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Assentador de placas cerâmicas

Aperfeiçoamento
Formação continuada Revestimento

Assentador de placas cerâmicas


Aperfeiçoamento
Formação continuada – Revestimento

Assentador de placas cerâmicas – Aperfeiçoamento

© SENAI - SP, 2003

Trabalho editorado pela Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo”,


do Departamento Regional de São Paulo.

Coordenação geral Carlos Eduardo Cabanas

Coordenação do projeto João Batista da Silva

Organização do conteúdo José Carlos Rocha

Editoração Equipe de Material didático da


Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo”

S47a SENAI - SP. Assentador de placas cerâmicas –


Aperfeiçoamento . São Paulo, 2003. 42p. il.
Formação continuada – Revestimento.

Apostila técnica.

Todos os direitos reservados.


É permitida a reprodução desde que citada a fonte.

Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo”


Rua Teixeira de Melo, 106 – Tatuapé – São Paulo - SP – CEP 03067-000
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Sumário

Introdução .................................................................................. 5

História da cerâmica ................................................................. 7

A importância da estética ....................................................... 10

Preparo da base ....................................................................... 14

Especificação da placa cerâmica ............................................ 20

Argamassa colante .................................................................. 30

Argamassa para rejuntamento .............................................. 31

Aplicação de placas retificadas .............................................. 32

Passo-a-passo assentamento de revestimento cerâmico .... 36

Ferramentas ............................................................................. 43

Bibliografia ............................................................................... 44
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Introdução

Esta apostila refere-se ao curso Assentador de Placas Cerâmi-


cas – Aperfeiçoamento que visa propiciar aos profissionais da
área o aperfeiçoamento, utilizando técnicas e materiais de as-
sentamento em pisos e paredes com placas cerâmicas de di-
ferentes tipos.

Os conteúdos que serão aqui tratados são:


• Informações técnicas e tecnológicas sobre a placa cerâmica
e argamassa colante;
• Preparo da base;
• Especificação da placa cerâmica;
• Argamassa colante;
• Rejunte;
• Aplicação de placa cerâmica;
• Ferramentas.

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História da cerâmica

A origem da cerâmica é imprecisa porque compreende um


vastíssimo grupo de produtos nascidos com a civilização pri-
mitiva. Pode-se definir a cerâmica como produzida com uma
pasta, cujo ingrediente principal é a argila, sucessivamente
secada e queimada a alta temperatura, que confere ao materi-
al resistência e dureza. O revestimento cerâmico é um produ-
to muito antigo. O primeiro exemplo de seu uso para colorir e
decorar superfícies data da civilização babilônica, isto é, do
século 6 a.C. Através dos tempos, a tecnologia de fabricação
foi gradativamente ampliada e aperfeiçoada. Por muitos sécu-
los o revestimento cerâmico foi sinônimo de produto luxuo-
so, usado no piso e parede das casas de pessoas ricas.

Os chineses descobriram uma argila branca que queimava.


Chamaram-na de “kao-lin”. Misturaram a ela um fundente e
descobriram a porcelana, uma massa de absorção zero. Na
Babilônia, tabuletas de cerâmica eram usadas como material
de escrita. Também existiam belos murais de revestimento
cerâmico esmaltado. Os gregos usavam ânforas de cerâmica
para transportar o azeite produzido nas oliveiras do mar Egeu.

A nossa palavra cerâmica deriva da palavra grega keramus


que era um bairro de Atenas. Os gregos também decoraram
sua cerâmica com cenas da vida cotidiana, de onde conhece-
mos detalhes de sua história. A cerâmica grega foi levada jun-
tamente com a cultura e a civilização para Roma e Alexandria.
Com a queda do Império Romano, inicia-se o esplendor dos
árabes. A introdução da álgebra na Europa pelos árabes foi
um passo grandioso que antecedeu ao grande desenvolvimen-
to da ciência ocidental. Os árabes tinham paixão por azulejos,
que na Europa ainda não existia; a palavra “azulejo” vem de
um termo árabe, que significa “pedra cintilante”.

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Os árabes decoravam seus palácios e mesquitas com mosai-
cos coloridos, feitos com pequenos azulejos, nem sempre qua-
drados. No século VIII, os árabes entraram na península ibérica,
trazendo sua paixão pela decoração cerâmica. O palácio
Alhambra de Granada, na Espanha, palácio e fortaleza dos reis
mouros erigido no século XIV, é um exemplo do esplendor das
Mil e Uma Noites de Bagdá. Durante os séculos XV e XVI acon-
tece o Renascimento na Europa e, com a renovação das artes, a
cerâmica também experimenta uma renovação. Surgem os pri-
meiros centros ceramistas europeus fora de Atenas.

Nesta mesma época Portugal se torna então uma grande po-


tência naval, espalhando o seu domínio por várias colônias.
Quando Napoleão invadiu Portugal, a corte portuguesa foi
obrigada a vir para o Brasil. Isto originou a importação de ob-
jetos da elite portuguesa, incluindo azulejos portugueses. Até
hoje os antigos azulejos portugueses podem ser admirados
nas igrejas da Bahia. O seu uso nas fachadas foi disseminado
porque as tintas não resistiam à insolação forte e à maresia
das cidades litorâneas por onde a colonização se iniciou.

