Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Geografia Cultural e Política
Geografia Cultural e Política
Política
Prof.ª Mirian Margareth Zemke
2011
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof.ª Mirian Margareth Zemke
910
Z53g Zemke, Mirian Margareth.
Geografia Cultural e Política/ Mirian Margareth
Zemke. Centro Universitário Leonardo da Vinci –
Indaial, Grupo UNIASSELVI, 2011.x ;199.p.: il
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830- 322-8
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico!
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL................. 1
VII
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................65
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................66
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................67
VIII
UNIDADE 3 – GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E ESTUDOS DE CASO.......................................135
TÓPICO 3 – A ANTROPOLÍTICA......................................................................................................171
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................171
2 DA POLÍTICA À ANTROPOLÍTICA..............................................................................................172
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................174
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................181
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................182
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................197
IX
X
UNIDADE 1
TEORIZANDO E CONCEITUANDO A
GEOGRAFIA CULTURAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. Em cada um deles você
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Apropriando-se de uma ideia de Cosgrove (1998), parto de uma situação
prática e rotineira para dar início aos nossos estudos sobre Geografia Cultural.
Pelo fato de morar em um município litorâneo de Santa Catarina, em época
de temporada eu e minha família vamos à praia nos finais de semana. Nesses
momentos, não sou, conscientemente, uma geógrafa, pois como nós, centenas de
outras famílias também vão à praia procurar um lugar ao Sol. A praia é um lugar
especial, iluminado naturalmente, e o contato com a areia é condição essencial
para usufruir esse tipo de lazer.
Essa mesma cena pode ser vista em quase todos os municípios litorâneos do
país, podendo ser típica de países litorâneos. Os geógrafos poderiam se interessar
pelo lugar, porque ele ocupa um dos espaços imobiliários mais valorizados, porque
seu contato próximo ao mar lembra descanso, lazer, eles podiam, ainda, estudar
os movimentos migratórios caracterizados pela transumância, da procedência
dos veranistas e da maneira que eles contribuem para a economia do município.
Entretanto, eu e minha família estamos apenas veraneando.
3
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
NOTA
E
IMPORTANT
Realmente é uma tarefa difícil, mas não vamos nos ater em conhecer
as diferenças culturais de cada povo existente na Terra, pois isso seria quase
impossível. Vamos perceber que, a partir dessas diferenças, as relações com o
espaço de vivência são construídas e reconstruídas continuamente, pois mesmo as
culturas mais antigas, aquelas datadas como primeiras civilizações, apresentaram
alterações ou adequações em suas concepções de valores, hábitos, ritos, ou seja, em
suas concepções culturais. Dessa maneira, podemos conceber que a cultura não é
um elemento estanque, estático, mas sim receptora de novas concepções e valores.
5
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
FIGURA 2 – IMPERIALISMO
6
TÓPICO 1 | CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
AUTOATIVIDADE
[...] a força do hábito torna-se tão forte que o grupo humano perde sua
plasticidade. Ao invés de adaptar-se ao meio, ele procura modificá-
lo para permanecer em seus hábitos: observa-se por ocasião das
migrações; os recém-chegados em um país fazem em geral de tudo
para continuar a viver como eles o faziam em seus países de origem.
Vidal de La Blache, que faz do gênero de vida um dos eixos da
geografia humana que ele elabora, é, desta forma, o primeiro a sugerir
que ele pode ser uma dimensão cultural [...].
7
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
8
TÓPICO 1 | CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
9
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
DICAS
10
TÓPICO 1 | CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
equivalentes, preferindo o uso do termo paisagem, pois tanto área quanto região
conotam a ideia de determinismo ambiental e região natural a um único tipo de
resposta humana, respectivamente.
11
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
12
TÓPICO 1 | CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
DICAS
13
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
14
TÓPICO 1 | CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
15
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
16
TÓPICO 1 | CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
17
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
18
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico vimos que:
● Sauer sugere que, nos estudos de Geografia Cultural, deve ser considerado:
19
AUTOATIVIDADE
20
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A Geografia como ciência apresenta algumas categorias de análise, que
acabam permeando todos os envolvidos e qualquer estudo ou pesquisa, em maior ou
em menor grau, pois esses elementos acabam estabelecendo um grau de integração
entre si, que, sem o reconhecimento de todos, o trabalho parecerá incompleto.
2 A PAISAGEM
A Paisagem sempre esteve relacionada com a cultura, com a ideia de
formas visíveis sobre a superfície da Terra e ainda podemos dizer: um recorte, uma
cena de um determinado espaço geográfico. Em nenhum momento, a Paisagem
é estática, mas ela é portadora de odores, movimentos, sabores, de passado e,
especialmente, ocupada por atores sociais, enfim, a Paisagem é composta de
dinamicidades e histórias que se traduzem de maneira complexa.
