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ANTONIO GONÇALVES SOBREIRA
1ª Edição
2017
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Revisores técnico-teológico-gramatical:
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Sumário
Palavra do professor.............................................................................................7
Sobre o autor ........................................................................................................8
Ambientação à disciplina.......................................................................................9
Trocando ideias com os autores............................................................................10
Problematizando....................................................................................................11
7
A Igreja no âmbito do judaísmo..............................................................................53
O Pentecostes........................................................................................................53
Ministério de Pedro.................................................................................................54
Reação dos judeus.................................................................................................56
A Igreja no âmbito do Helenismo...........................................................................57
Ministério de Paulo.................................................................................................57
A jornada missionária de Paulo..............................................................................58
Concílio de Jerusalém............................................................................................59
Salvação para judeus e gentios.............................................................................62
Uma retrospectiva sobre Paulo..............................................................................63
Missão.........................................................................................................64
Pregação da Palavra de Deus.....................................................................64
Trabalhos de Paulo......................................................................................65
Algumas cidades da época de Paulo...........................................................66
Síntese das atividades de Paulo..................................................................68
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PALAVRA DO PROFESSOR
O Livro de Atos que está classificado como literatura histórica por se tratar de
uma narrativa que quer descrever os momentos iniciais da fé cristã e como esta fé
se desenvolveu expandindo-se por todo império romano.
Bons estudos!
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SOBRE O AUTOR
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AMBIENTAÇÃO
O livro Atos dos Apóstolos apresenta as características de um livro histórico,
pois nele encontramos narrativas acerca da vida das primeiras comunidades cristãs,
por meio dele conhecemos a Igreja apostólica, em seu estágio inicial, bastante
importante para a atualidade.
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TROCANDO IDEIAS COM OS AUTORES
Guia de Estudo: Elabore um texto com base na leitura das obras referidas onde
procurará destacar o diferencial da abordagem de cada autor, bem como a
contribuição significativa para o estudo do livro de Atos na sua percepção.
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PROBLEMATIZANDO
Não podemos empreender uma leitura do Livro de Atos sem antes fazermos a
seguinte pergunta: o que pretendem os Atos? O livro nos conta uma história
detalhada do início do cristianismo? Seu interesse maior é apologético? Quais os
interesses por trás da narrativa? Qual sua intenção originária? Certamente, o autor
de Atos tem um plano em mente, e cabe a nós, por meio do estudo do mesmo
descobrir esse plano, que cremos coincidir com o plano do Espírito Santo.
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INTRODUÇÃO GERAL AO
LIVRO DE ATOS
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CONHECIMENTO
HABILIDADE
Ser capaz de compreender e interpretar textos sobre o tema bem como ser capaz
de fazer exposição escrita, pública em eventos, palestras, seminários em ambiente
acadêmicos acerca do tema.
ATITUDE
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O PROPÓSITO DE ATOS
Admitindo-se que Lucas tenha escrito um livro sobre a história da igreja cristã
primitiva, nunca foi considerado o pai da história da Igreja. Em contrapartida, Lucas
é conhecido como um evangelista. Eusébio compôs a história da Igreja, e, em razão
de seu trabalho, é chamado de historiador. Lucas, como um dos quatro evangelistas
apresenta a boa nova de salvação. Ele destina seu Evangelho a Teófilo a fim de dar-
lhe certeza daquilo que ele ensina (L.c 1.4). Ele ensina a seu amigo Teófilo as
palavras e ações de Jesus, ao concluir o Evangelho, escreve também Atos e o
destina também a Teófilo. Lucas quer dizer-lhe que a mensagem do Evangelho não
pode ser restringida à nação de Israel, pois o Evangelho que Jesus proclamou
primeiramente aos judeus deve ser proclamado ao mundo inteiro.
Assim como Lucas teve de ser seletivo com o seu material ao compor o
Evangelho, assim também se esmerou ao escolher os elementos necessários à
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composição de Atos. Ele esboça o progresso do Evangelho e, consequentemente,
devota muito tempo e esforço a visita de Pedro a Cesárea. Preenche um capítulo e
meio com o registro da visita de Pedro a casa de Cornélio (10.1–11.18). Para Lucas,
que é um cristão gentio, esse é o ponto da história no qual os gentios recebem as
boas novas da salvação e se tornam parte da comunidade daqueles que creem.
Atos expõe um grande número de temas que o autor tece na sua estrutura.
Podemos dividir os temas por todo o livro. E ao reconhecê-los, temos um
entendimento, mais claro do intento de Lucas quando escreveu Atos. Vejamos a
seguir:
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Evangelho em numerosos lugares na costa do Mediterrâneo e chega a Cesárea.
Pedro estende seu ministério para além da cidade de Jerusalém e viaja a Lida e
Jope a fim de fortalecer as igrejas. De Jope ele viaja a Cesárea, para ensinar o
Evangelho na casa de Cornélio e dar as boas-vindas aos gentios no seio da igreja.
A TEOLOGIA DE ATOS
Embora, os atos sejam considerados livros históricos, nem por isso retira do
mesmo a característica de apresentar uma teologia embutida em suas narrativas.
É bem mais característica das Epístolas essa tarefa de apresentar assuntos
teológicos. No entanto podemos encontrar teologia no Livro de Atos.
Segundo alguns autores, apesar de Lucas ter servido a Paulo como seu fiel
companheiro, em seus escritos não demonstra nenhum conhecimento das
epístolas que Paulo enviou às várias igrejas e pessoas. Quando Lucas escreveu
o Livro de Atos muitas das cartas de Paulo haviam sido escritas e começadas a
circular na igreja primitiva. Ele escreveu suas epístolas aos gálatas e aos
tessalonicenses durante sua segunda viagem missionária e compôs suas
principais epístolas (1 e 2 Coríntios e Romanos) próxima a sua terceira viagem
missionária. Delineou as chamadas epístolas da prisão (Colossenses, Filemom,
Efésios e Filipenses) enquanto sob prisão domiciliar em Roma. Paulo exortava os
destinatários dessas epístolas a lerem-nas em outras igrejas (veja Cl 4.16; 1Ts
5.27). Logo, Lucas deve ter conhecido as epístolas de Paulo. Mas, em Atos, o
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propósito de Lucas é escrever como historiador e não como teólogo.
(KISTEMAKER, 2006).
Entretanto, isso não quer dizer que não exista nenhuma teologia nesse livro
de história. Aliás, encontramos um grande número de assuntos teológicos tratados
nos vários discursos registrados por Lucas que serão discutidos a seguir.
Ungiu a Jesus com o Espírito Santo, ressuscitou-o dentre os mortos, fez com
que fosse visto por testemunhas escolhidas por Deus e o nomeou para julgar os
vivos e os mortos (10.34–42; veja 15.7–10). No seu sermão na sinagoga judaica em
Antioquia da Pisídia, Paulo evocou os temas da graça eletiva, promessa e
propósitos de Deus (13.17–37). No discurso pronunciado no areópago, ele trata de
Deus o Criador, o Autor e o Juiz em Cristo (17.24–34). E em seu discurso de
despedida pronunciado aos anciãos efésios, ele faz referência ao propósito de Deus
e de Sua igreja (20.27–28). No que concerne à obra de Deus para salvar o homem
pecador Leon Morris (1955) observa que uma das coisas que Lucas torna
extremamente clara é que isso não deve ser considerado somente como outro
movimento humano, ou seja, não devemos pensar que alguns galileus iletrados
conseguiram persuadir o povo a compartilhar de sua sorte. Pelo contrário, houve um
grande ato divino: Deus enviou Jesus para ser Salvador. Não compreenderemos
esse movimento a não ser que enxerguemos Deus nele.
