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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI

PSICOPATOLOGIA

ESPÍRITO SANTO
INTRODUÇÃO À PSICOPATOLOGIA

O campo da saúde mental é amplo e bastante heterogêneo, tanto no que


diz respeito às referências teórico-práticas, quanto ao conjunto de instituições
envolvidas na atenção e cuidados da rede pública. Não podemos aspirar a uma
homogeneização do campo sob pena de reduzir a sua complexidade a uma visão
simplista de saúde pública (Garcia, 2002, 2002). Essa variedade abrange desde
os programas comunitários, com uma atuação ainda muito restrita nos PSF
(Programa de Saúde da Família), passando pelos ambulatórios e pelos CAPS
(Centro de Atenção Psicossocial), onde se define uma proposta de reabilitação
e ressocialização, culminando nos hospitais psiquiátricos, onde se encontra a
psiquiatria em seu território por excelência.

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Ao incluirmos a psiquiatria no conjunto dos dispositivos da saúde mental,


estamos indicando a qualidade multiprofissional e interdisciplinar desse campo,
e recusando uma certa oposição entre psiquiatria e saúde mental que em nada
seria benéfica para nosso trabalho, seja na clínica ou na política institucional.
Além disso, a psiquiatria é o campo no qual historicamente se desenvolveram os
conceitos psicopatológicos, e hoje temos aí diferentes disciplinas convergindo
na direção do diagnóstico, da localização do pathos do sujeito, como balizador
do tratamento, formando um novo campo para a psicopatologia.
A psicanálise, herdeira da psiquiatria, tem como sua herança a própria
psicopatologia. Basta ver os grandes nomes alemães – principalmente Kraepelin
e Bleuler – até os franceses como Charcot, seu mestre, Liébault, Bernheim, e
mesmo Janet, cuja concepção de inconsciente Freud refuta claramente,
propondo o contrário: em vez de astenia psíquica, excitação de traços de
memória. Freud, ao tomar seu rumo na direção do inconsciente, lança a
psicanálise numa nova referência que redimensiona o alcance do diagnóstico,
indo da descrição à dinâmica; do fenômeno à estrutura (Figueiredo & Machado
2000). Um novo campo aí se delineia por oposição ao campo fenomênico-
descritivo da psiquiatria e da psicopatologia geral, a saber: o campo do
inconsciente e suas formações (Freud) ou o campo do Outro (Lacan). Essa
concepção rompe com as concepções anteriores de diagnóstico e tratamento da
psiquiatria criando novas exigências para ambos e abrindo uma nova porta para
a psicopatologia.

TRANSTORNOS

Transtorno tem por característica um comportamento que exprime


contrariedade, decepção, marcadas por atitudes que revelam desarranjo ou
desordem neurológica.
Em alguns casos, o termo pode referir-se também a qualquer
perturbação da saúde.

TRANSTORNOS MENTAIS
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Transtornos mentais (ou doenças mentais, transtornos psiquiátricos ou


psíquicos, entre outras nomenclaturas) são condições de anormalidade,
sofrimento ou comprometimento de ordem psicológica, mental ou cognitiva. Em
geral, um transtorno representa um significativo impacto na vida do paciente,
provocando sintomas como desconforto emocional, distúrbio de conduta e
enfraquecimento da memória.
Dentre os fatores causadores, a genética, a química cerebral (problemas
hormonais ou uso de substâncias tóxicas que afetam o cérebro) e o estilo de
vida são tidos como os principais desencadeadores dos diversos transtornos
existentes. Doenças em outras partes do corpo podem afetar a mente, e
inversamente, transtornos ou doenças mentais podem também desencadear
outras doenças pelo corpo, produzindo sintomas somáticos.
Uma doença ou transtorno mental pode ser tratado através de
medicamentos, ou várias formas de psicoterapia. O diagnóstico envolve o exame
do estado mental confrontando seu histórico clínico, utilizando-se também
de testes psicológicos, exames neurológicos, de imagem e exames físicos.
Abaixo você encontra uma lista com os principais transtornos mentais.

ABUSO DE DROGAS (DEPENDÊNCIA QUÍMICA E


PSICOLÓGICA)
 Alcoolismo
 Alucinógenos
 Cocaína (dependência)
 Maconha (dependência)
 Tranquilizantes

TRANSTORNOS ALIMENTARES
 Anorexia Nervosa
 Bulimia Nervosa

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TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
 Agorafobia
 Fobia Específica
 Fobia Social
 Síndrome do Pânico
 Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
 Transtorno de Estresse Agudo
 Transtorno de Estresse Pós-traumático
 Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)

TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
 Transtorno de Personalidade Antissocial
 Transtorno de Personalidade Borderline
 Transtorno de Personalidade Esquizoide
 Transtorno de Personalidade Narcisista
 Transtorno de Personalidade Paranoide

TRANSTORNOS DELIRANTES
 Esquizofrenia
 Transtorno Esquizotípico

TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS
 Amnésia Dissociativa
 Síndrome de Despersonalização-Desrealização
 Transtorno da Fuga
 Transtorno de Personalidade Múltipla

TRANSTORNOS DO SONO
 Hipersonia
 Insônia
 Pesadelos
 Sonambulismo
 Terror noturno
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TRANSTORNOS DOS HÁBITOS E DOS


IMPULSOS
 Cleptomania
 Jogo Patológico
 Piromania
 Transtorno Explosivo Intermitente
 Tricotilomania

TRANSTORNOS EMOCIONAIS (DE HUMOR)


 Depressão
 Distimia
 Manias
 Transtorno Bipolar
 Transtorno Depressivo Recorrente

TRANSTORNOS SEXUAIS
 Aversão Sexual
 Compulsão Sexual
 Dispareunia
 Ejaculação Precoce
 Exibicionismo
 Fetichismo
 Fetichismo Transvéstico
 Frotteurismo
 Masoquismo
 Orientação Sexual Egodistônica
 Pedofilia
 Sadismo
 Transexualismo
 Transtorno da Maturação Sexual
 Transtorno de Identidade Sexual na Infância
 Travestismo Bivalente
 Vaginismo
 Voyeurismo

TRANSTORNOS SOMATOFORMES
 Hipocondria
 Neurastenia
 Transtorno de Somatização

ABUSO DE DROGAS (DEPENDÊNCIA QUÍMICA E


PSICOLÓGICA)

As drogas podem causar dependência psicológica ou dependência


química e física. A dependência psicológica baseia-se no desejo de continuar
tomando uma droga para induzir o prazer ou aliviar a tensão e evitar o
desconforto. As drogas que produzem dependência psicológica é
particularmente comum com drogas que alteram o humor e as sensações e que
afetam o sistema nervoso central, e produzem um ou mais dos efeitos a seguir:
 Reduzem a ansiedade e a tensão.
 Causam alegria, euforia ou outras mudanças agradáveis do humor.
 Produzem a impressão de aumento da capacidade mental e física.
 Alteram a percepção sensorial.
Algumas drogas causam química, que nem sempre é acompanhada de
dependência psicológica. No caso de drogas que causam dependência
física/química, o corpo adapta-se à droga quando ela é usada continuamente,
acarretando tolerância e sintomas de abstinência quando o seu uso é
interrompido. Geralmente ocorre a necessidade de aumentar progressivamente
a dose de uma droga para reproduzir o efeito originalmente obtido com doses
menores.
A atividade relacionada à droga passa a ocupar uma grande parte do
dia, de modo que a adição geralmente interfere na sua capacidade laborativa,
nos estudos ou na interação normal com a família e os amigos. Nos casos de
dependência grave, os pensamentos e as atividades são direcionados
predominantemente à obtenção e ao uso da droga. Um droga-adido pode
manipular, mentir ou roubar para satisfazer a sua adição.

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Um indivíduo que apresenta síndrome de abstinência sente-se doente e


pode apresentar muitos sintomas, como cefaleia, diarreia ou tremores. A
abstinência pode desencadear uma doença grave, potencialmente letal.

ALCOOLISMO
O alcoolismo é uma doença crônica caracterizada pela tendência de
beber mais do que o pretendido, tentativas fracassadas de interromper o
consumo de bebidas alcoólicas e o consumo contínuo apesar das más
consequências sociais e laborativas. O alcoolismo é comum. Aproximadamente
8% dos adultos americanos apresentam algum problema com o uso de bebidas
alcoólicas.

