Você está na página 1de 12
DDuioe LB. Rings, Jose Roveato Zanzsrto, Manian Bevin Twcusours Prien Ministtnio pa Sade, Rede Interagenelt para a Satide. Indicadeeseddos bse pa a sre, Bs (2002 Jun 17] Monto, M. F. G. Baixo peso a0 1 Pal estatsticn de crangas € mas no Brasil 1989. Rio de Janeivo: 1992. p.11-18. Nanako, D.; Howarn, Ps Casas, Cy fis, A; Panna, N. ‘The importance of infections and envi a posible WainRiow J.C. Linear en Press; 1988. p.165- 83. Owena, K. The Tenens nad the Caches of 8 ton: Institute of Social Anthropology, 119) ‘Oneanwacio Menbiat be 1a Satu, Matin dil cand ste nutricional. Ginebra, 1983. Pastor, A. Js Atnovavt, G; Floris, Mi Guasinyy My Maerontan, R. Inticadores del estado maricona. (Mesa vedlonda,spreseniacla no Gongresso Médico Centroamericano; 1973; San José, Costa Rica. Rims, DL. B. Aeligo mation de raigas menos de cnen ms eile no mucicipo de Campo Cie ide; 1907. Disertagiio, Mestrado ~ Universidade Federal de Maro josso do Sul. UNICEF, Sade ¢ muro dos cranas nodestinas: peptitasexadvais 1987-1992. Brasilia: UNICEF, 1995. Victor, U. Gs BARROS, F.C Vauonias, J. Bs Marines, J. Cs BER, J Us, Birthweight, soviocconomie status and growth of bravifian infants, Annals of Fhirran Biolog. 1449-57, 1987. AcRanrcasten ros, A Funda 0, Cienela e «lo de Apoio ao Desenyelyimento do Bi Listada des Mato Grr ui pe INTERVENGDes e pREssuPosTos TEORICOS DE UMM PROGRAMA MULTIDISCI- PLINAR: O AMBULATORIO DE CLIMATERIO £ MeNoPAUSA bo HUCAM! Consideratias and theoretical presuppositions for muttoisojpinary program: tty climacterium and menopause clinic at HUCAM? Olga Maria Wachado Carlos de Souza © aumento ty expectativa de vida ¢ envelheeimento da popwlagio tornam a Problemitea quale de via ds anlhces a seinen tema de impornia resent 10 po ca Sie Goleta, Una sce qu valve predominatemete blo ¢ jewel, wanes ie! svtula da enna na ther mary que Cen gasps tte. O presario agrees pests t tral de equipe micipinar em extend via 0 Programa de Glimarevio- Ntenopauisa do Hospital mn Be Peo ligados a curso de gradwagio que integr ‘nvaces de magio de tases profsionais. Os paicblogos sustentam propenta de sbordagem isgrada da transgfo da vida veprodktiva & ndo-repodtva, stand tanto jum a membros. mopsicloges da equipe quanta juno de auras. O rsente ati prexeuta tomb arcuate teéreas das rcligbes ene coo € MAgHARCM, Op pressneston da itervengio malsdspinar om sade sm easter optaive Paavenecstay Sade da mull, menopastsn,etimatéri mulilseplinaridede The longer ipctney. an! he aging of the poplaton give grossing importance tothe es fi ving aly or pestanenpause wom he el of Pale all. A sox that tenels to overrate youl and dhe body makes i fc for ras wom opeten ce thei Rainy, heh mote lille ih racers. TH paper pmeseuss presupposiions and reports the extension wo sess Sulina one Clamaran Menope: pee at te Univer) Mata ot the Federal Uiveniy ot Eat Sue QIUCAM, UEES), rom Im BODI,. Thy are extension projects connected with undergraduate Fg HHeMANe x series of optional activities in the education of future ele grated approach making the tration, between Hp roRR Ml non-reproduetive life stages, acting both with the other 0 Canes 0 Sera sions of the relation hetween Hay suid fangs ‘a muiidiseplinary intervention in the Health el. as necessary ase, climacteric, multliplintty Nunca dominaremos completamen corporal, ele mesmo parte dessa uma estratara passageira, com I realizagao, Ese reeonheeimento nto posit ¢ coniririo, aponta a diregio para nos ative fordo safkimento, prnleinus afastar sn pow dele © mitgar entro tanto: a a halen, © 0 nose organisme realy perinwanecers sempre como tala eapacidaudle de adaptagio » paralisador. Pela, Se no podemos afstar rares dle anos nos convene disso (Frewd, 1930), ‘expetigncia de muitos milhiares de 3 mv 1, Irropugso No inicio da era crist@ a expectativa de vida de wna mulher era de 23 anos. No século XIV, era de 30 anos. No comego do século XX passou a 50 anos, em 1964 jé era de 75 anos? Isso quer dizer que até 1900 0 nero de mulheres na pés-menopauisa era Lio pequeno que as proble- mas relacionados & qualidade de vida desse periodo da existencia femini- nna no chegavam a constimir preorupagdo proetninente, Mas atwalten- € da medicina as te, gragas aos progressos da higiene, da alimentaga mulheres tém de enfrentar esse periodo de sua existéncia, ‘O novo panorama da populagao feminina decarre de trés fatores: 1) A menopausa nao € uma doenga, mas uma etapa da vida, e aleta, portanio, toda mulher; 9) Um niimero crescente ¢ sem precedentes de mulheres vem atingin= do a meia idade, ¢ 3) As mulheres esto vivendlo mais do que em épocas anteriores. va de vida de cerea de 80 anos, as mulheres vivemn Com uma expecta cere de 30 anos privadas das secregdes ovarianas, ses dadlos mostram que conhecimento, prevengio ¢ tratamento das es ¢ pair coligicas relacionaclos a essin eta dip lnrcavngoes €racesurosros 1CONEGE OE UM PROGRAMA Weis do importancia crescente € os programas de satide visando essa fini catia passaram a ter maior impacto na sate coletiva, O bem-estar tise fe mental, & capacidade de trabalho, enlim, a qualidade de vida do vasto. grupo de mulheres de “meia-idade”, que anseiam por manter uma exise téncia produtiva € compensadora, quer no aspecto profissional, quer no familiar, passaram a ocupar mais € mais os profissionais da sate. ‘Chama-se menopausa a ditima menstruago na vida de uma