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SUMÁRIO
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS.......................................................................................................... 2
TEORIA GERAL DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ..................................................................... 2
CONCEITO .................................................................................................................................................. 2
DIREITOS E GARANTIAS ............................................................................................................................. 2
CARACTERÍSTICAS ...................................................................................................................................... 2

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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS


TEORIA GERAL DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CONCEITO
Os direitos e garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram criados no
decorrer do desenvolvimento da humanidade e se constituem de normas protetivas que
formam um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição humana.

Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo diante do poder do Estado.


Todavia, essa proteção não se dá apenas em referência ao Estado. Os direitos e garantias
fundamentais também constituem normas de proteção do indivíduo em relação aos outros
indivíduos da sociedade.

O Título II da Constituição Federal, que estabelece os Direitos e as Garantias


Fundamentais, foi assim dividido (ART. 5º ao 17º CF/88):
• Capítulo I - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos;
• Capítulo II - Direitos Sociais;
• Capítulo III - Direitos de Nacionalidade;
• Capítulo IV - Direitos Políticos – Cidadania;
• Capítulo V - Partidos Políticos.
DIREITOS E GARANTIAS
Outro tema relevante para a sua prova é a diferença entre direitos e garantias. Podemos
dizer que DIREITOS são bens, vantagens prescritas na norma constitucional, são normas de
conteúdo declaratório (por exemplo: direito à honra, à liberdade de locomoção).
As GARANTIAS, por sua vez, são os instrumentos mediante os quais se assegura o
exercício dos direitos fundamentais. São normas de conteúdo assecuratório, preservando o
direito declarado (por exemplo: indenização por dano à honra, Habeas Corpus para garantir a
liberdade de locomoção).
Podemos dizer que os remédios constitucionais são espécies de garantias, isso porque as
garantias não se limitam aos remédios constitucionais.
A CF estabelece formas de garantia diferentes dos remédios constitucionais. Vejamos dois
exemplos:
Ex. 1: é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos — Art. 5.º, VI (direito) —, garantindo-se na forma da lei a
proteção aos locais de culto e suas liturgias (garantia);
Ex. 2: direito ao juízo natural (direito) — o Art. 5.º, XXXVII, veda a instituição de juízo ou
tribunal de exceção (garantia).
ATENÇÃO: as garantias também são direitos, porém nem todo direito é uma garantia!
CARACTERÍSTICAS
Na Historicidade – essa característica revela que os Direitos Fundamentais são fruto da
evolução histórica da humanidade. Significa que eles evoluem com o passar do tempo, e se
desenvolvem conforme o momento histórico.

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DIMENSÃO DE DIREITOS:
 DIREITOS DE 1ª DIMENSÃO– Foram os primeiros direitos conquistados pela
humanidade. São direitos relacionados à liberdade, em todas as suas formas. Nasceram
das revoluções liberais ocorridas no final do século XVIII, com a burguesia, que exigia a
limitação do Poder do Estado, à época absolutista, e o respeito às liberdades individuais.
Possuem um caráter negativo diante do Estado, tendo em vista ser utilizado como uma
verdadeira limitação ao poder estatal, ou seja, o Estado, diante dos direitos de primeira
dimensão, fica impedido de agir ou interferir na sociedade. São verdadeiros direitos de
defesa com caráter individual. Estão entre estes direitos as liberdades públicas, civis e
políticas. São os ligados ao valor LIBERDADE. São os direitos CIVIS E POLÍTICOS. NÃO
FAZER DO ESTADO.
Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos:
 Magna Carta de 1215 – João sem Terra;
 Paz de Westfália (1648);
 Habeas Corpus Act (1679);
 Bill of Rights (1688);
 Declaração Americana – 1776 (Revolução Americana);
 Declaração Francesa – 1789 (Revolução Francesa).

 DIREITOS DE 2ª DIMENSÃO– Diante das péssimas condições de trabalho decorrentes


da Revolução Industrial (século XIX), aliadas à Primeira Grande Guerra Mundial, tivemos
o surgimento dos direitos de segunda geração. Por isso, são conhecidos como direitos
de igualdade. Agora, para reduzir as diferenças sociais, o Estado precisa interferir na
sociedade. E esta interferência reflete a conduta positiva adotada por meio de prestações
sociais. São direitos de segunda dimensão os DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E
CULTURAIS.
Ligados ao valor IGUALDADE. Implicam um FAZER DO ESTADO – prestação em favor dos
menos favorecidos e dos setores economicamente mais fracos da sociedade.
Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos:
 Constituição Mexicana - 1917;
 Constituição de Weimar – 1919;
 Tratado de Versalhes – 1919 (criação da OIT);
 Constituição Brasileira – 1934.

 DIREITOS DE 3ª DIMENSÃO – Ligados ao valor FRATERNIDADE OU SOLIDARIEDADE.


Direitos da sociedade de massa, que atingem a todos. São direitos difusos:
indivisibilidade, ausência de individualização.
Alguns direitos de 3a geração:
 Direito ao meio ambiente;
 Direito à defesa do consumidor;
 Direito ao desenvolvimento ao progresso;
 Direito de comunicação;
 Direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade;
 Autodeterminação dos povos;
 Direito à Paz (Karel Vazak) para alguns doutrinadores é direito de 5ª Geração –
divergência!).

