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ABEL CARLEVARO E HEITOR

VILLA LOBOS: A RELAÇÃO


ENTRE DOIS PILARES DO
VIOLÃO LATINO-AMERICANO
● O artigo traça um panorama da ligação entre os dois
compositores latino americanos objetivando delinear
em que medida este contato marcou a trajetória de
ambos.
● Essa ligação indica uma significativa importância na
produção violonística desses diois personagens.
● Abel Carlevaro pesquisou e racionalizou os diversos
aspectos técnicos da perfomance do violão.
● Heitor Villa Lobos pode ser considerado o mais
determinante compositor brasileiro para violão.
● A relação entre entre estes dois personagens
fundamentais para o violão latino-americano tem sido
pouco estudada, em contrapartida a esse fato Alfredo
Escande traz a biografia completa de Abel Carlevaro.
● O primeiro encontro entre eles se deu em 1940 por
meio do musicólogo Curt Lange, em Montevidéo
quando da realização da Embaixada Artística
Brasileira no Uruguai.
● Foram vários eventos que homenagearam
Villa- Lobos e em um deles, patrocinado pelo
Centro Guitarrístico do Uruguay, houve a
participação de um jovem emergente no
cenário violonístico e que executou um recital.
● Estavam presentes Curt Lange,Andres
Segovia, Villa-Lobos e sua esposa.
● A apresentação causou entusiasmo a Villa-
Lobos que convidou Carlevaro a ir até o Rio de
Janeiro o que se deu 3 anos mais tarde.

● Em novembro de 1943 os laços entre eles se
estreitam, pois Curt Lange convida Abel
Carlevaro para participar da Embaixada
Artística Uruguaia no Brasil e, dessa maneira
chegava a oportunidade de Carlevaro poder se
aproximar mais de Villa-Lobos.
● Foi através dos recitais de Carlevaro que se
deu a estréia de pelo menos dois prelúdios
para violão de Villa-Lobos.
● A partir desse concerto no Rio os contatos
entre os dois se intensificam e eles passam a
ter encontros regulares onde Villa-Lobos passa
a orientar Carlevaro acerca da interpretaçãod
de suas peças.
● Abel Carlevaro foi pioneiro nas primeiras
gravações de alguns prelúdios e também do
estudo n. 1 de Villa-Lobos.
● Em contraponto a isso Andres Segóvia
postergava incluir os estudos de Villa-Lobos em
seus concertos e ainda ridicularizava os prelúdios
em cartas que enviava a Manuel Ponce.
● Ocorreu entre Segóvia e Carlevaro um contraste
no que se refere à recepção dos prelúdios.
● A atitude de Segóvia decorre do momento em
que ele buscava legitimar o violão frente ao
público de concerto.
● O repertório buscado por ele deveria estar
adstrito a uma escrita musical que
correspondesse mais facilmente às
expectativas da platéia diferentemente do que
fizera Carlevaro.
● Mas no futuro essa recepção pode ser
desconstruída e levada ao seu extremo quando
Segóvia prefacia os Estudos de Villa-Lobos.
● Em atitude oposta Carlevaro estudou a obra de
Villa-Lobos e incluíra as suas peças em quase
todos os seus concertos.
● Dedicou aos Estudos e aos Prelúdios dois de
seus quatro livros de técnica aplicada e ainda
compôs cinco estudos intitulados Homenagem
a Villa-Lobos.
● Conforme descreveu Alfredo Escande “ se por um
lado o grande criador brasileiro se converteu, a partir
de 1940 e até o final da vida do músico uruguaio, em
uma referência indubitável, que contribuiu
decisivamente para a consolidação de sua visão
musical e sua identidade como compositor e artista,
por outro, Heitor Villa-Lobos encontrara, pela primeira
vez, um jovem e promissor talento disposto a
mergulhar com profundidade na descoberta e no
estudo de sua desafiadora produção para violão.

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