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Deus salva uma pessoa segundo o Seu plano. Logo, os gentios, a quem Deus
desde a eternidade decretou para a vida eterna, receberam alegremente o
Evangelho da parte de Paulo e Barnabé e creram (13.48). Quando Paulo sacudiu o
pó de suas roupas em protesto aos judeus e estava pronto a deixar Corinto, o
Senhor lhe falou para permanecer ali, porque ele tinha muita gente naquela cidade
(18.6–10). Nessa época, essas pessoas não haviam ainda recebido a dádiva da
salvação, apesar de já pertencerem a Deus. Por todo o livro de Atos, Lucas emprega
repetidamente as expressões: a palavra de Deus (13 vezes), a palavra do Senhor
(10 vezes), ou simplesmente, a palavra (13 vezes). Duas vezes usa a frase a
palavra da sua graça, uma vez o termo descritivo a palavra desta salvação, e uma
vez a palavra do Evangelho. Num total de 40 referências à palavra de Deus. Esses
termos denotam a revelação de Deus plenamente reconhecida em seu Filho Jesus
Cristo. Logo, os termos se referem ao Evangelho de Cristo. (KISTEMAKER, 2006).
Jesus envia seus apóstolos com a mesma mensagem que ele próprio
proclamou durante o seu ministério terreno. Para ilustrar, no seu Evangelho, Lucas
relata que nas horas vespertinas do dia da ressurreição, Jesus abriu as Escrituras
aos discípulos. Ele lhes ensinou que tudo tinha de ser cumprido de acordo com o
que estava escrito na Lei de Moises, nos Profetas e nos Salmos (Lc 24.44). Jesus se
referiu as três partes da Escritura hebraica e, assim por implicação, a todo o Antigo
Testamento. Quando Pedro pronunciou seu sermão no Pentecostes e no Pórtico de
Salomão, de igual modo citou estas três partes da palavra de Deus para provar que
Jesus havia cumprido as Escrituras.
Jesus Cristo
Em seus discursos, Pedro faz alusão à humanidade de Jesus como um
homem que realizou sinais e milagres (2.22) e que era conhecido como Jesus de
Nazaré (4.10). Jesus demonstra a realidade de Seu corpo humano, depois da
ressurreição, comendo e bebendo com os apóstolos (10.41). E, ainda, Pedro
expressa a deidade de Jesus chamando-o de Santo e Justo (3.14). Este tema está
presente também nos discursos de Estêvão e Paulo respectivamente (7.52; 17.31;
22.). “Dentre os vários nomes de Jesus em Atos, encontram-se as seguintes
designações: “Senhor” (1.24; 2.36; 10.36), “Cristo” (2.36; 3.20; 5.42; 8.5; 17.3; 18.5),
22
“servo” (3.13, 26; 4.27, 30), “Profeta” (3.22), “Príncipe e Salvador” (5.31), “Filho do
homem” (7.56), “Filho de Deus” (9.20) e muitos outros.
O Espírito Santo
Um tema predominante em Atos é do Espírito Santo. Prometido por Jesus
antes de sua ascensão, derramado no dia de Pentecoste, prometido a todo o povo e
concedido como dádiva a todo aquele que fosse batizado, a pessoa e obra do
Espírito Santo são evidentes por toda parte em Atos. O Espírito concedeu aos
crentes a capacidade de falar em outras línguas (At 2.4, 11; 10.46; 19.6). Mais tarde,
encheu os crentes quando oravam juntos depois da libertação de Pedro e João
(4.31). Estêvão ficou cheio de fé e do Espírito Santo e assim proclamava o
Evangelho com intrepidez aos judeus helenistas nas sinagogas de Jerusalém (6.5,
8, 10). O Espírito Santo foi derramado sobre os samaritanos para indicar que o muro
de separação entre os cristãos judeus e os cristãos samaritanos havia sido
efetivamente removido (8.14–17). A mesma coisa aconteceu ao público gentílico na
casa de Cornélio (10.44).
A Igreja
Apesar da palavra ekklesia (igreja) ocorrer apenas 3 vezes nos quatro
Evangelhos (Mt 16.18; 18.17 [2 vezes]), ela aparece 23 vezes em Atos. Lucas a
emprega no singular para expressar a união do corpo: o plural aparece com
referência às igrejas da Síria e Cilícia (15.41). É a visita de Paulo às igrejas
gentílicas quando entrega a carta do Concílio de Jerusalém (16.5). Para Lucas, a
igreja de Jerusalém é e continua sendo a igreja-mãe que proporciona liderança e
orientação às igrejas-filhas em desenvolvimento em Samaria, Cesareia, Antioquia e
outros lugares. A igreja de Jerusalém possui um grandioso contingente de liderança
quando o Concílio se reúne (15.4, 12, 22). Na conclusão de sua terceira viagem
missionária, Paulo faz um relatório a Tiago e aos anciãos da igreja em Jerusalém
(21.17—19). Lucas mostra, assim, um aspecto da centralidade dessa igreja.
24
ressuscitou dos mortos, ao passo que os oponentes do Evangelho rejeitavam
veementemente esse ensino. (KISTEMAKER, 2006).
Escatologia
O Evangelho de Lucas contém o discurso de Jesus a respeito da destruição
de Jerusalém e a consumação no final da era cósmica (Lc 19.42–44; 21.5–36). Mas,
em Atos, Lucas não se refere ao final dos tempos. Para ele, o progresso do
Evangelho é de suprema importância; é bem verdade que a descrição de Lucas da
ascensão de Jesus revela que ele voltará do mesmo modo como subiu (1.11;
comparar com 3.19–20); e tanto Pedro como Paulo chamam a atenção para o dia do
julgamento (10.42; 17.31). Mas a natureza histórica de Atos não se presta ao tema
doutrinário da volta de Jesus, a ressurreição total dos crentes, o dia do juízo, a vida
porvir, o céu e inferno. Lucas escreve uma história de nascimento, desenvolvimento
e progresso da igreja do Novo Testamento. Em suma, ele compõe Atos não como
um simples livro de história, mas como um livro que abre janelas teológicas para o
futuro, Lucas afirma que o Evangelho de Cristo avançou de Jerusalém até Roma via
Antioquia. E ele certifica-se de que, a partir dessa cidade imperial, as boas-novas se
espalhem até aos confins da terra (1.8). A conclusão de Atos é dirigida para o futuro,
pois “o Evangelho não pode ser detido”.
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AS ORIGENS DE ATOS
Paulo também registra que Lucas era médico por profissão (Cl 4. 14). A partir
de uma análise do vocabulário de Lucas no Evangelho e em Atos, ficamos cientes
de que o escritor poderia ter sido um médico, refletindo sua profissão nos seus
escritos. Tanto Eusébio quanto Jerônimo testifica que Lucas procedia de Antioquia.
Em Atos, o escritor parece ser inclinado a mencionar Antioquia. Das 15 vezes que
Antioquia da Síria é citada no Novo Testamento, 14 delas se encontram em Atos.
Para Lucas, Antioquia é importante, pois ali a igreja tinha a visão de enviar
missionários ao mundo greco-romano. Se tivesse morado em Antioquia, Lucas teria
encontrado com Barnabé. (11.22), Paulo (11.26) e Pedro (11. 2). E seguramente foi
nessa cidade que ele ouviu a mensagem do Evangelho. Converteu-se e se tornou
discípulo dos apóstolos. O Evangelho de Lucas e Atos estão estreitamente
relacionados devido a dedicatória desses dois livros a Teófilo (Lc 1.3; At 1.1).