mulher que ocorve devido a diminuigao progressiva da produgaio dos horm@nios estrogénio © progesterona, que vai até a parada de funcionamento dos ovarios © « interrupgio permanente da capacidade de procriag&o, Em algumas mulheres sua proximidade anuncia-se por irvegularidades mens- (rus, luxos mais escassos ou hemorragias, menstruagties mais ou menos freqiientes Nao existe uma idade precisa para a ocorréneia da menopausa, estan- do a média situada entre 0s 45 ¢ 55 anos. f considerada precoce quando cone antes dos 40 ¢ tardia apés os 55 anos. O climatério é a fase em que ocorre a passagem da vida reprodutiva 4 pés-reprodutiva, Tem inicio imediatamente antes da menopausa (quan- do comecam as manilesiagdies bioligieas ¢ el indicarivas) ¢ dura, no minimo, até o primeiro ano seguinte a cla, ou seja, é 0 periodo que precede es He & Gltima menstruagio, Este periodo pode apresentar-se como compensado ou cescompensado, E considerado compensado quando as mulheres nfio apresentam manifes- tagdes ou quando elas sio bem toleradas. Considerasse © periodo como descompensado quando a intensidade das manifestagdes afeta o bem- slar psicossocial da mulher Barat tac esc ca das vaca ai toenta ceerceadlonsc pcs 6 lugar de sua manifestagao, como fi cos © psiqui daremos 0s aspectos fisicos e psiquieos © sua imb os. Mais adiante abor- ‘ago nos sintomas. Dentie os sintomas fisiens estio os fogachos, suores notu cefaléia, tonturas e vertigens, ieegular nos, fadiga, ladles do ciclo menstrual, atrofi € mamas, prurido [exper weet Cane queimagio dos labios, tendéneia ao aumento de peso, osteoporase, dores ésteorarticulares © musculares, arteriosclerose, hipertensio arterial taquicardia, palpitagdes. Os sintomas psiquicos incluem: ittitabilidade, os da sono, perda ou diminuigto da libido, diminuiezo siedade, instabi- depression, disti da memiria, diffculdades de concentragaio, desinimo, 3 lidade emocional, nervosismo, fadiga, entre outros. ‘Ainda existe muita controvérsia acerca de quais sintomas decorreriam exchusivamente da redugo dos niveis hormonais. Aparentemente essa controvérsia resulta do fato de que médicos ¢ muletes tm associadlo muitos sintomas & menopausa devido & persisténcia da visio estercotipada a, Mas sabe-se que a forma desse periodo da vida reprodutiva femi ais ou menos compensa coin que este periods € atravessado depends da percepgio subjetiva cas transformagies fisicas e da elaboragao delas. A a ndo poderia negligenciar atengio @ satide da mulher nessa faixa et esse aspecto ao planejar as intervengdes Vivemos em um contesto de valorizagao ¢ até mesmo cle culto da beleza ¢ dla juventude, que ni facil as mulheres, « vivencia das transformagées do climatério, Com isso, to a mulher no periodo pés-reprodutivo em programas de saiide que abor- dem de forma ampla a problematiea desta laixa da populagio © que desempenhem um papel ativo na desconstrugie/coustrugio das represen- tagdes estercotipadas do feminino ¢ da mulher madara, As dificuldades .sobretudo na-se impo te enforcar Fsicas e psicologicas que surgem ou que se intensificam nesta época soli- citam também uma critica a conceitos € visoes de mundo, reflexdes & elaboragées sobre o lugar da mulher no contexto familiar ¢ social, sobre a importincia da beleza na vida feminina em ielagao a outros valores que podem ser fortalecides com a maturidade: um trabalho que estimule ama visio mais relativista e menos cristalizada do femninino, indicando a mul- tiplicidade das alternativas de realizagZo e satisfagio que caracteriza o ser humano enquanto ser cultural, ser de linguagem. io. ¢ Menopauisa desenvolvilo Vitoria, © Programa do Ambulatéio de Clinnat ‘10 Hospital Univensititie Cassiano Antonio dle Mon HENGDES FPRESSUPOSICS TCORCOS DUM PROGRAMA MULTOIEFLNAR (TRH), da readaptagao da mulher © da adequacio de seus hiébitos a sua {aixa evivia, o estimulo melhor utifizagdio de sua capacidade criativa e, conseqiientemente, & elaboragio psiquica. Isso implica 0 acesso ges € & compreensio das transformagdes tipicas desse momento da vida, « accitagsio das mesmas € 0 desenvolvimento de novos hibitos quanto ao corpo, mi mento inal As questBes com que o envelhecimento defionta os seres humanos, além de implicarcm reestruturago de habitos de vida fo da saiide do coxpo, mobilizam toda uma elabora informa- também implica atengao as vivéncias psicologicas ¢ desenvolvi capacidade de distanciamento € critica quanto aos esteredtipos idamente absorvides sobre a mulher madura. indo a promo- io do sentido da cia © seus objetives, das relagdes entre os seres humanos © aa to social, Neste aspecto se fazem notar as difevengas quanto as oportunidades de acesso a sublimagio e a educagtio fangao dos individuos no cont formal. As camaclas destworecidas da populagso, que tém menor acesso is instituigdes cle ensino, podem tessentir, na fase de redu ico, da falta de alternati do vigor is de outra orem, Mas, mesmo em camadas socioecondmicas melhor aquinhoadas, pode-se ver surgir nesta época de transicao a necessidade de rever coniceitos e valores, em uum movimento que aponta um nove patamar de matusidade, smuitas culturas a idade @ sinal de sabedoria acumulada € confere um lugar distinto & mulher madura, delinido positivamente, ¢ nao em fangao do deficit comparativo com a mulher joven. A propost implica a atuagio de’ profissionais de formagdes distintas. Como tal, situa-se em parte na perspectiva apontada