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Ex-Africa Educativo web-FINAL
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NELSON MANDELA
“Somos feitos para o bem.
Nós somos feitos para o amor. Estamos preparados para a simpatia. Estamos
preparados para a unidade. Estamos preparados para todas as coisas bonitas
que você e eu conhecemos. Estamos preparados para dizer ao mundo que
não há estranhos. Todos são bem-vindos: preto, branco, vermelho, amarelo,
rico, pobre, educado, não educado, masculino, feminino, gay, heterossexual,
tudo, tudo, tudo. Todos nós pertencemos a esta família, esta família humana,
a família de Deus.”
Desmond Tutu
ARCEBISPO, PRÊMIO NOBEL DA PAZ EM 1984
Você acaba de chegar; desceu do avião, saiu Repare
do aeroporto e quando virou a esquina deu de
cara com essas pessoas !! nas roupas
Quem são elas?
Olhe esse
chápeu!
SENEGAL
fundamentais na tradição oral africana por meio ibancada
de palavras e música. São eles que, por milhares de bananas no gramado,lançadas da arqu
dor comeu u ma
anos, contam as histórias de geração em geração. pela torcida rival. Em resposta, o joga
pai que era
banana e disse que aprendeu com seu
bom para evitar cãibras.
O Projeto Diáspora surgiu da experiência
pessoal do fotógrafo senegalês Omar
Diop quando era um viajante estrangeiro.
Vivendo em Málaga (Espanha), ele
pesquisava a Europa do século XV ao XIX
quando descobriu um acervo de retratos
de africanos ilustres, alguns ainda escravos,
que se tornaram personalidades históricas
longe de sua terra natal.
Inspirado na pintura barroca europeia, Dom Miguel
de Castro
Omar explora o destino de notáveis
africanos que atuaram na Europa entre os
séculos XVI e XIX, retratando a si no lugar Um rico comerciante do Reino do
dos personagens, em figurinos cheios de Congo foi retratado com trajes de um
esplendor e ostentação. nobre holandês, nesta pintura de c. 1643,
ALBERT BADIN atribuída a Jaspar Beck ou
JUAN DE PAREJA Albert Eckout.
Filh o de uma mestiça e
em
de pai bra nco, nasceu
160 6; era esc ravizado.
Foi ass iste nte do gra nde JEAN-BAPT ISTE Nativo da ilha de Gorée AYUBA SULE IM AN FREDERICK
pin tor espanh ol Diego Nasceu em Bu ndu ,
BELLEY e
(Senega l), foi escravizado DOUGLAS
Velázq uez , que pin tou levado para as Antilhas DI ALLO no Sen ega l, em 1701,
Nascido por volta de
seu retrato. e foi esc ravizado em
Francesas, onde consegu iu 1818, filho de uma negra
Ma ryla nd. Ma is tarde,
comprar sua liberdade. na escravizada com um
Ing late rra , foi libe rtado
Em 1793, durante a homem branco. Foi
e enviado para sua ter
Revolução Francesa , foi ra líder do movimento
Vivia na corte da rainha natal. Ayuba , tam bém
eleito deputado e membro abolicionista, escritor e
da Suécia, Louisa Ulrika, con hec ido com o Job
do Clube dos Jacobinos. defensor do direito das
na segunda metade do ben Sol obo n, teve sua
Tornou-se o primeiro s mulheres. Tornou-se o
século XVIII. me mó rias publicadas
deputado francês negro, primeiro afro-americano
Badin era explorado como com o uma das prim eira
represen tando a colônia s nomeado para o governo
um experimento pela narrativas em prim eira
francesa de dos Estados Unidos.
rainha, interessada na pessoa sob re o com érc
Saint-Domingue. io
origem do homem e na esc ravagista .
natureza dos “selvagens”.
em nos desenhos do
Con ta a lenda que o prim eiro tece
lão teria A palavra “ken te” talvez tenha orig
uma cesta.
apre ndido a arte da tece lage m obs erva ndo tecido que lem bram as tramas de
euro peu s leva ram para
uma ara nha fazer sua teia . O Ken te é um tecido No sécu lo XVI, os com erciantes
aram um os com fios diferentes
trad icional dos povos Ash ant i, que form a Cos ta do Ouro tecidos bordad
cano. Por es afri can os. Os che fes
dos maiores impérios do con tine nte afri dos que eram fabricados em tear m,
teci dos que fora
mui tos sécu los, os reis e che fes trib ais da África ashantis adquiriram esses caros , com
Os prec iosos fios
Ocidental con trolavam a terr a rica em min érios então, pacienteme nte des feitos. dos
clad os aos teci
que os exploradores euro peu s cha mav am de suas cores chamativas , foram mes es dos
das joias de r par te das vest
Cos ta do Ouro. Adornados com pesa locais e passaram, assim, a faze
gana
do de tram as exclusivas, soberanos.