ALUCINÓGENOS
Os alucinógenos incluem o LSD (dietilamida do ácido lisérgico), a
psilocibina (cogumelo mágico), a mescalina (peiote) e o 2,5-dimetoxi-4-
metilanfetamina (DOM, STP), um derivado da anfetamina. Geralmente, essas
drogas não causam alucinações verdadeiras. As alucinações verdadeiras
ocorrem quando um indivíduo crê que as coisas anormais que vê ou ouve estão
realmente acontecendo.

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COCAÍNA (DEPENDÊNCIA)
A cocaína produz efeitos similares aos das anfetaminas, mas é um
estimulante muito mais poderoso. Pode ser tomada pela via oral, inalada sob a
forma de pó (cheirada) ou pode ser injetada, em geral diretamente em uma veia.
Quando fervida com bicarbonato de sódio, a cocaína é convertida em uma base
denominada crack, podendo então.
MACONHA (DEPENDÊNCIA)
O consumo de maconha (cannabis) está amplamente disseminado.
Pesquisas entre estudantes universitários revelaram que periodicamente
ocorrem aumentos, reduções e novos aumentos do seu consumo. Nos Estados
Unidos, a maconha é geralmente consumida sob a forma de cigarro (baseado)
feitos com raízes, folhas e as flores distais da planta seca, sendo quase sempre
a Cannabis sativa.

TRANQUILIZANTES

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Diga adeus à ansiedade. Os grandes laboratórios farmacêuticos


interessados no faturamento construíram a crença de que podemos e devemos
viver sem ansiedade. Esta falsa ideia foi assimilada por alguns médicos e pelo
público em geral, promovendo a ida dos ansiosos aos consultórios em busca do
remédio milagroso. Entretanto a ansiedade pode ser uma emoção saudável.

TRANSTORNOS ALIMENTARES
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ANOREXIA NERVOSA
Anorexia Nervosa é um transtorno de grande incidência nas mulheres
(cerca de 90% dos casos), sendo caracterizado pela imposição do indivíduo em
se manter com um limite de peso muito baixo (geralmente abaixo de 85% do seu
índice corporal). A prática anoréxica inclui métodos pouco usuais para
emagrecer.

BULIMIA NERVOSA
As características principais deste transtorno incluem bingeing (ingestão
de grandes quantidades de alimentos) e purificação (eliminação dos alimentos
por meios artificiais, como vômitos forçados, uso excessivo de laxantes, períodos
de jejum, ou exercícios excessivos). Os indivíduos com Bulimia Nervosa
tipicamente estão dentro da faixa de peso normal, embora alguns possam estar
com um peso levemente alterado.

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
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AGORAFOBIA
Agorafobia é o transtorno de ansiedade em que um indivíduo, quando
exposto a lugares ou situações em que ele julgue como embaraçosas, acaba
sentindo uma ansiedade desproporcional ao fator que está sendo presenciado,
podendo apresentar até sintomas do Transtorno do Pânico. A Agorafobia pode
tanto se manifestar de forma específica como generalizada.

FOBIA ESPECÍFICA
Conhecida também como fobia simples, a Fobia Específica é o medo a
determinado objeto, animal ou circunstâncias, desencadeando no indivíduo uma
intensa crise de ansiedade com sintomas semelhantes aos relatados no
Transtorno do Pânico. Atinge duas vezes mais mulheres do que homens, sendo
que o medo de altura é a única fobia – dentre as mais comuns.

FOBIA SOCIAL
Fobia Social implica ao indivíduo uma intensa sensação de medo,
ansiedade ou desconforto quando ele é exposto a determinadas circunstâncias
como: frequentar locais escuros, encontrar com pessoas do sexo oposto, falar
em público, etc. Podem ocorrer sintomas físicos como rubor, tremores, náuseas,
desejo intenso de urinar.
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SÍNDROME DO PÂNICO
O transtorno – ou síndrome – do Pânico é caracterizado por crises
intensas, repentinas e graves de ansiedade e medo. Geralmente são
acompanhadas de vários sintomas físicos como palpitações, respiração rápida
ou sensação de asfixia, visão turva, tonturas e sentimentos de irrealidade
(despersonalização ou desrealização). Existe além desses, um constante
sentimento de medo de morrer.

TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG)


É caracterizado por um sentimento de ansiedade muito forte, que pode
ser desencadeado por qualquer situação do dia a dia, tornando esse transtorno
muito frequente no dia a dia do indivíduo. Os sintomas essenciais são variáveis,
mas compreende nervosismo persistente, tremores, tensão muscular,
transpiração, sensação de vazio na cabeça, palpitações, tonturas, desconforto
epigástrico, aflição por coisas comuns.

TRANSTORNO DE ESTRESSE AGUDO


O Transtorno de Estresse Agudo é causado pela exposição a uma
situação traumática avassaladora, similar ao Estresse Pós-traumático, exceto
por ocorrer durante o primeiro mês após o evento traumático. O indivíduo com
um estresse agudo foi exposto a um acontecimento terrível. Ele revive
mentalmente o evento traumático, evita coisas que possam lembrá-lo e
apresenta um fato em questão.

TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

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O Transtorno de Estresse Pós-traumático é um distúrbio da ansiedade


causado pela exposição a uma situação traumática avassaladora. As situações
que ameaçam a vida ou que lesam gravemente um indivíduo podem afetá-lo
durante muito tempo após a sua ocorrência. O medo intenso, o desamparo e o
terror são frequentes. A situação traumática é repetidamente revivida a todo
instante.

TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC)


É caracterizado essencialmente por ideias obsessivas e
comportamentos compulsivos recorrentes. As ideias obsessivas são
pensamentos, representações ou impulsos que se intrometem na consciência do
sujeito de modo repetitivo e estereotipado. Ele tem consciência desses
pensamentos, e tenta de todas as maneiras evitá-los, mas sem qualquer
sucesso. Os comportamentos e os rituais compulsivos são atividades
estereotipadas que a pessoa não consegue controlar.

TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
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Estes distúrbios compreendem habitualmente vários elementos da


personalidade. Acompanham-se em geral de angústia pessoal e desorganização
social, e aparecem habitualmente durante a infância ou a adolescência,
persistindo de modo duradouro na idade adulta.

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL


Transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das
obrigações sociais e a falta de empatia para com os outros. Há um desvio
considerável entre o comportamento desses indivíduos e as normas sociais
estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências
adversas, inclusive pelas punições. Existe uma baixa tolerância à frustração.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE
Transtorno de personalidade caracterizado pela tendência nítida em agir
de modo imprevisível, sem consideração pelas consequências, com humor
imprevisível e caprichoso, tendência a acessos de cólera e uma incapacidade de
controlar os comportamentos impulsivos, tendência a adotar um comportamento
briguento e a entrar em conflito com os outros principalmente quando os atos
impulsivos são contrariados.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ESQUIZOIDE
Transtorno da personalidade caracterizado por um retraimento dos
contatos sociais, afetivos ou outros, preferindo a fantasia, atividades solitárias e
a reserva introspectiva; apresentando uma incapacidade de expressar seus
sentimentos e a experimentar prazer.

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE NARCISISTA


A característica essencial do Transtorno da Personalidade Narcisista é
um padrão invasivo de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de
empatia. Os indivíduos com este transtorno têm um sentimento grandioso de sua
própria importância. Eles rotineiramente superestimam suas capacidades e
exageram suas realizações, frequentemente parecendo presunçosos ou
arrogantes. Eles podem presumir que os outros atribuem essa arrogância.

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE PARANOIDE


Transtorno da personalidade caracterizado por uma sensibilidade
excessiva face às contrariedades, como a recusa de perdoar os insultos, o
caráter desconfiado, tendência a distorcer os fatos interpretando as ações
imparciais ou amigáveis dos outros como hostis ou de desprezo, suspeitas
injustificadas a respeito da fidelidade do parceiro sexual e um sentimento
combativo e obstinado a eles.

TRANSTORNOS DELIRANTES
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ESQUIZOFRENIA
A esquizofrenia é um distúrbio mental grave, caracterizado pela perda
do contato com a realidade (psicose), alucinações, delírios (crenças falsas),
pensamentos anormais e alteração do funcionamento laborativo e social. A
esquizofrenia é um importante problema de saúde pública em todo o mundo. A
sua prevalência mundial parece ser discretamente inferior a 1%.

TRANSTORNO ESQUIZOTÍPICO
Transtorno caracterizado por um comportamento excêntrico e por
anomalias do pensamento e do afeto que se assemelham àquelas da
esquizofrenia, mas não há em nenhum momento da evolução qualquer anomalia
esquizofrênica manifesta ou característica. A sintomatologia pode comportar um
afeto frio ou inapropriado (anedonia); um comportamento estranho ou excêntrico;
uma tendência ao retraimento social.

TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS
Os transtornos dissociativos (ou de conversão) se caracterizam por uma
perda parcial ou completa das funções normais de integração das lembranças,
da consciência, da identidade, das sensações imediatas e do controle dos
movimentos corporais.
Os diferentes tipos de transtornos dissociativos tendem a desaparecer
após algumas semanas ou meses, quando sua ocorrência está associada a um
acontecimento traumático.
Podem evoluir para transtornos mais crônicos (como paralisias e
anestesias) quando a ocorrência do transtorno está ligada a problemas ou
dificuldades interpessoais insolúveis.

AMNÉSIA DISSOCIATIVA
A característica essencial é a perda da memória que diz respeito a
acontecimentos importantes e recentes, causada por eventos traumáticos como
acidentes ou perdas de parentes ou amigos próximos. A amnésia é bastante
frequente na vida desses indivíduos quando parcial e seletiva. Uma amnésia
completa e generalizada é rara.

SÍNDROME DE DESPERSONALIZAÇÃO-DESREALIZAÇÃO
Transtorno de Despersonalização consistem de episódios persistentes
ou recorrentes em que o indivíduo sente uma sensação de irrealidade e
distanciamento de si mesmo, como se estivesse em um sonho ou filme. O
indivíduo tem uma sensação de ser um observador externo dos próprios
processos mentais e do próprio corpo. Há também o sentimento de anestesia.

TRANSTORNO DA FUGA
Transtorno da Fuga é caracterizado pela incapacidade do indivíduo em
recordar aspectos importantes de sua vida – como seu passado e sua identidade
(Amnésia Dissociativa) -, seguida de um deslocamento geográfico intencional,
que excede os trajetos cotidianos. O indivíduo muda de cidade ou estado, e, em
muitos dos casos, adota uma nova identidade e personalidade.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE MÚLTIPLA
É caracterizado por duas ou mais personalidades distintas num mesmo
indivíduo, se alternando uma de cada vez. Cada personalidade é completa, com
suas próprias memórias, comportamento e gostos, de forma bastante elaborada
e complexa. Podem ter sexos, idades, raças ou comportamentos diferentes (uma
sendo sexualmente promíscua e outra recatada).

TRANSTORNOS DO SONO

HIPERSONIA
A Hipersonia é definida como uma afecção com estado de sonolência
diurna excessiva e ataques de sono (não explicados por uma quantidade
inadequada de sono); e, por outro lado, por períodos de transição prolongados,
até o estado de vigília completo após o despertar. Na ausência de um fator
orgânico que explica a ocorrência de uma falta de sono.

INSÔNIA
Na insônia, o sono é de quantidade e qualidade não satisfatórias. O
transtorno de sono persiste durante um período prolongado, podendo se tratar
de uma dificuldade de adormecer, de uma dificuldade de permanecer
adormecido ou de um despertar matinal precoce. Leia também… Sono, Insônia
e Pílulas Das 8.760 horas de um ano.

PESADELOS
O pesadelo é uma experiência de sonho carregada de ansiedade ou de
medo, que se acompanha de uma lembrança muito detalhada do conteúdo do
sonho. Esta experiência de sonho é muito intensa e comportam em geral temas
como ameaças à existência, segurança ou à autoestima. É frequente que os
pesadelos tenham tendência a se repetir.

SONAMBULISMO
O sonambulismo é uma alteração do estado de consciência associando
fenômenos de sono e de vigília. Durante um episódio de sonambulismo o
indivíduo se levanta do leito, em geral no primeiro terço do sono noturno, e
deambula. Estas manifestações correspondem a um nível reduzido de
percepção do ambiente, reatividade e habilidade motora.
TERROR NOTURNO
Episódios noturnos de terror e pânico extremos, associados a uma
vocalização intensa, agitação motora e hiperfuncionamento neurovegetativo. O
indivíduo se senta ou se levanta geralmente no primeiro terço do sono noturno
com um grito de pânico. Frequentemente corre até à porta como se quisesse
fugir, mas raramente deixa seu quarto.

TRANSTORNOS DOS HÁBITOS E DOS IMPULSOS

CLEPTOMANIA
A característica essencial da Cleptomania é o fracasso recorrente em
resistir a impulsos de furtar objetos. A motivação principal está nos sintomas que
o indivíduo experimenta durante e após o ato cleptomaníaco, como sentimento
crescente de ansiedade (ou tensão) antes do furto, seguido de prazer, satisfação
ou alívio após cometê-lo.

JOGO PATOLÓGICO
Consiste em episódios repetidos e frequentes de jogo, que passam a
dominar a vida do sujeito em detrimento dos valores e dos compromissos sociais,
profissionais, materiais e familiares. O indivíduo vive em constante estado de
preocupação com o jogo (revivendo experiências, planejando a próxima parada
ou pensando em modos de obter dinheiro para jogar).

PIROMANIA
Piromania é um transtorno caracterizado pela sensação de prazer,
satisfação ou liberação de tensão ao provocarem incêndios, testemunharem
seus efeitos ou participarem de seu combate. O comportamento incendiário não
ocorre visando obter ganhos monetários, expressar uma ideologia sociopolítica,
encobrir uma atividade criminosa, expressar raiva ou vingança, melhorar as
próprias condições de vida ou em resposta.
TRANSTORNO EXPLOSIVO INTERMITENTE
Esta doença é caracterizada pelo constante fracasso em resistir a
impulsos agressivos, acarretando em ataques físicos ou destruição de
propriedades, sendo que o grau de agressividade expressada durante um
episódio é amplamente desproporcional a qualquer provocação ou estressor
psicossocial desencadeante. O indivíduo pode descrever os episódios
agressivos como “surtos” ou “ataques” nos quais o comportamento.

TRICOTILOMANIA
Tricotilomania consiste em arrancar os próprios cabelos de maneira
recorrente e compulsiva, resultando em perda capilar perceptível. Os locais de
onde os cabelos são arrancados podem compreender qualquer região do corpo
(inclusive as regiões axilar, púbica e peri-retal), sendo os pontos mais comuns o
couro cabeludo, sobrancelhas e cílios. Circunstâncias estressantes podem
agravar o comportamento.

TRANSTORNOS EMOCIONAIS (DE HUMOR)

DEPRESSÃO
Nos episódios típicos de cada um dos três graus de depressão (leve,
moderado ou grave), o paciente apresenta um rebaixamento do humor, redução
da energia e diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de
experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de
concentração associadas em geral à fadiga, mesmo após um esforço mínimo.

DISTIMIA
A característica essencial está no humor cronicamente deprimido, que
ocorre na maior parte do dia por pelo menos dois anos. Os indivíduos descrevem
seu humor como triste ou “na fossa”. Em crianças, o humor pode ser irritável ao
invés de deprimido, e a duração mínima exigida é de apenas um ano.

MANIAS
Mania – do grego mania (loucura) – é, para a Psiquiatria, o distúrbio
mental caracterizado pela alteração de pensamento, com alteração
comportamental dirigido, em geral, para uma determinada ideia fixa e com
síndrome de quadro psicótico grave e agudo, característico, embora não
exclusivo (mania secundária), do Transtorno ou Distúrbio Bipolar e se caracteriza
por grande repetição de atos.

TRANSTORNO BIPOLAR
A alternância de longos períodos depressivos com manias é a tônica
dessa patologia. Os indivíduos com esse transtorno apresentam durante
algumas ocasiões uma elevação do humor e aumento da energia e da atividade
(hipomania ou mania), e em outras, um rebaixamento do humor e de redução da
energia e da atividade (depressão).

TRANSTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE


Transtorno caracterizado pela ocorrência repetida de episódios
depressivos (Depressão), com episódios independentes de exaltação de humor
e de aumento de energia (mania). O transtorno pode contudo, comportar breves
episódios caracterizados por um ligeiro aumento de humor e da atividade
(hipomania), sucedendo imediatamente a um episódio depressivo.

TRANSTORNOS SEXUAIS
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AVERSÃO SEXUAL
A perspectiva de relação sexual produz medo ou ansiedade suficiente
para que a atividade sexual seja evitada. Problemas de relacionamento e/ou
trauma sexual na infância podem estar relacionados no desenvolvimento desta
doença. Veja também… Sexo e Encéfalo (artigo) Há vários aspectos que
influenciam o sexo.

COMPULSÃO SEXUAL
É caracterizado pelo fracasso em resistir a um impulso ou tentação de
realizar atos ou fantasias sexuais. O ato precede de uma sensação crescente de
tensão ou excitação seguido de prazer, gratificação ou alívio depois de realizado.
Por ser de caráter altamente impulsivo, causa problemas significativos tanto na
vida amorosa quanto pessoal e profissional.