 DIREITOS DE 4ª DIMENSÃO – De acordo com Paulo Bonavides, são direitos de 4a


geração:
 Patrimônio genético; biotecnologia (engenharia genética);

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 Decorrentes da globalização dos direitos fundamentais: inerentes à democracia, à


informação, ao pluralismo político. (globalização política).

 DIREITOS DE 5ª DIMENSÃO – Direito à paz, de acordo com Paulo Bonavides. Alguns


doutrinadores colocam ainda a evolução cibernética e de tecnologias, no mundo virtual
e da internet.

Universalidade – os direitos fundamentais pertencem a todas as pessoas, independente


da sua condição. A existência de um núcleo mínimo de proteção à dignidade deve estar presente
em qualquer sociedade.

Quem são os destinatários dos direitos fundamentais?
A própria Constituição Federal responde a esta pergunta quando diz, no caput do Art. 5°,
que são destinatários “os brasileiros e estrangeiros residentes no país”. Mas será que é
necessário residir no país para que o estrangeiro tenha direitos fundamentais?
Imaginemos um avião cheio de alemães que está fazendo uma escala no aeroporto
internacional de Cascavel-PR. Nenhum dos alemães reside no país. Seria possível entrar no
avião e matar todas aquelas pessoas, haja vista não serem titulares de direitos fundamentais
por não residirem no país? É claro que não.
Para melhor se compreender o termo “residente”, o STF o tem interpretado de forma mais
ampla no sentido de abarcar todos aqueles que estão no país. Ou seja, todos os que estão no
território brasileiro, independentemente de residirem no país, são titulares de direitos
fundamentais.
Mas será que para ser titular de direitos fundamentais é necessário ter a condição
humana? Ao contrário do que parece, não é necessário. São reconhecidas como titulares de
direitos fundamentais as pessoas jurídicas.
Ressalta-se que isso não se refere apenas às pessoas jurídicas de direito privado, mas
também às pessoas jurídicas de direito público.

 BRASILEIROS NATOS OU NATURALIZADOS (Art. 5° caput)


 ESTRANGEIROS RESIDENTES NO PAÍS (Art. 5° caput)
 ESTRANGEIROS EM TRÂNSITO NO PAÍS (STF) – não todos.
 PESSOAS JURÍDICAS, quando o direito for compatível com a sua personalidade.

Limitabilidade – não existe direito fundamental absoluto. São direitos relativos.


Não existe direito fundamental absoluto. Os direitos fundamentais são relativos. Estes
direitos podem ser limitados:
(I) pela própria Constituição Federal;
(II) por meio de Emenda Constitucional;
(III) por meio das leis (reserva legal simples e reserva legal qualificada);
(IV) Juiz, por meio de um juízo de ponderação aplicando a regra da máxima observância
dos direitos fundamentais conjugando com a mínima restrição.
Importa destacar que a limitação dos direitos fundamentais não pode implicar a abolição
desses direitos, uma vez que são cláusulas pétreas e, portanto, a limitação/relativização de um
direito fundamental não pode descaracterizar o seu núcleo essencial ao ponto de abolir o
direito. Isso porque no nosso Estado nós adotamos a teoria RELATIVA dos direitos
fundamentais, e não a teoria absoluta.
TEORIA RELATIVA: pela teoria relativa, a relativização de um direito fundamental seria
possível, sendo que o seu núcleo essencial só poderia ser determinado em um caso concreto,
pois só em um caso específico se poderá verificar se eventual restrição ao direito seria capaz de
violar a essência do direito fundamental restringido o seu núcleo.

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TEORIA ABSOLUTA: de acordo com essa teoria, o núcleo essencial do direito


fundamental é determinado pelo próprio direito, sendo insuscetível de qualquer restrição,
independentemente das peculiaridades que o caso concreto possa fornecer.

Inalienabilidade – os direitos fundamentais não podem ser alienados, não podem ser
negociados e não podem ser transigidos. 


Irrenunciabilidade – os direitos fundamentais não podem ser renunciados. 


Imprescritibilidade – os direitos fundamentais não se sujeitam a prazos prescricionais.


Não se perde um direito fundamental pelo decorrer do tempo. Essa é a regra. É possível
encontrar uma exceção a tal regra quando se fala do direito à propriedade. Esse direito, se não
houver cuidado, está sujeito a ser perdido por meio da chamada Ação de Usucapião.

Proibição do retrocesso – essa característica proíbe que os direitos já conquistados
sejam 
perdidos.

Máxima efetividade – essa característica é mais uma imposição ao Estado, que está
coagido a garantir a máxima efetividade dos direitos fundamentais. Tais direitos não podem ser
ofertados de qualquer maneira. É necessário que eles sejam garantidos da melhor forma
possível. 


Concorrência – os direitos fundamentais podem ser utilizados em conjunto com outros


direitos. Não é necessário abandonar um para usufruir outro direito. 


Complementariedade – um direito fundamental não pode ser interpretado sozinho.


Cada direito deve ser analisado juntamente com outros direitos fundamentais, bem como com
outros institutos jurídicos.

Não taxatividade – essa característica diz que o rol de direitos fundamentais é apenas
exemplificativo, tendo em vista a possibilidade de inserção de novos direitos. É o que se extrai
do Art. 5º § 2º da CF/88.

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