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Tradução Passion and Purity Elisabeth Elliot

(Paixão e Pureza)

Capa : Aprendendo a trazer (deixar) sua vida amorosa nas mãos de Deus.

Contra capa :
Nós sabemos que precisamos dedicar diariamente a Cristo todos os assuntos do coração e
esperar Nele. Mas muitas vezes é um processo doloroso e solitário que demora mais do que
queremos.
Em seu livro clássico Paixão e Pureza, Elisabeth Elliot abertamente compartilha sua história de
amor com Jim Elliot uma evidência de que ela esteve lá (no mesmo lugar que o leitor).
Por meio de cartas, anotações no diário e memórias, ela compartilha as tentações,
dificuldades, vitórias e sacrifícios de dois jovens cujo compromisso com Cristo tinha prioridade
sobre o amor um pelo outro (que tinha um pelo outro).
Esses vislumbres pessoais reveladores, combinados com o ensino bíblico relevante, irão
lembrá-lo de que sua paixão e desejo humano podem ser purificados por meio do fogo, Deus
pode purificar o seu amor. (Somente por meio do fogo de Deus o desejo humano e as paixões
podem ser purificados).

Pontos
Inclui orientação bíblica honesta sobre esses importantes assuntos do coração :
 Amar apaixonadamente enquanto permanece puro sexualmente
 Casar ou não, e quem é o certo
 O papel do homem e da mulher nos relacionamentos
 Colocando os desejos de Deus acima dos desejos pessoais
 O quão longe é ir muito longe, fisicamente

Em uma cultura obsecada por encontros, sexo e intimidade, a necessidade, a


necessidade da mensagem libertadora de Elliot é maior do que nunca.

Elisabeth Elliot Uma das escritoras cristãs mais receptivas e populares do século passado.
A autora de mais de vinte livros, incluindo busca pelo amor e os diários de Jim Elliot,
ofereceu orientação e incentivo a milhões de leitores em todo mundo.

Contra – capa : Paixão e Pureza


“ Não poderia ser mais oportuno, mais preciso”
- Ruth Bell Graham
“ Este livro é definitivamente para o homem, também”
Billy Graham

Texto segunda página: “ Arco-íris são feitos de luz solar e chuva. A luz solar que
transformou meu mundo em um esplendor de cores, foi o conhecimento do amor Jim
Elliot. A chuva foi o outro fato que ele me explicou quando nos sentamos na grama perto
da Lagoa - que Deus o estava chamando para permanecer solteiro. Talvez por toda a vida,
talvez até ter a experiência em primeira mão no lugar onde trabalharia como missionário
na selva. Os missionários mais velhos haviam lhe dito que os homens solteiros eram
necessários para tarefas que os casados nunca poderiam fazer. Havia algumas áreas onde
as mulheres não podiam ir. Jim acreditou na palavra deles e comprometeu -se a ser
solteiro pelo tempo que a vontade de Deus exigisse.”
Cinco anos se passaram antes que Jim Elliot soubesse que era vontade de Deus que ele e
Elisabeth se casassem. Durante esses cinco anos, ambos experimentaram os mesmos
sentimentos que você pode ter agora – solidão... ansiedade...
impaciência...esperança...medo do que está por vir combinado com a dor da separação.
Durante o tempo de espera no Senhor, ambos cresceram na fé e seu amor foi purificado.
Eles aprenderam muitas lições que Elisabeth Elliot agora compartilha com você. Você
também aprenderá a deixar seu coração descansar “ onde as verdadeiras alegrias são
encontradas.”

Prefácio:
Há um caminho perto da minha casa em que eu gosto de fazer caminhadas. Ele
serpenteia pela floresta e ao lado há um lago pontilhado com gansos do Canadá. Um
dia, depois de caminhar por quase dez minutos, percebi que estivera olhando
distraidamente para meus pés o tempo todo. Quando olhei para cima, parecia que o
mundo mudou de preto e branco para colorido. O céu era de um azul penetrante, as
folhas do outono nas árvores altas eram laranja, amarelo e vermelho brilhantes.  
Bobagem, não é? Aquela beleza me cercou e, em vez de aproveitar, estava olhando
para o meu par de tênis de má qualidade no asfalto preto.  
Compartilho essa história porque acho que ilustra uma tendência que temos quando se
trata de romance e relacionamento. Muitas vezes olhamos para baixo – fixamos os
nossos olhos nos tons monótonos do que queremos, precisamos ou merecemos de um
relacionamento. E, infelizmente, existem inúmeros livros prontos para alimentar essa
perspectiva errada. Eles prometem “auto capacitação” e oferecem conselhos
intermináveis para extrair até a última gota de autorrealização de um relacionamento.  
Felizmente para você e para mim, existem escritores como Elisabeth Elliot. O livro que
você está segurando conta uma história de amor comovente. É honesto. É prático. Mas,
mesmo quando aborda as reais questões e preocupações de homens e mulheres
solteiros, sempre levanta nosso olhar – acima de nossas preocupações imediatas, acima
de nossos anseios por companhia humana para o Criador que nos criou para si mesmo.
Há tantas maravilhas e belezas aguardando aqueles que verão o caminho dos
relacionamentos como uma chance de contemplar a bondade e a criatividade de Deus.
Este livro o ajudará a fazer isso.
Espero que você leia essas páginas de maneira diferente da que li antes. Eu tinha 16
anos e estava no meio de um namoro sério quando minha mãe me deu um exemplar
de Paixão e Pureza. Fiquei imediatamente desconfiado de subtítulo que dizia:
“Aprendendo a colocar sua vida amorosa sob o controle de Cristo.” Eu tinha certeza
que isso iria me dizer que eu não tinha permissão para beijar minha namorada (algo
que achei muito vital para minha felicidade na época). Então o que eu fiz? Decidi antes
mesmo de abrir a capa que discordaria de tudo o que ele dizia. Como minha mãe
agora brinca, li toda a “paixão”, mas pulei toda a pureza. Que erro!
Alguns anos depois, reli Paixão e Pureza e percebi que essa mensagem era exatamente
o que eu precisava ouvir no meio do meu namoro no colégio. Porque parecia tão
irrelevante? Porque não aprendi com ele na época? Porque decidi desde o início que
não iria ouvir.
Por favor, não cometa o meu erro. Por favor, leia este livro com humildade. Quando
você chegar a algo com que você acha que discorda ou com um padrão de pureza que
lhe pareça muito alto, peça a Deus que lhe dê a sua perspectiva. Continue lendo e peça
a ele para mudar seu coração se você estiver errado.  
Leia com oração. Não se trata apenas de informações ou técnicas para “pegar” um
conjugue. Está cheio de verdade e sabedoria. Como sua autora está impregnada da
palavra de deus. Leve o seu tempo ao ler quando sentir que Deus está enfatizando
algo, pare para ter comunhão com Ele. Peça a Ele para aprofundar sua fé e seu amor
por ele.
Deus usou este livro para mudar radicalmente minha atitude em relação aos
relacionamentos românticos. Se você ler com humildade e oração, acredito que pode
fazer o mesmo por você.  
Cinco anos atrás aos 21 anos, digitei às mãos trêmulas uma carta para Sra. Elisabeth
Elliot perguntando se ela estaria disposta a examinar o manuscrito de um livro que
escrevi “Eu disse Adeus ao Namoro. “(Desnecessário dizer que percorri um longo
caminho desde meu ponto de vista aos dezesseis anos). Reescrevi aquela carta pelo
menos três vezes. Em uma versão descartada, disse á Sra. Elliot que duvidava que
valesse a pena publicar meu livro, já que o dela era muito melhor. E porque eu a citava
incessantemente, sugeri que “simplesmente esqueça o meu livro e trabalhe para vender
o seu.”
Jamais esquecerei o dia em que recebi uma resposta de cartão-postal dela. Ela tinha
lido meu livro e disse que eu tinha feito um bom trabalho, que havia escrito um livro
valioso. Eu estava exultante. Ainda tenho aquela pequena nota gravada em meu diário.
Que honra para mim retribuir o favor e recomendar Paixão e Pureza a qualquer pessoa
que busque uma visão bíblica dos relacionamentos românticos. Esse livro é um clássico.
Foi escrito por um dos meus heróis.
Obrigado, sra. Elliot, por compartilhar sua história de amor pelo sr. Elliot e seu amor
pelo Salvador. Obrigada por escrever nas verdades da palavra de Deus para a minha
geração.  Por causa de sua fidelidade, muitos estão olhando para a beleza de nosso
grande Deus.  
Joshua Harris

O único lugar fora do céu onde você pode estar perfeitamente a salvo de todos os
perigos e perturbações do amor é o inferno.
C.s. Lewis – The Four Loves

