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Universidade de Brasília – UnB

Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Pol. Públicas – FACE


Departamento de Administração – ADM

Resumo – Relatório de Conjuntura IPEA

Macroeconomia Aplicada

I NGRID V OIGT DE B RITO – 15/0130228


H ELOÍSA L OPES A LVES – 16/0042259
L AURA D EFRANCO F ERREIRA P ECONICK – 16/0033543
M ARCELA S ANTOS DE O LIVEIRA A RAÚJO – 13/0123943
N ATHÁLIA X AVIER DE A LCÂNTARA – 13/0015792

Brasília – DF
2017
Visão Geral

No período de 2016, a economia brasileira atravessava um momento de recessão, uma vez


que no decorrer dos trimestres a situação só estava se alarmando. Nessa perspectiva, essa recessão
é caracterizada pela queda no nível de produção, redução da renda familiar, aumento da inflação e
redução da taxa de juros.
Essa retração geral na atividade econômica pode ser observada em uma pesquisa divulgada
pelo IBGE que evidencia os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) nesse período de 2016 e sendo
comparado com os últimos 20 anos, observar-se que a atual recessão é a mais profunda e prolongada
da história. Com isso, os setores da economia, como a agricultura, a indústria de transformação e de
serviços sofreram quedas nos trimestres anteriores.
Devido ao aumento generalizado dos produtos, a renda familiar tornou-se reduzida, dimi-
nuindo assim, o consumo das famílias. Além disso, o aumento dos níveis de desemprego prejudica
ainda mais esta situação. O elevado preço dos alimentos ocorreu também devido às condições climáti-
cas e isso contribuiu para que as pessoas passassem a se alimentar fora de seus domicílios, o que em
parte amenizou a queda da inflação aguardada ao longo de 2016, e por outro lado foi significante, pois
reduziu o poder de compra dos indivíduos. Felizmente, essa situação começou a se reverter com as
quedas no preço dos alimentos, influenciadas pela valorização do real a partir do segundo trimestre
do ano.
Nesse momento, está ocorrendo a redução da taxa de juros com a estabilização da inflação,
reduzindo também, os índices de desemprego. Com isso, o Brasil possui condições de melhorar a
economia, mas é necessário se atentar com o mercado externo, principalmente com os EUA, na qual
o país mantém relações comerciais e com a eleição do novo presidente, ocorrerá algumas alterações
no mercado financeiro. Além disso, os juros reais se mantém elevados e dependem de uma inflação
estável para serem reduzidos, mas para isso seria fundamental que ocorressem reformas de maior
alcance, como o limite para o crescimento dos gastos públicos e a reforma previdenciária que poderiam
reforçar a política monetária, estimulando os investimentos, por exemplo.
Em suma, conclui-se que é fundamental algumas questões para a retomada do crescimento
econômico, tais como: a realização de uma reforma tributária, que reduza complexidade e as inúmeras
distorções criadas pela estrutura tributária atual; a alteração da legislação trabalhista, de forma a
torná-la menos rígida; e o aumento da abertura econômica internacional, de forma que estimule a
melhora da competitividade das empresas instaladas no país.

Mercado de Trabalho

As más condições de trabalho do terceiro trimestre de 2016, persistiram e cresceram no quarto


trimestre. Os jovens entre 14 e 24 anos e os trabalhadores sem ensino médio completo, foram os que
sofreram mais com a crise (mais de 20% de desempregados, em ambos os grupos). De acordo com
os dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), entre julho e setembro de
2016, 168 mil vagas formais de trabalho foram encerradas, e, no mês seguinte, 75 mil no mês seguinte,
outubro. As condições de trabalho pioraram no quarto trimestre, apesar da taxa de desemprego ter
tido um comportamento estável.
As pessoas que mais sofrem com o desemprego são pessoas moradoras de regiões metropo-

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litanas, pessoas que moram no Nordeste, mulheres, jovens (até 25 anos), os homens não casados e
os trabalhadores sem ensino médio completo. São essas pessoas que sentem mais os efeitos da crise.
Como mostra o gráfico abaixo, o desemprego subiu 6,8 p.p. entre os jovens, do terceiro trimestre de
2015 e o mesmo período de 2016. . Entre adultos (até 59 anos), enquanto que os adultos (até 59 anos)
tiveram queda de 2,9 p.p.. Os trabalhadores sem ensino médio completo tiveram 5,2 p.p. de aumento;
já para as pessoas que possuem ensino superior, o aumento foi menor, 1,6 p.p.

