Apostila - A Oracao Na Vida Crista

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F OTO C OPIA R
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NÃO
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ATUALIZADA
F OT
C O P I
MÓDULO
A R
APOSTILA
A ORAÇÃO NAOVIDA CRISTÃ

RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA DO BRASIL
COMISSÃO NACIONAL DE FORMAÇÃO DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA

BÁSICO
4
MINISTÉRIO DE FORMAÇÃO
Copyright © Escritório Administrativo da RCCBRASIL - 2015
RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA DO BRASIL

Arte e capa
Priscila L. G. F. Carvalho Venecian
MINISTÉRIO DE FORMAÇÃO
Diagramação
Priscila L. G. F. Carvalho Venecian
Revisão desta edição:
Comissão Nacional de Formação da Renovação Carismática Católica


A R A R
PI P IAPOSTILA 4
C O C OMÓDULO BÁSICO
TO A ORAÇÃO NAOVIDA CRISTÃ

T
O O
CIP. Brasil. Catalogação na Fonte
F F
BIBLIOTECA NACIONAL - FUNDAÇÃO MIGUEL DE CERVANTES
O O
COMISSÃO NACIONAL DE FORMAÇÃO DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA
NÃ
ISBN: CDU:2
Caro leitor, pessoas cristãs, ou simplesmente honestas, não necessitam do jugo da lei para NÃ
fazerem o que é certo. Pensando nisso, a RCCBRASIL está lhe dando cinco bons motivos para
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dos possuidores dos direitos autorais. Ei-los:
1. A RCC precisa do dinheiro obtido com a sua venda para manter as obras de evangelização
ATUALIZADA
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IMPRESSO NO BRASIL
Printed in Brazil
SUMÁRIO


A R A R
I I
APRESENTAÇÃO 9
P P
CAPÍTULO 1. A ORAÇÃO NA VIDA CRISTÃ 11
O O
1 – INTRODUÇÃO 11
2 – DESENVOLVIMENTO 12
C C
2.1 – O que é oração? 12
2.2 A oração como dom de Deus 13
O O
2.3 - Oração como comunhão 13
T T
3– CONCLUSÃO 13
PROPOSTA DE DINÂMICA 13
F O F O
CAPÍTULO 2. AS FORMAS DE ORAÇÃO
1 – INTRODUÇÃO
15
15
O O
2.1. Tipos de Oração 15
Ã Ã
2.1.1 - A oração de louvor 15
N N
2.1.2 – Oração de ação de graças 15
2.1.3 – Oração de adoração 16
2.1.4 – Oração em línguas 16
2.1.5 – Oração de escuta 16
2.1.6 - Oração de súplica 16
2.1.7 - Oração de entrega 17
2.1.8 – Oração de intercessão 17
2.1.9 – Oração de cura 18
3– CONCLUSÃO 18
PROPOSTA DE DINÂMICA 18
CAPÍTULO 3. O CAMINHO DA ORAÇÃO 19

2.1 - A oração ao Pai 19
2.2 - A oração de Jesus 19
2.3 - “Vinde, Espírito Santo” 20
2.4 - Em comunhão com a Santa Mãe de Deus 20
3 – PROPOSTA DE DINÂMICA 21
CAPÍTULO 4. A VIDA DE ORAÇÃO
1 – INTRODUÇÃO
23
23
APRESENTAÇÃO
2.1 – Oração pessoal 23
2.2 – Formas diferentes de orar 23
2.2.1 – Oração vocal 23
2.2.2 – Oração Mental 24 A presente apostila tem como objetivo primordial contribuir na orientação da
2.3 - Aspectos práticos da vida de oração 24
vida de oração dos fiéis participantes da Renovação Carismática Católica.
2.3.1 - O lugar 24
2.3.2 – Ambientação 24 Preliminarmente foi abordado sobre a importância da oração na vida cristã, sen-
2.3.3 – Horário 24 do um dom de Deus, que impulsiona à comunhão e à unidade, sendo enfocadas as

2.3.4 – Postura 25 diversas formas de oração, orientando como realizá-las cotidianamente.

2.4 – Diário espiritual 25
R R
A oração perpassa pela experiência com a Trindade Santa, em comunhão com a
2.5 – Dificuldades na oração 25
Santa Mãe de Deus.
IA IA
3 – CONCLUSÃO 26
De maneira criteriosa foi focalizado sobre a ORAÇÃO PESSOAL, que pode ser
P P
vocal, mental, em lugar escolhido previamente, com ambiente propício, em horário
CAPÍTULO 5. PROPOSTA DE VIDA DE ORAÇÃO: SER AMIGO DE DEUS 27
determinado, com uma postura que favoreça o bom desenvolvimento da oração. É
O O
muito importante a existência de um Diário Espiritual, para vencer as dificuldades que,
C C
porventura, surgirem na caminhada.
2.1 – Práticas espirituais 27
2.1.1. Lectio Divina 27
O O
Abordamos, ainda, algumas práticas espirituais que contribuem para o cresci-
2.1.2 – Adoração 29 mento espiritual, tais como: Lectio Divina, Adoração, Jejum, Confissão, Rosário.
T T
2.1.3– Jejum 30
2.1.4– Confissão 31 A oração do Senhor (Pai Nosso) é nosso modelo completo de oração, que o
O O
2.1.5– Rosário 33 próprio Cristo nos ensinou, frisando sobre os sete pedidos desenvolvidos no Evange-
F F
2.1.1.1– A ORAÇÃO DO ROSÁRIO 34 lho de Jesus Cristo segundo São Mateus.
2.2 - Programa de Crescimento – Vida Diária de Oração 35
Não temos a pretensão de esgotar o assunto, são orientações preliminares que
O O
3 – PROPOSTA DE DINÂMICA 36
levarão o fiel a ter uma experiência profunda com a Santíssima Trindade.
Ã Ã
CAPÍTULO 6. A ORAÇÃO DO SENHOR 37
N N
2.1 – Jesus ensina a orar 37
2.2 – Os sete pedidos do Pai-Nosso 38
2.2.1 – “Pai Nosso que estais nos Céus” 38
2.2.2– “Santificado seja o Vosso Nome” 38
2.2.3-– “Venha a nós o Vosso Reino” 38
2.2.4 – “Seja feita a Vossa Vontade assim na terra como no céu” 38
2.2.5 - “O pão nosso de cada dia nos dai hoje” 39
2.2.6 – “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos
têm ofendido” 39
2.2.7 – “E não nos deixeis cair em tentação” 39
2.2.8 – “Mas livrai-nos do mal” 39
3 – CONCLUSÃO 21
BIBLIOGRAFIA 41
CAPÍTULO 1
A ORAÇÃO NA VIDA CRISTÃ



A R 1 – INTRODUÇÃO
A R
PI O Papa João Paulo II ensina-nos que para al-
PI
São João Paulo II ainda orienta-nos: “Nós que
O O
temos a graça de acreditar em Cristo, revelador
cançar a “pedagogia da santidade, há necessidade
do Pai e Salvador do mundo, temos obrigação de
dum cristianismo que se destaque principalmente
C C
mostrar a profundidade a que pode levar o re-
pela arte da oração1”... “Na oração, desenrola-se
lacionamento com Ele. A grande tradição mística
O O
aquele diálogo com Jesus que faz de nós seus ami-
da Igreja, tanto no Oriente como no Ocidente, é
gos íntimos:‘Permanecei em Mim e Eu permanece-
T T
bem elucidativa a tal respeito, mostrando como
rei em vós’ (Jo 15,4). Esta reciprocidade constitui
a oração pode progredir, sob a forma dum ver-
O O
precisamente a substância, a alma da vida cristã, e
dadeiro e próprio diálogo de amor, até tornar a
é condição de toda a vida pastoral autêntica. Obra
F F
pessoa humana totalmente possuída pelo Amante
do Espírito Santo em nós, a oração abre-nos, por
divino, sensível ao toque do Espírito, abandonada
Cristo e em Cristo, à contemplação do rosto do
filialmente no coração do Pai.
O O
Pai. Aprender esta lógica trinitária da oração cris-
tã, vivendo-a plenamente sobretudo na liturgia, Experimenta-se então ao vivo a promessa de
Ã Ã
meta e fonte da vida eclesial”2, “mas também na Cristo: ‘Aquele que Me ama será amado por meu
N N
experiência pessoal, é o segredo dum cristianismo Pai, e Eu amá-lo-ei e manifestar-me-ei a ele’ (Jo
verdadeiramente vital, sem motivos para temer o 14,21). Trata-se dum caminho sustentado comple-
futuro porque volta continuamente às fontes e aí tamente pela graça que, no entanto, requer grande
se regenera”.3 empenho espiritual e conhece também dolorosas
purificações (a ‘noite escura’), mas desemboca, de
A Novo Millennio Ineunte é uma carta apos-
diversas formas possíveis, na alegria inexprimível
tólica que o Papa São João Paulo II lançou por
vivida pelos místicos como ‘união esponsal’.
ocasião do grande ano jubilar. Nela o Sumo Pon-
tífice apresenta-nos um caminho a seguir em pre- Como não mencionar aqui, entre tantos
paração para o Novo Milênio. Tomando por base testemunhos luminosos, a doutrina de S. João da
suas orientações percebemos o grande caminho Cruz e de S. Teresa de Ávila? As nossas comuni-
de encontro pessoal e decisivo com Jesus Cristo dades, amados irmãos e irmãs, devem tornar-se
que é o caminho da oração. Por isso neste capí- autênticas ‘escolas’ de oração, onde o encontro
tulo vamos empenhar-nos na redescoberta deste com Cristo não se exprima apenas em pedidos
caminhar visando o crescimento espiritual através de ajuda, mas também em ação de graças, louvor,
da íntima vida de oração. adoração, contemplação, escuta, afetos de alma,
até se chegar a um coração verdadeiramente apai-
xonado”4.
1 Novo Millennio Ineunte, n.32
2 Cf. Conc. Ecum.Vat. II, Const. sobre a sagrada Liturgia Sacro-
sanctum Concilium, 10.
3 Novo Millennio Ineunte, n.32 4 Ibid., n.33
11
Renovação Carismática do Brasil - RCCBRASIL
Apostila 4 do Módulo Básico - A Oração na vida Cristã
“Uma oração intensa, mas sem afastar do tariamente com aquele que é o Senhor de nossas 2.2 A oração como dom de Deus é seu Corpo. Suas dimensões são as do Amor de
compromisso na história: ao abrir o coração ao vidas, Jesus Cristo. Cristo”10.
amor de Deus, aquela o abre também ao amor “<Se conhecesses o dom de Deus!> (Jo A beleza e a riqueza desse caminho de ora-
dos irmãos, tornando-nos capazes de construir a 4,10). A maravilha da oração se revela justamente ção, onde nos encontramos com nosso amado,
história segundo o desígnio de Deus”.5 aí, à beira dos poços aonde vamos procurar nossa
2 – DESENVOLVIMENTO tem a graça de nos alimentar com seu amor e as-
Seguindo as orientações de São João Paulo II água; é aí que Cristo vem ao encontro de todo ser sim podermos expressar este amor com nossos
percebemos que neste caminho de oração vamos humano, é o primeiro a nos procurar, e é Ele que irmãos. Na oração estabeleço a comunhão com
pede de beber. Jesus tem sede, seu pedido vem das
alicerçando-nos cada vez mais em nossa identi- Deus, com meus irmãos e comigo mesmo. É na
dade de cristãos e conhecimento do Senhor, pois profundezas do Deus que nos deseja. A oração, verdade uma maneira eficaz de alimentarmo-nos
2.1 – O que é oração? quer saibamos ou não, é o encontro entre a sede
em cada momento de oração voltamo-nos a um dos mais ricos nutrientes de nossa fé. Nesta co-
de Deus e a nossa. Deus tem sede de que nós

renovado encontro pessoal com Nosso Senhor, munhão com Deus - “O Pai das misericórdias,
“A oração é um dos caminhos para uma vida tenhamos sede dele”8.

