
um punho. "Esses sete meses que você a perseguia, apenas observando-a, eu realmente
passei com ela, falei com ela, a conheci. Fui seu protetor e amigo. Ela estava livre comigo.
Então você porra roubou-a de mim, antes que eu tivesse a chance de fazer mais do que
isso." O rosto de Amo torceu maldosamente, um rosnado vindo em sua voz. "Você não
poderia lidar com isso, não é? Não podia suportar que eu estava com ela e você não. Qual
é a sensação de saber que você teve que seqüestrá-la para levá-la a passar um tempo com
você?"
Lucca se levantou lentamente, depois de ter atingido o seu limite. Ele tinha sido
generoso o suficiente para falar com Amo homem-a-homem, em vez de subchefe para
soldado. Esse tempo, no entanto, tinha acabado.
Saindo de trás da mesa, ficou cara-a-cara com Amo. "É preciso lembrar com quem
que você está falando." Sua voz era escura, forte e imponente. "Saia, e se alguém
perguntar por que veio aqui, você veio falar comigo sobre a sua posição no trabalho. Se
alguém descobrir que ela está aqui, só vai colocar sua vida em risco."
Amo não fez um movimento para sair.
"A única razão pela qual eu ainda estou dando-lhe a opção de sair daqui vivo, é
porque eu sei que você se preocupa com ela o suficiente para não arriscar sua segurança.
Eu teria te matado no segundo em que você chegou aqui, mas preciso que Chloe queira
olhar para mim pelo o resto da vida dela," ameaçou.
"Você acha que vai fazê-la se apaixonar por você?" Amo foi até a porta,
concordando em sair, mas claramente não desistindo dela. Em seguida, tomou a decisão
de participar com palavras finais, ele entregou seu golpe final. "Você é um psicopata que
é incapaz de amar ou nunca ter sido amado. Ela pertence a mim, e você sabe disso; é por
isso que a pegou. Você nunca vai amá-la do jeito que eu amo. Você só quer transar com
ela."
Antes que Amo pudesse mesmo abrir a porta, Lucca o golpeou, empurrando-o
contra a porta rapidamente, puxando uma faca do bolso e segurando-a na garganta de
Amo. Foi um borrão para Amo, mas um movimento calculado para Lucca, mostrando a
diferença nas posições que ocupavam na família, e porque ele era o subchefe, enquanto
Amo era apenas um soldado.
Fervendo com a raiva que sentia em nome de Chloe, Lucca pressionou a faca com
amargura contra a garganta de Amo, e falou, "Você olhou para ela todos os malditos dias
por três anos e meio, e nenhuma vez lhe deu a porra do seu tempo. Você diz que a ama,
mas onde diabos você estava?" Ele gritou, apertando a ponta da lâmina nele, suas palavras
duras, profundas, amarrando Amo como mil chicotes. "Quando ela e Elle sofriam
bullying, quando Elle levava surras para impedir dela ser tocada, quando foi chamada de
aberração, onde você estava, Amo? Como você poderia passar por ela nos corredores com
essas cicatrizes e não fazer nada? Não protegê-la?"
O rosto de Amo caiu a cada pergunta dura. Sua raiva lentamente se dissolveu em
dor, quando tudo o que Lucca disse, o atingiu como uma tonelada de tijolos, fazendo-o se
sentir como o lixo que ele era.
Usando o mesmo tom cínico que Amo tinha acabado de lhe dar, Lucca continuou:
"Vamos ser honestos; ela não ia abrir as pernas para você, por isso não havia necessidade
de estar lá? Você estava muito ocupado chamando-a de aberração com o resto deles."
Empalidecendo, Amo rapidamente percebeu que Lucca tinha descoberto o seu
segredo mais profundo e escuro.
Ele queria sair agora, mas não podia, com Lucca prendendo-o, forçando-o a ouvir o
que ele tinha a dizer, forçando-o a enfrentar a verdade e acusações dessas palavras.
"Tiveram que lhe dizer para olhar em sua fodida direção e dar-lhe o seu precioso
tempo. Eu não precisei disso," Lucca rosnou, nunca deixando a faca. "Ela me deu um
olhar e eu me apaixonei por ela. Bastou um olhar para querer saber tudo e qualquer coisa
sobre ela. Um olhar para me sentir protetor com ela, como se minha vida dependesse
disso. Um olhar para querer matar quem lhe deu essas cicatrizes."
Sangue agora escorria da garganta de Amo.
"Se você está destinado para ela, então, como conseguiu dormiu sem encontrar
quem fez essas coisas para ela, que a fez do jeito que ela é agora?" Lucca olhou Amo
baixo, seus olhos perfurando os do soldado fraco. "Eu aposto que você nem sabia que
essas cicatrizes foram dadas a ela; que ela não estava realmente em um acidente de carro.
Você nem sabia que ela sofre de insônia, porque está com muito medo de dormir com
medo dos pesadelos. Admita que você nem sabia!" Lucca rugiu.
Envergonhado, Amo sacudiu a cabeça. Ele estava lentamente começando a
quebrar. O Amo forte que tinha sido momentos atrás, tinha desaparecido diante dos
olhos de Lucca.
Resistir à escuridão que queria deslizar a lâmina no pescoço de Amo, era
inimaginável, mas Lucca estava fazendo isso. Além disso, isto é muito melhor.
"Há tanta coisa que você não sabe sobre ela, porque você estava muito focado em
mentir para ela, fingindo ser alguém que não é, com medo de assustá-la. Você não tem
feito nada além de impedi-la, porque você acha que ela é fraca, quando, na realidade, ela é
mais forte do que qualquer um que eu já vi."
Dor entrando na voz de Lucca, e também mostrada através dos seus olhos azuis-
esverdeados, algo que ele nunca tinha mostrado a um homem antes, e muito menos a um
de seus soldados. "Você nunca vai saber o amor que sinto por ela. Como é bonito. Como
doloroso pode ser. O que senti quando olhei para ela. E o que senti quando pensei que eu
poderia perdê-la, antes que pudesse salvá-la. Você nunca vai conhecer o verdadeiro amor,
até que você experimente o verdadeiro medo. E você nunca vai sentir isso em direção a
ela, porque eu sou o único para ela. Ela. É. Minha."
Amo estava quase lá. Quase um ser humano quebrado. Lucca poderia parar agora
e mostrar misericórdia, mas ele queria a punição de Amo para durar por toda a vida.
Uma frase que ele merecia por ter deixado Chloe caminhar através do inferno, mesmo
por um dia.
"Se Elle não tivesse nos visto naquela noite, eu não quero pensar como Chloe
estaria agora, ou como ela teria terminado, porque com toda a certeza da porra, você não
a teria protegido. Você, Nero, e até mesmo Vincent são pedaços de merda por deixá-las
passar por esse inferno."
Lucca não se conteve sobre isso, e ele não sentia um pingo de culpa por isso. Seu
soldado merecia, depois de tentar fazer o mesmo com ele. A única diferença, era que
Amo estava cego pela paixão, confundindo-o com amor, enquanto Lucca reconheceu a
pureza do que ele sentia por Chloe.
Ela era sua alma gêmea.
"Você nunca vai merecer Chloe. Da mesma forma que Nero nunca vai merecer Elle.
Nero vai passar o resto da sua vida tentando, mas não vou deixar você tentar merecê-la."
"Eu a queria tanto, que realmente queria trocar de lugar com você durante esses
sete meses... Mas não mais. Agora, você tem que olhar para si mesmo no espelho todos
os dias, porra, para o resto da sua vida, e ver o nojento pedaço de merda que você é. É por
isso que eu não vou te matar." Lucca removeu a faca da sua garganta, mas ele ainda fez
Amo ficar ali, como um animal ferido, e não o liberou ainda. "Eu quero que viva todos os
dias sabendo que estou com ela e você não está. Sabendo que ela pertence a mim e só a
mim. E morrer pouco a pouco cada vez que você nos ver juntos, do jeito que eu morri,
quando eu a vi com você."
Agora, ele está quebrado.
A esperança de Amo, a mesma esperança que tinha mostrado em seus olhos, por
estar tão perto de ficar com Chloe, era tão pequena agora em comparação a quando
chegou aqui. Lucca não queria que isso desaparecesse completamente, embora, ou não
iria machucá-lo tanto, quando ele olhasse no espelho todos os dias, ou para Chloe, ou
mesmo em Lucca.
Afastando-se do homem quebrado que agora estava curvado, só sendo sustentado
pela parede às suas costas, o homem quebrado que não conseguia mais olhar para ele a
partir da vergonha que sentia, Lucca voltou para sua mesa, de onde assistiu Amo em
piedade.
Ele puxou outro cigarro e colocou-o aos lábios, acendendo a ponta com o
movimento do pulso. "Saia da minha frente e nunca coloque os pés na minha casa
novamente. Chegue perto de Chloe sem permissão e você nunca a verá novamente.
Coloque a tua mão sobre ela, e eu vou manter minha promessa de rasgar sua garganta,
porra." Tomando uma respiração, ele enxotou-o embora. "Você está demitido."
Lutando, Amo empurrou-se fora da parede, segurando sua mão danificada em seu
corpo, enquanto saiu. Ele não disse uma palavra; ele não precisava. Seu rosto dizia tudo.
Amo estava perdendo a garota que ele amava para Lucca, e agora sentia deslizar pelos
dedos.
Passando a mão pelo seu cabelo, suas próprias palavras o atingiu como uma
tonelada de tijolos. O que senti quando pensei que poderia perdê-la antes que eu pudesse salvá-
la.
Ele sentiu esse verdadeiro medo duas vezes. Cada vez que ela tinha sobrevivido,
era o sentimento mais pacífico e celestial... Apenas para mata-lo, quando teve que assistir
Amo ser o único a consolá-la.
Você poderia pensar que, a primeira vez tinha sido a pior, mas a segunda vez tinha
sido tão insuportável e devastadora.
Para morrer pouco a pouco cada vez que você nos ver juntos, do jeito que morri quando a vi
com você...
TRINT E TRÊS

REZANDO A DEUS QUE ELE NÃO


ACREDITAVA EXISTIR, QUE ELA AINDA
ESTIVESSE VIVA
MESES ANTES ...

ucca estava observando o casino, sua mente em outro lugar. Chloe estava aqui
L no hotel casino, na cobertura de Nero, saiu com as meninas. Ela estava tão
perto, mas tão longe.
Cada dia que esperou por ela, sabia que era um outro dia mais perto. Mas para ele,
isso sempre pareceu uma eternidade.
O telefone tocou no bolso e o puxou para ver que era Nero chamando. Respondeu
imediatamente, colocando-o ao ouvido.
Antes que pudesse falar, Nero pediu às pressas, "Lucca, onde está você?"
Um sentimento estranho atingiu seu coração. Seus instintos sabiam que algo
muito errado estava acontecendo, e de alguma forma, ele sentiu que Chloe estava
envolvida.
Ele já estava se movendo em direção ao elevador. "Primeiro andar."
"As meninas... Alguém entrou. Estamos no elevador..." Nero pareceu perder toda a
esperança quando a sua voz sumiu.
O telefone caiu das mãos de Lucca quando uma dor aguda o atingiu, bem no peito.
Mudando de direção, Lucca se dirigiu para as escadas de emergência, já que o
Nero já estava usando o elevador. Ele bateu a porta, fazendo-a voar aberta quando
começou a correr pelas escadas, correndo tão rápido quanto suas pernas podiam levá-lo.
Você porra não faz isso comigo! Ele começou a amaldiçoar Deus, uma figura que ele não
tinha acreditado por anos.
Havia vinte e três andares.
Eu não a toquei ainda.
Vinte e três andares que os separavam.
Eu não senti como é beijá-la.
Vinte e três andares que ele tinha que subir para salvá-la.
Eu não disse a ela que a amo.
Cada andar que subia, um número passava, dizendo-lhe quantos mais ele tinha
que escalar.
Não se atreva a porra levá-la de mim!
Nem uma vez ele parou, nem uma vez seu corpo ficou lento. Sua mente e corpo
eram fortes, desejando que chegasse ao topo, enquanto seu coração começou a
comprimir dentro do peito. Um coração que não deve vencer, porque ele não tem um. Um
coração que só bate por Chloe. Um coração que entrou rapidamente em colapso com
medo de perdê-la.
Onze...
Ele estava a meio caminho de lá agora. Isso parecia durar uma eternidade. Sua
única esperança de ter Chloe, estava nas mãos de alguém alcançá-la em breve. Salve-a,
Nero. Alguém que não era ele a salvando, não importa o quanto isso o estava matando.
Salve-a, Amo.
Quinze…
Os números pareciam desfocados, juntamente com imagens do futuro que eles
deveriam ter juntos.
Dezenove...
Chloe sentava-se sorridente no meio do jardim, cercada por belas flores.
Vinte ...
Sua mão mexendo através do seu cabelo longo e sedoso.
Vinte e um…
Ela dormindo pacificamente na cama ao lado dele.
Vinte e dois…
Beijá-la sob o gazebo, enquanto ela usava um vestido branco.
Vinte e três…
Quando socou a porta na frente dele, ela abriu com uma batida, apresentando o
longo corredor. Estou perto, querida.
A adrenalina que ainda corria em suas veias, o fez chegar ao final do corredor,
abrindo a porta quebrada para a casa de Nero e correndo os degraus, rezando a Deus que
ele não acreditava que existia, para que ela ainda estivesse viva.
Chegando ao topo das escadas, viu um vislumbre de Chloe no banheiro, e uma
onda de alívio tomou conta do seu corpo. Lucca encontrou a paz completa e absoluta
nesse milissegundo. Sabendo que seu coração ainda estava batendo, fez sua batida mais
forte.
O medo de perdê-la agora foi substituído por retribuição, quando viu Vincent em
cima de um homem que estava batendo até a morte.
Agarrando a camisa de Vincent, ele o puxou para fora do homem que estava
prestes a assassinar. "Não se atreva a matar esse filho da puta."
Com o homem no chão, estudou-o, tentando descobrir quem ele era e o que ele
estava fazendo aqui. Seu intestino teve uma sensação estranha que ele já sabia.
Sal subiu os degraus, em seguida, carregando um bastão, tendo sido notificado
pelas câmeras de segurança.
"Porra, cara. Ele conseguiu Al. Eles devem estar limpando o-" Ele rapidamente
fechou a boca quando viu as meninas.
Pegando o bastão dele, Lucca agarrou-o, encontrando-se grato que tinha um amigo
como ele. "Obrigado, Sal."
Elevou o bastão acima da cabeça, girou-o para baixo na perna do homem.
O belo som de ossos quebrando encheu o espaço.
Vincent gritou: "Chega!" Sobre o som, quando as meninas seguraram suas mãos
sobre seus ouvidos.
Lucca não estava perto de terminar, porém, deixando a escuridão ter o que queria,
batendo o taco na outra perna.
Começando a levantar o taco para um ataque final, Amo gritou: "Foda-se! Isso é o
suficiente!" Que o fez parar com o bastão recuado.
Seguindo sua voz para o banheiro, os olhos dele pousaram em Chloe, que estava
sentada na banheira. Ela estava imóvel, quase catatônica, olhando-o com os olhos mortos.
Medo dele era evidente em suas profundezas cinzentas.
Chloe ainda tinha que vê-lo desta forma. Ela não tinha visto o que ele era capaz de
fazer, visto que havia a verdadeira escuridão nele.
Segurando o taco com mais força, os nós dos dedos ficaram branco.
Este era o seu momento, quando ele poderia ou esconder a sua verdadeira
natureza dela ou apresentá-la para ela; mostrar a ela o que estava por vir e o tipo de
homem que ela realmente estava destinada a ficar.
Sua decisão foi tomada em uma fração de segundos, quando ele bateu o taco para
baixo no quebrado corpo uma última vez, observando seus olhos e expressão, enquanto
fez isso, sem tirar os olhos de cima dela.
Ela não tinha se encolhido, movido ou mudado sua expressão, dizendo-lhe que
tinha testemunhado a brutalidade dessa natureza antes.
Deixando de lado o bastão, ele respirou fundo, o cheiro de sangue acalmando-o.
Ele penteou para trás o cabelo que tinha caído em torno do seu rosto, um sorriso
tocando seus lábios. A escuridão foi saciada.
"Agora, isso é o suficiente, porra."
Tudo veio abaixo, porém, quando Amo colocou seu casaco em volta dos ombros de
Chloe e disse: "Vamos levá-la para casa."
A escuridão que tinha acalmado, voltou com força total quando ela segurou a
jaqueta de Amo com força.
Observando-a ser consolada por um outro homem, consumiu ele. Vendo uma
jaqueta que não era a sua, envolvida em torno dela e como ela se agarrou a isso, o
esmagou. A garota que ele amava tão profundamente, estar com medo até mesmo de
passar por ele, foi de cortar o coração.
Ela não tinha a menor idéia da dor que ele estava passando, o verdadeiro medo que
sentia de perdê-la, ou o amor que ele tinha por ela.
Assistindo a menina bonita, quebrada, passar por ele sem saber nenhuma dessas
coisas enquanto andava com Amo, lenta mas seguramente, começou a matá-lo por
dentro.
TRINTA E QUATRO

PERMITINDO MONSTROS COMO ELE


VAGUEAR NESTA TERRA
TEMPO PRESENTE

C hloe sentou-se nervosamente em sua cama com suas coisas embaladas, como
foi quando ficou aqui pela primeira vez. Onde ele está me levando?
Uma batida rápida na porta antes de ser aberta e Drago entrar. "Você tem tudo
embalado?"
Ela assentiu com a cabeça nervosamente. "Onde estou indo?"
"Você está indo para o quarto de Lucca." Não havia um pingo de simpatia em sua
voz.
"E-eu e-estou?" Essa foi a última coisa que ela esperava, e isso a assustava mais do
que qualquer coisa que poderia pensar.
"Sim. Vamos," ele disse a ela, pegando suas malas.
Mais nervosa do que nunca, trêmula levantou-se da cama, seguindo atrás dele
enquanto se dirigia para o corredor. Parando, ficou confusa quando ele não foi para o
quarto do outro lado do dela, e em vez disso, começou a ir pelo corredor em direção à
escada.
"O-onde você está indo?"
Drago parou, voltando-se para ver que ela estava em pé na frente da porta em
frente dela. "Eu te disse. Quarto do Lucca."
Ela não entendia, quando continuou a olhar para a porta que ela tinha visto Lucca
entrar e sair a cada manhã e noite durante o mês passado.
"Eu pensei que este era o seu quarto."
Drago definiu suas malas para baixo antes de caminhar até a porta e abri-la.
Acendendo a luz, ele a deixou ver dentro do quarto.
Suas sobrancelhas lentamente se uniram em confusão, quando entrou na sala. Era
bom, mas parecia um pouco jovem, e nada como Lucca. Isto não é...
"Este não é o seu quarto, não é?"
"Não, é de Leo. Lucca começou a dormir aqui um pouco depois de você chegar."
Chloe mordeu o lábio. "Ele fez?"
"Sim." Ele apagou a luz, um sinal não tão sutil que era hora de sair.
Ela apertou as mãos, começando a torcer-las, quando deixou esse pedaço de
informação definida. Em seguida, seguiu Drago novamente, desta vez para o quarto
verdadeiro de Lucca, passando os passos e indo em direção à outra ala da casa.
Finalmente, Drago abriu a porta no final do corredor, permitindo-lhe ir em
primeiro lugar.
Este quarto definitivamente parecia mais como Lucca. Era enorme, com madeira
escura e cores escuras. Parecia e cheirava quase terroso, viril, e Chloe achou agradável.
"Lucca virá mais tarde." Definiu suas coisas para baixo no meio do cômodo, Drago
se virou para sair.
"D-Drago...?"
"Sim?" Ele parou, virando-se.
"Obrigada por me dizer." Ela sabia que provavelmente não era sua posição contar a
ela sobre Lucca dormindo no quarto de Leo, como Lucca parecia um homem muito
reservado, onde se tratava dos seus homens, mas ela apreciava tudo assim mesmo.
Ele deu um breve aceno antes de sair, fechando a porta atrás dele.
Tomando uma respiração instável, enquanto olhava ao redor do quarto escuro, se
segurou firmemente no simples fato de estar no espaço mais íntimo do bicho papão. Ela
não podia deixar de se perguntar em que momento em seu caminho, a troxe aqui, ou se
este não era o seu caminho legítimo e ela tinha sido roubada fora dela para caminhar até
outro.
As correntes que prendiam seu corpo e mente seguraram ainda mais apertadas.
*****

Lucca esperou até que tinha se acalmado antes do sair do seu escritório. Ele teve
que deixar a escuridão ferver o suficiente antes que pudesse estar perto de Chloe
novamente. Porém, não estava inteiramente certo do que ele tinha que se acalmar mais:
por finalmente beijá-la, ou Amo finalmente ver que ele não era o homem para ela.
Ambos trouxeram a escuridão para fora de maneira igual.
Indo em direção a seu quarto, ele passou Drago ao longo do caminho.
"Eu levei as coisas dela para o seu quarto. Chloe espera por você lá."
"Obrigado." Ele acenou com a cabeça e depois parou. "Há algo que eu queria lhe
perguntar."
Drago fez uma pausa, virando-se para encará-lo.
"Você quebrou a mão de Amo na esperança de que eu poderia pensar que era
castigo suficiente?" Lucca estudou seu rosto, vendo uma ligeira alteração no seu
comportamento estóico, que lhe disse que tinha razão de pensar isso. Drago conhecendo
Lucca, sabia que ele não ia deixá-lo sair sem dor física.
"Isso não vai acontecer novamente," Drago disse-lhe com firmeza.
"Obrigado por fazer isso por mim," disse Lucca de cima do seu ombro enquanto
continuava em direção ao seu quarto, satisfeito com a resposta de Drago.
"Por quê?" Drago perguntou em confusão.
Lucca sorriu. "Porque agora posso contar a Chloe que você foi a pessoa que o feriu."
"Idiota do caralho," Drago murmurou sob sua respiração.