Casualmente, o tratamento excelentíssimo Teófilo parece inferir que este pertencia a
uma alta classe social (comparem-se 23.26; 24.3; 26.25). E, ainda, o versículo
(introdutório de Atos 1.1) revela que esse é o segundo volume que Lucas escreveu e
uma continuação do primeiro (o Evangelho). No entanto, o nome Lucas se encontra
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ausente tanto do Evangelho quanto de Atos. O Evangelho se tornou conhecido
como “o Evangelho segundo Lucas”, mas ainda assim os principais manuscritos
omitem o nome de Lucas no título de Atos. Isso não constitui obstáculo se
considerarmos que nenhum dos evangelistas menciona seu próprio nome no relato
do Evangelho que escreveu. Lucas se tornou seguidor de Paulo, como podemos
afirmar a partir das passagens em que aparece “nós”, na segunda parte de Atos
(16.10–17; 20.5–21. 18; 27.1–28.16). Ele esteve com Paulo na segunda viagem
missionária, acompanhou-o da Macedônia a Jerusalém no término da terceira
viagem missionária, aparentemente ficou na Judéia e Cesárea, enquanto Paulo
esteve na prisão, e finalmente viajou com ele até Roma. Em suas epístolas, o
próprio Paulo testifica o fato de que Lucas era seu companheiro e colaborador (Cl
4.14; 2Tm 4.11; Fm 24). Entre os ajudantes de Paulo encontravam-se Timóteo,
Silas, Tito, Demas, Crescente e Lucas, mas como autor de Atos temos de eliminar a
todos, exceto Lucas. Crescente é relativamente desconhecido (2Tm 4.10); Demas
era colaborador de Paulo (Cl 4.14; Fm 24), porém abandonou-o mais tarde (2Tm
4.10). Apesar de Tito ter acompanhado Paulo e Barnabé a Jerusalém e trabalhado
nas igrejas de Corinto, Creta e Dalmácia, parece não ter sido um dos companheiros
de Paulo a quem o apóstolo menciona nas saudações de suas epístolas. Os nomes
de Silas e Timóteo são mencionados nas passagens em que aparece “nós”, de Atos,
porém, são mencionados na terceira pessoa. Pelo processo de eliminação,
chegamos à conclusão de que Lucas é a pessoa mais provável a ter composto os
livros que lhe são atribuídos. (KISTEMAKER, 2006).
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“Para muitos daqueles que tinham espíritos imundos clamando em alta voz saíram,
e muitos que tinham sido paralíticos e que eram coxos foram curados” (8.7). O
significado da primeira parte da sentença é: “espíritos maus bradando em alta voz
estavam saindo de muitas pessoas”.
“Sabeis que desde tempos remotos dentre vós Deus escolheu por meio de minha
boca os gentios para ouvirem a mensagem do Evangelho e crer” (15.7). Pedro é o
orador e ele quer dizer: “Vós sabeis que há muito tempo Deus me escolheu dentre
vós para que dos meus lábios os gentios pudessem ouvir a mensagem do
Evangelho e nela crer”.
Por que Lucas, que prova ser capaz de escrever em excelente grego,
apresenta gramática incompleta e defeituosa? As irregularidades gramaticais
parecem refletir as fontes que Lucas usou na composição de seu livro. Mesmo
assim, essas peculiaridades elevam e não diminuem a estatura de Atos. O livro em
si é uma obra literária que ocupa lugar entre os clássicos.
ESTILO DE LUCAS
Uma das qualidades do estilo de Lucas é a sua abordagem ao escrever a
história da igreja. É como se ele tivesse formado um álbum repleto de fotos e agora
fornecesse um comentário descritivo para explicar cada fotografia individualmente.
Ao passar de um retrato para outro, omite detalhes que levantam muitas questões.
Onde o restante dos apóstolos realizou “trabalho missionário"? Quando é que o
Evangelho foi proclamado em Alexandria, Egito, a comunidade “judaica de cerca de
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1 milhão de pessoas? O que o eunuco etíope realizou em sua terra natal? O que
aconteceu com Cornélio de Cesareia“? Se Paulo passou três anos de sua vida
pastoreando a igreja em Éfeso (20.31), por que Lucas não relatou o crescimento e
desenvolvimento dessa igreja?
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evangelistas o fazem em seus relatos. Cita os nomes dos maridos e esposas
(Zacarias e Isabel, José e Maria), frequentemente se refere a outras pessoas não
judias (a Viúva de Sarepta, o Siro Naamã, os samaritanos) e descreve relações
sociais (como, por exemplo, refeições em casa de Maria e Marta, de Zaqueu, dos
fariseus). O mesmo é verdade em Atos, que inclui mais de 100 nomes de pessoas.
Ele apresenta maridos e mulheres (Ananias e Safira, Áquila e Priscila), ressalta a
inclusão dos samaritanos e gentios e delineia incontáveis relacionamentos sociais.
CRÍTICA TEXTUAL
O leitor que comparar a versão da Bíblia King James (1611) e a nova versão
da mesma Bíblia (1979) com qualquer outra versão, imediatamente observará
diferenças na linguagem. Tanto a antiga quanto a nova versão King James
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apresentam um texto que é mais extenso e diverso. Transmitem, desse modo, o
texto completo de versículos que foram eliminados ou encurtados em todas as
outras traduções. “Os tradutores omitiram esses versículos completamente ou em
parte porque os melhores manuscritos gregos, conhecidos como texto alexandrino,
não os trazem. Eles seguem esse texto e consideram-no autêntico e verdadeiro. As
diferenças de tradução dependem, em grande parte, do texto ocidental, do qual o
Codex Bezae constitui o melhor representante. Esse texto varia em numerosos
aspectos, dos quais a extensão é a característica mais proeminente. Bruce M.
Metzger, seguindo a narrativa de Albert C. Cleark escreve: “O texto ocidental é
quase um décimo mais extenso do que o texto alexandrino, é geralmente mais
pitoresco e circunstancial, ao passo que o texto mais curto é geralmente menos
colorido e em alguns lugares mais obscuro”. Por exemplo, Lucas relata que em
Éfeso, Paulo alugou a sala de conferências de Tirano e diariamente ensinava ali
(19.9). O Codex Bezae acrescenta nesse ponto uma nota interessante que Paulo
ensinava “da hora quinta até a hora décima”, o que equivale a 11 da manhã até às 4
da tarde, durante o calor do dia. Mesmo que esse acréscimo seja genuíno os
tradutores hesitam em incorporá-lo ao texto.
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Qual é a origem do texto ocidental? Por volta do final do século XIX (1895), o
estudioso, alemão Friedrich Blass, propôs que Lucas fez uma cópia do seu rascunho
original de Atos, alterou várias frases e retirou algumas sentenças. O primeiro
rascunho é o texto ocidental e a cópia mudada e reduzida é o texto alexandrino.
Outra teoria é aquela de que, enquanto os escribas dos primeiros séculos copiavam
o texto, introduziam frases esclarecedoras e acrescentavam sentenças inteiras
provenientes da tradição oral. James Hardy Ropes conclui que “o texto “ocidental,”
foi feito antes, talvez até bem antes do ano 150, por um cristão de fala grega que
sabia alguma coisa do hebraico, no “Oriente”, talvez na Síria ou Palestina. O objetivo
do revisor era melhorar o texto, não restaurá-lo. Ele não viveu muito longe do tempo
em que o cânon do Novo Testamento, em seus núcleos, foi primeira e
definitivamente composto.
