Você está na página 1de 1

MISAEL WESLEY RAMOS – RA 1702343 – ENG.

DA COMPUTAÇÃO - POLO ITAPEVI

Segundo Ortiz (1985), citado por Catenacci (1985), até meados do século XVII, na
Europa, a fronteira entre cultura popular e cultura de elite não estava bem delimitada,
porque a nobreza participava das crenças religiosas, das superstições e dos jogos
realizados pelas camadas subalternas. Todavia, aos poucos, começa a ocorrer o
distanciamento entre ambas. Segundo o autor, o que poderia explicar esse fenômeno?

A diversidade é a maior característica da cultura popular, já observada pela ciência social


em seus estudos de suas diferenças. Esse fenômeno complexo a respeito da concepção
do povo sobre cultura popular e cultura da elite, nos remete a compreender qual o papel
da cultura popular na sociedade. Cultura popular, folclore e tradição são conceitos que
podem trazer respostas para as nossas reflexões.
Ortiz apresenta que a fronteira entre a cultura popular e a cultura de elite não esteve bem
definida, visto que a classe social da elite participava das festas e crenças religiosas
estabelecidas e participativas pelo povo da camada social diferente da nobreza. Mas o
inverso contraditório não designa uma verdade, ou seja, a classe popular quase sempre
não haveria condições para participação dentre a cultura de elite. Destaca-se ainda uma
presente preocupação com festas e manifestações populares como o carnaval, e uma
valorização da cultura burguesa em detrimento da cultura tradicional popular. Destaca-se
ainda o pensamento na crença a ciência, na forma racional de organização social, e
obediência aos princípios da ordem e progresso.
Porém com o avanço nas inovações tecnológicas, principalmente na área de
comunicações, influenciaram diretamente para que essas distâncias diminuíssem, a troca
de informações e de cultura entre povos locais e de outros países hoje são possíveis.
Desfazer o conceito popular passaria pelas operações científicas e políticas em levar o
cenário popular juntto as industrias culturais, chamado de populismo político. Hoje o
popular não é algo construído pelo povo, e sim pelos meios de comunicação em massa.
Essa construção é realizada através de divisões interdisciplinares e que confronta
tradição e modernidade. O popular no que se refere à tradição tem sua prática no dito
folclore popular e sua valorização como cultura.
No entanto os meios de comunicações modernas apresentam o popular de uma forma
diferente dos folcloristas ameaçando suas tradições. Afirmando que o popular é o que
vende mais e o que agrada as multidões, e não, o que é criado pelo povo. Sendo mais
importante não o que é popular criado pelo povo e para o povo, e sim, o que é o tem mais
popularidade e que nem sempre é criado da iniciativa popular, e sim da indústria da
cultura populista. Aqui não interessa a tradição, o que vai passar de geração em geração,
e sim, o que vai atingir o seu objetivo e logo tem prazo de validade, pois dará espaço ao
novo criado pela indústria cultural. Nesse contexto de populismo há uma operação
política que faz uso desta indústria cultural para edificar e estabelecer o poder sobre o
povo. Neste movimento onde a fixação da cultura popular esta ligada diretamente e
somente na participação popular nas manifestações e realizações de manifesto popular,
muitas vezes não visando nenhuma transformação social por meio destas manifestações.
Por fim ao enfatizar essas duas formas seja a cultura popular propriamente dita e a
cultura populista, temos a exposição da contradição entre tradição e modernização.

Você também pode gostar