DISPAREUNIA
A Dispareunia é caracterizada por fortes dores durante as relações
sexuais, ocorrendo tanto na mulher quanto no homem. A intensidade do sintoma
pode variar desde um leve desconforto até uma dor aguda. O exame físico dos
indivíduos com este transtorno tipicamente não demonstra qualquer
anormalidade genital. A experiência repetida de dor genital durante o coito.

EJACULAÇÃO PRECOCE
Incapacidade de controlar a ejaculação, que pode ocorrer com
estimulação sexual mínima antes ou logo após a penetração. Relações de
estresse, a novidade de um relacionamento, ansiedade e problemas
relacionados à intimidade podem desempenhar um papel no desenvolvimento
desta doença. Veja também… Sexo e Encéfalo (artigo) Há vários aspectos que
influenciam o sexo.

EXIBICIONISMO
É o hábito de mostrar genitais a um estranho, geralmente em locais
públicos. A própria reação de surpresa da vítima proporciona ao exibicionista
excitação e prazer sexual. Às vezes, o indivíduo se masturba durante o ato,
porém, sem qualquer tentativa de atividade sexual com a vítima. Esse
comportamento tende a se manifestar em menores de 13 anos.

FETICHISMO
Fetichismo é caracterizado pelo uso frequente de determinado objeto
durante o ato sexual, e pela dependência do indivíduo a esse objeto para
obtenção de prazer. O comportamento inclui o pedido ou a exigência do uso do
objeto de fetiche à sua parceira. Caso haja recusa ou ausência do objeto, o
homem pode apresentar perda do prazer.

FETICHISMO TRANSVÉSTICO
É caracterizado pela utilização de roupas femininas por homens
heterossexuais, para se excitarem, se masturbarem ou praticar o ato sexual;
sendo que em situações não sexuais, esses indivíduos se vestem de maneira
normal. Para ser diagnosticado como Fetichismo transvéstico, esse
comportamento deve ser frequente e tido como única maneira para o indivíduo
obter prazer sexual.

FROTTEURISMO
Frotteurismo é caracterizado por um comportamento em que o indivíduo
toca ou se esfrega de maneira sexual em uma pessoa sem seu consentimento.
O ato ocorre geralmente em locais com grande concentração de pessoas – como
metro, ônibus e calçadas – por possibilitar um contato mais próximo com a
vítima, facilitar a fuga do indivíduo.

MASOQUISMO
Comportamentos masoquistas são tipicamente evidentes na idade
adulta, podendo ter início ainda durante a infância. O distúrbio é caracterizado
pelo ato real (não simulado) em que o indivíduo sente excitação sexual ao ser
humilhado, espancado, amarrado ou submetido a qualquer outra forma de
sofrimento, inclusive psicológico. Os atos masoquistas são praticados
geralmente com um parceiro que aceita o ato sexual.

ORIENTAÇÃO SEXUAL EGODISTÔNICA


O indivíduo reconhece sua identidade ou preferência sexual
(heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade ou pré-púbere), mas
apresenta transtornos psicológicos ou comportamentais associados a essa
identidade ou preferência, podendo buscar tratamento para alterá-la. Veja
também… Sexo e Encéfalo (artigo) Há vários aspectos que influenciam o sexo.

PEDOFILIA
Envolve fantasias e atração sexual por crianças pré-púberes (entre 13
anos ou menos) do sexo oposto ou mesmo sexo. Está muito associado a casos
de incesto, ou seja, a maioria dos casos de pedofilia envolve pessoas da mesma
família – pais / padrastos com os filhos e filhas. O ato pedófilo consiste em
toques, carícias.

SADISMO
Sadismo Sexual envolve atos reais (não simulados) em que o indivíduo
sente excitação sexual infringindo sofrimento psicológico ou físico (incluindo
humilhação) ao seu parceiro(a). O foco do sadismo está no controle e na
observação do sofrimento do seu parceiro. O indivíduo pode atar, vendar, dar
palmadas, espancar, chicotear, beliscar, bater, queimar, administrar choques
elétricos, e etc.

TRANSEXUALISMO
Trata-se de um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo
oposto. Este desejo se acompanha em geral de um sentimento de mal estar ou
inadaptação ao seu próprio sexo e do desejo de submeter-se a uma intervenção
cirúrgica ou a um tratamento hormonal a fim de tornar-se o mais semelhante
possível ao parceiro.

TRANSTORNO DA MATURAÇÃO SEXUAL


Ocorre em adolescentes que não estão certos quanto a sua orientação
(homo, hetero ou bissexual), ou em indivíduos que após um período de
orientação sexual aparentemente estável (frequentemente ligada a uma relação
duradoura), descobre que sua orientação sexual está mudando, causando-lhe
fortes crises de ansiedade e/ou depressão.

TRANSTORNO DE IDENTIDADE SEXUAL NA INFÂNCIA


Transtorno que se manifesta no início da infância (sempre bem antes da
puberdade). É caracterizado por um persistente e intenso sofrimento quanto à
sua identidade sexual, junto com o desejo de ser (ou a insistência de que se é)
do sexo oposto. Há uma preferência por roupas e as atividades do sexo oposto
e repúdio com seu próprio corpo.

TRAVESTISMO BIVALENTE
Este termo caracteriza o indivíduo que usa vestimentas do sexo oposto
durante uma parte de sua existência, como forma de satisfazer um desejo
temporário de pertencer ao sexo oposto; porém, sem o desejo de alteração
sexual permanente ou de uma transformação cirúrgica.

VAGINISMO
Espasmo da musculatura da vagina, impossibilitando a penetração do
pênis ou causando muita dor à pessoa com o transtorno. Estudos sugerem que
problemas de relacionamento, trauma sexual na infância (abuso sexual ou
estupro) e até educações religiosas rigorosas podem desempenhar um papel
fundamental no desenvolvimento desta doença.

VOYEURISMO
Voyeurismo é caracterizado pelo desejo de um indivíduo em observar
sem qualquer consentimento uma pessoa em ato íntimo (trocando de roupa,
tomando banho ou em ato sexual). O ato tem como finalidade a excitação sexual,
e não é tentada qualquer atividade sexual com a vítima. Pode ocorrer a
masturbação e o orgasmo, tanto durante o ato sexual.
TRANSTORNOS SOMATOFORMES

A característica essencial diz respeito à presença repetida de sintomas


físicos associados à busca persistente de assistência médica, apesar de que os
médicos nada encontram de anormal e afirmam que os sintomas não têm
nenhuma base orgânica. Se quaisquer transtornos físicos estão presentes, eles
não explicam nem a natureza e a extensão dos sintomas, nem o sofrimento e as
preocupações do sujeito.

HIPOCONDRIA
A característica essencial deste transtorno é uma preocupação
persistente com a presença eventual de um ou de vários transtornos somáticos
graves e progressivos. Os pacientes manifestam queixas somáticas persistentes
ou uma preocupação duradoura com a sua aparência física. Sensações e sinais
físicos normais ou triviais são frequentemente interpretados pelo sujeito como
anormais ou perturbadores.

NEURASTENIA
Existem variações culturais consideráveis para a apresentação deste
transtorno sendo que dois tipos principais ocorrem com considerável
superposição. No primeiro tipo a característica essencial é a uma queixa
relacionada com a existência de uma maior fatigabilidade, que ocorre após
esforços mentais frequentemente, associada à certa diminuição do desempenho
profissional e da capacidade de fazer esforço.

