O documento ao ser lançado em 2015 foi motivo de inúmeras discussões e
com diversos apontamentos críticos, todavia ele apresentava pontos importantes sobre a compressão da escola, do papel do professor, do que é currículo. Também apresentava questões importantes acerca da diversidade racial, sexual e da questão de gênero. Síntese da discussão dos militantes da educação brasileira que conseguiram fazer com que esses pontos citados fossem tratados como questões fundamentais para a educação básica e na formação docente.
Entretanto, à luz do documento que está em vigência, o DNC aprovado em
2019, podemos notar o imenso retrocesso que ocorreu em diversos pontos, pois no atual não há uma menção se quer a questão de gênero ou de sexualidade. Isto evidência o caráter reacionário do nosso atual governo neoliberal, que acha dispensável discussões tão fulcrais como essas.
Outra questão importante é acerca da questão racial, que no documento de
2015 era mencionada 8 vezes e no atual é citada superficialmente apenas uma vez, demostrando que o governo não acredita na importância de discutir a questão racial na escola e combater o racismo.
Nestas temáticas reconhecidas mais no campo progressistas, fica evidente o
total descompromisso e obscurantismo do governo atual. Entretanto, como já citado anteriormente, as mudanças, mesmo que sutilmente, também ocorrem em definição de questões como papel docente, currículo, escola e formação docente.
Na questão do papel da escola, podemos apontar a pedagogia das
competências, que é a base teórica da DCN 02/2019. Notamos que há inúmeros menções as “competências essenciais” e “aprendizagens essenciais”. Mas em quem decide o que é essencial? Os mesmos que decidiram que questão de gênero, sexual e racial não são questões essenciais? Fica evidente que o essencial, é aprendizagem mínimo de técnicas para formação de uma massa de trabalhadores que consigam se inserir em um mercado de trabalho cada vez mais precário e desigual.