A produção de cerâmica, que sempre havia sido artesanal,


adapta-se aos conceitos de fabricação em série trazidos pela
Revolução Industrial. Surgem então no início do século XX, os
primeiros fornos contínuos, os fornos túneis com carrinhos. A
industrialização levou a cerâmica a setores onde nunca tinha
entrado: das louças de mesa da elite para a higiene das louças
sanitárias. Os pequenos painéis de azulejo em volta do lava-
bo foram ampliados para a altura de 1,50m e depois até o teto.
A linha esmaltadeira dos anos 50, dá início à fabricação em
série na indústria cerâmica, com uma linha contínua de fabri-
cação não artesanal que vai desde a matéria prima até o pro-
duto acabado. Neste século, especialmente após a Segunda
Guerra Mundial, a produção de cerâmica apresentou um de-
senvolvimento industrial considerável com o advento das téc-
nicas de produção.

A possibilidade de produzir em escala industrial baixou os pre-


ços e tornou-os acessíveis a grande parte da população.

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Na fase inicial deste período, os revestimentos cerâmicos fo-
ram usados principalmente para satisfazer necessidades fun-
cionais, tais como higiene e facilidade de limpeza e, desse
modo, empregados em banheiros e cozinhas.

A indústria cerâmica evoluiu rapidamente, desenvolvendo


novos materiais que ampliaram consideravelmente as opções
e tipos de revestimento disponíveis.

Como resultado, a cerâmica gradualmente passou a ser uma


opção para outros ambientes domésticos, como salas de es-
tar, hall de entrada e quartos de dormir, bem como um mate-
rial a ser usado em ambientes públicos e industriais , em áre-
as interna e externa.

No início dos anos 70 é desenvolvido o forno de rolos mono-


estrato (sem material portante), utilizado para a produção de
cerâmica do tipo monoqueima grés prensada. O consumo de
pisos avançam do uso residencial para o uso comercial.

Por volta de 1985 a Espanha assume a liderança mundial no


setor de monoqueima porosa, acontece também o desenvol-
vimento de parcerias entre as universidades e as indústrias e
surge um grande centro de pesquisa (AICE).

No Brasil, surge em 1993 o CCB (Centro Cerâmico do Brasil) –


Instituto da Qualidade do Revestimento Cerâmico, fundado
pela ANFACER – Associação Nacional do Fabricantes de Cerâ-
mica para Revestimento, que inicia os seus ensaios em 1994 e
começa a certificar as empresas em 1995.

O Brasil foi o primeiro país do mundo a adotar a norma ISO 10545


como sua própria. Define-se revestimento cerâmico como um
elemento eterno que faz parte do corpo da edificação.

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A importância da estética

A estética não deve ser o único parâmetro para a escolha de


um revestimento cerâmico. É necessário verificar o ambiente
onde este revestimento será utilizado, as solicitações as quais
ele será submetido, etc.

A regra geral é que o produto deve atender às exigências me-


cânicas, químicas e higroscópicas correspondente ao ambi-
ente onde este revestimento será utilizado, não existe um úni-
co produto capaz de atender a todos os tipos de uso em todos
os ambientes possíveis. Os esforços mecânicos é a capacida-
de da placa cerâmica atender às solicitações de modo ade-
quado, isto é, envolvendo placa, argamassa, o rejunte e as
juntas. Outro tipo são os esforços superficiais que se referem
à solicitação mecânica de carregamento na superfície da pla-
ca, seja no piso ou na parede.

Há também as solicitações químicas evidentes em locais


agressivos, como indústrias, cozinhas industriais e outros.
As tensões higrotérmicas, por sua vez, estão ligadas à expo-
sição da superfície revestida ao intemperismo e à variação
de temperatura.

Antes de tudo é importante sabermos como estas placas po-


dem ser classificadas de acordo com o método de fabricação.

Em relação à tecnologia produtiva, são distinguidas entre via


seca e via úmida, massa vermelha ou massa branca, esmalta-
das e não esmaltadas, prensadas e extrudadas, queima. Quanto
ao desempenho técnico, o principal fator de classificação é o
coeficiente de absorção de água, resistência à abrasão e resis-
tência mecânica adequada ao uso pretendido.

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Métodos de fabricação

Via seca
A argila e as outras matérias-primas são preparadas para a
conformação com sua umidade natural, isto é, aquela com que
foram extraídas da jazida.

Via úmida
A argila e as demais matérias-primas são diluídas em água
para serem moídas e misturadas. Essa mistura, chamada de
barbotina, é armazenada em grandes tanques e, depois, se-
gue para um equipamento conhecido como atomizador. Nele
a água é retirada, através da injeção de gases quentes a eleva-
da pressão, na medida em que a umidade é extraída, o mate-
rial vai ficando pronto para a conformação.

A escolha de um destes processos produtivos é baseada em


critérios técnicos e de custo de fabricação.

Massa vermelha ou branca


A cor da massa não interfere na qualidade do material, segun-
do pesquisadores e técnicos, a cor é apenas uma conseqüên-
cia do tipo de argila disponível no local, sendo assim é possí-
vel encontrar placas com qualidade em qualquer uma das co-
res do biscoito.

