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Escola de Frankfut e a crítica a razão
www.webhumanas.hpg.com.br prof. Alexandre Lobo
A Escola de Frankfurt e a crítica a razão
Entre os pensadores da chamada escola de Frankfurt estavam Herbert Marcuse, Theodor Adorno e
Walter Benjamin. A Escola de Frankfurt representou uma linha de pensamento filosófico alemão
surgido ainda na primeira metade do século XX. Embora tivessem pensamentos diferenciados, os
pensadores desta escola tinham em comum a crítica a razão. Ao contrário dos pensadores do
iluminismo, entendiam a razão não como um fim em si, mas como um instrumento.
A razão, que até então havia sido entendida como um caminho de salvação da humanidade para os
iluministas, razão como a luz capaz de guiar ao caminho reto, sábio e correto, se mostrava agora como
mais um instrumento nas mãos de determinados grupos sociais. Vejamos, podemos dizer que foi pelo
uso da razão que se chegou à luz elétrica, ao computador ou mesmo a cura de uma série de doenças
que a alguns poucos séculos atrás matavam e hoje há cura com relativa facilidade. Neste aspecto, a
razão serviu em beneficio à humanidade. Mas, por outro lado, se pensarmos no exemplo da bomba
nuclear detonada sobre as cidades japonesas,vemos que a razão não foi usada em benefício da
humanidade, pelo menos não para os japoneses habitantes de Hiroxima e Nagasaki. É, aquela razão
usada em cálculos matemáticos e raciocínios físicos mostrouse com potencial de destruição em massa,
capaz mesmo de destruir toda a humanidade. Para a escola de Frankfurt a razão, em si, não é nem boa
nem má, o problema é o uso dela, é como e para quê é usada. Tratase de uma razão instrumental,
ou seja, a razão é um instrumento, não um fim, uma meta, nem mesmo uma etapa da evolução do
indivíduo.
Alguns grupos restritos se utilizariam da razão em benéfico próprio. Se pensarmos na revolução
industrial, simbolizando o uso racional de máquinas e equipamentos, a razão também se torna presente
no controle do tempo, na economia cotidiana de gastos, nas preocupações em custos e benefícios.
Assim, a razão pode ser um instrumento a serviço do lucro privado. Pode também ser auxiliar no
controle de um ser humano sobre outro.
Entre os frankfurtianos, Herbert Marcuse analisa a questão da tecnologia na era pósindustrial. Dentro
de um sistema capitalista, as relações econômicas e mesmo sociais giram em torno do lucro, tudo está
pronto para gerar lucro transformandose em mercadoria. Assim como a indústria padroniza o
comportamento pelo ritmo da máquina e cria uma série de produtos exatamente iguais. O pensamento
também tende a uniformidade. È o que ele chamou de pensamento unidimensional, ou pensamento
único. No pensamento único, tudo é consenso, não existe discussão capaz de provocar rupturas nas
formas de pensar. O diferente, no pensamento único, é apenas uma variante do padrão, podendo até
mesmo ter um contrário, mas apenas na forma, nada que possa agredir o sistema.
Pelo mecanismo do sistema de pensamento único, o sistema capitalista teria a capacidade de absorver
tudo o que inicialmente lhe é contrário. Exemplos podem ser vistos no movimento hippie ou mesmo no
movimento punk. Um movimento que nasce na contestação da Guerra do Vietnã, passando por uma
crítica a sociedade de consumo acaba divulgando um tipo de vestimenta mais consumido no mundo, o
jeans. E do movimento punk, o movimento absorve as roupas rasgadas. Podese comprar um jeans já
rasgado de fábrica. A diferença entre o da loja e de um autêntico punk é que o da loja vem limpo.Tudo
tornase mercadoria, produto pronto para ser vendido, divulgado, tornado consumo de massa,
uniformizado.
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A razão, que a princípio parecia ser a salvação da humanidade, mostrouse apenas um instrumento que
beneficia a alguns poucos.
Questões:
1 – Qual a crítica da escola de frankfurt à razão moderna?
2 – Explique a idéia de razão instrumental.
3 – Para você, há como escapar do pensamento único? Explique.
4 – Você concorda com a idéia de que tudo se transforma em mercadoria? Explique.
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