Prefácio  
Na minha época, nós teríamos chamado de casos de amor ou romances. Agora eles
são cuidadosamente chamados de relacionamentos. A palavra amor tem caído em
tempos difíceis. Para muitas pessoas, significa nada mais nada menos do que ir para a
cama com alguém, não importa a que sexo o outro possa pertencer. Adesivos
substituem a palavra amor pela imagem de um coração vermelho e a aplicam a quase
tudo, qualquer pessoa ou lugar. Em algumas reuniões cristãs, as pessoas são
convidadas a se virar e olhar de frente para a pessoa ao lado, mesmo que seja
um estranho, e dizer, com um sorriso largo, e sem o menor traço de rubor: “Deus te
ama, e eu também”, e prove isso com um abraço de urso. Isso aparentemente faz com
que alguns deles se sintam bem. Talvez até os convença de que obedeceram ao
mandamento mais forte e mais difícil já imposto aos seres humanos: Ama alguém
como Cristo o amou. Não admira que as outras pessoas procurem alguma outra
palavra para descrever o que sentem por indivíduo do sexo oposto. É novo. É legal. É
realmente legal. É especial.
“O que é especial?” Às vezes me pergunto.  
“Bem, você sabe, esse tipo de relacionamento.”
“Qual relacionamento, exatamente?”
“Bem, eu não sei, você sabe, é tipo, quero dizer, é simplesmente muito legal.”
Uma professora de escola escreveu-me recentemente sobre uma “amizade crescente
com um homem com quem ela trabalhava. Ele tinha ido para um estado distante, e ela
se sentia muito sozinha incerta quanto ao futuro. Ela não tinha certeza de como o
relacionamento deles tinha sido,
era agora ou poderia vir a ser, mas, tendo pegado algumas partes de meus escritos
sobre questões do coração, ela queria saber mais.
“Quero saber um pouco o que você estava pensando, se me permitir. Quais eram os
sentimentos? O que se passava em sua mente? Suas emoções costumavam entrar em
conflito com seu pensamento? Se você pudesse reservar alguns minutos e escrever de
volta, eu o faria segure qualquer palavra de sabedoria que tenha.”
Claro que poupei alguns minutos. As cartas continuam chegando, bombardeando-me
com perguntas nesse sentido, sugerindo que a experiência de alguém de uma geração
diferente ainda pode ser um sinalizador. Aqui estão trechos de outras cartas:
“Estou escrevendo para você como uma jovem mulher, buscando da forma mais
honesta que sei, ser obediente a Deus, conhecer a sabedoria e o discernimento, ser
agradável e fiel e esperar nEle. Minha caminhada com Cristo é bastante solitária. Não
tenho o conhecimento da liderança espiritual de uma mulher mais velha que instrui a
mais jovem. Sei que você é uma pessoa serva e espero que possa responder.”  
Como deve uma mulher se comportar se um homem não está cumprindo seu papel?”
“Como vou saber se essa mulher é certa para mim?”
“Até onde podemos ir sem um compromisso de casamento? Até onde se temos
compromisso?”
“Qual é o nosso papel como mulheres solteiras esperando?”
“Você parece tão forte e inabalável em sua fé. Repetidamente digo a Deus que não
posso mais passar por isso. Eu desisto. Eu digo a ele que estou louco. Você nunca vacila
e sente que não pode continuar? Você nunca teve tempo de desistir?”
“Você lutou contra o desejo de estar com Jim todos os anos em que estiveram
separados?”
“Você lutou para ser solteira, mesmo quando seu coração ansiava por Jim?”
“Se Tom não tivesse entrado em minha vida, todos os meus pensamentos estariam
focados no Senhor. Não haveria conflito. Isso me incomoda – estou sozinho e choro
tão facilmente, quase como se meu coração estivesse se partindo. Isso faz parte do
plano de Deus.”
“Como você lidou com a impaciência de querer estar com o homem que você amava?”
Eu respondo todas as cartas que chegam. Eu me pego tentando colocar em palavras,
repetidamente, as lições que surgiram de minha própria experiência. Eu estive onde
esses homens e mulheres estão. Eu sei exatamente o que eles representam. Temo que
minhas respostas a eles muitas vezes pareçam cortantes e secas.  “Oh, ela é muito
teimosa. Ela tem simpatia. Ela é o tipo forte de qualquer maneira; ela nunca se
angustiou como eu. E a maneira como ela dá conselhos! Faça isso, não faça aquilo,
confie em Deus, ponto final. Eu não posso lidar com essas coisas. Eu ouvi as objeções.”
Eu também as ouvi. Nos refeitórios da faculdade depois de uma palestra que dei. Na
mesa onde estão folheando meus livros, sem saber que o autor estava sentado à sua
esquerda, com ambas as orelhas abertas.
Percebi que se colocasse essas coisas em um livro, elas não pareceriam tão precisas e
secas como deveriam em uma carta de uma página. Talvez eu deva contar o suficiente
de minha própria história para servir como prova de que estive lá. Eu poderia contar
sem pegajosidade? Sem parecer estar muito longe de pessoas cujo vocabulário é
diferente, mas cujos gritos despertam ecos claros dos
meus? Eu espero que eu possa. Mas, para fazer isso, devo correr o risco de uma
exposição indecente. Devo incluir meus próprios gritos e alguns de Jim, minhas
próprias fraquezas, minhas hesitações - não de forma alguma (se você soubesse o
quanto deixei fora!) Mas algumas amostras.
Portanto, o livro cresceu. São citadas cartas escritas para mim durante os cinco ou dez
anos. Meus próprios diários de trinta e cinco anos atrás. Cartas de Jim Elliot. Afirmações
referentes aos princípios aplicados.
A estrutura do livro é a história de cinco anos e meio amando um homem, Jim,
aprendendo as disciplinas da saudade, solidão, incerteza, esperança, confiança e
compromisso com Cristo – Um compromisso que exigia que, independentemente da
paixão que sentíssemos, deveríamos ser puros.
E, para ser franca, um livro sobre virgindade. É possível ama apaixonadamente e ficar
fora da cama. Eu sei. Conseguimos.
Nada tenho então a dizer aos que já estiveram na cama? Eu teria que enfiar a cabeça
na areia para imaginar que meus leitores solteiros são todos virgens. Aqueles que
entregaram a sua virgindade também escreveram para mim, alguns deles em
desespero, sentindo que estão para sempre banidos da pureza. Escrevo para eles dizer
que não há pureza em nenhum de nós, longe do sangue de Jesus. Todos nós, sem
exceção, somos pecadores e pecadoras, alguns de uma forma, outros de outra. Se eu
puder ajudar alguns a evitar o pecado, quero fazer isso. Se eu puder mostrar aos outros
que a mensagem do evangelho é a possibilidade de um novo nascimento, um novo
começo e uma nova criação, eu quero fazer isso.
A vida amorosa do cristão é um campo de batalha. Lá e em nenhum outro lugar, será
determinado quem é o Senhor: O mundo, o eu e o diabo ou o Senhor Cristo.
É por isso que corro o risco. Minha própria história de amor pode ser mais ou menos
interessante para alguns; o tipo de cartas “Querida Alby” e minhas respostas podem ser
divertidas; mas a principal preocupação é que os leitores considerem a autoridade de
Cristo sobre a paixão humana e ponham seus corações na pureza.
Na providência de Deus, tive três oportunidades para refletir e tentar praticar os princípios
sobre os quais escrevo aqui. Já fui casada três vezes: com Jim Elliot, morto por índios na selva
equatoriana; com Addison Leitch, morto por câncer; e Lars Gren, que está se sentindo bem no
dia em que estou escrevendo isto. O casamento com Lars tem durado quase seis anos, o que é
mais do que Jim ou Add, então ele diz que é o "favorito". Que ele me ultrapasse!
Não vou contar as histórias dos três. O segmento de Jim Elliot deve ser suficiente como
estrutura para o que quero dizer. Aqui está a cronologia desse segmento:
1947 - Nós dois somos estudantes no Wheaton College, Illinois. Ele visita nossa casa em Nova
Jersey no Natal.
1948 - Jim confessa seu amor por mim pouco antes de eu me formar.
Verão, eu em Oklahoma, ele viajando com uma equipe gospel. Sem correspondência entre
nós.
Outono, sua decisão de começar a escrever para mim quando eu for para a escola bíblica no
Canadá.
1949 - Jim se forma, volta para casa em Portland, Oregon. Eu estou trabalhando em Alberta,
então visito sua casa.
1950 - Jim em casa, trabalhando, estudando, preparando-se para o trabalho missionário. Eu na
Flórida. Passamos dois dias em Wheaton quando meu irmão Dave Howard se casou.
1951 - Nos encontramos novamente quando Jim veio para o leste para falar em reuniões
missionárias em Nova York e Nova Jersey.
1952 - Fevereiro, Jim parte para o Equador. Abril, embarco para o Equador. Passar vários
meses em Quito, morando com famílias equatorianas para aprender espanhol por "imersão".
Em agosto, Jim se muda para Shandia, na selva oriental, para trabalhar com os índios Quichua.
Em setembro, mudo-me para São Miguel, na selva ocidental, para trabalhar com os índios do
Colorado.
1953 - Janeiro, nos encontramos em Quito, Jim me pede em casamento. Noivado anunciado.
Em junho, mudo-me para Dos Rios, na selva oriental, para começar a estudar Quichua,
cumprindo a condição de sua proposta: "Não me casarei com você até que aprenda." 8 de
outubro, casamos em Quito.
1995 - Nasce a filha Valerie.
1956 - 8 de janeiro, Jim morre por Auca Spears.