Esmaltada ou não esmaltada


Uma peça é considerada esmaltada quando ela recebe um ma-
terial vítreo (esmalte), que serve tanto para proteger o materi-
al, como contribui para sua coloração e efeitos de decoração.
Do ponto de vista técnico, as principais características associ-
ada ao esmalte são: resistência à abrasão, resistência à man-
cha, à gretagem (resultado de tensões entre a base da placa e
a camada de esmalte, gerada pela EPU (expansão por umida-
de) ou pela dilatação térmica.

Prensada ou extrudada
A fabricação de uma peça prensada é feita da seguinte forma:
ela é conformada em prensas de grande tonelagem, no qual

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fôrmas apropriadas recebem a argila na forma de pó. Na
prensagem a placa já adquire todas as dimensões finais (com-
primento, largura e espessura). Além disso, com estampos
especiais, é possível obter efeitos de relevo para fins decorati-
vos ou construtivos.

Em temos técnicos, a prensagem está associada a caracterís-


ticas de resistência mecânica. Quanto ao pó não é uniforme-
mente distribuído nas fôrmas, a densidade da placa não é igual
em todos os pontos. Nas regiões onde menos material foi de-
positado, a densidade é menor, comprometendo a resistência
mecânica da placa. Existe atualmente alguns estudos em an-
damento para sanar este problema de resistência mecânica
das placas prensadas.

Na extrusão, o material é conformado num equipamento cha-


mado de extrusora e conhecido, no setor, como maromba. A
máquina é semelhante a um grande moedor de carne, onde
uma rosca sem-fim empurra o material em direção à saída,
onde uma peça (a boquilha) começa a lhe dar forma. O mate-
rial sai da maromba num fluxo contínuo, como um grande
“macarrão” de argila. Nesse momento, a placa possui apenas
duas dimensões: largura e espessura. O comprimento da peça
será dado pelo cortador, geralmente uma máquina dotada de
um fio de aço, que corta o filete de argila extrudado pela
maromba, na dimensão desejada. Com o tempo, as peças da
boquilha se desgastam e este desgaste responde por uma das
principais questões técnicas relacionadas a esse método de
conformação: a variação dimensional. Já existem na indústria
cerâmica boquilhas mais resistente, a fim de reduzir este des-
gaste. Também procuram-se usar argilas mais plásticas, que
deslizam melhor pela boquilha e a corroem menos.

O reconhecimento de uma peça extrudada é fácil pois o seu


tardoz apresenta ranhuras paralelas. Numa placa prensada, o
tardoz apresenta outros desenhos, como linhas diagonais con-
vergentes.

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Queima
Esta classificação refere-se ao tipo de tratamento térmico que
a placa recebeu, sendo separada por monoqueima, biqueima
e monoporosa.

Na monoqueima, a placa cerâmica passa uma única vez pelo


forno, onde a base de argila e o esmalte são queimados ao
mesmo tempo. Neste processo, além da vitrificação e estabili-
zação das cores, acontece também a sinterização do corpo
cerâmico, simultaneamente à vitrificação do esmalte, proven-
do fortes ligações entre a base cerâmica e a decoração. A tem-
peratura no processo da monoqueima é de aproximadamente
1 100 graus Celsius. Quando o biscoito é queimado para em
seguida, receber a decoração e a esmaltação, retornando ao
forno para sinterizar o esmalte, o processo é chamado de
biqueima. A temperatura neste caso fica geralmente igual ou
maior que 1 100 graus Celsius. Por último existe a monoporosa,
um material produzido por monoqueima, mas destinado, so-
bretudo, ao revestimento de paredes.

Todas estas informações são importantes para termos parâ-


metros para especificar os materiais que deverão fazer parte
de uma construção e, conseqüentemente, isto irá criar condi-
ções para que tenhamos revestimentos com condições de re-
sistir melhor aos ataques das intempéries e conseqüentemen-
te ter uma vida útil maior.

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Preparo da base

A base é a área preparada para receber o revestimento cerâ-


mico. As bases podem ser em alvenaria de blocos de concre-
to, alvenaria de blocos sílico-calcário, em blocos de concreto
celular, emboço e contrapiso.

As bases devem estar limpas, sem: poeiras, graxas, gorduras,


tintas, óleos, ou qualquer material que prejudique a aderên-
cia. No caso de regularização do contrapiso ou emboço, de-
vem estar prontas a mais de 14 dias.

No caso das paredes, elas devem estar com o emboço, total-


mente curada. Você deve observar que o emboço esteja bem
nivelado e com o prumo correto.

No caso de pisos, eles devem estar totalmente curados e com


os caimentos para os ralos já definidos.

Juntas

As construções sofrem muito com o frio, o calor, a umidade e


o sol, etc.

Pode-se dizer, em linguagem popular, que, devido aos fatores


acima, as construções “trabalham”. Elas aumentam e diminu-
em de tamanho (dilatam e contraem) de tempos em tempos.

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Como fazer as juntas de dessolidarização

Como já vimos, as juntas são indispensáveis para evitar o des-


tacamento das placas e devem ser feitas sempre.