TRANSTORNO DE SOMATIZAÇÃO
Transtorno caracterizado essencialmente pela presença de sintomas
físicos múltiplos, recorrentes e variáveis com o tempo, persistindo ao menos por
dois anos. A maioria dos pacientes teve uma longa e complicada história de
contato, tanto com a assistência médica primária quanto especializada, durante
as quais muitas investigações negativas ou cirurgias exploratórias sem resultado
podem ter sido negativo.
ALCOOLISMO

O alcoolismo é uma doença crônica caracterizada pela tendência de


beber mais do que o pretendido, tentativas fracassadas de interromper o
consumo de bebidas alcoólicas e o consumo contínuo apesar das más
consequências sociais e laborativas. O alcoolismo é comum. Aproximadamente
8% dos adultos americanos apresentam algum problema com o uso de bebidas
alcoólicas. Os homens apresentam uma probabilidade quatro vezes maior que
as mulheres de tornarem-se alcoolistas, Indivíduos de todas as faixas etárias são
suscetíveis.
Cada vez mais, crianças e adolescentes vêm apresentando problemas
com o álcool, com consequências particularmente desastrosas. O álcool causa
tanto a dependência psicológica quanto a física. Normalmente, o alcoolismo
interfere na capacidade de socialização e laborativa, acarretando muitos
outros comportamentos destrutivos. Os alcoolistas podem estar intoxicados
diariamente. A embriaguez tende a desagregar a família e as relações sociais e,
geralmente, leva ao divórcio. O grande número de dias de ausência no trabalho
acaba levando ao desemprego. Os alcoolistas nem sempre conseguem controlar
o seu comportamento; tendem a dirigir quando bêbados e sofrem lesões físicas
em decorrência de quedas, brigas ou acidentes automobilísticos. Alguns podem
tornar-se violentos.
http://www.adesg.net.br/imagens/jornal/1400119172.jpg

CAUSAS
A causa do alcoolismo é desconhecida, mas o consumo do álcool não é
o único fator. Dentre os indivíduos que consomem bebidas alcoólicas,
aproximadamente 10% tornam-se alcoolistas. Os parentes próximos de
alcoolistas apresentam uma maior incidência de alcoolismo que outras pessoas.
Do mesmo modo, é mais provável que ocorra alcoolismo nos filhos biológicos de
alcoolistas que nos filhos adotados, o que sugere o envolvimento de um defeito
genético ou bioquímico no alcoolismo. Algumas pesquisas mostram que os
indivíduos com risco de alcoolismo embriagam-se menos facilmente que os não
alcoolistas, isto é, o cérebro deles é menos sensível aos efeitos do álcool.
Além de um possível defeito genético, determinados traços estruturais e
da personalidade podem predispor determinados indivíduos ao alcoolismo. Os
alcoolistas frequentemente são oriundos de lares desfeitos e, frequentemente, a
sua relação com os pais é conturbada. Os alcoolistas tendem a sentir-
se isolados, solitários, tímidos, deprimidos ou hostis. Alguns apresentam
comportamentos autodestrutivos e outros são sexualmente imaturos. Apesar
disso, o abuso e a dependência do álcool são tão comuns que os alcoolistas
podem ser identificados entre pessoas com qualquer tipo de personalidade.

EFEITOS BIOLÓGICOS
O álcool é rapidamente absorvido do intestino delgado para o interior da
corrente sanguínea. Como a sua absorção é mais rápida do que a sua
metabolização e eliminação do organismo, os níveis de álcool no sangue
aumentam rapidamente. Uma pequena quantidade de álcool presente no sangue
é excretada inalterada na urina, no suor e no ar expirado. O restante, que
representa a maioria da quantidade ingerida, é metabolizado pelo fígado,
produzindo cerca de 210 calorias para cada 30 ml (7 cal/ml) de álcool puro
consumido. O álcool deprime imediatamente as funções cerebrais e o grau
de depressão depende de seu nível no sangue (quanto mais elevado o nível,
maior o comprometimento). O nível de álcool no sangue pode ser mensurado ou
estimado por meio da quantidade presente em uma amostra de ar expirado na
respiração. Nos EUA, leis estaduais limitam o nível de álcool no sangue permitido
ao motorista que está dirigindo um automóvel. A maioria dos estados americanos
estabeleceu o limite de 0,1 (100 miligramas de álcool por decilitro de sangue),
mas outros estados (p.ex., Califórnia) estabeleceram o limite em 0,08. Mesmo
um nível de álcool no sangue igual a 0,08 pode reduzir a capacidade de uma
pessoa de dirigir um automóvel com segurança.
O consumo prolongado de quantidades excessivas de álcool lesa muitos
órgãos do corpo, particularmente o fígado, o cérebro e o coração. Como muitas
outras drogas, o álcool tende a induzir à tolerância, de modo que os indivíduos
que tomam regularmente mais de duas doses por dia podem beber mais álcool
que os outros, sem ficar embriagados. Os alcoolistas também podem tornar-se
tolerantes a outros depressivos. Por exemplo, aqueles que fazem uso de
barbitúricos ou benzodiazepínicos muitas vezes necessitam de doses mais
elevadas para obter um efeito terapêutico. Aparentemente, a tolerância não
altera o metabolismo ou a excreção do álcool. Em vez disso, o álcool induz o
cérebro e outros tecidos a adaptarem-se à sua presença. Se um alcoolista para
de beber abruptamente, ele pode apresentar sintomas da abstinência.
A síndrome da abstinência alcoólica geralmente começa 12 a 48 horas após a
última ingestão de bebidas alcoólicas. Os sintomas discretos incluem o tremor,
a fraqueza, a sudorese e a náusea. Alguns indivíduos apresentam convulsões
(denominadas epilepsia alcoólica ou convulsões alcoólicas).
Os alcoolistas inveterados que param de beber podem apresentar a
alucinose alcoólica. Eles podem ter alucinações e ouvir vozes que parecem
acusadoras e ameaçadoras, causando apreensão e terror. A alucinose
alcoólica pode durar dias e pode ser controlada com medicamentos
antipsicóticos (p.ex., clorpromazina ou tioridazina). Se não for tratada, a
síndrome da abstinência alcoólica pode acarretar um conjunto de sintomas mais
graves denominado delirium tremens (DT). Normalmente, o delirium tremens não
começa imediatamente. Ao contrário, ele ocorre aproximadamente 2 a 10 dias
após a interrupção do consumo de álcool. No delirium tremens, o indivíduo
inicialmente demonstra ansiedade e, posteriormente, apresenta confusão mental
progressiva, sonolência, pesadelos, sudorese excessiva e depressão profunda.
A frequência do pulso tende a aumentar. O indivíduo pode apresentar febre. O
episódio pode se agravar com alucinações fugazes, delírios que produzem
medo, inquietação e desorientação, com alucinações visuais que podem causar
terror. Os objetos vistos com pouca luz podem ser particularmente apavorantes.
Finalmente, o indivíduo apresenta confusão mental e desorientação extrema.
Algumas vezes, um indivíduo com delirium tremens sente que o chão
está se movendo, que as paredes estão caindo ou que o quarto está rodando.
Com a evolução do delirium tremens, o indivíduo passa a apresentar tremor de
mãos persistente, que, algumas vezes, estende-se à cabeça e ao resto do corpo,
e a maioria dos indivíduos apresenta uma incoordenação grave. O delirium
tremens pode ser fatal, sobretudo quando ele não é tratado. Outros problemas
estão diretamente relacionados aos efeitos tóxicos do álcool sobre o cérebro e o
fígado. Um fígado lesado pelo álcool é menos capaz de livrar o corpo das
substâncias tóxicas que podem causar o coma hepático. Um indivíduo que
desenvolve um coma hepático torna-se embotado, sonolento, estuporoso e
confuso e, muitas vezes, apresenta um tremor estranho das mãos. O coma
hepático é potencialmente letal e deve ser tratado imediatamente. A síndrome
de Korsakoff (psicose amnésica de Korsakoff) é comum em indivíduos que
ingerem regularmente grandes volumes de álcool, sobretudo quando são
desnutridos ou apresentam deficiência de vitaminas do complexo B
(particularmente de tiamina). O indivíduo com síndrome de Korsakoff perde a
memória recente.
A sua memória é tão ruim que frequentemente inventa histórias para
tentar cobrir a sua incapacidade de recordação. Algumas vezes, após um
episódio de delirium tremens, o indivíduo apresenta a síndrome de Korsakoff.
Alguns indivíduos com síndrome de Korsakoff também apresentam a
encefalopatia de Wernicke, cujos sintomas incluem movimentos anormais dos
olhos, confusão mental, movimentos descoordenados e disfunção nervosa. A
síndrome de Korsakoff pode ser fatal, exceto se a deficiência de tiamina for
imediatamente tratada. Em uma gestante, a história de consumo crônico e
intenso de bebidas alcoólicas pode estar associada a defeitos congênitos graves
do feto em desenvolvimento como, por exemplo, o baixo peso ao nascimento, a
baixa estatura, a cabeça pequena, lesões cardíacas, lesões musculares e nível
de inteligência baixo ou retardo mental. O uso social e moderado de bebidas
alcoólicas (p.ex., duas taças de vinho de aproximadamente 120 ml) não está
associado a esses problemas.