*****

Chloe sentou-se sozinha na beira da cama de Lucca, nervosa à espera e não


sabendo mais o que fazer. A abertura da porta a fez virar, esperando que sua espera
chegasse ao fim.
Quando viu que era, de fato, Lucca chegando, de alguma forma ficou mais reta.
"Você não desempacotou?" Ele perguntou quando viu as malas no chão, intocadas.
Olhando para as mãos no colo, começou a torce-las, querendo raspar a pele fora.
"N-não. Eu não sabia onde colocá-las."
Suas mãos apareceram de repente em cima das dela, impedindo-a dos danos que
queria infligir. "Você tem sido boa sobre não fazer isso durante todo o mês. É por causa
dele, ou porque mudei você para cá?"
Mordendo o lábio, queria colocar a culpa em ter que dormir aqui com ele, mas
sinceramente, começou a torcer as mãos quando Amo tinha vindo por ela.
"Você quis machucá-lo?" Ela sussurrou.
"Drago quebrou a mão dele."
"Ele quebrou!" Exclamou mais do que perguntou, seus olhos atirando-se para o
dele.
Ele deu-lhe um aperto de mão. "Sim. Sua mão vai curar, no entanto. Vai ficar tudo
bem."
"Isso não foi muito legal da parte dele." Chloe relaxou um pouco. Ela supôs que
tinha o machucado muito mais do que Drago. Eu quebrei seu coração... novamente.
Um sorriso puxou os lábios de Lucca. "Você vai ter que dizer-lhe isso, querida."
"Eu vou pensar sobre isso." Drago ainda a assustava de vez em quando.
As mãos que cobriam as dela agora, mudaram-se em uma luz calmante com o
movimento sobre as palmas das mãos.
"Obrigada por deixá-lo ir," disse a ele.
"De nada." Mantendo uma mão em suas mãos, ele levantou a outra para roubar seu
cabelo atrás da orelha para que ela não pudesse esconder o rosto dele. "Você sabe, se ele
fizer qualquer coisa como ele fez, novamente, você não conseguirá salvá-lo," avisou,
prometendo que ela não seria capaz de ajudá-lo na próxima vez.
Engolindo em seco, ela mal conseguia pronunciar as palavras "Eu sei" para fora.
Ele estava tornando-se muito óbvio com o quão possessivo e protetor era com ela.
Uma parte dela secretamente apreciava, necessitando depois de tudo que tinha passado,
por nunca ter que se preocupar em ser tocada por alguém que não fosse ele.
Amo era o único com quem ela estava preocupada com amparo de Lucca ferir.
Enfiando a mão no bolso, Lucca tirou seu telefone celular, colocando-o na palma da
mão aberta.
Olhando para ele, ela não podia acreditar. "V-você está devolvendo-o para mim? Por
quê?"
"Porque eu quero que você saiba que confio em você tanto quanto você confia em
mim, querida." Inclinando-se, colocou um beijo sobre o topo da sua cicatriz. "E eu estou
cansado de fingir ser você a cada texto para Elle."
Chloe riu, tentando imaginá-lo mandando texto para Elle. "Tenho certeza de que
vai ser divertido ler sobre os textos que enviou a ela."
"Bem, eu usei apenas um monte de emoticons, realmente." Ele riu com ela, girando
um pedaço do seu cabelo em torno do seu dedo. "Certifique-se de usar o coração negro.
Eu usei muito."
"Por que o coração negro?"
Ele puxou seu cabelo de brincadeira. "Apenas parecia que você gostaria."
Sorrindo, ela finalmente começou a relaxar completamente.
Ele soltou seu cabelo, deixando-o cair ao peito. "Vá se preparar para a cama,
querida. Você pode desembalar suas coisas amanhã."
Tensão voltando, ela saiu da cama e foi para as malas, rapidamente puxando para
fora as coisas que precisava. Ela estava contente que seu pijama de lã mais grosso estava
limpo. Ele também cobria todo o corpo dela, o que estava mais grata ainda.
Seus nervos estavam recebendo o melhor dela, enquanto entrou em seu banheiro e
começou a ficar pronta para dormir. Ela gostava de tomar banho na parte da manhã,
assim, encontrou-se na esperança de que estava tudo bem com ele, já que ela estava
dormindo em sua cama.
Uma vez que estava pronta e terminou no banheiro, encontrou-se olhando para a
porta, seus nervos tensos por todo o corpo, medo de dormir ao lado do bicho papão.
Vai ficar tudo bem. Ele não vai me machucar. Ela ficava repetindo essas palavras em
sua cabeça, tentando reunir coragem suficiente para abrir a porta.
Quando tinha empurrado isso por tempo suficiente e um pingo de coragem tinha
surgiu, abriu a porta do banheiro.
Quando saiu do banheiro e no quarto escuro, alívio tomou conta dela, além de
grata, quando notou que Lucca já estava dormindo em seu lado da cama. Em seguida,
encontrou-se olhando para o homem por alguns momentos, vendo que ele usava
camiseta preta normal, cuecas até os quadris, enquanto dormia de costas, pensando o
quão bonito ele parecia, mesmo em seu sono.
Lucca era um homem bonito. Ela sempre pensou que era o que o fazia tão mortal.
Calmamente e cuidadosamente, foi para o outro lado da cama e se arrastou muito
lentamente. Ela tinha tanto medo de acordá-lo enquanto gentilmente puxava as cobertas
sobre ela. Em seguida, se posicionou tão longe de Lucca como poderia conseguir,
agarrando-se à beira da cama.
Ela definitivamente se sentiu estranha por estar em sua cama, com apenas um pé
de distância, e foi mesmo doloroso no início, enquanto tentava ficar confortável em uma
cama que ela não tinha dormido antes. No entanto, exalando profundamente, finalmente
foi capaz de relaxar. E quando se aconchegou com os cobertores ao redor dela com mais
força, o cheiro do quarto a acalmando, ela encontrou conforto... tranquilidade para sua
alma...
*****

Quando ele estava certo de que Chloe tinha adormecido, virou de lado para encará-
la de volta, vendo seu cabelo longo, preto, sedoso, se espalhar por seu travesseiro. Ele
amou tudo sobre o cabelo: a cor, a sensação, o cheiro. Ele amava o jeito que parecia agora.
E ele amava o jeito que ela parecia em sua cama.
Estendendo a mão, ele começou a pegar uma onda solitária no final do seu cabelo,
quando um gemido lhe fez uma pausa. Em seguida, outro gemido escapou dela.
Os pesadelos estavam chegando.
Bem quando os gritos começaram, Lucca se aproximou do seu corpo tremendo. Ele
só podia esperar que o que estava prestes a fazer, iria sumir com os pesadelos sem
acordá-la.
Ele a puxou de volta em seu corpo e em seus braços, segurando-a com força,
incapaz de suportar a dor por mais tempo. E, milagrosamente, os gritos voltaram a
gemidos e seu tremor diminuiu, até que ambos desapareceram... junto com seu pesadelo.
Lucca tinha deixado a fé católica após o falecimento da sua mãe, sabendo que não
havia maneira que Deus poderia existir se Ele poderia tirar um ser humano tão puro
quanto sua mãe, permitindo que monstros como ele continuassem sobre a terra. Muitas
noites, ele sequer questionava a sua própria existência, perguntando por que não tinha
sido ele, em vez dela.
Segurando Chloe com ele, agora era difícil pensar que Deus não poderia existir.
Não havia nenhuma maneira que Chloe poderia existir, se Deus não existisse. Ela era
especial... feita para ele.
A questão de por que sua mãe tinha sido levada e não ele, finalmente tinha sido
respondida.
Ele estava aqui na terra para ela. Para salvá-la.
TRINTA E CINCO

APENAS SER TOCADA POR LUCCA

nclinando para trás em sua cadeira, sentiu-se à beira da insanidade. Ele tinha
I acostumado em sempre saber onde ela estava, para quando quisesse ver sua
criação. Mas agora, fazia mais de um mês desde que a vira pela última vez. Escapando
dele duas vezes.
Sua obsessão por ela tinha crescido ao longo dos anos, tornando-se prejudicial.
Mesmo ele sabia disso. Chegou ao ponto onde suas memórias dela não eram suficientes,
e ele estava pronto para novas.
Esteve tão perto de fazer novas memórias com ela, também, mas tinha sido negado
a cada vez.
"Lucifer..." Seus dois homens mais competentes entraram na sala. "Achamos que
podemos tê-la encontrado."
A desolação que sentia foi imediatamente substituída por esperança.
Levantando-se, estava ansioso para recuperar a garota que tinha marcado anos
atrás. "Onde?"
O mais bravo pigarreou. "Você não vai gostar."
Esperança foi substituída pela fúria. "Onde?"
"Acreditamos que ela está na casa do Caruso."
Seus olhos negros brilhavam, Acendendo o fogo em seu sangue. "Você tem certeza
disso?"
"Não há nenhuma maneira de saber ao certo, até chegarmos dentro da casa, mas
fomos levados lá hoje à noite por seu amigo, o soldado Amo. Suspeitamos dela estar lá, e
sua chegada e saída foram alarmantes, confirmando nossas suspeitas."
Sentando-se em sua cadeira, Lúcifer tinha suas próprias suspeitas dos Carusos, o
anel que Lucca tinha lhe mostrado, quase confirmava, mas ele confiava que seu homem
não teria virado rato.
Estou tentando encontrar o dono do meu novo cão.
Um sorriso maligno apareceu em seu rosto. "Prepare-se para a guerra."
Vou atrás de você, menina...

*****

Chloe estremeceu quando desceu os degraus na manhã seguinte. Ela sentiu como
se tivesse dormido bem... até o final, quando um pesadelo que não poderia afastar a
acordou. Tinha sido mais forte do que o normal, criando uma sensação em seu estomago.
Algo simplesmente não parecia bem. O diabo parecia muito real...
Esperando, a tremedeira só piorou.
"Você está bem?" Perguntou Drago com preocupação quando ela entrou na sala de
estar.
Ela encontrou-se olhando ao redor da sala. "S-sim, e-eu..."
"Ele está em seu escritório." Drago parecia mais preocupado agora. "Por que você
não vai lá? Ele não vai se importar."
Sua mente e corpo seguiram o caminho para o escritório de Lucca, precisando da
sua presença.
Levemente batendo na porta, ouviu um "Entre" um segundo depois. Então ela
abriu a porta e viu Lucca sentado atrás da sua mesa, fumando um cigarro. Quando
entrou um pouco, perguntando como ela tinha superado ficar aqui.
Lucca pareceu surpreso ao vê-la, quando olhou para cima do seu trabalho. Ele
rapidamente apagou o cigarro, em seguida, tentou limpar a fumaça com as mãos,
tentando dissipar mais rapidamente.
"Querida?"
"M-me desculpe incomoda-lo." Virou-se abruptamente para sair.
"Chloe." Sua voz estava comandando, parando em seu lugar. "Venha até mim."
Voltando-se, ela se segurou mais apertado quando obedeceu, movendo-se em
torno da mesa para ficar ao lado dele.
Estudando-a, tornou-se preocupado. "O que está errado?"
"E-eu não sei," ela nervosamente confessou. Era impossível explicar. O pesadelo
não tinha sido como os outros.
"Querida..." Seu rosto se suavizou. Pegando-lhe a mão, ele a puxou para mais perto,
dizendo a ela em seu tom de comando, "venha aqui. Sente-se comigo."
Seu corpo caiu em seu colo, sem saber se ela desejava seu toque ou se era porque
ele tinha lhe dado um comando. Era tudo muito estranho para ela, tentando lidar com
esta nova versão de si mesma, que só poderia ser atingida por Lucca.
Lucca a virou para o lado em seu colo para que ela pudesse descansar a cabeça em
seu peito. Ele descansou uma mão em suas costas, enquanto descansou a outra sobre sua
coxa.
Era a primeira vez que tinha sido tocada por um homem. Ela sentiu duro no início,
mas seu corpo não deixou isso por muito tempo, precisou do seu abraço para acalmar os
pesadelos. Ela podia sentir-se fundindo-se o tempo que ficou lá.
"Foi um pesadelo?" Sua voz era calma, suave, mas forte. Assim como seu toque.
Vou atrás de você, menina...
Ela só poderia acenar com a cabeça, lembrando o que o diabo havia dito a ela em
seu sonho.
Lucca tirou a mão da coxa, tocando as pontas dos dedos para o rosto dela, onde ele
traçava sua cicatriz. "Foi sobre o homem que lhe deu isso?"
Não há mais como fingir que ela as tinha obtido a partir de um acidente de carro,
não com Lucca. Ele havia conhecido, no segundo em que a viu pela primeira vez, que
tinha sido causada por uma faca. "S-sim."
"As cicatrizes em seu rosto não são as únicas que ele te deu, não é?"
Um arrepio frio que veio sobre seu corpo, a tinha olhando para ele, olhando em
seus assombrosos olhos azuis-esverdeados. Ela balançou a cabeça lentamente.
Ele tinha sugerido na sua segunda reunião, quando ela estava usando mangas
compridas no verão, que ele sabia, mas ela nunca tinha confirmado isso. Ou talvez eu
confirmei.
"Mostre-me," ele ordenou.
Mordendo o lábio, com as mãos tremendo, ela lentamente empurrou a manga
direita para cima e, em seguida, a esquerda, tanto quanto poderiam ir, revelando várias
cicatrizes em cada braço. Suas marcas espalhando da direita acima do seu pulso ao topo
dos ombros.
Ela não tinha mostrado a ninguém além de Elle. E ninguém nunca tinha
suspeitado que ela tinha mais cicatrizes do que as que marcam seu rosto.
Tomando seu tempo, Lucca tocou cada cicatriz revelada em seus braços, traçando,
estudando a espessura que eram e quão profundo o bastardo deve ter ido, com base em
quão alto elas foram criadas. Cada marca quase brilhava contra sua pele pálida.
"Isso é tudo dele?" Ele perguntou com uma pitada de dúvida em sua voz,
parecendo saber que não era.
Ela engoliu em seco. Não me faça dizer.
"Diga-me onde o resto delas estão."
"V-vai me fazer te mostrar?"
"Hoje não, não vou," ele assegurou-lhe, ainda tocando levemente cada cicatriz.
Ela sussurrou sobre o lugar que nem mesmo Elle sabia, "M-meu e-estômago."
Ele não respondeu, continuando a olhar, tocar e memorizar as cicatrizes em seus
braços, antes de puxar as mangas da sua camisola para baixo para cobrir seus braços
frios.
"E-elas são horríveis, não são?" Perguntou, enquanto confessando como se sentia
sobre elas, desde que se olhou a primeira vez no espelho.
Lucca pegou o rosto dela, forçando-a a olhar para ele. "Não se atreva a falar essas
palavras novamente. Você entendeu?"
Ela tentou balançar a cabeça em seu aperto. "S-sim."
Afrouxando seu aperto, moveu um dedo sobre seus lábios cheios, acariciando
sobre a cicatriz que ainda não tinha tocado, que era um centímetro acima e abaixo dos
seus lábios. "Você e suas cicatrizes são as coisas mais bonitas que eu já vi."
A respiração dela engatou quando ele moveu seu rosto mais perto dela, enquanto
movia o dedo dos seus lábios para posiciona-la para o beijo.
"Você nunca ache que elas não são," ele sussurrou, sua respiração provocando os
lábios.
Ela fechou os olhos enquanto ele pressionou seus lábios contra os dela.
Este beijo foi mais lento do que o primeiro e não tão exigente. Dando-lhe uma
agradável degustação do seu lábio inferior.
A última vez, tinha sabor de hortelã fresca. Desta vez, ela ainda podia sentir o
gosto da hortelã fresca, mas tinha um pouco da fumaça do seu cigarro. Os dois sabores
opostos misturados, gosto de fogo e gelo, fazendo seus lábios e corpo formigarem.
Lucca mordeu o lábio inferior e um ruído de prazer escapou da sua garganta, como
foi da última vez. Ele sorriu contra seus lábios, antes de alisar a língua sobre a pressão
que ele tinha causado, acalmando-a apenas por um momento, antes que se afastasse.
"Eu acho que você gosta disso um pouco, querida."
Um rubor apareceu em seu rosto enquanto ela corou com suas palavras e com a
traição do seu corpo.
"Não é uma coisa ruim." Ele sorriu, antes de colocar um leve beijo em seus lábios.
Sua barriga tornou-se morna ao beijo rápido. Era doce, algo que ela não era muito
acostumada, a partir do homem possessivo.
Inconscientemente, lambendo os lábios, notou que ainda o provava, a menta com a
dica de fumaça. Gosto exatamente como ele cheirava.
Isso a fez perguntar: "Por que você apagou o seu cigarro quando eu entrei?" Ela
percebeu então, que ele não tinha muito cheiro de fumaça nele ultimamente, o que a
surpreendeu.
"Porque não gosto de fumar perto de você se não estamos lá fora."
"Isso não me incomoda," disse, não querendo que ele não fumasse por sua causa. O
cheiro, estranhamente, nunca a incomodou.
"Eu sei, querida, mas não quero que você inale," disse a ela, revelando que isso
tinha a ver com a sua saúde e não com o fato de que ela poderia não gostar disso.
Pensando mais profundo sobre isso, esta foi a única divisão da casa onde ela podia
sentir o cheiro de fumaça.
Juntou as mãos quando sua mão se moveu mais acima do lado de fora da sua coxa.
"Esta é-é a única sala que você fuma?"
Seus olhos não desviaram do seu rosto quando ela olhou para suas mãos. "Agora é,
sim. Eu tenho que ser capaz de fumar enquanto estou trabalhando."
"Agora é?" Ela questionou.
"Deixei de fumar em qualquer outro lugar na casa uma vez que sabia que você viria
aqui."
"Oh." Chloe realmente não sabia o que pensar disso. Parecia que ele tinha feito um
monte de coisas para ela desde que a conheceu. Acho que nunca saberei tudo o que ele tem
feito.
"O que é isso?" Ele perguntou, girando uma mecha do seu cabelo entre os dedos.
"Q-quando você começou a dormir no quarto do Leo?" Ela tinha uma sensação de
que sabia o porquê, e também achava que sabia quando.
Ele girou e depois desgirou a mecha de cabelo, antes que respondesse com tristeza
em sua voz. "A primeira vez que você teve o seu pesadelo, demorei muito tempo para
chegar até você. Eu comecei a dormir no quarto de Leo depois disso porque, não importa
o quão rápido eu corria, ainda levava muito tempo para chegar até você."
Um pequeno pedaço do coração de Chloe quebrou ao ouvi-lo dizer essas palavras.
Ela podia sentir a dor por trás delas, como se não houvesse mais do que ela sabia ou
mesmo conseguia entender.
Ela queria que ele soubesse alguma coisa, algo que tinha sido difícil para ela
admitir para si mesma em primeiro lugar.
"V-você ajudou a aliviar os pesadelos."
Ele parou o movimento de girar o seu cabelo enquanto se concentrou em seus
olhos. "É mesmo?"
"S-sim. Tenho notado que, quando você está por perto, eles parecem desaparecer."
"Estou feliz em ouvir isso, querida." Começando o movimento de girar seu cabelo
novamente, ele perguntou: "Você está se sentindo melhor agora?"
Ela assentiu com a cabeça.
Mesmo que uma parte dela ainda se sentia estranha a ser consolada por ele, seu
corpo e mente sentiam imensamente melhor ficando perto dele. Algo sobre Lucca ligava
o seu corpo. Ele precisava, desejava isso, que só tinha ampliado depois do pesadelo
horrível.
"Você gostaria que eu tirasse o dia de folga? Faço qualquer coisa para comermos, e
então poderíamos assistir a um filme, se você quiser." Ele parou por um momento. "Ou
eu poderia chamar Maria e pedir-lhe para vir."
Sorrindo para ele, ela sentiu apreço que faria isso por ela, embora ele ainda estava
descontente com sua irmã. "Depende. O que você vai preparar para eu comer?"
Ele sorriu de volta, satisfeito que ela estava escolhendo passar o dia com ele. "O
que você quiser, querida."
Ela nem sequer teve que pensar sobre isso. "Panquecas de chocolate."
"Em seguida, panquecas de chocolate, será."
Levantando-se do seu colo, ela viu algo de ouro como um flash com o canto dos
olhos. Isso teve seu olhar em sua mesa para ver o que era. E quando o fez, seu rosto
sorridente lentamente transformou em um olhar de medo quando estendeu a mão,
querendo ver se era real ou se ela estava imaginando.
O segundo que seu dedo tocou o anel, ela sabia que não era apenas uma ilusão, sua
boca aberta para gritar, mas não saia nada.
Vou atrás de você, menina...
Lucca tocou seu ombro, a preocupação de volta em sua voz. "Querida?"
Eu tenho saudade de você.
Quando ela continuou olhando para o anel, ele virou-se para encará-la. Então,
segurando ambos os seus ombros, ele levemente sacudiu. "Chloe. Chloe!"
Olhando para Lucca agora, a voz do diabo desapareceu e ela começou a
descongelar. Agora ela estava tentando desesperadamente ficar longe dele, longe do seu
toque. Tentando o seu melhor para lutar com ele.
"Pare com isso!" Lucca ordenou. "Me diga o que está errado."
"Por que você o tem?" Ela gritou. "Por que você tem o anel?" Lágrimas fantasmas
tentaram cair no seu rosto enquanto ela lutava contra ele, não querendo acreditar que ele
poderia ter tido algo a ver com o que tinha acontecido com ela.
"Eu o tirei do homem que-"
"Você está mentindo!" Ela gritou, ainda sem as lágrimas, embora elas queriam
desesperadamente estar lá. Ele explicou como sabia tudo sobre ela.
Puxando-a para ele, segurou seu corpo com um braço ao agarrar segurando seu
rosto com a mão livre, fazendo-a olhar em seus olhos.
"Olhe para mim." Sua voz tornou-se melódica e forte. "Não, eu não estou. Eu nunca
mentiria para você."
Fechando os olhos, ela o deixou segurá-la para ele totalmente agora, quando
apertou o rosto em seu peito.
Ela não tem que ver a verdade; seu coração podia sentir, sabendo que ele não
poderia estar envolvido. Era a garotinha assustada que vivia em sua alma a quase quatro
anos, que tinha a necessidade de garantia. A garotinha assustada que tinha gritado para
alguém como Lucca para salvá-la naquela noite... apenas para ninguém ouvir. A garotinha
assustada que agora tinha seu salvador e estava petrificada para sequer pensar em perdê-
lo.

TRINTA E SEIS
COMO ELE LEVOU A VISÃO DO OUTRO

Lucca arrastou o corpo, levando-o para o tubo de aço que estava no canto atrás da sala.
"O-o-onde eu e-estou?"
O filho da puta não estava morto, mas ele estava próximo a isso.
O som de correntes de metal ecoaram no quarto de concreto escuro e frio.
"O q-que v-vão fazer?" Gritou, tentando levantar o seu corpo, sem sucesso.
Um estalo seguido por algum bloqueio no lugar silenciou a sala.
Olhando para o homem quebrado que tinha desmaiado, Lucca deu um puxão à corrente
que travava o tornozelo ao tubo.
"Owwww! Quuue você quer de miim?" Mais lágrimas caíram dos olhos.
"Quem você estava procurando?"
"Eu nãão sei."
Outro puxão à corrente, puxou a perna quebrada, fazendo-o gemer de dor.
"Quem você estava procurando?"
"Eu nãão sei."
Lucca agachou ao lado do homem, notando um anel de ouro em seu dedo. Puxando a faca,
ele agarrou a mão do homem, em seguida, espalhou os dedos abertos antes de colocar a lâmina
bem debaixo do seu anel.
"Agora-"
O homem começou a repetir "Por favor, não."
"Diga-me quem você estava procurando na cobertura."
"Eu nãão posso dizer a v-você!"
Lucca cortou seu dedo, cortando profundamente.
"Cicatrizzz!" O homem gritou, e Lucca parou imediatamente, aliviando o homem da sua
dor. "A menina com as cicatrizes."
Lucca olhou para ele. "É mesmo?"
"Sim." Ele respirou agradecido.
"Infelizmente," ele cortou seu dedo novamente, "você veio atrás do que é meu."
Agora que ele estava serrando dentro do osso, os gritos que enchiam o ar só ficaram mais
altos... até que o homem passou para frio.
Puxando o anel do dedo agora cortado, Lucca limpou o sangue, revelando o diamante da
envolvente ferradura...
Olhando para o anel de ferradura, Lucca colocou-o de volta no bolso e olhou para o
homem italiano frágil, desnutrido, que já não parecia o mesmo. Seu cabelo e barba
estavam emaranhados e longos; queimaduras, cicatrizes e hematomas, agora crivavam
seu corpo; e a maioria dos seus dentes tinham sido removidos, juntamente com todas as
unhas nos dedos dos pés e nove dedos da mão.
Lucca caminhou para o homem acorrentado no canto. "Você mentiu para mim.
Você disse que você não estava lá naquela noite."
Balançando a cabeça, o homem tentou fugir para o canto, tanto quanto podia.
"Não, não, não, Sr. Caruso, senhor."
"Ela se lembrou-se do seu anel," alertou.
Seu rosto se transformou em puro terror, suas mãos se unindo em oração. "Eu
ppposso expliicar, senhor. Por favorrr, deixe-me explicar."
Tirando um cigarro, Lucca segurou entre seus lábios enquanto pegou o isqueiro e
deixou que o brilho queimasse o cigarro. "Continue."
"A ppprimeira noite que me disse que ela era suaa, se te dissesse que eu eeestava
lá na noite em que ela teve as suas cicatrizes, teria me matttado. Entãoooo eu teria sido
nada de bom para o senhor. Eu fiz isso pelo senhor."
Lucca segurou o cigarro entre os lábios quando estendeu a mão e agarrou a
corrente, puxando-o com toda a sua força e trazendo seu prisioneiro para ele, achatando-
o como uma panqueca.
O homem bateu a cabeça com força no concreto, incapaz de mover seu corpo frágil
e atormentado.
Agachando-se perto da cabeça do homem, Lucca, em seguida, manteve aberto o
olho direito, não deixou-o piscar, enquanto tirou o cigarro da sua boca com a outra mão e
pairou a ponta sobre o globo ocular.
"Você mentiu para mim sobre qualquer outra coisa?" Perguntou ele.
O homem fraco tentou se mover, mas não podia. "Não! Eu juro!"
"Você está certo," Lucca trouxe o cigarro queimando mais perto do olho, ele
mantinha aberto com tanta força, que parecia que estava prestes a sair a qualquer
segundo "eu teria matado você."
Empurrando o cigarro para baixo, esmagou-o no olho do homem, até que apagou,
usando seu olho como um cinzeiro.
Apenas Lucca e as paredes de concreto foram testemunha de como os gritos de um
homem soavam, enquanto ele ficava cego de um olho. E então, novamente, alguns
momentos mais tarde... quando tirou a visão do outro olho.
TRINTA E SETE

ESTE TEMPO PARECIA DIFERENTE, MAIS...