Se não existirem as juntas, devem ser feitas nos seguintes


locais:
• no encontro do piso com as paredes;
• em volta de colunas e vigas;
• no encontro com outros materiais (pedra, madeira, etc.);
• no encontro das paredes com o teto;
• no encontro entre paredes.

Material de preenchimento:
• aglomerado de madeira;
• borracha alveolar;
• manta de algodão;
• isopor;
• cortiça.

Tabela – Distribuição das juntas

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Juntas estruturais

São juntas existentes na estrutura de concreto de obras maio-


res. É fácil de identificar: é um corte que atravessa toda a alve-
naria (parede, piso e teto), separando a obra em duas ou mais
partes.

Estas juntas servem para absorver os movimentos da estrutu-


ra da obra.

Elas devem ser mantidas livres em todas as camadas do as-


sentamento.

As juntas estruturais são feitas na construção da obra. Não é


necessário fazê-las no assentamento. Apenas mantê-las livres.

Juntas de movimentação

São as juntas de expansão e retração.

São cortes feitos na argamassa de nivelamento do contrapiso


e no reboco/emboço da parede. Estes cortes fracionam, ou
seja, dividem a parede e contrapiso em partes menores e di-
minuem os problemas de destacamento.

O corte pode ser feito com uma serra mármore, usada pelos
assentadores para fazer recortes.

Rugosidade da base

A superfície da base deve ser rugosa para aumentar a aderên-


cia da argamassa de assentamento. Por isso, na hora de sua
execução, é bom usar uma régua para sarrafear.

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Se a base estiver pronta e for muito lisa, devem ser apicoadas
com uma talhadeira, para ficar mais rugosa, e logo após fazer
a regularização com areia, cimento e algum aditivo para me-
lhorar a aderência da argamassa de regularização.

Limpeza da base

Também para garantir a aderência da argamassa, devem ser


retiradas todas as sujeiras da base: pó, areia, gordura, limo,
bolor, restos de tinta, eflorescência e outras.

Observação: antes de utilizar qualquer produto químico na lim-


peza, molhar bem a base com água. Isso evitará que a alvena-
ria absorva estes produtos que podem danificá-la.

Qualidade de base antiga

O estado geral da parede e contrapiso deve ser avaliado.

Partes soltas e de má qualidade devem ser substituídas e uma


limpeza rigorosa deve ser realizada.

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Especificação da placa cerâmica

Classificação das placas cerâmicas para revestimentos

As placas cerâmicas para revestimentos podem ser classifica-


das, dependendo de sua superfície, em esmaltadas ou não
esmaltadas. Dentro dessa divisão, elas ainda podem ser
extrudadas ou prensadas, de acordo com o processo de con-
formação.

Podem ainda ser classificadas, em função do tipo de tratamento


térmico, em biqueima, monoqueima e monoporosa.

Além dessa subdivisão, estritamente ligada ao processo de pro-


dução utilizado, as placas cerâmicas para revestimentos são clas-
sificadas, de acordo com sua características de absorção de água,
mediante uma denominação tipológica de uso comercial:
• Porcelanatos ......... Baixa absorção e resistência mecânica alta;
• Grês ....................... Baixa absorção e resistência mecânica alta;
• Semi-grês .............. Média absorção e resistência mecânica média;
• Semi-porosos ....... Alta absorção e resistência mecânica baixa;
• Porosos ................. Alta absorção e resistência mecânica baixa.

Características técnicas das placas cerâmicas


para revestimentos

Um bom conhecimento das características técnicas das pla-


cas cerâmicas, destinadas a pisos e/ou paredes, é de funda-
mental importância para que se possa especificar e assentar o
produto corretamente.

As informações a seguir são relacionadas às características


mais importantes e servem de ferramenta para avaliar os di-
versos tipos de produtos disponíveis no mercado.

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Absorção de água

Muitas da características das placas cerâmicas dependem da


sua porosidade, razão pela qual foi escolhida a absorção de
água, expressa em porcentagem, como um dos parâmetros
de classificação nas normas mundiais.

Absorção de água é a capacidade da placa de absorver água.


A absorção de água influi diretamente em propriedades, como
resistência mecânica e resistência ao gelo, entre outras. As
normas brasileiras e internacionais determinam grupos de
absorção para facilitar a recomendação de uso.

Normas:
• ISO 13.006 - Especificação
• ISO 10.545 - Ensaio
• NBR 13.816, 13.817 e 13.818 (Abr. 1997)

Tabela – Grupos de absorção de água

Atenção: nesta classificação, a letra maiúscula (B) significa que


o produto é prensado. O numeral romano (I,II,III) seguido pela
letra minúscula (a, b), determina o grupo de absorção de água.

Características dimensionais

As Normas Técnicas controlam as tolerâncias das dimensões


(tamanho), medidos e agrupados em faixas chamadas bitola.

Fornecem também os limites máximos para o esquadro, cur-


vatura, empenamento e variação de espessura das placas ce-
râmicas para revestimentos.