este encontro rega nossa vida de uma experiência Deus de toda a consolação, que nos conforta em
nova, pois a oração é comunicação com Deus. É
R R
de amor e faz-nos perceber e sentir o profundo Neste aspecto, a vida de oração conduz-nos todas as nossas tribulações, para que, pela con-
um diálogo de uma relação viva e pessoal. O oran-
amor com que somos amados. ao conhecimento do dom de Deus. A passagem solação com que nós mesmos somos consolados
A A
te fala a Deus e Ele responde; Ele fala com o oran-
por Deus, possamos consolar os que estão em
I I
Esta apostila proporciona-nos a graça de re- te e este responde adequadamente. da vida de Jesus que o Catecismo da Igreja Cató-
lica nos orienta, faz-nos compreender que através qualquer angústia!” (2Cor 1,3-4) - é que vivencia-
P P
tomar nossa vida de oração, de apropriar-nos da
O fundamento da oração é duplo: na ordem da oração falamos com Deus e ouvimos dele o mos as mais ricas experiências de sua misericórdia
unção deste tempo que vivemos na Renovação
da criação, o fiel é dependente e na ordem da gra- em nossa vida.
O O
Carismática Católica, onde podemos reconstruir que realmente sacia a nossa sede interior e, por
ça é filho. A essência da oração é a atividade do fim, este diálogo nos é apresentado diante de um
em nossa vida pessoal e também na vida de nos-
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amor. Santa Teresinha diz que: “A oração é um im- poço. Poço lembra-nos água. Para nós este diálo-
so movimento as bases sólidas da vida no Espírito
pulso do coração, é um simples olhar lançado ao go ensina-nos que devemos sempre voltar à fonte
O O
Santo, deixando-nos conduzir por Ele neste en- 3– CONCLUSÃO
céu, um grito de reconhecimento e amor no meio do amor, da verdade, da água viva, da qual todos
contro profundo através da oração.
T T
da provação ou no meio da alegria”. aqueles que experimentam não voltam a ter sede.
A oração, por sua vez, pode levar-nos a uma
O coração voltado para o Senhor, cada vez
O O
profunda renovação interior e, por isso, exige de Veja o que Jesus diz à Samaritana: “És tu que
mais plenificado pelo seu amor; deixa o fiel total- A oração na vida do cristão é sempre um ca-
lhe pedirias e Ele te daria água viva” (Jo 4,10).
F F
nós disciplina, “Seria errado pensar que o comum minho para a vida nova, é a comunhão com Deus.
mente livre para poder elevar a alma a Deus ou Nossa oração de pedido é, paradoxalmente, uma
dos cristãos possa contentar-se com uma oração A vida de oração proporciona uma amizade filial
pedir bens convenientes (São João Damasceno). resposta. Resposta à queixa do Deus vivo: “Eles
superficial, incapaz de encher a sua vida. Sobre-
O O
com o Pai e conduz-nos ao conhecimento do dom
tudo perante as numerosas provas que o mundo (...) me abandonaram a mim, a fonte de água viva, para
de Deus.
Ã Ã
atual põe à fé, eles seriam não apenas cristãos cavar para si cisternas furadas!” (Jr 2,13), resposta
Acima de tudo, a oração é um relacionamen- de fé à promessa gratuita da salvação, resposta de Pela vida de oração conhecemos as dimen-
medíocres, mas ‘cristãos em perigo’: com a sua fé
N N
to filial, em que a pessoa se encontra com Deus amor à sede do Filho único”9. sões do Amor.
cada vez mais debilitada, correriam o risco de aca-
para estabelecer um diálogo de amor. Não se pode
bar cedendo ao fascínio de sucedâneos, aceitando
crescer na vida de oração sem a acomodação da
propostas religiosas alternativas e acomodando-se 2.3 - Oração como comunhão
verdadeira imagem do Pai, revelada por Jesus e
até às formas mais extravagantes de superstição.
comunicada pelo Espírito Santo. A oração não é
“Na Nova Aliança, a oração é a relação viva
Por isso, é preciso que a educação para a ora- predominantemente metódica nem deve ser en-
ção se torne de qualquer modo um ponto qualifi- carada como uma obrigação árida e desprovida
dos filhos de Deus com seu Pai infinitamente bom, PROPOSTA DE DINÂMICA
com seu Filho, Jesus Cristo, e com o Espírito Santo.
cativo de toda a programação pastoral”6. Nesta di- de significado. A relação com o Senhor deve ser
A graça do Reino é a “união de toda a Santíssima
mensão, em nossa trajetória de oração, desejamos paternal e não patronal. Santa Teresa afirma que a
Trindade com o espírito pleno”. A vida de oração 1. Um profundo momento de ação de
prosseguir um caminho de educação ou reeduca- oração ‘Não é, a meu parecer, (...) senão tratar de
desta forma consiste em estar habitualmente na graças pelo dom da fé e pelo amor gra-
ção. E, para nós da Renovação Carismática Católi- amizade – estando muitas vezes a sós – com quem
presença do Deus três vezes Santo e em comu- tuito de Deus.
ca, que através da oração, permitamos ao Espírito sabemos que nos ama.’
nhão com Ele. Esta comunhão de vida é sempre
que nos leve a maturidade espiritual, vivenciando 2. Conduzir a assembleia a um grande cla-
É necessário, portanto, absorver a imagem possível, porque, pelo Batismo, nos tornamos um
nossa vocação a vida no Espírito, testemunhando mor pedindo ao Espírito Santo o dom da
misericordiosa, amorosa e benevolente de Deus. mesmo ser com Cristo. A oração é cristã enquan-
a alegria de encontrarmo-nos pessoal e comuni- oração.
Assim Ele o é. Relaciona-se com os homens des- to comunhão com Cristo e cresce na Igreja que
sa forma e quer transformar a vida de oração de
seus filhos em verdadeiro espaço de crescimento
5 Cf. Congr. da Doutrina da Fé, Carta sobre alguns aspectos espiritual e humano”.7
da meditação cristã Orationis formas (15 de Outubro de 1989):
AAS 82 (1990), 362-379. 8 Catecismo da Igreja Católica, n. 2560
7 Apostila 4 – Modulo Básico RCCBRASIL, Oração Caminho
6 Novo Millennio Ineunte, n.34 de Santidade, p. 7 e 8. 9 Ibid., n. 2561 10 Ibid.,n. 2565
12 13
CAPÍTULO 2
AS FORMAS DE ORAÇÃO


A R 1 – INTRODUÇÃO
A R
PI O Espírito Santo indica o objetivo da oração
PI
O louvor integra as outras formas de oração e as
O O
leva Àquele que é sua fonte e o termo final”11.
e como se deve orar. Ele sonda as profundezas de
Deus, conhece as coisas de Cristo e as revela ao Louva-se a Deus porque Ele é: Onisciente,
C C
orante. O Espírito Santo é Deus, em comunhão Onipotente, Onipresente! Ele criou os céus e a
O O
com Deus Pai e Deus Filho, as três Pessoas são um terra, e tudo o que neles há! Ele é grandioso! Ele é
só Deus. Ele é o poder que opera em todos. Ele é glorioso! Ele é Santo! Ele é justo! Ele é amoroso!
T T
quem une os corações em oração. Todo fiel deve lembrar-se das graças que recebe
O O
e louvar a Deus. Ele deu seu Espírito Santo, a fim
A oração pode acontecer de diversas formas,
de que todos possam viver uma vida santificada.
F F
de acordo com as indicações, sentimentos e ne-
Ele cura! Livrou o homem da morte e do inferno
cessidades do orante e, também, com as moções
e deu-lhe a vida eterna. Por isso se deve louvar a
O O
do Espírito Santo.
Deus! Sempre haverá motivos para louvá-Lo.
Ã Ã
O homem foi criado para o “louvor da glória
de Deus” (cf. Ef 1,14b). É por isso que Davi diz
N N
2 – DESENVOLVIMENTO muito acertadamente: Louvai o Senhor, pois o sal-
mo é uma coisa boa: Ao nosso Deus, louvor suave
e belo! E é verdade, pois o salmo é bênção pro-
nunciada pelo povo, louvor de Deus pela assem-
2.1.Tipos de Oração bleia, aplauso de todos, palavra dita pelo universo,
voz da Igreja, melodiosa profissão de fé...
2.1.1 - A oração de louvor
2.1.2 – Oração de ação de graças
O louvor exprime uma relação fundamental
“A ação de graças caracteriza a oração da
do homem com Deus. O louvor reconhece que
Igreja que, celebrando a Eucaristia, manifesta e se
Deus é Deus! “Canta-o pelo que Ele mesmo é,
torna mais aquilo que ela é. Com efeito, na obra da
dá-lhe glória, mais do que pelo que Ele faz, por
salvação, Cristo liberta a criação do pecado e da
aquilo que Ele É. Participa das bem-aventuranças
morte para consagrá-la de novo e fazê-la retornar
dos corações puros que o amam na fé antes de o
ao Pai, para sua Glória. A ação de graça dos mem-
verem na Glória. Por ela, o Espírito se associa ao
bros do Corpo participa da de sua cabeça”12.
nosso espírito para atestar que somos filhos de
Deus, dando testemunho do Filho único, em quem
somos adotados e por quem glorificamos o Pai.
11 Ibid., n. 2639
12 Ibid., n. 2637
15
“Como na oração de súplica, todo aconteci- inefáveis”(cf. Rm 8, 26b) ou em louvor e adoração, se lhe pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? Se c. “Ele agirá” – orando deste modo, a re-
mento e toda necessidade podem se tornar ofe- conforme o Espírito introduz na necessidade do vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a posta de Deus virá e o fiel poderá dar
renda de ação de graças. As cartas de São Paulo, momento. vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará inúmeras ações de graças a Ele.
começam e terminam, frequentemente por uma boas coisas ao que lho pedirem” (Mt 7, 7-11).
O cântico em línguas é uma expressão de
ação de graças, e o Senhor Jesus sempre está pre-
louvor. É dom de Deus. O verdadeiro cântico em O fiel deve pedir a Deus com muita honesti- 2.1.8 – Oração de intercessão
sente. ‘Por tudo dai graças, pois esta é a vontade
línguas sai do coração e vai além das palavras hu- dade. Atitude básica, para uma oração madura de
de Deus a vosso respeito, em Cristo Jesus’ (1Tes
manas. Muitas vezes é o que resta ao orante nos súplica, é a de entrega do pedido a Deus para que “A intercessão é uma oração de pedido que
5,18). ‘Perseverai na oração, vigilantes, com ação
períodos de purificação e de dificuldade espiri- a vontade D’Ele seja feita. É a mesma atitude de nos conforma de perto com a oração de Jesus.
de graças’ (Cl 4,2)”13.
tual. Numa assembleia de oração, o Espírito Santo Jesus diante de sua paixão: “Não se faça o que eu Ele é o único Intercessor junto do Pai em favor
A ação de graças é uma expressão de hu- pode levar a um louvor e/ou canto coletivo em quero, mas sim o que Tu queres” (Mt 26,39b). de todos os homens, dos pecadores, sobretudo.

mildade pessoal e uma forma de respeito e reve- línguas para, entre outras coisas, abrir o coração Ele é ‘capaz de salvar de modo definitivo aqueles
Na súplica sincera e amadurecida deve haver

rência. Quando o fiel agradece com sinceridade, dos presentes à escuta da palavra profética. que por meio dele se aproximam de Deus, vis-
também o desejo profundo de que Deus receba
R R
torna-se mais consciente da grandeza de Deus. to que Ele vive para sempre para interceder por
toda glória. “Portanto, quer comais quer bebais
2.1.5 – Oração de escuta eles’(Hb 7,25). O próprio Espirito Santo ‘intercede
A A
Um coração agradecido é capaz de transfor- ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a
I I
por nós... pois é segundo Deus que ele intercede
mar todo acontecimento em oferenda. Quaisquer glória de Deus”. (1Cor 10, 31). “Orai em toda cir-
pelos santos’ (Rm 8,26-27)”15.
P P
que sejam as circunstâncias, dá graças a Deus por A oração de escuta é uma atitude de fé ex- cunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em
elas. pectante, faz parte da permanência em Deus, do intensa vigília de súplica por todos os cristãos”(Ef As escrituras animam a interceder uns pelos
O O
colóquio interior da alma com Deus, da busca 6,18b). outros.
de um discernimento daquilo que se apresenta
C C
2.1.3 – Oração de adoração “Não cessamos de orar por vós”(Cl 1,9b).
no coração do homem. A verdadeira escuta é o 2.1.7 - Oração de entrega
acolhimento da inspiração do Espírito Santo, es- “Orai uns pelos outros” (Tg 5,16). “Pois sei que
O O
A adoração é a primeira atitude do homem isso me resultará em salvação, graças às vossas
clarecendo, revelando, orientando, conforme a ne-
“Entrega teu caminho ao Senhor, confia
T T
que se reconhece criatura diante de seu criador. orações e ao socorro do Espirito de Jesus Cris-
cessidade. A pessoa que vive constantemente na
É o silêncio respeitoso diante de Deus “sempre N’Ele e Ele agirá”(Sl 36,5). (Sublinhado) to”(Fl 1,19).
presença do Senhor sabe distinguir Sua voz das
O O
maior”. A adoração ao Deus três vezes Santo é
outras vozes interiores, que muitas vezes levam A oração de entrega implica em estabelecer Paulo muitas vezes encorajou a Igreja a re-
F F
sumamente amável e enche o homem de humilda-
à distração e ao desvio da verdade. E as ovelhas um compromisso sério com o Senhor, evitando-se zar também por ele. Ele conhecia os benefícios da
de. Adorar é reconhecer que Deus é Senhor, Pai,
seguem-No, pois lhe conhecem a voz. “As minhas informações vagas. É uma oração sábia, em três oração.A oração de intercessão traz bençãos, pro-
Criador, Salvador; que é grande, bom, poderoso,
O O
ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas curtas frases, observando o sentido dos três ver- teção e crescimento espiritual. Deus procura in-
misericordioso. Adora-se somente a Deus: o Pai,
me seguem” (Jo 10,27). bos, em que a pessoa oferece-se ao Senhor de ma- tercessores: “Tenho procurado entre eles alguém
Ã Ã
o Filho e o Espírito Santo; adora-se a Jesus por-
neira total e plena: que construísse o muro e se detivesse sobre a
que é Deus, Seu corpo, Seu coração, Suas chagas,
N N
Jesus na cruz e na eucaristia. A adoração pode ser 2.1.6 - Oração de súplica a. “Entrega teu caminho ao Senhor” – o brecha diante de mim, em favor da terra, a fim de
com palavras, como São Tomé ao ver Jesus res- ato de entrega leva a um despojamento prevenir a sua destruição, mas não encontrei nin-
suscitado: “Meu Senhor e meu Deus!”(Jo 20,28). A “O vocabulário referente à súplica tem mui- total, a mesma atitude de Jesus na cruz guém” (Ez 22,30). Interceder é pedir a Deus que
adoração pode ser com gestos, como se prostrar tos matizes no Novo Testamento: pedir, implorar, (cf. Lc 23,46); é uma decisão definida e aja na vida de outra pessoa (cf. Tg 5,16).
de rosto em terra ou de joelhos. A adoração pode suplicar com insistência, invocar, clamar, gritar, e específica, implica não somente em en- Quando o fiel não sabe orar como convém,
ser em silêncio, como Maria, perfeita adoradora, mesmo ‘lutar na oração’. Mas sua forma mais habi- tregar, mas deixar nas mãos de Deus. o Espírito Santo vem em seu auxílio, intercedendo
que “guardava tudo no seu coração”(Lc 2,51b). tual, por ser a mais espontânea, é o pedido: é pela Fazer a entrega não é fácil, mas deixá-la através dele “com gemidos inefáveis” numa ora-
Deus busca adoradores em espírito e verdade (cf. oração de súplica que exprimimos a consciência ali é ainda mais difícil; entretanto, é ne- ção perfeita, pois é o próprio Deus que sabe o que
Jo 4,23). de nossa relação com Deus: (...) como pecadores, cessário confiar. é necessário e ora em seu favor (cf. Rm 8,26-27).
sabemos, na qualidade de cristãos, que nos afasta-
mos de nosso Pai. O pedido já é uma volta para b. “Confia nele” – confiar na palavra de Todos são chamados a interceder. A interces-
2.1.4 – Oração em línguas
Ele”14. Deus e ter a certeza que esta palavra são leva à consolação do coração de Deus. Unido
será cumprida (cf. Mc 11,24). Deus cha- a Jesus, o verdadeiro e único intercessor perfeito
A razão e a intuição humanas limitam a ora- As escrituras mostram que Deus deseja que
ma atenção para a necessidade de que diante do Pai, o intercessor participa de seu sofri-
ção. Com a ajuda do Espírito Santo, ela passa a os seus filhos lhe façam pedidos: “Não obtendes,
o fiel creia quando ora, tomando uma mento e consola sua dor.
ser uma oração que dá frutos. O orante empresta porque não pedis” (Tg 4,2b). “Pedi e se vos dará.
sua voz ao Espírito Santo e Ele lhe dá o tom e a Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. Porque posição definida de fé. A fé não pode O intercessor é um intermediário junto de
forma. É o que se chama de oração no Espírito todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. ser apenas uma disposição mental de Deus. Toda a vida e morte de Jesus foi em favor
(cf. Ef 6,18) ou oração em línguas, que nasce das A quem bate, abrir-se-á. Quem dentre vós dará crer, ela tem que estar fundamentada dos homens. Na cruz, antes do último suspiro, Ele
profundezas de Deus e se expressa “em gemidos uma pedra ao seu filho, se este lhe pedir pão? E, na promessa de Deus.
13 Ibid., n. 2638. 14 Ibid., n. 2629 15 Ibid., n. 2634