Em todo o país houve aumento das taxas de desemprego. Pernambuco, Bahia, Amapá e
Alagoas (em ordem decrescente), são os estados de maiores taxas de desemprego. Desde o início da
crise no final de 2014, o nível de ocupação tem se deteriorado de maneira contínua e crescente. Os
dados do CAGED, do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), reforçam a conclusão de que o nível
de ocupação continuou a piorar no terceiro trimestre de 2016. 1,61 milhões de postos de trabalho
formais foram encerrados, entre outubro de 2015 e setembro de 2016. O saldo negativo de vagas de
trabalho em outubro, marcou o 23ž mês seguido que teve quedas no estoque de ocupações formais;
desde outubro de 2014 até o período, 3 milhões de vagas com carteira de trabalho assinada foram
encerradas.

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Somente nos três primeiros meses de 2016, 323 mil postos formais de trabalho; 226 mil no
segundo trimestre; e 168 mil no terceiro trimestre. A construção civil e os serviços foram os setores
que tiveram maior impacto na deterioração da ocupação formal no terceiro trimestre de 2016.
O gráfico 9 mostra as transições dos empregados para fora do emprego a partir dos dados da
PNADC, ou seja, demonstra a proporção de empregados em um mês “x” que se tornaram desem-
pregados no trimestre seguinte “x+3”) (transição E-D). A soma dessa proporção com a proporção de
empregados que transitaram para fora da PEA (transição E-Fora PEA), é a taxa de desligamento
Quando analisamos as transições de mercado de trabalho é importante compreender os
diferentes tipos de transição, são elas: D-E (quando a pessoa sai da condição se desempregado
para empregado, e vice-versa), Fora PEA-E (que denomina a transição entre fora da população
economicamente ativa para empregado), I-D/C-D (trabalhadores informais e por conta-própria e
desemprego) e I-Fora PEA/C-Fora PEA (trabalhadores informais e por conta própria e a transição
para fora da população economicamente ativa.
Um primeiro dado a ser analisado trata da taxa de desligamento. A maior parte da taxa de
desligamento, composta por trabalhadores que perderam o emprego e não procuram por outro no
trimestre seguinte, é devido à transição do status de empregado para fora da População Economica-
mente Ativa (PEA). Durante a crise atual, o maior aumento se deu na transição de empregado para
desocupado.
Um dado que explica a queda no índice de empregados no Brasil é que a taxa de pessoas
que estavam na condição Fora-PEA e passaram a ser empregados se manteve constante, ao mesmo
tempo que a taxa de desemprego para empregado (D-E) está em constante queda. Ou seja, O fluxo de
pessoas saindo do mercado de trabalho e perdendo seus empregos está crescendo, enquanto o fluxo
de pessoas deixando o desemprego e entrando no mercado de trabalho ou se mantém ou diminui. O
resultado dessa disparidade é um dos maiores índices de desemprego dos últimos anos.

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O gráfico acima confirma uma afirmação feita pelo CAGED: O aumento do desemprego se
deve mais a uma maior diminuição nas admissões do que pelo aumento de demissões. Outro dado
relevante é que o aumento nos números de pessoas que passaram de emprego para desemprego é
maior entre trabalhadores informas e por conta própria do que no meio do trabalho formal, o que
explica a queda na taxa de atividade.
Ao mesmo tempo, a queda na transição para o emprego se dá de maneira muito superior
quando se considera empregos formais, empregos informais e trabalhadores por conta própria, que já
vinha em queda antes da crise, continuaram decrescendo, mas de forma mais desacelerada.
Quando o rendimento médio do trabalho é considerado, nenhuma melhora significativa foi
notada em 2016, apesar de ter crescido, esse aumento não foi muito significante e a taxa ainda está
em queda quando comparada à 2015. No relatório de conjuntura, pode-se perceber, que a queda de
rendimento, que antes se limitava a alguns setores, se tornou geral em 2016. Tratando do terceiro
trimestre de 2016, as maiores quedas foram notadas nos setores de alojamento e alimentação, transporte
e correios e outros serviços.
O relatório mostra que as médias salariais diminuíram quando se consideram as médias do
ano anterior. Podemos destacar que os estados brasileiros que mais contribuíram para essa queda
foram os estados do Nordeste e o Pará, que possuem as piores rendas do país, os estados com maior
renda, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal, também apresentaram queda,
com menor intensidade.
Essas quedas em todos os setores e ao longo da distribuição, quando consideradas juntamente
com a queda no nível de ocupação são responsáveis para que a deterioração da massa salarial seja
ainda pior que a queda do rendimento médio. A deterioração no mercado de trabalho continuará
se pronunciando caso a não ser que a tendência de queda nos trabalhadores de conta própria seja
acompanhada pela recuperação nas admissões pelo setor formal.