O processo de produção apresenta variações de tamanho (di-


mensão) das placas. Durante a queima, a mais de 1.000 graus

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celsius, a argila e o esmalte têm uma grande alteração químico/
físico que geram estas pequenas variações. Por isto é muito im-
portante verificar se todas as embalagens de produtos que serão
utilizados num mesmo ambiente são do mesmo tamanho.

Resistências mecânicas

A resistência mecânica das placas cerâmicas depende da sua


espessura e da absorção de água, sendo tanto maior quanto
mais baixa a absorção.

Característica muito importante, no caso dos pisos, para lo-


cais como garagens e outros que receberão cargas/veículos
pesados.

Resistência ao impacto
Como o próprio nome diz, é a capacidade da placa receber
impactos, como no caso da queda de objetos pontiagudos e/
ou pesados.

Resistência à compressão
De forma geral, podemos dizer que materiais de baixa
porosidade apresentam boa resistência à compressão, desde
que bem assentados e não esquecendo das diferentes espes-
suras das placas.

Resistência à flexão
Existem dois tipos:
• intrínseca ao material, é chamada módulo de resistência à
flexão;
• é carga de ruptura da placa, que depende da resistência in-
trínseca da material e da espessura da placa.

Resistência à abrasão
A resistência à abrasão representa a oposição ao desgaste
superficial do esmalte das placas cerâmicas, causado pelo
movimento de pessoas e/ou objetos, inerente, portanto, so-
mente aos pisos.

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Existem dois métodos de avaliação da resistência à abrasão:
• Superficial: para produtos esmaltados;
• Profunda: para não esmaltados.

Para produtos esmaltados, o método PEI (Instituto de Esmal-


tes para Porcelana) prevê a utilização de um aparelho que pro-
voca a abrasão superficial por meio de esferas de aço e mate-
riais abrasivos.
O assentador deve estar atento à classe de abrasão dos pisos
que está assentando e comparar com às necessidades do
ambiente.

Para tanto vamos apresentar a tabela do PEI associada ao pro-


vável local de uso.

Tabela do PEI associada ao provável local de uso

Para não-esmaltados é medido o volume de material removi-


do em profundidade da placa, quando submetido à ação de
um disco rotativo e um material abrasivo específico.

Resistência à gretagem
O termo “gretagem” refere-se às fissuras, como um fio de
cabelo sobre a superfície esmaltada. O formato dessas fissuras
é geralmente circular, espiral ou como uma teia de aranha.

A tendência à gretagem é medida em laboratório, submeten-


do a placa cerâmica a uma pressão de vapor de 5atm (Atmos-
feras) por um período de duas horas.

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Este processo acelerado reproduz a EPU (Expansão por Umida-
de) que a placa sofrerá ao longo dos anos, depois de assentada.

A EPU é a maior responsável pelo aparecimento de gretagem


em placas cerâmicas após o assentamento.

Resistência ao choque térmico


Característica que indica se a placa cerâmica para revestimen-
to é capaz de resistir às variações bruscas de temperatura sem
apresentar danos.

Resistência ao congelamento
É uma característica importante em placas cerâmicas destina-
das a terraços, fachadas e sacadas em cidades de clima frio e
em câmaras frigoríficas (locais sujeitos a temperaturas inferi-
ores a zero grau Celsius).

O dano provocado pelo gelo deve-se ao fato de a água conge-


lada nos poros da placa cerâmica aumentar de volume e, con-
seqüentemente, danificá-la.

Os materiais com baixa absorção de água são mais resisten-


tes ao gelo e, portanto, mais adequados aos ambientes acima
citados.

Resistência ao ataque químico e às manchas


É a capacidade que a superfície da placa tem de não alterar
sua aparência quando em contato com determinados produ-
tos químicos ou agentes manchantes.

O resultado do teste permite alocar o produto em uma classe


de resistência para cada agente manchante ou para cada pro-
duto químico especificado na norma.

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As classes, em ordem decrescente de resistência, são as se-
guintes:

Dilatação

As dilatações podem ser de dois tipos:


• Reversíveis – por variação de temperatura;
• Irreversíveis – pela expansão por umidade (EPU).

Ambas precisam ser absorvidas pelas juntas largas e com re-


juntamento flexíveis.

Dilatação térmica
Esta dilatação é medida com um aparelho de precisão e o re-
sultado significa o valor em Micra por metro por grau centí-
grado que o material aumenta por metro do tamanho inicial,
quando aquecido até determinada temperatura.

Dilatação pela EPU


Este fator é crítico em ambientes úmidos, tais como piscinas,
fachadas, saunas e estações de metrô. A EPU pode ser uma
das causas do estufamento e da gretagem.

Esta EPU é medida e expressa em mm/m e deve ser muito


baixa, quando a moagem, a queima e a formulação da placa
cerâmica estão bem feitas.

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Juntas de assentamento ou juntas de colocação

São espaçamentos (frestas), regulares entre placas cerâmicas.

Toda placa cerâmica destinada a pisos ou paredes necessita


de juntas.

As informações sobre os tamanhos das juntas podem ser en-


contradas nas embalagens (caixas) e/ou folhetos dos fabri-
cantes.