16 17
intercedeu: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o deu-lhe condições de realizar a palavra do profeta
que fazem” (Lc 23,34). Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, por- CAPÍTULO 3
que me ungiu;...”(Lc 4,18). Esta mesma missão foi
“Acima de tudo, recomendo que se façam
conferida aos doze apóstolos, aos setenta e dois
preces, orações, súplicas, ações de graças por
todos os homens, pelos reis e por todos os que
discípulos e, depois, a todos os batizados: “Ide por
todo o mundo (...). Estes milagres acompanharão
O CAMINHO DA ORAÇÃO
estão constituídos em autoridade, para que pos-
aos que crerem: (...) imporão as mãos aos enfer-
samos viver uma vida calma e tranquila, com toda
mos e eles ficarão curados” (Mc 16,15-18).
a piedade e honestidade. Isto é bom e agradável
diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que Orar pelos doentes foi mandato de Jesus.
todos os homens se salvem e cheguem ao conhe- Para isso, a fé é um requisito importante: é preci-

cimento da verdade”(1Tim 2,1-3). so acreditar que Jesus cura hoje, como curava na

Galiléia e na Judéia. Textos para conferir: Mt 19,13;
Interceder por alguém é entrar em território
R R
Mt 8,3; Mt 8,15; Mt 9,27; Mc 8,2.
usurpado pelo inimigo e resgatá-lo para Deus. Por
1 – INTRODUÇÃO
A A
isso, a intercessão é muitas vezes uma batalha es- Antes de orar por alguém, é necessário per-
I I
piritual, para a qual deve-se estar preparado com doar a todos. Tem-se visto e experimentado na
P P
o auxílio da oração pessoal, dos sacramentos e do Renovação Carismática Católica o poder de Deus
jejum. “Pois não é contra homens de carne e san- operando nas pessoas, curando e libertando. “Si-
a. Lc 10,21b – “Pai, Senhor do céu e da
“A oração não se reduz ao surgir espontâneo
terra, eu te dou graças porque escon-
O O
gue que temos de lutar, mas contra os principados nais e prodígios acompanharão aqueles que cre- de um impulso interior; para rezar é preciso que-
e potestados, contra os príncipes deste mundo rem” (cf. Mc 16,17). Todos os que creem são, por-
destes estas coisas aos sábios e inteli-
rer. Não basta saber o que as Escrituras revelam
C C
tenenebroso, contra as forças espirituais do mal tanto, canais da graça de Deus para os irmãos.
gentes e as revelaste aos pequeninos.
sobre a oração; também é indispensável aprender
Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do
O O
(espalhadas) nos ares”(Ef 6,12). a rezar. E é por uma transmissão viva (a sagrada
teu agrado”.
Tradição) que o Espírito Santo, na ‘Igreja crente e
T T
A intercessão exige, também, insistência e
orante’, ensina os filhos de Deus a rezar”16. b. Lc 23,46b – “Pai, nas tuas mãos entrego
perseverança até obter a resposta. “Por acaso não 3 – CONCLUSÃO
O O
fará Deus justiça aos seus escolhidos, que estão Através da oração caminhamos a um encon- o meu espírito”.
F F
clamando por Ele dia e noite? Porventura tardará tro pessoal com o Pai, o Filho e o Espírito Santo,
em socorrê-los?” (Lc 18,7). tendo a oportunidade de entrar em comunhão c. Jo 11,41b-42 – “Pai, rendo-te graças,
São muitas as formas de oração, todas elas porque me ouviste. Eu bem sei que
O O
com a Virgem Maria.
A oração tem o poder de tranformar tudo, necessárias ao crescimento espiritual do fiel. No sempre me ouves, mas falo assim por
inclusive o curso da história. A Bíblia apresenta vá- entanto, é o mesmo Espírito que move o orante
Ã Ã
causa do povo que está em roda, para
rios exemplos de intercessão: no momento certo, para que este receba e viva a que creiam que tu me enviaste”.
N N
- Gn 18,23-33 – Intercessão de Abrãao por Sodoma graça de uma caminhada de oração em busca da 2 – DESENVOLVIMENTO
santidade. Especialmente a oração de Jesus pela unidade
- Ex 32,11-14 – Moisés intercede em favor de sua Igreja: Jo 17,20-21 – “Não rogo somente
dos israelitas que haviam feito o bezerro de ouro por eles, mas também por aqueles que por sua
palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam
- Dn 9,1-19 – Intercessão de Daniel para que 2.1 - A oração ao Pai
Deus libertasse seu povo da Babilônia.
4 – PROPOSTA DE DINÂMICA um, assim como Tu, Pai, estás em mim e eu em ti,
para que também eles estejam em nós e o mundo
“Não existe outro caminho da oração cristã
creia que tu me enviaste.”
2.1.9 – Oração de cura. senão Cristo. Seja a nossa oração comunitária ou
Expor brevemente cada tipo de oração pessoal, vocal ou interior, ela só tem acesso ao Pai
e, em seguida, levar a assembleia a fazer se orarmos ‘em nome’ de Jesus. A santa humanida- 2.2 - A oração de Jesus
Deus quer que todos os homens sejam cura-
dos, que sejam saudáveis de corpo, mente e espíri- a experiência deste tipo de oração. Dá de de Jesus é, portanto, o caminho pelo qual o Es-
muito fruto quando se faz diante do San- pírito Santo nos ensina a orar a Deus, nosso Pai”17. “A oração da Igreja, alimentada pela Palavra
to. A obra da salvação realizada na Paixão, Morte e
tíssimo Sacramento. de Deus, e a celebração da Liturgia nos ensinam
Ressurreição de Jesus foi para que o homem fosse Basta contemplar a vida de Jesus para per- a orar ao Senhor Jesus. Ainda que seja dirigida so-
salvo, curado em todas as áreas de sua vida. A oração em línguas permeia todo este ceber que sempre Ele recorreu ao Pai antes de bretudo ao Pai, ela inclui, em todas as tradições li-
O perdão, que é a chave da cura, atinge a raiz momento de oração. tomar decisões importantes. túrgicas, formas de oração dirigidas a Cristo. Cer-
de várias enfermidades, por isso uma boa con- Pode-se seguir esta sequência: Às vezes, os evangelhos transcrevem as pala- tos Salmos, conforme sua atualização na Oração
fissão (cura espiritual pelo perdão dos pecados) Adoração Intercessão Ação de graças. vras com que Jesus orava: da Igreja, e o Novo Testamento põem em nossos
pode libertar uma pessoa de traumas emocionais Entrega Louvor lábios e gravam em nossos corações as invoca-
ou ser causa de cura de uma doença física. Jesus Súplica Escuta 16 Ibid., n. 2650 ções desta oração a Cristo: Filho de Deus, Verbo
pregava e curava. A unção messiânica que recebeu 17 Ibid., n. 2664 de Deus, Senhor, Salvador, Cordeiro de Deus, Rei,
18 19
Filho bem-amado, Filho da Virgem, Bom Pastor, por sua graça proveniente, nos atrai ao caminho próprio Senhor, é em pessoa a filha de Sião, a Arca
nossa Vida, nossa Luz, nossa Esperança, nossa Res- da oração. Se Ele nos ensina a orar recordando- da Aliança, o lugar onde reside a glória do Senhor:
surreição, Amigo dos homens...”18. -nos Cristo, como não orar a Ele mesmo? Por isso, ela é “a morada de Deus entre os homens” (cf.
a Igreja nos convida a implorar cada dia o Espírito Ap 21,3). “Repleta do Espírito Santo” (cf. Lc 1,41),
“Mas o Nome que contém tudo é o que o
Santo, sobretudo no início e no fim de toda ação Isabel é a primeira na longa série das gerações que
Filho de Deus recebe em sua Encarnação: JESUS.
importante. Se o Espírito não deve ser adorado, declaram Maria bem-aventurada: “Feliz aquela que
O Nome divino é indizível pelos lábios humanos,
como é que Ele me diviniza pelo Batismo? E se Ele creu...” (Lc 1,45): Maria é “bendita entre as mulhe-
mas, assumindo nossa humanidade, o Verbo de
deve ser adorado, não deve ser o objeto de um res” porque acreditou na realização da palavra do
Deus no-lo entrega e podemos invocá-lo: ‘Jesus’,
culto particular?”22. Senhor, assim como Abraão, por sua fé, se tornou
Javé salva. O Nome de Jesus contém tudo: Deus
uma bênção para “todas as nações da terra”. (cf.
e homem e toda a economia da criação e da sal- “A forma tradicional para pedir a vinda do
Gn 12,3).

vação. Orar a ‘Jesus’ e invocá-lo, chamá-lo em nós. Espírito Santo é invocar o Pai por Cristo, nosso

Seu Nome é o único que contém a Presença que Senhor, para que nos dê o Espírito Consolador.”23. Com Isabel também nós nos admiramos:
R R
significa. Jesus é Ressuscitado, e todo aquele que “Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de
Quanto mais nos aproximarmos e dialogar-
invoca seu nome acolhe o Filho de Deus que o meu Senhor?” (Lc 1,43). Porque nos dá Jesus, seu
A A
mos com o Espírito Santo tanto mais vamos co-
amou e por ele se entregou.”19. filho, Maria é Mãe de Deus e nossa Mãe; podemos
I I
nhecê-Lo. É na medida que recorremos a Ele que
confiar-lhe todos os nossos cuidados e pedidos:
P P
“A invocação do santo nome de Jesus é o ca- vamos sentindo suas manifestações em nossas vi-
ela reza por nós como rezou por si mesma: “Fa-
minho mais simples da oração contínua. Muitas ve- das. A Renovação Carismática Católica tem pro-
ça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38b).
O O
zes repetida por um coração humildemente aten- porcionado uma experiência com o Espírito Santo,
Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos
to, ela não se dispersa numa torrente de palavras e na espontaneidade de nossa oração, vamos re-
C C
com ela à vontade de Deus: “Seja feita a vossa von-
(Mt 6,7), mas ‘conserva a Palavra e produz fruto correndo a Ele e experimentando seu operar em
tade”. “Rogai por nós, pecadores, agora e na hora
O O
pela perseverança’. É possível ‘em todo tempo’, nossas vidas.
de nossa morte.” Pedindo a Maria que reze por
pois não é uma ocupação ao lado de outra, mas
T T
nós, reconhecemo-nos como pobres pecadores
a única ocupação, a de amar a Deus, que anima e 2.4 - Em comunhão com a Santa Mãe e dirigimo- nos à «Mãe de misericórdia», a Toda
transfigura toda ação em Cristo Jesus”20.
O O
de Deus Santa.
F F
“A oração da Igreja venera e honra o Cora-
“Na oração, o Espírito Santo nos une à Pes- “Maria é a Orante perfeita, figura da Igreja.
ção de Jesus, como invoca o seu Santíssimo nome.
soa do Filho Único, em sua humanidade glorificada. Quando rezamos a ela, aderimos com ela ao plano
Adora o Verbo encarnado e seu Coração, que por
O O
Por ela e nela, nossa oração filial entra em comu- do Pai, que envia seu Filho para salvar todos os
nosso amor se deixou traspassar por nossos pe-
homens. Como o discípulo bem-amado, acolhe-
Ã Ã
cados. A oração cristã gosta de seguir o caminho nhão, na Igreja, com a Mãe de Jesus.”24
mos em nossa casa a Mãe de Jesus, que se tornou
da cruz (Via-Sacra), seguindo o Salvador. As esta-
N N
“A partir do consentimento dado na fé por a mãe de todos os vivos. Podemos rezar com ela e
ções, do Pretório ao Gólgota e ao Túmulo, mar- ocasião da Anunciação e mantido sem hesitação a ela. A oração da Igreja é acompanhada pela ora-
cam o caminho de Jesus, que resgatou o mundo sob a cruz, a maternidade de Maria se estende aos ção de Maria, que lhe está unida na esperança”26.
por sua santa Cruz”21. irmãos e às irmãs de seu Filho ‘que ainda são pere-
Jesus nos ensina a orar, e podemos constatar grinos e expostos aos perigos e às misérias’. Jesus,
isso em suas atitudes. No começo de seu ministé- o único Mediador, é o Caminho de nossa oração;
rio: orou e jejuou durante 40 dias (cf. Lc 4,1-2). Sua Maria, sua Mãe e nossa Mãe, é pura transparência PROPOSTA DE DINÂMICA
vida esteve imersa em oração, isto é, viveu unido dele. Maria ‘mostra o Caminho’ (‘Hodoghitria’), é
ao Pai durante toda sua existência terrestre. seu ‘sinal’, conforme a iconografia tradicional no
Oriente e no Ocidente.”25
Unidos ao louvor de Maria rezar o Magni-
2.3 - “Vinde, Espírito Santo” Maria é cheia de graça porque o Senhor está ficat e continuar com grande louvor.
com ela. A graça com que ela é cumulada é a pre-
“<Ninguém pode dizer ‘Jesus é Senhor’ a não sença Daquele que é a fonte de toda graça. “Ale-
ser no Espírito Santo> (1Cor 12,3). Cada vez que gra-te, filha de Jerusalém... o Senhor está no meio
começamos a orar a Jesus, é o Espírito Santo que, de ti” (Sf 3,14a.17a). Maria, em quem vem habitar o
18 Ibid., n. 2665 22 Ibid., n. 2669

