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Macroeconomia Aplicada
Brasília – DF
2017
Visão Geral
Mercado de Trabalho
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litanas, pessoas que moram no Nordeste, mulheres, jovens (até 25 anos), os homens não casados e
os trabalhadores sem ensino médio completo. São essas pessoas que sentem mais os efeitos da crise.
Como mostra o gráfico abaixo, o desemprego subiu 6,8 p.p. entre os jovens, do terceiro trimestre de
2015 e o mesmo período de 2016. . Entre adultos (até 59 anos), enquanto que os adultos (até 59 anos)
tiveram queda de 2,9 p.p.. Os trabalhadores sem ensino médio completo tiveram 5,2 p.p. de aumento;
já para as pessoas que possuem ensino superior, o aumento foi menor, 1,6 p.p.
Em todo o país houve aumento das taxas de desemprego. Pernambuco, Bahia, Amapá e
Alagoas (em ordem decrescente), são os estados de maiores taxas de desemprego. Desde o início da
crise no final de 2014, o nível de ocupação tem se deteriorado de maneira contínua e crescente. Os
dados do CAGED, do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), reforçam a conclusão de que o nível
de ocupação continuou a piorar no terceiro trimestre de 2016. 1,61 milhões de postos de trabalho
formais foram encerrados, entre outubro de 2015 e setembro de 2016. O saldo negativo de vagas de
trabalho em outubro, marcou o 23ž mês seguido que teve quedas no estoque de ocupações formais;
desde outubro de 2014 até o período, 3 milhões de vagas com carteira de trabalho assinada foram
encerradas.
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Somente nos três primeiros meses de 2016, 323 mil postos formais de trabalho; 226 mil no
segundo trimestre; e 168 mil no terceiro trimestre. A construção civil e os serviços foram os setores
que tiveram maior impacto na deterioração da ocupação formal no terceiro trimestre de 2016.
O gráfico 9 mostra as transições dos empregados para fora do emprego a partir dos dados da
PNADC, ou seja, demonstra a proporção de empregados em um mês “x” que se tornaram desem-
pregados no trimestre seguinte “x+3”) (transição E-D). A soma dessa proporção com a proporção de
empregados que transitaram para fora da PEA (transição E-Fora PEA), é a taxa de desligamento
Quando analisamos as transições de mercado de trabalho é importante compreender os
diferentes tipos de transição, são elas: D-E (quando a pessoa sai da condição se desempregado
para empregado, e vice-versa), Fora PEA-E (que denomina a transição entre fora da população
economicamente ativa para empregado), I-D/C-D (trabalhadores informais e por conta-própria e
desemprego) e I-Fora PEA/C-Fora PEA (trabalhadores informais e por conta própria e a transição
para fora da população economicamente ativa.
Um primeiro dado a ser analisado trata da taxa de desligamento. A maior parte da taxa de
desligamento, composta por trabalhadores que perderam o emprego e não procuram por outro no
trimestre seguinte, é devido à transição do status de empregado para fora da População Economica-
mente Ativa (PEA). Durante a crise atual, o maior aumento se deu na transição de empregado para
desocupado.
Um dado que explica a queda no índice de empregados no Brasil é que a taxa de pessoas
que estavam na condição Fora-PEA e passaram a ser empregados se manteve constante, ao mesmo
tempo que a taxa de desemprego para empregado (D-E) está em constante queda. Ou seja, O fluxo de
pessoas saindo do mercado de trabalho e perdendo seus empregos está crescendo, enquanto o fluxo
de pessoas deixando o desemprego e entrando no mercado de trabalho ou se mantém ou diminui. O
resultado dessa disparidade é um dos maiores índices de desemprego dos últimos anos.
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O gráfico acima confirma uma afirmação feita pelo CAGED: O aumento do desemprego se
deve mais a uma maior diminuição nas admissões do que pelo aumento de demissões. Outro dado
relevante é que o aumento nos números de pessoas que passaram de emprego para desemprego é
maior entre trabalhadores informas e por conta própria do que no meio do trabalho formal, o que
explica a queda na taxa de atividade.