ouro e trajados com teci
iam sua opu lênc ia, seu
os reis e seus che fes exib
dian te dos súd itos .
poder e sua autoridade
“Out of Bounds” lembra uma colcha gigante de
ibrahim
Houve um tempo em que na Terra não havia patchwork, que pode chegar a medidas como
histórias para se contar, pois todas pertenciam 300 metros de comprimento e 3.000 kg,
a Nyame, o Deus do Céu. Ananse, o Homem dependendo de onde é montada. Nesta instalação,
o artista Ibrahim Mahama costura sacos de
mahama
Aranha, queria as histórias para o povo de sua juta que são fabricados na Ásia e importados
aldeia, então teceu uma imensa teia de prata, para Gana, usados no transporte de grãos de
que ia do chão até o céu, e por ela subiu. Mas cacau. Esses sacos são reutilizados no dia a dia
o preço a ser pago pelo baú de histórias era dos ganeses para o transporte de carvão, de
alimentos e nos afazeres da casa e do trabalho.
alto: Ananse teria que trazer Osebo, o leopardo Ibrahim trata de temas como as migrações, a
“PARAÍSO PERDIDO NÃO
de dentes terríveis, Mmboro, os marimbondos ORIENTÁVEL globalização e as trocas econômicas. As manchas,
que picam como fogo, e Moatia, a fada que
” marcas e vestígios de nomes e localizações
é uma grande montanha de
nenhum homem viu. Valeria a pena se arriscar dos comerciantes impressos nos sacos são
caixas de engraxate feitas de
incorporados à obra.
tanto? O pequeno Ananse achou que sim. madeira. Em Gana, caixas de
As instalações de Ibrahim utilizam materiais
t e
E, para nossa sorte, ele foi bem-sucedido madeira não são jogadas fora;
e n
reunidos em ambientes urbanos. O artista é
K
em sua empreitada e desceu do céu trazendo por isso Ibrahim não recolheu
caixas na rua, elas foram um garimpeiro, que gosta de andar pela
consigo o baú das histórias até o povo de sua cidade em busca do que é desperdiçado.
feitas com material retirado de
aldeia. Quando abriu o baú, as histórias – que uma antiga estação de trem
passaram a ser chamadas de histórias do desativada, construída pelos
Homem Aranha – se espalharam pelos ingleses no início do século XX.
quatro cantos do mundo e são contadas Cada colaborador estilizou sua
até hoje! caixa, dando origem a essa
imensa parede de caixotes
precariamente equilibrada,
onde tudo foi reaproveitado.
Guy Tillim
parada final mas também por ser carregado de histórias.
África do sul
Ponte City foi construído como prédio de luxo,
para abrigar a população branca em um tempo em
que Joanesburgo vivia o Apartheid, movimento de
Nosso primeiro guia é o fotógrafo sul-africano segregação racial que excluía os negros.
Guy Tillim. A partir da década de 1980, o edifício começou a
OLHE AS PLACAS Ele é um grande conhecedor de cidades africanas.
Tillim gosta de levar sua câmera para as ruas.
ser invadido por gangues locais e, por um tempo,
tornou-se um lugar perigoso.
DAS RUAS Os artistas
kenyatta avenue
Mikhael Subotzky
Guy Tillim fotografa pessoas
em ruas que mudaram Africa do Sul
de nome depois da Chamada de Avenida Lord Delamere depois da
e Patrick Waterhouse
independência. morte de Lord Delamere, administrador colonial Inglaterra
britânico, a principal avenida de Nairobi passou
a se chamar Avenida Kenyatta após 1964, em
homenagem ao primeiro presidente do Quênia encontraram em Ponte City fonte de inspiração
para seus trabalhos. As inúmeras janelas,
independente, Mzee Jomo Kenyatta. as vistas para dentro e para fora do prédio
e até os televisores dentro das casas foram
exaustivamente fotografados e deram origem a
Na série “Museu da Revolução”, Tillim combina
imagens das cidades: Maputo (Moçambique), Luanda
seus imensos painéis iluminados.
(Angola), Harare (Zimbábue) e Nairobi (Quênia). E por
que a série tem esse nome?
O Museu da Revolução está
na Avenida 24 de Julho,
na capital de Moçambique.
Nessa data, no ano de 1885,
Moçambique se tornou oficialmente colônia de Portugal,
que venceu a disputa com a Inglaterra por seu domínio.
Quase 100 anos depois, em 1975, o país se tornava
independente, e o 24 de Julho adquiria outro significado:
passou a ser o dia em que Moçambique restituiu seus
direitos, e a capital - antes chamada de Lourenço Marques -,
ganhou o nome de Maputo.