19 Ibid., n. 2666 23 Ibid., n. 2671
20 Ibid. , n. 2668 24 Ibid., n. 2673)
21 Ibid., n. 2669 25 Ibid., n. 2674 26 Ibid., n. 2679
20 21
CAPÍTULO 4
A VIDA DE ORAÇÃO


A R 1 - INTRODUÇÃO
A R
PI “A oração é a vida do coração novo e
PI
do arrependimento e bondade, ora perceberá as
O O
inspirações e moções da graça, através das quais o
deve nos animar a cada momento. Nós, porém,
Senhor lhe fala, revela-lhe seus ministérios, o atrai
esquecemo-nos daquele que é nossa Vida e nos-
C C
a si, impele-o ao bem. Assim esse diálogo será al-
so Tudo. (...) ‘É preciso se lembrar de Deus com
terado com pausas de silêncio, de meditação, de
O O
mais frequência do que se respira’.”27 “Cada fiel
adoração e oração vocal com grande devoção”29
responde ao Senhor segundo a determinação
T T
de seu coração e as expressões pessoais de sua
oração.”28 2.2 – Formas diferentes de orar
F O F O “A razão principal da dignidade humana con-

siste na vocação do homem para a comunhão
O O
2 - DESENVOLVIMENTO com Deus. Já desde sua origem o homem é con-
vidado para diálogo com Deus”30. Na comunhão
Ã Ã
com Deus, a iniciativa é sempre d’Ele. É Ele quem
N N
convida, mesmo quando o homem não percebe. O
2.1 – Oração pessoal fiel dirige-se a Ele, mas é Ele quem coloca em seu
coração o desejo e a graça da oração. Esta comu-
A oração pessoal é um momento de intimi- nicação com Deus é a oração.
dade entre a pessoa e Deus. Ela também se carac- A oração inclui a comunicação com Deus em
teriza pela espontaneidade, no sentido de ser o suas três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Tam-
momento específico em que a pessoa se coloca bém com Maria e os santos que estão juntos ao
na presença do Senhor, para aí partilhar a sua vida Senhor no céu.
e entender o plano de Deus para si mesmo. “Este
encontro deve ser conduzido pelo Espírito de A oração pessoal é uma necessidade natural
Deus, que ora inspirará um desabafo íntimo, ora do fiel, tanto quanto o comer e o respirar. Por isso,
inspirará um desejo de manifestar amor e gratidão esta comunicação com Deus deve ser algo natural
a Deus, ora exporá ao Senhor as próprias misérias e relativamente agradável.
e fraquezas, revelará as próprias penas, suplicará
auxílio, apresentará seus propósitos, ora romperá 2.2.1 – Oração vocal
seu silêncio de escuta, outros de adoração, de êx-
tase diante da infinita bondade e misericórdia, ora A oração vocal é a oração que se faz com
será impulsionada a derramar lágrimas de profun- palavras. Ela responde a uma exigência da natureza
27 Ibid., n. 2697 29 Centro de Formação Shalon, A oração, p.6

28 Ibid., n. 2699 30 Gaudium et Spes, n.19
23
humana. O homem é corpo e espírito e experi- seu momento com o Senhor sem interrupções ou como algo supérfluo, para ser praticada se sobrar Da mesma forma, precisa perdoar àqueles
menta a necessidade de expressar exteriormente constrangimentos. tempo. que o ofenderam. A falta de perdão é um dos
seus sentimentos31. maiores bloqueios à oração. Jesus referiu-se a isto
Jesus chegou a falar do quarto (cf. Mt 6,6).
2.3.4 – Postura no Sermão da Montanha: “Se estás, portanto, para
Os Atos dos Apóstolos trazem Pedro subindo
2.2.2 – Oração Mental fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de
ao “terraço da casa” para fazer sua oração (cf. At
O corpo coopera com a oração, na medida que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá
10,9). Porém, pode-se rezar em qualquer lugar,
Como oração mental, podem ser destacadas, em que expressa atitudes do coração. O corpo a tua oferta diante do altar e vai primeiro recon-
desde que ele seja adequado à oração. “Pode ser
ciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua
a meditação e a contemplação. A meditação é um na própria casa: no quarto, na varanda, numa Igre- – que também é parte da pessoa – ora junto, ex-
exercício da mente que procura compreender a pressando os diversos sentimentos de louvor, de oferta” (Mt 5,23-24).
ja, pouco importa onde(...) o que se torna mais
vida cristã e responder ao que Deus pede. Há mui- importante é que a alma esteja totalmente atenta súplica, intercessão, canto, entre outros. Em outra ocasião Jesus reafirmou a necessi-

tos métodos de meditação. Geralmente medita-se a Deus, sem se dispersar pela impertinência dos dade de reconciliação: “E quando vos puserdes de
Pode-se rezar sentado, de pé, ajoelhado, pros-

com a ajuda de algum livro espiritual, especialmen- ruídos, sensações, distrações e pensamentos ino- pé para orar, perdoai, se tiverdes algum ressenti-
trado ou mesmo alternando várias posições, de
R R
te a Sagrada Escritura, sobretudo os evangelhos. portunos”32. Jesus costumava se retirar para lu- mento contra alguém, para que também vosso Pai,
acordo com o estágio da oração. Os braços ergui-
Podemos meditar também os mistérios do Rosá- gares ermos para fazer sua oração (cf. Mt 4,1-2; que está nos céus, vos perdoe os vossos pecados”
A A
dos são sinais de bendição a Deus. Deve-se evitar,
rio. 14,22-23; 26,36). (Mc 11,25).
I I
contudo, posições demasiadamente cômodas, que
Na meditação usa-se o pensamento, a imagi- favoreçam o sono e a tibieza.
P P
O orante precisa de um lugar que favoreça Existem barreiras à oração que podem e de-
nação, os sentimentos e as emoções. Para que a sua intimidade com Deus, onde não fique exposto vem ser vencidas na fé e na perseverança. A in-
O O
meditação seja oração, precisa-se estar diante do a distrações ou interferências. É possível ter, em 2.4 – Diário espiritual credulidade é uma delas. Sem acreditar no poder
Senhor, procurando fazer a Sua vontade. casa, o “cantinho de oração”. de Deus e na ação do Espírito, a pessoa terá uma
C C
Existe perigo de distração e divagação. Mas é Anotar as inspirações de Deus na oração pes- oração fraca e sem fruto. A incredulidade leva a
O O
necessário ir adiante e levar a oração ao coração, 2.3.2 – Ambientação soal é de grande ajuda na caminhada espiritual. É racionalizar a ação de Deus. Foi também a causa
um passo fundamental para iniciar uma experiên- de Jesus ter feito poucos milagres em Nazaré (cf.
T T
até o conhecimento e a experiência do amor de
Jesus e a união com Ele. Então, a oração passa a ser É sempre bom criar um ambiente propício cia de oração que continuará funcionando. Além Mt 13,53-58).
O O
contemplativa. à oração, ordenado à caráter, favorecedor de um disso, é uma fonte de incentivo para o futuro. As distrações também perturbam a oração:
F F
encontro importante. Ninguém gosta de receber Anotar também os textos bíblicos utilizados pensamentos sobre pessoas e fatos, preocupações,
A contemplação é mais oração do coração
pessoas com a casa bagunçada ou em ambientes durante a oração e o direcionamento que teve na- entre outras. O orante deve entregar tudo ao Se-
do que da mente. A contemplação é ocupar a alma
impróprios. Para cada encontro, um tipo de am- nhor e permitir que os impulsos e inspirações do
O O
com a intenção de pensar e de considerar seus quele momento. Anotar as profecias pessoais, que
bientação. Do mesmo modo, o encontro com o são inspirações de Deus para edificar o orante e Espírito Santo indiquem que caminhos trilhar para
divinos atributos ou os ministérios da fé.
Ã Ã
Senhor deve se dar em lugar preparado para tal incentivá-lo na missão. vencer os limites de sua vida de oração. Pedir ao
Não se faz contemplação quando sobra finalidade (cf. Mt 14,12-16). Espírito Santo que faça ver as barreiras e dificulda-
N N
tempo, mas quando se reserva um tempo para o Em tempos de aridez, o diário espiritual serve des à oração, para colocar tudo aos pés de Jesus.
A utilização de objetos devocionais (imagens, como uma linha de orientação dada pelo Espírito
Senhor. Não é sempre que se pode meditar, mas
crucifixos etc.) é bastante salutar. De forma que, Santo, apoiando, ensinando, mostrando o caminho. O Espírito Santo encontrará barreiras para
pode-se entrar em contemplação independente-
um ambiente bem preparado – como em outras agir livremente, caso o orante estiver preso a di-
mente das condições de saúde, trabalho ou afeti-
situações da vida, facilita a introdução da oração, nheiro, pessoas, interesses pessoais e não quiser
vidade. 2.5 – Dificuldades na oração
bem como o seu desenrolar. “Se você orar em seu abrir mão de seus apegos. Os apegos desordena-
quarto ou em sua casa, poderá acender uma vela, dos podem ser facilmente detectados, pois afas-
2.3 - Aspectos práticos da vida de ou usar um ícone, ou uma estampa, ou ainda uma Alguns empecilhos podem prejudicar a ora-
tam do Senhor.
oração imagem, para ajudar o contexto da oração e fixar ção, como por exemplo, o pecado. O demônio
sua atenção no Senhor”33. procura bloquear e suprimir a vida de oração dos Há também tempos em que o orante passa
cristãos. Por isso a oração é muitas vezes uma ba- por aridez na oração. Não sente gozo nem na
2.3.1 - O lugar talha espiritual, na qual, através da humildade, arre- oração, nem na Palavra; não sente vontade de orar;
2.3.3 – Horário
pendimento e confiança em Deus, o fiel torna-se não escuta mais a voz do Senhor e nem suas ins-
Não existe um lugar determinado para a ora- instrumento do Espírito Santo para a vitória de pirações; tem a impressão de que a oração é inútil
ção. O melhor lugar é aquele em que a pessoa se Cada um deve escolher o melhor horário, Deus. e ineficaz. São períodos de grande graça, quando
sente livre e à vontade para estar na presença de conforme as atividades diárias. É bom tomar cui- o Senhor tira toda a consolação para que o fiel
dado para não dar ao Senhor o tempo de maior “Eis que nasci na culpa, minha mãe concebeu-
Deus. viva na fé. Ele está sendo provado para crescer na
cansaço e de difícil concentração na oração. A vida -me no pecado” (Sl 50,7). O fiel peca muitas vezes.
fé e na graça, purificado em seus sentimentos in-
Recomenda-se um lugar privativo, não mui- de oração deve ser levada a sério e não tratada Precisa conscientizar-se de seu pecado, arrepen-
teriores para que seja mais afinado às moções do
to exposto, para que o orante possa desenvolver der-se e pedir perdão.
Espírito. “Portanto, a aridez e a secura na oração
32 Centro de Formação Shalom, A oração, p.8
não é sinal de regressão, mas de crescimento; não
31 Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2702 33 Renovação Carismática Católica, Oração Pessoal, p.17
24 25
é perda de intimidade, mas caminho de maturida-

de (...). Entendido no contexto da relação de Deus CAPÍTULO 5
com o homem, dentro de um processo formativo,
é assim que Deus faz avançar: pela aridez, que é
fase seguinte, processo no caminho de espirituali-
dade e, sobretudo, prova de fé e confiança”34.
PROPOSTA DE VIDA DE ORAÇÃO: SER
É necessário continuar orando, mesmo sem AMIGO DE DEUS
nada sentir, com toda a confiança, numa fé expec-
tante, até o dia em que o Senhor se manifestar
outra vez, para consolação e fortalecimento da

vida espiritual.