por Stepke (1998, p. 134} de atengio a saiide que nortcia o Programa “EI papel estructurador de las eiencias sociales debe yerse en su capacidad cle constiuir un conocimiento de segundo nivel, Integra la opinion experta de la medicina, la opinion experta de otros profesionales y ka opinion profana cle usuarios y espectadores. Cada nna de estas. Un eorolario de lo {que se ha formulaclo es la necesidad de preparar a los profesionales de la sale rims velacionachis eon la construcei6n social de los hechos 10, como toda trans & “ser entencliddo en foyina integral, Io | etc les y gente comdin, Esto signifien ensanehar la base cognitiva de jones de la salud, lo que debicra xellejatse en kas matetias dle su formacion.” Mas, uv caso do Programa em apreco, foi a psicaniilise que fornecen 6 “arsenal coneeitual ¢ metorlolégico” que apresentamos nas considera- goes finais. Tal embasamento teérico possibilita um ponto de viste a partir do qual a atuagao multidisciplinar deixa cle ser mera colagem de saberes, fornecidos cada um por uma diseiplina diferente, pois indica um Jugar ¢ uma forma de articulagae entre eles, Tal ponto de vista arte historia individual e a so il, os aspectos simbiicos inconscientes do incl- viduo e da cultura, constituindo séries complementares ina determinagio do ser falante, que incluem também uma varivel em’ aberto como a margem de liberdade que tem cada sujeito frente aquilo que o determina. Esse conjunto de fitores conlére sentido ao que atinge 0 psiquico vindo do corpo biologico ou do mundo externo, Usamos 0 termo cultura ao longo deste trabalho em uma rele mitropoldgica, em que o homem & visto nas suas relagées nfio apenas com © social, mas com o simbolico € suas incidéneias nos grupos e nos ind «duos, ‘Trabalharemos com a nogao de um sujeito desejante, cujas neces dade, inredutiveis 20 fimcionamento biolégico do corpo, Jo se organi- am sem a intervengio do simbélico, Para tal sujeito a sutide inclu o ‘exercicio das fangoes proprias ao ser falante, Como sujeito do inconscien- 4 ele 6 efeito do Outro, marca que leva consigo toda a sua vida, 20 2.0 Procrasta pk ClimyriRte pe Menorsusa bo HUGAM 0 Programa cesenvolvido no HUGAM tem como alvo um segmento populagtio constituico por mulheres socioeconémico-culturalmente sna idade de transigao da vida ltiva para a nfo reprodutiva, conhecimentos ¢ tratamentos atuali- usudrias, mas ainda nfo conta com reunides de equipe com a fie- aiéncia que se faria necessinia para a construgio de uma nogo partilha- da de promogio de satide e dle eduicagio para a sate, A ago decorre da contribuigao dos conhecimentos produzidos no interior de cada especiali- dade, awavés de prétieas oriundas da medicina, da mutrigdo, do servigo social ou da psicologia. E. objetivo dos psicélogos fazer-com que nas varias intervengdes do Programa a equipe i je aja com as usnarias consideran- do-as come suyjeitos, € como tal, portaclores de um saber adquiride a0 Tongo de suits vidas, no contexto de experié jas individuais e grupais, Esse saber proprio ao sujeito interage com 0 saber que a equipe de pro- fissionais veicula € discute com as usudrias, porque a efieécia de um Procedimento no campo cla satide néo depende apenas da sua “cientifi dade”, A chamada “eficicia simbolica”, do suijeito e na velaga » presente igualmente nas crengas que ele constréi com a equipe, pode ser de grande lade se devicamente apreciada, mas pode tormarse um entrave, caso seja negligenciada, Na peti-menopausa costumam surgir algumas queixas que, embora do generalizadas, so bastante freqitentes ¢ podem tornar muito descon- fortavel a vida das mulheres. Erbora a menopausi nfo seja uma docs, hha casos em que a intensidade do desconforto solicita intervengées espe- ilieas. Independentemente da severidade das queixas apresentadas, ine formagées e orientagdes sobre prevengo dos chamados sintomas pés- menopdusicos, como a arteriosclerose, doengas coronatianas, hiperten= S40, diabetes, osteoporose ¢ edncer, permitem vislumbrar o prolongamet to do bemvestar até uma idade mais avangada. No Progr wa, € considerada fundamental a consulta médica com ne Fsico © ginecokgico, bem como acompanhamentos complementae res, conforme a especifcidade de eada caso, © tratamento mais freqiten= temente jndieado pelo médico ginecologista consiste na administracao de hormonios semelhantes. aos que o corpo. proxluzia antes da menopausa (esmogénios ow una combinagto de estrogénios © uin progestaive), eo- vedo 0 4 Jn Merce Canes Souza vo de melhoria dia qualidade de vida, Como a qualidade de vida é 10 de um conjunto complexo de variaveis de distintas ordens tais que Jualidacle da moradia, habitos de higiene e alimentares, atividades fi ‘ culturais, qualidade do ambiente de trabalho, enfim, situagtes deter- {ninacas pelas condigoes socioccondmicas, implicar o sujeite signifiew wna avefa ampla que pode dar lugar a0 planejamento dindimico de interven= {bes em varios niveis. As atividades de acolhimento tém inicio com a marcagao, supervisionada pela assstente social, da consulta ginecolégica. Eatao planejadas para ocorre- rs informativas com diversos profisionais rem em seguida uma série pales {que expdem, sob 0 ponto de vista da sua especialidade, as implicagi ‘menopausa nia vida das mulheres, Questoes ¢ chivas so esclanecidas no decorrer das palestras, mas é sobretudo nos grupos de sala de espera, que acontecem enquanto as pacientes