A data mais antiga possível para a composição de Atos é 62 d.C., que é o ano
da libertação de Paulo da prisão romana e a última referência de tempo em Atos
(“dois anos completos” [28.30]). A data final para a escrita desse livro é 96 d.C., pois
Clemente de Roma tinha conhecimento de Atos. Portanto, a data da composição
reside nesse período de 34 anos.
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Os estudiosos da Bíblia que têm adotado a teoria da data-tardia propõem três
pontos: primeiramente chamam a atenção para Lucas (19:43 e 44 e 21:20–24), onde
o escritor descreve a queda e destruição de Jerusalém em 70 d.C. Isso significa que
a composição da sequência Lucas-Atos deve ser colocada depois da devastação de
Jerusalém. Em seguida, o Evangelho de Marcos, escrito por volta de 65 d.C., e
básico para o Evangelho de Lucas. Assim, pois, o Evangelho de Lucas e Atos
devem ter sido compilados depois do aparecimento do Evangelho de Marcos e
surgido, desse modo, nos anos 70 ou 80 d.C.
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2. As últimas palavras do livro de Atos (em grego) são “sem impedimento”.
Quer dizer que em Roma Paulo pregou o Evangelho do reino de Deus e a
mensagem de Jesus Cristo “com intrepidez e sem impedimento” (28.31). Por meio
de implicação, Lucas diz ao leitor que o governo romano não proibia a proclamação
do Evangelho e a fundação da igreja. Lucas conclui seu segundo volume com uma
nota alegre: o Estado não coloca objeções à obra da igreja. Ele reflete as condições
sociopolíticas de Roma na época da libertação de Paulo.
Se Lucas tivesse escrito Atos nos anos 70 da era cristã, ele teria violado seu
senso de integridade histórica por não refletir essas mesmas perseguições
instigadas por Nero. “Depois de tais acontecimentos qualquer cristão que
escrevesse com o espontâneo otimismo de Atos 28 teria sido por causa de uma
obtusidade quase subumana.”
34
Lucas escreve que eram 4 mil salteadores (21.38), mas Josefo declara que o
egípcio possuía um exército de 30 mil homens, 400 dos quais foram mortos e 200
levados como prisioneiros. Em outro relato, ele escreve que a maior parte da força
egípcia foi morta ou aprisionada. No que se refere a esses números, a precisão
histórica de Josefo é definitivamente suspeita. Daí se conclui que uma análise
cuidadosa dos escritos de Josefo mostra que Lucas não dependeu daquele para
suas narrativas históricas.
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durante o naufrágio em Malta? Terminou o livro em Roma durante os dois anos da
prisão domiciliar de Paulo? Podemos multiplicar as perguntas, porém não podemos
dar respostas definidas. Devemos confessar, no entanto, que realmente não
sabemos a resposta a esta pergunta, mas alguns estudiosos apontam Acaia como o
possível local da composição de Atos. Outros apontam Roma.
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ANÁLISE
I II
At (1. 1.1–26) Antes do Pentecoste (2.1–8.1a) A Igreja em Jerusalém
III IV
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At (8.1b–11.18) A Igreja na Palestina (1.19 – 13) Igreja em Transição
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1. A Mensagem Proclamada (14.1–30
2. Divisão (14.4)
3. A Fuga (14.6–7)
14.8–20a D. Listra e Derbe
1. O Milagre (14.8–10)
2. A Resposta (14.11–13)
3. A Reação (14.14–18)
4. A Reviravolta, (14.19–20a)
14.20b–28 E. Antioquia da Síria
1. O Fortalecimento das Igrejas
(11.20b–25)
2. O Relatório a Antioquia, (14.26–28).
VII VIII
(15.36–18.22) A Segunda Viagem (18.23–21.16) A Terceira Viagem
Missionária Missionária
IX X
(21.17–26.32) Em Jerusalém e (27.1–28.31) A Viagem e
Cesareia Permanência em Roma
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3. O Discurso de Paulo (21.37–22.21) 28.1–16 B. De Malta a Roma
4. O Julgamento de Paulo (22.22– 1 . Em Malta (28. 1–10)
23.11) 2. Em Roma (28.11–16)
5. A Proteção de Paulo (23.12–22) (28.17–31) C. O Aprisionamento
(23.23–26.32) B. Em Cesareia Romano.
1. A Transferência de Paulo (23.3–5)
2. Paulo perante Félix (24.1–27)
3. Paulo perante Festo (25.1–12)
4. Paulo e Agripa II (25.13–27)
5. O Discurso de Paulo (26.13 )
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CHAVES INTERPRETATIVAS
PARA O LIVRO DE ATOS
2
CONHECIMENTO
HABILIDADE
Ser capaz de compreender e interpretar textos sobre o tema bem como ser capaz
de fazer exposição escrita, pública em eventos, palestras, seminários em ambiente
acadêmicos acerca do tema.
ATITUDE
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PROBLEMAS COM A LITERATURA HISTÓRICA
O quinto livro do Novo Testamento é conhecido como Atos dos apóstolos.
Título impróprio por duas razões: primeiro, o livro não apresenta os atos de todos os
apóstolos; segundo, o livro narra atos de vários discípulos que não foram apóstolos:
Estevão, Filipe, Silas, Apolo, etc. Atos é o segundo volume da história do
cristianismo, o primeiro é Lucas.
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Nesta unidade que se segue, teremos ocasião de nos referir regularmente à
intenção ou propósito de Lucas ao escrever Atos. Deve ser enfatizado que sempre
queremos dizer que o Espírito Santo está por trás da intenção de Lucas. Assim
como devemos desenvolver a nossa salvação, porém Deus é quem efetua em nós
(Fil 2.12–13), assim Lucas tinha certos interesses e empenhos ao escrever Lucas e
Atos. Por trás de tudo isto, no entanto, conforme cremos, estava a obra do Espírito
Santo que a tudo supervisionava.
Embora Atos seja um livro de agradável leitura, também é um livro difícil para
o estudo bíblico em grupos. A razão é que as pessoas vêm ao livro, e, portanto, ao
seu estudo, por uma grande variedade de razões. Algumas estão muito interessadas
nos pormenores históricos, ou seja: aquilo que Atos podem fornecer a respeito da
História da Igreja Primitiva.
O motivo que leva as pessoas para Atos, portanto, faz com que um grau
considerável de seletividade ocorra enquanto leem ou estudam. Para a pessoa que
vêm com interesses devocionais, por exemplo, o discurso de Gamaliel em Atos 5
tem muito menos interesse do que a conversão de Saulo no capítulo 9 ou a prisão
de Pedro no capítulo 12.
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ATOS COMO HISTÓRIA
Lucas era um gentio, cuja narrativa inspirada é ao mesmo tempo um exemplo
excelente da historiografia helenística, um modo de escrever história que tinha suas
raízes em Tucídides (c.de. 460 – 400 a.C.) e que floresceu durante o período
helenístico (de 300 a.C. – 200 d.C.). Semelhante história não era simplesmente para
conservar registros ou fazer uma crônica do passado. Pelo contrário, era escrita
para encorajar e para entreter, bem como para informar, moralizar, ou oferecer uma
apologética.
Os dois volumes de Lucas se ajustam bem a este tipo de história. São leituras
especialmente boas; ao mesmo tempo, Lucas tem interesses que incluem mais do
que simplesmente entreter ou informar o leitor. Tomar nota desses interesses é de
importância especial enquanto você lê ou estuda Atos. A exegese de Atos, portanto,
inclui não apenas as questões puramente históricas, tais como: o que aconteceu?