FINAL

hloe sentou na cama de Lucca, segurando os joelhos contra o peito e


C balançando-se para trás e para frente. O poço em seu estômago só cresceu
desde seu pesadelo, esta manhã, fazendo-a passar mal. O ar ao redor dela estava pesado,
fazendo-a sufocar. Podia sentir algo vindo. Algo muito ruim estava para acontecer, e
estava com medo que seu destino seria fatal neste momento.
O anel de ferradura, juntamente com olhos negros sinistros do diabo, não iriam
deixar sua mente.
Ele está vindo para mim... Ele prometeu.

*****

Drago foi alertado para a presença nos monitores de segurança. Um carro estava
parando na longa entrada. Ele tinha uma placa na parte superior do veículo, mostrando
que era a entrega de alimento. Ele não encomendou nada, então rapidamente chamou
Lucca para ver se tinha. No entanto, a ligação foi direto para o correio de voz, o seu sinal
bloqueado, provavelmente de onde ele estava.
Quando o carro parou na frente da casa e um homem de uniforme saiu com um
saco de pizza, ele imaginou que Lucca encomendou para alimentar Chloe, desde que ela
não comeu nada e ele poderia ficar fora por um tempo.
Levantando-se, se dirigiu para a porta chegando quando o entregador bateu.
Ele abriu a porta com a mão sobre a pistola em sua parte inferior das costas, vendo
o homem uniformizado segurando o saco de pizza.
“Entrega de Lucca Caruso.”
Drago assentiu em seguida, puxou sua mão de sua pistola, abrindo mais a porta.
O entregador colocou a mão dentro do saco...
POP.
Quando o tiro disparou através do saco, Drago percebeu seu erro grave.
Indo para sua arma, ele deu um passo para o homem, quando...
POP.
Ambos os tiros o atingiu no peito, antes que sua arma estivesse ao seu lado.
Levantando a arma, ele viu agora que outros homens saíram do carro, todos com
armas em punho.
POP.
Ele puxou o gatilho, mas seu objetivo não foi cumprido, quando uma bala se alojou
no fundo de seu próprio braço.
Sabendo que ele não tinha mais jeito, sua única esperança era para avisá-la.
“Chloe, se esconda! “ Sua voz aumentou.
POP.
Recusando-se a sucumbir, foi para enfrentar o homem.
POP.
O corpo de Drago caiu no chão, enquanto sua mente começou a embaçar. Ele
falhou.
Sinto muito... Chlo...

*****

Quando Chloe ouviu os ruídos altos, ela se segurou mais apertado.


“Chloe, se esconda! “ Ela ouviu o grito abafado de Drago.
Ela se moveu um milímetro, antes de uma voz familiar falar com ela, congelando-a
no lugar.
Fique quieta, garotinha...
Mais tiros foram disparados antes que só houvesse silêncio.
... Ou isso só vai doer mais.
Uma lágrima caiu de seus olhos. A única lágrima molhada verdadeira tocou seu
rosto.
A porta se abriu lentamente, e a figura de um homem parou na porta. Ele parecia
exatamente como tinha há quatro anos, como se ele tivesse saído de seu pesadelo, seus
olhos negros ainda brilhando com o mal.
Ela fechou os olhos. Chloe, acorde e tudo vai ficar bem.
“Eu senti sua falta, garotinha.”

*****

Lucca saiu de onde estava seu prisioneiro preso, esperando que seus pecado
purificava quando o ar fresco o atingiu, como sempre fizeram. Desta vez, no entanto, eles
não o fizeram e seu coração afundou com o sentimento que ele e Chloe compartilharam,
começava a romper, dizendo-lhe que algo terrível estava acontecendo.
Agarrando seu telefone do bolso, ele viu que tinha uma chamada não atendida de
Drago. Rapidamente, ele ligou de volta.
RESPONDA!
Não houve resposta.
Agora, correndo para seu carro, ligou para Sal, que atendeu no primeiro toque.
“Casa, agora! “Foi tudo o que disse antes de desligar, jogando-se em seu Cadillac e
partindo em seu carro.
Sal seria capaz de ver o que estava acontecendo em seu computador. Ele seria
capaz de ajudar e avaliar a situação desde que era mais perto da casa.
Lucca dirigia a uma velocidade vertiginosa. Ele estava muito longe de casa. Muito
longe de Chloe, mais uma vez. Esta era a terceira vez que este sentimento de desespero
infeliz tomou o seu corpo.
No entanto, desta vez parecia diferente, mais... final.
Fique comigo, Chloe. Por favor, não me deixe.
Ele a tinha agora, a provado, a sentido. Viver, mesmo neste curto período de tempo
com ela, sabia que uma coisa é certa.
Eu não vou ser capaz de viver sem você.
TRINTA E OITO

PRESSIONANDO O PLAY

O coração de Lucca quebrou em um bilhão de pedaços do caralho no momento


em que entrou na sua casa e viu o rosto sombrio de Sal, junto com o sangue
cobrindo a entrada da casa da sua família. A escuridão instantaneamente aumentou,
exigindo ir atrás dela, mas Sal acalmou, dizendo que ele precisava descobrir primeiro
onde a levou, juntamente com a elaboração de um plano para tirá-la de forma segura.
Lucca pediu para ver as fitas de segurança pra saber exatamente o que aconteceu,
querendo ver por si mesmo, em vez de ser dito. Em seguida, ele observava cada parte
dela: Drago lutando enquanto ele caia, e como Chloe simplesmente sentou ali, com
muito medo até de se mover.
Era claro que havia apenas uma pessoa em falta. Eu.
Ele assumiu a responsabilidade de tudo: Não estar lá para proteger, a necessidade
de retribuição após o olhar no rosto de Chloe esta manhã e do que ela lhe disse. Disse
que um dos homens de Lúcifer, que a manteve presa, usava o anel enquanto Lúcifer
marcou seu corpo repetidamente.
Lucca envolveu em seus braços por um tempo até que ela se acalmou, enquanto a
escuridão só cresceu dentro dele. Então, com medo que a escuridão iria explodir a
qualquer momento e não queria machucá-la ou forçá-la em algo que não queria, ele saiu.
Ele teve necessidade de tirar isso do mesmo homem que a manteve presa, enquanto ela
foi atormentada.
Passando os dedos pelo cabelo que atingiu a nuca, ele não conseguia entender. Ele
foi tão cuidadoso...
Em seguida, ocorreu-lhe. A única coisa que ele não planejou. Amo...
A voz de Sal cortou seus pensamentos.
“Eles ainda estão trabalhando em Drago, mas dizem que não vai se recuperar.”
Porra! Drago era um dos melhores. Lucca precisava dele mais do que nunca agora,
mas em vez disso, ele estava deitado ali, morrendo em uma mesa da sala de emergência
do caralho por causa da estupidez de Lucca.
“Há mais uma coisa... “ A tristeza na voz de Sal tornou-se mais evidente. “Lúcifer
deixou isso.”
Lucca olhou para o disco que seu amigo lhe entregou.
“O que é isso?”
“Você vai querer vê-lo.. sozinho.”
No momento em que ele pegou o dvd das mãos de Sal, a sensação estranha
retornou. Ele sabia que o dvd mostraria, o perseguiria pelo resto de sua vida.
Sal não era mais capaz de sequer olhar para Lucca enquanto se dirigia para fora
para lhe dar um pouco de privacidade, dizendo-lhe:
“Eu só assisti alguns minutos, antes que eu tive que desligá-lo.”
Olhando para o dvd, Lucca tremia ao colocá-lo no computador. A sensação de mal
estar chegando ao seu estômago, seu dedo oscilou sobre o botão play.
Se ela viveu isso, eu posso vê-lo.
Pressionando o play significou mudar sua vida para sempre...
TRINTA E NOVE

VIVER E RESPIRAR UM PESADELO


QUATRO ANOS ATRÁS…

B atida. O que é que foi isso? Olhando para o relógio na sua mesa de cabeceira,
Chloe viu que seus pais não estariam em casa por um bom tempo. Ela ainda estava
abalada pela surra que Elle tinha tomado na escola, então disse a si mesma que estava
mexendo com sua mente.
Desligou a lâmpada, se aconchegou de volta sob os cobertores, seu cérebro ainda
preenchido com as imagens de Elle deitada na calçada, até que ela voltou a dormir.
Seu sono não durou muito tempo, antes de uma mão cobrindo a sua boca acordá-la
para viver e respirar um pesadelo.
Ela lutou contra a figura escura, mas não durou muito tempo. A força bateu-a,
fria...

*****

O corpo dela mantida em uma mesa a teve acordando com os solavancos. Um grito
escapou quando viu os homens em torno dela em um quarto estranho.
Um, esbelto homem mais velho, alto, com cabelo preto e olhos negros
correspondentes, parecia ser o único responsável, quando dois de seus homens
prenderam cada um de seus braços, enquanto um terceiro segurou seus pés.
Uma torção má em seus lábios apareceu antes que ele ordenasse:
“Tire sua blusa.”
“NÃO! “Chloe lutou ainda mais contra os homens, suas lágrimas borrando sua
visão. Ela ficou chocada com o quão rápido as lágrimas foram criadas, antes que
pudessem até mesmo cair.
Apesar de seus esforços, os dois homens que estavam segurando seus braços,
arrancaram sua blusa, expondo seu sutiã.
“Por favor, por favor!” Ela implorou, orando para eles libertá-la, à medida que tirou
sua blusa completamente.
Um flash de ouro em um dos dedos do homem cruzou sua visão quando ele
agarrou sua blusa. Era um enorme anel de diamante, com uma ferradura, que ela tinha
certeza que nunca conseguiria esquecer.
O homem que era, aparentemente, o líder, aproximou-se dela com uma faca, os
olhos deslizando sobre ela. Sentia-se tão pequena naquele momento. Nojenta... inútil...
contaminada quando todos eles olharam para sua pele exposta.
Por que isso está acontecendo comigo?
A mesa fria de metal debaixo dela era um forte contraste com o rosto queimando, e
parecia chorar seria inútil.
“Por favor! Pare!” Nenhum esforço de chutar e lutar ajudou, para o que parecia
milhões de mãos a prendendo.
O riso do homem mau que segurava a faca tocou pelos seus ouvidos, ironicamente.
“Fique quieta, garotinha ele puxou a faca mais perto de seu rosto “Ou isso só vai
doer mais.”
Olhando para os seus grandes olhos, pretos, ela tinha certeza que estava olhando
nos olhos do diabo.
A lâmina de prata se aproximou mais perto de seu olho direito, até que ela estava a
poucos centímetros de sua pupila.
“Não pisque.”
Uma lágrima brotou em seu olho, tornando ainda mais difícil manter os olhos
abertos. Seu corpo começou a tremer. Ela estava indo piscar.
“Não pisque, garotinha” advertiu novamente.
A lágrima caiu, e seus olhos começaram a fechar... Deus me ajude!
No segundo que suas pálpebras trêmulas se fecharam, ela sentiu a faca fria
perfurar a pele acima de sua sobrancelha direita. Ele afundou profunda e
verdadeiramente, causando um som estridente diferente de qualquer um que já ouviu,
enchendo o ar em torno deles.
A dor só piorou quando ele arrastou a lâmina para baixo da sua pele, lenta e
dolorosamente. Em seguida, ele lançou a pressão sobre a pele, só para perfurar de volta à
direita sob seu olho e começar tudo de novo.
Seus gritos estridentes preencheram o espaço mais uma vez. No entanto, a luta em
si estava morrendo, quando ela se tornou muito fraca.
Levantando a faca, desta vez ele segurou o rosto dela de modo ríspido, silenciando
seus gritos enquanto cortou uma linha no lado direito de seus lábios.
Quando ele se afastou novamente, deixando-a respirar, a adrenalina que ela usou
para lutar, agora estava desaparecida.
Quando seu sangue escorria pelo rosto e queimava em sua pele, ela sabia que
nunca iria esquecer o sentimento, quando as lágrimas conheceram o sangue, para
queimar trilhas de lágrimas de sangue pelo seu rosto.
“Por favor, apenas me mate...” Foi difícil para ela sussurrar seu pedido pela sua voz
rouca, mas tinha que tentar, na esperança de misericórdia.
O maníaco começou a rir, enquanto ele acariciou a ponta da lâmina sobre sua pele.
“Garotinha, isso é apenas o começo.”
Fechando os olhos, outra lágrima caiu, a mistura com o sangue quente.
Misericórdia não ia ser dada hoje à noite, levando-a da esperança final. Para ser salva.
A faca perfurou sua pele mais e mais, quando ele cortou em um braço... então o
outro braço... então seu estômago. A agonia e tortura só continuaram. Com cada corte
único que foi dado, podia senti-lo reivindicá-la.
Pesadas correntes foram colocadas em seu corpo com cada marca, em sua mente
com cada risada maligna que ouvia, e em sua alma a cada vez que ela ouviu as palavras
"garotinha." As feridas eram enroladas nela, puxando mais e mais...
Os olhos começaram a piscar lentamente, ela podia sentir-se à deriva, agora que a
dor se tornou insuportável.
Sua única esperança final de ser salva do diabo. Ninguém viria para salvá-la. E se
alguém viesse, já não adiantava, era muito tarde. Para salvá-la agora, significaria que
alguém pior teria que tomar sua alma do diabo e reivindicá-la como sua própria. No
entanto, um homem como esse não deveria existir. E se ele existisse, não iria salvá-la...

*****

A menina estava começando a perder a consciência, e ela agora, traumatizada,


olhos cinzas começaram a se afastar. Era algo que ele gostava de ver, a mudança nos olhos
da pessoa de como elas eram e como ficou depois de como eles a deixaram. Era a sua
marca; como ele alegou-os.
Ele tirou a menina que ela foi uma vez e a fez como sua bela criação. Seu corpo, sua
mente e sua alma pertenciam a ele e sempre o pertenceriam... até que ele tirasse seu
último suspiro.
Seus olhos rolaram para a parte de trás de sua cabeça, antes de suas pálpebras se
fecharem.
“Boa noite, minha garotinha.”
A abertura da porta tinha chamado a sua atenção para ver o homem que empurrou
um outro para o armazém.
“Oh, Deus!” Gritou o homem, tentando chegar até a menina, mas seus homens
não iriam deixá-lo. “O que você fez com ela!” Ele gritou.
Lúcifer deslizou a faca sobre o corpo da menina inconsciente. Eu a fiz bonita.
“Eu avisei que quanto mais tempo você tomasse, mais tempo eu teria com ela,
Maxwell.”
“Minha filha... Como você pôde...? Por que você fez isso...? “ O pai da menina caiu
de joelhos.
“Esta cidade está precisando de uma mudança.” Virando-se, Lúcifer queria ver seu
rosto quando ele disse: “Dante Caruso pode ter eleito você, mas ele já não o controla. Eu
controlo. Você vai fazer tudo e qualquer coisa que eu pedir. Senão” ele apontou com a
faca para a câmera que veio a registrar todo o tempo “eu vou alegremente lembrá-lo a
quem você e sua família preciosa pertencem.” Subindo ao homem de joelhos, Lúcifer
tocou a lâmina gotejando sangue para o rosto de Maxwell. “Temos um acordo?”
Lágrimas escorreram pelo rosto de Maxwell quando ele concordou.
“Sim.”
Voltando para a menina sobre a mesa, ele a pegou, embalando-a em seus braços
enquanto ela ligeiramente começou a vir para ele.
Inclinando-se, ele sussurrou em seu ouvido:
“Eu vou ter você de novo, garotinha. Da próxima vez, eu não vou estar devolvendo-
lhe. Vou matá-la, e então você vai ser minha para sempre.”
Antes de entregar de volta a Maxwell, ele segurou a sua nova filha firmemente.
Uma filha que não pertencia a Maxwell, mas ao próprio diabo.

*****
A mente de Chloe piscou de volta à vida quando ouviu um estrondo. A dor que ela
sentia era insuportável para sua alma.
Abrindo os olhos, ela percebeu que estava nos braços de seu pai, quando ele a
levou de uma colina para os destroços de seu carro. Colocando-a no carro destruído, ele
então pegou seu telefone celular, discou três números.
Seus olhos se abriram e fecharam, vendo o carro destruído em torno dela, quando
ouviu a voz angustiada de seu pai.
“Meu nome é Maxwell Masters, e houve um terrível acidente...”

QUARENTA

A MORTE VIRIA A SEGUIR

Q uando a tela ficou preta, levou tudo no poder de Lucca para manter baixo a bile
subindo na garganta. Ele não era um homem com um estômago fraco. Ele
infligiu algumas das torturas mais doentes que você poderia ver. No entanto, foi algo
completamente diferente, quando ele teve que assistir a uma indefesa e inocente jovem
Chloe, mendigar e implorar enquanto estava sendo marcada para o resto de sua vida.
Os restos mortais já quebrados de seu coração conseguiram quebrar em pedaços
ainda menores, quando sentiu uma dor diferente de qualquer outra antes. Isso queria
quebrar até mesmo um homem tão forte quanto ele, mas não podia deixar acontecer.
Chloe viveu, e ele testemunhou isso. Agora poderia dar um pouco de seu fardo para ele,
e eles poderiam compartilhá-lo juntos.
Puxando o disco, ele se desintegrou em suas mãos. Ninguém seria capaz de ver o
seu conteúdo novamente.
O telefone tocando em sua mesa o tinha olhando para o número desconhecido.
Sal entrou com o seu laptop, em seguida, depois de ter identificado a chamada,
disse à Lucca exatamente quem estava do outro lado.
Lucca pegou e esperou por Sal dar-lhe o polegar para cima.
Sal assentiu.
Calmamente, Lucca apertou o botão de resposta e o colocou no ouvido.
“Olá, Lucca. Eu tenho algo seu “Lúcifer zombou.
Um rosnado baixo escapou da garganta de Lucca.
“Se você a machucar, eu vou te matar e qualquer outra pessoa que tenha o nome
Luciano.”
“Machucá-la? Eu preciso dela. É apenas uma questão de tempo antes que você
venha para mim, de qualquer maneira. Nós dois sabemos disso.”
Ele sabia.
“Não se preocupe; eu não vou machucá-la...” Lúcifer fez uma pausa, sua voz
tornando-se orgulhosa “...como eu fiz com sua mãe.”
A escuridão em Lucca levantou-se, sorrindo para o que estava por vir.
“Isso era tudo o que eu estava esperando.”
Com as palavras de Lucca, a linha do outro lado ficou estranhamente silenciosa
antes do click, terminando a ligação.
Lúcifer acabou de selar seu próprio destino. A única razão que manteve Lucca vivo
este longo tempo era provar que o homem teve um dedo na morte de sua mãe.
Levantando-se, ele não tinha tempo a perder.
“Vá buscar o meu cão.”
“Onde você está indo?” Sal perguntou quando ele levantou.
Sua voz era grave e escura quando respondeu:
“Vestir ”
Agora ele tinha motivos para guerra.

*****
Ele abriu a porta no último andar do hotel cassino, não esperando para ser
convidado a entrar.
Dante estava no processo de trazer um copo cheio de líquido escuro em seus
lábios, mas parou no momento em que viu seu filho entrar em seu escritório. Seus frios e
gelados, olhos azuis tornaram-se mais frios quando olhou a aparência de seu filho,
imediatamente sabendo que nada de bom estava prestes a sair da boca de Lucca.
Lucca tinha empurrado para trás seu cabelo recém-cortado, que destacava a barba
cerrada. Em seguida, ele ajustou seu terno todo preto, enquanto permanecia ameaçador
na frente de seu pai. Você podia praticamente sentir o cheiro da raiva e sede de sangue
saindo dele. Era uma visão rara e assustadora para qualquer um ver. A imagem ainda
dava pesadelos a homens crescidos.
Nunca era uma coisa boa ver Lucca vestido em um terno e gravata. Quando o bicho
papão se colocava em seu terno preto, isso sempre significava uma coisa ... A morte viria
a seguir.
“Explique” Dante exigiu.
“Você queria a prova antes de declarar a guerra...” A porta se abriu novamente, e
Sal trouxe um homem amarrado e cego. “Aqui está.”
O homem deformado e torturado, era outra visão que muitos não estavam sempre
a par. As obras-primas de Lucca eram obras de arte, e ele era um verdadeiro artista.
Inclinando-se para trás na cadeira, Dante sorriu.
“Este é o homem que invadiu o apartamento Nero, tentando chegar a Maria?”
“Sim, mas ele não estava atrás da Maria.”
Uma sobrancelha levantada.
“Então quem?”
Lucca olhou para seu cão desnutrido que estava em silêncio.
“Chloe Masters.”
“A pequena amiga assustada da namorada de Nero?”
Lucca ajustou seu terno novo, essas palavras o irritando.
“Você não vai falar sobre ela dessa forma.”
Dante viu, então.
“Você não está falando sério” ele zombou.
“Estou sério para caralho.” As palavras foram ditas em um rosnado baixo.
“Ela ainda é praticamente uma criança, Lucca.” O rosto de seu pai ficou furioso,
sabendo a gravidade de como seu filho se sentia por ela, só por olhar em seus olhos.
Dante estava confuso, o que o deixou com raiva. Lucca não expressava sentimentos em
relação a sua própria família, e muito menos a uma menina. “Você espera que ela vá ficar
ao seu lado e lide com a vida que leva? Ela é danificada e fraca.”
“Eu lhe disse para não falar sobre ela dessa forma. Da próxima vez, eu vou ter
certeza que essas palavras serão as suas últimas” o alertou uma última vez. “Ela não é
nem danificada nem fraca, e ela vai aprender a ficar ao meu lado.”
O chefe sacudiu a cabeça, tornando-se evidente que nunca iria dar a sua benção.
“Você está esquecendo alguma coisa...”
“O que, ela não é italiana?” Lucca sorriu. “Essa regra que vai acabar quando eu
tomar o seu lugar.”
“O que você acabou de dizer, porra?” Os olhos gelados de Dante o encararam.
“Você me ouviu. Estamos ficando cansados de escolher mulheres com base em
sangue.”
“Você acha que eu sou burro?” Dante bufou. “Eu sei disso, mas os membros de
nível superior nesta família deve ser sempre homens cheios de sangue italianos. Você,
mais do que todos sabe disso.”
“Nós não temos tempo para isso agora “Lucca rosnou. Ele já perdeu muito tempo
para chegar a Chloe.
Contou seu pai rapidamente, disse a ele sobre Lúcifer ser o único que fez as
cicatrizes em Chloe, que ele iria protegê-la e mantê-la em casa, Drago sendo abatido por
protegê-la, e quando Lúcifer estava agora mantendo-a cativa.
Dante ouviu a história, percebendo o quão longe no buraco do coelho seu filho
desapareceu, e tudo por uma menina.
“Meus homens não estão indo para uma guerra com você neste exato momento,
sobre alguma menina, não quando nós nem sequer sabemos se Drago ainda está vivo ou
não!” Ele levantou a sua voz, bateu na mesa, antes que ele teve a sua raiva sob controle.
“Mesmo que eu dizer-lhes isso, nós estivemos em paz durante anos. Eles não vão correr
esse risco com suas vidas. Eles iriam retaliar contra nós.”
Lucca chutou o homem cego a seus pés.
“Diga a ele por que a marcou.”
“E-e-lê queria Maxwelllll em seu bolso, para dar-lhe informações sobre você ouuu
qualquer coisa que pudesse abater.”
A fúria que Dante estava sendo segurada agora, se transformando de Lucca para
Lúcifer.
Lucca continuou a explicação por si mesmo:
“A única razão pela qual ele não tem chegado em você ainda, é porque Sal tem
enganado a ele, e Drago bloqueou-o por todos esses anos. Nós nunca soubemos que era
Lúcifer, então. Quando nós suspeitamos dele, precisávamos das provas.
“Porra.” Dante tomou um gole de sua bebida, tentando se controlar. “Temos que
pensar muito e planejar com mais cuidado ainda. Eu não estou levando meus homens
para a guerra neste exato momento, não por ela. Esse é o preço que você vai pagar por
colocá-la acima de Drago e o resto da família.”
Eu pensei que ele diria isso.
E era exatamente por isso que Lucca precisou da peça final, por que tinha que
esperar e planejar cuidadosamente, assim como seu pai disse. Caso contrário, ele teria
feito a morte de Lúcifer mais iminente.
Sua voz, assombrando, deu a ordem:
“ Sal...”
Sal apertou um botão em seu telefone.
“Não se preocupe; Eu não vou machucá-la... como eu fiz com sua mãe.”
Dante se inclinou para frente quando se levantou, seus olhos gelados prometendo
vingança.
“A família Caruso vai para a guerra. Agora.”
QUARENTA E UM