Ao mesmo tempo, a queda na transição para o emprego se dá de maneira muito superior
quando se considera empregos formais, empregos informais e trabalhadores por conta própria, que já
vinha em queda antes da crise, continuaram decrescendo, mas de forma mais desacelerada.
Quando o rendimento médio do trabalho é considerado, nenhuma melhora significativa foi
notada em 2016, apesar de ter crescido, esse aumento não foi muito significante e a taxa ainda está
em queda quando comparada à 2015. No relatório de conjuntura, pode-se perceber, que a queda de
rendimento, que antes se limitava a alguns setores, se tornou geral em 2016. Tratando do terceiro
trimestre de 2016, as maiores quedas foram notadas nos setores de alojamento e alimentação, transporte
e correios e outros serviços.
O relatório mostra que as médias salariais diminuíram quando se consideram as médias do
ano anterior. Podemos destacar que os estados brasileiros que mais contribuíram para essa queda
foram os estados do Nordeste e o Pará, que possuem as piores rendas do país, os estados com maior
renda, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal, também apresentaram queda,
com menor intensidade.
Essas quedas em todos os setores e ao longo da distribuição, quando consideradas juntamente
com a queda no nível de ocupação são responsáveis para que a deterioração da massa salarial seja
ainda pior que a queda do rendimento médio. A deterioração no mercado de trabalho continuará
se pronunciando caso a não ser que a tendência de queda nos trabalhadores de conta própria seja
acompanhada pela recuperação nas admissões pelo setor formal.
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Inflação
SUMÁRIO
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que são a população alvo desse indicador. Em novembro a inflação em 12 meses medida pelo INPC
foi de 7,4%, enquanto a calculada pelo IPCFGV registrou taxa de 6,8%.
Seguindo a mesma tendência observada no varejo, as altas dos preços aos produtores também
se desaceleraram nos últimos meses principalmente no setor agrícola.Essa queda da inflação no
atacado deve perdurar durante o próximo ano tendo em vista que as projeções de safra apontam para
uma expansão da produção doméstica.
No mercado internacional, o cenário para os alimentos também é favorável. De acordo com
o Conselho Internacional de Grãos, a expectativa é de que a produção de grãos no próximo ano
estabeleça um recorde de 2,084 bilhões de toneladas – o que pode gerar um aumento nos estoques
globais da ordem de seis milhões de toneladas. Esse aumento da safra previsto para 2017, aliado às
expectativas de baixa ocorrência de fatores climáticos negativos, deve contribuir para a manutenção
deste processo de queda de preços dos alimentos para o produtor, possibilitando, por sua vez, um
recuo mais rápido do IPCA.
PREÇOS INDUSTRIAIS
Os preços industriais ao produtor seguem tendência similar e também registram uma desace-
leração mais intensa a partir do segundo semestre deste ano capitaneada pela melhora no compor-
tamento dos bens da indústria de transformação. Em relação aos bens industriais, a desaceleração
em curso reflete não só o fim do impacto cambial ocorrido em 2015, mas também uma retração
dos insumos de produção. Se por um lado as commodites apresentam estabilidade, por outro os
custos salariais em queda possibilitam algum alívio sobre as margens de lucro do setor. Dentro desse
segmento, entretanto, deve-se ressaltar o comportamento dos bens de consumo duráveis, que em
novembro interrompeu uma trajetória de queda nas suas taxas de variação em 12 meses iniciada em
agosto último. Com esta nova alta, o descolamento da inflação deste segmento do atacado para o
varejo voltou a se intensificar, o que pode indicar algum tipo de represamento a ser liberado assim
que a demanda das famílias volte a se expandir.
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Atividade Econômica
Os indicadores de atividade econômica mostram que o final do ano de 2016 foi marcado por
um cenário de instabilidade. Esse período de recessão afetou a oferta de emprego e consequentemente
gerou uma redução nos níveis de consumo, afetando a economia como um todo.
