1. Segundo Myrian Sepúlveda dos Santos (2003): “A memória foi
compreendida por sociólogos e psicólogos a partir de dois paradigmas dominantes em seu campo teórico: o da estrutura e da ação”. Comente essas duas diferentes abordagens sobre a memória, identificando os principais pontos e questões levantadas por Maurice Halbwachs e Frederic Bartlett. Adicionalmente, a partir dos aspectos apontados, indique e discuta qual seriam as tendências atuais/contemporâneas de abordagem da memória. 2. Nos contextos de surgimento e legitimação da História Oral (HO), muito se discutiu sobre o seu lugar e alcance. Por que essa forma de historiografia resultou em abordagens renovadas da memória no meio acadêmico e além dele? além disso, distinga, a partir de Marieta Ferreira e Janaína Amando, as argumentações que veem a HO como técnica, como metodologia e como disciplina. Os que defendem a História Oral meramente como uma técnica, interessam apenas com as gravações, transcrições
3. Segundo Michael Pollak (1992), “(...) memória e identidade
podem perfeitamente ser negociadas e não são fenômenos que devem ser compreendidos como essências de uma pessoa ou de um grupo (...)”. Qual seria a definição de identidade a partir da argumentação de Pollak? Quais seriam os elementos de construção de identidade? Como memória e identidade estão inter-relacionados para este autor? Segundo Pollak identidade é em seu sentido mais superficial pode ser compreendida como a imagem de si, para si e para os outros. Entretanto, a partir de uma compreensão mais ampla, podemos entender a identidade não como algo que é da essência imutável da pessoa, mas como uma construção social. O autor recorre à literatura da psicologia social para afirmar que há três elementos essenciais na construção da identidade. O primeiro seria a unidade física. O segundo seria a continuidade dentro do tempo, no sentido físico, moral e psicológico da palavra. E por fim, o sentimento de coerência. Pollak continua afirmando que ninguém pode construir uma autoimagem sem levar em conta o outro. A construção da identidade não está isenta dos conflitos sociais, das mudanças e da relação com os outros grupos. Em certo sentido, uma identidade afirma-se em relação à outras. Ao tratar da memória, o australiano aponta que é necessário compreender a memória apenas como algo individual da vida e experiência dos indivíduos, mas também como algo coletivo. Para exemplificar seu ponto o autor traz diversos fatos relacionados as guerras mundiais e que fatos históricos que aconteceram na França, trazendo a reflexão acerca de memórias que os franceses têm desses fatos, salientando que algumas memórias são recaladas e outras lembradas até por indivíduos que não as viveram. Sendo assim, a memória coletiva também é uma questão política, já que algumas datas e fatos são lembrados e outros não. Isso se relaciona direto com a identidade, já que a memória coletiva é fundamental para a construção da identidade individual ou de um grupo social, já que possibilita aquele grupo ter memórias para pensar a si, excluindo outras memórias.