aguatdam a consulta ginecolégica, que nsionistas do curso de Psicolo- ‘essis questées io trabalhadas pelas alunas ex aga, mum context de escuta do sujeito, Os grupos de sala de espera fi ham. também como instincia «ke encaminhamento aos demvais projetos de atendimento psicolagico individual e atendimento psicolégico em grupo. #0 ginecologista é, germlmente, 0 miéicn de ateugto primria da mulher. Deste modo ele pate dar as primeiras informagées sobre o clinatério € menopansa, fazer 0 exame gineoligico ¢ pedir exames laboratorais preventzos para as doenyas de alta prevaincia nesta fixe elisa como 0 edncer de mania, do colo werino, oxeyporase @ doencas cardiovasculares. Com 0 iniuito de reducir a monbidlade e de prolonger, com bem estar, a vida da pacienie, 0 ginccolagiste fretica 0 abandono do tabqgismo «da sedentarismo, bom como « ralugo da ingestio de alcool. Por oviro lado esimuta a exarcitagao fia ¢ intelectual, « alimentardy saulivel 0 comico socal O clinico/geriatra traz as informagdes sobre o envelhecimento ¢ fiz.0 atendimento mormente sobre doengas eardiovasculares pois a prevaléncia de hipertensio arterial nesta clientela é grande. Também relarga os aconselhamentos sobre os bons habitos ¢ estilos de vida. 10 de reduzir 0 sobrepeso ¢ a obes A nutricionista atua com o int de que, ambas, so importantes cuusas cle morbidacle © mortal! origem cardiovascular, Buscam, através de estinnalo is ativiehles fis Invemernpcs €rassurostos1eoncas oF wn nubeaua wuunonscran © ontopedista avalia 0 risco de osteoporose que, junto com as quedas, € fator importante para as fraturas que, por sua vez so causa de altos indices de motbidace € mortalidade que oneram a mulher, os seus fami- Tiares € a sociedade. ‘Também reforga os aconselhamentes sobre os bons habitos e estilos de viela mormente as atividades fisicas de impacto sobre os membros inferiores © a ingestio de cal cio em forma de alimentos ¢ medicamentos; pode prescrever medicamentos cspecificos para a oxteoporose. A sexiloga deve a compreensdo sobre a sexualidade, esta inerente a vida © ao cutiiano de todas, € as madangas decorentes das nocas idedes e do perfil de relaciona- ‘mentos; amb eximala a reflexto sobre esas tansfonmagies ¢ a importincia que tem na nossa vid” * 3. OFRAMALHO DOS PSICOLOGOS NA EQUIPE INTERDISCIPLINAR, st savoir que non seulement toute intervention parlée est regue par Je sujet en fonction dle sa structure, mais quielle y prend une fonction structurante en raison de sa forme, et que e’est précisement la portée des psychotérapies non analytiques, voire des plus communes “ordonnances” médicales, d'étre des interventions qu’on peut qualifier de systémes ‘obscssionnels de suggestion, cle suggestions hystériques d’ordre phobiques, voir de soutiens persécutils, chacune prenant son earactéve de la sanction ‘quelle done a la méconnaissace par le sujet de sa propre reabte.” (Lacan, 1996, p. 300) As intervengdes dos psicélogos agem em duas fientes: junto aos de- mais profissionais da equipe multidisciplinar e junto as mulheres uswarias do Programa, Em ambas as frentes busca-se promover um lugar de escuta do makestar do sujcito, um espago de expresso, reconhecimento ¢ reso- lugao de conflites ¢ dificuldades, propiciatério A elaboragao através da palavza, Ao introduzit a novo de sujcito nas intervencBes multilseiplinares ‘em saiide passa-se a considerar 0 homem, em todos os seus aspectos, marcado pela linguagem ¢, come tal, atravessado pelo registro simbélico. Isso 0 situa na posigdio parudoxal de sujeito assnjeitado ¢, a0 mesmo © criadloy. As relagdes desse sujeito com seu corpo biol cviam ser imediatas: so mediatizadas pelas tempo, ativamen rao Canes Sonze conferidas pela Tinguagem. & uma das metas dos profissio- cologia trabalhar para que todas as intervenes do Programa ead nessa consideragilo. Sejam clas prescrighes medicamentosas, yes em nivel de educacao para a satide, ou ainda propostas em le modo a levar em conta 0 jy pricoterapia, podem ser conduidas ¢ tho sistema das signilicagdes que traz consigo como fruto de suas Iincias pestoais e como resultado da partitha de significagbes colet- Je 0 meio social produz.e veicula. A menopausa & abordacla, entGo, dima nao circunscrita aos efeitos fisiologicos da baixa dos horn ose tratada niio apenas através de medicamentos, mas também, ¢ Iyetudo, nas significagdcs dadas pela mulher 4s suas vivéncias. nificamese a gem do tempo nadas Obwervarse que na menopausa intensificam-se ou Pres miller, confrontada com as evidéncias corporais da passa 6 questées humanas velar «com 0 envelhecimento.inevitavel, com a finituce da vida, coma o knto relativo as perdas inevitivets de atribu- tos fsicos e psiquicos tipicos da juventude, Alguns projetos de vida ainda ‘Mio realizados podem ter que ser abandonados. Fazer o luto dessas per das permite & mulher perceber que muitos camintios permanceen viivels scionamento das ‘que outros novos poderao ser encontrados. Esse re perspectivas de vida & um esforgo que x6 x€ toma pomivel & mulher em ccondigées favordves, tanto externas quanto interns, Muitas delas neces: sitardo de um apoio especifico para encontrar caminhos e solugdes. Sem ne viveram até entZo em razoavel as condigées adequadas, mulheres «1 ‘equilibrio, mergulham ena uma situagao ceseompensacl ime a energia quic poderia ser empregada nessa busca. Embora sintomas tais como irritabilidade ¢ depressio sejam