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Inflação

SUMÁRIO

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) iniciou uma trajetória de desaceleração, de


modo que, a variação acumulada em 12 meses já havia caído para 7% em novembro. Assim como vem
ocorrendo ao longo do último trimestre, o maior alívio veio do grupo alimentação refletindo a queda
da alimentação no domicílio.
Outros fatores também contribuíram para aliviar os índices de inflação ao longo do ano,
sobretudo, ao comportamento dos preços administrados e, em menor escala, pelos serviços. No caso
dos administrados, esse movimento de desaceleração refletiu o esgotamento dos impactos da correção
de preços da energia ocorridos entre o fim de 2014 e o início de 2015, além da trajetória mais amena
dos preços dos combustíveis e dos transportes públicos.
Em relação aos serviços, nota-se que, mesmo em um cenário de expressiva deterioração no
mercado de trabalho, esse grupo de preços continuou apresentando relativa estabilidade, porém a
inflação deste segmento começou a recuar, e em novembro a alta em 12 meses já havia caído para 6,6%.
Por fim, os demais bens livres também passam por um movimento desinflacionário, refletindo não só
o aumento do desemprego e da queda dos salários reais, como também a contração do crédito e o
aumento do endividamento das famílias.
Em contrapartida, a expectativa é de intensificação da trajetória de retração dos preços livres,
possibilitada pela melhora do comportamento dos preços dos alimentos que seria reflexo da baixa
incidência de fenômenos climáticos negativos e do aumento da produção de grãos. Adicionalmente,
a adoção de uma política fiscal mais rígida e a expectativa de retomada lenta do crescimento da
atividade econômica deverão manter o baixo dinamismo do mercado de trabalho e contribuir para a
continuidade do processo de desinflação, em especial dos serviços.

ÍNDICES DE PREÇOS AO CONSUMIDOR

De acordo com os dados do IPCA, a inflação brasileira iniciou um movimento intenso de


desaceleração a partir do terceiro trimestre de 2016, convergindo mais rapidamente para níveis mais
próximos ao limite superior do intervalo de tolerância da meta de inflação (6,5%). Esta desaceleração
dos preços ao consumidor também se verifica no comportamento dos núcleos de inflação, que embora
ainda estejam acima do índice cheio, também revelam uma trajetória descendente.
Por mais que esta retração já fosse esperada – tendo em vista o fim da pressão dos alimentos
–, ela vem surpreendendo positivamente não só pela queda mais acentuada deste subgrupo, mas
também pela recente melhora no comportamento dos demais segmentos que compõem o IPCA. Em
linha com a desaceleração dos alimentos e dos preços administrados, a inflação de serviços também
vem apresentando uma trajetória declinante, com taxas de variação em 12 meses recuando de 8,1%
em dezembro de 2015 para 6,6% em novembro último. Este movimento de queda, entretanto, vem
ocorrendo de modo desigual entre os itens que compõem este segmento. De fato, há pelo menos três
fatores que impediram a queda mais acentuada deste conjunto de preços: a alta da alimentação fora
do domicílio; as olímpiadas Rio-2016; e a mudança de metodologia pelo IBGE2 do cálculo do reajuste.
De fato, à exceção dos primeiros meses de 2015, o INPC apresenta variações acima dos demais índices
em função da alta dos preços dos alimentos, cujo impacto é maior nas famílias de renda mais baixa –

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que são a população alvo desse indicador. Em novembro a inflação em 12 meses medida pelo INPC
foi de 7,4%, enquanto a calculada pelo IPCFGV registrou taxa de 6,8%.

