Você está na página 1de 11

A SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS

CONCEITO DE SEGURANÇA

Quando uma estrutura pode ser considerada segura?

SEGURANÇA:

⇒ Resistência

⇒ Estabilidade

⇒ Durabilidade

ENVOLVE DOIS CONCEITOS:

⇒ Conceito Qualitativo:

(Método Intuitivo)

⇒ Conceito Quantitativo
SEGURANÇA: DIFÍCIL QUANTIFICAÇÃO:

⇒ Motivo: Muitos fatores influenciam a segurança

• Variabilidade das ações e das resistências

• Importância da estrutura – Custo dos danos

• Imprecisões geométricas

• Imprecisões / Incertezas dos métodos de cálculo

INTRODUÇÃO DA SEGURANÇA :

⇒ Métodos Clássicos

⇒ Método dos Estados Limites


MÉTODOS DE VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA

MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS

⇒ Determinação as solicitações (M,N,V): as ações máximas (serviço)

⇒ Determinação das tensões máximas correspondentes

⇒ Aplicação de um Fator de Segurança: FS > 1,0

⇒ Condição de Segurança:

σ RUP σ = tensões atuantes


σ ≤ σ ADM = σADM = tensões admissíveis
FS σRUP = tensões de ruptura

FS: varia conforme o material, para a mesma segurança

FS (aço) = 1,7
FS (madeira) = 4 a 5
FS (fundações – solo) = 2 a 3

PRINCIPAIS CRÍTICAS AO MÉTODO

⇒ FS grande não significa necessariamente grande segurança


(portanto FS não mede segurança)

⇒ Não levam em conta a combinação (simultaneidade) das ações


(cargas com valores máximos ⇒ super-dimensionamento)

⇒ Não fornece informação sobre a capacidade máxima da estrutura


(não avalia a distância entre utilização e ruptura)
(margem segurança real)
MÉTODOS DE VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA

MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Conceito de Estado Limite:

Situação (limite) a partir da qual a estrutura deixa de atender a uma


das finalidades de sua construção

Estado Limite Último Estado Limite de Serviço

(torna-se insegura) (inadequada para o uso)

Estado Limite Último ⇒ Esgotamento da capacidade de sustentação

Pode ocorrer por:

• Ruptura de seções

• Colapso da estrutura

• Perda de estabilidade

• Deterioração por fadiga


Estado Limite de Serviço

⇒ Durabilidade, Aparência, Conforto do Usuário, Bom desempenho

Exemplos:

• Deformações e deslocamentos excessivos no uso normal

• Fissuração excessiva

• Vibrações excessivas

Verificação da Segurança:

- Majorar as ações / esforços solicitantes

- Reduzir as resistências dos materiais

- Segurança:

Sd ≤ Rd

Sd: esforço solicitante de cálculo (ou de projeto)

Rd: esforço resistente de cálculo (ou de projeto)


S d = Sk × γ f

Sk : Ação (Solicitação) característica (quantil 5% : mais desfavorável)


γf : Coeficiente de ponderação das ações

Rk
Rd =
γm

Rk : Resistência característica (quantil 5% : mais desfavorável)


γm : Coeficiente de ponderação das resistências

γ f e γm


definidos pelas normas técnicas para introduzir níveis de segurança
aceitáveis contra a ocorrência de cada estado limite


Cobrir as incertezas (inevitáveis) do cálculo estrutural

Para as RESISTÊNCIAS ( γm ) :

⇒ Essencialmente a variabilidade da resistência


⇒ No Estado Limite Último :

Para o concreto : Para o aço :


γ m = γ c = 1,4 γ m = γ s = 1,15
Para as AÇÕES ( γm ) :

γ f = γ f1 × γ f 2 × γ f 3
γf1 : considera a variabilidade das ações

γf2 : considera a simultaneidade das ações

γf3 : considera:

⇒ os desvios geométricos nas construções (vãos, seções)

⇒ erros teóricos da análise estrutural (modelos)

⇒ imprecisões de cálculo

γ f1 × γ f 3 ⇒ Valores fornecidos na tabela 11.1 da NBR 6118

γf 2 ⇒ Valores fornecidos na tabela 11.2 da NBR 6118

γ f 2 = ψ0 : Verificações do Estado Limite Último (ELU)