A seguir informaremos sobre as finalidades das juntas;


• Corrigir pequenas diferenças de bitola, melhorando o alinha-
mento;
• Permitir que o conjunto se movimente nas dilatações e/ou
contrações;
• Fazer as trocas das placas, sem correr o riso de quebra das
restantes.

As formas de assentamento podem ser classificadas das se-


guintes maneiras:

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Sistema de revestimento de pisos e paredes

O revestimento de um piso ou de uma parede deve ser trata-


do como um sistema composto por camadas de diversos ma-
teriais, como argamassa de assentamento, placa cerâmica (piso
ou azulejo) e argamassa para rejuntamento.

1 – Parede 4 – Placa cerâmica


2 – Emboço 5 – Rejuntamento
3 – Argamassa colante

Como escolher os produtos

Escolha produtos que atendam as normas técnicas e sigam as


informações fornecidas pelos fabricantes nos catálogos e
embalagens, lembrando os seguintes itens:

Local de assentamento: Condições de aplicação:


• piso x parede; • residência – área social x íntima;
• ambiente externo x interno; • comercial – tráfego médio x alto;
• área seca x úmida; • temperado x frio intenso.
• condições especiais como piscinas, sau-
nas, fachadas, etc.

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Antiderrapante (coeficiente de atrito)

Quanto mais áspero e rugoso o piso for, maior é a resistência


ao escorregamento e maior o seu coeficiente de atrito. Segun-
do as normas, um piso é considerado antiderrapante quando
o coeficiente for maior do que 0,4.

Observações:
• Para produtos especiais como o grês porcelanato, tanto em
paredes como em pisos internos ou externos, deve-se utili-
zar a argamassa colante específica e a argamassa para rejun-
tamento deve ser flexível.
• No caso de produtos extrudados (não-prensados), o método
para verificar a resistência à abrasão é o de abrasão profun-
da, e não o método PEI.

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Ambientes residenciais

Observações:
• No caso do porcelanato, pastilhas ou placas cerâmicas de
baixa absorção, grupos Bla a Blb, é necessário o uso de arga-
massa colante específica.
• Em aplicações específicas como piscinas, saunas, churras-
queiras, etc., consulte um profissional especializado e/ou fa-
bricantes.
• Em regiões muito frias, as placas cerâmicas para áreas exter-
nas devem se dos grupos Bla e Blb.

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Argamassa colante

A argamassa colante industrializada é um produto prático, segu-


ro, constante e por isso muito superior à argamassa preparada
na obra.

Tipos de argamassa

Para cada local de uso existe um tipo de argamassa: ACI, ACII,


ACIII, ACIIIE e Específica.

ACI
Argamassa com características de resistência às solicitações
mecânicas típicas de revestimentos internos, com exceção
daqueles aplicados em áreas especiais como saunas, churras-
queiras, estufas e outros.

ACII
É indicada para uso em ambientes externos.

Possui propriedades que diminuem a interferência de tempe-


ratura e umidade típicas do trabalho ao ar livre.

ACIII
É indicada para condições de altas exigências.

ACIIIE
É indicada para condições de altas exigências, com tempo em
aberto estendido.

Específica
É indicada para todos os locais especiais como saunas, pisci-
nas, estufas etc. ou para revestimentos especiais.

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Argamassa para rejuntamento

Material industrializado, cuja finalidade é preencher as juntas


de assentamento entre placas cerâmicas e dar acabamento ao
sistema de revestimento cerâmico.

Principais características:
• Baixa permeabilidade;
• Estabilidade de cor;
• Capacidade de absorver deformações;
• Limpabilidade;
• Após o término do trabalho de assentamento, deve-se aguar-
dar um período de 72 horas para começar o rejuntamento,
utilizando rejuntes industrializados.

Observe sempre as recomendações do fabricante.

Limpeza

Após terminar o rejuntamento, deve-se esperar por um perío-


do que varia de acordo com cada tipo de rejunte (consultar
fabricante), para depois começar a limpeza do excesso de
rejunte da supefície das placas cerâmicas.

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Aplicação de placas retificadas

Preparação dos revestimentos

1 Para salientar ainda mais os desenhos dos “veios das pe-


dras” destas placas, escolher junto com o cliente o dese-
nho que melhor atender às suas expectativas.

2 A parte de trás das placas (tardoz) deve ser limpa antes do


assentamento:
• Retirar os pontos de parafina colocados para proteção
das placas.
• Com uma broxa ou pano úmido, limpar o excesso de pó
branco protetor (engobe) para facilitar a aderência da ar-
gamassa.

Recomendamos que sempre se utilize argamassas industriali-


zadas próprias para o assentamento de placas cerâmicas.

Misturas “caseiras” nem sempre são apropriadas para este


tipo de serviço, podendo ocasionar destacamentos no futuro.

As argamassas devem ter qualidade comprovada, produzidas


conforme as Normas NBR 14081.

Para maior aderência das placas, usar argamassa aditivada


do tipo AC III (NBR 14081), ou ainda argamassa aditivada do
tipo ACII, desde que apresentem as seguintes características
mecânicas:
• Módulo de deformação entre 1000 a 3000MPa;
• Resistência ao arrancamento maior ou igual a 1,0MPa aos
28 dias.