Por fim, é preciso lembrar que a incoerência
R R
enfraquece o Espírito. Por exemplo, participar de
1– INTRODUÇÃO
A A
conversas frívolas, mentir, deixar-se envolver pela
I I
mentalidade amoral dos programas de televisão,
P P
dos conceitos contrários à Palavra de Deus; viver
no egoísmo, de coração fechado às necessidades Esta apostila apresenta um estudo sobre a 2 – DESENVOLVIMENTO
O O
dos outros, na indiferença ao irmão. A vida do cris- oração como um caminho de santidade, um mate-
tão precisa estar de acordo com aquilo que ele rial de estudo sobre o tema, com conteúdos que
C C
professa. É preciso estar ligado ao Senhor, sem se levam a mergulhar na proposta, ser um amigo de
2.1 – Práticas espirituais
O O
deixar envolver pela mentalidade do mundo. Deus.
T T
Neste capítulo, de maneira especial, que- Diz o Catecismo da Igreja Católica nº 2015,
remos abordar algumas práticas espirituais, que que “o caminho da perfeição passa pela cruz. Não
O O
3 – CONCLUSÃO Deus tem inspirado ao nosso movimento, a fim existe santidade sem renúncia e sem combate es-
F F
de que haja uma reconstrução em nossa vida de piritual. O progresso espiritual envolve ascese e
oração. mortificação, que levam gradualmente a viver na
O O
A oração pessoal é um dos meios mais efica- Esta é a proposta que o Senhor tem para nós paz e na alegria das bem-aventuranças”. As práti-
zes de crescimento espiritual. Existem formas di- – ser seu amigo, através da oração. Esta amizade cas espirituais ajudam-nos no crescimento espiri-
Ã Ã
ferentes de rezar, mas, essencialmente, deve-se ter se concretiza diante de uma vida íntima com Deus, tual e a sermos um amigo de Deus, e também:
N N
tempo reservado para tal e a ele ser fiel. Também o que para nós é uma vida de oração, ou seja, de • Alarga nossos horizontes;
a perseverança é importante. Ela ajuda a vencer as diálogo, de partilha, de escuta, de transformação,
dificuldades da oração. É preciso, por fim, agir com de construção, de reconstrução. • Faz-nos ver conforme Deus;
coerência frente a alguns aspectos práticos da vida • Faz-nos desejar Deus: ”Fizeste-me
Quando nos colocamos em oração, através
de oração, como: o lugar, a ambientação, o horário, para vós Senhor e inquieto andará
da palavra de Deus, entramos em íntimo contato
a postura e o diário espiritual. meu coração enquanto em vós não
com o poder Dele em nossas vidas. “Todo o povo
orou fervorosamente ao Senhor; humilharam suas repousar” (Santo Agostinho)
almas com jejuns e orações, eles e suas mulheres. • Ajuda a reconstrução de nossa Iden-
Os sacerdotes vestiram-se de cilício, as crianças tidade, nossa personalidade, nosso
prostraram-se diante do templo do Senhor, e co- caráter.
briu-se o altar do Senhor com um cilício. Unidos
de coração e de alma, clamaram ao Senhor que Vamos abordar algumas dessas práticas.
não entregasse seus filhos à rapina do vencedor,
suas mulheres à devassidão, suas cidades ao exter- 2.1.1. Lectio Divina
mínio, seu templo à profanação, e não permitisse
que eles próprios se tornassem o opróbrio das “A tarefa prioritária no início deste milênio
nações pagãs” (Jud 4,8-10). é antes de tudo alimentar-se da Palavra de Deus,
para tornar-se eficaz o compromisso da evange-
34 Ronaldo José de Sousa, Pregador ungido, p.36

26 27
lização...”35. Percebemos que se alimentar é uma Todos eles, graças a esse encontro, foram Contemplação é a elevação da mente até so- “Adorar a Deus é, no respeito e na submis-
ação necessária e vital, se levarmos isso para o iluminados e abriram-se à experiência da miseri- bre si mesma que, suspensa em Deus, saboreia as são absoluta, reconhecer ‘o nada da criatura’, que
campo da espiritualidade, no que diz respeito à córdia do Pai, que se oferece por sua Palavra de alegrias da doçura eterna. O quarto passo é, por não existe a não ser por Deus. Adorar a Deus é,
leitura orante da palavra de Deus, percebemos verdade e vida. Não abriram o coração para algo fim, o resultado da leitura que fica nos seus olhos como Maria no Magnificat, louvá-Lo, exaltá-Lo e
que quando lemos a palavra e oramos com ela do Messias, mas ao próprio Messias, caminho de e o ajudará a apreciar e a saborear melhor as coi- humilhar-se a si mesmo, confessando com gratidão
nos alimentamos e com este alimento espiritual crescimento na “maturidade conforme a sua pleni- sas de Deus e da vida. que Ele fez grandes coisas e que seu nome é santo.
crescemos e amadurecemos. tude”, processo de discipulado, de comunhão com A adoração do Deus único liberta o homem de se
• Quinto degrau: ação
os irmãos e de compromisso com a sociedade36. fechar em si mesmo, da escravidão do pecado e da
A Igreja ajuda a refletir sobre este assunto
A interiorização da Palavra de Deus incuti- idolatria do mundo”39.
também pela Dei Verbum 21, quando diz: “É tão Essa proposta de leitura orante foi criteriosa-
rá atitudes de mudança, de conversão pessoal, na
grande o poder e a eficácia que se encerra na mente sistematizada a partir do século XII, quan- Cada vez que nos colocamos em atitude de
vida particular ou comunitária; passa-se a agir se-

Palavra de Deus que ela constitui sustentáculo e do o monge Guigo de Chartreux a organizou em adoração, amadurece nossa união com Deus; nos-
gundo a orientação prática da Palavra lida.

vigor para a Igreja e, para seus filhos, firmeza na quatro degraus: leitura, meditação, oração e con- sa experiência com o Senhor identifica-se com a
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fé, alimento da alma, pura e perene fonte da vida templação (mais tarde, acrescentou-se um quinto Na exortação apostólica Verbum Dominum, nº dos apóstolos; no silêncio Ele ensina-nos como
espiritual”. degrau: a ação). 2, o papa Bento XVI, diz: “exorto todos os fiéis a Mestre.
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redescobrirem o encontro pessoal e comunitário
I I
Podemos ter acesso à palavra de Deus atra- Dessa sistematização, definiu-se que: lectio Podemos dizer que o ato de adorar:
com Cristo, Verbo da Vida que Se tornou visível, a
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vés da lectio divina. A Lectio Divina é um método divina é a leitura da Sagrada Escritura feita para
fazerem-se seus anunciadores para que o dom da • Aproxima-nos de Deus Pai
de leitura da Sagrada Escritura que vem sendo suscitar a oração e conduzir à contemplação.
vida divina, a comunhão, se dilate cada vez mais
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praticado por muitas pessoas na vida da Igreja, es- • Abre nosso coração para a ação do Espí-
• O primeiro degrau: a leitura pelo mundo inteiro. Com efeito, participar na vida
pecialmente a partir dos tempos do monaquismo. rito Santo
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de Deus, Trindade de Amor, é a alegria completa
Esta expressão – lectio divina – foi-nos legada por “A leitura busca a doçura da vida bem-aven-
(cf. 1Jo 1,4). E é dom e dever imprescindível da • Arde nosso coração para as Escrituras
O O
um dos chamados padres da Igreja – Orígenes – turada, a meditação a encontra, a oração a pede,
Igreja comunicar a alegria que deriva do encontro
que viveu pelo final do século II até meados do a contemplação a saboreia. A leitura, em certo • Amadurece nossa missão social
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com a Pessoa de Cristo, Palavra de Deus presente
século III. modo, leva o alimento sólido à boca, a meditação
no meio de nós. Num mundo que frequentemente • Sustenta as relações (a comunhão e a uni-
o mastiga e tritura, a oração extrai o sabor, a con-
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Orígenes dizia que, para se ler a Escritura sente Deus como supérfluo ou alheio, confessa- dade são garantidas
templação é a própria doçura que alegra e reani-
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com proveito, é necessário um esforço de atenção mos como Pedro que só Ele tem ‘palavras de vida
ma. A leitura atua na casca, a meditação na medula, • Motiva-nos a buscar a reconciliação.
e assiduidade, cada dia, de novo, tem que voltar à eterna’ (Jo 6, 68). Não existe prioridade maior do
a oração desejando, a contemplação no amor da
fonte da Escritura; e o que não se consegue com que esta: reabrir ao homem atual o acesso a Deus, “Adoração é a primeira atitude do homem
O O
doçura conseguida”37.
o próprio esforço, deve ser pedido na oração, pois a Deus que fala e nos comunica o seu amor para que se reconhece criatura diante de seu Criador.
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é absolutamente necessário rezar, para se com- • O segundo degrau: a meditação que tenhamos vida em abundância (cf. Jo 10, 10)”. Exalta a grandeza do Senhor que nos fez e a oni-
preender coisas divinas. potência do Salvador que nos liberta do mal. É
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Meditação é uma diligente atividade da men- E ainda afirma, nesta mesma exortação no nº
prosternação do Espírito diante do ‘Rei da glória’
A Lectio Divina ou exercício de leitura orante que, com ajuda da própria razão, procura o co- 72: “Juntamente com os Padres sinodais, expresso
e o silêncio respeitoso diante do Deus ‘sempre
te da Sagrada Escritura, bem praticada, conduz nhecimento da verdade oculta. O segundo passo o vivo desejo de que floresça ‘uma nova estação
maior’. A adoração do Deus três vezes santo e
ao encontro com Jesus. A Lectio Divina apresenta é assimilar o que se leu no texto, trazendo para a de maior amor pela Sagrada Escritura da parte de
sumamente amável nos enche de humildade e dá
quatro momentos (leitura, meditação, oração, con- própria vida ou de sua comunidade. É a ruminação todos os membros do Povo de Deus, de modo
garantia a nossas súplicas”40.
templação), favorecendo o encontro pessoal com do alimento trazido à boca. que, a partir da sua leitura orante e fiel no tempo,
Jesus Cristo semelhante ao modo de tantos perse aprofunde a ligação com a própria pessoa de Uma das maneiras que temos para a prática
• Terceiro degrau: a oração
sonagens do Evangelho, como por exemplo: Jesus’.” da adoração é adorar Jesus Eucarístico. Quando
Oração é o impulso fervoroso do coração nos colocamos diante de Jesus Eucarístico nos
• Nicodemos e sua ânsia de vida eterna (cf.
para Deus, pedindo que afaste os males e conceda 2.1.2 – Adoração apresentamos a ele com toda nossa humanidade
Jo 3, 1-21).
as boas coisas. O terceiro passo é a nossa respos- e Ele se apresenta a nós com toda a sua divinda-
• A Samaritana e seu desejo de culto verda- ta a Deus, diante do que foi lido, diante do que “A adoração é o primeiro ato da virtude da de. Este é um momento de união profunda entre
deiro (cf. Jo 4, 1-42). Ele nos oferece no texto. É a nossa oração: rezar religião. Adorar a Deus é reconhecê-Lo como a nossa humanidade e a divindade de Deus. Ao
o texto que acabamos de ler tirando dele toda a Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e entregarmo-nos nesta hora de graça estabelece-
• O cego de nascimento e seu desejo de ver
oração possível. o Dono de tudo o que existe, o Amor infinito e mos um grande colóquio com o Senhor, porque
a luz interior (cf. Jo 9).
misericordioso. ‘Adorarás o Senhor, teu Deus, e só falamos com Ele na certeza que Ele nos escuta,
• Quarto degrau: contemplação
• Zaqueu e sua vontade de ser diferente (cf. a Ele prestarás culto’ (Lc 4,8), diz Jesus, citando o portanto, é um momento onde podemos bendi-
Lc 19, 1-10). Deuteronômio (6,13)”38. zer sua presença, reconhecendo com palavras ou
36 Documento de Aparecida, § 249
37 Guigo de Chartreux, A Escada dos Monges. Lectio Divina,
39 Ibid., n. 2097
35 Papa Bento XVI – homilia de encerramento do Sínodo da Ontem e Hoje, Edições Subiaco, 2005 – Tradução de D. Timóteo
Palavra de Deus, outubro de 2008 Amoroso Anastácio 38 Catecismo da Igreja Católica, n. 2096 40 Ibid., n. 2628
28 29
simplesmente estando com Ele, tudo o que Jesus para nós a palavra de S. Paulo: ‘Refletindo a gló- cio? – diz o Senhor Deus: É romper as cadeias para com o homem pecador. Também é chamado
é para nós. E reciprocamente Ele manifesta-se tra- ria do Senhor, como um espelho, somos transfor- injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embo- sacramento do perdão porque pela absolvição sa-
zendo para nossa vida sua grandeza. Mais ainda, mados de glória em glória, nessa mesma imagem, ra livres os oprimidos, e quebrar toda espécie de cramental do sacerdote Deus concede “o perdão
é o momento em que temos a oportunidade de sempre mais resplandecente, pela ação do Espírito jugo” (Is 58,6). e a paz”. É chamado sacramento da Reconciliação
sentir a divindade de Deus divinizando a nossa hu- do Senhor’ (2Cor 3, 18)”43. porque dá ao pecador o amor de Deus que re-
Benefícios do jejum:
manidade. concilia: “Reconciliai-vos com Deus” (2Cor 5,20b).
2.1.3– Jejum • Domínio dos vícios; Quem vive do amor misericordioso de Deus está
Temos a oportunidade de sentir Deus como
pronto a responder ao apelo do Senhor: “Vai pri-
muitos santos e podemos até dizer: “Eu te adoro, • Enobrecimento da mente;
“O jejum fazia parte do dever religioso dos meiro reconciliar-te com teu irmão” (Mt 5,24b).
ó Cristo Deus no Santo altar em teu sacramento,
judeus no tempo de Cristo. Foi praticado conti- • Auxílio para alcançar as virtudes;
vivo a palpitar! Dou-te sem partilha, vida e cora- Pensando em confissão, reconciliação, peni-

ção, pois o amor me inflama na contemplação” – nuamente desde o tempo de Moisés. Tanto os fa- • Área alimentar e física: disciplina, elimina tência, podemos apoiar-nos no que nos ensina a