Introdução

Na pilha de correspondência que aguardava minha volta para casa, havia um bilhete dizendo
que Lars Gren havia telefonado e se eu gostaria de retornar a ligação.
Agora, Lars é uma das minhas pessoas favoritas, casado com outra favorita, Elisabeth Elliot.
Então eu liguei. Elisabeth respondeu, surpresa por Lars ter me ligado, sem saber do que se
tratava.
"Você está trabalhando em outro livro?" Eu perguntei a Elisabeth. Ela respondeu que havia
acabado de terminar um, Paixão e Pureza.
Achei que não poderia ser mais oportuno, mais preciso, e disse a ela que estava ansioso para
lê-lo.
Quando Lars ligou de volta - eu ri ao saber, sem dizer nada a Elisabeth - ele se perguntou se eu
estaria disposto a ler o manuscrito, dizendo que entenderia se eu estivesse muito ocupado.
Quando você está tão interessado em um assunto, você se sente privilegiado por ter uma
prévia, e eu disse isso ao Lars.
Hoje o manuscrito chegou e sentei-me para dar uma olhada.
Desde o início prendeu minha atenção. Não era isso que eu esperava. Oh, eu sabia que tudo o
que Elisabeth tinha escrito valeria a pena ser lido e relido, mas este é um livro sobre como
colocar a vida amorosa sob a autoridade e senhorio de Jesus Cristo. Elisabeth tornou-o
calorosamente pessoal, apoiando seu tema com memórias, diários e velhas cartas de amor
para Jim Elliot. Ela escreve com pungência e contenção. Entremeado por ele estão palavras
ricas e diretas da Bíblia, belos hinos antigos, citações de autores favoritos - cada um tão
apropriado porque atendeu a uma necessidade viva. Não o larguei antes de terminar.
Pensei na confusão dos jovens cristãos de hoje (e também mais velhos), assim como não-
cristãos, e desejei que todos pudessem compartilhar a história de amor de Elisabeth e Jim
Elliot - uma bem-sucedida (embora breve) "órbita no espaço", porque eles seguiram as
orientações de Deus explicitamente. "A melhor maneira de mostrar uma vara torta", alguém
disse, "é colocar uma reta ao lado dela."
Então, em meio ao pensamento torto de hoje, Elisabeth Elliot Gren surgiu com uma vara reta.
E uma bela e inesquecível.
Ruth Bell Graham

Capítulo 1 Eu Senhor? Solteiro ?

Não havia muita vista da janela. O destaque eram as latas de lixo atrás do refeitório. As janelas
fechadas também não excluíam o estrondo das coletas matinais, nem os eflúvios (1) nocivos
da comida do dia. Mesmo assim, fiquei feliz por ter aquele quartinho. Este era um simples, o
que eu queria e finalmente consegui quando estava no último ano da faculdade. Tinha uma
cama, uma escrivaninha, uma estante de livros e, no canto da janela, uma escrivaninha com
uma cadeira reta e um abajur. Um lugar de solidão e silêncio, um "armário" do tipo que Jesus
disse que deveríamos entrar para orar.
Fiz meus estudos e algumas orações na escrivaninha. Havia bordos e um velho olmo(2) atrás
das latas de lixo, e muitas vezes me distraía com a multidão (o bando? os saltadores ?) De
esquilos que viviam ali. Observei-os se preparando para o inverno, rasgando para cima e para
baixo, transportando provisões freneticamente, repreendendo, tagarelando, sacudindo o rabo.
Observei as folhas de bordo mudarem de cor e no outono vi a chuva colá-las na calçada preta.
Eu assisti a neve cair sobre aquelas árvores e latas.
Não é nada difícil me colocar de volta na cadeira daquela mesa. Quando me sento em uma
mesa diferente agora e leio cartas de jovens perplexos, volto a ser aquela garota que olhava
para a neve. O que eu usava não era muito diferente do que eles usam agora - os estilos vêm
com facilidade em trinta e cinco anos. Eu tinha duas saias, três suéteres e algumas blusas, que
fiz o possível para misturar e combinar para que parecesse estar usando roupas diferentes. As
quartas-feiras eram fáceis. Todos na classe do último ano usavam o mesmo blazer de lã azul
com o emblema da faculdade costurado no bolso do peito.
Meu cabelo me deu um tempo terrível. Era loiro, não tinha a menor curvatura e crescia cerca
de três centímetros por mês. Teria sido fácil usá-lo comprido e reto, mas isso era impensável
na época. Meus cachos eram todos um "trabalho de acondicionamento". Eu poderia pagar
apenas uma permanente por ano. No meio desse tempo, eu confiava no velho sistema pin-
curl, enrolando fios de cabelo em volta do meu dedo todas as noites antes de ir para a cama,
prendendo-os com um grampo.
Se eu não pudesse fazer muito com meu cabelo, poderia fazer menos com meu rosto. Como a
maioria das garotas, eu gostaria de ser bonita, mas parecia fútil mexer muito com o que havia
recebido, além de usar um toque cauteloso de batom claro (algo chamado Tangee, que
custava dez centavos) e um punhado de pó no nariz .
Eu precisava daquele quarto minúsculo e aconchegante naquele ano, talvez mais do que
nunca. Algumas questões que dariam o rumo à minha vida deveriam ser resolvidas. Durante o
verão anterior, terminei de orar para saber se deveria ou não ser missionária. Eu seria . Depois
do que meus amigos Plymouth Brethren (3), chamariam de exercício e do que as pessoas
agora chamariam de luta, estava finalmente claro. A luta não era sobre qualquer relutância em
cruzar o oceano ou viver sob um teto de palha, mas sobre se isso era ideia minha ou de Deus e
se eu deveria ser uma cirurgiã (eu adorava dissecar coisas) ou uma linguista. Cheguei à
conclusão de que foi Deus quem chamou e o chamado foi para a linguística. Eu pedi segurança
ao Senhor e a obtive, então foi isso.
Mas havia outro assunto de negócios de forma alguma concluído . Esse foi aquele para o qual
Deus sabia que eu precisaria de um "armário". Tratava-se de ficar sozinha - pelo resto da
minha vida. Eu estava dizendo "Eu, Senhor? Solteira?" Pareceu surgir entre mim e meus livros
didáticos de grego quando me sentei à escrivaninha, entre mim e minha Bíblia quando tentei
ouvir Deus falando. Foi um obstáculo às minhas orações e motivo de sonhos recorrentes.
Falei muitas vezes sobre isso com Deus. Não me lembro de ter mencionado isso a ninguém por
muitos meses. As duas que dividiam a suíte da qual meu quarto era um terço não eram do tipo
muito popular de quem eu teria inveja. Eram meninas caladas e sensatas, alguns anos mais
velhas do que eu - uma formada em música que passava a maior parte do tempo praticando
órgão no conservatório, a outra uma ex-WAVE (o braço feminino da Marinha) que era
especialista em tricô argyle (4) de meias. As duas, na verdade, produziram incontáveis pares de
meias e luvas e os despacharam para algum lugar pelo correio. "Quando você coloca uma
agulha na mão", Jean me disse um dia, "você simplesmente se perde, não é?" Comparado com
aquelas duas, eu estava.
Depois da faculdade, Jean casou. Bárbara ainda estava solteira. Não tenho memória de
qualquer discussão com elas sobre amor e casamento (embora devamos ter tido algumas),
mas estou perfeitamente certa de que para nós três ser solteira significava uma coisa:
virgindade. Se você fosse solteira, não tinha estado na cama com nenhum homem. Se você
fosse permanentemente solteira, nunca teria estado na cama com nenhum homem.
Isso foi há cem anos, é claro. Mas mesmo há cem anos, qualquer pessoa que acreditasse
seriamente nisso e agisse em conformidade seria vista com estranheza por muitas pessoas.
Talvez estivéssemos em minoria. Não posso ter a certeza sobre isso. Certamente a maioria
professou acreditar que a atividade sexual era melhor limitada aos maridos e esposas, quer a
sua vida privada demonstrasse ou não esta convicção. Agora, no entanto, no início do século
XXI, os tempos mudaram, dizem-nos eles. Durante milhares de anos, a sociedade dependia de
uma certa aparência de ordem em matéria de sexo.
Um homem tomou uma esposa (ou esposas) de alguma forma prescrita regularmente e viveu
com ela (ou com elas) de acordo com regras reconhecidas. Ele "brincava" com as esposas de
outros homens apenas por sua conta e risco. Uma mulher sabia que possuía um tesouro sem
preço, a sua virgindade. Ela guardava-o zelosamente para o homem que pagaria um preço por
ele - compromisso de casar com ela e só com ela. Mesmo em sociedades onde a poligamia era
permitida, as regras governavam as responsabilidades dos cônjuges, regras das quais dependia
toda a estabilidade da sociedade.
De alguma forma ficamos então com a ideia de que podemos esquecer todos os regulamentos
e safar-nos. Os tempos mudaram, dizemos nós. Estamos "libertados", finalmente, das nossas
inibições. Agora temos o Sexo e a Moça Solteira. Temos liberdade. Podemos, de fato, "ter tudo
e não ficar viciados". " As mulheres podem ser predadoras se o desejarem, assim como os
homens. Os homens não são homens, a menos que o tenham provado seduzindo o maior
número possível de mulheres - ou o maior número possível de homens, pois agora podemos
escolher de acordo com a "preferência sexual". Podemos ir para a cama com os do sexo
oposto ou com os do nosso próprio sexo. Isso não importa. Uma mera questão de gosto, e
todos nós temos "direito" aos nossos gostos. Todos são iguais. Toda a gente é livre. Já ninguém
está suspenso ou precisa de negar nada a si próprio. De fato, ninguém deve negar a si próprio
nada do que quer de errado - é perigoso. É insalubre . É doentio. Se se sente bem e não o faz, é
paranoico. Se não se sente bem e se o faz, é masoquista.
A razão pela qual eu e as minhas colegas de quarto acreditávamos que ser solteiro era
sinônimo de virgindade não era o fato de sermos estudantes colegial há cem anos atrás,
quando todos acreditavam nisso. Não era que não tivéssemos o conhecimento de nada
melhor. Não era que fôssemos demasiado ingênuas para termos ouvido que as pessoas
cometessem adultério e fornicação há milênios. Não era que ainda não fôssemos libertados ou
mesmo que fôssemos simplesmente estúpidos. A razão é que éramos cristãos. Prezávamos a
santidade do sexo.
Sentei-me àquela mesa junto à janela e pensei longa e duramente sobre o casamento. Eu sabia
o tipo de homem que queria. Ele teria de ser um homem que valorizava a virgindade - tanto a
sua como a minha - tanto quanto eu.
O que é que as mulheres querem hoje em dia? O que é que os homens querem? No fundo. O
que é que eles realmente querem? Se os tempos mudaram, será que os anseios humanos
também mudaram? Que tal princípios? Será que os princípios cristãos mudaram?
Digo não às últimas três perguntas, um enfático não. Estou convencido de que o coração
humano anseia por constância. Ao perdermos a santidade por meio do sexo causal,
indiscriminado por "fazer ou" e "dormir por aí", perdemos algo sem o qual não podemos
passar bem. Há monotonia, monotonia, tédio puro em toda a vida quando a virgindade e a
pureza já não são protegidas e valorizadas. Ao tentar agarrar a realização em todo o lado, não
a encontramos em lado nenhum.