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Para que tenhamos uma parede e piso perfeitos, devem-se
seguir os seguintes passos:

1 Iluminação:
Instalar uma boa iluminação no ambiente de trabalho para
ter um acabamento perfeito:
• nivelamento de cantos;
• alinhamento;
• distribuição de cores;
• visão dos pequenos defeitos.

2 Planejamento:
Planejar a melhor distribuição das placas, listelos, filetes e
louças “desenhando” a parede no chão.

Os recortes das placas devem ficar na base da parede, fa-


zendo depois os devidos ajustes com o piso.

3 Nivelar:
Iniciar o assentamento de baixo para cima a partir da se-
gunda fiada. Apoiar sobre uma régua de madeira nivela-
da. Fazer a primeira fiada por último, fazendo os devidos
acertos com o piso (placa recortada).

4 Umedecer:
Umedecer levemente a parede respingando água com o
auxílio de uma broxa. Isto melhorará a aderência

5 Argamassa na base:
Espalhar a argamassa colante na base, formando cordões.

A desempenadeira dentada deve ser nova e com os dentes de 8mm para que a quantida-
de de argamassa depositada seja suficiente. Quanto mais na vertical estiver a desempe-
nadeira, mais argamassa via ser depositada. Pelo contrário, quanto menos inclinada,
menor a quantidade depositada.

6 Iniciar colocação:
Posicionar as placas, batendo com um martelo de borra-
cha para esmagar os cordões de argamassa e garantir a
aderência.

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Teste da qualidade da aderência:
1 Arrancar uma placa recém assentada. O verso deve estar totalmente preenchido com
argamassa.
2 Pressionar os dedos sobre os cordões de argamassa. Ela deve vir grudada neles. Caso
contrário, a argamassa deve ser substituída.

7 Continuar o assentamento:
Continuar o assentamento pelo processo descrito, posi-
cionando também listelos e filetes, conforme projeto de
paginação.

Limpeza e cuidados (peças retificadas)

Limpeza durante a assentamento


Para retirar restos de argamassa e outras sujeira, basta passar
uma esponja úmida. Pode-se também utilizar produtos pró-
prios para este fim, ou seja, produtos para limpeza de rejuntes.

Limpeza após o assentamento


O grés polido e retificado recebe na fábrica uma camada de
cera especial para proteger o seu brilho de danos na hora do
assentamento.

Esta cera só deve ser retirada no final da obra.

Quando tiver que realizar trabalhos depois de assentado o piso


(pinturas, montagem dos móveis, etc.) usar sistemas de pro-
teção sobre o mesmo, como papelão, plásticos, etc.

A remoção da cera de fábrica deve ser executada com o auxí-


lio de produtos de uso doméstico, tais como álcool, produtos
para limpeza de vidro ou produtos para limpeza de revesti-
mentos cerâmicos.

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Assentamento com juntas

Se for difícil seguir as exigências citadas e os passos descri-


tos, podem-se assentar estas placas pelo sistema convencio-
nal, tomando cuidados nos seguintes detalhes:

1 Deixar juntas entre as peças de 2 a 3mm.

Para melhor alinhamento, use espaçadores plásticos.

2 Aplicar argamassa colante industrializada (interna, tipo AC


I), no verso da placa cerâmica e na parede ou piso (dupla
colagem), de forma que os cordões formados fiquem em
cruz, para um melhor preenchimento da placa.

3 Bater com o martelo de borracha sobre a placa, para es-


magar os cordões de argamassa.

4 Verificar o alinhamento, nivelamento e prumo após cada


fiada colocada.

5 Rejuntar após três dias, utilizando rejunte industrializado,


flexível e impermeável, para junta fina, não frisando (re-
baixando) o rejunte.

Aplicar sobre o rejuntamento selador próprio para rejuntes.

6 Limpar o revestimento logo após o rejuntamento, utilizan-


do uma esponja úmida e um pano seco. Pode-se utilizar
também produtos próprios para este fim. Nunca utilize
ácidos (tipo ácido muriático).

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Passo-a-passo assentamento
de revestimento cerâmico

Para o assentamento de revestimento cerâmico, devem-se


seguir os seguintes passos:

1 Definir a altura da régua para iniciar o assentamento:


a) Tire os pontos de nível.

b) Meça o tamanho da placa cerâmica.

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c) Defina a espessura da junta e multiplicar por dois.
d) Meça a espessura do piso com a argamassa colante.
e) Defina a espessura da regularização, se houver.
f) Some os itens: b, c, d, e.
g) Subtraia o item f do item a.
h) Coloque a régua na altura indicada no item g.

2 Como definir a localização dos recortes:


a) Os recortes devem ficar sempre que possível em locais
menos visíveis.
b) Tenha um cuidado especial com os vãos de portas e ja-
nelas para que eles não venham a ficar com recortes des-
proporcionais, pois a beleza de um assentamento cerâ-
mico são os detalhes dos recortes e requadrações.
c) Usando uma régua, um esquadro, algumas placas ce-
râmicas, um lápis faça um gabarito para definir estes
recortes rapidamente e com precisão.
d) Primeiro pegue algumas placas cerâmicas e coloque em
linha reta no chão ou sobre uma bancada, e separe es-
tas placas com os espaçadores.