Mas também as teológicas, tais como: Qual era o propósito de Lucas ao selecionar e
formular a matéria desta maneira?
3º passo=> Faça a si mesmo a pergunta: por que Lucas escreveu este livro?
Mas há outro indício dado pelo próprio Lucas, que parece vincular tudo muito
melhor. São declarações de resumo em (6.7; 9.31; 12.24; 16.4; e 19.20). Em cada
caso, a narrativa parece fazer uma pausa por um momento antes de tomar algum
tipo de direção nova. A partir deste indício, Atos pode ser visto como sendo
composto de seis seções, que dão à narrativa um movimento para a frente, a partir
do seu âmbito judaico baseado em Jerusalém, tendo Pedro como sua personagem
de liderança, em direção a uma igreja predominantemente gentia, tendo Paulo como
sua personagem de liderança, e com Roma, a capital do mundo gentio, como o alvo.
Uma vez que Paulo chega a Roma, onde mais uma vez se volta para os gentios,
porque eles escutarão (28.28), a narrativa chega ao fim. (FEE; STUART, 2011).
Você deve notar, portanto, ao ler, como cada seção contribui para este
“movimento”. Nas suas próprias palavras, procure descrever cada painel, tanto no
seu conteúdo quanto na sua contribuição ao movimento para frente. Qual parece ser
a chave para cada novo movimento para frente? Aqui está uma tentativa:
46
Atos 6.8 – 9.31. Uma descrição da primeira expansão geográfica, levada a
efeito pelos helenistas (cristãos de idioma grego) para os judeus da diáspora ou os
quase judeus (samaritanos e um prosélito). Lucas também inclui a conversão de
Paulo, que era um helenista, um opositor judaico, e aquele que estava para liderar a
expansão especificamente gentia. O martírio de Estevão é a chave a esta expansão
inicial.
Atos 9.32 – 12.24. Uma descrição da primeira expansão aos gentios. A chave
e a conversão de Cornélio, cuja história é contada duas vezes. A relevância de
Cornélio é que sua conversão foi um ato direto da parte de Deus, que não usou os
helenistas nessa ocasião, que teriam sido suspeitos, mas, sim, Pedro, o líder
reconhecido da missão judaico-cristã. Incluída também está a história da Igreja em
Antioquia, onde a conversão dos gentios agora é levada a efeito pelos helenistas de
modo resoluto.
Atos 19.21 – 28.30. Uma descrição dos eventos que levam Paulo e o
Evangelho para Roma, com muito interesse pelo julgamento de Paulo, no decurso
dos quais três vezes é declarado inocente de qualquer culpa.
Procure ler Atos com este esboço, este senso de movimento diante de si,
para ver por si mesmo se ele parece captar aquilo que está acontecendo. À medida
que você lê, notará que nossa descrição do conteúdo inclui um fator crucial — a
saber: o papel do Espírito Santo em tudo isso. Você notará enquanto lê que a cada
conjuntura-chave, em cada pessoa chave, o Espírito Santo desempenha o papel de
liderança total. De acordo com Lucas, a totalidade deste movimento não aconteceu
pelo desígnio do homem. Aconteceu porque foi da vontade de Deus e porque o
Espírito Santo o levou a efeito.
47
O PROPÓSITO DE LUCAS EM ATOS
Devemos ter cuidado para não avançarmos por demais levianamente deste
panorama daquilo que Lucas fez para uma expressão fácil ou dogmática daquilo que
era seu propósito inspirado em tudo isto. Algumas poucas observações, porém,
estão em ordem, parcialmente baseadas também naquilo que Lucas não fez, a
saber:
2. Este interesse pelo movimento é substanciado ainda mais por aquilo que
Lucas não nos conta. Primeiramente, não se interessa pelas vidas, ou seja, pelas
biografias, dos apóstolos. Tiago é o único cujo fim ficamos sabendo (Atos 12.2).
Uma vez que o movimento para os gentios entra em pleno andamento, Pedro
desaparece de vista a não ser no cap.15, onde certifica a missão gentílica. À parte
de João, os demais apóstolos nem sequer são mencionados, e o interesse que
Lucas tem por Paulo é quase completamente em termos da missão aos gentios. Em
segundo lugar, tem pouco ou nenhum interesse pela organização e política da
igreja.
48
em direção à Mesopotâmia, ou para o sul, em direção ao Egito. Tudo isso em
conjunto diz que a história da igreja, por si só, simplesmente não era a razão de
Lucas ter escrito.
A questão é: o que Lucas estava querendo dizer aos seus primeiros leitores?
4. Mesmo assim, cremos que Lucas pretendia que boa parte de Atos servisse
como modelo. Mas o modelo não está tanto nos pormenores específicos quanto no
quadro global. Conforme a própria maneira de Deus tê-lo movido a estruturar e
narrar esta história, parece provável que devamos ver esta expansão triunfante,
alegre e progressiva do Evangelho, com o poder do Espírito Santo, e resultando em
vidas transformadas e comunidades locais, como sendo a intenção de Deus para a
igreja que continua existindo. E exatamente porque este é o objetivo de Deus para a
igreja, nada pode impedi-lo, nem o Sinédrio nem a sinagoga, nem a dissensão nem
as mentes fechadas, nem prisões nem complôs. Lucas, portanto, provavelmente
pretendia que a igreja fosse como aquelas, mas no sentido mais amplo, ao invés de
modelar-se conforme qualquer exemplo específico.
Qual a razão de ser dessa narrativa? Por que a incluiu aqui? Tende dar uma
resposta provisória. Os helenistas eram provavelmente judeus de idioma grego, ou
seja: judeus da diáspora que agora estavam morando em Jerusalém. Muitos de tais
helenistas voltaram para Jerusalém em idade mais avançada, para morrerem e
49
serem enterrados perto do Monte Sião. Visto que não eram nativos de Jerusalém,
quando morriam, suas viúvas não tinham meios regulares de sustento. Estas viúvas
eram cuidadas por subsídios diários; este sustento causava um peso econômico
considerável em Jerusalém. Fica claro em Atos 6.9 que os helenistas tinham sua
própria sinagoga de idioma grego, da qual tanto Estevão como Saulo, provenientes
de Tarso (6.9), foram membros. A evidência de Atos 6 é que a igreja primitiva tinha
feito considerável penetração nesta sinagoga — note a menção de “as viúvas deles”,
o fato de que todos os sete escolhidos para tratarem desta questão tem nome
gregos, e que a oposição intensa provém da sinagoga da Diáspora. Finalmente, os
sete nunca são chamados diáconos. São simplesmente os sete. (21.8), que, sem
dúvida, devem supervisionar os subsídios diários de alimentos para as viúvas de
idioma grego, mas que também são claramente ministros da Palavra (Estevão,
Filipe). (FEE; STUART, 2011).
50
Observações sumárias: A história é suficientemente simples. Começa
narrando o ministério inicial de Filipe em Samaria, que foi acompanhado por curas e
por libertações de demônios (8.5–7). Muitos samaritanos parece terem se tornado
cristãos, visto que creram e foram batizados. Os milagres eram tão poderosos, que
até Simão, praticante da magia, chegou a crer (8.9–13).