A ESCURIDÃO EM SUA FORMA


VERDADEIRA

hloe estava de volta onde tudo começou há quatro anos, no armazém frio que
C era no meio do nada. Os mesmos homens que a pegaram antes a trouxeram
aqui, com exceção de um dos três homens de Lúcifer, aquele que usou o anel de
ferradura.
Ela teve pesadelos com este momento, desde aquele primeiro dia que ele deixou-a
ir. Eu sempre soube que esse dia chegaria.
Seus pulsos e tornozelos foram amarrados com cordas apertadas. Suas mãos
constantemente se movendo, espremendo, só fez com que as cordas queimassem sua
pele.
O diabo colocou seu corpo congelado em uma cadeira que estava no meio do
edifício desolado. Quando ele olhava para ela, podia ver a vitória nos seus doentes olhos
negros.
“Eles estão aqui” um de seus homens disse ao diabo, quando ela ouviu vários
carros estacionarem a distância.
“Lucca?” A garotinha em sua impotência, sussurrou pelo único homem capaz de
salvá-la.
“Você realmente acha que ele vai te salvar?” Lúcifer puxou um longo pedaço de
tecido do bolso, antes de amarrá-lo ao redor de sua cabeça para cobrir sua boca enquanto
ela lutava contra isso. “Isso não funcionou para você da última vez, não é?”
Era uma coisa perigosa, ter esperança. Para ela, a esperança de ser salva desta vez,
quando ninguém veio para ela da última. Desta vez, porém, ela sabia agora que um
homem como Lucca existia, e o sentimento que partilhavam continuava dizendo a ela
uma palavra mais e mais. Acredite.
Lúcifer passou os dedos mais ou menos pelo seu rosto.
“Eu sonhei em começar isso novamente, desde que eu deixei-a ir. Eu esperei muito
tempo por você. Demasiado longo. Passei mal querendo você.”
Chloe respirou tão fortemente que ela pensou que o tecido que foi amarrado ao
redor de sua boca estava indo sufocá-la. Toda vez que ele a tocava, ele deixava um rastro
de fogo ardente, que continuava a queimar sua pele, incapaz de parar. Sentindo cada
toque que deixou sobre ela, a dor começou a consumi-la. Ela queria afastá-lo, mas ela
temia que água e sabão não iria corrigir isso.
Ele levou as mãos aos cabelos, agarrando-o com tanta força, que estava
praticamente arrancando os fios.
“No início, eu queria matá-la. Mas quando Lucca levou você longe de mim, eu
percebi que eu queria algo muito diferente.”
Ela não achava que era possível ver outra coisa senão o nada em seus enormes
olhos negros, mas ela viu algo diferente agora, obsessão.
Os olhos de Chloe encheram de lágrimas quando ele trouxe seu rosto mais perto
dela. Quando ela fechou os olhos, as lágrimas agrupadas caíram quando sentiu sua
repugnante língua, fria, lamber a cicatriz que estava em sua bochecha.
“Qual é a sensação de ter três homens te querendo? Eu... Lucca... Amo...” Quando
ele pronunciou o último nome, ele podia ver o choque no seu rosto. “Sim, você vai ter que
me lembrar de agradecer a Amo por me levar de volta para você. Eu poderia até mesmo
deixá-lo viver... se Lucca não o matou já.”
Outra lágrima caiu pelo seu rosto. Ela tentou puxar as mãos para longe, querendo
que a corda ao redor de seu pulso se soltasse.
“Em breve, vou ter você, minha garotinha. Eu só tenho que cuidar dos negócios em
primeiro lugar ” ele sussurrou a promessa a ela antes de soltá-la.
Foi quando a porta do armazém se abriu.
Lucca?
Homens começaram a entrar no depósito. Homens que ela nunca viu antes. Ela
rapidamente percebeu que não era Lucca ou qualquer membro da família Caruso. Estes
homens não estavam vestidos com ternos italianos e sapatos finos. A maioria deles só
estavam usando partes de um, como uma jaqueta ou calça, mas eles não eram feitos de
materiais finos. Estes homens pareciam rudes, quase como Lucca, mas com uma
qualidade diferente para eles.
Três homens se aproximaram do diabo, sendo dois deles gêmeos. Todos os três
tinham tatuagens e estavam usando vários anéis em cada uma das suas mãos. Todos eles
tinham algo neles, que a fez lembrar dele.
“O que está acontecendo, Lúcifer?” Aquele que parecia ser mais velho do que os
gêmeos, falou.
Lucifer... Esse nome lhe deu arrepios.
“Eu já lhe disse; a família está sendo ameaçada. Isso é tudo que você ou qualquer
outra pessoa precisa saber.” Sua voz subiu quando se dirigiu a todos os seus homens, e
não apenas aquele que estava diante dele, tornando-os todos dispersos em todo o edifício
para se preparar. “Cada um de vocês, porra, vai me proteger e a esta família. Não importa
o que.”
Os três pareciam céticos de Lúcifer, antes de finalmente notarem. Eles olharam
fixamente para ela por um momento, seus olhos fitando o rosto cheio de cicatrizes.
Chloe prendeu a respiração, imóvel, quando os gêmeos idênticos caminharam até
ela. Os dois então se separaram em momentos diferentes, andando em volta dela
lentamente em um círculo perfeito, olhando para ela como um falcão faz antes dele
atacar sua presa.
“Quem é esta?” Um dos gêmeos perguntou quando passou na frente dela para
caminhar em torno de suas costas.
Lúcifer sorriu maldosamente.
“Meu prêmio.”
O outro gêmeo passou em sua frente, enquanto eles continuaram a circular.
“Vamos vigiá-la para você, então. Será que vamos, Matthias?”
“Sim” Matthias concordou, sorrindo enquanto seus olhos varreram sobre seu
corpo.
Os dois eram imagens de um espelho do outro, mesmo suas tatuagens. Ela não
tinha ideia de como distingui-los.
Chloe engoliu em seco e profundamente, os olhos viajando para o terceiro cara que
falou primeiro com o diabo. Ele não tomou seu olhar penetrante nela, fazendo o corpo já
trêmulo, vibrar mais.
Ele andou perto dela agora, até que ele ficou bem na frente, olhando para baixo,
seus olhos itinerantes sobre o rosto cheio de cicatrizes. Tão perto dele, era óbvio para ela
exatamente quem ele era. A barba escondeu sua identidade de longe, mas de perto, você
não poderia esquecer o fato de que ele era filho de Lúcifer.
Quando ele entrou atrás dela, se preparou para o que ele ia fazer. Então, ela sentiu
algo quente sobre os ombros, e depois os braços.
Olhando para baixo, viu que ele colocou sua jaqueta sobre ela. Estava quente de ser
usado, e aqueceu seu corpo frio até os ossos, dando-lhe algum alívio.
Tudo o que podia ver era as costas quando ele se afastou dela, agora sem jaqueta,
até que ele retomou o seu lugar para vê-la de longe.
Ela olhou para suas mãos, torcendo seus pulsos que estavam se tornando
doloridos. Os muitos homens que enchiam a sala com suas armas, a fizeram sentir uma
forte mudança dentro de si, uma sensação que intensificou a coisa estranha entre ela e
Lucca. Isso a fez perder toda a esperança de querer que Lucca até mesmo a salvasse.
Se Lucca estavam por vir, poderia custar-lhe a vida, algo que ela não seria capaz de
viver. Não só porque ela odiaria por isso, mas porque ela agora sabia o que era estar
segura com ele.
Chloe lançou uma última lágrima. Não me salve; eu não valho a pena.
Segundos pareceram passar em minutos, minutos parecia passar em horas. Ela
continuou a sentar-se lá, seu corpo tornou-se dolorido e congelado, seus pulsos ficando
em carne viva.
Os homens no armazém só ficavam mais impacientes, enquanto Lúcifer só ficou
mais enlouquecido. Enquanto isso, os três homens continuavam a observá-la, os gêmeos
continuavam a circular em torno dela, como um relógio lento e quebrado, quando o
tempo se arrastou por diante.
Chloe podia sentir a energia dos homens mudarem na sala, um por um, quando o
som de carros começou a rugir mais perto, faróis iluminando o sombrio armazém
abandonado.
Olhando para os pulsos dela, ela podia ver filetes de sangue fluindo.
Os gêmeos estavam de cada lado dela agora, mais perto do que estava, quando
Lúcifer veio para ficar atrás.
Todos os homens parados ao redor do prédio, apontando suas armas para a porta
maciça, com o filho de Lúcifer em pé na frente da linha.
“Vocês vão aguardar as minhas ordens. Esperei muitos anos por este momento”
Lúcifer orgulhosamente ordenou. “Hoje é o dia em que nos levará de volta a nossa
cidade.”
A porta se abriu, revelando muitos homens de corte limpo em ternos italianos.
Lágrimas encheram os olhos. Ela já podia sentir a perda dele. Lucca, não!
Suspiros enchiam o ar e os homens de Lúcifer começaram a recuar. Alguns deles
estavam praticamente morrendo de medo.
“Os Carusos! Você não nos disse que seriam eles!” Foi ouvido ao redor da sala
vaias, sussurros.
Os intimidantes ternos se dividiram, tendo diferentes lados da sala.
Seus olhos se arregalaram quando ela viu Nero, Vincent e Amo, de pé no meio.
Eles pareciam diferentes para ela. Mais fortes, mais velhos, mais assustadores. Eles nem
sequer pareciam como eles.
Quando seus olhos pousaram sobre Amo, ela podia ver a dor em si, e o
arrependimento que sentia por colocá-la aqui.
Quando os três se dividiram, eles revelaram Sal, que estava segurando uma
corrente em sua mão que levava a um homem que já não parecia humano. Ele era apenas
pele e ossos, coberto de sujeira, queimaduras, e novas e velhas feridas.
Ela e os Lucianos encararam com a sensação de que o conhecia, mas o seu cabelo
emaranhado e os olhos desfigurados tornou difícil para eles dizerem quem era, até
atingi-los todos de uma vez.
“Puta merda.” Todos os homens deram um passo para trás.
Ela pensou que ia vomitar se olha-se pra ele novamente, vendo que o dedo que já
usou seu anel de ouro com a ferradura, não existia mais...
Ela sabia exatamente quem tinha acontecido.
Quando Sal empurrou o homem torturado até os joelhos, a respiração de Chloe
congelou com seu corpo, não pensando que era possível sentir qualquer coisa do que ela
sentiu, antes que seus olhos azuis-esverdeados encontraram os dela.
Lucca...?
Seus olhos percorreram sobre ele, nunca antes viu-o assim. Cabelo e barba de
Lucca foram cortados, e cada parte da roupa que ele usava, era tão negra como a noite.
Sua aparência áspera se foi agora. Em seu lugar, estava algo mais ameaçador, assustador
e mortal. Esta era a escuridão em sua verdadeira forma. O bicho papão.
Eu estou indo para salvá-la, querida, sua voz sussurrou pela sua mente quando seus
olhos se encontraram. Tudo ficará bem.
O sentimento que partilhavam ficou mais forte, envolvendo-a e protegendo-a.
Esperado quatro longos anos por este momento, para o momento em que ela finalmente
iria sentir-se... salva.
QUARENTA E DOIS

UM PODER QUE IA ALÉM DESTE MUNDO


OU QUALQUER OUTRO

ma única arma estava no lado Caruso e era na mão de Lucca, apontando-a para
U baixo sobre o crânio do homem torturado.
Chloe segurou seus olhos em Lucca, demasiado medo de olhar para longe dele,
sentindo-se mais segura com o seu olhar sobre o seu.
“Onde está Dante?” Lúcifer cuspiu atrás dela.
Três homens vieram de trás dos outros homens; a mesma visão que Nero, Vincent
e Amo, exceto que mais velhos. Dante ficou entre Vinny e Enzo, os três homens
protegidos por seus filhos e os outros soldados.
“Eu estou disposto a dar-lhe uma chance, Luciano” Dante falou com autoridade e
confiança. “Troco seu homem pela menina. Sem que sangue tenha que ser derramado.”
Seus olhos foram sobre todos os seus filhos e, em seguida, sua família. “Nós dois temos
muito a perder aqui.”
“Quando você se tornou covarde, Dante?” Lúcifer riu. “Eu destruí sua esposa, a
matei, e está disposto a deixar-me ir embora? Você é uma vergonha para esta cidade.”
Eu sinto muito. Olhando nos olhos de Lucca, seu coração se partiu por ele. O
homem que roubou sua alma, era responsável por roubar sua mãe.
O sentimento e vínculo entre eles fazia mais sentido.
Dante flexionou sua mandíbula, dando um passo para a frente, sua voz se
tornando mais poderosa quando ele disse:
“A menina por seu homem, Luciano.”
Lúcifer pôs as mãos nos ombros de Chloe, apertando-a com dureza.
“O que você quer com ela? Ela não é nada para você, nem pertence a nenhum
Caruso.” Ele moveu uma de suas mãos, deslizando um dedo pela cicatriz sobre seu olho.
“Ela tem a minha marca. Ela pertence a mim e só a mim.”
O toque do diabo a queimou, mas seus olhos ainda não desistiram, encontrando
força nos olhos azuis-esverdeados que não se moveram dela.
“Você a tirou da minha casa, da minha proteção e do meu filho.” Dante fez uma
pausa, os olhos azul-gelo esfriando. “Ela pertence a Lucca.”
Um medo rastejando e pulsando dos homens Luciano encheu o ar no segundo que
ele disse o nome de Lucca. Todos deram um passo para longe dela, não querendo ficar
perto. Os únicos que não se moveram, foram Lúcifer e os gêmeos.
“Não! Ela é minha!” Lúcifer gritou.
“Chloe é minha” uma voz baixa e letal encheu o espaço, batendo os ouvidos de
todos os seres vivos aqui, até que seu sangue gelou, sussurrando mais e mais em todas as
suas mentes. “A dê para mim agora, ou eu vou explodir os malditos miolos.” Ele
empurrou o cano da arma contra a cabeça do homem, enquanto o homem se ajoelhava,
imóvel.
“Não há muito deixado nele. É melhor morto.” Lúcifer riu. “Ele não serve para
nada mais para mim, se ele não consegue segurar seu precioso corpo.”
POP.
Lucca puxou o gatilho e o corpo caiu para a frente no chão.
Mantenha-os em mim, seus olhos lhe disseram quando ela saltou por causa do
barulho.
“Mate-os!” Lúcifer exigiu.
A sala ficou em silêncio. Os homens de Lúcifer olhavam um para o outro, tentando
decidir o que fazer.
“O que vocês estão fazendo? Mate-os!” Lúcifer loucamente gritou de novo, tirando
as mãos de Chloe para fazer repetir e olhar em volta para os seus homens. Quando o fez,
os gêmeos se aproximaram dela.
O filho de Lúcifer, que estava na frente, ainda não tinha se movido. Ele
simplesmente manteve os olhos em Dante. Mas agora, ele finalmente moveu-os para
Lucca.
“Ela é sua?”
“Ela é minha” Lucca disse a ele com certeza.
“Fique de lado, Dominic. Tomemos aqueles que devem ser responsabilizados pelos
seus crimes e ninguém mais terá que morrer...” Dante fez uma pausa “hoje.”
“EU DISSE MATE-OS!” Lúcifer estava ficando perturbado agora.
O peito de Chloe subia e descia com a força de sua respiração, enquanto todos os
outros Lucianos esperaram para ver o que Dominic faria.
Dominic removeu lentamente sua arma, dando um passo para o lado. O ar parecia
que foi sugado da sala. Em seguida, todos eles seguiram o exemplo, deixando cair suas
armas no chão e caminharam para a lateral. Você poderia praticamente tocar a mudança
de poder de Lúcifer para Dominic, de pai para filho. Agora, o ar que foi sugado do local,
devolvido em um assobio que parecia diferente.
Um Lúcifer atordoado e enlouquecido foi para a faca antes de ir direto para Chloe.
Os gêmeos imediatamente agarraram-no, puxando-o para trás e para longe dela.
Isso finalmente atingiu Chloe, então. Eles estavam me protegendo... esse tempo todo.
Lucca deu um passo adiante, então, o único em movimento no armazém, que vinha
em sua direção. Os Carusos seguiram atrás dele com cada passo que dava a ela.
Enquanto os olhos azuis-esverdeados do bicho papão chegavam mais perto, ela
tentou sair de suas amarras, lágrimas caindo dos olhos.
Quando ele puxou a faca, ela não se moveu uma polegada. Nem mesmo os olhos
dela se mudou dos seus, quando ele a trouxe perto de seu rosto, cortando o tecido
enrolado em seu rosto e na cabeça, deixando-o cair no chão. Em seguida, o bicho papão
caiu de joelhos na frente dela, cortando a corda de seus tornozelos.
Seu coração estava bombeando fora do peito, as lágrimas ainda caindo, quando ele
finalmente e cuidadosamente cortou a corda sangrenta que ligou os pulsos.
Havia essa fração de segundo, um momento no tempo que certamente ficou
parado. Um momento tão poderoso, que estava parado por uma força igualmente
poderosa, quando os dois se olharam nos olhos um do outro. Apenas os dois sabiam o
que ia acontecer a seguir, o que eles estavam pensando, como estavam se sentindo. Era
um poder que ia além deste mundo ou qualquer outro.
Quando o tempo retornou, Chloe, que teria uma vez fugido com medo do perigo
por estar tão perto dela, abriu os braços e saltou para cima do bicho papão que se
ajoelhava diante dela.
Foi lindo.
“Você me salvou.” Ela começou a chorar em seu peito.
“Eu prometi salvar você, querida.” Lucca a abraçou com força, apertado. “Eu
sempre vou te salvar.”
Pegando-a e embalando-a, ele se levantou com ela agarrada a ele, mantendo os
olhos fechados e seu rosto pressionado em seu pescoço, quando luta e gritos
substituíram a beleza de seu reencontro, com horror.
Ela nunca viu o momento em que Sal decidiu o destino dos homens aterrorizados,
por um simples ponto em seu dedo.
Ela nunca viu o verdadeiro desgosto real no rosto de Amo, quando ele teve que
assistir Lucca passar por ele, carregando a garota que amava.
Ela nunca viu o olhar assustador que Lucca deu a Amo, prometendo fazer
verdadeira a ameaça que ele lhe dera.
Chloe nunca viu o momento exato em que ela finalmente foi salva, era o momento
exato em que Lucca foi salvo de seus próprios pesadelos.
QUARENTA E TRÊS

