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Escrita Criativa

Escolho a opção B.

Ao invés do César ser o assassino misterioso, é o Muñoz. Ao invés de Julia e o Muñoz irem a casa
do César, é a Julia e o César que vão a casa do Muñoz.

*
Júlia e César chegam a casa de Muñoz e, para surpresa deles, ela já estava entreaberta, como
se tudo estivesse planeado. Julia e César pasmados decidem entrar na casa para resolver este
mistério de uma vez por todas. A casa tinha todas as luzes apagadas, todas as janelas tapadas com as
cortinas, era quase uma escuridão total. Porém no fundo do corredor dava para observar uma
iluminação fraca que vinha de uma das portas. Eles entram nessa sala e encontram Muñoz, com
uma perna sobreposta à outra, sentado no seu cadeirão e com uma mesa pequena com um tabuleiro
de xadrez.
Ao ver os seus companheiros, Munõz faz um gesto vago, como se estivesse a convidá-los a
sentar. Julia senta-se numa das cadeiras e pergunta lentamente:
-Porquê?
Munõz faz cara de caso, como se essa pergunta não fosse uma das previamente planeadas.
Então ele decide falar:
- Foi por vingança.
-Vingança de quê?- questiona imediatamente César, como se esse motivo não fosse
justificação de tal coisa.
-Vingança por tudo o que me fizeram. Isto nem vos passa pela cabeça, mas eu já vos
conhecia.
- O quê? Como assim? É melhor explicares-te bem antes que chame já a policia- grita Julia
irritada porque Muñoz disse algo tão disparatado.
-Está bem. Eu explico. Mas vamos começar bem no início. Então, na realidade eu não não
me chamo Muñoz, chamo-me Murilo, e eu trabalhava com vocês na galeria há alguns anos atrás.
-Impossível- interrompe Julia.
-Não me interrompas enquanto estou a falar- gritou Murilo- Continuando, eu trabalhava com
vocês e, naquela altura, eu te amava. Mas tu me ignoravas sempre. Eu falava contigo e com o César
e propunha para marcarmos algo, como por exemplo, ir a um bar ou algo do género, mas vocês
diziam “ok, está bem”, e faltavam sempre. Depois de isso acontecer tantas vezes eu desisti dessa
ideia do amor, e nesse momento, a minha vida parou de fazer sentido, como consequência disso,
interessei-me pelo xadrez, porque o xadrez fazia-me sentir que pertencia a algo. Até que, num dia,
ouvi-vos a falaram mal de mim nas minhas costas, mas foi tão mal e gozaram tanto comigo, que
isso deixou-me furioso, irritado, frustrado. Nesse dia decidi arruinar as vossas vidas, matando todos
os que amam. Decidi mudar de identidade, mudar drasticamente a minha aparência e esperar.
-Esperar pelo quê?- pergunta César.
-Esperar que o a Tábua de Flandres chegasse às mãos da Julia, para depois pedirem ajuda a
um xadrezista para resolver o enigma.
-Tu já sabias do enigma da Tábua de Flandres?- questiona César, confuso de como o
“Muñoz” já tinha planeado tudo.
-Já sabia, só precisei de encontrar uma obra valiosa que envolvesse um enigma de xadrez,
que já sabia que Menchu, essa gananciosa, te iria contactar para arranjá-la. E aparentemente,
funcionou. A partir daí foi mais fácil: tu apercebias-te do enigma, iam à procura de um xadrezista,
eu resolvia o problema, atribuía uma peça a cada pessoa que amas e matava cada um até a partida
acabar. Não precisava de esforçar-me muito com a personalidade de Muñoz, porque vocês já me
ignoravam antes e agora iriam me ignorar também. E chegamos aqui.
-E o quadro?- pergunta Julia, parecia que depois disto tudo o quadro ainda era mais
importante.
- E o quadro? E o quadro?- Murilo fica perplexo- Depois de tudo o que disse, tu te ainda
importas com o quadro? Bem, fui eu que roubei e já o vendi no mercado negro por milhões. Mas
isso não é importante- Murilo diz isto a sorrir- agora precisamos de acabar o jogo.
Murilo levanta-se do cadeirão e tira do bolso uma pistola com silenciador e diz:
-Isto tudo poderia ter corrido muito melhor.

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