O modo de Lucas entretecer estas narrativas torna claro que dois interesses
claramente predominam: a conversão dos samaritanos e a questão de Simão. Os
problemas exegéticos com estas duas questões que as pessoas encontram tem sua
origem basicamente no seu conhecimento e convicções prévios. Tendem a pensar
que as coisas simplesmente não devem acontecer assim. Visto que Paulo diz em
Rm 8 que sem o Espírito a pessoa não pode ser cristã, como é que estes crentes
não receberam o Espírito? E o que se diz de Simão, era realmente um crente que se
desviou? Ou apenas professou sem ter fé salvífica?
Embora não possamos provar isso – porque o texto não nos conta e está fora
das preocupações de Lucas — é provável que o que foi retido até a vinda de Pedro
e João era a evidência visível e carismática da presença do Espírito.
51
HERMENÊUTICA DE ATOS
A pergunta hermenêutica decisiva aqui é se as narrativas bíblicas que
descrevem aquilo que aconteceu na igreja primitiva, também funcionam como
normas que pretendem delinear o que deve acontecer na vida contínua da igreja.
Há exemplos em Atos acerca dos quais podemos dizer apropriadamente: “Devemos
fazer isto”, ou devemos meramente dizer: “podemos fazer isto”?
Nossa suposição, juntamente com muitas outras é que, a não ser que a
Escritura explicitamente nos mande fazer alguma coisa, aquilo que é meramente
narrado ou descrito nunca pode funcionar de modo normativo. Há boas razões para
fazermos esta suposição.
Uma distinção semelhante pode ser feita no que diz respeito à doutrina da
Escritura. A palavra inspirada de Deus é primária; a natureza exata da inspiração é
52
secundária. Não se quer dizer com isto que as declarações secundárias não são
importantes. Frequentemente, terão aplicação significante à fé da pessoa no que diz
respeito às declarações primárias. Realmente, seu valor teológico imediato talvez se
relacione quão bem preservam a integridade das declarações primárias.
O que é importante notar aqui é que quase tudo quanto os cristãos derivam
da Escritura como precedente está em nossa terceira categoria, a experiência ou a
prática cristã, e sempre no nível secundário.
Por exemplo, a ceia do Senhor deve ser uma prática contínua na Igreja, é
uma declaração em nível primário. Mas a frequência da sua observação, do ponto
de vista cristão difere entre si. A necessidade do batismo (primário) e do seu modo
(secundário), ou a prática dos cristãos se reunirem juntos (primário) e a frequência e
o dia da semana (secundário). Mais uma vez: não se quer dizer com isto que as
declarações secundárias não sejam importantes.
Nosso argumento é: seja o que for que alguém colha de semelhante narrativa,
tais respigas são apenas incidentes à intenção de Lucas. Não se quer dizer com isso
que aquilo que é incidental é falso, nem que não tem valor teológico. Quer dizer, isto
é, que a Palavra de Deus para nós naquela narrativa está primariamente relacionada
com aquilo que originalmente pretendeu ensinar. A partir desta discussão, os
seguintes princípios emergem e que diz respeito à hermenêutica da narrativa
histórica:
54
2. O que é incidental à intenção primária da narrativa, pode
realmente refletir o modo de um autor inspirado entender as coisas, mas não
pode ter o mesmo valor didático quanto àquilo que a narrativa pretendia
ensinar. Não negamos, assim, aquilo que é incidental nem subentendemos
que não tem palavra alguma para nós. O que argumentamos, sim, é que
aquilo que é incidental não deve tornar-se primário, embora sempre possa
servir de apoio adicional àquilo que é ensinado noutros trechos de modo
inequívoco.
A Escritura simplesmente não diz que o batismo deve ser por imersão, não
diz que crianças devem ser batizadas, não diz que o cristão deve ser batizado no
Espírito Santo com a evidência das línguas como uma segunda obra da graça, e não
diz que a ceia do Senhor deve ser celebrada todos os domingos. O que fazemos,
portanto, com algo como o batismo por imersão? O que a Escritura diz? Neste caso,
pode ser argumentado a partir do significado da própria palavra, da única descrição
em Atos de “descer à agua” e de “sair da agua” (8.38–39), e da analogia de Paulo,
55
que descreve o batismo como sendo a morte, o sepultamento, e a ressurreição (Rm
6.1–3), que a imersão era a pressuposição do batismo na igreja primitiva. Não foi
ordenada em nenhum lugar, exatamente porque está pressuposta. (FEE; STUART,
2011).
Do outro lado, pode ser indicado que, sem um tanque batismal na igreja
local da Samaria, as pessoas que foram batizadas ali devem ter tido grande
dificuldade em serem imersas. Simplesmente não se conhece qualquer suprimento
de agua ali que tivesse feito da imersão uma opção viável. Derramavam água sobre
elas, como sugere aquele antigo manual da igreja, o Didaquê (c. de 100 d.C.), que
deve ser feito quando não havia suficiente água corrente. O Didaquê torna claro que
a imersão era a norma, mas também deixa claro que o ato em si é mais importante
que o modo. Embora o Didaquê não seja um documento Bíblico, é um documento
cristão muito antigo e ortodoxo, e pode ajudar a demostrar como a Igreja primitiva
fazia ajustamentos pragmáticos nesta área em que a Escritura não é explicita.
A prática normal ou regular servia como a norma. Mas porque era apenas
normal, não veio a ser normativa. Provavelmente faríamos bem em seguir esta
orientação e não confundir a normalidade com a normatividade.
56
O CONTEÚDO DO LIVRO DE
ATOS
3
CONHECIMENTO
HABILIDADE
Ser capaz de compreender e interpretar textos sobre o tema bem como ser capaz
de fazer exposição escrita, pública em eventos, palestras, seminários em ambiente
acadêmico acerca do tema.
ATITUDE
57
58
A IGREJA NO ÂMBITO DO JUDAÍSMO
Existiria outro livro, além de Atos dos Apóstolos que faça a ligação existente
entre o ministério de Cristo e o Cristianismo? A resposta é não, não existe. É
somente o livro de Atos que nos dá essas informações valiosas, embora bastante
resumidas, sobre esse momento marcante do desenvolvimento da nova fé. Mas não
só isso, Atos nos mostra como a comunidade dos seguidores do Messias, que é um
messias anunciado e aguardado no âmbito do judaísmo, é crido e aceito pelos
gentios. Atos nos mostra como a Igreja cristã judaica se tornou a Igreja cristã
gentílica. Sendo esta última forma a que mais êxito obteve em sobreviver apesar de
todas as adversidades e perseguições perpetradas contra ela.
O PENTECOSTES
O livro de Atos relata que após as instruções finais e a ascensão de Jesus, os
discípulos ficaram em Jerusalém aguardando o cumprimento da promessa de
receber o Espírito Santo. Isso de fato ocorreu no dia de Pentecostes, conforme Atos
2. Pentecostes é um termo do grego pentekostés. Pentecostes, que vem significar,
“quinquagésimo” – era aplicado ao quinquagésimo dia após a Páscoa — culminação
da festa das Sete Semanas, também conhecida como SHAVUÔT (Semanas). O
Judaísmo rabínico usa outros dois termos MATAN TORÁH e KABBALÁH
HaTORÁH (Entrega/recebimento da Lei) — Ex. 34.22; Deut. 16.10 Ex. 20 e Lev. 23.
O MINISTÉRIO DE PEDRO
O primeiro ato de Pedro que demonstra a sua posição como líder da Igreja, foi
quando este tomou a iniciativa de propor, numa assembleia de cento e vinte irmãos,
a eleição de uma testemunha da Ressurreição como apóstolo para ocupar o lugar
de Judas, o Traidor — o escolhido foi Matias (Leia: At 1.15–26).