γ f 2 = ψ1 : para Combinações Freqüentes (ELS)
γ f 2 = ψ 2 : para Combinações Quase-Permanentes (ELS)
γ f 2 = 1,0 : para Combinações Raras (ELS)
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES

DEFINIÇÃO DE AÇÃO

⇒ Causas que provocam esforços e deformações nas estruturas


⇒ Não necessariamente são forças aplicadas

Ações permanentes (g )

⇒ Pequena variabilidade ao longo da vida útil


⇒ Efeitos tendem a se estabilizar ao longo da vida útil

Exemplos:
ƒ Peso próprio
ƒ Fluência e Retração do concreto
ƒ Recalques de apoio
ƒ Protensão
ƒ Desaprumo

Ações variáveis (q)

⇒ Grande variabilidade ao longo da vida útil


⇒ Podem atuar ou não (ou atuar parcialmente)

Exemplos:
ƒ Sobrecarga de uso (cargas acidentais)
ƒ Cargas móveis (veículos)
ƒ Variações de temperatura
ƒ Vento
Ações excepcionais (exc)

⇒ Duração extremamente curta e probabilidade muito baixa de ocorrência


(mas que devem ser consideradas no projeto de determinadas estruturas)

Exemplos:
ƒ Sismos (terremotos)
ƒ Incêndio
ƒ Explosões, choques de veículos, etc.
____________________________________________________________
Segurança ao longo da vida útil da estrutura (e economia) ........

ƒ As ações variáveis e excepcionais podem atuar simultaneamente com as


ações permanentes?
ƒ Qual é a probabilidade de que essas ações atuem simultaneamente?
Permanentes
Ações

Ex: Peso próprio das estruturas

tempo
Ações Variáveis

Ex: Sobrecarga de utilização

tempo
Ações Variáveis

Ex: Ação do Vento

tempo

ƒ Qual situação será a mais crítica no dimensionamento?


COMBINAÇÕES DE AÇÕES

Testar todas as possibilidades que podem ser críticas no dimensionamento


⇒ Combinar as ações

Combinações Últimas
⇒ Estado Limite Último

ƒ Combinações últimas normais


ƒ Combinações últimas especiais ou de construção
ƒ Combinações últimas excepcionais

Combinações de Serviço
⇒ Estado Limite de Serviço

ƒ Combinações Quase Permanentes de Serviço


ƒ Combinações Freqüentes de Serviço
ƒ Combinações Raras de Serviço
COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO DAS AÇÕES

Consideração da variabilidade das ações e aproximações feitas em projeto – E.L.U. :

Valores de γ f 1 × γ f 3

Ações
Permanentes Variáveis Protensão Recalques de
Combinações (γg) (γq) (γp) apoio e retração
de ações
D 1) F G T D F D F
Normais 1,4 1,0 1,4 1,2 1,2 0,9 1,2 0
Especiais ou
1,3 1,0 1,2 1,0 1,2 0,9 1,2 0
de construção
Excepcionais 1,2 1,0 1,0 0 1,2 0,9 0 0

Onde:
D é desfavorável, F é favorável e T é temporária
1)
Para as cargas permanentes de pequena variabilidade, como o peso próprio das estruturas, especialmente
as pré-moldadas, esse coeficiente pode ser reduzido para 1,3.
Fonte: Tabela 11.1 da NBR 6118:2003 (tabela adaptada)

Fatores de redução de combinação para a consideração da simultaneidade das ações: E.L.U e E.L.S.

Valores de γ f 2

Ações ψo ψ1 ψ2
Locais em que não há predominância de pesos 0,5 0,4 0,3
de equipamentos que permanecem fixos por
longos períodos de tempo, nem de elevadas
concentrações de pessoas 1)
Cargas acidentais
Locais em que há predominância de pesos de 0,7 0,6 0,4
de edifícios
equipamentos que permanecem fixos por
longos períodos de tempo, ou de elevadas
concentrações de pessoas 2)

Biblioteca, arquivos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6

Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em 0,6 0,3 0


geral

Temperatura Variações uniformes de temperatura em relação 0,6 0,5 0,3


à média anual local

1) Edifícios residenciais.
2) Edifícios comerciais, de escritórios, estações e edifícios públicos.

Fonte: Tabela 11.2 da NBR 6118:2003 (tabela adaptada)

Você também pode gostar