Santo Tomás de Aquino –, pois a adoração eucarís- riseus como os discípulos de João jejuavam (cf. Mc o desperdício, descobre o valor dos ali- exortação apostólica Reconciliatio et Paenitentia, “O
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tica também leva-nos a uma profunda atitude de 2,18). O povo ficou surpreso quando viu que os mentos; termo e o próprio conceito de penitência são bas-
contemplação. discípulos de Jesus não jejuavam. Ao perguntar a tante complexos. Se a relacionarmos com a metá-
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razão, Jesus explicou que enquanto Ele estivesse • Área mental e psicológica: mente
noia, a que se referem os Sinópticos, a penitência
I I
“É bom demorar-se com Ele e, inclinado so- presente, eles não jejuariam. Mas, que viria o tem- descansada e sensível às coisas espirituais;
significa então a íntima mudança do coração sob
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bre o seu peito como o discípulo predileto (cf. Jo po em que o noivo lhes seria tirado e, naquele dia, domínio das emoções;
o influxo da Palavra de Deus e na perspectiva do
13, 25), deixar-se tocar pelo amor infinito do seu eles haveriam de jejuar (cf. Mc 2,19-20). • Área moral e religiosa:supera dependências Reino. Mas penitência quer dizer também mudar
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coração. Se atualmente o cristianismo se deve ca-
Esse tempo é agora: tempo em que o ‘noi- e apegos, fortalece a vontade; leva à de vida, em coerência com a mudança do coração;
racterizar sobretudo pela ‘arte da oração’, como
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vo foi tirado’. A decisão de jejuar (como de orar) partilha generosa; e, neste sentido, o fazer penitência completa-se
não sentir de novo a necessidade de permanecer
deve ser tomada com pureza de intenção, livre de com o produzir frutos condignos de arrependi-
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longamente, em diálogo espiritual, adoração silen- • Vida de fé: abertura a inspiração do Espí-
qualquer orgulho (cf. Lc 18,9-14). Quando Jesus mento: é a existência toda que se torna peniten-
ciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente rito Santo; disponibilidade para servir; po-
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explicou a seus discípulos porque eles não foram cial, aplicada numa contínua caminhada em tensão
no Santíssimo Sacramento? Quantas vezes, meus derosa arma contra as tentações.
capazes de libertar um rapaz da possessão diabó- para o que é melhor.
queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência, rece-
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lica, atribuiu um poder especial ao jejum (cf. Mt É importante não esquecer que não basta
bendo dela força, consolação, apoio!41” Fazer penitência, no entanto, só será algo de
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17,20c). Quando foi levado ao deserto pelo Espí- apenas fazermos o jejum sem termos atitudes de
autêntico e eficaz se traduzir em atos e gestos
“A devoção de adorar Jesus sacramentado é, rito Santo, Jesus jejuou antes de iniciar seu minis- conversão. O Catecismo ensina-nos:“Como já nos
de penitência. Neste sentido, penitência significa,
depois dos sacramentos, a primeira de todas as profetas, o apelo de Jesus à conversão e à penitên-
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tério (cf. Lc 4,1-2). no vocabulário cristão teológico e espiritual, a as-
devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil cia não visa em primeiro lugar às obras exteriores,
cese, isto é, o esforço concreto e quotidiano do
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para nós.” – Santo Afonso Maria de Ligório42 O jejum facilita o arrependimento e a con- ‘o saco e a cinza’, os jejuns e as mortificações, mas
versão, mas não é um fim em si mesmo. Como homem, amparado pela graça de Deus, por perder
à conversão do coração, à penitência interior. Sem ela,
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Quando nos referimos à prática da adoração resultado do jejum, o orante faz a experiência a própria vida, por Cristo, como único modo de a
as obras de penitência continuam estéreis e enga-
podemos contar com o auxílio da Virgem Maria da fraqueza, conhecendo mais a verdade sobre si ganhar: esforço por se despojar do homem velho
nadoras: a conversão interior, ao contrário, impele
que, em sua vida, contemplou o mistério da vida mesmo e sobre as coisas de maneira nova. Apren- e revestir-se do novo; por superar em si mesmo o
a expressar essa atitude por sinais visíveis, gestos
de Jesus, vivenciou com seu olhar o olhar miseri- de a não ser autossuficiente e tem certeza de que que é carnal, para que prevaleça o que é espiritual;
e obras de penitência”46.
cordioso de Jesus para a humanidade inteira. Ado- necessita de Deus. O jejum ajuda a crescer na ora- e esforço por se elevar continuamente das coisas
rando Jesus eucarístico nós podemos ter a expe- ção”.44 de cá de baixo para as lá do alto, onde está Cristo.
riência que Maria teve de fixar o olhar em Jesus: 2.1.4– Confissão
“A abstinência purifica a alma, eleva a mente, A penitência, portanto, é a conversão que
“Fixar os olhos no rosto de Cristo, reconhecer
subordina a carne ao espírito, cria um coração hu- “Solicito ainda uma renovada coragem pasto- passa do coração as obras e, por conseguinte, à
o seu mistério no caminho ordinário e doloroso
milde e contrito, extingue o fogo da luxúria, acen- ral para, na pedagogia quotidiana das comunidades vida toda do cristão. Em cada um destes signifi-
da sua humanidade, até perceber o brilho divino
de a verdadeira luz da castidade (Sermão sobre a cristãs, se propor de forma persuasiva e eficaz a cados, a penitência anda intimamente ligada com a
definitivamente manifestado no Ressuscitado glo-
oração e o jejum, Santo Agostinho)45.” prática do sacramento da Reconciliação47.” reconciliação, uma vez que reconciliar-se com Deus,
rificado à direita do Pai, é a tarefa de cada discípu-
consigo mesmo e com os outros pressupõe que
lo de Cristo; e, por conseguinte, também a nossa O jejum é necessário para nosso apostolado, É chamado sacramento da Confissão porque se supera a ruptura radical, que é o pecado; ora
tarefa. Contemplando este rosto, dispomo-nos a porque aumenta a intimidade com Deus e poten- a declaração, a confissão dos pecados diante do isto só se realiza através da transformação inte-
acolher o mistério da vida trinitária, para experi- cializa a oração: “Sabeis qual é o jejum que apre- sacerdote é um elemento essencial desse sacra- rior ou conversão, que frutifica na vida mediante
mentar sempre de novo o amor do Pai e gozar da mento. Num sentido profundo esse sacramento os atos de penitência”48.
alegria do Espírito Santo. Realiza-se assim também 43 Rosarium Virginis Mariae, nº9 também é uma “confissão”, reconhecimento e
louvor da santidade de Deus e de sua misericórdia Seguindo a reflexão sobre a Reconciliação, a
44 Renovação Carismática Católica, Oração caminho de san-
41 Ecclesia de Eucharistia, nº25 tidade, p. 25. exortação apostólica nos lembra que: “A reconci-
46 Catecismo da Igreja Católica, nº 1430
42 http://coracaosacerdotal.wordpress.com/2011/02/14/ 45 Lício Nepomuceno; Alegra-te quando jejuares – Ed.RC-
santissimo-sacramento-a-nossa-fe-na-presenca-real-de-cristo/ CBrasil, p.54 47 Novo Millenium Ineunte, nº 37 48 Reconciliatio et Paenitentia, nº 4
30 31
liação torna-se necessária porque se deu a ruptu- é amor e deu-nos o ‘mandamento novo’ do amor, terno, ou melhor, os alicerces do amor fraterno ajuda eficaz para conter os efeitos devastantes
ra do pecado, da qual derivaram todas as outras comunicando-nos, ao mesmo tempo, a certeza de que nos leva a reconstruir estruturas que foram desta crise da nossa época”.56
formas de ruptura no íntimo do homem e à sua que o caminho do amor está aberto a todos os fragmentadas pela desunião, pelas divisões, pelos
“O seu caminho de santidade assenta numa
volta. A reconciliação, portanto, para ser total exi- homens, de tal modo que não é vão o esforço para ressentimentos.
inspiração ouvida no fundo do coração: ‘Quem
ge necessariamente a libertação do pecado, rejei- instaurar a fraternidade universal. Vencendo, com
difunde o Rosário, salva-se!’. Baseado nisto, ele
tado nas suas raízes mais profundas. Por isso, há a sua morte na Cruz, o mal e a força do pecado, 2.1.5– Rosário sentiu-se chamado a construir em Pompéia um
uma estreita ligação interna, que une conversão e pela sua obediência cheia de amor trouxe a salva-
templo dedicado à Virgem do Santo Rosário no
reconciliação: é impossível dissociar as duas realida- ção a todos e tornou-se para todos ‘reconciliação’.
“O Rosário, de fato, ainda que caracterizado cenário dos restos da antiga cidade, ainda pouco
des, ou falar de uma sem falar da outra”49. N’Ele, Deus reconciliou o homem consigo”.53 pela sua fisionomia mariana, no seu âmago é ora- tocada pelo anúncio cristão quando foi sepultada
Quando falamos em reconciliação, podemos Nos ensinamentos da Igreja conhecemos ção cristológica. Na sobriedade dos seus elemen- pela erupção do Vesúvio e surgida das suas cin-

analisar os diversos campos de nossa vida onde os meios e vias para a promoção da penitência tos, concentra a profundidade de toda a mensagem zas séculos depois como testemunho das luzes e

ela se faz necessária, podemos dizer “da reconci- e da reconciliação. Entre eles podemos destacar: evangélica, da qual é quase um compêndio. Nele sombras da civilização clássica. Com toda a sua
R R
liação de toda a família humana e da conversão do o diálogo, a catequese, os sacramentos. Quando ecoa a oração de Maria, o seu perene Magnificat obra e, de modo particular, através dos ‘Quinze
coração de cada pessoa, do seu regresso a Deus, pensamos no diálogo entendemos que ele é para pela obra da Encarnação redentora iniciada no seu Sábados’, Bártolo Longo desenvolveu a alma cris-
A A
querendo confirmar e proclamar que a união en- a Igreja um meio sobretudo um modo de desen- ventre virginal. Com ele, o povo cristão frequenta tológica e contemplativa do Rosário, encontrando
I I
tre os homens não se poderá realizar sem a mu- volver sua ação no mundo contemporâneo. É uti- a escola de Maria, para deixar-se introduzir na con- particular estímulo e apoio em Leão XIII, o “Papa
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dança interior de cada um. A conversão pessoal é lizado para conduzir o homem à conversão e à templação da beleza do rosto de Cristo e na ex- do Rosário”.57
o caminho necessário para a concórdia entre as penitência. Já a catequese vem auxiliar a reforçar periência da profundidade do seu amor. Mediante
O O
o Rosário, o crente alcança a graça em abundância, É importante percebermos que Nossa Se-
pessoas. Quando a Igreja anuncia a boa nova da re- o sentido do pecado, das tentações, da esmola, do
nhora nos auxilia através da oração do rosário a
C C
conciliação ou se propõe torná-la realidade atra- jejum, e as circunstâncias concretas de reconcilia- como se a recebesse das mesmas mãos da Mãe do
Redentor”.55 atualizar o mistério da salvação através desta ora-
vés dos Sacramentos, desempenha um verdadeiro ção frisando as situações: na família, na comunida-
O O
ção tão preciosa: “Maria vive com os olhos fixos
papel profético, denunciando os males do homem de, nas estruturas sociais; assim como nas dimen- Paulo VI relata que esta oração não só não se em Cristo e guarda cada palavra sua: ‘Conservava
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na sua nascente contaminada indicando a raiz das sões: homem com Deus, homem consigo mesmo, opõe à Liturgia, mas serve-lhe de apoio, visto que todas estas coisas, ponderando-as no seu coração’
divisões e infundindo a esperança de poder supe- com os irmãos e com o mundo criado. Quanto introduz nela e dá-lhe continuidade, permitindo vi- (Lc 2,19; cf. 2,51). As recordações de Jesus, estam-
O O
rar as tensões e os conflitos, para chegar à frater- aos sacramentos, vale ressaltar o sacramento da vê-la com plena participação interior e recolhen- padas na sua alma, acompanharam-na em cada cir-
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nidade, à concórdia e à paz, em todos os níveis e reconciliação, remetendo-nos a pensar: a quem do seus frutos na vida quotidiana. cunstância, levando-a a percorrer novamente com
em todas as camadas da sociedade humana”.50 perdoardes; sobre o perdão. O que nos centra na
O rosário é caminho de contemplação, ele o pensamento os vários momentos da sua vida
renúncia e combate ao pecado.
O O
“A reconciliação é um dom de Deus e uma é a melhor e mais garantida tradição de contem- junto com o Filho. Foram estas recordações que
iniciativa sua. Mas a nossa fé ensina-nos que esta Tomando por base os benefícios do sacra- constituíram, de certo modo, o ‘rosário’ que Ela
Ã Ã
plação cristã, é a oração meditativa. Com ele po-
iniciativa se concretiza no mistério de Cristo re- mento da confissão, da reconciliação, afirmamos: demos rezar pela paz e pela família, porque “o mesma recitou constantemente nos dias da sua
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dentor e reconciliador, que liberta o homem do Voltar a viver de acordo com Deus. “Aquele que Rosário significa mergulhar na contemplação do vida terrena”58.
pecado sob todas as suas formas”.51 confessa seus pecados e os acusa, já está de acor- mistério d’Aquele que ‘é a nossa paz’, tendo fei- O Papa Paulo VI vem nos ensinar que “Sem
do com Deus” (Santo Agostinho); estando de to ‘de dois povos um só, destruindo o muro de
“A Igreja é chamada a dar o exemplo da re- contemplação, o Rosário é um corpo sem alma e
acordo com Deus lutamos contra o pecado que inimizade que os separava’ (cf. Ef 2,14). Portanto,
conciliação, antes de mais nada no seu interior; e a sua recitação corre o perigo de tornar-se uma
abala e rompe a comunhão fraterna. não se pode recitar o Rosário sem sentir-se cha-
para isto, todos devemos esforçar-nos por apazi- repetição mecânica de fórmulas e de vir a achar-se
guar os ânimos, moderar as tensões, superar as Ainda podemos pensar em alguns prejuízos mado a um preciso compromisso de serviço à paz, em contradição com a advertência de Jesus”.
divisões, sanar as feridas eventualmente infligidas de não se confessar: Viver longe da confissão regu- especialmente na terra de Jesus, tão atormentada
ainda, e tão querida ao coração cristão... Análoga Quando refletimos sobre esta prática espi-
entre irmãos, quando se agudiza o contraste entre lar é viver longe da graça de Deus; Deus nos criou
urgência de empenho e de oração surge de ou- ritual mergulhamos em ensinamentos profundos,
opções no campo do opinável, e procurar de pre- sem nós, mas não quis salvar-nos sem nós (Sto.
tra realidade crítica da nossa época, a da família, pois através do rosário “recordamos Cristo com
ferência estar unidos naquilo que é essencial para Agostinho). A confissão ajuda-nos a formar a nos-
célula da sociedade, cada vez mais ameaçada por Maria; aprendemos Cristo de Maria; configuramos
a fé e a vida cristã”.52 sa consciência, a lutar contra as más inclinações,
forças desagregadoras a nível ideológico e prático, a Cristo com Maria; suplicamos a Cristo com Ma-
a deixarmo-nos curar por Cristo, a progredir na
“De acordo com a nossa fé, de fato, o Verbo que fazem temer pelo futuro desta instituição fun- ria; anunciamos a Cristo com Maria59”. Riquezas
vida no Espírito 54.
de Deus fez-se carne e veio habitar a terra dos ho- damental e imprescindível e, consequentemente, preciosas preparadas para aqueles que rezam o
mens, entrou na história do mundo, assumindo-a Quando aprofundamos a prática da reconci- pela sorte da sociedade inteira. O relançamento rosário.
e recapitulando-a em si. Ele revelou-nos que Deus liação percebemos que é através dela que vamos do Rosário nas famílias cristãs, no âmbito de uma
estabelecer no seio de nosso movimento, nas di- pastoral mais ampla da família, propõe-se como
49 Ibid., nº 4 versas áreas e ministérios, o grande vínculo fra- 56 Ibid., nº 6
50 Ibid., nº 4 57 Ibid., nº 8
51 Ibid., nº 7 53 Ibid., nº 10 58 Ibid., nº 11
52 Ibid., nº 9 54 Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1458 55 Rosarium Virginis Mariae, nº 1 59 Ibid., nº 13 a 17
32 33
Rezando o rosário estamos contemplando os dei-me, por intercessão da Virgem Maria, nossa • No Quarto mistério contemplamos a • No Primeiro mistério contemplamos a
mistérios da vida de Cristo, mistérios de alegria, Mãe, as virtudes que me são necessárias para bem apresentação do Menino Jesus no templo Ressurreição de Jesus Cristo (Jo 20,1-18)
de luz, de dor e de glória. “Estes ciclos meditativos rezá-lo e a graça de ganhar as indulgências desta (Lc 2,22-40)
• No Segundo mistério contemplamos a As-
propostos no Santo Rosário não são certamente santa devoção.
• No Quinto mistério contemplamos a per- censão de Jesus Cristo ao céu (At 1,4-11)
exaustivos, mas apelam ao essencial, introduzindo
CREIO EM DEUS PAI TODO-PODEROSO, da e o encontroo de Jesus no templo (Lc
o espírito no gosto de um conhecimento de Cris- • No Terceiro mistério contemplamos a vin-
criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu 2,41-52).
to que brota continuamente da fonte límpida do da do Espírito Santo sobre os apóstolos e
único Filho, nosso Senhor; que foi concebido pelo
texto evangélico. Cada passagem da vida de Cristo, Maria (At 2,1-13)
poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria, MISTÉRIOS LUMINOSOS
como é narrada pelos Evangelistas, reflete aquele
padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto • No Quarto mistério contemplamos a
Mistério que supera todo o conhecimento (cf. Ef
e sepultado. Desceu à mansão dos mortos; ressus- (quinta-feira) Assunção de Nossa Senhora ao céu (Sl
3,19). É o Mistério do Verbo feito carne, no Qual