Capítulo 2 : A vida que Devo

Um jovem pregador britânico chamado Stephen Olford falou na capela de nossa faculdade por
uma semana. Duas coisas que ele disse permaneceram comigo: Ele citou o Cântico de
Salomão: "Eu vos ordeno, ó filhas de Jerusalém, que não pertubeis, nem acordeis o amor até
que lhe agrade." Ele interpretou isso como significando que ninguém, homem ou mulher,
deveria ficar agitado sobre a escolha de um companheiro, mas deveria estar "adormecido" por
assim dizer, na vontade de Deus, até que Lhe agradasse "acordá-lo". A outra coisa que ele
insistiu foi que devemos manter um diário espiritual. Decidi seguir seu conselho nas duas
coisas.
Comprei um pequeno caderno marrom de folha solta, quase exatamente do tamanho da
minha pequena Bíblia com capa de couro marrom, que recebi de meus pais no Natal de 1940.
Mantive-o sempre junto. Escrevi na folha de rosto do caderno as palavras gregas que
significam "Para mim viver é Cristo ..." Na primeira página, copiei uma estrofe do hino de
Annie R. Cousin, extraída das palavras de Samuel Rutherford:
Ó Cristo, Ele é a fonte,
O poço profundo e doce de amor!
Os riachos na terra Eu provei
Mais profundamente beberei acima:
Lá para a plenitude do oceano
Sua misericórdia se expande,
E glória, glória habita
Na terra de Emanuel.

Chamei o caderno de "Ômer de Maná", tirando a ideia de Êxodo 16:32 "E Moisés disse: Isto é o
que o Senhor ordena: Enche um Ômer dele para ser guardado por vossas gerações; para que
muitos vejam o pão com que te alimentei no deserto, quando te tirei da terra do Egito. "

"Senhor, o que é amor?"


...Deus é amor; e aquele que habita em Deus ...
1 João 4:16
Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.
João 15:12
"Pai, como isso é possível?"
... O amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos é dado.
Romanos 5: 5
Ó amor, que não me deixes ir;
Eu descanso a minha alma cansada em ti;
Eu te devolvo a vida que devo,
Para que nas profundezas do oceano
Seu fluxo possa ser mais rico, mais completo.
George Matheson

"Eu te devolvo a vida que devo" - devo? Por que devo? É minha vida, não é?
“Esqueceste-te que o teu corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em ti e é um presente
de Deus para ti, e que não és dono do teu próprio corpo?
O bom senso do destino: Alguém pagou por mim com sangue. Como o conhecimento eleva
minha visão além do desejo ardente do momento!

Mas agora esta é a palavra do Senhor,


a palavra do teu criador, ó Jacó,
daquele que te formou, Israel:
Não temas; pois eu paguei o seu resgate;
Eu chamei você pelo nome e você é meu.
Lá meu destino está definido: ser criado, moldado, resgatado, chamado pelo nome. O que era
verdade para Israel é verdade para o cristão que é um "filho de Abraão" pela fé.

Quando você passa por águas profundas, Eu estou com você;


quando você passa por rios,
eles não o levarão embora;
caminhe pelo fogo e você não será chamuscado,
pelas chamas e elas não o queimarão.
Pois eu sou o Senhor vosso Deus,
o Santo de Israel, vosso libertador ...

Uma jovem veio a mim há vários anos para perguntar: "Tudo bem dizer a Deus que serei
missionária se Ele me der um marido?"
Eu disse não. Ela ainda não havia entendido Suas reivindicações. Estamos em posição de
barganha com nosso Criador, Redentor, o Santo? "... Não foi nada perecível, como ouro ou
prata, que comprou a sua liberdade da loucura vazia de seus caminhos tradicionais. sangue ...
o sangue de Cristo.
1 de março de 1948 - “Assim não nos afastaremos de ti: vivifica-nos, e invocaremos o teu
nome. Volta-nos novamente. Ó Senhor Deus dos Exércitos, faze brilhar o teu rosto; e seremos
salvos.” Salmo 80: 18,19

Em tua testa vemos uma coroa de espinhos,


gotas de sangue em teu rastro.
Oh, proíba isso devemos sempre nos fazer voltar.
Amy Carmicahel
"Índia"

Senhor, eu disse o eterno Sim. Nunca me deixe, depois de colocar minha mão no arado, olhar
para trás. Endireite o caminho da Cruz diante de mim. Dê-me amor, para que não haja espaço
para um pensamento ou passo rebelde.