Outro aspecto que revela a situação econômica desfavorável do país está relacionada ao
comportamento dos indicadores de confiança que demonstram um quadro pessimista. A redução
do consumo influenciada pela fragilidade no mercado de trabalho, além do baixo nível de confiança,
acabam dificultando a entrada de investimentos no país e tornando cada vez mais difícil a superação
da recessão econômica em que o pais se encontra.
O PIB sofreu um recuo em relação ao segundo trimestre de 2016 e a intensidade dessa retração
superou as expectativas, mesmo já sendo prevista essa redução. Essa recessão é a mais profunda e
duradoura desde 1980. Dentre os componentes do PIB, nota-se uma redução na produção industrial e
também no setor de serviços.
A agropecuária sofreu retração entre o segundo e o terceiro trimestre do ano, apresentando
o pior resultado da série histórica fornecida pelo IBGE. De acordo com o Levantamento Sistemático
da Produção Agrícola esse resultado negativo pode ser explicado pelo fato de que alguns produtos
concentram sua safra no terceiro trimestre, como o milho e o algodão. Além disso, houve também
uma redução da produtividade em relação à períodos anteriores.
Embora no início tenha ocorrido um crescimento na atividade industrial no exercício anterior,
o desempenho desse setor voltou a se deteriorar no terceiro trimestre. Apesar disso, a área de extração
mineral, principalmente de petróleo e gás natural, registrou alta de 3,8%, ao contrário do setor de
energia que sofreu recuo no terceiro trimestre. O setor da construção se manteve negativo durante
todo o ano de 2016. O PIB gerado pela atividade industrial sofreu uma redução quando comparado ao
mesmo período do exercício anterior.
Dentre as atividades que mais impactaram negativamente esse recuo, no mês de outubro,
destaca-se a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias e também a fabricação de pro-
dutos alimentícios. A fabricação de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis contribuíram
positivamente para os resultados da atividade industrial.
A piora no desempenho da atividade industrial no segundo semestre reverteu um aparente
início da recuperação do Nível de Utilização de Capacidade Instalada para bens de capital e bens
intermediários. No segundo semestre de 2016 os níveis de confiança dos empresários em relação
à atividade industrial está estável, mas ainda considerado pessimista, contrariando a situação de
confiança que havia aumentado ao longo do primeiro semestre.
A crise no mercado de trabalho influencia negativamente o desempenho do setor de serviços.
As atividades que apresentaram as maiores quedas desde o início da crise foram as de transporte,
armazenagem e correios e, também, os serviços relacionados ao comércio.
O desempenho dos indicadores de demanda refletem os efeitos da recessão e apesar de apre-
sentar uma queda inferior à ocorrida em 2015, esse indicador apresentou uma redução se comparado
segundo trimestre de 2016. Essa queda da demanda interna foi suavizada pela contribuição positiva
das exportações líquidas.
O consumo de bens e serviços pelas famílias permaneceu em queda no quarto trimestre de
2016 em relação ao trimestre anterior. Apesar de estar apresentando resultados negativos nos últimos
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períodos, houve uma redução no ritmo de queda. Os baixos níveis de consumo pelas famílias acaba
influenciando negativamente no comportamento do comércio varejista que continua apresentando
retração.
De acordo com pesquisas, no mês de Novembro houve uma melhora no desempenho do
comércio varejista e também houve um aumento nas vendas do setor automotivo, quando comparados
com o mês anterior. A Formação Bruta de Capital Fixo foi um dos fatores que mais influenciou o PIB
pelo lado da demanda. Diante de um ambiente de incertezas, o nível de confiança dos empresários
tende a diminuir ou estagnar.
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Pergunta para reflexão
A pergunta para reflexão se refere à impressão que vocês têm quanto à mudança (ou não) do cenário
econômico recessivo mostrada neste relatório vis a vis o atual cenário econômico evidenciado atualmente. Qual a
sua perspectiva?