freqilen- ao serem verbalizados ¢ ia que Thes conso- temente associados 20 declinio dos horménios, eseuitados revelam-se como uma tradugio de sentmentos de desesp a conseqiientes & pereepgio de falta de alvernativas. Nestes casos, emo- 1o de reposi¢do hormonal tenha efeitos positives no sume! case que nao & suficiente p rao tratamer to do sentimento de vitalidade, ver dav a mulher, De fito, na maioria dos easos, 0s efeitos do TRH sto tanto ‘mais positivos inelusive nd Inmenvengics tracssrostes 1e0nens OC 9m POURAMA MULTOISCFLNAR cam ¢ buscam sustentar dentro do programa, em nivel de roda a equipe mulidiseiplinar. Dias linhas de ago podem ser destacadas nesses projetos: 1) uma linha reeducativa e profitatica, que trabalhia a transmisso ¢ a assimilagtio doa informagies sobre a menopausa € climatério, assim como a construgo de uma visio eviativa desta etapa, para favorecer o redirecionamento da vida; 2) uma terapéutica que atta em casos de indica- do specifica, nos quais percebe-se que as demas intervengdes io sho ‘ulicentes para promover resultados signifieativas devido a impedimentos © ides decorrentes de problemas psicologicos mais severos, ligados ou « demandam uma atengao mais individualizada. propriamente ini nao ‘Ambas as vertentes, a reeducativa € a terapeutica, thos projetas de atcndimento em grupo ¢ apenas o projeto de a psicanalitico individual segue apenas a segunda vertente, ‘menopausa, mas qu encontram-se mescladas endimento 3.1 Progetto 1 — Os GRUPOS DE SALA DE ESPERY 0 grupo de sala de espera consttui uma modalidade de wabalho j& bastante conhecida e empregada em ambulatorios, que utiliza o tempo de capera da consulta médica, drigindo a conversa espontinea que ali surge pata objetivos comuns ds pessoas entio reunidas, Integra dessa forma o Conjunto das atividaces de acolhimento, No Programa em apreco, consti cl as usurias uma expresso ativa, através da tui um espaco once € possiv fala, sobre © efeito das informagées recebidas na forma de uma escuta que induz a0 exer passiva nas palestras de acolhimento, Esse momento, permite que scja elaborada ou construida tama perspectiva mais pessoal eindividualizada a respeito dos temas abow dados, © grupo também possibilita estimula troca de experiénciag Ihadas, € a cicio da reflexio e da expressto, centre as pacientes, ajudanclo-as a identificar vivéneias compar dar sentido is nnucangas lisicas e psicoldgicas tipicas cesta faina etitiay No ambiente propicio ctiado para posbiltar a palavra, essas mulls ves dio forma aos sentimentos que as aligem, sejam eles associa cos, psicolbyicos om a situagoes de vic inclividuis « eet 1 jntensiiea 2 troca ¢, miuitas votes a ident Mom Macaano Caos oe Soves ilo que as atinge faz parte de um quadko freqtiente na vida de outras illieres traz regularmente conforto © seguranga. Entretanto, no grupo de sala de espera nie ‘as atributdas & menopausa, Emergem relatos dos mais diversos, de- senliando um perfil do cotidiano dessas mulheres trabalhadoras, em bus- a cle encorajamento ¢ solugdes: dificuldades econdmicas e profissionas, problemas de relacionamento familiar € conjugal, vivencias do al sravadas pelo quadro de sintomas da menopausa ¢ climatério. E também nesses grupos que se podem escutar de forma privilegiad tes a respeito da qualidade do atencimento que expressas apenas impressbes das pac recebem do Programa, comentitios sabre 0 re as transformam em participantes na constr as para a melhoria da jonamento com a equi- pe, eritiens sugesties qu Go do trabalho, ¢, com isso, contribuintes a qualidade do Os grupos de sala de espera permitem 0 acesso, de forma privilegiada, a dados sobre 0s problemas da populagao atendida que subsi eque alenclimento, replanejamento dos caminhos do Program: tain a produgio de conhecimentos em pesqpiisas variadas. ‘A partir do grupo de sala de espera € feito 0 encaminhamento aos es do programa, vendo eles: 0 Climat demais projets consti Conseiéneia Corporal, o Cliematerno ¢ o Atendimento Individual Psi nalitico, realizado por estagidtias e sob supervisio, 3.2 Propi:ro 2 — Os GRUPOS DE MOVIRIENTO: CUMATERIO 1 GONSCIENCIA CORPORAL “Os grupos de conscéncia corporal tam como objetivo: 1) anaisar a verbaizago indicidval e grpal: 2) lear 0 pmsicipante a um frocesso de sensibilizagi e conscien~ ‘gag corporal, melhorando a peneepyao de si mesmo; 8) recuperar «vitals e bem ‘sar, resgatando a capacidae ce exes araats da desnibi, aumento da assertvidade «e desbloquco emocional; 4) oferecer um espago onde a partcipantepossa compartilhar ‘esperidncias, medos © ansiedades; € 5) possibiitar wn momento de resirutarayio, reorganizande assin, sua relagao com o meio ¢ cam as pessoas da sta convivéncia. O seferencial toric wtilizado é 0 da Bioenegética desenooleida por Alexander wien ene «pssst de qu ws diss pili i Invosnencs «reese 108 TEomee8 oe nnadas mo encouragamento muscular, aumentendo com isso a vitaldade através da campligo ca veopivaga, que €usada como a principal forma de inpeimento de acesio 4s emuytes” * 3.3. Pronto 3 — © areNnieNro esicANAL nico inivinLint Este projeto proporciona o atendimento individual de orientagio psi- canalitica a pacientes do Programa. Embora destinado aos casos de trans: tornos mais severos € persistentes nos quais a intervengio reeducativa ou grupal nao se mostra suficiente, na pritica tem recebido também aquelas pacientes que se manifestam interessadas © que 0 solicitam