Simão Pedro, após o Pentecostes, era a figura do líder entre os cristãos, mas a
partir do momento que o primeiro milagre acontece pela intercessão de Pedro, ele
passa a ser conhecido também publicamente como o líder. O primeiro milagre
acontece com o coxo que foi curado através de Pedro e João na Porta Formosa do
Templo que, neste dia, estava cheio por ser a festa de Pentecostes. Esta notícia do
milagre espalhou-se. No segundo discurso de Pedro mais de duas mil pessoas se
converteram (At 3.1–26; 4.4)
60
a Boa Nova. Após o milagre, o Sinédrio não teve alternativa senão reconhecer o
milagre, mas este não podia fazer nada contra ele por causa do medo que tinham do
povo. Os doentes eram trazidos para as ruas e colocados em macas a fim de que à
passagem de Pedro, ao menos a sua sombra os cobrisse e, alguns fossem curados.
Na realidade, alguns foram curados.
Alguns sumos sacerdotes mandaram prender Pedro, mas este é solto pelo
Anjo do Senhor no meio da noite e logo de manhã lá estava Pedro pregando no
Templo. “Quando Pedro é questionado pelo Sinédrio e lhe é pedido que não
pregasse a sua doutrina ele declara: É preciso obedecer antes a Deus do que a
homens”. (At 5.29).
Embora tivesse um ministério voltado prioritariamente aos judeus, ele foi usado
por Deus para evangelizar o primeiro gentio, chamado Cornélio (Cf. Atos 10).
61
REAÇÃO DOS JUDEUS
62
Esse fator certamente contribuiu para a separação dessas duas religiões que
possuíam um berço comum, pois os judeus jamais admitiriam no seu seio pessoas
que não cumprissem a lei de Moises. Já a Igreja entendeu que Deus não fazia
acepção de pessoas, e mostrou isso a Pedro por ocasião da conversão de Cornélio
e a sua casa (Cf. Atos 10 e 11).
O MINISTÉRIO DE PAULO
Após sua conversão na Estrada de Damasco, Paulo começou na sinagoga de
Damasco, a dar testemunho de sua nova fé. O tema de sua mensagem concernente
a Jesus era: “Este é o Filho de Deus” (At 9.20). Mas Paulo tinha de aprender
amargas lições antes que pudesse apresentar-se como líder cristão confiável e
eficiente. Descobriu que as pessoas não se esquecem com facilidade; os erros do
homem podem persegui-lo por um longo tempo, mesmo depois que ele os tenha
abandonado. Muitos dos discípulos suspeitavam que Paulo os odiasse. Ele pregou
por breve tempo em Damasco, foi-se para a Arábia e depois voltou para Damasco.
63
Os dias de preparação de Paulo não estavam terminados. O relato que ele
faz aos gálatas continua dizendo: “Decorridos três anos, então subi a Jerusalém...“
(Gl 1.18). Ali ele encontrou a mesma hostil recepção que teve em Damasco. Uma
vez mais foi obrigado a fugir.
Paulo desapareceu por alguns anos. Esses anos que ele passou escondido
deram-lhe convicções amadurecidas e estatura espiritual de que ele necessitaria em
seu ministério.
A esses dois homens foram confiados à tarefa de levar socorro à Judeia onde
os seguidores de Jesus estavam passando fome. Quando Barnabé e Paulo voltaram
a Antioquia, missão cumprida trouxe consigo o jovem João, apelidado Marcos,
sobrinho de Barnabé (At 12.25).
64
De Pafos vai a Perge da Panfília, de lá segue a Antioquia da Pisídia. De
Antioquia a Icônio, depois a Listra, onde é apedrejado pela mesma multidão que quis
adorá-lo. (At. 14.8–19).
Segue de Listra a Derbe. De lá regressa até Perge de onde segue para Atália.
De Atália vai a Antioquia da Síria, o ponto de partida.
CONCÍLIO DE JERUSALÉM
A convocação de um concílio pode ser extremamente valiosa, se o seu
propósito é esclarecer alguma doutrina, acabar com controvérsias e promover a paz.
E este era o propósito precípuo do Concílio de Jerusalém. De acordo com Atos 15,
os irmãos de Antioquia resolveram enviar Paulo e Barnabé e alguns outros dentre
eles a Jerusalém, aos apóstolos e presbíteros de lá. Assim que chegou a Jerusalém,
Paulo se reuniu em particular com os apóstolos e presbíteros e lhes deu um relatório
completo acerca do Evangelho que estava pregando aos gentios. Como os líderes
65
tiveram de reconhecer, era o mesmo Evangelho pregado por eles aos judeus (cf.
Atos 15.4).
O debate foi aberto pelo partido farisaico da igreja de Jerusalém, o qual insistia
que os convertidos entre os gentios tinham de ser circuncidados e obrigados a
guardar a lei - “Insurgiram-se, entretanto, alguns da seita dos fariseus, que haviam
crido. É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés“
(Atos 15.5).
Lucas não nos fornece detalhes do “grande debate” (15:7a) que se deu, mas
ele resume os discursos decisivos, feitos sucessivamente pelos três apóstolos
envolvidos: o apóstolo Pedro (15:7–11); o apóstolo Paulo apoiado por Barnabé
(15.12); e o apóstolo Tiago (15:13–21).
66
Pedro obedeceu a essa ordem quando pregou na casa de Cornélio. Ao ver os
gentios buscarem-no pela fé, o Senhor concedeu o “Espírito Santo a eles, como […]
concedera” aos judeus no Pentecostes. Naquela ocasião, Deus não exigiu que os
gentios fossem circuncidados. O fato de serem gentios não fez nenhuma diferença;
o Senhor purificou o coração deles pela fé.
Uma vez que Deus havia aceitado os gentios com base na fé, e não na
observância da lei, Pedro perguntou aos presentes: Por que colocar os gentios sob o
jugo da lei, “um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós?”. A lei
jamais havia salvado alguém. Seu ministério era de condenação, e não de salvação.
A lei revela o pecado, mas não salva do pecado.
67
seguintes palavras: “Expôs Simão como Deus primeiro visitou os gentios, a fim de
constituir dentre eles um povo para o seu nome” (15.14).
Assim, Tiago declarou que estava de pleno acordo com Pedro, Paulo e
Barnabé. A inclusão dos gentios não era uma ideia posterior de Deus, mas algo
predito pelos profetas. A citação de Amós 9.11–12 apenas indica uma das muitas
passagens do Antigo Testamento que prevê a salvação dos gentios (Gn 22.18; Sl
22.27; Is 9.2; 42.4; 45.22; 49.6; 60.3; Dn 7.14, etc.). As próprias Escrituras
confirmavam os fatos experimentados pelos missionários. O que Deus havia feito
através dos apóstolos conferia com o que Ele havia dito através dos profetas. Essa
concordância entre Escrituras e experiência, entre o julgamento dos profetas e o dos
apóstolos, era conclusiva para Tiago. Ele estava pronto para declarar o seu
julgamento — “Pelo que julgo…” (At 15.19).
As decisões da Igreja não devem ser tomadas pelo homem apenas; este deve
buscar a direção do Espírito Santo, mediante oração e jejum e a fidelidade à Palavra
de Deus até que a vontade divina seja claramente discernida (cf. At 13.2–4).
68
Paulo: “Não há judeu nem grego, não há servo nem livre, não há macho nem fêmea,
pois todos vós sois um em Cristo Jesus.”.
