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As civilizações cretense e micênica, ou minoica e micênica,

desenvolveram-se por volta de 2000 a. C., na região que


compreende o extremo sul da Grécia, tendo assim precedido as
cidades-estado da civilização grega, como Tebas, Atenas e
Esparta. A civilização cretense aflorou na ilha de Creta, que fica
no mar Egeu. Ela também é chamada de minoica em razão do
lendário rei Minos, que teria fundado tal civilização. Já a
civilização micênica estruturou-se na parte continental, em torno
da cidade de Micenas, localizada próxima a Atenas.

A cidade-estado que comportou o centro da civilização cretense


foi Cnossos. Nessa cidade, o palácio do rei constituía o ponto
central de onde partia toda a organização da cidade. Além de ser
uma construção monumental, o palácio cretense era uma
complexa obra de engenharia. Sua estrutura contava com
aquedutos construídos com terracota que irrigavam água a
quilômetros de distância. Seu interior foi especialmente projetado
para comportar toda a família real e todos os subalternos que
gestavam a administração da cidade. Além disso, as paredes dos
recintos interiores do palácio eram cuidadosamente ornamentadas
e pintadas com a técnica do afresco.

Arqueólogos e historiadores especulam que o fim da civilização


cretense remonta ao ano de 1450 a. C. Por volta desse ano, a
cidade de Cnossos teria sido destruída ou por um vulcão ou pela
pilhagem da civilização micênica. Essa última, a civilização
micênica, começou a formar-se por volta de 1600 a.C., tendo
atingido o seu apogeu entre 1400 e 1230 a.C. Os micênicos
descendiam das tribos invasoras indo-europeias que alimentaram
ondas migratórias para o sul da Europa a partir do ano 2.000 a.C,
tal como os dórios, jônios, eólios e aqueus, que viriam a construir
as outras civilizações da antiga Grécia.
Toda estrutura administrativa, econômica e cultural dos
micênicos, que acabaram conquistados pelas tribos dórias, foi
herdada dos cretenses — civilização à qual submeteram seu jugo.
A característica da centralidade do palácio do rei também esteve
presente entre os micênicos, cuja importância foi registrada pelo
estudioso do pensamento grego, Jean-Pierre Vernant, como pode
ser visto no trecho a seguir:

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