citou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado 44,11-18)
‘habita corporalmente toda a plenitude da divin-

à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de • No Primeiro mistério contemplamos o
dade’ (Col 2, 9). Por isso, o Catecismo da Igreja • No Quinto mistério contemplamos a Co-
R R
vir a julgar os vivos e os mortos; creio no Espírito batismo de Jesus no rio Jordão (Mt 3,13-
Católica insiste tanto nos mistérios de Cristo, roação de Nossa Senhora como Rainha
Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos 17)
A A
lembrando que ‘tudo na vida de Jesus é sinal do do céu e da terra (Ap 12,1-4).
Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição
I I
seu Mistério’. O “duc in altum” da Igreja no tercei- • No Segundo mistério contemplamos a
da carne, na vida eterna. Amém.
P P
ro Milênio é medido pela capacidade dos cristãos transformação de água em vinho nas bo-
de ‘conhecerem o mistério de Deus, isto é Cristo, PAI-NOSSO que estais nos céus, santificado das de Caná (Jo 2,1-12) AGRADECIMENTO: Infinitas graças vos da-
O O
no Qual estão escondidos todos os tesouros da seja vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja mos, soberana Rainha, pelos benefícios que todos
sabedoria e da ciência’ (Col 2,2-3). A cada batizado feita a vossa vontade assim na terra como no céu. • No Terceiro mistério contemplamos a os dias recebemos de vossas mãos liberais. Dignai-
C C
é dirigido este voto ardente da Carta aos Efésios: O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos proclamação do Reino de Deus e o convi- -vos agora e para sempre tomar-nos debaixo do
te à conversão (Mc 1,15)
O O
‘Que Cristo habite pela fé nos vossos corações, as nossas ofensas assim como nós perdoamos a vosso poderoso amparo e, para mais vos agrade-
de sorte que, arraigados e fundados na caridade, quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em • No Quarto mistério contemplamos A cer, vos saudamos com uma Salve-Rainha:
T T
possais [...] compreender o amor de Cristo, que tentação, mas livrai-nos do mal. Amém. Transfiguração de Jesus no monte Tabor SALVE, RAINHA, Mãe de misericórdia, vida,
excede toda a ciência, para que sejais cheios de
O O
AVE MARIA, cheia de graça, o Senhor é con- (Lc 9,28-36) doçura, esperança nossa, salve! A vós bradamos
toda a plenitude de Deus’ (3, 17-19). O rosário
F F
vosco, bendita sois vós entre as mulheres, e ben- • No Quinto mistério contemplamos a ins- degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, ge-
coloca-se ao serviço deste ideal, oferecendo o ‘se-
dito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, tituição da Eucaristia (Lc 22,14-23) mendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia,
gredo’ para se abrir mais facilmente a um conhe-
Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na pois, advogada nossa, esses vossos olhos miseri-
O O
cimento profundo e empenhado de Cristo. Diga-
hora da nossa morte. Amém. MISTÉRIOS DOLOROSOS cordiosos a nós volvei, e depois deste desterro
mos que é o caminho de Maria”60.
Ã Ã
mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre,
GLÓRIA AO PAI, ao Filho e ao Espírito Santo.
Bento XVI: “Quando se recita o rosário, revi- (terça e sexta-feira) ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem
N N
Como era no princípio, agora e sempre. Amém!
vem-se os momentos importantes e significativos Maria. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. Para que
da história da salvação; percorrem-se as diferentes JACULATÓRIA: Ó Meu Jesus, perdoai-nos, • No Primeiro mistério contemplamos a sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém
etapas da missão de Cristo”61. livrai-nos do fogo do inferno e levai as almas para agonia mortal de Jesus no horto das Oli-
o Céu e socorrei principalmente as que mais pre- veiras (Mt 26,36-46) 2.2 - Programa de Crescimento –
“Com Maria se orienta o coração para o
cisarem. Vida Diária de Oração
mistério de Jesus. Coloca-se Cristo no centro da • No Segundo mistério contemplamos a fla-
nossa vida, do nosso tempo, das nossas cidades, gelação de Jesus atado à coluna (Mt 27,11-
através da meditação e da contemplação dos seus MISTÉRIOS GOZOSOS O crescimento e maturidade espiritual se
26)
santos mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e dão pela vida de oração. Quando nos referimos
(segunda-feira e sábado) • No Terceiro mistério contemplamos Jesus a esse assunto é importante lembrar que vida de
gloriosos”62.
coroado de espinhos (Mt 27,27-31) oração não significa orarmos muito tempo em um
• No Primeiro mistério contemplamos dia e em outros um tempo menor, ou ainda em
2.1.1.1– A ORAÇÃO DO ROSÁRIO • No Quarto mistério contemplamos Je-
como o Arcanjo Gabriel anuncia que Ma- outros não orar. Vida de oração significa termos
ria será a Mãe do Filho de Deus.(Lc 1,26- sus carregando a Cruz até o Calvário (Jo
todos os dias um horário para rezar. Não apenas
OFERECIMENTO DO TERÇO: Divino Jesus, 38) 19,17-24)
rezar orações já selecionadas ou repetidas. Por
eu Vos ofereço este terço que vou rezar, medi-
• No Segundo mistério contemplamos Ma- • No Quinto mistério contemplamos a Cru- vida de oração pessoal se entende, o programa de
tando nos mistérios da nossa redenção. Conce-
ria que visita sua prima Isabel. (Lc 1,39-56) cificação e Morte de Jesus (Jo 19,25-37). encontro pessoal com o Senhor todos os dias. É
aquele momento que se reserva para estar a sós
60 Ibid. Nº 24 • No Terceiro mistério contemplamos o MISTÉRIOS GLORIOSOS com o Senhor. Se percorrermos a vida de Jesus,
61 Decálogo de Bento XVI sobre o Rosário (nº 4)
nascimento de Jesus na gruta de Belém vamos perceber que várias passagens dos evange-
(Lc 2,1-21) (quarta-feira e domingo) lhos apontam que Jesus se retirava e ia a sós num
62 Ibid (nº 5)
34 35
lugar deserto para orar. Podemos tomar como 25,21). Surgirão, com certeza, muitas
modelo Marcos 1,35: “De manhã, tendo-se levan- adversidades, mas é necessário orar CAPÍTULO 6
tado muito antes do amanhecer, ele saiu e foi para sempre (cf. Lc 18,1-8). Quem quer
um lugar deserto, e ali se pôs em oração”. Essa crescer na vida de comunhão com o
prática era contínua na vida de Jesus. Senhor terá que se esforçar para cum-
prir o compromisso firmado com ele,
A ORAÇÃO DO SENHOR
Como estamos falando de um programa de
assim como o faz com tudo que julga
crescimento, podemos separar como parte pro-
importante para si. A vida de oração
cessual deste programa: o tempo reservado para
exige um pouco de disciplina. Dificil-
orar, a fidelidade e a perseverança que são carac-
mente uma pessoa indisciplinada se
terísticas de uma vida de oração.
manterá fiel à oração pessoal. (...)