ÍNDICES DE PREÇOS AO PRODUTOR

Seguindo a mesma tendência observada no varejo, as altas dos preços aos produtores também
se desaceleraram nos últimos meses principalmente no setor agrícola.Essa queda da inflação no
atacado deve perdurar durante o próximo ano tendo em vista que as projeções de safra apontam para
uma expansão da produção doméstica.
No mercado internacional, o cenário para os alimentos também é favorável. De acordo com
o Conselho Internacional de Grãos, a expectativa é de que a produção de grãos no próximo ano
estabeleça um recorde de 2,084 bilhões de toneladas – o que pode gerar um aumento nos estoques
globais da ordem de seis milhões de toneladas. Esse aumento da safra previsto para 2017, aliado às
expectativas de baixa ocorrência de fatores climáticos negativos, deve contribuir para a manutenção
deste processo de queda de preços dos alimentos para o produtor, possibilitando, por sua vez, um
recuo mais rápido do IPCA.

PREÇOS INDUSTRIAIS

Os preços industriais ao produtor seguem tendência similar e também registram uma desace-
leração mais intensa a partir do segundo semestre deste ano capitaneada pela melhora no compor-
tamento dos bens da indústria de transformação. Em relação aos bens industriais, a desaceleração
em curso reflete não só o fim do impacto cambial ocorrido em 2015, mas também uma retração
dos insumos de produção. Se por um lado as commodites apresentam estabilidade, por outro os
custos salariais em queda possibilitam algum alívio sobre as margens de lucro do setor. Dentro desse
segmento, entretanto, deve-se ressaltar o comportamento dos bens de consumo duráveis, que em
novembro interrompeu uma trajetória de queda nas suas taxas de variação em 12 meses iniciada em
agosto último. Com esta nova alta, o descolamento da inflação deste segmento do atacado para o
varejo voltou a se intensificar, o que pode indicar algum tipo de represamento a ser liberado assim
que a demanda das famílias volte a se expandir.

PERSPECTIVAS PARA 2017

Para o próximo ano, a expectativa é de continuada desaceleração da inflação. No caso dos


alimentos, as boas projeções de safra tanto no país quanto no resto do mundo e a baixa probabilidade
da ocorrência de fenômenos climáticos, que poderiam prejudicar a produção agrícola, devem manter
os preços das commodities agrícolas bem comportados, dando continuidade à trajetória de queda
de preços já em curso desde o último trimestre de 2016. Em relação aos demais preços livres, o que
deverá puxar a desaceleração inflacionária é a lenta retomada prevista para a atividade econômica e
seus efeitos sobre o mercado de trabalho.
Os riscos para a consolidação desse quadro são baixos, porém existentes, e estão, basicamente,
conectados ao mercado externo. Pode ocorrer alguma desvalorização cambial decorrente de medidas
adotadas pelo novo governo norte-americano, com impacto nos preços comercializáveis. Além disso,
o recente acordo entre os produtores de petróleo pode gerar uma alta nos preços domésticos dos
combustíveis, cuja regra de reajuste passou a refletir as cotações internacionais.