durante 0 grupo dle sala de espera, ot seja, aqquelas pacientes que, segundo um auto- cliagndstico, se propdem a esse tipo de trabalho, muitas vezes estimuladas pekt experigncia vivida no grupo de sala de espera, Os atendimentos desse projeto, ao contririo das demais, no sio realizados no proprio de Psicologia Aplicada, situado a alguns quilé- metros de distincia, no Campus Universitario de Goiabeiras, Sito condu- zidos por estagiarios do nono e décimo periodos do curso de Psicologia, sob supervisio de psicanalistas professores desse mesmo curso. ‘Tem-se verificado que a maioria das mulheres do Programa que bus- ‘cam a psicandlise nao o fazem por problemas causados pela menopausa € fo, As queixas apontam fieqtientemente dificuldades atuais de namento, sobretude conjugal, © a persisiéncia de sofrimento psi- ico ligado a situagdes dolorosas Hospital, mas no Nie ias nos primeiros anos, decorrentes, de desestruturagao familiar e precévias condigdes materiais ¢ culturais de cexisténcia, Uma pesquisa sobre as demandas de anilise nessas rmulheres & sobre os resultados obtidos em tratamento psicanalitico esta sendo realiza- da ¢ em fase ainda inicial de coleta de dados, Se PROJETO 4 ~ CualareRno? um projeto de atendimento em grupo que utiliza a expresso corpo- ral e artistica, as téenieas dramaticas e de relaxamento, buscando a contex- twalizagio, a partilha das dificuldades, © alivio das tensdes individuais © a cconseiéneia das cimensdes sociais envolvidas na problensitica (v4 ak Mactane Custos s€ Swura 1. ALGUMAS CONSIDERAGOES FINAIS Embora confirmemos a constatagao Stepke (1998, p. 133) de que "Nan son menos eficaces fas crencias popritares que las concusiones eientficas en el Pano do comportamenta de las personas”, pensamos que a funclamentagio das uagao multidisciplinar) em um saber de estatuto, praticas (no caso, a tiered crenga, e sua explicitagao em uma construcio teérica, permi= te ao profissional uma posicao capaz de acolher a diversidade de pontos dle vista, incluindo as crengas da populagio atendida, sem aderir a elas, € «ke modo a possibilitar a0 sujeito em atendimento uma diregao pessoal de claborasio. Buscando uma conceituagio da menopausa que apontasse as relagdes do ‘corpo com as sigificagdes conferidas pela linguagem ¢ possbiltasse uma amentagao te6rica as intervengbes multcisciplinares, encontrames na teoria Paicanalitica da sexuatidade a findamentago nao apenas das intervengies de ‘um tratamento psicanalitica propriamente dito, mas, pela sua abrangénci compreensio do ser humano, a localizagao ¢ inter-relacionamento da ago cas ‘uitras priticas € saberes hie-psico-sociais, A menopausa é uma condi¢ao natural do corpo da mulher, que pode potencializar ou nao o adoecimento, e que é definida em relagio a fungio teprodutiva € aos aspectos fsiologicos da sexualidace, Conseqiientemen- {e, st conceituagie @ correlativa ao modo com que sko encarados a idacle ¢ o papel desempenhado pelo corpo bioldgico na mesma, nilo fundamentar teorieamente as dliversas intervengdes lo Progra- ia para uma aborda- Avabrangente da menopausa ¢ do climatério feminino e, apresentare- 4 seguir, ae consiceragéex a que puiclemos chegar, A histria das bertas freudianas mostra a sua oxigem na necessidacle de ¢ lento patra queixas apresentadas principalmente pelas mulheres a tamnhém como Freud foi levado, por exigencia clo préprio crabar nin, di elaboragio de una teoria da sesuaticla humana que veio firma inovadors Jew ene lnrcnvenges erressurosiogveéncoe o¢ ow Pauanau wus humana, desde as perversdes sexuais A sexualidade infantil, Freud con- lui que esta sexualidade possui caracteristicas to peciliares que nao poderiamos nos referir a cla, salvo por uma grande imprecisao terminolie gica, como a manifestagdo de um instinto, este tiltimo caracterizado como uma fimgiio bioldgica a sexvigu da preservagao do individuo ou da espé= ‘Tal como mostram as perversoes ¢ a sexuialidade infantil, essa sexua- fidade waz na base 0 fato de poder desvincular-se da fingo reprodutiva. E om ainda uma segunda caracteristica decorrente da primeira: a de nao surgir na puberdace, momento da maturagéo do aparelho genital, mas a de pasar por um desenvolvimento desde 0 nascimento até a fase adulta, mareado por etapas com manifestagdes distintas ‘Tais alirmagdes basearam-se inicialmente nas observagdes de pessoas aadulias em anilise, ou melhor, no relato da sua historia e das suas fanta- que possibil tam o tagado do desenvolvimento sexual desde os Drimeiros anos, Posterionmente, as observages advindas da andlise das Préprias criangas trouxeram confirmagtes adicionais, A partir desses da- dos, foi elaborado 0 percurso do desenvolvimento sexual que se conhece como formado pelos estagios oval, anal, félico, de laténcia e, por fim, 0 Senital. Como nio seguem uma sucessio linear, 0 termo “fases sexuais", ‘embora muito empregado, nao € o mais adequado. O termo “organiza: Bes sextais” aplica-se melhor a uma estrutura em que as “fases” vio se superpondo umas as outras, 4 semelhanga das camadas deixadas pelas sucessivas erupgdes de um vuledo, de modo que a anterior fica de certo modo preservada sol as postetiores, o que explica © porqué de serem elas ainda encontradas na anélise de um adult. Bssas organizagées sexuais esclarecem 0 modo como o sexual ¢ 0 corpo se conjugam: as fungécs biologicas ligadas & preservagao do corpo servem de apoio a sexualidlare, mas