Assim como o nome das ruas, a história da África vem
sendo ressignificada nas últimas décadas.
Andrew Tshabangu nasceu em Soweto em 1966. Soweto
é um complexo urbano próximo a Joanesburgo, formado
a partir de favelas que cresceram com a chegada de
trabalhadores negros do interior do país durante o
POR FALAR
Apartheid. Nesse tempo, o governo sul-africano designava
as áreas onde os negros podiam viver. Era a periferia, o
EM JANELAS
mais longe possível dos brancos. Soweto se tornou um dos Janelas são como molduras
principais símbolos da luta contra o regime de segregação
racial que se estendeu até 1994 na África do Sul. Seu mais
para o mundo interno e
famoso residente foi o líder pacifista Nelson Mandela. Lá externo.
também aconteceram as principais manifestações contra
o Apartheid. Hoje, Soweto atrai turistas do mundo todo Andrew Tshabangu faz de
em busca de herança cultural. suas fotos janelas para a
intimidade de seu povo. Na
O calendário marcado com o compromisso de alguém. série de fotos em preto e
Andrew Tshabangu
branco, o artista retrata
interiores de casas vazias.
Hora de regressar para casa Dom Miguel de Castro, Juan de Pareja, Angelo Soliman,
Suleiman Diallo, Omar Ibn Saïd, A Moroccan Man, Frederic
Jean-Baptiste Belley, Albert Badin, Ayuba
k Douglass.
o Cíntia Faria. Ibrahim Mahama / Gana.
Atravessamos o Oceano Atlântico e chegamos em casa. O Brasil é o p.11 - Ilustração Cíntia Faria. Ibrahim Mahama / Gana. p.11 - Ilustraçã
Orientável) Instalação, 2017. Foto Matheus
“Non Orientable Paradise Lost 1667” (Paraíso Perdido não
maior país de população negra fora da África e o segundo maior país Fleming.
com população negra no mundo. P.12 - Leonce Raphael Agbodjelou / Benin. Untitled Triptych
- Code Noir (Tríptico Sem título - Code
este caderno e com ele vamos nos despedindo. p.14 - Karo Akpokiere / Nigéria. Hairstyle series (Série Chapel
aria), pigmento mineral em papel matte.
que sentiam os africanos vindos para o Brasil em navios negreiros. Karo Akpokiere / Nigéria. Lagos drawing (Desenhos de
Lagos), 2015-2017. Impressão digital com
Alegre-se, então! A viagem pela África nunca acaba. Isso porque a pigmento mineral em papel matte. Coleção do arti s ta.
Lewis Hamilton, Kofi Annan, Malcom X, Mandela, Muhammad p.19 - Vinhetas Cíntia Faria.
Ali, Tutu, Beyoncé, Lupita Nyong’o, Machado de Assis, André p.20 - Guy Tillim / África do Sul. Nairobi (Nairóbi), 2016.
Dakar, 2017. Tinta pigmentada em papel
Cartola, Martinho da Vila, Ray Charles, Basquiat, Lázaro Ramos, p.22 e 23 - Andrew Tshabangu / África do Sul. Impressão
cadernos de viagem que ainda virão. Afinal, outras aventuras precisam Neat Bed (Cama arrumada), 2011.
ser descobertas, outras histórias escritas. Então.. Até a próxima Candle and Bed (Vela e cama), 2011.
exposição!
Assistente de Coordenação Educativa
Patrocínio Cintia Faria
Banco do Brasil
Estagiários
Realização Bárbara Martins
Ministério da Cultura Jorge Lima
Coordenação-geral de produção
Adriana Xerez
Fabiana Martelotte
Estagiários Exposição
Programa Agnes Antunes
CCBB Educativo Edno Marques Curadoria
Entre Redes 2017 Hélio Alves Alfons Hug
Izabella Amorim
Ítalo Araújo Curadoria Clube Lagos
Coordenação Pedagógica Laís Reis Ade Bantu
Danilo Filho Lucas Fernandes
Lucas de Vasconcellos
Direção-geral
Coordenação Artística Rafael dos Santos
Txay Tamoyos MADAI
Maria Emília Carneiro
Yura Lopes
Produção Executiva
Coordenação de Produção Material Educativo Angela Magdalena
Gabriella Pertence
Pesquisa Arquitetura
Assistente de Coordenação Daniela Chindler Jeanine Menezes
Educativa Maria Emília Carneiro
ZUG Produções Culturais Mariane Beline Tavares Coordenação de Produção
Paula Marujo
Educadores Redação
Keila Muniz Daniela Chindler Produção
Matheus Fleming Ivan Accioly Maria J. Zelada
Juliana Tinoco
Intérprete de Libras
Dinalva Andrade Revisão Textual
Denise Scofano
Projeto Gráfico
REC Design
Educativo