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS
Não existe algo que beneficie tanto os alcoólatras e de modo tão eficaz
quanto a ajuda que eles próprios podem se dar participando dos Alcoólicos
Anônimos (AA). Os Alcoólicos Anônimos atuam dentro de um contexto religioso.
Existem instituições alternativas para aqueles que preferem uma abordagem
mais secular. O alcoolista deve sentir-se à vontade em um grupo específico (de
preferência, participando de um grupo cujos membros compartilham interesses
outros que não o alcoolismo). Por exemplo, algumas áreas metropolitanas têm
grupos de Alcoólicos Anônimos para médicos, dentistas ou outros profissionais
e para aqueles que se dedicam a certos hobbies, assim como para indivíduos
solteiros ou homossexuais de ambos os sexos. Os Alcoólicos Anônimos
proveem um local onde o alcoolista em recuperação pode socializar-se longe de
um bar com amigos não alcoolistas que sempre estão à disposição para apoiá-
lo quando a vontade de beber torna-se novamente imperiosa. O alcoolista ouve
as confissões de todos os membros do grupo a respeito de como estão lutando
diariamente para evitar a ingestão de uma dose de bebida. Finalmente, propondo
meios para que o alcoolista ajude os demais, o Alcoólicos Anônimos permite que
o indivíduo recupere a confiança e a autoestima que, anteriormente, somente
eram encontradas após a ingestão de álcool.

ANOREXIA NERVOSA

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tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQgEqrGuBUXKzZ_PThi1D6OSGeAxD9RQe3bH1bLT0IMIlt7Fcl0Wg

Anorexia Nervosa é um transtorno de grande incidência nas mulheres


(cerca de 90% dos casos), sendo caracterizado pela imposição do indivíduo em
se manter com um limite de peso muito baixo (geralmente abaixo de 85% do seu
índice corporal).
A prática anoréxica inclui métodos pouco usuais para emagrecer. Além
da dieta, submetem-se a exercícios físicos intensos, induzem o vômito, jejuam,
tomam diuréticos e usam laxantes.
A perda de peso é vista como uma conquista notável, um sinal de
extraordinária autodisciplina; ao passo que o ganho, é tido como um inaceitável
fracasso. Esses indivíduos apresentam um medo constante de perder o controle
sobre o seu peso (tornar-se "gorda"), sendo comum apresentarem também uma
distorção sobre sua avaliação corporal, em que mesmo estando magra ela se vê
com excesso de peso.
Outras características ocasionalmente associadas com a Anorexia
Nervosa incluem preocupação acerca de comer em público, sentimento de
inutilidade, forte necessidade de controlar o próprio ambiente, pensamento
inflexível, espontaneidade social limitada, iniciativa e expressão emocional
demasiadamente refreada. Nas mulheres, a anorexia pode causar ainda
disfunções hormonais graves, causando até a ausência de períodos menstruais.
Sua causa é desconhecida, mas os fatores sociais parecem ser
importantes. O desejo de ser magro é algo muito frequente na sociedade
ocidental, e a obesidade, é considerada pouco atrativa, não saudável e
indesejável.
Seu início se dá geralmente na adolescência, sendo menos
frequentemente na idade adulta (mesmo antes da adolescência, algumas
crianças já têm conhecimentos sobre essas atitudes). Cerca de dois terços das
adolescentes fazem dieta ou já adotam outras medidas para controlar o peso.
No entanto, somente uma pequena porcentagem delas desenvolve Anorexia
Nervosa.
É um transtorno que afeta principalmente indivíduos das classes
socioeconômicas média e alta.
Cerca de 10% dos casos que requerem internação para tratamento (em
hospital geral) morre por inanição, suicídio ou desequilíbrio dos componentes
sanguíneos.

TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA


(TAG)
http://4.bp.blogspot.com/-
xqgZBIV1oAY/UT_Lf1VvlNI/AAAAAAAAA6o/KDvn9i9dvCc/s400/45402_505488599497677_1668115590_n.jpg

É caracterizado por um sentimento de ansiedade muito forte, que pode


ser desencadeado por qualquer situação do dia a dia, tornando esse transtorno
muito frequente no dia a dia do indivíduo.
Os sintomas essenciais são variáveis, mas compreende nervosismo
persistente, tremores, tensão muscular, transpiração, sensação de vazio na
cabeça, palpitações, tonturas, desconforto epigástrico, aflição por doenças
graves ocorrendo com eles ou amigos e familiares.
É desencadeado por vários fatores presentes no dia a dia do indivíduo,
sendo dificilmente notado - e diagnosticado - enquanto os sintomas básicos não
causarem transtornos significativos para a pessoa.
O medo normal e a apreensão ansiosa são respostas emocionais do
organismo diante do perigo. Portanto, ansiedade é um alerta do sistema
biológico ao preparar o corpo para reagir, mental e fisicamente, às situações
potencialmente ameaçadoras (perigosas). Os sinais corporais (tremores, boca
seca, etc.) surgem provocados pela percepção de objetos ou de sinais externos
percebidos como perigosos (um carro em disparada vindo em sua direção), ou
internos (dores intensas no tórax).
Na ansiedade normal (não patológica), após a percepção do possível
risco, o animal (homem e outros animais) dirige sua atenção para o perigo
focalizado. Neste instante é produzida (germina sem esforço) a resposta
defensiva: lutar, fugir ou ficar quieto. A musculatura fica tensa, aumenta a
atividade do sistema simpático, em menor grau é ativado o parassimpático.
Quase ao mesmo tempo categorizamos o fato: “O carro vai me pegar;” “Será que
estou tendo um enfarte?” Também, em seguida, buscamos soluções para
combater o perigo observado: fugir do carro, procurar o hospital. O organismo,
como um todo, diante da ameaça põe para funcionar suas defesas, onde cada
órgão faz sua parte automaticamente, isto é, quase sem pensar. Ao dar de cara
com o perigo há um aumento dos batimentos cardíacos, da pressão, da atividade
das glândulas sudoríparas, da respiração, contrações musculares, mudanças
gastrintestinais e da micção. Daí a frase popular: “Mijou de medo.”
http://www.galenoalvarenga.com.br/wp-content/uploads/2010/11/ansiedade.jpg

Medos dali, medos daqui nos perseguem desde cedo, durante anos e
mais anos. Pouco a pouco vão se formando modelos dos eventos perigosos e
não perigosos. Também lentamente vamos avaliando e formando mapas da
nossa capacidade e incapacidade de enfrentar problemas X ou Y. Uma vez
vivenciadas vitórias e derrotas, vamos armazenamos os sinais indicadores de
um enfrentamento perigoso versus um fácil e tranquilo. As crianças, ainda cedo,
desenvolvem uma ideia (avaliação) semelhante ao modelo adulto. Elas usam
para isso as ideias “bom x ruim” antes de elas usarem a linguagem semântica.
Portanto, podemos descrever a ansiedade produtiva (sadia) como sendo
um estado de alerta e prontidão para agir adequada e produtivamente. Uma vez
disparado o medo, o organismo, antes calmo, transforma-se num organismo
animado e/ou agitado. O medo (ansiedade) leva o indivíduo a agir: atacar, fugir
ou ficar “fingindo de morto”. Estas ações buscam aliviar o estado emocional
desagradável provocado pelo medo. A resposta automática do organismo ao
medo (palpitação, boca seca, etc.) diminui ou desaparece quando a emoção
termina: antes e depois de falar em público, aproximar-se da primeira namorada
ou transa, esperar e/ou iniciar uma prova, concurso, disputa, etc. Geralmente,
terminada a ação, terminam os sinais e sintomas da ansiedade.
O medo – ou ansiedade - se compõe de manifestações subjetivas e
objetivas. As manifestações subjetivas vão desde um sentido aumentado de
alerta ou consciência, até medos profundos de um desastre iminente. Já as
manifestações objetivas consistem de respostas corporais aumentadas,
inquietação e mudanças autônomas (falta de ar, tremores, etc.). O medo é, na
maioria das vezes, adaptativo (produtivo), pois desperta e prepara o indivíduo
para possíveis perigos (riscos, acidentes). O medo, portanto, contribui para
administrar as condutas necessárias para enfrentar as circunstâncias difíceis e
negativas. A ansiedade severa desorganiza, ela tende a ser improdutiva.
Os estímulos ameaçadores são extremamente comuns na vida diária:
batidas nas estradas, roubos, doenças, etc. Os indivíduos não-ansiosos captam
menos indicadores perigosos que os ansiosos. É possível que a propensão
(inclinação, tendenciosidade) perceptual proteja os “normais” das ameaças que
estão em todos os lugares e momentos. Este grupo adora gritar: “Eu sou
otimista!”; “Está tudo melhor do que os pessimistas pensam.” Assim os “normais”
tendem a perceber menos os perigos do meio ambiente, diminuindo, desse
modo, seus medos. Por outro lado, os ansiosos não se utilizam de recursos para
diminuir a quantidade e qualidade dos perigos que os rodeiam. Os ansiosos,
sempre de prontidão para detectar desgraças, dirigem a atenção para as
inúmeras e pequenas ameaças que estão para ocorrer. O afeto negativo, que
ocorre nos ansiosos, pode ser o resultado ou causa do seu excessivo
processamento de informações medianamente ameaçadoras do meio ambiente.
O afeto positivo dos normais pode estar relacionado a uma inibição
desse processamento. Tanto os aspectos ameaçadores físicos como os sociais
são observados com mais atenção pelos indivíduos ansiosos. O material
ameaçador é o processado seletivamente pelos ansiosos. Os esquemas ou
“programas” dos ansiosos foram construídos ou assentados na experiência
negativa e perigosa. Portanto, os assimiladores de informações positivas e
negativas, que formam a mente (a maneira de ver o mundo) de cada um deles,
uma vez construídos com “alimentos” negativos e perigosos, forçosamente
descobrirá e processará informações perigosas em qualquer lugar.
Em resumo: a ansiedade é caracterizada por uma tendência da atenção
da pessoa para operar num nível perceptual que facilita a captação de
informações emocionalmente ameaçadoras. O não-ansioso focaliza situações
não perigosas. Um cientista caracterizou a percepção como um processo cíclico,
que num primeiro estágio envolve um recebimento passivo da informação do
meio ambiente. Esta, a percepção, é mapeada com representações ou
esquemas internos. A capacidade perceptiva do processador de informações (de
nossa mente) varia de indivíduo para indivíduo. O processador da “realidade”
acomoda tanto a informação como os recursos (ferramentas) usados durante o
processamento dos estímulos selecionados. O funcionamento desse esquema
parece ser diferente entre os ansiosos e não-ansiosos, quando a ordenação
inclui elementos que são emocionalmente ameaçadores.
Tipicamente os indivíduos atribuem seus afetos negativos às fontes
internas, ao passo que os ansiosos, na maioria das vezes atribuem-nos às fontes
externas, levando-os a evitar certas espécies de situações. Beck, 1976, sugeriu
que depressão está associada com pensamentos negativos referentes
normalmente ao passado, enquanto a ansiedade está mais relacionada com
pensamentos associados a ameaças futuras.

TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC)

É caracterizado essencialmente por ideias obsessivas e


comportamentos compulsivos recorrentes.
As ideias obsessivas são pensamentos, representações ou impulsos
que se intrometem na consciência do sujeito de modo repetitivo e estereotipado.
Ele tem consciência desses pensamentos, e tenta de todas as maneiras evitá-
los, mas sem qualquer sucesso.
Os comportamentos e os rituais compulsivos são atividades
estereotipadas e repetitivas. O sujeito não tira qualquer proveito real realizando
essas atividades. Elas não representam qualquer tarefa útil de seu dia a dia,
servindo apenas para aliviar suas obsessões. Entretanto, até a mínima
impossibilidade de realizá-las ou a tentativa de alterá-las agrava ainda mais o
quadro do paciente, que pode experimentar crises mais graves de ansiedade,
outro sintoma muito comum nesse transtorno.
Sintomas obsessivos mais comuns
 Medo de contaminação por germes, sujeiras etc.
 Imaginar que tenha ferido ou ofendido outras pessoas.
 Imaginar-se perdendo o controle, realizando violentas agressões ou até
assassinatos.
 Pensamentos sexuais urgentes e intrusivos.
 Dúvidas morais e religiosas.
 Pensamentos proibidos.
Sintomas compulsivos mais comuns
 Lavar as mãos para eliminar germes, bactérias, etc.
 Repetir determinados gestos
 Verificar se as coisas estão como deveriam, porta trancada, gás
desligado, etc.
 Tocar objetos
 Contar objetos
 Ordenar ou arrumar os objetos de uma determinada maneira
 Rezar

Transtorno de Personalidade Narcisista

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GBask8A0QzsMBEqWh
A característica essencial do Transtorno da Personalidade Narcisista é
um padrão invasivo de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de
empatia.
Os indivíduos com este transtorno têm um sentimento grandioso de sua
própria importância. Eles rotineiramente superestimam suas capacidades e
exageram suas realizações, frequentemente parecendo presunçosos ou
arrogantes. Eles podem presumir que os outros atribuem o mesmo valor a seus
esforços e surpreender-se quando não recebem o louvor que esperam e julgam
merecer. Um menosprezo (desvalorização) da contribuição dos outros está
frequentemente implícito na apreciação exagerada de suas próprias realizações.
A vulnerabilidade da autoestima tornam os indivíduos com Transtorno
da Personalidade Narcisista muito sensível a "mágoas", por críticas ou derrotas.
Embora possa não demonstrar abertamente, as críticas podem assolar esses
indivíduos e levá-los a se sentirem humilhados, degradados e vazios.
Sua reação pode ser de desdém, raiva ou contra-ataque afrontoso.
Essas experiências frequentemente o levam a um retraimento social ou a uma
aparência de humildade que pode mascarar e proteger sua grandiosidade. As
relações interpessoais tipicamente estão comprometidas pelos problemas
resultantes do sentimento de intitulação, da necessidade de admiração e do
relativo desrespeito à sensibilidade alheia.
Embora a ambição e a confiança ufanista possam levar-lhes a grandes
realizações, o desempenho pode ser perturbado em virtude da intolerância a
críticas ou derrotas. Às vezes o desempenho profissional pode ser muito baixo,
refletindo uma relutância para assumir riscos em situações competitivas ou de
outra espécie, nas quais a derrota é bastante provável. Sentimentos persistentes
de vergonha ou humilhação e a autocrítica pertinente podem estar associados
com retraimento social, humor deprimido e Transtorno Depressivo Maior
ou Distímico.
Por outro lado, períodos persistentes de grandiosidade podem estar
associados com um humor hipomaníaco. O Transtorno da Personalidade
Narcisista também está associado com Anorexia Nervosa e Transtornos
Relacionados a Substâncias (especialmente relacionados à cocaína).
Os Transtornos da Personalidade
Histriônica, Borderline, Antissocial e Paranoide podem estar associados com o
Transtorno da Personalidade Narcisista.
Prevalência
As estimativas da prevalência do Transtorno da Personalidade
Narcisista variam de 2 a 16% na população clínica e são de menos de 1% na
população geral.

ESQUIZOFRENIA

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A esquizofrenia é um distúrbio mental grave, caracterizado pela perda


do contato com a realidade (psicose), alucinações, delírios (crenças falsas),
pensamentos anormais e alteração do funcionamento laborativo e social.
A esquizofrenia é um importante problema de saúde pública em todo o
mundo. A sua prevalência mundial parece ser discretamente inferior a 1%,
embora tenham sido identificados bolsões de maior ou menor incidência. Nos
Estados Unidos, os indivíduos com esquizofrenia ocupam cerca de um quarto
(1/4) dos leitos hospitalares e correspondem aproximadamente a 20% de todos
os dias de afastamento da Previdência Social. A esquizofrenia é mais prevalente
que a doença de Alzheimer, o diabetes ou a esclerose múltipla. No Brasil, são
registrados 56.000 casos por ano.
Diversos distúrbios compartilham as características da esquizofrenia. Os
distúrbios que se assemelham à esquizofrenia, mas cujos sintomas estão
presentes há no mínimo 6 meses são denominados distúrbios
esquizofreniformes. Quando os sintomas persistem por pelo menos um dia, mas
se repetem pelo menos por um mês são denominados distúrbios psicóticos
breves.
Um distúrbio caracterizado pela presença de sintomas
do humor (p.ex., depressão ou mania) juntamente com sintomas mais típicos de
esquizofrenia é denominado distúrbio esquizoafetivo.
Um distúrbio da personalidade que pode compartilhar sintomas de
esquizofrenia e no qual os sintomas em geral não são tão graves a ponto de
satisfazer os critérios da psicose é denominado distúrbio da personalidade
esquizotípica.