Capítulo 3: A paixão é um campo de batalha

A confusão que se seguiu às minhas orações sinceras não me surpreende agora. Se existe um
Inimigo das Almas (e não tenho a menor dúvida de que existe), uma coisa que ele não pode
suportar é o desejo de pureza. Consequentemente, as paixões de um homem ou mulher se
tornam seu campo de batalha. O amante das almas não impede isso. Fiquei perplexo porque
parecia que Ele deveria evitar, mas Ele não o faz. Ele quer que aprendamos a usar nossas
armas.
Alguns exemplos de meu diário do ano anterior ilustram a confusão em que eu estava e
fornecem, infelizmente, um esboço mais preciso do que eu era melhor do que a memória me
levaria a desenhar.
2 de fevereiro de 1947 - Anseio por alguém para amar, mas talvez o Senhor me queira apenas
para ele.
3 de fevereiro - Sara Teasdale. "Por que estou chorando depois do amor?"
16 de fevereiro - Hal sai com minha colega de quarto e espera por mim mais tarde.
17 de fevereiro - Hal me leva para casa. Realmente não quero sair com ele.
18 de fevereiro - Phil me chamou para sair. Recusei.
21 de fevereiro - Hal teve cinco encontros com minha colega de quarto na semana passada. Eu
não tive muitos com ele ao todo.
22 de fevereiro - Hal me levou do correio para casa. Escrevi um poema inspirado na
inconstância dos casais ao meu redor. Devo terminar oficialmente com Hal, pedir um
confronto, apenas deixá-lo resolver isso?
8 de março – Aceitei ir a um encontro com Hal para um show.
9 de março – Cancelei o encontro, disse a Hal que devemos parar de namorar. Ele disse que
nunca haveria mais ninguém.
10 de março - Eu fui precipitado?
11 de março - Devo me desculpar?
12 de março - Desejei não ter cancelado o encontro.
14 de março - Tentei vê-lo.
17 de março - Falei, devolvi presentes, agradeci por tudo o que havia feito. Saudades dele.
23 de março – conheci Jim Elliot. Boa conversa. Cara maravilhoso.
1 ° de julho - De vez em quando penso em ser solteira ... Deus certamente pode me dar vida
abundante. Que eu nunca me desvie.
26 de outubro - Li sobre Henry Martyn da Índia, que teve que escolher entre a mulher que
amava e o campo missionário. Devo escolher entre casamento e missão?
27 de outubro - Elisabeth Clephane: "Não peço nenhum outro raio de sol senão o brilho do Seu
rosto."
11 de novembro - Preocupado com o futuro trabalho de tradução, casamento, ensino de grego
no próximo ano. Minha mente não "permaneceu Nele" (ver Isaías 26: 3)

Um dia, uma amiga no dormitório perguntou-me como era a minha vida amorosa. 
"A vida amorosa? Mas eu não tenho nenhuma".
"Vá lá. Ouvi dizer que cancelou um encontro com Hal".
"Você chama isso de vida amorosa?"
"Você sabe o que quero dizer. Você tem uma escolha, pelo menos".
"De certa forma, talvez".
"E não te vi sair com o Phil na semana passada?"
"Phil, você sabe porque ele me convidou".
"Não".
"Membro do Bachelor's Club". Tem de convidar uma garota diferente todas as
semanas, de preferência uma que nunca foi convidada. Lisonjeador, não é?"

Hal , Phil, e algumas outras. Um par de rapazes que tinham demonstrado interesse em
mim no colégio ainda estavam por perto. Nenhum deles se parecia em nada com o
marido com quem eu sonhava. 

Se os tempos mudaram, não vejo sinais de que a confusão tenha diminuído. As


mulheres continuam a sonhar e a ter esperança, a depositar as suas emoções em
algum homem que não retribui, e acabam em confusão. Uma moça escreveu-me do
Texas, páginas e páginas sobre como o seu primeiro caso amoroso não deu em nada
e como depois conheceu outro, um verdadeiro barco de sonho (ou o que quer que seja
o equivalente de hoje) chamado Skip. 

Na breve conversa que tivemos, eu sabia que ele era muito especial. Pude dizer que
ele tinha uma caminhada íntima com o Senhor. Enquanto eu e a minha colega de
quarto regressávamos do jantar, ela murmurava algo sobre Skip ser muito simpático, e
eu dizia ao Senhor: "Eu fico com este, obrigada". Duas semanas depois ele convidou-
me para sair. Era 4 de Julho, e íamos assistir aos fogos de artifício, mas choveu e
acabamos no Little Sambo's bebendo café e conversando durante cinco horas.
Quando finalmente fomos para casa, nos sentamos e falamos durante algum tempo
com a minha colega de quarto e o seu namorado, depois Skip me pediu para ver as
minhas obras de arte, e falamos mais um pouco. Às 2:00 da manhã, quando
finalmente decidimos encerrar o dia, Skip disse: "Vamos orar". Acho que é seguro
dizer que nesta altura eu estava definitivamente encantada. Penso que é seguro dizer
que nesta altura estava definitivamente encantada. Para mim, isto foi o começo de
uma das experiências mais agonizantes que já tive. Começamos a namorar com um "
trabalho pesado", depois Skip começou a poupá-lo. Demorei os últimos três meses a
tirá-lo da minha cabeça. Ainda o amo tanto como sempre o amei, mas já não dói
mais. 

As histórias tornam-se muito familiares. Na da mulher, sempre o antigo desejo - "E o


seu desejo será de um marido" - a inextinguível esperança de reconhecimento, de
proteção de uma correspondência. Na história do homem, sempre a inquietude de
vaguear, experimentar, conquistar, ainda que por dentro haja um : 

A fome não do tipo do estômago, que é eliminada com bacon e feijão, 


Mas a fome roedora de homens solitários por um lar e tudo o que isso significa;
Por um incêndio longe dos cuidados que são, quatro paredes e um telhado acima;
Mas oh! tão cheio de alegria aconchegante, e coroado com o amor de uma mulher. 

 Robert Service

Com a perspectiva dos anos, acho fácil maravilhar-me com as minhas próprias tolices
quando tinha vinte anos. Escuto agora as histórias contemporâneas de amor
esperadas, ganhas e perdidas, e lembro-me que foi nestas questões do coração que o
meu próprio coração foi peneirado e vasculhado, desmascarado, o processo de
purificação começou. 
"Bem-aventurados os puros de coração: porque verão Deus".
Deve a visão custar tanto? Não é o coração puro o suficiente que não tem mais do que
a medida habitual de astúcia, cobiça consciente, ou perversidade? Não era suficiente
que eu honestamente desejasse amar a Deus e fazer o que Ele queria?
Nunca esqueci a manhã quando o reitor dos estudantes, Dr. Charles Brooks, terminou
sua mensagem na capela com as palavras de uma velha canção evangélica. Ainda
consigo ver o seu humilde comportamento, ouvir a sua voz silenciosa:

Uma coisa que eu do Senhor desejo, pois toda a minha vida tem sido -  
Seja pela água ou pelo fogo, Oh, faça-me limpo, Oh, faça-me limpo!
Portanto, lava-me agora, por fora, por dentro, ou purifica-me com fogo, se isso tiver de
ser, 
Não importa como, se apenas o pecado se extinguir em mim, extinguir em mim.

Capítulo 4 - Afeições Desregradas

O Livro de Oração Comum contém " coleções", que são pequenas orações compostas
por ideias reunidas ou "coletadas" da leitura do dia. A do quinquagésimo domingo da
Quaresma é esta:

Deus Todo-Poderoso, só tu podes pôr em ordem as vontades e afeições desregradas


dos pecadores: Concede ao teu povo a graça de amar o que ordenas e desejar o que
prometes; para que, entre as rápidas e variadas mudanças do mundo, os nossos
corações possam certamente ser fixados onde se encontram as verdadeiras alegrias;
através de Jesus Cristo nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito
Santo, Um Deus único, agora e para sempre. Amém. 
Tinha lido a minha Bíblia, creio, com muita fidelidade, quase todos os dias durante o
ensino médio e a faculdade. Antes disso, se eu própria não a lia sempre, ouvia-a ser
lida em casa pelo meu pai, tanto de manhã como à noite. Não foi necessária uma
compreensão especialmente profunda da Bíblia para saber que eu não chegava a
estar à altura dos seus padrões. À medida que me fui tornando mulher e comecei a
aprender o que estava no meu coração, vi muito bem que, de todas as coisas difíceis
de governar, nenhuma era maior do que a minha vontade e sentimentos. Eram
indisciplinados ao extremo, como atestam as entradas do diário.
Pôr qualquer coisa em ordem - um quarto desarrumado, um cavalo selvagem, uma
criança obstinada - envolve alguma diligência. São necessários pelo menos tempo e
energia. Talvez até esforço, labor, sacrifício, e dor. A resposta à oração acima referida
- a colocação em ordem das nossas vontades e afetos desregrados - irá nos dar
alguma coisa.