O apóstolo Paulo, não fez parte do grupo dos doze apóstolos que conviveram
com Cristo. Isso levantava certas suspeitas, pois como ele poderia ser apóstolo se
não era dos doze? Cedo surgiram as dúvidas sobre o seu chamado e seu
apostolado. Seria Paulo um intruso, um impostor que estava tentando desvirtuar a
verdadeira pregação evangélica? Tinha ele autoridade para pregar o Evangelho? A
vida e a obra de Paulo falam por si. De um fanático judeu a um dos maiores
expositores do Evangelho de Jesus.
c) Ele diz que foi "conquistado" por Aquele que ele perseguia (Fil. 3.2);
d) Timóteo diz que ele foi "inundado" pela suprema graça de Deus (1Tim.
1.14);
Ele havia resistido aos "aguilhões" que era ferramenta para amansar touros
(Atos 26.14). Ou seja: esses aguilhões foram suas provações, quanto mais ele se
69
opunha a Cristo mais se enfraquecia sobre as suas próprias convicções de
perseguição a Cristo. Cada vez mais ele entendia que mais vale servir a Deus do
que ao mundo.
Missão
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a) (Atos 11 e 12). Antes ele só conhecia o Deus religioso, agora ele conhece o
Deus presente, que se manifesta a todo aquele que crer. O segredo foi: uma nova
relação com Deus.
Trabalhos de Paulo
A Galácia era o nome dado ao território na zona setentrional do centro da
Ásia Menor onde os invasores gauleses se tinham estabelecido no terceiro século
antes de Cristo. O território da Galácia passou para as mãos dos Romanos no ano
25 a. C. Toda essa província incluía as seguintes cidades:
a) Antioquia,
b) Icônio,
c) Derbe e Listra.
Esta região também é aquela que Paulo solicitou um donativo para os pobres
de Jerusalém. 1Cor. 16.1.
Timóteo, era estimado pela comunidade, talvez por sua mãe e avó serem
judias. Após concluir seu trabalho ao lado de Paulo, Timóteo seguiu para a
Macedônia e juntou-se a Lucas (Atos 16.10).
71
ALGUMAS CIDADES DA ÉPOCA DE PAULO
Atenas
Éfeso
Cidade da Ásia Menor, às margens do rio Caístro. Era uma cidade livre,
centro da administração romana, habitada também por muitos judeus. A cidade de
Éfeso era muito famosa pelo templo de Artemis (Diana), riquíssimo em tesouro e
obras de arte. No livro de Atos é mencionado duas visitas de Paulo a Éfeso: Na
primeira, Paulo deixou Priscila e Áquila (o casal tinha sido obrigado a deixar Roma,
eles trabalhavam na confecção de tendas). A eles depois se juntaram a Apolo. Na
segunda vez, Paulo permaneceu ali por dois anos, acompanhando o ministério. Diz
a tradição que o apóstolo João ali viveu alguns anos antes de sua ida para Patmos.
Corinto
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mistura de ideologias e desequilíbrio socioeconômico em Corinto. Ou seja, a riqueza
e a miséria, a beleza e a desgraça, a cultura e a pobreza era a realidade de Corinto.
Descobriu que pregar em Corinto era algo desanimador. Como podia começar
o seu trabalho num lugar cheio de lama moral, lugar onde não se conhecia o
respeito às coisas de Deus?
73
SÍNTESE DAS ATIVIDADES DE PAULO
Resumo e síntese da corrida de Paulo e de sua vida compromissada com a
verdade de Cristo. Destacaremos um pouco do comportamento e das atitudes do
referido apóstolo em sua vida missionária:
74
EXPLICANDO MELHOR COM A PESQUISA
Para enriquecer seus conhecimentos sobre os assuntos discutidos neste
material de estudo, recomendamos que leia a matéria da Revista Ultimato, a
Edição de n° 340: O Espírito Santo em movimento nos Atos dos Apóstolos. Leia
também os artigos: Redescobrir os Atos dos Apóstolos. Os “sumários” da vida
cristã nos Atos dos Apóstolos: exegese bíblica e hermenêutica agostiniana
Guia de Estudo: Após a leitura dos textos, elabore um artigo de opinião expondo os
aspectos semelhantes e diferenças entre os textos lidos e qual a importância dos
mesmos para o estudo do Novo Testamento.
75
Leitura obrigatória
Guia de Estudo: Elabore um texto com base na leitura da obra referida fazendo
uma comparação com os assuntos estudados, bem como a contribuição significativa
para o estudo do livro de Atos na sua percepção.
76
Pesquisando na internet
https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/07/panorama-do-livro-de-atos-dos-
apostolos.html
Guia de Estudo: Após a pesquisa elabore um texto de opinião com base em suas
principais descobertas dando ênfase às reflexões que mais lhe chamaram atenção.
Compartilhe com seus colegas na sala virtual.
77
Saiba mais
Guia de Estudo: A partir das respostas organize uma linha do tempo sobre a vida
do apóstolo Paulo desde a conversão até seu combate final. Em seguida organize
em forma de portfólio; fique à vontade para ilustrar. Compartilhe as ideias com seus
colegas na sala virtual.
78
VENDO COM OS OLHOS DE VER
79
Sugestão de Vídeo 3: Programa Evidências: A vida do Apóstolo Paulo.
https://www.youtube.com/watch?v=jyKI-4OUtm0
https://www.youtube.com/watch?v=OG6AF0F-
F2o&list=PLcM6Fxk6sPmfEnWdE3NNAcoXUaibgz8i6&index=4
Guia de Estudo:
80
Revisando
Como vimos, o Livro de Atos é um livro extraordinário por seu conteúdo e
função que ocupa no cânon do Novo testamento. Lucas, seu autor, tem alguns
propósitos dos quais se destaca o de produzir uma obra que contribua com a
formação espiritual e teológica de Teófilo, bem como para todos que viessem a se
converter ao Evangelho de Cristo. É um livro histórico edificante que cumpre seu
propósito: dá aos que creem, informações preciosas para que aceitem a fé cristã.
Surge com convicções bem formadas, conhecendo como as coisas ocorreram desde
o princípio. Atos propõe uma espécie de história da Igreja primitiva, mas é evidente
que não se trata de uma história completa, porém resumida, suficiente para que os
que creem tenham certeza, convicção que a fé cristã não se trata de uma farsa, uma
invencionice, mas um movimento de origem divina.
81
Autoavaliação
1. Que evidências podem ser dadas para autoria de Lucas para o livro de Atos?
3. Que argumentos são usados para uma data mais tardia para o livro de Atos?
9. Como o livro de Atos pode ser usado para desfazer a falsa ideia de que Paulo
distorceu o Evangelho de Jesus e que não era aceito pelos outros apóstolos?
82
Bibliografia
FEE, Gordon D.; STUART, Douglas. Entendes o que lês? um guia para entender a
Bíblia com o auxílio da exegese e da hermenêutica. 3.ed. São Paulo: Vida Nova,
2011.
JENSEN, Irving L. Atos: estudo bíblico. São Paulo: Mundo Cristão, 1984.
KUMMEL, Werner Georg. Introdução ao Novo Testamento. 3.ed. São Paulo: Paulus,
2004.
MARSHALL, I.Howard. Atos dos apóstolos. São Paulo: Mundo Cristão, 1984.
83
Bibliografia Web
Vídeos
Vídeo 1: Filme História do Apóstolo Paulo (Shaul). Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=cONQs1DmKPw
Vídeo 2: Filme Atos dos Apóstolos Dublado Filme Completo – Raridade. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=Or1qIyQgVuw&t=5s
84
85
86