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Atividade Econômica

Os indicadores de atividade econômica mostram que o final do ano de 2016 foi marcado por
um cenário de instabilidade. Esse período de recessão afetou a oferta de emprego e consequentemente
gerou uma redução nos níveis de consumo, afetando a economia como um todo.
Outro aspecto que revela a situação econômica desfavorável do país está relacionada ao
comportamento dos indicadores de confiança que demonstram um quadro pessimista. A redução
do consumo influenciada pela fragilidade no mercado de trabalho, além do baixo nível de confiança,
acabam dificultando a entrada de investimentos no país e tornando cada vez mais difícil a superação
da recessão econômica em que o pais se encontra.
O PIB sofreu um recuo em relação ao segundo trimestre de 2016 e a intensidade dessa retração
superou as expectativas, mesmo já sendo prevista essa redução. Essa recessão é a mais profunda e
duradoura desde 1980. Dentre os componentes do PIB, nota-se uma redução na produção industrial e
também no setor de serviços.
A agropecuária sofreu retração entre o segundo e o terceiro trimestre do ano, apresentando
o pior resultado da série histórica fornecida pelo IBGE. De acordo com o Levantamento Sistemático
da Produção Agrícola esse resultado negativo pode ser explicado pelo fato de que alguns produtos
concentram sua safra no terceiro trimestre, como o milho e o algodão. Além disso, houve também
uma redução da produtividade em relação à períodos anteriores.
Embora no início tenha ocorrido um crescimento na atividade industrial no exercício anterior,
o desempenho desse setor voltou a se deteriorar no terceiro trimestre. Apesar disso, a área de extração
mineral, principalmente de petróleo e gás natural, registrou alta de 3,8%, ao contrário do setor de
energia que sofreu recuo no terceiro trimestre. O setor da construção se manteve negativo durante
todo o ano de 2016. O PIB gerado pela atividade industrial sofreu uma redução quando comparado ao
mesmo período do exercício anterior.
Dentre as atividades que mais impactaram negativamente esse recuo, no mês de outubro,
destaca-se a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias e também a fabricação de pro-
dutos alimentícios. A fabricação de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis contribuíram
positivamente para os resultados da atividade industrial.
A piora no desempenho da atividade industrial no segundo semestre reverteu um aparente
início da recuperação do Nível de Utilização de Capacidade Instalada para bens de capital e bens
intermediários. No segundo semestre de 2016 os níveis de confiança dos empresários em relação
à atividade industrial está estável, mas ainda considerado pessimista, contrariando a situação de
confiança que havia aumentado ao longo do primeiro semestre.
A crise no mercado de trabalho influencia negativamente o desempenho do setor de serviços.
As atividades que apresentaram as maiores quedas desde o início da crise foram as de transporte,
armazenagem e correios e, também, os serviços relacionados ao comércio.
O desempenho dos indicadores de demanda refletem os efeitos da recessão e apesar de apre-
sentar uma queda inferior à ocorrida em 2015, esse indicador apresentou uma redução se comparado
segundo trimestre de 2016. Essa queda da demanda interna foi suavizada pela contribuição positiva
das exportações líquidas.
O consumo de bens e serviços pelas famílias permaneceu em queda no quarto trimestre de
2016 em relação ao trimestre anterior. Apesar de estar apresentando resultados negativos nos últimos

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períodos, houve uma redução no ritmo de queda. Os baixos níveis de consumo pelas famílias acaba
influenciando negativamente no comportamento do comércio varejista que continua apresentando
retração.
De acordo com pesquisas, no mês de Novembro houve uma melhora no desempenho do
comércio varejista e também houve um aumento nas vendas do setor automotivo, quando comparados
com o mês anterior. A Formação Bruta de Capital Fixo foi um dos fatores que mais influenciou o PIB
pelo lado da demanda. Diante de um ambiente de incertezas, o nível de confiança dos empresários
tende a diminuir ou estagnar.

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Pergunta para reflexão

A pergunta para reflexão se refere à impressão que vocês têm quanto à mudança (ou não) do cenário
econômico recessivo mostrada neste relatório vis a vis o atual cenário econômico evidenciado atualmente. Qual a
sua perspectiva?

Levando em consideração os últimos meses, acreditamos que o Brasil ainda se encontra em


um cenário recessivo, e que a tendência não é positiva. A inflação continua em alta, assim como o
índice de desemprego em todos os estados brasileiros, a expectativa para o primeiro trimestre de
2017 era um aumento do PIB de 1%, mas o Banco Central já encolheu essa estimativa para 0,5%.
Mesmo com todas as medidas tomadas pelo governo no último ano as perspectivas para o futuro
ainda não são promissora, principalmente se levarmos em conta dois fatos recentes que afetarão
diretamente a conjuntura econômica do país, a deflagração da operação “Carne fraca” pela Polícia
Federal e o projeto recém aprovado pela Câmara dos Deputados que libera a terceirização em todas
as atividades. A operação “Carne fraca”, que revelou um esquema entre alguns frigoríficos e fiscais
do Ministério da Agricultura para utilizar produtos inadequados na produção de carnes, gerou uma
grande repercussão internacional, fazendo com que vários países e grupos – como a União Europeia,
Japão e China – a suspenderem a importação de carnes brasileiras. De acordo com números do
Ministério do Desenvolvimento o Brasil teve uma queda de US$ 63 milhões em exportações de carne
por dia para US$74 mil, na última terça-feira (21/03/2017). Ainda não sabemos ao certo como isso
afetará nosso PIB e economia a longo prazo, mas com certeza a repercussão não será positiva. Já a
lei aprovada na quarta feira (22/03/2017) que libera a terceirização em todas as atividades de uma
empresa afetará diretamente o mercado de trabalho de duas maneiras: o aumento do desemprego
– já que empresas têm a opção de contratar mais barato – e diminuição do poder de compra dos
trabalhadores – pois a nova lei dá maior poder de barganha às empresas.

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