Pegue o meu amor - meu Deus, eu derramo


A Seus pés a sua loja de tesouros. 
Francis Ridley Havergal

É fácil cantar um hino junto com a congregação na igreja. Muitas vezes tinha cantado
um hino, sem saber o que significaria para mim. Não digo que o cantei de forma
fluente, mas a minha sinceridade tinha de ser provada de alguma forma.
Havia um estudante no campus que eu estava notando cada vez mais desde esse dia,
em Março do meu ano de juniores, quando me encontrei e conversei com ele. O meu
irmão Dave estava me incentivando a me familiarizar com ele desde então, sem muito
sucesso. Ele e o Dave estavam no pelotão de luta livre, por isso fui a um combate,
pretensiosamente para observar o Dave.  Encontrei-me a rir com a multidão por causa
de Jim Elliot, o "homem da Índia-borracha", que podia ser amarrado em nós e não
podia ser apanhado. Reparei no Jim na Irmandade das Missões Estrangeiras - sério,
empenhado no serviço missionário, franco (especialmente para aqueles que não
estavam particularmente preocupados com as missões). Percebi-o de pé em linhas de
refeitório com pequenas cartas brancas na mão, memorizando verbos gregos ou
versos das Escrituras. Escutei o seu nome ser lido semestre após semestre, em
convocação de honra. Finalmente, Dave convidou Jim a vir conosco para casa em
Nova Jersey para o Natal. Tivemos longas, longas conversas depois de a família ter
ido para a cama. Quanto mais Jim falava, mais eu via que ele encaixava a imagem do
que eu esperava do meu marido. Ele adorava cantar hinos, e as dúzias que conhecia
de cor. Ele adorava ler poesia, adorava lê-la em voz alta. Ele era um verdadeiro
homem, forte, largo, não perturbado, amigável, e eu pensava, muito bonito. Ele amava
a Deus. Essa era a suprema dinâmica da sua vida. Nada mais importava muito em
comparação.
Ele era estudante de grego, e eu também. Depois do Natal comecei a esperar que ele
se sentasse ao meu lado nas aulas de vez em quando. E assim foi. Sentava-se ao
meu lado frequentemente, mesmo quando por vezes tinha de tropeçar noutras
pessoas para conseguir o lugar. Era possível ... ? Poderia ele ser interessado...? As
minhas esperanças aumentaram, mas cada vez mais timidamente.

Domingo de manhã no refeitório. Como muitos estudantes saiam do campus aos fins-
de-semana e muitos dos que ficavam não se levantavam para o café da manhã aos
domingos, todos comiam num refeitório em vez de em três. Esta era a minha única
oportunidade de ver Jim numa refeição, uma vez que ele estava em "Lower Williston",
onde os preços eram mais baixos e, costumávamos dizer com a língua na bochecha,
depois as pessoas se humilhavam. Eu estava sentada com um grupo de moças em
"Upper", apenas terminando as minhas panquecas, quando olhei para a porta. Jim
entrou. Ele me chamou a atenção e me deu um largo sorriso. Eu flutuei durante o resto
do dia. Jim Elliot tinha sorrido para mim.
Uma viagem da equipe evangélica a Indiana. Jim organizou-a e escolheu três homens
e duas mulheres para a viagem. Eu era uma delas, e fomos de carro para casa muito
depois da meia-noite. Jim disse que precisaria de alguém para se sentar ao seu lado,
que não estivesse com sono e que pudesse falar para o manter acordado. 
"Que tal você, Beth?", disse ele, e o meu coração gritou. Eu, dorminhoca?
Falamos dos acontecimentos do dia, das crianças que tinham respondido às nossas
missões durante as conferências, e suponho que outras coisas. Já me esqueci. Em
seguida, Jim recitou de memória vinte e uma estrofes do hino de Rutherford, "As
Areias do Tempo Estão a Afundar-se". Havia o "meu" verso, aquele copiado para o
Omer do Maná: 

" Ó Cristo, Ele é a fonte, o poço profundo e doce do amor. ..."

Uma noite, a campainha tocou no meu andar. Isto significava uma chamada telefónica
para alguém lá em baixo, mas quase nunca era eu. 
"Howard!" alguém gritou. (Naqueles dias, nos chamávamos muitas vezes por
apelidos).
Fui até ao salão e peguei o telefone. 
"Bett? Jim. Que tal um encontro de Coca-Cola no Stupe? Gostaria de falar com você".
"Claro. Agora?
" Já vou".
Nos sentamos numa cabine no Stupe, apelido para o centro de recreação estudantil.
Jim deu sua palavra, depois optou pela sua Bíblia. Esqueci da referência, mas lembro-
me da conversa. Era sobre as minhas dúvidas. O Jim repreendeu-me como uma "irmã
em Cristo", exortou-me a ser mais aberta, mais amigável.  Cristo podia tornar-me mais
livre, se eu O tivesse deixado. 
Fiquei um pouco magoada. Mas fiquei contente por ver a franqueza de Jim, contente
por eu ser importante para ele, suficientemente importante para ele me dizer a
verdade com fidelidade. Outro item da minha "lista de verificação" - este era o tipo de
homem que eu procurava.
Ao pedir ao Senhor que me desse algum serviço cristão específico, soube que um
grupo de estudantes ia regularmente a Chicago no domingo para falar de Cristo às
pessoas nas estações ferroviárias. O que poderia ser mais assustador? 
Lembrando as exortações de Jim no Stupe, me determinei a não ficar assustada. Faça
a alguma coisa com medo, eu disse a mim mesmo. Quando cheguei à estação de
Wheaton para pegar o trem para Chicago no domingo à tarde seguinte, o qual deveria
estar andando para cima e para baixo da plataforma ao vento, enquanto Jim Elliot,
com sobretudo voando aberto, chapéu fedora num ângulo irregular na parte de trás de
sua cabeça, Bíblia grande debaixo do braço. Ai de mim. Eu não tinha idéia de que ele
era um dos integrantes do grupo. Ele certamente pensaria que eu estava atrás dele,
mas eu mal podia recuar agora. 
Nenhum de nós se sentou junto no trem. Esperávamos conversar com estranhos no
caminho. O encontro que tivemos em grupo foi em reuniões semanais de oração no
campus. Um domingo, estando os carros quase vazios na viagem de volta, Jim jogou
sua Bíblia no seu assento ao meu lado enquanto tirava seu casaco e seu chapéu. O
calor e os calafrios subiram pela minha coluna. 
"Como foi isso, Bett?", perguntou ele. Conversamos até Wheaton, e ele caminhou até
o dormitório comigo. Nada do que dissemos ficou comigo e esperava uma impressão
geral de incentivo. Talvez ele tenha visto que eu tinha escolhido o que era mais difícil.
Ele saiu com uma brisa: "Vejo você na aula de grego".
Cada um dos participantes reforçou a suspeita de que eu poderia estar me
apaixonando por este homem. Um sentimento delicioso, mas não muito sensato para
uma mulher tentando seguir um rumo direto para o campo de missão, que, pensei, era
suposto ser a África ou os Mares do Sul.
Precisamente como é que se derramou aos pés de Deus o "tesouro" do próprio amor?
Bem, eu prometi a mim mesma, eu vou descobrir quando realmente me apaixonar.
Ainda não existe tal envolvimento.

Capítulo 5 - Deus Quer Tudo?

Deus peneirou o coração dos homens no tempo do Antigo Testamento.

A ocasião em que Deus pôs Abraão à prova. "Abraão" foi chamado, e Abraão
respondeu: "Aqui estou eu". Deus disse: "Pegue seu Filho Isaac, seu único filho, a
quem você ama, e vá para a terra de Moriah". Lá você o oferecerá como um sacrifício
em uma dos montes que eu lhe mostrarei". Então Abraão levantou-se de manhã cedo
e selou seu jumento... e partiu...

Deus ainda estava peneirando os corações no tempo do Novo Testamento: 

...Um homem veio e lhe perguntou: "Mestre, que bem devo fazer para ganhar a vida
eterna"...Jesus lhe disse: "Se você deseja ir até o fim, vá, venda seus bens e dê aos
pobres, e então você terá riquezas no céu; e venha, siga-me".

Nenhum homem é digno de mim se cuida mais do pai ou da mãe do que de mim;
nenhum homem é digno de mim se cuida mais do filho ou da filha; nenhum homem é
digno de mim que não pega sua cruz e caminha nas minhas pegadas. Ao ganhar sua
vida, um homem vai perdê-la; ao perder sua vida por mim, ele a ganhará.
Eu considero tudo perda absoluta, porque tudo é superado pelo ganho de conhecer a Cristo
Jesus meu Senhor, por amor de quem eu de fato perdi tudo. Eu considero tudo como lixo, por
ter ganho a Cristo.

