A Premissa Cunhada Pelo Autor É de Que Não Necessariamente A Transposição Da Dor Causada Pelo Acusado Depende Da Aplicação de Pena Exatamente Na Mesma Medida Do Crime Causado
A premissa cunhada pelo autor é de que não necessariamente a transposição da dor causada pelo acusado depende da aplicação de pena exatamente na mesma medida do crime causado
A Premissa Cunhada Pelo Autor É de Que Não Necessariamente A Transposição Da Dor Causada Pelo Acusado Depende Da Aplicação de Pena Exatamente Na Mesma Medida Do Crime Causado
A premissa cunhada pelo autor é de que não necessariamente
a transposição da dor causada pelo acusado depende da
aplicação de pena exatamente na mesma medida do crime causado. Bastaria, para esse fim, que aos crimes mais graves fossem destinadas as sanções mais graves existentes em cada sociedade. Nesse sentido, seria legítimo que a previsão do cabimento da pena de morte em determinado local fosse a resposta estatal a prática de crime de maior gravidade abstrata. E nesse caso, portanto, seria perfeitamente admissível a aplicação da sanção capital aos violadores do maior bem jurídico tutelado pelo Estado: a vida O debate sobre a existência de algum efeito dissuasório das condenações à morte e execuções é bastante controvertido. Por um lado, argumenta-se que o referido efeito é nítido, enquanto outros afirmam não haver como comprovar o caráter preventivo da imposição da pena de morte na sociedade entre uma vida e diversas outras determinaria mais do que uma possibilidade, mas um dever do Estado de manter e implementar a pena de morte. Mais do que isso, Sustein e Vermule classificam o Estado como uma diferente espécie de agente moral, de modo a justificar a tese de que a sua omissão diante de tal cenário dissuasório seria inadmissível 20. Para os autores, os supostos problemas intrínsecos das execuções (erro potencial, irreversibilidade, arbitrariedade e vieses raciais) não seriam um entrave a esse raciocínio, uma vez que também estariam presentes na prática do crime. Em outras palavras, sustentam os professores que se um crime de homicídio é cometido com base em questões raciais ou de forma puramente arbitrária, não haveria motivo para que se questione a pena de morte com tais argumentos. Cabe dizer que por mais que muitas decisões das cortes norte- americanas tenham se pautado na suposta comprovação de um efeito dissuasório das execuções, tais estudos não estão privados de críticas22. A resposta para a crítica costuma ser bastante direta. Ainda que não se possa evidenciar de forma definitiva a dissuasão da prática criminosa a partir da existência e aplicação da pena de morte, a mera possibilidade de que tais efeitos sejam reais seria suficiente para que muitos estados mantivessem o instituto diante do risco, por menor que seja, de provocar um aumento na criminalidade após a abolição da pena capital.