UMA ALMA QUE SÓ PODERIA SER


DEVOLVIDA A ELA, POR ELE

ucca a fez subir os degraus e entrar na casa, passando o batente da porta, onde
L o sangue de Drago ainda manchava os pisos.
“Ele está...?” Chloe engoliu em seco, incapaz de dizer as palavras.
“Vamos falar sobre isso mais tarde, querida.” Segurando-a mais apertado, ele
começou a subir os degraus.
Ela fechou os olhos, colocando o rosto na curva do seu pescoço, pernas e braços
apertados ao redor dele. Drago deu sua vida pela dela, algo que eu nunca, nunca serei capaz
de pagar.
Chegando ao topo da escada, ele alisou a mão em suas costas, tentando confortá-la,
enquanto ele a levava para o seu quarto, passando para o banheiro, onde ele a colocou
sobre o balcão entre as duas pias. Quando ele estava entre suas pernas, Chloe manteve os
olhos no seu peito.
A suavidade nele pareceu desaparecer, quando ele olhou por cima do seu corpo
desgrenhado, tirando o paletó preto de seus ombros.
“Ele machucou você?
“N-não.” Ela achou Lucca um pouco assustador. A escuridão nele tinha ainda que
ser acalmada. “E-eu fiz isso a mim mesma” disse ela quando ele puxou as mangas,
expondo a pele crua e machucada em seus pulsos.
“Ele tocou em você em qualquer lugar que eu precise saber?” Lucca rosnou, sua
possessividade aparecendo.
Sabendo o que ele quis dizer com isso, ela balançou a cabeça, esperando que sua
resposta iria facilitar-lhe apenas um pouco e espantar a escuridão. No entanto, enquanto
ela olhava para seu colo, ainda podia sentir as trilhas de fogo onde o diabo lhe tocou.
Lucca colocou um dedo sob o queixo, levantando a cabeça e fazendo-a olhar para
ele.
“O que é isso?”
“E-e-eu ainda sinto-o” ela confessou. Em cima de mim.
Ele se afastou dela, em seguida e ela não sabia se sua confissão o machucou ou se o
deixou mais furioso.
Deixando-a sobre o balcão, ele foi para o chuveiro de vidro e ligou a água antes de
ir de volta para ela. Em seguida, ele a puxou para fora do balcão e a seus pés, dizendo-lhe:
“Você vai me deixar ajudá-la?”
“O-o que?” Ela ficou nervosa, o que fez seu corpo tremer. Ela sentiu como se sua
pele congelada, que finalmente estava começando a aquecer, apenas voltou a sensação de
mergulhar em gelo de novo.
“Eu não vou tocar sua pele, nem vou acompanhá-la, mesmo que isso mate-me.”
Houve ligeira dor em sua voz de comando. “Mas você vai me deixar ajudá-la a se despir e
vestir. Eu não posso sair do seu lado agora, Chloe. Eu só não posso.”
Eu não quero que você saia. Ela não podia não estar com ele também, não depois do
que aconteceu. Lentamente, ela balançou a cabeça.
Quando Lucca pegou a bainha de sua camiseta, gentilmente removeu-a do seu
corpo, seus olhos foram diretamente para as cicatrizes em seus braços. Então, ele olhou
sobre as que estavam em seu estômago, que ele não viu antes.
Mesmo que ela não fosse capaz de olhar em seus olhos, ela podia sentir o quanto
ele estava faminto.
Quando ele foi para retirar a parte de trás de seu sutiã preto, ela ficou cada vez
mais nervosa. As cicatrizes em seu corpo não eram sua única insegurança. Seu corpo
amadureceu cedo, ter uma figura feminina em uma idade jovem, que nunca foi capaz de
esconder. Sua baixa estatura não ajuda; ela era só exagerada em seus quadris e seios.
Assim que o sutiã caiu, ela cobriu os seios grandes com os braços, tornando-se
embaraçada. Por que estou fazendo isso? A parte antiga dela queria correr, enquanto o novo
lado não iria deixá-la fazer isso.
Lucca podia vê-la tentando adivinhar e não perdeu mais tempo. Ele foi até a cós
dos jeans pretos ao redor dos quadris, removeu-os, e sua roupa de baixo fina
completamente.
“Chuveiro” ele bruscamente ordenou.
Ela correu para a segurança do chuveiro, enquanto controlava-se, tentando não
morrer de vergonha. Quando ela fechou a porta do box atrás dela, o calor úmido do ar
deu-lhe mais privacidade.
No segundo em que a água atingiu sua pele, ela sentiu como se pudesse derreter.
Era tão quente, aquecendo o corpo que estava congelado por horas.
Lucca não se moveu uma polegada de seu lugar, seus olhos nunca deixando sua
silhueta atrás da porta de vidro do chuveiro.
“Limpe seus pulsos.”
Ouvindo seu comando, ela segurou os pulsos sob a água, observando o sangue
escorrer, e como a água ficou ligeiramente vermelha antes de ser apagada. Então, ela
pegou o sabonete líquido e colocou um pouco em suas mãos, ensaboando o seu corpo e
tentando ter cuidado para não machucá-lo mais.
Virando-se para deixar a água correr pelas costas e os cabelos, ela viu Lucca através
do vidro e congelou no lugar. Era evidente pelos seus olhos totalmente azuis, que estava
em agonia. Chloe podia ver o quanto ele odiava não poder estar junto dela. Estava tão
ruim que parecia que estava prestes a pular aqui a qualquer segundo.
De repente, com medo de que ele iria, Chloe rapidamente tentou terminar,
colocando um pouco de xampu no cabelo dela e enxaguando-o. Em seguida, ela
derramou um pouco mais de sabonete na mão e esfregou o rosto, onde Lúcifer a tocou
mais.
Saia, saia, saia. O sentimento dele lambendo seu rosto ainda persistia, mas com
cada lavagem do sabonete de Lucca, a sensação persistente desapareceu, substituindo o
toque do diabo com o intoxicante cheiro limpo de menta de Lucca.
Quando teve certeza de que os germes do diabo já não estavam sobre ela, desligou
a água quente e abriu a porta do chuveiro para agarrar a toalha pendurada. Então, ela
rapidamente envolveu ao redor de seu corpo.
Lucca ainda não se moveu.
“Venha aqui” ordenou.
Abraçando a toalha em torno dela, trêmula, caminhou de volta para ele, seu peito
fortemente subindo e descendo.
Quando ele estendeu a mão, ela não sabia o que esperar; tudo o que sabia, era que
completamente e sem dúvida, confiava nele.
Lucca foi buscá-la, colocando-a de volta no balcão. Então, ele pegou estojo de
primeiro socorro de debaixo da pia, suprimentos para os curativos em seus pulsos.
Enquanto ele começou o processo de cuidar de seus pulsos, era difícil para Chloe
olhar para ele. A dor da luta contra a parte de trás da escuridão era tão visível sobre ele. E
pelo momento em que ele a tinha enfaixado completamente, estava matando-a vê-lo
assim.
“Eu-eu sinto muito” ela sussurrou. “E-eu gostaria de poder, m-mas...”
“Eu quero você para caralho, querida.” Ele se inclinou, descansando a cabeça sobre
a dela enquanto ele suavizou. “Mas eu sei que você não está pronta. Esperei mais de oito
meses por você, e eu vou esperar para sempre se isso for o que é preciso.”
Uma única lágrima escapou de seu olho, sentindo as emoções dele por ela mesma.
Ela colocou os braços em volta do pescoço e moveu a cabeça, posicionando seu
rosto para que ele a beijasse.
Lucca olhou para ela, enxugando as lágrimas.
“Eu nunca vi você chorar antes. Nem mesmo quando você gritava em seu sono.”
“E-eu não choro. Eu pensei que todas as minhas lágrimas secaram. Na realidade,
elas apenas secaram para serem iniciadas novamente. Elas precisavam de um motivo
para serem feitas.”
Inclinando-se mais perto, ele reivindicou seus lábios macios com o seu, levanto ao
um beijo apaixonado que definitivamente não era como os outros. Esse beijo aqueceu-a
por dentro, da barriga até a sua feminilidade, quando ele a puxou mais perto. A
respiração sincronizada, tanto deles perderam-se um no outro.
“Abra” Lucca retumbou sobre os lábios quando ela não estava recebendo a dica de
sua língua.
Separando os lábios, ela deixou sua língua entrar, criando uma sensação nova, que
nunca experimentou antes. Ela sentiu que não durou quase tempo suficiente, quando ele
afastou os lábios.
Movendo o cabelo molhado para atrás das costas, ele colocou beijos leves de seu
queixo até seu pescoço, sua língua pegando as gotas de água no caminho.
Chloe em silêncio gemeu quando ele lambeu uma parte sensível em seu pescoço.
Ela estava queimando agora.
De repente, ele parou e pegou-a no colo, segurando-a pelo seu traseiro cheio de
curvas, enquanto a levava para o quarto antes de colocá-la na beira da cama.
Emoções diferentes bateram nela – da confusão para necessidade para
preocupação – quando ele se levantou do perigo, com fome.
“Eu tenho que parar. Caso contrário, não haverá sempre, se você precisar dele” ele
esforçou-se para sair.
Os olhos dela se arregalaram, percebendo que estava brincando com fogo.
Ele, então, às pressas foi para suas gavetas, pegando uma de suas camisas, em
seguida, retornando à sua frente.
“Remova a toalha” ele falou, olhando para ela.
Mordendo o lábio, seu corpo obedeceu, separando a toalha e deixando-a cair na
cama, dando-lhe uma visão completa de seus seios grandes.
Lucca colocou a camisa sobre a cabeça e para seu peito vagarosamente, enquanto
ela levantou os braços. Os nós dos dedos levemente roçaram seus mamilos pontiagudos,
tão rápido que ela não tinha certeza se aconteceu ou não.
O desejo ainda estava lá. A escuridão ao lado da superfície. Ele era um homem
perigoso, mais ainda esta noite, mas ela ainda se encontrou segura na presença do bicho
papão.
Ele é tão bonito, ela pensou, olhando para o homem assombroso que estava vendo
vestido com um terno completo pela primeira vez. De alguma forma, o fez
extraordinariamente mais bonito. Era uma coisa perigosa e assustadora para um homem
com sua aparência, se parecer com isso.
“Você está encarando, querida.” Alertou ele, ainda tentando acalmar-se para não
tocá-la.
Ela corou, rapidamente desviando o olhar.
“Eu-eu sinto muito. Eu apenas nunca vi você em um terno antes.”
“Você gostou?” Ele perguntou, colocando a mão sobre a garganta para levá-la a
olhar para trás.
“S-sim” ela nervosamente admitiu, mesmo que o fazia parecer mais assustador e
mais intimidante.
“Eu acho que vou ter de usá-lo mais vezes para você, então.”
Isso enviou outra chama de calor para aquecer seu corpo. Seus olhos percorreram
mais de sua aparência limpa, ou mais limpa, o que era Ele ainda tinha uma barba, ao
contrário do resto da família; e seu cabelo castanho escuro poderia estar mais curto,
principalmente nas laterais, mas ainda era tão selvagem, mesmo quando ele deslizava de
volta.
“Você aparou a sua barba e cortou o seu cabelo, também.”
Ele sorriu, sua mão ainda firmemente enrolada em seu pescoço.
“Você gosta disso também, querida?”
Isso foi difícil de decidir, uma vez que era mais permanente do que colocar uma
roupa. Ele era bonito, não importa qual o comprimento da barba e cabelos eram. Ele
apenas deu-lhe um efeito diferente.
“Eu gosto tanto deste comprimento quanto era antes.” Ela lambeu o lábio inferior,
um pouco nervosa para dizer a próxima parte. “Você é muito bonito de qualquer
maneira.”
Pelo sorriso malicioso no rosto, ela tinha certeza de que não era algo que ele não
sabia.
Ele colocou um beijo rápido nos lábios, antes dele empurrar delicadamente sua
garganta, na grande cama.
“Deita na cama antes que eu mude de ideia.”
Ela estava brincando com o perigo, ela rapidamente ficou debaixo das cobertas,
puxando o material grosso em volta dela, enquanto descansou de volta na cama. Foi um
tempo muito longo, dia doloroso, e tudo bateu o quão cansada que estava.
Quando ele começou a se afastar, ela sentou-se no meio do caminho.
“O-onde você está indo...”
“Eu só vou me trocar. Eu não vou deixar você, querida.”
Relaxando de volta, observou-o ir ao seu armário novamente. Ela não foi capaz de
desviar o olhar quando ele tirou a gravata preta, em seguida, começou a desabotoar sua
camisa. Sua pele italiana bronzeada brilhava na sala mal iluminada, com destaque para
os músculos por todo o corpo.
Lucca tinha o tipo de corpo que cada mulher desejava, e todo homem sonhava em
ter. Seus braços, peito, ombros e parte superior das costas eram a maior parte dele, uma
cintura afilada que tinha um forte abdome. Ela teve uma dica do que ele poderia parecer
embaixo, apenas com base em suas camisas pretas que envolviam a parte de cima dele,
mas nunca em seus sonhos mais selvagens, ela pensou que ele teria sido tão perfeito,
como ela estava vendo agora. Tudo sobre ele realmente deixava os outros homens
envergonhados; como sua parte inferior. Lucca nasceu exatamente onde ele pertencia. O
rei de Kansas City.
Virando a cabeça quando ele foi para remover as calças, puxou o edredom com ela
apertado e fechou os olhos, tentando não imaginar o rosto do diabo em sua mente. Ela
ficou lá como que por alguns minutos, até que a cama se moveu e braços fortes a
puxaram para um corpo duro e quente. A pele que sentia era alarmante, fazendo-a
afastar-se ao ver que era seu peito nu.
Lucca segurou-a firmemente, trazendo-a de volta para ele.
“Eu não estou nu, querida, mas eu não vou vestir qualquer camisa.”
Agora que ela podia sentir o material de espessura cobrindo sua metade inferior,
ela relaxou de volta para ele, mas ainda rigidamente. Era estranho ser abraçada assim,
sentindo sua pele toda sobre ela, mas também era estranhamente agradável.
Ambos os corpos mantinham aroma mentolado entre eles, fazendo-a derreter. Ela,
honestamente, sentiu que não poderia obter o suficiente desse cheiro. Ele a chamava,
acalmando-a.
Quanto mais tempo ela se deitava com ele assim, abraçada contra seu peito, mais
rapidamente as trilhas de onde o diabo a tinha tocado começaram a desaparecer. A
memória, no entanto, manteve-se muito lá, enviando um arrepio pelo seu corpo.
“V-Você sabia que foi ele quem...?” Matou sua mãe.
Ele acariciou suas costas.
“Sim, eu sempre tive a sensação de que ele tinha algo a ver com a morte dela, mas
eu nunca pude provar isso.”
“Sinto m-muito.” Ela pressionou mais perto dele, sabendo como Lucca se sentia
sobre sua mãe, embora ele nunca disse isso. “Sinto muito que você teve que esperar tanto
tempo.”
Sua voz ficou sombria.
“Eu consegui isso agora, e isso é tudo que importa.”
Tremendo com suas palavras, seu cabelo ficou em pé, pensando sobre o destino
miserável do diabo. Isso também a confortou, saber que ele não seria capaz de tocá-la
novamente.
Começando a cair no sono, os pesadelos não eram tão duros enquanto estava em
seus braços, mas ela ainda podia senti-los vindo para ela, silenciosamente atormentá-la.
Mesmo que o destino do diabo foi fatal, ela só queria que sua alma tivesse sido
posta em liberdade ...

*****

Todas as noites, durante semanas, Lucca sempre tivera o mesmo pesadelo quando
ele fechava os olhos...
Lucca podia sentir que isso de repente o atingiu. Era como uma mudança na direção do
vento, a sensação de medo que algo terrível estava prestes a acontecer.
Seus olhos foram para ela, sabendo que sentiu, também. O olhar de puro terror no rosto de
Chloe quando os tiros soaram pelo shopping, iria persegui-lo até o dia em que morresse.
Ele estava tão perto, mas tão longe dela novamente. As pessoas correndo por ele, não iria
deixá-lo passar para chegar até ela. Não importa o quanto ele tentou lutar com a onda do que
parecia ser milhares de pessoas, ele ainda era apenas um homem.
Ela não estava se movendo. Ela precisava mo...
“Chloe!” Ele destacou a voz de Amo através do caos.
Ele e Amo situaram-se em distâncias iguais, distâncias iguais longe dela. Os três fizeram
um triângulo, com ela no topo.
Ele lutou com mais força contra a onda, enquanto a observava dar um pequeno passo em
direção a Amo. Ele precisava dela se movendo mais rápido e para ele, sabendo que iria tomar a
bala por ela se fosse preciso.
“Chloe, se mova!”
Quando ela deu um passo de novo, desta vez em direção a ele, seu coração bateu em seu
peito, sentindo-se como se fosse sincronizado com o dela. É isso aí, baby, venha a mim.
“Desta forma, Chloe!” A voz de Amo cortou novamente.
Não! "Para mim, Chloe!" Ele precisava dela. Ela precisava dele. Ele tinha que segurá-la.
Tinha que salvá-la. Sonhou com este momento por meses.
Se ele a visse ir embora com Amo, mais uma vez, ele não sabia se seria capaz de lidar com
isso, não por uma segunda vez.
Lucca podia ver a indecisão em seu rosto, a escolha diante dela. Assustava-o para caralho
o pensamento de que ela iria escolher Amo, sabendo que seria a pessoa errada. Sua alma e de
Chloe estavam amarradas juntas, girando em uma só. Ele só esperava que ela pudesse sentir
isso.
Venha a mim e deixe-me te salvar. Eu te amo, Chloe.
Quando ele a viu se movimentando em direção a ele, poderia ter chorado. Ela sentiu-o!
Em seguida, ele observou a mudança de alguma coisa quando ela olhou nos olhos dele.
Medo. Medo dele.
Sentiu-se começando a perder quando ela olhou para Amo. Era como se o tempo tivesse
congelado, enquanto observava em câmera lenta enquanto ela correu para o que ela escolheu.
Não houve desgosto neste mundo, em comparação ao seu, quando ela pulou nos braços de
outro homem. Aquele que não pertence a ela. Aquele que nunca poderia amá-la do jeito que ele
amava. Aquele que nunca realmente salvou-a, porque ele nem sabia que sua alma já não
pertencia a ela. Uma alma que só poderia ser devolvida a ela, por ele...
Segurando-a agora, ele podia fechar os olhos sem os pesadelos, sabendo que ela
tinha, finalmente, o escolhido. Sabendo que sua alma estava finalmente em sua posse.
Ele só tinha que esperar até que ela estivesse pronta, até que ela estivesse pronta para
aceitar totalmente o que ela sempre foi destinada a ser. Dele.
QUARENTA E QUATRO

O QUE VOCÊ PLANTA, VOCÊ COLHERÁ

ogue o cigarro fora, Lucca.” Dante ordenou, irritado com o cheiro. Eles vieram
“J a discutir o destino da família Luciano, e ele já estava furioso o suficiente como
estava.
Lucca jogou as cinzas de seu cigarro, ignorando a ordem.
A mandíbula de Dante flexionou quando acenou com a mão na frente do rosto
para tirar a fumaça.
Uma breve batida na porta interrompeu a competição de olhar fixamente entre os
dois homens. O conselho chegou.
Vinny esperou até que a porta se fechasse atrás dele para dizer:
“Os Lucianos solicitaram uma reunião.”
Dante tomou um gole de seu copo, sua atitude implacável.
O conselho conhecia seu patrão muito bem.
“Acho que devemos ouvir o que eles têm a dizer. Se a guerra é inevitável, então que
assim seja, mas se ela pode ser evitada pelos Lucianos fazerem as pazes, não devemos,
pelo menos, ouvir a sua oferta?
“Não” o olhar impiedoso de seu pai mudou-se para Lucca. “Se ela não estivesse lá,
eu teria virado aquele lugar do avesso.”
Quer dizer, se eu não me importasse com ela. Tendo um sucesso maior, ele soprou a
nuvem de fumaça na direção de seu pai.
“Podemos ganhar a guerra, mas haverá custos. Certifique-se de que você está
disposto a pagar esse preço, Dante.” Vinny disse a ele com finalidade.
Lucca colocou o cigarro no cinzeiro.
“Eu digo que nós ouviremos o que eles têm a dizer.”
Depois de alguns momentos e alguns goles mais, Dante abruptamente acenou
com a cabeça.
Vinny abriu a porta, deixando os três Lucianos entrarem. Pelo menos eles foram
espertos o suficiente para manter os seus olhos para baixo e respeitosamente curvaram a
cabeça a seu pai, enquanto os olhos gelados de Dante perfuraram cada uma de suas
almas.
“Sr. Caruso, estamos aqui para pedir o seu perdão.” Dominic deu um passo em
direção à mesa, parecendo mais despenteado do que o habitual, o que não estava dizendo
muito. Seu cabelo castanho estava confuso, como se tivesse passado os dedos por eles
várias vezes, a barba escura que disfarçava normalmente com sucesso sua expressão
sinistra única acentuada, e suas tatuagens sob sua camisa com decote V, mostrava
duramente contra sua pele morena.
Todos os três homens pareceram como se não tivessem dormido.
Angel e Matthias estavam com as mãos em seus bolsos da jaqueta, ambos com
expressões de pedra. Lucca sabia que o seu orgulho estava sofrendo por ter que ouvir
Dominic vir pedir Dante por suas vidas.
“Por que eu deveria dar-lhe? Seu pai quebrou o contrato para manter a paz entre
nossas famílias.” Dante bateu com o punho em sua mesa, fazendo com que as cinzas do
cigarro no cinzeiro voassem para o ar. “Ele matou a minha mulher!”
Dominic agora olhou nos olhos frios.
“Não tínhamos conheci...”
“Eu não dou a mínima!” Dante interrompeu. “Lúcifer e seus homens também
invadiram a minha casa, tomou algo que pertencia aos Carusos e quase matou um dos
meus melhores homens, que ainda está lutando por sua vida. Seu pai não teria dado a
mesma consideração para os meus filhos, à minha família!” A ferocidade em suas
profundezas cresceram, juntamente com o desgosto em seu rosto. “Ele nem sequer se
importou se Sal morreria tentando me defender. Um filho que ele não quis reclamar por
causa do embaraço de comer uma prostituta drogada, mesmo que o nome da família
Luciano estivesse se extinguindo. Mas por que não estou surpreso? Se ele não se
importava que Sal estava morrendo de fome nas ruas quando ele era criança, por que ele
daria a mínima quando Sal estava sendo cuidado?”
Sentado em silêncio, Lucca pegou o isqueiro e começou a abri-lo e fechá-lo. Eles
nunca falaria sobre Lúcifer ser o pai biológico de Sal, nem mesmo o próprio Sal. Ele só
ouviu Dante falar sobre isso uma vez.
“Meu pai lamentou sua decisão de não reivindicar Sal, mas já era tarde demais.
Você já tinha tomado-o. Angel, Matthias e eu nunca concordamos com a decisão do nosso
pai de não reivindicar Sal como seu filho. Éramos apenas soldados treinados para
obedecer às suas ordens. Lealdade de Lúcifer era segurada através do medo, você segura
a lealdade através do respeito. Sal estava melhor nas ruas do que estar sob o controle de
nosso pai.”
Dante se recostou na cadeira, suas orelhas, aparentemente, tentando ouvir.
“Como você e seus irmãos estavam?”
“Sim. Lúcifer não era um homem fácil de se conviver, e muito menos ter como um
pai.” A face sombria de Dominic mostrou que esta não foi a primeira vez que ele
implorou pela vida dele e de seus irmãos.
“Você está tentando ganhar minha simpatia? Os Lucianos pediram misericórdia
uma vez para não ter seu nome apagado. Seu pai foi deixado vivo para continuar o nome
e ele traiu a família Caruso, não uma, mas duas vezes.”
Dominic sacudiu a cabeça.
“Nós não estamos em uma guerra. As guerras têm dois lados.”
“Você está me dizendo que os Lucianos não vingarão Lúcifer e seus homens?”
Dominic deu uma sarcástica, quase demoníaca, risada.
“Vingá-los? Você nos fez um favor.”
Lucca olhou para o seu Zippo.
“Se você queria o seu pai morto, por que não fazer por si mesmo?”
“Lúcifer sabia que eu o odiava. Eu queria vê-lo morto, mas não à custa de uma das
vidas dos meus irmãos. Ele teve o cuidado de manter sempre um dos gêmeos ao lado de
alguém que confiava, alguém que não hesitaria em colocar uma bala em sua cabeça.”
“Ele não confiava em você?” Lucca olhou nos olhos de Dominic para ver se ele
estava mentindo.
“Não, Lúcifer não confiava em qualquer um de seus filhos. Ele usou o nome de
Luciano como um açougueiro e destruiu qualquer um que estava em seu caminho,
mesmo à custa da sua própria família. Você não foi o único a matar os Lucianos.
Ninguém estava a salvo dele. Ele não era a melhor escolha para liderar a nossa família.
Os poucos de nós que fomos deixados, queremos paz e reconstruir o nosso nome.”
Vinny moveu ao lado da mesa de Dante para ficar na frente, o conselho assumindo
a conversa.
“E qual Luciano foi escolhido para liderar?”
O olhar de Dominic não vacilou.
“Eu.”
Vinny e Dante compartilharam um longo olhar, mas foi Vinny que disse:
“Você pode levar o nome, mas eles vão aceitá-lo?”
“Eles já aceitaram.” Dominic olhou para os dois homens mais velhos com
arrogância. “Eles vão me seguir; Eu vou ter certeza disso.”
“O que você propõe para aliviar a raiva de Dante?” Perguntou Vinny.
“Os Lucianos vão desistir de outro quarto de nossos lucros até que você julgue
oportuno voltar ao contrato original.”
Vinny não se voltou para Dante para ver se concordava. Ele sabia, bem como Lucca,
que a oferta ridícula não impediria a ira de seu pai.
“Metade.” Vinny aumentou a oferta de Dominic para uma que ia doer.
Dominic acentuadamente acenou com a cabeça, sua resposta rápida, mostrando
que ele esperava que sua oferta baixa fosse recusada.
Vinny não se tornou conselheiro de Dante por ser um idiota. Seu olhar afiado
observou a expressão de Dominic, quando ele deixou cair a próxima bomba.
“Os homens Luciano precisam de ajuda para reconstruir suas linhagens. O sangue
italiano que atravessa o seu sangue é fraco e diluído” Vinny cuspiu, sua voz batendo os
três como um chicote com o insulto. “As mulheres da família Luciano, que estão em um
consentimento para se casar, serão escolhidas para se casar com um dos Carusos.”
Lucca maldosamente sorriu enquanto rolava seu Zippo por entre os dedos. O show
que ele esperava de Vinny era muito mais agradável do que ele pensou originalmente.
Dominic claramente não planejou isso, e Angel e Matthias não foram capazes de
esconder as suas próprias expressões horrorizadas.
“Qual das mulheres você quer? Que Caruso ela teria que esperar para se casar?”
Dominic cuspiu fora.
Vinny deu de ombros.
“Ambos serão para Dante e eu decidir. Quem for que escolhermos do Carusos, será
capaz de ver que o Luciano vão cumprir o contrato desta vez. Confiança vai ser
conquistada, uma criança de cada vez, quando o sangue Caruso se mistura com sangue
Luciano. Talvez pelo tempo que tiver quatro ou cinco Carusos nascidos, Dante vai se
sentir mais indulgente. Uma criança pode curar muitas feridas.”
Dominic não foi tão rápido para concordar com o segundo mandato, quando ele
acenou com a cabeça.
“Já terminamos?”
“Não é bem assim.” Vinny sorriu. O que eles pensaram que era duro antes, não
estava indo para comparar a isto. “Até que Dante possa encontrar em seu coração o
perdão, um dos gêmeos será o nosso seguro. Se qualquer parte do contrato não for
aplicada, um de seus irmãos vai pagar o preço.”
Está cada vez melhor.
Os gêmeos se entreolharam. Nem um irmão queria o outro escolhido.
Angel deu um passo adiante.
“Eu vou ficar.”
Matthias moveu para ficar ao lado de Dominic.
“Não, eu vou.”
Ambos estavam tentando proteger o outro. Lucca adivinhou que não era a
primeira vez.
Ele estudou os homens. Abrindo a boca, um nome vinha aos lábios, quando Vinny
falou antes que ele pudesse.
“Angel.”
Lucca pegou um de seus cigarros do maço. Era um pressentimento Vinny escolher
Angel. Nenhum dos Lucianos jamais seriam considerados elegantes, mas os gêmeos
pareciam bandidos. O número de tatuagens e músculos exagerados, eram mais
adequados para a ralé encontrada nos becos escuros da cidade velha de sua herança. Os
gêmeos idênticos eram imagens espelhadas. Pelo que Lucca sabia, todos os Lucianos
brincavam dizendo que a única maneira de os distinguir, era só olhar para as imagens de
suas tatuagens. Os gêmeos compartilhavam as mesmas tatuagens exatas, mesmo indo
tão longe a colocá-los na mesma parte exata de seus corpos. A diferença era, as tatuagens
de Angel eram o espelho da Matthias. Lucca entendeu o que Vinny não entendeu. Angel
era a imagem distorcida de Matthias.
Lucca debateu desafiando a escolha de Vinny. Em vez disso, ele decidiu ficar
quieto. Não se deixou enganar pelas tentativas dos Lucianos para salvar suas vidas.
Lembravam-lhe um cão raivoso que estava apenas esperando o momento certo para
atacar, arrancando a mão que os alimentou.
Dominic sacudiu a cabeça.
“Matthias seria a melhor escolha. Eu não faria nada que pudesse comprometer
qualquer uma das vidas dos meus irmãos.”
Isso Lucca acreditava.
Vinny levantou a mão, parando Dominic.
“Angel é o mais jovem. Os Lucianos tomaram uma atitude protetora em relação a
ele.”
Lucca acendeu o cigarro para não rir.
Angel era preguiçoso. Ele deixava todo mundo fazer o trabalho sujo para ele.
Matthias iria quebrar ossos se os loucos de gangues e traficantes de drogas não pagassem
por sua proteção. Se quebrar ossos não funcionasse, era quando Angel seria enviado.
Quando ele terminasse, a proteção era pagar com juros.
Lucca tinha uma melhor chance de controlar Angel do que sua própria família
teria. Ele não queria Angel para fazer qualquer coisa para quebrar a frágil paz que estava
sendo dada a eles.
Lucca permaneceu em silêncio, sentindo um lampejo de respeito por Dominic. O
novo chefe dos Lucianos queria uma verdadeira paz pela primeira vez em décadas.
Lucca encontrou o olhar de Dominic.
“Eu supervisionarei os homens. Eu vou encontrar o lugar perfeito para ele.”
Todos na sala podiam vê-los crescer em cada um, quando Lucca silenciosamente
disse que não se deixou enganar por Angel.
Era uma coisa estranha, mas, por uma vez, Lucca, na verdade, queria a paz entre as
duas famílias. Depois que sua mãe foi morta, ele não deu a mínima se eles estivessem em
uma guerra. Ele implorou para se vingar. Chloe mudou isso, no entanto. Ele queria paz
para mantê-la segura.
Levou anos para compreender plenamente a enorme responsabilidade que seu pai
realizava.
Dominic se virou para Vinny.
“Então, bom para nós?”
“Dante?”
A expressão de seu pai foi rasgada.
Lucca olhou para a ponta incandescente do cigarro. Ele queria paz, pelo amor de
Chloe, mas era a esposa de Dante que mataram.
“Dante” Vinny repetiu tristemente. “Faça o que fizer, não vai trazer de volta
Melissa. Se os Lucianos se redimir, então, o que você perdeu? Você já perdeu o que era
mais importante para você. Uma criança nascida com sangue Caruso e Luciano poderia
realizar o que as gerações tentaram fazer - trazer a verdadeira paz.”
Dante estendeu a mão para Dominic, então, e o homem mais jovem pegou a mão
dele com firmeza, concordando com os termos.
A ameaça veio para os olhos e a voz de Dante, quando ele advertiu:
“Você não me decepcione, porra.”
Lucca respirou profundamente, deixando a ponta do cigarro queimar vermelho
brilhante. Lembrou-se de um provérbio italiano que o velho Dante perfurou em sua
cabeça quando ele era mais jovem. ‘Dai semini, raccogli cosi’.
Tal como vós semear, irás colher.
QUARENTA E CINCO