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e) A seguir encoste a régua paralelamente às placas cerâ-
micas.

f) Transporte para a régua os pontos do desenho forma-


do pelas placas cerâmicas e as juntas.

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g) Com o auxílio de um esquadro, risque os pontos na ré-
gua e você terá um gabarito para ser usado nas bases a
ser revestidas, e este gabarito facilitará a definição dos
recortes.

3 Limpeza e organização:
a) Antes de iniciar o assentamento das placas, limpe o lo-
cal de trabalho, tire todas as partículas soltas, graxas
ou outros tipos de sujeira que possa prejudicar a ade-
rência das placas.
b) Limpe o tardoz das placas para tirar o engobe (pó bran-
co que fica grudado no tardoz das placas).
c) Confira o tamanho, tonalidade e quantidade dos mate-
riais, para ver se está de acordo com o especificado.
d) Abra uma caixa e observe se as placas formam algum
tipo de desenho, se formar um ou mais desenho é im-
portante combinar com o cliente qual será usado.
e) Posicione as ferramentas e um pouco do material a ser
utilizado próximo do local de assentamento.

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f) Confira o prumo, nível e alinhamento das bases, antes
de iniciar o assentamento.

g) Coloque uma linha de prumo faceando a primeira placa


cerâmica a ser assentada e repita esta operação a apro-
ximadamente a cada dois metros lineares.

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4 Preparo e aplicação da argamassa colante:
a) Com um caixote limpo prepare a argamassa colante,
respeitando a quantidade de água que deve vir
especificada na embalagem do produto.
b) Se o preparo for manual acrescente a água ao pó da
argamassa, se for usada alguma ferramenta elétrica para
efetuar a mistura é necessário acrescentar o pó à água.
c) Após o preparo, espere o descanso da argamassa, e
após este descanso mexa novamente a argamassa.
d) Coloque um pouco de argamassa na parte lisa da de-
sempenadeira, a seguir pressione a argamassa de en-
contro à base esparramando a argamassa de forma
uniforme, com uma espessura aproximada de 6mm.
e) Passe o lado dentado da desempenadeira na base com
uma inclinação de sessenta graus deixando que os den-
tes da desempenadeira encostem levemente e de for-
ma uniforme na base.

A Norma NBR 13.753 recomenda o seguinte:

Observação: Sempre que a desempenadeira dentada apre-


sentar desgaste dos dentes superior a 1,0mm esta deve
ser substituída.

5 Assentando as placas cerâmicas


a) Coloque algumas placas cerâmica sobre a base onde
foi aplicada a argamassa, dando algumas batidas leves
com o macete e movimentando levemente as placas
para que os cordões formados pela argamassa sejam
esparramados no tardoz da placa.
b) Coloque os espaçadores entre as placas e faça os ajustes
necessários para que haja o alinhamento das placas.
c) Retire uma placa a cada três metros quadrados aproxi-
madamente para ver se o tardoz realmente está sendo
totalmente ocupado pela argamassa.

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d) Fique atento com o tempo em aberto da argamassa
colante, e com o tempo de uso.
e) Mantenha sempre o local de trabalho e as placas cerâ-
micas limpas.
f) Confira o nível das placas cerâmicas assentadas regu-
larmente.

6 Outros cuidados essenciais


a) Confira sempre a data de validade marcada na embala-
gem da argamassa.
b) Use equipamentos de proteção.
c) Troque qualquer placa assentada com defeito de fabri-
cação ou mão-de-obra.
d) Adquira o hábito de fazer um contrato escrito sempre
que for fazer um serviço.
e) Cumpra as normas técnicas, pois elas são a garantia de
um trabalho perfeito.
f) Leia sempre as informações escritas nas embalagens
dos materiais.
g) Não se conforme com o erro, busque a melhoria contí-
nua.
h) Nunca use bebidas alcoólicas durante o expediente de
trabalho.

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Ferramentas

Antes de se iniciar um assentamento devemos checar todas


as ferramentas necessárias. Todo bom profissional de assen-
tamento deverá possuir todas as ferramentas, abaixo citadas,
em boas condições de uso para assim evitar perda de tempo e
desperdício de material.

1 Cortador manual para placas cerâmicas 13 Desempenadeira de borracha


2 Régua de pedreiro 14 Esquadro
3 Nível de mangueira 15 Balde de plástico
4 Nível de bolha 16 Espátula plástica
5 Prumo 17 Recipiente plástico ou de metal
6 Colher de pedreiro 18 Broxa
7 Macete de borracha 19 Vassoura
8 Ponteiro 20 Metro
9 Linha de nylon ou barbante 21 Martelo
10 Prego de aço 22 Serra mármore
11 Desempenadeira dentada: 8mm e 6mm 23 Vassoura
12 Lápis de carpinteiro

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Bibliografia

ANFACER. Guia de assentamento de revestimento cerâmico.


São Paulo, 4ª ed.

CEUSA. Gres polido e retificado. Manual de assentamento. 4ª


ed. 2002

SENAI-SP & QUARTZOLIT. Cartilha de assentamento do re-


vestimento cerâmico com argamassa colante.

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