CAUSAS
Embora a causa específica da esquizofrenia seja desconhecida, o
distúrbio possui claramente uma base biológica. Muitos especialistas aceitam um
modelo de “vulnerabilidade-estresse”, no qual a esquizofrenia só ocorre em
indivíduos biologicamente vulneráveis. Até o momento, a causa da
vulnerabilidade do indivíduo à doença é desconhecida, podendo ser uma
predisposição genética, problemas que ocorreram antes, durante ou depois do
nascimento, ou uma infecção viral do cérebro. A dificuldade de processamento
das informações, a incapacidade de concentração, a dificuldade de comportar-
se de forma socialmente aceitável e a incapacidade de lidar com os problemas
em geral podem indicar vulnerabilidade. Nesse modelo, o estresse ambiental
como eventos estressantes da vida ou problemas de dependência de drogas
desencadeiam o início e a recorrência da esquizofrenia em indivíduos
vulneráveis.
A esquizofrenia começa mais frequentemente entre os 18 e os 25 anos
nos homens e entre os 26 e 45 nas mulheres. Contudo, não é incomum o seu
início na infância ou começo da adolescência ou em uma idade mais avançada.
O surgimento da esquizofrenia pode ser súbito, desenvolvendo-se ao longo de
dias ou semanas, ou lento e insidioso, desenvolvendo-se ao longo de anos.
SINTOMAS
A gravidade e os tipos de sintomas podem variar significativamente de
paciente para paciente. De modo geral, os sintomas podem ser classificados em
três grupos: delírios e alucinações; distúrbios do pensamento e comportamentos
estranhos; e sintomas negativos ou de déficit. Um indivíduo pode apresentar
sintomas de um ou até três dos grupos. Os sintomas são suficientemente graves
para interferir na capacidade laborativa, de se relacionar com as pessoas e de
cuidar de si mesmo. Os delírios são falsas crenças, que muitas vezes envolvem
uma interpretação errônea de percepções ou experiências. Por exemplo, os
indivíduos com esquizofrenia podem apresentar delírios persecutórios,
acreditando que estão sendo atormentados, seguidos, enganados ou
espionados. Podem também apresentar delírios de referência, acreditando que
trechos de livros, jornais ou letras de músicas são direcionados especificamente
a eles. Eles podem apresentar delírios de roubo ou de imposição do
pensamento, acreditando que outras pessoas podem ler sua mente, que seus
pensamentos estão sendo transmitidos para outras pessoas ou que
pensamentos e impulsos estão lhes sendo impostos por forças externas.
Existem ainda as alucinações auditivas, visuais, olfativas, gustativas ou táteis;
apesar das alucinações auditivas serem de longe as mais frequentes. O
indivíduo pode “ouvir” vozes comentando seu comportamento, conversando
umas com outras ou fazendo comentários críticos ou ofensivos. O distúrbio do
pensamento refere-se a um pensamento desorganizado, que se torna evidente
quando a fala é desconexa, muda de um tema a outro e não tem qualquer
finalidade.
A fala pode ser discretamente desorganizada ou completamente
incoerente e incompreensível. O comportamento estranho pode tomar a forma
de atos infantis, de agitação de apresentação, higiene ou conduta inadequada.
O comportamento motor catatônico é uma forma extrema de comportamento
estranho no qual o indivíduo pode manter-se em uma postura rígida e resistir aos
esforços para ser mobilizado ou, ao contrário, ele apresenta uma atividade
motora sem estímulo e sem objetivo. Os sintomas negativos ou de déficit da
esquizofrenia incluem o embotamento da afetividade, a pobreza da fala, a
anedonia e a misantropia. O embotamento da afetividade refere-se a uma
diminuição das emoções. A face do indivíduo pode parecer imóvel. Ele mantém
um contato visual mínimo e não apresenta expressividade emocional. Os
eventos que normalmente fariam um indivíduo rir ou chorar não produzem
respostas. A pobreza da fala refere-se a uma diminuição dos pensamentos que
é refletida na diminuição da fala. As respostas a questões podem ser concisas,
uma ou duas palavras, dando a impressão de um vazio interior. A anedonia
refere-se à diminuição da capacidade de sentir prazer. O indivíduo pode
demonstrar pouco interesse por atividades anteriores e despende mais tempo
em atividades inúteis. A misantropia refere-se à falta de interesse em relacionar-
se com outras pessoas. Esses sintomas negativos frequentemente estão
associados a uma perda geral na motivação, no sentido de finalidade e objetivos.

TIPOS DE ESQUIZOFRENIA
Alguns pesquisadores acreditam que a esquizofrenia seja um distúrbio
isolado, enquanto outros acham que se trata de uma síndrome (conjunto de
sintomas) baseando-se nas numerosas doenças subjacentes. Em um esforço
para classificar os pacientes em grupos mais uniformes, foram propostos
subtipos de esquizofrenia. No entanto, em um mesmo paciente, o subtipo pode
mudar no decorrer do tempo.
A esquizofrenia paranoide é caracterizada por uma preocupação com os
delírios ou alucinações auditivas. A fala desorganizada e as emoções
inadequadas são menos proeminentes.
A esquizofrenia hebefrênica ou desorganizada é caracterizada pela fala
desorganizada, pelo comportamento desorganizado e pelo embotamento afetivo
ou pelas emoções inadequadas.
A esquizofrenia catatônica é dominada pelos sintomas físicos como a
imobilidade, a atividade motora excessiva ou a adoção de posturas esquisitas.
A esquizofrenia indiferenciada é frequentemente caracterizada por
sintomas de todos os grupos: delírios e alucinações, distúrbio do pensamento e
comportamento estranho e sintomas de déficit ou negativos.
Mais recentemente, a esquizofrenia foi classificada de acordo com a
presença e gravidade dos sintomas negativos ou de déficit. Nos indivíduos com
o subtipo negativo ou de déficit da esquizofrenia os sintomas negativos são
predominantes como, por exemplo, embotamento afetivo, falta de motivação e
diminuição do sentido de finalidade. Nos indivíduos com esquizofrenia sem
déficit ou paranoide, os delírios e as alucinações são evidentes, mas são
observados relativamente poucos sintomas negativos. Em geral, os indivíduos
com esquizofrenia sem déficit tendem a apresentar uma incapacitação menos
grave e são mais responsivos ao tratamento.

DEPRESSÃO

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Nos episódios típicos de cada um dos três graus de depressão (leve,


moderado ou grave), o paciente apresenta um rebaixamento do humor, redução
da energia e diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de
experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de
concentração associadas em geral à fadiga, mesmo após um esforço mínimo.
Observa-se em geral problemas do sono e diminuição do apetite. Existe
quase sempre uma diminuição da autoestima e da autoconfiança, e
frequentemente ideias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas
leves.
O humor depressivo varia pouco diariamente ou segundo as
circunstâncias, e pode se acompanhar de sintomas ditos “somáticos” (por
exemplo: perda de interesse ou prazer, despertar matinal precoce várias horas
antes da hora habitual de despertar, agravamento matinal da depressão, lentidão
psicomotora importante, agitação, perda de apetite, perda de peso e perda da
libido).
O número e a gravidade dos sintomas permitem determinar três graus
de um episódio depressivo: leve, moderado e grave.
EPISÓDIO DEPRESSIVO LEVE
Geralmente estão presentes ao menos dois ou três dos sintomas citados
anteriormente. O paciente usualmente sofre com a presença destes sintomas,
mas provavelmente, será capaz de desempenhar a maior parte das atividades.

EPISÓDIO DEPRESSIVO MODERADO


Geralmente estão presentes quatro ou mais dos sintomas citados
anteriormente, e o paciente, aparentemente, tem muita dificuldade para
continuar a desempenhar as atividades de rotina.

EPISÓDIO DEPRESSIVO GRAVE SEM SINTOMAS PSICÓTICOS


Episódio depressivo onde vários dos sintomas são marcantes e
angustiantes. Tipicamente, há perda da autoestima e ideias de desvalia ou culpa.
As ideias e os atos suicidas são comuns, e são acompanhados de uma
série de sintomas “somáticos”.

EPISÓDIO DEPRESSIVO GRAVE COM SINTOMAS PSICÓTICOS


Episódio depressivo correspondente à descrição de um episódio
depressivo grave sem sintomas psicóticos, mas acompanhado de alucinações,
ideias delirantes, de uma lentidão psicomotora ou de estupor de uma gravidade
tal que todas as atividades sociais normais tornam-se impossíveis.
Pode existir o risco de morrer por suicídio, de desidratação ou de
desnutrição. As alucinações e os delírios podem não corresponder ao caráter
dominante do distúrbio afetivo.

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
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Porto Alegre, 2000. Editora Artes Médicas do Sul.

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Aspectos dos transtornos mentais relacionados ao trabalho (2005).
Psiquiatria Ocupacional: aspectos conceituais, diagnósticos e periciais dos
Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados ao Trabalho
(Dissertação de Mestrado, Camargo, DA 2004).

Saúde Mental no Trabalho: da teoria a pratica / Organizadoras: Débora Miriam


Raab Glina, Lys Esther Rocha - São Paulo. Roca, 2010.

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