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2017­6­7 A 

Escola de Frankfut e a crítica a razão

www.webhumanas.hpg.com.br prof. Alexandre Lobo

A Escola de Frankfurt e a crítica a razão

Entre os pensadores da chamada escola de Frankfurt estavam Herbert Marcuse, Theodor Adorno e
Walter  Benjamin.  A  Escola  de  Frankfurt  representou  uma  linha  de  pensamento  filosófico  alemão
surgido  ainda  na  primeira  metade  do  século  XX.  Embora  tivessem  pensamentos  diferenciados,  os
pensadores  desta  escola  tinham  em  comum  a  crítica  a  razão.  Ao  contrário  dos  pensadores  do
iluminismo, entendiam a razão não como um fim em si, mas como um instrumento.

A  razão,  que  até  então  havia  sido  entendida  como  um  caminho  de  salvação  da  humanidade  para  os
iluministas, razão como a luz capaz de guiar ao caminho reto, sábio e correto, se mostrava agora como
mais um instrumento nas mãos de determinados grupos sociais. Vejamos, podemos dizer que foi pelo
uso da razão que se chegou à luz elétrica, ao computador ou mesmo a cura de uma série de doenças
que  a  alguns  poucos  séculos  atrás  matavam  e  hoje  há  cura  com  relativa  facilidade.  Neste  aspecto,  a
razão  serviu  em  beneficio  à  humanidade.  Mas,  por  outro  lado,  se  pensarmos  no  exemplo  da  bomba
nuclear  detonada  sobre  as  cidades  japonesas,vemos  que  a  razão  não  foi  usada  em  benefício  da
humanidade, pelo menos não para os japoneses habitantes de Hiroxima e Nagasaki. É, aquela razão
usada em cálculos matemáticos e raciocínios físicos mostrou­se com potencial de destruição em massa,
capaz mesmo de destruir toda a humanidade. Para a escola de Frankfurt a razão, em si, não é nem boa
nem má, o problema é o uso dela, é como e para quê é usada. Trata­se de uma razão instrumental,
ou  seja,  a  razão  é  um  instrumento,  não  um  fim,  uma  meta,  nem  mesmo  uma  etapa  da  evolução  do
indivíduo.

Alguns  grupos  restritos  se  utilizariam  da  razão  em  benéfico  próprio.  Se  pensarmos  na  revolução
industrial, simbolizando o uso racional de máquinas e equipamentos, a razão também se torna presente
no  controle  do  tempo,  na  economia  cotidiana  de  gastos,  nas  preocupações  em  custos  e  benefícios.
Assim,  a  razão  pode  ser  um  instrumento  a  serviço  do  lucro  privado.  Pode  também  ser  auxiliar  no
controle de um ser humano sobre outro.

Entre os frankfurtianos, Herbert Marcuse analisa a questão da tecnologia na era pós­industrial. Dentro
de um sistema capitalista, as relações econômicas e mesmo sociais giram em torno do lucro, tudo está
pronto  para  gerar  lucro  transformando­se  em  mercadoria.  Assim  como  a  indústria  padroniza  o
comportamento pelo ritmo da máquina e cria uma série de produtos exatamente iguais. O pensamento
também  tende  a  uniformidade.  È  o  que  ele  chamou  de  pensamento  unidimensional,  ou  pensamento
único. No pensamento único, tudo é consenso, não existe discussão capaz de provocar rupturas nas
formas de pensar. O diferente, no pensamento único, é apenas uma variante do padrão, podendo até
mesmo ter um contrário, mas apenas na forma, nada que possa agredir o sistema.

Pelo mecanismo do sistema de pensamento único, o sistema capitalista teria a capacidade de absorver
tudo o que inicialmente lhe é contrário. Exemplos podem ser vistos no movimento hippie ou mesmo no
movimento punk. Um movimento que nasce na contestação da Guerra do Vietnã, passando por uma
crítica a sociedade de consumo acaba divulgando um tipo de vestimenta mais consumido no mundo, o
jeans. E do movimento punk, o movimento absorve as roupas rasgadas. Pode­se comprar um jeans já
rasgado de fábrica. A diferença entre o da loja e de um autêntico punk é que o da loja vem limpo.Tudo
torna­se  mercadoria,  produto  pronto  para  ser  vendido,  divulgado,  tornado  consumo  de  massa,
uniformizado.

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2017­6­7 A Escola de Frankfut e a crítica a razão

A razão, que a princípio parecia ser a salvação da humanidade, mostrou­se apenas um instrumento que
beneficia a alguns poucos.

Questões:

1 – Qual a crítica da escola de frankfurt à razão moderna?

2 – Explique a idéia de razão instrumental.

3 – Para você, há como escapar do pensamento único? Explique.

4 – Você concorda com a idéia de que tudo se transforma em mercadoria? Explique.

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