NEM MESMO NA MORTE

hloe ficou em casa com Lucca por uma semana, não saindo, dando-se tempo
C para curar e para Lucca garantir que todas as ameaças haviam desaparecido.
Era estranho pensar no futuro, algo que ela empurrou de sua mente na semana
passada, sem saber exatamente onde ela pertencia.
Desde suas cicatrizes, ela já não sentia que pertencia à esta cidade, porque a traiu,
mas ela já não sentia que poderia pertencer a qualquer lugar sem Lucca, e Lucca pertence
a Kansas City.
Certa vez, ela pensou que sempre pertenceu ao lado de sua melhor amiga Elle, mas
foi irrealista para pensar que iria durar depois da faculdade. Agora, Elle encontrou o seu
lugar na cidade ao lado Nero.
O futuro era uma coisa escura, assustadora, especialmente quando sentiu o vínculo
entre ela e Lucca tão fortemente e tão cedo. Isso a assustou, para ser honesta.
Por um lado, ela gostava de ser protegida por ele. E o poder que ocupava a fazia se
sentir como se nunca pudesse ser ferida e sempre ser salva. E, no entanto, a menina em si
ainda acreditava que era bom demais para ser verdade, que Lucca poderia ficar cansado
dela e atirá-la de lado, assim como seus pais fizeram.
Assim, quando Lucca lhe pedira para fazer as malas, o medo de que já era o tempo
apareceu. Então, ele a levara para o hotel cassino, carregando suas malas até o andar
superior e descendo em direção a casa de Nero e Elle.
Mesmo que ela estava animada para ver sua melhor amiga, pela primeira vez em
muito tempo, ela também estava com medo de que Lucca estava deixando-a. Deixando-a
se tornar o problema de Elle, até que ela pudesse ir para Stanford, para esse tempo real.
Chegando a quase o final do corredor, a porta de Nero se abriu e Elle correu para
fora. Então, ela congelou no lugar no segundo que viu Chloe, que estava tão congelada.
Um Nero furioso saiu da porta um momento posterior.
“Lucca, tentei...” Ele parou quando Lucca levantou a mão atrás de Chloe, parando-
o. Foi quando Nero finalmente percebeu que as meninas ainda não se moveram.
Não foi até que Chloe viu o rosto de Elle, que ela percebeu exatamente o quanto ela
sentia falta dela. Em seguida, Chloe foi a única a dar o primeiro passo em direção a ela,
abrindo os braços, quando Elle fechou a distância entre elas. Elas se abraçaram com força
por alguns minutos, seus olhos tornando-se marejados.
“Eu senti tanto a sua falta” Elle chorou. “Eu nem sequer era capaz de assistir a um
filme sem chorar, desejando que você estivesse aqui.”
Chloe riu pelos seus próprios gritos.
“Eu senti tanto a sua falta, também.” Ela tinha certeza que Elle provavelmente
odiou suas entranhas por ter mentido por mais de um mês. “M-me desculpe eu não lig...”
Elle rapidamente afastou-se dela, em seguida, indo para a direita até o rosto de
Lucca e empurrando-o no peito tão forte quanto podia.
O que...
“Eu lhe disse que você não poderia tê-la!” Elle empurrou-o mais forte desta vez.
Lucca não se moveu.
“Que porra é essa!” Nero gritou, correndo para afastá-la para longe dele.
Lucca levantou a mão, parando-o novamente.
“Eu lhe disse que, se você a machucar, eu vou matar você!” Elle bateu em seu peito
sem resposta novamente.
A boca de Chloe caiu no chão.
Lucca estava ali, apanhando.
“Eu prometo a você, que se eu fizer, eu vou deixar.”
Elle, que estava empenhada em bater, parou, chocada com a resposta.
“Mesmo?”
Lucca assentiu.
“Sim.”
A próxima coisa que Chloe viu, a chocou ainda mais, enquanto isso também
aqueceu o seu coração.
Elle colocou os braços em torno de Lucca, abraçando-o.
“Obrigada por salvá-la.”
“De nada, Elle.” Ele aceitou seu abraço, dando tapinhas nas costas.
Aw... Chloe se sentiu ficando emocional novamente.
“Eu ainda não gosto de você.” Elle se recompôs, voltando para empurrá-lo. “Você
não é bom o suficiente para ela. Ela merece um bom garoto. Eu sei por que você é tão
secreto em seu lugar. Tudo que você faz é fod...”
Lucca estendeu a mão, agarrando-a e cobrindo a boca com a mão.
“Ok, você pode levá-la para longe de mim agora, porra” ele rosnou para Nero.
Nero, completamente atordoado, rapidamente foi para Elle.
“O-o que ela acabou de dizer?” Chloe mordeu o lábio.
Elle conseguiu ter a boca livre quando falou.
“Mulheres. Provavelmente centen...”
Nero bateu a mão sobre sua boca.
“Sinto muito, Lucca. Vou contr-OW!” Ele empurrou a mão de sua boca quando ela
o mordeu.
“Não você não vai. Eu ainda estou brava com você por saber que ela estava com
Lucca esse tempo todo!”
Chloe podia ver pelo rosto de Lucca, que ele não tinha conhecimento que Nero
sabia.
Ele então puxou Chloe à frente da porta de Nero e Elle e começou a destrancá-la.
“É este o seu apartamento? Onde ela disse que você fod...?” Ela não podia sequer
pensar claramente.
“Sim! Ele abre a porta coberto de suor, sem camisa... Eu e Lake achamos que ele
tem uma masmorra sexual...”
“Feche a sua boca antes que eu faça isso da minha maneira do caralho!” Lucca
gritou por cima do ombro ao tentar apressar e destrancar todos as suas travas.
“Eu estou tentando, mas ela está escorregadia para caralho!” Nero tentou
empurrar Elle de volta para o seu apartamento.
“I-isso é tudo verdade?” Chloe começou torcendo as mãos. Uma masmorra sexual?
“Ela está apenas presumindo, querida.” Ele assegurou-lhe quando começou a
empurrá-la rapidamente para dentro, junto com suas coisas. “Quando o que ela precisa é
olhar para a pessoa que está ao lado dela.”
“Porra.” Nero parou de se preocupar com a boca de Elle e apenas pegou-a por cima
do ombro.
“Não deixe que ele te chame assim. Ele chama cada menina de querida. Você tem
que cortar o mal pela raiz, como eu fiz com o Nero quando ele me chamou de baby...”
Ambas as portas se fecharam, ao mesmo tempo.
Ela não era capaz de olhar para ele, sem saber o que pensar.
A ferocidade de Lucca surgiu ao ver os nervos de Chloe, e ele gentilmente pegou a
sua mão.
“Venha comigo.”
Seguindo-o, olhou em torno do espaço, notando que era mobiliado apenas como o
de Nero, mas em sentido inverso. Os estilos, no entanto, eram completamente diferentes.
Lucca teve tons de terra e madeira escura e verdes, assim como em seu quarto na casa.
Ela era moderna, mas não muito moderna. Mais tradicional do que as outras coberturas
que ela viu. Ela era aconchegante, quente e perfeita, lembrando-a do ar livre
perfeitamente que se sentia no centro de Kansas City.
Como ela era uma cobertura de canto, tinha janelas do chão ao teto em duas das
paredes, dando realmente justaposição sobre o ar livre e da cidade.
Uma dor ligeira atingiu seu coração, pensando no que Elle disse. Era difícil
imaginar Lucca aqui com muitas mulheres.
Puxando-a para perto, ele passou os braços em volta dela, segurando-a
firmemente.
“Eu não vou fingir que sou virgem, quando nós dois sabemos que eu não sou.”
“E-eu sei.” Ela apertou o rosto em seu peito, não querendo que ele visse a dor em
seu rosto.
Ela sabia que estava longe de ser virgem, mas doeu ouvir o tanto de outras
mulheres que ele trouxe aqui, quando esta era a primeira vez dela. É certo que a feria
sequer pensar em Lucca com uma mulher.
Ele inclinou a cabeça, aninhando em seu pescoço.
“Mas eu posso prometer a você, você é a primeira e última mulher que eu já trouxe
ou vou trazer aqui.”
Movendo a cabeça, ela queria olhar em seus olhos, quase não acreditando.
“Eu tive este lugar por um longo tempo agora. Eu não gosto de deixar qualquer um
aqui porque é o meu próprio espaço pessoal e um lugar para eu pensar. O único a vir
aqui, além de mim, é Sal na ocasião.”
Chloe sorriu, pressionando o rosto em seu peito. Pela primeira vez na sua vida,
sentia-se importante. Ela tomou isso como uma honra para um homem como Lucca,
confiar nela em um espaço tão especial para ele.
“Agora, há mais alguma coisa que você esteja chateada?” Ele perguntou
provocativamente, curvando-se para morder sua orelha.
Mordendo o lábio, ela não sabia como sair e dizer isso, mas...
“E-eu gosto quando você me chama de querida, mas...”
“Você não quer que eu chame qualquer outra pessoa” Lucca terminou para ela,
sorrindo.
Ela assentiu enquanto corou por confessar como a coisa de querida funcionou
tanto, para ela não querer que ele pare de chamar-lhe disso.
Ele deu outra mordida em seu lóbulo da orelha.
“Então eu não vou, querida.”
Inclinando-se, ela deu-lhe um rápido beijo nos lábios, querendo que ele soubesse o
quão feliz ele a fez.
Quando ela caiu de volta a seus pés, ela não podia deixar de rir.
“Então, o que você estava fazendo para ficar todo suado?”
“Eu vou te mostrar.” Lucca pegou a sua mão novamente, levando-a pela sua
cobertura e subindo as escadas que levavam para dentro do quarto principal. Ela podia
ver uma escada em espiral que não tinha na cobertura de Nero, que ele a levou,
permitindo-lhe dirigir-se em primeiro lugar.
A cada passo, ela se tornou mais confusa.
“Como isso pode ir em qualquer lugar? Este é o último andar.”
“Você vai ver.” Ele a ajudou a empurrar para cima a escotilha superior no teto.
Chloe olhou para os pés dela quando assistiu o passo, terminando a subida. Em
seguida, o ligeiro ruído da cidade cumprimentou seus ouvidos, fazendo-a, finalmente,
olhar para cima. Quando ela fez, ela quase caiu para trás em Lucca, a beleza tomando o
fôlego.
Ele ficou em silêncio, segurando-a na frente dele e mantendo-a firme quando levou
tudo.
“I-isso é real?” Ela sussurrou, piscando para ver se realmente era o céu ou apenas
uma miragem.
“Sim, querida.”
Dando um passo para a frente e girando ao redor, seus olhos se moviam sobre as
flores, em seguida, para as paredes de vidro onde ela podia ver a cidade ao redor. Era
uma pequena estufa, preenchida com muitas flores na parte superior do edifício. A vista
deslumbrante era diferente de tudo que já viu.
Levou alguns momentos para olhar ao redor, antes de se virar para olhar em seus
olhos.
“Você fez isso?”
Os olhos de Lucca foram agora para um tom totalmente brilhante do verde.
“Para você, sim.”
Outra ligeira dor atingiu seu coração. Exceto, que esta era diferente.
Quando ela se virou para ele, era como se o vento tivesse sido tirado dela por olhar
para alguém como ele, cercado por algo como isto.
“É tão lindo” sussurrou.
Caminhando em direção a ela, ele passou os braços fortes em torno dela
novamente.
“Eu comecei a trabalhar nela meses atrás, para me manter ocupado, então eu não
iria até você. Eu não estive com uma mulher desde que te vi pela primeira vez. Eu não
podia. Nenhuma delas era você. Toda vez que eu queria você para caralho, eu vinha aqui
para me manter são.”
A dor no peito só cresceu mais, consumindo todo o seu coração. As pesadas,
correntes velhas em sua alma estavam começando a chacoalhar.
“Eu não achei que eu seria capaz de amar, jamais, até você.” Ele puxou levemente
seu cabelo, forçando-a a olhar em seus olhos. “Eu amo você, Chloe. Você é a única pessoa
que eu amo, que eu amei e que eu vou amar.”
As correntes se soltaram, sua alma com a sensação de liberdade pela primeira vez
em quatro anos. Liberdade que durou apenas um segundo, antes de ter sido reivindicada
novamente com as mais leves correntes, porém, mais apertadas, tomando conta,
reivindicando-a como sua.
Estas correntes podem mantê-la cativa, mas elas eram aquelas que ela poderia
viver. Correntes que não pesam sobre o seu corpo, mente ou alma. Correntes que eram
mais permanentes. Correntes que nunca poderiam ser tiradas... Nem mesmo na morte.
Eu sou sua para sempre.
QUARENTA E SEIS

UM GOSTO DE VOCÊ ... VALE UMA VIDA


NO INFERNO

u pensei que você me trouxe aqui para ficar com Elle” Chloe admitiu
“E nervosamente enquanto Lucca a ajudou a descer o último degrau da escada
em espiral, depois de passarem horas na estufa.
Lucca perdeu seu sorriso com as palavras dela, parando para olhar para baixo, para
a cabeça baixa.
“Chloe, olhe para mim.”
Obrigou-se a olhar para cima, vendo uma mistura de emoções no rosto.
“Uma vez eu lhe prometi que, quando o semestre acabasse, eu iria deixá-la sair.
Você não tem que ter medo de Lúcifer nunca mais. Você não tem que ter medo de
ninguém.” Ele tocou um dedo no seu rosto, observando-a tremer o lábio com o amor
brilhando em seus olhos, fazendo-os parecer mais verdes do que ela nunca viu antes. “Eu
não posso manter essa promessa, apesar de tudo. Eu não posso deixá-la sair por aquela
porta, porque agora eu sei o que é ter você.”
“Eu não quero que você me deixe sair ” ela respirou, impotente. Sempre. “Eu me dei
a você. Eu disse as palavras.”
Lucca levantou a mão à garganta, os olhos agora voltando-se para azul-esverdeado.
“Diga as palavras, querida.”
Seu peito subia e descia com força, sabendo exatamente o que ela estava prestes a
fazer.
Definindo seu destino em pedra, ela disse.
“Eu sou sua para sempre.”
Ele apertou sua garganta delicada sob seu alcance, um pouco mais forte.
“Novamente.”
Ela olhou para o ser assustador, sem medo, com o coração inflado.
“Eu sou sua para sempre.”
Seus olhos brilharam azul por uma fração de segundo, antes que ele a levantou e
levou-a para a cama, onde ele estava indo para provar que possuía o seu corpo, do jeito
que ela sempre soube.
Chloe enterrou a cabeça em seu ombro, nervosamente imaginando as coisas que
ele ia fazer com ela. Surpreendentemente, ela não sentiu qualquer medo que sempre
esperou. Em vez disso, ela estava mais nervosa que iria decepcioná-lo. Ele esperou meses
por ela, por este momento.
“Você não vai ficar desapontado se eu errar pela primeira vez? Quero dizer, você
esteve com um monte de mulheres...”
“Querida” Lucca colocou-a na cama, em seguida, começou a tirar as roupas dele.
“Isso seria impossível, porra.”
Ela queria desviar o olhar quando ele abriu o zíper de suas calças, mas ela não
podia. Sua excitação era tão evidente, que o corpo dela não permitiria que fizesse isso. Ela
queria ver tudo dele.
Quando seu longo comprimento e espessura foi posto em liberdade, ela não sabia
se engasgava ou gemia.
Levantando-a da cama, ele não estava lhe dando tempo para decidir qual era. Ele
tirou a roupa dela tão rápido quanto ele tirou a sua própria. Em seguida, ele colocou a
bunda de volta no colchão, fazendo com que outro suspiro escapasse dela.
Inclinando-se para pressionar um beijo rápido em seus lábios, ele levou as mãos
até os ombros, empurrando-a mais para baixo em sua cama.
Chloe podia sentir o fogo entre suas pernas, enquanto apoiava as mãos na cama ao
lado dela e começou a beijar o lado de seu pescoço, descendo até que ele estava beijando
a fenda entre os seios.
Ela endureceu, o fogo querendo ferver quando ele foi devagar, beijando as
cicatrizes em todo seu abdômen.
“Linda.” ele murmurou enquanto sua língua limpou cada memória de Lúcifer
infligindo sobre ela. “Eu nunca vou deixar ninguém te machucar novamente, baby.”
A respiração de Chloe engatou com a visão e as palavras que ele falou. Como é que
alguém como ele existe?
“Eu sei que você não vai.” Sua confiança nele era inquebrável.
O calor queimou mais ardente que nunca, quando ele deslizou a sua boca, até que
seus lábios e queixo com barba pairavam sobre seu centro.
“Eu vou ter que ir me confessar ” ele disse a ela. “Deus vai condenar-me para o
Inferno para o que eu estou prestes a fazer.”
“O-o que?”
Com a ponta da língua, ele separou sua carne e passou num vai e vem em sua
buceta.
Chloe aproveitou a sensação surpreendente, a cabeça caindo para trás e as pernas
começaram a tremer.
Ele apertou suas mãos em seus quadris, mantendo-a imóvel. Gemendo, ele então
pressionou sua boca mais perto.
“O seu gosto... vale uma vida no inferno.”
Quando aumentou a pressão de sua boca contra ela, Chloe sentiu ele deslizar sua
língua dentro em lambidas rápidas, e depois mais profundo, quando ele se tornou mais
exigente, com mais desejo.
Levantando uma de suas pernas sobre o ombro, mergulhou sua língua em seu
corpo se contorcendo.
Meu Deus. Ela começou ofegante.
“Me leve com você.”
Sua admissão tinha-lhe apertando sua coxa, sua boca se movendo mais, cada vez
mais voraz.
O fogo dentro dela brilhou mais forte, cada lamber, expondo terminações nervosas
que esteve adormecida, até que Lucca colocou-as para fora.
“Lucca!” Gemeu em voz alta. Seus nervos atingiram o seu ponto de ruptura,
enviando-a para um abismo que ela não viu antes e não queria voltar de lá.
Quando ela tentou voltar, sentiu Lucca abaixar suas pernas, antes que sua ereção
estivesse em sua abertura.
Sua respiração tornou-se abatida, seus nervos voltaram.
“E-eu precisar respir...”
Sua mão foi para sua garganta quando ele olhou para ela com olhos ferozes que a
silenciou. Então ela sentiu o início do seu pau deslizar, quando passou o outro braço ao
redor dela.
Chloe estremeceu com a ligeira dor, contorcendo-se para ajustar-se.
“Fique quieta, Chloe” exigiu quando tomou o lábio inferior entre os dentes. “Não
vai doer por muito tempo.”
Ela não tinha tanta certeza.
A mão em sua garganta apertou levemente.
“Qual deles você acha que é mais apertado: minha mão ou a sua buceta?”
Com suas palavras, seus olhos queriam rolar para a parte de trás de sua cabeça e
uma onda de umidade bateu nela, que o fez mover mais facilmente dentro dela.
Sem aviso, ela sentiu um duro impulso profundo dentro dela, quando soltou sua
mão ao redor de seu pescoço. Quando seu pau começou a recuar novamente, seu
domínio sobre sua garganta, então, apertou novamente. Chloe não conseguiu recuperar o
equilíbrio, tornando-se perdida nos movimentos repetitivos. Ele estava tocando em seu
corpo como um instrumento musical, como um violinista que fazia a música
incrivelmente bonita com as mãos.
A sensação de ondulação, agora familiar, estava voltando, fazendo-a agarrar os
ombros largos de Lucca quando apertou as pernas ao redor de seus quadris,
empurrando-se para cima, quando ele empurrou para baixo.
Lucca manteve os olhos intensamente em seu rosto cheio de cicatrizes, lendo cada
expressão.
“Você gosta disso, querida?”
“Sim!” Chloe gritou, chocando-se. Ela não podia acreditar que gostava dele
segurando sua garganta, tanto quanto ele balançava dentro de seu corpo.
Ora, enquanto ele alternava entre esperar e liberar sua garganta, era mais
apertado, mais áspero, forçando-a a olhar em suas profundezas azuis-esverdeadas.
“Eu amo você, Chloe.”
Ela testemunhou algo diferente nele, enquanto olhava mais fundo em seus olhos.
Chloe pensou que ela precisava dele, que ela dependia dele, mais que ela nunca seria
necessária. Mas não era nada disso. Lucca necessitava e dependia dela tanto quanto ela
dele. Sua necessidade e dependência eram iguais. Os sentimentos entre eles eram tão
iguais. Não era mais importante do que o outro. Ambos precisavam um do outro para
sobreviver.
As correntes que capturaram seu corpo, mente e alma, não queria dizer que Lucca
era propriedade dela. Agora, ela podia ver claramente que carregava suas próprias
correntes em torno de seu corpo, mente e alma. As mesmas correntes que a prendiam,
segura. Eles estavam mantidos juntos... como um só.
Esse sentimento, esse vínculo que compartilhavam entre eles, ela estava agora
totalmente capaz de entender.
Nós somos almas gêmeas.
Chloe sentiu uma lágrima, escorrendo por sua cicatriz.
“Eu te amo, Lucca.”
Seus olhos voltaram-se um tom marcante de verde, quando ele apertou sua mão ao
redor de sua garganta e mergulhou nela mais forte.
“Mais uma vez” exigiu.
“Eu te amo!” Ela gritou quando ele deu um impulso, quando ela caiu no abismo
que estava esperando por ela. E Lucca também estava. Era como um belo pesadelo que
nunca quis acordar...
QUARENTA E SETE