mantendo-se ambas como duas om intas que podem eventualmente conjugar-se. A justaposigio que oeoive em determinadas ocasides favorece o equivoco fieqtiente, no leigo © no médico, de toméclas como uma € mesma coisa. Justamente a sex lidade infantil anterior & puberdade mostra partes do corpo ligadas a luncionance como zonas erdgenas nto genitais, preciso una luce sexual, isto é, que so zonas erdgenas ¢ estfo investidas e sobre- ignilicacas sexualmente, Os proprios drgaos genitais, para se (ornarem secle ce prazer, tém de ser investidos ou significados como tal, ee le nas perv most, pois & outra situagao em que # disjungio Foie seau Gee frac cuted) ¢Fexliad orecet apreensivel, que cxistem duas ordens distintas que se conjugam tes casos de desenvolvimento bem sucedide, ; Dessa forma pademos conehuir, para nos direcionarmos 4 quiestio que nos ineressa aq, que embora nascamos anatonmicamente horact ont mulher, 01 seja, com uma definigao sexual, a sexuagao do sujeito & mais iografica do que bioldgica e oeorre em um pereurso no qual Contam as iicagdes consituidas ao longo da sua historia, signifieardes em que © compo seri tomado para que se torne sexuado, sextago "psiquiea” & summa questo de sentido; decorre de um processo onde 9 corpo & tomado pela linguagem ¢ cujo resultado é a constituigao de um sujeito que se diz homem ou mulher, de uma maneira que pode ou nao coincicliy com © sexo anatémico. A teoria do complexo de Eidipo é a tentativa frendiana de explicitar © drama da sexuagéo do sujeito, Bem ow mal, busea dar conta desse processo em que, das relagSes com o Outro primordial supor= tau pelas figuras materna ¢ paterna c com tude © que elas veiculam do sentido preexistente na cultura € no social, surge 0 sujeito, fi © que &, entio, o sexnal se no € aquilo que se define pela finigio reprodutiva ou pelo finconamento do apavetho genital? Freud gespon- dew: &0 que est ligado ao prazer de ong, sendo que esse dato ji tem de necessariamente que ser 0 drgiio genital, ¢ isso a simples os das preliminares do ato sexual pode facilmente ilush Iembrar que a abertura preparada pela teoria freudiana da sext nao se limita & explicagio da variabilidade das zonas erogena| formas que pode assumir a satisfagiio sexual através de um dire to da pulsio para fins culturais, estence, amplia, traz novas campo da satislagao. Hustra a complexidade da. satisliagiia hi observagio de que outrarordemy niovexcl Inrenvewbes « rissurastosteoices 0 uw pnucraua wuisc € uma nogto sublimada, por exceder & esfera sexval e a0s fins de repro- dlugao. Bscutando queixas de uma clicntela predominantemente feminina, Freud percebeu a sexualidade na raiz dos sintamas e com a oua tearia da sexualidade, ao tornar intcligivel o (dlesjancionamento das relagies sexu ais entre os individuos da espécie humana, sition a histovia desses sujitos ha raiz nao 96 de sintomas e clsfingdes, mas da propria sexuagdo, Ainda que nao esteja dirctamente mencionada nas queixas dos pacientes, que slo apenas 0 aspecto manifesto € consciente da questo, desde que se isponha a analisar essas queixas, deciftando as manifestagdes inconscie= (es all presentes a revelia do querer do sujeito, encontrasse essa raiz seo Aual, Mas para tanto 6 preciso ter ampliado a nosao de sexual, ado limitando-a ao genital, "10 tema do presente estudo, quais as conseqiiéncias das descober tianas? Por seu cariter revolucionatio, elas foram rejcitadas pelo Mein médico de sua epoca, ¢ talver ainda © sejam, e 0 sero semp Miindo ¢ onde os eritétios de cientiticidade 56 reconhecam explicayéiey dulovas a fendmenos fisico-quimicos, Seo sexuuil nfo pode ser explicado a slepente 1penas pelo funcionamento corpoe la esfera do psiquico (no abordaremos aqui a questo da. lidacle propria a esse psiquico © de suas relagées com a linguae H6 oss sexuialidade antecede a puberdade, quando se instala a Wprocutiva, cla poderé também ultrapassar © periodo de rey passa O ps Ht flingiio, Com isso entramos no foco do nosso tema, a da menopausa, leHlotmente como a relago do sujcito a0 corpo, ¢ a0 func pO; No é wna relagho diseta, que depende © mareada O siiito, F nessa historia que o compo e suas partes yao Htwis inclusive, o sentido responsivel pela erotizagiio esses (104 Manis Macnsoo Gontas ne Soeze As palavras tém tal efeito sobre © corpo que podem desviar suas partes da fangzio que thes seria destinada biologicamente © produzir, por Xennplo, uma anorexia, sintoma que indica que a fang bioligica da iio esta sendo utilizada como lugar de expresso de outras quest@es sijcito, ainda que contrariando a fimgao de prescivagao. Um bebe ent, recusar o seio, o alimento que © nntitia, para significar & nile que ele quer seu amor, nfio apenas a comida que The esta sendo ferecica. Com iss0 estara mostrando que nvio € apenas um coxpo biolé- igico que necessita ser alimentad, mas que é tum sujeito humano, que tem ‘uitras necessidades além daquckas biol6gicas e mais, que ele pode recusar Me ser biologico a ponto de preferit a morte, se indo for considerado {ome sujcito. Vale lembrar que o reconhecimento do “parler da palavra”™ 6 apandigio exclusive nem da psicanilise nem da nossa cultura, Ve- 41 sua utilizagio em outras culturas descrita por Lévi-Strauss (1975:215) 1°; € uma caraeteristica humana por exceléncia A conjunto das organizagdes pelas quais passa a sexualicade (oral, ), quando ocorre o complexe de Edipo, ¢ a seguir um periodo