Grandes princípios espirituais. Indiscutível. A todos eles, meu intelecto deu total
consentimento. Um gigante da fé como Abraão ou o apóstolo Paulo - é claro que eles tiveram
que ser testados com grandes testes. Eu era apenas uma universitária, tentando me sair bem
nos estudos, orando por uma direção para minha vida, atraída por um homem muito atraente,
cujo principal interesse era o Reino de Deus. Algo errado com isso?
Se você deseja seguir o caminho certo ..." Não foi apenas para o intelecto que a questão veio.
Meu coração e meus sentimentos estavam envolvidos agora, e devo dar uma resposta. Deus
estava me examinando desta vez. Quer seguir o "caminho completo"? Sim, senhor.
"Você quer ser digna de mim?" Sim, senhor.
"Você quer conhecer Cristo Jesus, o Senhor?" Certamente, Senhor.
No livro belamente ilustrado de Lilias Trotter, Parábolas da Cruz, ela descreve o ciclo de vida
das plantas, que ilustra os processos espirituais que devem ocorrer em nós se quisermos
morrer para nós mesmos e viver para Deus. Na vida amorosa, assim como em outras áreas:

As belas pétalas novas devem cair, e sem razão visível. Ninguém parece enriquecido por
despir-se.
E o primeiro passo a dar para o reino é uma entrega semelhante - não para o homem, mas
para Deus: uma entrega total do nosso melhor. Desde que nossa ideia de rendição seja
limitada ao
renúncia de coisas ilícitas, nunca entendemos seu verdadeiro significado: que não é digno do
nome, pois "nada poluído" pode ser oferecido.
A vida perdida na Cruz não era pecaminosa - o tesouro derramado ali era dado por Deus, um
tesouro bendito de Deus, lícito e que tem o direito de ser guardado: Só que havia a vida do
mundo em jogo.

Que tipo de Deus é esse que pede tudo de nós? O mesmo Deus que "... não poupou seu
próprio Filho, mas o entregou por todos nós; e com este presente , como ele pode deixar de
ser generoso, nos dando tudo o que tem para dar?"
Ele dá tudo.
Ele pergunta a todos.

2 de abril - Estou com medo de que minha própria vontade ganhe lugar e, assim, arruinarei
minha utilidade para Deus. Seria fácil seguir meus sentimentos ... interferir na voz do Senhor
quando Ele diz: "Este é o caminho, andai nele."

Eu queria ser amado. Nada de incomum nisso, nada que separe minha geração de qualquer
outra.
Mas eu queria algo mais profundo. No meio de todas as tolices do meu diário, pensamentos
como palha que o vento do Espírito pode afastar, havia um pouco de trigo. Havia um desejo
sincero de Deus pelo “coração firme” como diz sua palavra . Mil perguntas confundiam minha
mente, as mesmas que encontro hoje nas cartas que recebo. Eu pensei que algumas das
minhas fossem novas. Meus correspondentes pensam o mesmo. Eles não são. Mas a questão
que precede todas as outras, que finalmente determina o curso de nossas vidas, é O que eu
realmente quero? Foi para amar o que Deus manda, em sua palavra e desejar o que Ele
promete? Eu queria o que eu queria, ou eu queria o que Ele queria, não importa o que
custasse?
Até que a vontade e as afeições sejam colocadas sob a autoridade de Cristo, não começamos a
entender, muito menos a aceitar, Seu senhorio. A Cruz, ao entrar na vida amorosa, revelará a
verdade do coração. Meu coração, eu sabia, seria para sempre um caçador solitário, a menos
que fosse estabelecido "onde as verdadeiras alegrias podem ser encontradas."
Certa manhã, eu estava lendo a história de Jesus alimentando milhares de pessoas. Os
discípulos conseguiram encontrar apenas cinco pães e dois peixes. “Deixe-me ficar com eles”,
disse Jesus. Ele chamou a todos. Ele os tomou, os abençoou e os partiu antes de distribuí-los.
Lembrei-me do que uma oradora de capela, Ruth Stull, do Peru, disse: “Se minha vida se
despedaça quando entregue a Jesus, é porque os pedaços alimentam uma multidão, enquanto
um pão só satisfaz um garotinho”.

Capítulo 6 - O Raciocínio da Cobra


Cerca de duas horas da manhã, alguns anos atrás, uma linda garota que estava hospedada na
minha casa bateu na porta do meu quarto. Ela tinha vindo de um encontro e queria conversar.
Sentada na ponta da minha cama, ela me contou sobre sua ânsia de se casar com um homem
rico e bonito.
Este não era o homem com quem ela tinha acabado de sair. Ele era bom o suficiente - um
cristão, bonito, interessante, “muito legal”, mas não rico.
“O que você quer mais do que qualquer outra coisa na vida?” Perguntei. “As escolhas de Deus
ou as suas?”
"De Deus, é claro."
“E se Ele escolhesse para você um homem pobre e feio?”
“Oh, mas Ele não faria isso!”
"Por que não?"
“Porque Ele me ama.”
"Entendo. Então Ele dará o homem pobre e feio apenas para uma mulher que Ele não ama? ”
“Oh, mas -”
“Ou - pense neste - Ele ama o homem pobre e feio? Se for assim, Ele lhe dará uma mulher
feia? Ou Ele pode dar a ele uma linda? " "Oh, por favor!"
“Você disse que queria as escolhas de Deus, Jane, e as escolhas de Deus envolvem Seus planos
para todo o universo - todos os átomos, todas as palavras, todas as pessoas, bonitas e feias,
ricas e pobres. Ele está criando um padrão intrincado para o bem, e parte desse padrão pode
exigir que se dê uma bela garota a um homem feio. Talvez o homem sem aparência e sem
dinheiro esteja orando para que Deus dê você a ele. Que tal agora? ”
“Isso é muito complicado para mim. Orei por Sua vontade e orei por um marido rico e bonito,
e é isso que vou conseguir, porque Jesus me ama e quer que eu seja feliz. ”
"Então, se você não o receber, isso vai provar que Deus não te ama?"
Os olhos azuis se encheram de lágrimas. "Ele não quer que eu seja feliz?" (Eu ouvi um eco de
Eva no Éden.)
"Ele deseja que você seja santa."
“Miserável e deprimida, então. É isso que Deus quer? É isso que santidade tem que
significar?"
"Tem que? Não. Não só não precisa, mas não pode. A verdadeira santidade não pode ser
miserável e sofrida, Jane. Santidade significa 'totalidade'. Vem da mesma raiz que saudável -
você sabe, saudável e vigoroso. Saudável. Realizada."
“Bem, isso deve significar feliz.”
“Isso é o que significa com certeza. O problema começa quando decidimos o que nos trará
felicidade e então decidimos, que se não conseguirmos exatamente isso, Deus não nos ama.
Nós escorregamos para um lamaçal de autopiedade, Deus me odeia. "
“Mas você acabou de dizer que Ele quer que sejamos felizes. Ele deve querer nos dar o que
desejamos, não é? Quero dizer, dentro do razoável. ”
“Ele queria que Adão e Eva fossem felizes, mas não deu a eles tudo que eles queriam. Ele sabia
que seria a morte deles. Então eles ficaram bravos e decidiram que Ele não os amava e estava
sendo mesquinho quando lhes disse para não tocarem na fruta. Como Ele poderia amá-los se
Ele não os deixasse ter isso? Eles dão mais crédito ao raciocínio da cobra do que ao de Deus. ”
Um pedaço de papel que me foi entregue em um seminário trazia a seguinte pergunta: “O que
você faz quando sente que chegou a um ponto em que sua condição de solteiro parece ser
inadequada para um crescimento pessoal profundo? Quanto tempo você aguenta? ”
Ainda bem que eu não estava na plataforma quando surgiu a pergunta. Eu posso ter rido.
Brinquei com a ideia de dar uma resposta jocosa: “Mais três dias, depois saia e peça a alguém
em casamento com você ou se enforque.
Mas é claro que não foi isso que eu disse. O cerne da questão é a frase “um status inadequado
para um crescimento pessoal profundo. “Isso é o que é ser solteiro? Isso significa que o
casamento, e apenas o casamento, é uma condição adequada para um crescimento pessoal
profundo? Como Jesus conseguiu, então, como um homem solteiro?
Receio que a cobra tenha falado com aquela pessoa. Ela está se esgueirando e sussurrando:
“Deus é mesquinho. Ele balança aquela linda fruta chamada casamento diante de seus olhos e
não permite que você a tenha. Ele recusa a você a única coisa de que você precisa para um
crescimento pessoal profundo, a única coisa em toda a palavra que resolveria todos os seus
problemas e o faria realmente feliz. ”

Capítulo 07 - O primeiro encontro

No primeiro encontro Jim me pediu para ir a uma reunião missionária na Moody Church em
Chicago, no final de abril. Não é de surpreender que ele escolheu um evento como este em vez
de um show ou jantar fora. A palestrante foi uma das filhas do famoso missionário na África CT
Studd. Ela contou sobre a última hora de seu pai. Ele se deitou em sua cama, olhando ao redor
da pequena cabana e seus poucos pertences. “Eu gostaria de ter algo para deixar para cada um
de vocês”, disse ele a algumas pessoas presentes, “mas eu dei tudo a Jesus há muito tempo”.