RENASCIDO

gora que Chloe e Elle viviam em frente ao hall uma da outra, elas estavam
A tento o tempo que perderam ao longo do mês passado.
Era como um sonho tornando-se realidade. Pela primeira vez em sua vida, Chloe
sentiu como se realmente pertencesse em algo, estava ao lado de Lucca e apenas a poucos
passos de distância da sua melhor amiga, a menina que a protegeu com sua própria vida.
Chloe já tinha se matriculado para a universidade aqui em Kansas City, para que
ela fosse começar no próximo semestre. Ainda tentava descobrir o que queria fazer. Em
Stanford, ela tomou um monte de diferentes aulas, tentando descobrir exatamente o que
queria fazer. Lucca lhe assegurou, no entanto, que com o tempo, ela saberia o que queria.
Se isso significava ficar em sua estufa durante todo o dia, estava bem para ele.
A verdade era que Chloe nunca pensou muito sobre um futuro, porque ela nunca
realmente sentiu que tinha um. A única coisa que sempre quis no seu futuro era deixar
Kansas City e a faculdade era a melhor maneira de fazê-lo.
Mesmo agora, ela não sabia o que o futuro reservava para ela, mas sabia que,
enquanto estivesse com Lucca, então tudo estava do jeito que era para ser.
Sua amiga, no entanto, ainda não pensava nisso.
“Você sabe o que isso significa, certo? Estar com Lucca...?” Perguntou Elle.
“Eu sei” ela tentou assegurar Elle. Então ela olhou estranhamente. “Você sabe com
quem você está, certo?”
“Sim, mas o Nero não é o subchefe.”
Será que ele não lhe disse?
“Um, você sabe que ele pode ser, certo? Quando Lucca tornar-se o chefe?”
“Sim, mas ele nunca vai ser o chefe.” Os grandes olhos azuis de Elle perfuraram
dentro dela. “E se Lucca tiver um filho...”
Chloe engoliu o caroço enorme que de repente se formou em sua garganta. Ela não
podia acreditar que ela nunca pensou nisso. Oh, mer...
Lake apareceu pela porta, batendo a porta de Nero atrás dela.
“O que há de errado?” Elle perguntou quando sua atenção foi para a morena alta,
furiosa.
Lake caiu sobre o sofá, cruzando os braços.
“Eu disse a Vincent um milhão de vezes que estou enlouquecendo para fazer Lucca
encontrar pra ele outro lugar para trabalhar. Ele diz que tem, mas eu acho que ele está
mentindo para mim.” Ela jogou um travesseiro em uma Elle rindo. “Eu não sei por que
você acha que é tão engraçado. Nero está trabalhando lá, também!”
Tendo evitado o travesseiro, Elle tentou parecer confiante quando ela disse:
“Nero promete que não assiste as mulheres.”
Mulheres?
Lake revirou os olhos.
“Eles não são cegos!”
“Eu não acho que ele está mentindo” Elle disse quando ela balançou a cabeça, mas
a confiança dela parecia estar sumindo.
“Confie em mim; eles estão.”
“Talvez seja importante que eles assistam as mulheres” disse Chloe. Lucca disse a
ela que eles eram como seguranças, que protegem os trabalhadores.
Lake bufou.
“Sim, é realmente importante que Nero, Vincent e Amo vejam as mulheres com
trajes sumários dar lapdances.”
O que?
“Eu pensei que era um cassino clandestino?”
“Isto é. Um onde os atendentes são todas mulheres em roupas minúscula.”
É por isso que Amo adora lá em baixo. Espere…
“C-como é que você sabe tanto sobre isso?” Perguntou Chloe, confusa.
Elle prendeu a gargalhada.
Lake parou, em seguida, se esquivou da pergunta.
“Isso não vem ao caso. A questão é que Nero e Vincent estão lá agora, em um mar
de mulheres praticamente nuas!”
A risada de Elle morreu rapidamente, o que fez Chloe explodir em sua própria.
“Você não deveria estar rindo. Lucca praticamente gerencia isso” Elle virou-se para
ela.
Sua risada começou a morrer.
“E-ele gerencia?”
“Sim.” Elle mostrou a língua. “Lucca não é tão perfeito, agora, não é? Aposto que
sua estufa não é assim tão gran...”
“Eu confio nele” disse ela, sem dúvida. “Ele disse que não esteve com uma menina
desde que ele me conheceu há nove meses. Eu não tenho uma razão para não confiar
nele.”
Elle e Lake olharam para ela, piscando.
Foi Lake quem falou primeiro, praticamente abanando-se.
“Sinto muito, Elle. Eu não posso fingir que eu não sou time Lucca. Tem certeza que
o efeito estufa não é um calabouço de sexo?”
“Time Lucca, quê? Não!” Chloe olhou para as meninas, que pareciam um pouco
quentes.
“Oh, meu Deus” Lake sussurrou, seus olhos recebendo um olhar estranho para
elas, quando ela olhou para Chloe, e depois para Elle. Duas delas parecendo que sabiam
o que a outra estava pensando.
Elle se aproximou dela.
“Eu mudei de ideia. Lucca é bom para você.”
Eu não gosto de onde...
Lake chegou mais perto dela, também.
“Ele fará de tudo por você, certo?”

*****

Deixando o apartamento de Nero, ela estava começando a pensar que estar tão
perto de Elle pode não ser uma coisa tão boa.
Quando um dos guardas atrás da porta do elevador moveu seus pés, tinha Chloe se
virando.
A expressão abatida de Amo permaneceu reduzida, sem olhar em seu caminho,
mostrando-lhe que sabia que ela estava no corredor.
Mordendo o lábio, ela tentou decidir se deveria falar com ele. Em seguida, tomou
uma respiração profunda, caminhou pelo corredor em direção a ele, parando a poucos
passos de distância e não chegou perto o suficiente para que ele a tocasse.
“Amo, eu posso falar com você?”
Ele manteve a cabeça para a frente, sem olhar para ela.
“Estou trabalhando.”
“E-eu pensei que trabalhava lá embaixo...”
Ela poderia dizer pelo olhar que brilhou em seu rosto que ele não percebeu que ela
sabia o que isso significava.
“Eu fui transferido aqui para cima.”
“Oh.” Ela imaginou que Lucca retirou o trabalho que ele amava, para puni-lo.
Vendo o quanto Amo estava sofrendo, machucou-a saber que fez isso com ele.
Independentemente, não havia nada que pudesse fazer. Ela disse algo sobre isso para
Lucca, que provavelmente apenas feriu-o mais, uma vez que Lucca ainda estava muito
chateado com ele.
Vendo o gesso na mão, seu coração se partiu um pouco mais.
“Eu-eu sinto muito sobre sua mão.”
A mandíbula de Amo flexionou, o desgosto e danos que ela fez, tão evidentes em
seus olhos.
Percebendo que foi uma péssima ideia, ela nervosamente virou para ir embora,
com vontade de chorar pelo que parecia ser a perda de uma grande amizade.
Ela estava no meio do corredor quando ouviu o seu grito.
“Chloe!”
Uma vez, ela teria seguindo, mas agora ela parou, virando-se para vê-lo caminhar
até ela.
“Eu sinto muito.” Amo passou a mão pelo cabelo. “Sinto muito por tantas coisas
que fiz que gostaria de voltar ao tempo. Eu fui o único que liderou os Lucianos para você.
Eu fui o único a chamar-lhe de aberração e nenhuma vez protegi você na escola.”
“Por favor, pare de se punir, Amo.” Ela teve que pará-lo, incapaz de suportar sua
dor. “Eu não o culpo por nada disso.”
Amo olhou para ela, deixando-a ver a dor em seus olhos.
“Eu me culpo. Essa é a única maneira que eu posso viver com você escolher ficar
com ele depois que ele sequestrou você. Se ele não tivesse, teríamos sido mais do que
amigos. Você sabe, no fundo.”
“Eu deixei, Amo.” Seus olhos começaram a lacrimejar. Ela odiava a forma como
sempre fez quebrar seu coração ainda mais, mas era a única maneira que ela poderia
levá-lo a entender. “Eu estava deixando-o para trás.”
“Eu teria vindo para você.” Amo deu um passo em direção a ela. “Eu estava
chegando em você. Eu vim para você!
Ela teve que olhar para longe dele.
“Eu sei, mas já era tarde demais.”
“Não, não era. Não é demasiado tarde, Chloe...” Ele deu mais um passo em direção
a ela, a esperança em seus olhos crescendo. Ele rezou para que ela mudasse de ideia e o
escolhesse.
“Isto não teria sido real entre nós. Você mudou ao meu redor, e eu nunca mudei
em torno de você.” Ela deu um passo atrás dele, olhando-o diretamente nos olhos. “Não
era para acontecer. Eu sei disso, porque eu sinto em meus ossos. Eu estou destinada a
estar com ele. Eu estou destinada a estar com Lucca.”
Os olhos de Amo tornaram-se brilhantes, a sua visão foi para o chão.
“Eu sempre me preocupei com você, Amo, mas como um amigo... O mesmo que
sinto por Elle.”
Seus punhos começaram a enrolar ao ouvir a palavra 'amigo'.
“Eu o odeio por tirar você de mim.”
Chloe balançou a cabeça.
“Não o culpe. Me culpe. Não é culpa de Lucca. Eu não estou apaixonada por você.”
Amo não viu as portas do elevador silenciosas deslizarem abertas, mas Chloe viu.
Seus olhos implorando para o homem ficar fora. Por favor, não!
Quando Lucca não se moveu, ela olhou para Amo.
“Você gosta de jardinagem?”
“O quê?” Amo fez uma careta de desgosto, perguntando por que ela disse isso.
“Não.”
Chloe deu uma risada trêmula.
“Eu gosto. Eu não sabia que gostava, mas gosto agora. Lucca me ensinou.”
O rosto áspero de Lucca relaxou enquanto ele permaneceu em silêncio pelo
elevador.
“Eu sempre amei olhar para as flores, mas eu nunca percebi quanto trabalho vai
para a criação de um belo jardim. Você tem que retirar as ervas daninhas para dar às
raízes das flores espaço para crescer. Lucca sentou-se comigo por horas e horas, apenas
me ajudando a arrancar as ervas daninhas.” Chloe colocou o cabelo atrás da orelha,
deixando à mostra o belo rosto marcado, com orgulho. “Uma por uma.”
Amo olhou para ela, seus olhos viajando para baixo em suas cicatrizes, vendo a
diferença nela agora. Ela mudou.
Era isso. O momento em que ela faria sua escolha final de uma vez por todas.
“Eu não me apaixonei por Lucca porque ele me sequestrou. Eu me apaixonei por
ele porquê... me libertou.”
O apertado punho de Amo soltou. O desgosto ainda estava lá, mas havia também
um pouco mais de esperança em seus olhos destruídos. Foi até o ponto onde ela não
sabia qual era pior: ter alguma esperança ou mesmo nenhuma.
“Adeus, Chloe.” Ele disse com determinação, dizendo-lhe em palavras não ditas
que a amizade terminou.
Isso despedaçou seu coração, vê-lo acabar com ela, mas compreendeu, vendo a dor
que lhe causava até mesmo olhar.
“Adeus, Amo.”
Amo virou-se, ficando cara-a-cara com um Lucca assustador, novamente.
Ela prendeu a respiração por um breve momento, esperando que ele iria ouvir seus
apelos e não faria nada.
Lucca continuou olhando para um Amo congelado, antes que passasse por ele,
atingindo-o com o ombro.
“De volta ao trabalho, soldado.”
Obrigada. Chloe soltou a respiração, quando Lucca caminhou para ela, pegando sua
mão. Ela apertou a dele, deixando-o tomar o seu peso, enquanto caminhavam para o seu
apartamento. Até o momento que ele fechou a porta, ela caiu nele, soluçando.
Ele embalou-a para sua cama, ele a deixou chorar em seu peito enquanto passava
os dedos por suas costas e girava suas mechas de cabelo preto.
Quando as lágrimas não continuaram a sair, ela sussurrou para o quarto:
“Por que me sinto como se ele tivesse morrido?”
“De certa forma, ele morreu” disse a ela com pesar. “Mas ele vai renascer quando
encontrar sua nova finalidade.”
Chloe ergueu os olhos cinzas de seus azuis-esverdeados.
“Isso acontece a cada homem uma vez. Eu pensei que aconteceu comigo quando
me tornei mafioso, então quando minha mãe morreu, e então, quando eu te vi pela
primeira vez. Mas isso não foi quando aconteceu.”
“Q-quando foi isso?” Perguntou a ela quando ele não continuou.
Lucca esfregou o dedo na cicatriz.
“Talvez eu vá te dizer um dia, mas hoje não, querida.”
Ela se aconchegou nele, deixando Lucca curar seu coração partido.
“Eu te amo.”
“Eu também te amo, querida.” Enrolando uma mecha de seu cabelo, ele então
abraçou-a. “Existe alguma coisa que possa fazer para você se sentir melhor? Eu posso
cozinhar algo.”
Um lento sorriso apareceu em seus lábios. Erguendo a cabeça, ela olhou para trás
em seus olhos, brincando.
“Qualquer coisa?”

*****

Lucca olhou fixamente nos olhos dos dois homens diante dele, o futuro desta
família. Ele tragou seu cigarro, deixando o final queimar brilhante.
“Vocês dois me devem.”
Nero e Vincent deram um aceno de cabeça afiado.
“Nós três temos o mesmo problema.” Ele jogou suas cinzas na bandeja.
“O que é isso?” Perguntou Vincent.
Os olhos de esmeralda de Nero estreitaram, sabendo exatamente o que era.
“Nossas mulheres não são italianas.”
Lucca sorriu, vendo as rodas girando em suas cabeças.
“Eles vão lhes dar um ultimato; eles vão fazer vocês escolherem entre a família e
suas meninas. Nossos pais fizeram outras pessoas com menor potência que nós, e eles
acabarão por nos fazer escolher.”
As mandíbulas de ambos, Nero e Vincent, se apertaram, sabendo que era verdade.
Ele podia ver os dois homens rasgados; um lado deles que vivia e respirava a
família Caruso, e do outro lado, encontrar o amor verdadeiro. Para fazer com que um
homem escolha, certamente irá matá-lo, não importa a escolha.
“Eu dei-lhe a garota dos seus sonhos e em troca, vocês vão escolhê-las quando a
decisão tiver que ser feita.” Um plano mal brilhou sobre o seu rosto. “Como eu vou;
então o futuro Caruso será destruído.”
Nero sorriu:
“Então você vai virar a mesa e dar-lhes o ultimato?”
“Um ultimato com apenas uma escolha que pode viver.”
“Obrigado, porra, Deus. Eu estive esperando pelo dia em que você finalmente
ferrasse meu pai” Vincent começou a orar, uma lágrima brilhou quando ela estava indo
passear por sua bochecha. “E o que é ainda melhor... eu começo a ajudá-lo a fazer isso.”
Lucca olhou para o idiota loiro que, felizmente, pelo menos, teve sua boa aparência
a seu favor.
“Se você acha que vai ser o meu conselheiro, você está sem sorte.”
“Eu serei seu conselheiro” Maria entrou na conversa, sorrindo quando ela virou
sua revista e bateu os saltos altos.
Vincent zombou:
“Como se ele fosse escolher você.”
“Por você, eu o faria” disse ele com certeza, ferindo o seu orgulho de garoto
brilhante.
“Com uma condição.” Maria sorriu. “Que eu não tenha também que estar com um
homem de sangue italiano, qualquer um.”
Tendo um sucesso, ele soprou a fumaça para ela:
“Não”
Calcanhares caros parou de tocar no chão.
“Vamos ver.”
QUARENTA E OITO

ESTE É O SEU PROPÓSITO FINAL

axwell derramou outra porção generosa de uísque em seu copo. Ele nem
M sequer olhou para ver o que estava bebendo. Enquanto isso deu-lhe o
suficiente de um zumbido para se esconder da confusão desgraçada que ele fez de sua
vida, isso não importava.
Ele deveria ter colocado uma bala na cabeça há muito tempo, mas ele era muito
covarde. Ele também poderia ter se divorciado da cadela de sua mulher, e não se
preocupar com o poder político que desfrutou nos últimos anos.
“Maxwell?” A voz aguda de uma mulher o fez levantar a cabeça da mesa sobre a
qual estava caído.
“O-o que?” Ele tentou focar o olhar em sua esposa quando ela entrou em seu
escritório. Cadela do caralho. “É hora do jantar?”
Elaine fechou os lábios com desdém.
“Jantamos há quatro horas.”
Maxwell tentou lembrar o que comeu, mas não se recordou de nada.
“Eu não estou pronto para dormir. Vá em frente.”
“Não se iluda. Eu não me importo quando você vai para a cama.”
“Então o que você quer?” Maxwell pegou seu copo, encontrando-o vazio. Ele
começou a olhar para a garrafa de uísque, apertando os olhos enquanto olhava ao redor
de sua mesa, não a viu. Então, ele procurou onde deve tê-lo deixado depois de encher o
copo.
“Maxwell, você pode me dar sua atenção por um segundo?” Sua esposa veio para o
lado de sua mesa, pegando a garrafa do chão.
“Continue. Estou ouvindo.” Ele pegou a garrafa dela e começou a desenroscar a
tampa.
“Acabei de receber um telefonema interessante.”
“Diga aos operadores de telemarketing para ligar de manhã. Lana pode responder
às suas ligações.”
“Não foi no telefone de casa. Foi no meu celular.”
“Então eu não vejo o que isso tem a ver comigo.” Ele encheu um copo, esperando
por ela sair antes de beber. Não valeria a pena a sessão cadela se ele bebesse na frente
dela.
Elaine afastou a bebida.
“Você vai me ouvir, ou você está bêbado?” Vendo que ela finalmente tem sua
atenção, disse: “Eu só recebi um telefonema estranho. O interlocutor perguntou-me se eu
sabia onde minha filha estava.”
“Se ela queria falar com Chloe, por que ela não apenas ligou para ela?” Ele
perguntou estupidamente.
“Ele era um homem” revelou. “Eu disse a ele que estava na faculdade.”
“Então?” Ele só desejava que ela fosse embora. “Ele disse o que ele queria?”
“Não, ele disse, 'resposta errada' e desligou.” Elaine teve um leve arrepio, embora
ela era praticamente feita de aço.
Maxwell deu de ombros.
“Se você se importa tanto, olhe para as suas ligações recentes e ligue de volta.”
“Eu fiz. Ninguém respondeu, e foi para o correio de voz.”
“Eu não sei qual é o grande problema. É a porra de um operador de telemarketing.
Bloqueie a sua ligação.”
“Foi apenas estranho, e eu já o bloqueei” ela retrucou. “Eu vou para a cama.”
Os saltos altos irritantes tocaram nos pisos de madeira, quando a cadela o deixou
em paz.
Terminando sua bebida, ele caiu de volta em sua cadeira, cochilando.
A necessidade urgente de mijar tinha-lhe acordado. Ele, instável, deixou seu
escritório para ir para o lavabo, quase não conseguiu. Quando terminou, jogou água fria
no rosto. Estava ficando velho. Sua bebida estava começando a afetar sua aparência.
Incapaz de olhar para o homem no espelho por mais tempo, Maxwell saiu do
lavabo, indo de volta para dentro de seu escritório.
Jogando a garrafa de uísque vazia na lata de lixo ao lado de sua mesa, ele foi para o
armário de bebidas para outra.
Ele estava chegando para o brandy, quando seu celular tocou em sua mesa.
Pegando o uísque com ele, ele pegou o telefone, vendo que era um número não
identificado. Ele quase não respondeu, mas o pensamento de um outro operador de
telemarketing pentelho ligando para Elaine se ele não respondesse, o fez apertar o botão
de aceitar.
“Alô...?” arrastou.
“Você sabe onde sua esposa está?” A voz masculina enviou um frio na espinha.
Tentou lutar através da névoa de álcool auto-induzido, Maxwell perguntou:
“Quem está falando? Se eu sei onde minha esposa está?” Maxwell bufou
sarcasticamente. “Ela está em sua cama, porra. Da próxima vez, me pergunte se minha
geladeira está funcionando.” Maxwell encerrou a ligação. Ele pensou que trotes saíram de
moda há décadas. Servindo sua bebida, ele estava prestes a sentar-se em sua cadeira,
quando ouviu Elaine chamando seu nome da cozinha.
Ele quase não respondeu a ela, pensando que era apenas o brincalhão chamando-a
agora. Ela nunca iria calar a boca sobre isso. No entanto, depois de tragar o copo de
conhaque em um gole, ele caminhou em direção à cozinha.
“É um outro tele...” Maxwell piscou como uma coruja para o homem de pé em sua
cozinha. “O que você está fazendo aqui?”
“Cale-se e sente-se, porra.” Lucca ordenou.
Tropeçando, Maxwell foi até a mesa e sentou-se desajeitadamente antes de se virar
para olhar para sua esposa, que estava sentada ao lado dele.
Seu cabelo normalmente arrumado, estava em desordem, e ele levou alguns
momentos bêbados para perceber que cada uma de suas mãos estavam amarradas atrás
das costas.
“Por que ela está amarra...?”
Maxwell caiu para a frente quando uma mão muito pesada pressionou contra suas
costas antes que ele torceu suas mãos nas costas. Quando ele teria tentado impedi-lo,
Lucca deu um soco no lado do seu rosto.
Atordoado, Maxwell começou a cair da cadeira, mas Lucca segurou-o na posição
vertical, quando amarrou seus pulsos aos braços da cadeira.
Ele estava quase chateando a si, quando Lucca puxou a cadeira para longe da mesa
e começou amarrando os tornozelos a cada perna da cadeira. Então, ele começou a chorar.
“Me diga o que você quer. Você quer mais dinheiro? Eu posso conseguir.”
“Isto não é sobre dinheiro” Lucca disse quando ele se levantou, empurrando a
cadeira de Maxwell de volta para a mesa quando estava satisfeito. Em seguida, moveu-se
para o outro lado da mesa para olhar para eles.
“Então o que você quer!” Gritou Maxwell.
“Cale a boca, Maxwell” sua esposa assobiou. “Lucca, temos um relacionamento
rentável com o Carusos...”
“Os Carusos não farão mais quaisquer negócios com vocês. Suas relações com
Lúcifer anularam quaisquer promessas que fizemos.”
Maxwell começou a soluçar, enquanto olhava para o sem coração, olhos
assustadores do bicho papão, sabendo que ele estava ferrado.
A voz fria de Lucca cortou através das lágrimas.
“Eu tenho um novo cão, e ele me contou uma história sobre como você vendeu a
alma da sua filha para o diabo. Que ele iria levá-la quando ela atingisse a idade de
dezoito anos.”
Os soluços de choro de Maxwell se transformou em gemidos.
“Cale a boca!” A mulher gritou para ele, sua cadeira quase inclinando
lateralmente. “Você vai nos matar.” Então, ela voltou sua atenção para Lucca. “Eu disse a
Lúcifer que ele poderia ter Chloe quando ela fosse para a faculdade. Eu teria dado ela
para você se aquela...”
Lucca colocou a mão direto no rosto dela, efetivamente parando-a.
“Nem mais uma porra de palavra para fora de sua boca, caralho, a menos que eu
me dirija a vocês” zombou.
Ele podia ver o medo de Elaine agora quando ela percebeu que não seria capaz de
falar sobre isto.
Lucca foi até o balcão, pegando uma maleta e colocando-a sobre a mesa na frente
deles. Em seguida, ele ajustou seu braço, fazendo o paletó preto levantar quando ele
olhou para o relógio.
Olhando para o demônio na frente dele, que estava vestido com um caro terno
italiano preto, Maxwell sentiu a desgraça iminente. Vou morrer.
Lucca colocou um telefone celular em cima da mesa na frente da pasta.
“Antes que eu esqueça, onde você guarda a sua receita de chili?”
“Huh?” Maxwell olhou para ele, não tendo certeza de que ele estava ouvindo-lhe
certo.
“Sua receita de chili. Quero isso. Agora” ele exigiu de Elaine neste momento.
Maxwell encarou com horror quando Lucca agarrou um punhado do cabelo de
Elaine e bateu com a cabeça em cima da mesa, quando ela não respondeu rápido o
suficiente.
“Eu não sei!” Um fio de sangue correu de suas narinas. “Eu não faço a comida
mais!”
Maxwell perdeu o controle sobre sua bexiga, mais uma vez cheia, e ele se molhou
quando Lucca se virou para ele.
“As receitas de Lana estão no armário ao lado do fogão.”
Quando Lucca andou longe deles, Maxwell torceu o pescoço para ver Lucca tomar a
caixa da receita do gabinete. Então, viu quando o bicho papão olhou pelas receitas até
que, com um sorriso de satisfação, encontrou o que estava procurando, colocando o resto
das receitas de volta na caixa e deixando-a sobre o balcão.
Quando ele voltou para ficar ao lado deles, lágrimas estavam queimando o rosto de
Maxwell. Mesmo sua esposa começou a chorar quando Lucca cortou um dos laços de um
de seus braços, em seguida, virou-se para fazer a mesma coisa para Maxwell.
“Ouça; eu só vou falar minhas instruções uma vez.” Lucca moveu-se para o lado,
abrindo a pasta.
Se ele já não estivesse irritado, Maxwell teria ficado em seguida, com a visão do
que estava dentro da caixa. Sua esposa estava chorando tanto como ele.
Lucca apertou um botão, desencadeando uma luz para ir de vermelho para verde.
Fechando a pasta, então, ele girou os números minúsculos no punho.
“Vocês têm cinco minutos para se soltarem. Em seguida, ligar para Chloe; ela tem a
combinação. Se vocês não têm tempo suficiente para se soltarem, Chloe é a sua única
chance.” Ele colocou um telefone descartável no topo da mala.
Nenhum deles se virou para olhar Lucca quando saiu com a receita. Maxwell já
havia começado a lutar para conseguir o empate de sua mão livre. Quando o fez, ele
rapidamente se lançou em direção ao telefone, ainda amarrado nos tornozelos.
Agarrando o telefone, discou para Chloe, em seguida, segurou-o trêmulo até seu
ouvido. Ele ouviu um toque após o outro, perguntando se ela nunca iria atender. Atende,
porra!
Finalmente, quando o telefone foi atendido, ambos gritaram o nome dela:
“Chloe!”
Uma voz mortal veio através da linha, fazendo Maxwell perder o controle de todas
as suas funções corporais.
“Desculpe, Chloe está ocupada.”
Seus olhos foram para a mala quando chamas engoliram sua pele.
Maxwell vendeu a alma de sua filha para o diabo para escapar do inferno, apenas
para o bicho papão mandá-lo direto para lá, em uma bola de chamas.