a. Quanto ao tempo reservado: “quem

deseja entrar na intimidade divina deve c. Perseverança: Mesmo que surjam di-
R R
saber reservar no dia um bom tempo ficuldades como: distrações, preguiça,
preocupações, problemas pessoais, 1 – INTRODUÇÃO
A A
para orar, ficando a sós com o Senhor.
I I
Esse tempo pode ser escolhido dentro muitos afazeres, lugar inadequado, en-
tre outros, é necessário perseverar na
P P
de um planejamento pessoal, de acor-
oração, insistir em permanecer tendo Os evangelhos mostram as palavras com que
do com os afazeres de cada um. O im- “A tradicional expressão ‘Oração domi-
O O
oração pessoal na vida. A perseverança Jesus se dirigia ao Pai e enfatizam sua vida de ora-
portante é que ele exista e seja bem nical’ [ou seja, ‘Oração do Senhor’] significa que
gera a intimidade”.63 ção:
aproveitado. ‘É verdade que o homem a oração ao nosso Pai nos foi ensinada e dada
C C
pode a qualquer instante do dia, pôr-se pelo Senhor Jesus. Esta oração que nos vem de a. Mt 14,23 – “Feito isso, subiu à monta-
O O
em contato com Deus, mas é preciso Jesus é realmente única: ela é ‘do Senhor’. Com nha para orar na solidão. E, chegando a
colocar todo o seu ser na oração e, efeito, por um lado, mediante as palavras desta noite, estava lá sozinho”.
T T
por isso, convém retirá-lo de vez em oração, o Filho único nos dá as palavras que o
Pai lhe deu; Ele é o Mestre de nossa oração”64. b. Mt 26,36 – “Retirou-se Jesus com eles
O O
quando das suas ocupações habituais 3 - PROPOSTA DE DINÂMICAS
para mergulhá-lo neste clima do sobre- para um lugar chamado Getsêmani e
F F
“Jesus não nos deixa uma fórmula a ser disse-lhes: ‘Assentai-vos aqui, enquanto
natural’. É comum se recomendar ‘uma
repetida maquinalmente. Como vale em relação vou ali orar’.”
hora’ como sendo um tempo sufucien-
a toda oração vocal, é pela Palavra de Deus que
O O
1. Para a Lectio divina: Pode-se utilizar o Evan-
te e ideal para oração pessoal diária.
gelho do dia, ir orientando e ajudando para que, o Espírito Santo ensina aos filhos de Deus como c. Mc 1,35 – “De manhã, tendo-se levan-
Isso tem um certo respaldo em Mt
Ã Ã
cada um, siga e realize os cinco degraus. rezar a seu Pai. Jesus nos dá não só as palavras tado muito antes do amanhecer, ele
26,40. Porém, dificilmente alguém que
de nossa oração filial, mas também, ao mesmo saiu e foi para um lugar deserto, e ali se
N N
está iniciando a vida de oração conse- 2. Para o Rosário: Podem ser meditados os
tempo, o Espírito pelo qual elas se tornam em pôs em oração”.
guirá rezar sozinho durante uma hora Mistérios do dia, levando-os a contemplarem. Se
nós ‘espírito e vida’ (Jo 6,63)... A oração a Nosso
ininterruptamente. Assim, o iniciante forem os Mistérios gozosos, por ex: “O anjo Ga-
Pai insere-se na missão misteriosa de Filho e do d. Mc 6,46 – “E despedido que foi o povo,
deve começar com períodos menores briel anuncia que Maria será a Mãe do Filho de
Espírito”65. retirou-se ao monte para orar”.
e aumentá-los gradativa e progressi- Deus” (Lc 1,26-38). Imaginemos Maria, rezando
vamente, na medida em que a oração em seu quarto, lendo na Sagrada Escritura a pro- e. Mc 14,35 – “Adiantando-se alguns pas-
pessoal for se tornando hábito. ‘Deve- messa do Salvador... Quem sabe, pedindo a Deus sos, prostrou-se com a face por terra
mos pois, nos disciplinarmos para esse para ser a serva da mãe do Salvador... 2 – DESENVOLVIMENTO e orava que, se fosse possível, passasse
tempo, escolhendo a melhor hora do dele aquela hora”.
3. Para o Sacramento da Confissão: Procu-
nosso dia, para não darmos a Deus
rar distribuir folhetos de orientação, ou folhas im-
somente o nosso cansaço e a nossa 2.1 – Jesus ensina a orar f. Lc 3,21 – “Quando todo o povo ia sen-
pressas de como confessar-se bem. Neles há uma
pressa; marcando-o e reservando-o, do batizado, também Jesus o foi. E es-
sequência que ajuda.
para que possamos criar um espaço do Jesus começou seu ministério com oração: tando ele a orar, o céu se abriu”.
nosso dia dedicado a Deus. Diz Santa orou e jejuou durante 40 dias (cf. Lc 4,1-2). Sua
Teresa: ‘O tempo de oração já não mais g. Lc 5,16 – “Mas ele costumava retirar-se
vida esteve imersa em oração, isto é, viveu unido
me pertence’. a lugares solitários para orar”.
ao Pai durante toda sua existência terrestre.
b. Fidelidade: Qualquer que seja o tem- h. Lc 9,28-29 – “Jesus tomou consigo a
po escolhido e reservado, o mais im- Pedro, a Tiago e a João, e subiu ao mon-
portante é ser fiel a ele. A quem é fiel 64 Catecismo da Igreja Católica, n. 2765 te para orar. Enquanto orava, transfor-
63 Renovação carismática católica, Oração: caminho de san-
no pouco, o Senhor confia mais (cf. Mt tidade, p. 21 e 22. 65 Ibid., n. 2766
mou-se o seu rosto e as suas vestes
36 37
tornaram-se resplandecentes de bran- pode conceber nem podem as forças angélicas en- 2.2.5 - “O pão nosso de cada dia nos 2.2.8 – “Mas livrai-nos do mal”
cura”. trever – a relação pessoal do Filho com o Pai – eis dai hoje”
que o Espírito do Filho dá a participar aos que É o último pedido ao Pai que aparece na ora-
creem em Jesus Cristo. O Pão nosso – O Pai, que dá a vida, não pode ção de Jesus: “Não peço que os tires do mundo,
2.2 – Os sete pedidos do Pai-Nosso
Um coração humilde e confiante, que faz deixar de dar o alimento necessário à vida, todos mas sim que os preserves do mal” (Jo 17,15).
“tornar-nos crianças” (cf. Mt 18,3) é a atitude que os bens materiais e espirituais necessários. No
“Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. O demônio tenta e assedia. Foi por ele que o
deve ter todo aquele que se dirige ao Pai. Sermão da Montanha Jesus insiste nesta confiança
Terminando a oração, disse-lhe um de seus discí- pecado entrou no mundo. A vitória sobre o “prín-
filial que coopera com a providência do Pai. Aos
pulos: Senhor, ensina-nos a rezar, como também cipe deste mundo” (cf. Jo 14,30) foi alcançada de
que procuram o Reino e a justiça de Deus, em
João ensinava os seus discípulos” (Lc 11,1). Foi em 2.2.2– “Santificado seja o Vosso uma vez por todas, pela morte e ressurreição de
primeiro lugar em suas vidas, ele promete dar por
resposta a esse pedido que Jesus confiou a seus Nome” Jesus. Ao pedir “livrai-nos do mal”, o cristão pede
acréscimo.

discípulos e à sua Igreja a oração cristã fundamen- igualmente que Deus o liberte de todos os males:

tal: O Pai-Nosso. São Lucas traz um texto breve Reconhecer como Santo e adorar o Senhor. Este pedido também vale para outra fome presentes, passados e futuros.
R R
(cinco pedidos); São Mateus (6,9-13) uma versão Glorificar a Deus na vida, nas atitudes, na fideli- da qual os homens padecem: “O Homem não vive
mais desenvolvida (sete pedidos). A tradição litúr- Neste último pedido a Igreja traz toda misé-
apenas de pão, mas de tudo aquilo que procede
A A
dade a Ele. Santificar o nome de Deus significa ria diante do Pai. Com a libertação dos males que
I I
gica da Igreja preservou o texto de São Mateus: também ser Santo a seus olhos, refletindo a sua da boca de Deus”(cf. Dt 8,3; Mt 4,4). É a fome da
oprimem toda a humanidade, a Igreja implora o
santidade. Palavra de Deus. Há uma fome na terra, “não fome
P P
Pai nosso que estais nos céus, dom precioso da paz e a graça de esperar perse-
de pão, nem sede de água, mas de ouvir a Palavra
verantemente o retorno de Cristo.
(1) Santificado seja o vosso nome;
O O
2.2.3-– “Venha a nós o Vosso Reino” de Deus” (Am 8,11). Este pedido, assim, refere-se
ao Pão da Vida, à Eucaristia e à Palavra de Deus, a
(2) Venha a nós o vosso reino,
C C
Palavra da Verdade, que é dada na evangelização,
O Reino de Deus foi comunicado aos ho-
(3) Seja feita a vossa vontade, assim na como luz que mostra o caminho para Deus. 3 – CONCLUSÃO
O O
mens quando Jesus se encarnou e “habitou entre
terra como no céu.
nós” (cf. Jo 1,14; Mc 1,14-15). O Reino de Deus
T T
(4) O pão nosso de cada dia nos dai continua na Igreja através do Espírito Santo que 2.2.6 – “Perdoai-nos as nossas ofensas,
hoje; assim como nós perdoamos a quem nos
O O
foi derramado no Pentecostes e continua sendo Jesus nos ensina a orar. Em diversas partes do
derramado em todos os que creem. O Reino de têm ofendido” evangelho podemos ver como Jesus orava ao Pai.
F F
(5) Perdoai-nos as nossas ofensas, as-
Deus vai sendo realizado no mundo através da
sim como nós perdoamos a quem Recusando a perdoar os irmãos, o coração se Ele também nos ensinou a oração do Pai nos-
evangelização de todos os povos até a vinda defi-
nos tem ofendido;
O O
nitiva do Reino no final dos tempos. A oração de fecha e se torna impermeável ao amor misericor- so, nesta oração contém sete pedidos feitos ao Pai.
(6) E não nos deixeis cair em tentação, dioso do Pai. O perdão é a chave do céu. Perdoan- Esta oração foi uma resposta de Jesus aos discípu-
Ã Ã
Jesus trata da vinda final do Reino de Deus me-
diante o retorno de Cristo. do, todos também são perdoados. los quando eles pediram para ensiná-los a rezar.
(7) mas livrais-nos do mal.
N N
Uma exigência insubstituível à oração é ter
O uso litúrgico concluiu a oração do Senhor 2.2.4 – “Seja feita a Vossa Vontade as- um coração perdoador. Em seus ensinamentos
com uma doxologia: “Pois vosso é o reino, o po- sim na terra como no céu”. sobre a oração, Jesus afirmou várias vezes quan-
der e a Glória para sempre”. “A oração domini- to a necessidade do perdão: “Porque, se perdoar-
cal é realmente o resumo de todo o Evangelho”. “É vontade do Pai que todos os homens se- des aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste
Depois de ter legado esta fórmula de oração, o jam salvos e cheguem ao conhecimento da ver- também vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos
Senhor acrescentou: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e dade” (1Tm 2,4). Em Jesus, a vontade do Pai foi homens, tampouco vosso Pai vos perdoará” (Mt
achareis; batei, e abrir-se-vos-á.”(Lc 11,9). realizada plenamente. Jesus “se entregou a si mes- 6,14-15).
“Pelo ‘amém’ final exprimimos nosso ‘fiat’ em mo pelos nossos pecados segundo a vontade de
relação aos sete pedidos: ‘Que assim seja’.”66 Deus” (Gl 1,4). 2.2.7 – “E não nos deixeis cair em ten-
Pela oração “o cristão pode discernir qual é tação”
Convém examinar o Pai-Nosso em suas partes.
a vontade de Deus” (cf. Rm 12,2; Ef 5,17) e obter
“perseverança de cumprí-la” (cf. Hb 10,36). Jesus Foi pela oração que Jesus venceu a tentação
2.2.1 – “Pai Nosso que estais nos
ensina a entrar no reino dos Céus não por pala- no deserto e no último combate de sua agonia.
Céus”
vras, mas “praticando a vontade do Pai que está Jesus manda vigiar. A vigilância do coração é, em
nos céus” (cf. Mt 7,21). comunhão com a vigilância de Jesus nos momen-
Pode-se invocar a Deus como “Pai” porque tos de sofrimentos, como no Getsêmani (cf. Mt
Ele foi revelado por seu Filho Jesus e seu Espíri- 26,36-46). A vigilância consiste em “guardar o co-
to no-lo dá a conhecer. Aquilo que o homem não ração” e Jesus pede ao Pai que “nos guarde em seu
nome” (cf. Jo 17,11)
66 Ibid, n. 2865
38 39
BIBLIOGRAFIA


A R A R
1. Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte, do Sumo Pontífice João Pau-
I I
lo II, Vaticano, no dia 6 de Janeiro, Solenidade da Epifania do Senhor, do
P P
ano 2001, o vigésimo terceiro de Pontificado.
O O
2. CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Constituições Gaudium et
Spes e Dei Verbum, sobre a sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium.
C C
In. COMPÊNDIO do Vaticano II: constituições, decretos e declarações.
O O
Coordenação geral de Frei Frederico Vier, OFM. 21 ed. Petrópolis:
Vozes, 1991.
OT OT
3. Congregação da Doutrina da Fé, Carta sobre alguns aspectos da medi-
tação cristã Orationis formas (15 de Outubro de 1989): AAS 82 (1990),
F F
362-379.
4. Renovação Carismática Católica, Oração: caminho de santidade, Módu-
O O
lo Básico, Apostila 4, Editora RCCBRASIL, impresso no Brasil em 2011,
Ã Ã
Autores: Helena Lopes Rios Machado, Maria Lúcia Vianna e Ronaldo
José de Souza.
N N 5. Catecismo da Igreja Católica, Edição Típica Vaticana, Edições Loyola,

São Paulo, Brasil, 2.000.
6. Centro de Formação Shalom, A Oração.
7. Renovação Carismática Católica, Oração Pessoal.
8. Ronaldo José de Sousa, Pregador Ungido, Ed. RCCBRASIL.
9. Papa Bento XVI –Homilia de encerramento do Sínodo da Palavra de

Deus, outubro de 2008.
10. Documento de Aparecida, § 249
11. Guigo de Chartreux, A Escada dos Monges. Lectio Divina, Ontem e

Hoje, Edições Subiaco, 2005 – Tradução de D. Timóteo Amoroso Anas-
tácio
12. São Tomas de Aquino (pag. 20 desta apostila)
13. Ecclesia de Eucharistia, do Sumo Pontífice João Paulo II, aos Bispos, aos
Presbíteros a Diáconos, às Pessoas Consagrada e a todos os Fiéis Lei-
41
gos, sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja. Em Roma, junto

de S. Pedro, no dia 17 de Abril, Quinta-feira Santa, do ano 2003,
vigésimo quinto do Seu Pontificado e Ano do Rosário.
14. http://coracaosacerdotal.wordpress.com/2011/02/14/santissimo-
-sacramento-a-nossa-fe-na-presenca-real-de-cristo/
15. Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, do Sumo Pontífice João

Paulo II ao Episcopado, ao Clero e aos Fiéis sobre o Rosário; Va-
ticano, 16 de Outubro de 2002, início do vigésimo quinto ano de
Pontificado.

16. Licio Nepomuceno, Alegra-te quando jejuares – Ed.RCCBRASIL.

R R
17. Exortação Apostólica pós-Sinodal Reconciliatio Et Paenitentia, de
A A
Sua Santidade João Paulo II ao Episcopado, ao Clero e aos Fiéis
I I
sobre a Reconciliação e a Penitência na Missão da Igreja Hoje, em
P P
Roma, junto de São Pedro, a 2 de Dezembro, I Domingo do Adven-
to, do ano de 1984, sétimo do seu Pontificado.
O O
18. Decálogo de Bento XVI sobre o Rosário.
O C O C
OT OT
F F
ÃO ÃO
N N
42
NÃO
F OTO C OPIA R

Apostila - A Oracao Na Vida Crista

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13 Ibid., n. 2638. 14 Ibid., n. 2629 15 Ibid., n. 2634

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18 Ibid., n. 2665 22 Ibid., n. 2669

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F O F O “A razão principal da dignidade humana con-

27 Ibid., n. 2697 29 Centro de Formação Shalon, A oração, p.6

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é perda de intimidade, mas caminho de maturida-

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34 Ronaldo José de Sousa, Pregador ungido, p.36

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4. Renovação Carismática Católica, Oração: caminho de santidade, Módu-

N N 5. Catecismo da Igreja Católica, Edição Típica Vaticana, Edições Loyola,

6. Centro de Formação Shalom, A Oração.

7. Renovação Carismática Católica, Oração Pessoal.

8. Ronaldo José de Sousa, Pregador Ungido, Ed. RCCBRASIL.

9. Papa Bento XVI –Homilia de encerramento do Sínodo da Palavra de

10. Documento de Aparecida, § 249

11. Guigo de Chartreux, A Escada dos Monges. Lectio Divina, Ontem e

12. São Tomas de Aquino (pag. 20 desta apostila)

gos, sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja. Em Roma, junto

15. Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, do Sumo Pontífice João

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