1 de maio de 1948 - Hoje foi um dia de forte teste . Uma carta chegou pelo correio
intercolegial, o que me deixou de joelhos. Quão graciosamente o Senhor deu 1João 1: 7, “... se
andarmos na luz como ele mesmo está na luz, então compartilhamos uma vida comum, e
estamos sendo limpos de todo pecado pelo sangue de Jesus seu Filho." Segura-me firmemente
em Teu caminho, pois sou Tua serva.
2 de maio - Passei a manhã toda com Deus. Estava chovendo muito forte para caminhar até a
igreja. É difícil saber como lidar com essa novidade. Eu estou disposta a fazer a vontade de
Deus, mas não posso dizer se meus desejos estão errados e deveriam ser "arrancados".
3 de maio - Hoje houve um compromisso total com Deus.

A carta, claro, era de Jim. Ele confessou ter andado de alguma forma errada na noite do nosso
encontro. Foi um pouco obscuro para mim, mas senti que poderia ter sido a culpada. "Essa
coisa nova" foi o forte sentimento repentinamente despertado justamente quando pensei que
estava aprendendo a "adormecer" na vontade de Deus. Eu estava muito acordada.
O Senhor disse ao rei Davi que erguesse um altar na eira que pertenceria a Araúna, o jebuseu.
Quando o rei perguntou a Araúna se poderia comprá-lo, Araúna rogou-lhe que o levasse de
presente, junto com seus bois como oferenda e os trenós de debulha como combustível.
"Não", disse o rei, "... Não oferecerei ao Senhor meu Deus todas as ofertas que nada me
custaram ...". Senhor, eu disse, aqui está o meu coração.

4 de maio - Mais testes hoje. Deus está me perguntando com insistência: "Amas-me?" e me
pego evitando a pergunta. Então vem a resposta: Sim, Senhor. Estou consciente da guerra da
carne e do espírito - a vontade do espírito, a carne fraca. Evidentemente preciso do teste.

Segura Tua cruz entre nós, bendito Senhor.


Vamos amar a Ti. Para nós, Teu poder
Permite permanecer prostrado aos Teus pés perfurados -
Não há outro lugar onde possamos nos encontrar.
Colocar nossas faces como uma pederneira de pedra
Para fazer a Tua vontade. Esse é por si só nosso objetivo.
Ó Deus, nossos corações estão firmes. Não vamos voltar.
Consuma todas as nossas afeições, deixe Teu amor queimar.
5 de maio - Jim e eu estudamos juntos como costumamos fazer nas segundas, quartas e
sextas-feiras.
6 de maio - Quem teria adivinhado o que alguns dias trariam? Como Deus pode operar sua
vontade em mim se estou entupida com meus próprios desejos? Seja feita a tua vontade.

Eu certamente estava nesse estado! "Cheia de desejos." Eu estava desejando que meus
desejos fossem o que Deus queria, e se meus desejos não fossem o que Deus queria, eu
gostaria de poder desejar que meus desejos fossem embora, mas os desejos ainda estavam lá.

9 de maio - Da melhor bem-aventurança que a terra concede


Voltamo-nos novamente para Ti vazios.
"Jesus, Tua Alegria de Amar os Corações"
12 de maio - Jim Elliot foi eleito presidente da Sociedade de Missões Estrangeiras no próximo
ano.

Capítulo 8 - Amor Inabalável

“Mas como posso descobrir o que Deus quer que eu faça, se não sei o que quero fazer?” A
lógica dessa pergunta me escapa, mas já ouvi mais de uma vez. Por que não começar
simplesmente dizendo a Deus que você fará qualquer coisa que Ele disser? Você é o servo. Ele
é o mestre. É a única abordagem razoável, não é? Além disso, existe a possibilidade de que o
que Ele diz seja algo que você goste.
Falando dos adolescentes dos anos 80, Joan Schuman, diretora do Escritório de Serviços ao
Estudante de Massachusetts, disse: “É o egoísmo deles que mais me impressiona. O tema
predominante é 'O que eu ganho com isso? e 'Eu não me importo com o que acontece com
meu próximo.' ”
Há mais de um milhão de gravidezes por ano entre meninas solteiras com menos de 20 anos.
Isso parece ilustrar a observação da Srta. Schuman. O que eles querem, eles pegam, de
qualquer maneira que puderem. Onde eles aprendem isso? Algumas, infelizmente, de seus
pais, que deixaram a responsabilidade do casamento, do lar e dos filhos por outro “estilo de
vida”, outro companheiro, outra carreira, mais uma aposta pela felicidade que sempre lhes
escapará. Se um pai, mãe, por comportamento, diz com efeito: “É a minha vida, é isso que eu
quero, o resto de vocês que se danem”, seus filhos seguirão o exemplo. Quem lhes mostra
outro caminho?
Seria tolice negar que existem alguns prazeres ao longo dessa estrada. Há muito do que as
pessoas chamam de diversão. Existem emoções, gratificações, "experiências".

Uma estrada pode parecer simples para um homem,


mas pode terminar como um caminho para a morte.
Mesmo no riso, o coração pode sofrer,
e a alegria pode terminar em tristeza.

Existe outra maneira: amar os seus comandos e desejar o que Ele promete. Essa verdade não
pode ser encontrada exceto por meio de oração e obediência. Isso vai do outro lado, nos leva
onde as coisas não estão à mercê da mudança de modas e opiniões. É um lugar onde o coração
de um homem pode descansar com segurança - e o coração de uma mulher também.
1 Pedro 5: 7 (NEB): “Lance sobre ele todos os seus cuidados, pois ele carrega por você.”
Filipenses 4: 6 (NEB): “... Não tenhais ansiedade, mas em tudo fazei conhecer os vossos
pedidos a Deus ...”
Mateus 6:25 (NEB): “... Eu te peço que deixes de lado os pensamentos ansiosos ...”
Merimna - “cuidado, pensamento, inquietação, problema”.
(Ansiedade em grego)
Merimnao - "fique ansioso, fique embaraçado, pense seriamente sobre."
(Preocupação em grego)

O diário não diz o que estava me incomodando no dia em que copiei os versículos acima e
procurei as palavras gregas operativas. É manifesto que a ansiedade que obscureceu muitos
dos meus dias era que eu deveria perder o caminho da retidão. Melhor aquela ansiedade,
talvez, do que um descuido cavalheiresco, mas os anos que se seguiram me provaram
repetidas vezes que o coração disposto a fazer o que o Pai designou nunca precisará temer a
derrota. Suas promessas de orientação podem ser totalmente confiáveis. Faz sentido acreditar
que o pastor se importaria menos em levar Suas ovelhas para onde Ele quer que elas fossem
do que em chegar lá?

Eu vou te ensinar e te guiar no caminho que você deve seguir.


Vou mantê-lo sob meus olhos.
Não se comporte como cavalo ou mula, criaturas irracionais, cujo curso deve ser verificado
com freio e freio.
Muitos são os tormentos dos ímpios;
mas o amor infalível envolve aquele que confia no Senhor.
Alegrem-se no Senhor e sejam felizes….

Capítulo 9 - O Apocalipse

Um compromisso firmado com o Senhor Jesus Cristo e um compromisso desejado com Jim
Elliot pareciam estar em conflito. O discipulado geralmente nos leva à necessidade de escolher
entre o dever e o desejo. Eles nem sempre são mutuamente exclusivos, no entanto. Quando
nosso coração está voltado para a obediência, podemos ter certeza da sabedoria necessária
para distinguir entre conflito e harmonia. Pode ser um processo lento e doloroso.
No Dia da Memória, a irmandade das missões fez um piquenique no café da manhã em um
lugar chamado Lagoon. Quando acabou, fui uma das que ajudaram na limpeza. Jim era outro, e
é claro que o mantive em algum lugar no canto do meu olho. Quando tudo terminou, levantei
os olhos e o vi sentado em uma mesa de piquenique, com dois amigos. Bill e Van estavam
conversando; Jim estava balançando as pernas e olhando para mim. Todo mundo tinha ido
embora. Ele pulou da mesa e correu para onde eu estava despejando a última carga em uma
lata de lixo.
"Levar você para casa?"
"OK. Bill e Van vem? ”
“Eles estão mergulhados em algo. Vamos deixá-los sozinhos. ”
Dicionário

1 Eflúvio: Aroma; emanação pouco evidente que exalam os corpos (humano ou animal)
organizados: eflúvios odorantes. Exalação; emanação não perceptível que exala de um fluido.
2 Olmo: [Botânica] Árvore da família das ulmáceas, que atinge de 20 a 30 m de altura, com
folhas recortadas, que fornece madeira sólida e flexível, utilizada em carpintaria e marcenaria.
(Sin.: olmeiro.)
3 Plymouth Brethren: Os Assembleias dos Irmãos ou Irmãos de Plymouth são diversos
grupos cristãos protestantes adenominacionais.
4 Argyle: (tricô) Padrão argyle (ocasionalmente argyll ) é feito de diamantes ou losangos .
Às vezes, a palavra é usada para se referir a um diamante individual no desenho, mas
geralmente se refere ao padrão geral.

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