a, apis 0 qual vem a puberdade) na sexuagio do sujito, & de 0 w hist6ria do “banho de linguagem” por que passa © corpo no proves- > da puberdade & aquele em que ixvompe Wilo reprodutiva, como possibilidadl, até ento ausente da sextalicla- Puberdade traz uma revivese@ncia do complexo de Eelipo, cuja “emongéucia, na fase filica e na puberdade, ¢ importante, Eimbor la nos estuclos de caso encontrados na literatura psicanali- feudiana, essa segunda emergéneia tem papel decisive, pois é {nie ve dla o desenlace que desvincula dos pais a libiela clo sujeito ue este busque um objeto exogimico. Vemnos Freud apontar as fa anal « fica, quando ocorre o eamplexo de Fatipo, ea seguir c. Para a etapa Dissemos que © corpo é tomado pela linguagem que Ihe confere sig- nificagoes, Assim, as transformagdes corporais pelas quais a mulher passa- ria na menopausa sio tomadas por ela dentro de um sistema amplo de produgio de significagdes mas que foi fixado no decorrer de sua vida pelos valores culturais mais gerais e pelas experiéncias particulares & sua hiografia, Mas nem tudo fica definido nessas determinagGes. A forma i ca_de sua resposta, embora traga a repetiséo das 8s, Ua tambénr as solugdes que encontrou ao longo de f verdlade que ais solugdes nem sempre abrem vias € que também podem constituir a simples reiteragao de um mal encontro, mas é também verdade que as determinagées nao fecham todas as possibilida- les singulares. A reagao de uma mulher as transformagies da menopausa so configuradas nesse conjunto. f por isso também que sio permedveis as imtervencdes através da palavra; o poder da palavra é 0 instrumento no. qual se basciam, com distintos modos de operacao, tanto 0 atendimento psicanalitico quanto as formas de intervensio educativas. Algumas psicanalistas, que tém em Helen Deutsch (1952) uma pionei- #2, ocuparamse especificamente deste momento da mulher € destacaram algumas de suas cavacteristicas. A pereepgo psiquica das transformagaes, Irma a autora, que pode ser mais ou menos prccoce em relayu as mudangas corporais, desencadeia na mulher um aumento da preocupa- so com sua propria pessoa, freqiientemente com © corpo, 0 que pode manifestar-se na forma de preocupagies hipocondriacas, somatizagdes € converses ou na forma de cuidados com a aparéncia e a imagem: sto sinais de uma lita pela conservagao da feminilidade ameagada pela perda da capacidade reprodutiva. Essas reagdes so compariveis, continua a autora, Aquelas que ecorem no perfodo da pré-puberdade, onde existe uum aumento da auyidade, quando as forcas do eu se mobilizam para conseguir um maior ajuste a realidade, quando antigos valores podem ser ubaclos pelo impuiso a experimentar algo nove ¢ excitante, Curiosae mente, tanto Fie\id quanto Deutsch apontam a menopausa, a semelhan- ‘94 da puberdacle, como um periodo de intensificagao das demands sex (vex Main Maciaoe Gusta ot Sonne vase sexuais? No entanto, nio é diffel verificar a freqiéncia com que as Inulheres se sentem, nessa ocasiio, o que a linguagem popular chama de ‘nis “carentes”. ~ Gueydan (1991, p. 93) também considera « menopausa um periodo dade intensifienda. Como o fim a possibilidade da maternidade ‘fio constitui a extingio da feminilidace, neste momento em que a foute Misista seca, © conhecimento de si mesma e a relagdo ao homem pre- num ser revistos ¢ recolocados em outras bases, O aumento de atividade pode assumir formas diversificadas, diriginclo- fivgiientemente ao proprio corpo, espeeificamente aos orgiios genitais ou Hila a outras partes dele, em uma espécie de protesto ow de negagiio, Pode {un impulso a engravidar, por exemplo, ou uma preocupagao exage ‘eon x sexualidadle e com as tungies ¢ imagem corporais. A intensifi« gio da atenglo ditigida 20 compo faz dele 0 paleo privilegiad da repre- fayflo de muitas questées, na forma de doengas © de queixas a clas Held, Seria inadequado ¢ ineliciente traté-las exclasivamente do f He vista cla disfuncao corporal, sem considerar que so mensagens de um ijelto falanie que nao estao poctendo fazer-se ouvir de outro modo. jento da atividade, apontado por varios autores como caracte= A menopausa, corresponde ao desencaceamento de trabalho ine # dle reelaboragio do feminino sob outros parmretros, mais simbili- Heros apoiados em coordenadas narcisisias. Essa atividade precisa para areas diferentes, mais sublimacas, wilher 0 acesso a atividades criativas, intelectuais © artise Hiparecimento de novos interesses ou © ressurgimento dle interesses Abandonacos durante © periodo reprodutivo. Nessa possibilidade 4 chave da elaboragio das perdas relacionadas 10 nelutivel presentes no climatério (Gueydan, 1991). Nos ue esta possibilidade esta recuzida, as chances de elaboragito nbéin mais restritas, As v Inrenvencies © rssumostosredtcoso¢ uw raoenaua muir {ue uma sbordagem meramente corporal da menepausa costuma gerar a despeito de todos os inconvenientes, Como © Outro tem um papel constitutive a mensagem do sueito, a eseuta daqueles que acolhem as demandas de atencio a satide influi © xd mesmo determina a forma que elas assumem. O conhecimento deste {ato reforga a indicagao de um planejamento muliisciplinar para programas dle alengio as mulheres neste periodo de vida para que a escuta des atelxas nao as fixe a0 ponto de vista corporal, 0 que constitu justamente tuna das tendéncias problemiticas na menopausa. Os bons resultados

Você também pode gostar