*****

O homem nu no canto da sala sentou-se lentamente, usando o tubo ao qual estava


acorrentado fazendo caretas quando o fez.
Lucca aproximou-se do homem ensanguentado, seus olhos esquadrinhando as
centenas de cortes de faca que foi dado a ele.
Cada marca única que ele deu a Chloe, significava cinquenta para ele.
“Você fez isso, não é?” Os olhos negros de Lúcifer avaliaram em suas roupas. “Você
matou seus pais.”
Lucca assentiu.
“Você estava certo; eles a deram para você.”
A risada maníaca de Lúcifer tinha sangue cuspindo de sua boca, antes de seu olhar
sinistro voltar para o seu.
“Será que isso ajuda?”
“Um pouco” Lucca admitiu. “Mas nós dois sabemos que nunca é saciada.”
“Não, isso não acontece. Não para os homens como nós.” Lúcifer sorriu
maldosamente, lembrando-se claramente de apreciar a memória.
Olhando para a cicatriz que quase tirou os olhos do diabo, Lucca estava admirado
como ele chegou mais perto do que ele pensava que podia, sem realmente tomá-lo.
“Eu ainda me lembro como se fosse ontem, o dia que você se tornou um mafioso.
Foi a primeira vez que te vi em um terno.” Lúcifer sorriu, limpando o sangue de sua boca
e causando sujeira em seus lábios. “No início, eu pensei que Dante estava louco por
deixar você tentar obter a informação sobre o rato que roubou o nosso dinheiro. Mas
então, quando eu olhei em seus olhos, eu poderia ver isso... A escuridão que espreita por
trás deles. Você se colocou em um show por ter apenas dezessete anos.”
“Imagine o quão rápido eu poderia levá-lo a falar agora” disse Lucca.
Vendo que isso ia demorar mais tempo do que o esperado, ele pegou um cigarro,
acendendo.
“Sabe o que eu pensei quando você terminou com ele?” Perguntou Lúcifer.
Ele exalou profundamente, fumaça enchendo a sala quando ele perguntou:
“O quê?”
“Eu gostaria que ele fosse meu filho” o diabo revelou. “Nós poderíamos ter
governado esta cidade juntos.”
Lucca sorriu enquanto agachou-se, parando ao nível dos olhos com as esferas
pretas enlouquecidos.
“Eu vou... com o seu filho.”
“Ah, o grande Salvatore!” O diabo levantou a mão como se o nome estivesse em
um outdoor. “O filho que seu pai roubou de mim.”
“Quer dizer, o filho que teria morrido de fome se ele tivesse esperado por você
perceber que ele é um gênio.”
Lúcifer deu de ombros.
“Ele não tem a nossa característica, no entanto. Eu e você, nós poderíamos ter feito
algumas grandes coisas juntos, se você só tivesse nascido no lado oposto das faixas.”
A queimadura de cigarro brilhou de seu rosto quando ele inalou asperamente.
Os olhos negros brilharam de volta para ele.
“Qual é a sensação de saber que você poderia ser igual a mim um dia?”
“Você sabe que não é verdade. Não mais.” Lucca olhou para o homem demente
diante dele, sabendo que poderia muito bem ter sido um espelho entre eles, mostrando-
lhe o que ele pareceria com muitos anos na estrada, se eu não tivesse conhecido Chloe. “Eu a
conheci antes de caminhar por esse caminho sozinho por muito tempo ... ao contrário de
você.”
A cara maníaca de Lúcifer transformou em uma de ciúmes.
“Eu fiz a sua beleza!”
“Não, você só enquadrou a sua beleza para eu ver.”
O ciúme piorou em seus olhos.
“Eu ainda toquei sua al...”
Agarrando seu rosto, Lucca abriu a boca do diabo, quando ele empurrou sua
bituca de cigarro em sua garganta, fazendo-o engolir.
Lúcifer tossiu, soprando a fumaça enquanto a ponta ardente deslizou no interior
de seu corpo. Em seguida, o riso maníaco voltou.
“Quando você vai fazer isso? Quando eu servirei ao propósito do bicho papão para
que possa finalmente me mandar para o inferno?”
Lucca era agora o único a jogar a cabeça para trás no riso maníaco enquanto se
levantava do chão.
“Dê uma olhada ao redor, Lúcifer.” Ele estendeu os braços. “Você está no inferno, e
este é o seu propósito final.”
Pela primeira vez desde que chegou aqui, os negros olhos sem alma, finalmente
mostrou um pingo de medo enquanto observava o bicho papão de pé.
Puxando a porta de metal de correr enorme, Lucca passou por ela, colocando-se no
outro lado. Quando ele falou então, fez o próprio diabo esfriar quando a porta de metal
começou a deslizar de volta no lugar.
“E nós estamos apenas começando, porra.”
QUARENTA E NOVE

DENTRO DA BELEZA DO ABISMO ESCURO

uando Lucca subiu as escadas, o coração de Chloe saltou ao vê-lo em seu terno
Q todo preto. Tanto é assim que ele, literalmente, tirou o fôlego.
“V-você está de volta mais cedo” disse ela, segurando a caixa de música de forma
segura em sua mão.
“Eu terminei cedo.” Fechando a distância, ele se ajoelhou na frente dela, olhando
para a caixa de ouro rachada. “Você nunca me mostrou isso, querida.”
Chloe abriu a caixa delicada, mostrando-lhe que já não tocava.
“Ela pertencia à minha tia. Ela que deu a luz mas... ela morreu no processo.”
Lembrou-se das palavras que ela já ouviu sua mãe dizer a seu pai: Você pode agradecer a sua
filha por matá-la.
“Sinto muito que você não chegou a conhecer, querida.” Ele empurrou o cabelo
para trás para que pudesse ver seu rosto melhor. Parecia que já sabia o que ela estava
dizendo a ele.
Eu também.
“Eu acho que ela deve ter sido muito carinhosa. Eu acho que meu pai era
apaixonado por ela.”
“Tenho certeza que ela era.” Ele alisou a mão sobre a rachadura na caixa, como
sempre fez com suas cicatrizes. “Como ela quebrou?”
Respirando fundo, ela lhe disse a verdade.
“Meu pai quebrou uma noite depois que ele bebeu muito. Eu costumava ouvi-la
todas as noites, mais e mais e mais, deixando a canção de ninar cantar para eu dormir,
como uma mãe faria com seu bebê.”
Lucca permaneceu em silêncio, ainda esfregando a caixa com os dedos, quando ele
a deixou terminar a história.
“Eu sempre procurei, tentando encontrar uma outra para que eu pudesse ouvir a
música novamente. Então, um dia, eu finalmente achei. Então, fui para a pequena loja e
ouvi-la mais uma vez.” Chloe colocou a caixa em suas mãos. “Agora eu estou feliz que ele
a quebrou, porque ele me levou até você.”
Inclinando-se, Lucca lhe deu um beijo áspero, passando a língua pelo seu lábio
inferior antes que ele se afastasse.
“Eu quero que você a tenha agora.” Ela disse-lhe.
“Você tem certeza, querida?” perguntou, já segurando a caixa como se ele a
amasse, como ele a amava.
“Sim.” Ela pressionou a testa contra a dele. “Além disso, tenho a que você me deu.”
“Eu sentia falta de ter a caixa colocada na minha mesa.” Ele revelou onde estava
por esses sete meses, quando ele colocou cuidadosamente a caixa sobre a cama antes que
ele a pegasse.
Ela torceu suas pernas ao redor de sua cintura.
“Onde estamos indo?”
“Eu preciso de um chuveiro, e você vai se juntar a mim.” Ele a levou para o
banheiro e a colocou de volta em seus pés enquanto sorriu para ela. “Você fez o que eu
pedi?”
“Sim.” Chloe corou, suas bochechas queimando em vermelho. “Não foi fácil. Eu
nunca fui depilada antes.”
Ele se inclinou para a baixa estatura dela, dando uma mordida em seu lábio.
“Da próxima vez, eu posso ajudar.”
Hum, não.
“Isso nunca vai acontecer. Nunca.”
“Vamos ver.” Ele piscou para ela antes de começar a tirar seu terno, colocando o
relógio sobre a pia. “Dispa-se.”
Um incêndio imediatamente começou a queimar dentro dela, por sua demanda.
Seu corpo obedeceu, puxando as roupas pretas longe de sua pele. Em seguida, ela
estava lá, vulnerável em frente a ele, quando seus olhos escuros acariciaram sua pele de
porcelana, em seguida, sua boceta depilada. Chloe foi capaz de ver o prazer que
encontrou apenas olhando para ela, quando sua dureza cresceu.
O homem diante dela não foi saciado o suficiente desde a primeira vez; ela sabia.
Hoje à noite, seu corpo, mente e alma, tinham a esperança de ajudar a saciar seu desejo.
Lucca deu um sorriso assustador quando abriu uma das gavetas e tirou uma
garrafa de mousse de barbear. Em seguida, molhou um pano sob a água.
Vindo em sua direção, ele então puxou-a para o chuveiro e pediu a ela para se
sentar baixo para o banco antes de se ajoelhar na frente dela.
Ela estava confusa que ele não ligou o chuveiro, e mais ainda quando ele revelou
que também carregava seu isqueiro e um laço de cabelo.
“Amarre seu cabelo para trás.”
Chloe puxou sua longa massa de cabelo, prendendo-o com o laço.
“O que está fazendo?” Ela perguntou curiosamente, quando ele a fez inclinar-se
para trás até que seu abdômen estivesse mais reto.
Sua pergunta ficou sem resposta quando ele pulverizou a mousse em forma de um
pequeno coração em sua barriga. Lucca, em seguida, abriu o isqueiro, tecendo-o entre os
dedos e fazendo com que a chama dançasse.
“Você confia em mim, querida?”
Olhando para a chama hipnotizante, ela respondeu com:
“Sempre.”
“Fique quieta” ele ordenou enquanto ele trouxe a chama perto da mousse.
A boca de Chloe abriu quando a chama dançou logo acima de sua pele, seguindo o
padrão da mousse. Foi de alguma forma ainda mais fascinante do que assistir os truques
que ele poderia fazer com seu Zippo. Ela adivinhou que isto era como se sentia quando
ele iria tocar os dedos na chama. Tudo o que podia sentir, era um pequeno formigamento
de calor.
“Você gostou?” Ele perguntou quando ele fez a chama pegar novamente,
iluminando o mesmo padrão mais uma vez. Só que queimou muito mais rápido desta
vez.
“Sim” ela respirou quando as chamas desapareceram.
Em vez de acender de volta no fogo, ele tomou o pano úmido e limpou o mousse.
Em seguida, desenhou um coração ainda maior sobre seu estômago com a mousse. As
curvas superiores do coração estavam mais perto de seus seios pesados, enquanto o
ponto inferior descansava em sua buceta raspada.
“Agora você confia em mim, querida?” Seus olhos verdes brilharam, enquanto ele
girou mais leve entre os dedos.
“Sempre” ela repetiu a palavra sem hesitação.
A chama se aproximava, e ela já podia sentir-se praticamente ofegante. Quando o
padrão em forma de coração pegou fogo, sua cabeça caiu para trás, descansando sobre o
vidro. Ela gemeu quando as chamas lamberam entre as coxas.
Porra.
Lucca continuou, reacendendo o mousse mais e mais, até que queimou.
Seu coração disparou quando Lucca limpou o projeto, deixando a fria toalha úmida
demorar sobre a pele aquecida. Então, ele ligou a água, depois de ter movido o bocal,
esperando por ele para aquecer antes de colocá-lo de volta na sua posição normal.
O impressionante corpo de Lucca perseguiu até ela. Ele levou a mão ao cabelo,
liberando o laço e deixando-o descontroladamente cair. Então, ele deslizou a mão um de
seus enormes, enxugando uma gota de água que repousava sobre seu mamilo, com o
polegar, tornando-o duro.
“Você ainda gosta disso, depois que eu brinquei com o fogo?”
“Sim...” Seu corpo tornou-se massa sob suas mãos. “Eu não tenho medo de
qualquer coisa que você faz para mim.”
“Querida...” Ele enroscou uma mecha molhada de seu cabelo em torno de seu
dedo. “Essas são palavras perigosas para usar perto de mim.” Ele puxou o cabelo escuro,
forçando a cabeça abaixar e enviar-lhe uma mensagem silenciosa.
Os olhos cinzentos de Chloe cresceram quando ela olhou para seu pau duro.
“Tem certeza de que quer confiar em mim? Eu nunca...”
“Eu vou me arriscar.”
Lucca gemeu quando ela caiu de joelhos e pegando o seu pau em sua mão
inexperiente, acariciando. Ele olhou para ela com olhos ferozes enquanto se inclinou
mais perto.
“Você está me matando, querida” ele disse a ela, à beira de um rosnado.
Mordendo o lábio, ela começou a se afastar, mas seu aperto em seu cabelo parou.
“Não se atreva a parar.” O rosnado baixo finalmente escapou. “Abra sua boca.”
Ela timidamente abriu a boca e levou-o para dentro. Foi a coisa mais linda que se
possa imaginar, vendo que ela lhe agradava. Você poderia dizer que Lucca pensou a
mesma coisa, que olhava para ela com olhos intensos. Ela limpou a feiura de seu mundo,
assim quando ele teve o primeiro olhar para o seu rosto cheio de cicatrizes, o rosto que
espelhava as cicatrizes que realizou dentro de seu coração para a sua mãe.
Lucca começou lento, dando-lhe tempo para se adaptar, antes que ele não
conseguisse se segurar e começou a bombear em sua boca mais rápido. Os sentimentos
que surgiram dentro dele eram tão intensos, que ele tinha que empurrar-se sua boca,
com medo de que ele gozaria.
O desejo e necessidade de estar dentro dela era evidente em seu rosto, quando
suas mãos foram para a bunda dela, levantando-a, até que colocou a sua excitação, onde
queria. Então, quando ele a empurrou contra o vidro, subindo dentro dela em um
impulso, ela gritou, sentindo-se à beira de prazer e dor.
“Lucca!”
Batendo nela, ele não escondeu nada, dando-lhe tudo dele.
A ferocidade dele a assustou, mas só um pouco, quando ela permitiu que o bicho
papão tomasse o que ele queria dela. Ele estava morrendo de desejo por muito tempo, e
queria ver a escuridão ainda.
“Mais forte...” ela gemeu.
A boca de Lucca cobriu a dela, mergulhando a língua em sua boca, enquanto seu
pau duro mergulhou mais forte em sua buceta molhado. Então, ele mordeu o lábio
inferior, antes de lentamente puxar para trás, até que ele soltou.
“Isso é o que você quer, querida?”
“Mais rápido...” ela gemeu quando o orgasmo começou a reclamar seu corpo,
mandando-a para um belo pesadelo.
O bicho papão manteve sua promessa, quando ela começou a pedir-lhe para não
parar.
Ele mandou-a para o belo abismo, escuro mais e mais até que os belos pesadelos
substituíram os pesadelos do diabo, um por um.
CINQUENTA

AS CORRENTES QUE SEGURAVAM A ALMA


DELES

ucca embalou seu corpo inconsciente em seus braços. Ele não foi capaz de olhar longe de
L seu rosto desde o momento em que ela adormeceu.
Isso matou-o, que ele tinha que colocar para dormir. O que ele estava prestes a fazer com
ela o matou. Ela não ia entender por um bom tempo que tinha que fazer isso para salvá-la, e
libertar a alma dela e de sua mãe para serem livres.
Sentando-se na cama, ele a segurou por apenas um pouco mais. Esta seria a última vez
que estava indo para ser capaz de tocá-la por um longo tempo.
Ele começou a conversar com ela, esperando que de alguma forma, quando acordasse, uma
parte dela ia se lembrar das coisas que ele disse.
“Ele estava vindo para você. Ele ia levar você embora. Ele não me deu escolha, Chloe. Ele
tentou levar você do shopping e se eu tivesse o deixado andar dez passos adiante, Lúcifer teria tido
você.”
Lucca levantou-se, colocando seu corpo adormecido na cama, antes de sentar-se ao lado
dela, querendo, precisando, de mais um momento com ela.
Ele levantou um dedo para o rosto de porcelana, acariciando a cicatriz que ele sonhou tocar
por sete meses. Alisando o dedo sobre a marca, a escuridão nele retumbou, em seguida, acalmou,
tornando-se lenta e constante, para encontrar o seu propósito.
Ele pensou que já encontrou seu verdadeiro propósito quando a viu pela primeira vez, mas
isso foi apenas a metade disso. Seu propósito era salvar Chloe Masters, mas o seu verdadeiro
propósito era salvar um ao outro.
Todos os dias, ele sentiu-se tornar-se mais insaciável. A escuridão nele estava tomando um
caminho sem volta... E então, ele a tocou, e o hediondo dentro dele que estava desolado e sozinho,
finalmente encontrou esperança. Ele renasceu.
O bicho papão encontrou um outro mundo, visto como uma aberração, como um monstro.
Lucca alisou o dedo sobre sua cicatriz por apenas mais um momento final.
“Eu te amo, querida. Por favor, lembre-se disso quando você acordar...”

*****

Chloe apertou-se mais perto de Lucca, querendo sentir o calor de seu corpo,
quando descansou a cabeça em seu ombro. A leve camada de neve em janeiro era tão
bonita para olhar sob o gazebo iluminado. Isso tirava o fôlego a cada vez, quase tanto
quanto ela olhava nos olhos totalmente verdes de Lucca.
Ela olhou em volta, vendo as mudanças que ambos criaram, e as mudanças que ela
fez dentro de si mesma.
Lucca tomou-lhe a mão, puxando-a para o seu colo.
“Sabe que dia é hoje, querida?”
Ela levantou a cabeça para olhar em seus olhos verdes, sua respiração mais uma
vez sendo levada embora.
Incapaz de encontrar palavras, ela simplesmente balançou a cabeça.
“Você me encontrou aqui, pela primeira vez... um ano atrás.”
Seu coração inchou com o fato de que ele se lembrava.
“Eu não posso acreditar!” Os olhos de Chloe derivaram para a mão esquerda,
quando Lucca deslizou um anel de diamante no seu dedo.
“Era da minha mãe” ele disse a ela soando agridoce.
“É lindo” ela sussurrou, uma única lágrima escorrendo pela cicatriz quando suas
profundezas cinzas tornaram o diamante brilhante, que era composto por um desenho
intrincado.
“Sabe o que eu tive que dizer à proprietária da loja para convencê-la a vender-me a
caixa de música?”
Chloe balançou a cabeça enquanto mais lágrimas caíam de seus olhos.
“O dia em que nos conhecemos aqui embaixo, eu voltei depois de apenas te
conhecer há uma semana, e eu disse a ela que eu te amava.” Ele disse com tal ferocidade,
que ela sentiu as correntes que prendiam suas almas juntas, chacoalhando.
“Eu te amo” ela respirou com todo o seu ser, enviando sua própria mensagem às
suas almas.
Lucca se inclinou, trazendo seus lábios mais perto de suas cicatrizes.
“Case-se comigo, querida.”
ACORRENTADO

Meu corpo está acorrentado, fraco e com medo.


Minha mente está quebrada.
O homem que me colocou nestas correntes
é dono de mim.

Meu corpo está acorrentado, resistente, e valente.


Minha mente é mais forte.
O homem que me colocou nestas correntes
não vai me possuir.

Minhas correntes são velhas, fracas e com medo.


Elas estão quebradas.
O homem que me colocou nestas correntes
Já não pode me segurar.

SARAH BRIANNE

Notas

[←1]
[←2]
Vice-presidente.

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