21
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
Cosgrove (1998) ainda nos lembra que foi Sauer quem originou uma escola
de geografia da Paisagem, centralizando a ação do homem nas transformações
das faces da Terra. Sauer sustentava essas transformações através do uso de
tecnologias como o uso do fogo, a domesticação de animais e plantas, a hidráulica,
mas também, essas transformações ocorrendo a partir das relações com as culturas
não materiais, como: a crença religiosa, sistemas políticos. As atenções de Sauer
estavam focalizadas nas sociedades pré-modernas ou em suas manifestações na
paisagem contemporânea.
22
TÓPICO 2 | A PAISAGEM, A CULTURA E O SIMBOLISMO: SUAS RELAÇÕES DE INTERDEPENDÊNCIA
3 A CULTURA
Dentro de uma abordagem de estudos para Geografia Cultural moderna,
Costrove (1998) aponta algumas abordagens que devem ser consideradas.
Acompanhe-as nos seguintes subitens.
23
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
24
TÓPICO 2 | A PAISAGEM, A CULTURA E O SIMBOLISMO: SUAS RELAÇÕES DE INTERDEPENDÊNCIA
25
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
AUTOATIVIDADE
26
TÓPICO 2 | A PAISAGEM, A CULTURA E O SIMBOLISMO: SUAS RELAÇÕES DE INTERDEPENDÊNCIA
4 O SIMBOLISMO
Cosgrove (1998) lembra de que para compreendermos as expressões
culturais existentes em uma paisagem, faz-se necessário que tenhamos o
conhecimento da “linguagem” empregada, ou seja, os símbolos e seu significado
nessa cultura, pois devemos considerar que todas as paisagens são simbólicas,
por mais inexpressível que pareça.
27
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
28
TÓPICO 2 | A PAISAGEM, A CULTURA E O SIMBOLISMO: SUAS RELAÇÕES DE INTERDEPENDÊNCIA
Do Ceará ao Cariri
açudes estorricados
em blocos espedaçados,
Pernambuco e Piauí.
O Nordeste todo aqui
nesta gleba tão sofrida
do nosso Brasil sem vida.
Não chovendo no sertão,
torra a semente no chão
e a luta fica perdida.”
FONTE: Disponível em: <http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/45469>. Acesso em: 2
ago. 2010.
29
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
Para Corrêa (1997, p. 276), “os geógrafos estariam mais voltados para os
fenômenos de divergência do que convergência cultural, esta sendo associada
a uma certa homogeneização de grupos sociais sob o impacto de expansão
capitalista. Daí seus interesses voltarem-se para o estudo de áreas culturais não
ocidentais”.
Uma das críticas mais profundas feita à Geografia Cultural está na sua
concepção, na formulação do conceito de cultura, que é entendida como uma
entidade superorgânica, passando a ser vista, segundo Lestie White (apud
CORRÊA, 1997, p. 277), “como uma entidade acima do homem, não redutível às
ações pelos indivíduos que estão associados a ela, misteriosamente respondendo
pelas suas próprias leis”.
30
TÓPICO 2 | A PAISAGEM, A CULTURA E O SIMBOLISMO: SUAS RELAÇÕES DE INTERDEPENDÊNCIA
Para Ducan (apud CORRÊA, 1997, p. 279) “[...] em breve, o mundo descrito
pelos geógrafos culturais é um mundo no qual o indivíduo está largamente
ausente, o consenso prevalece, o desejo é ignorado; é um mundo não tocado pelo
conflito intracultural”. A citação corrobora com a colocação anterior, alertando da
necessidade de integrar o indivíduo não somente na paisagem, mas com todos os
elementos nela presentes, sejam esses concretos ou abstratos.
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico estudamos que:
32
AUTOATIVIDADE
1 Fazendo uso das diferentes abordagens sobre a Paisagem, crie uma definição
que dê sustentação teórica e prática a partir da sua vivência. Veja, é preciso
estabelecer correspondência entre o passado e o presente.
33
34
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Ao iniciarmos este tópico, é pertinente que você, Caro acadêmico,
relembre a história da expansão do sistema capitalista, ainda no século XV e XVI.
Somente a partir desses conhecimentos você poderá entender o contexto atual
desse sistema intitulado de Globalização.
2 A GEOGRAFIA E A GLOBALIZAÇÃO
A partir da década de 1980, alguns termos vêm se tornando bastante
comuns em nossos diferentes convívios, em especial na escola, na qual se busca,
de maneira mais científica, a correspondência entre Globalização e Aldeia Global.
Contudo, o que significam esses termos e por que estão tão presentes?
Embora o termo tente enfatizar que não existe uma população excluída do
processo, são poucos os estudiosos que se habilitam a fazer uma definição mais ou
menos aproximada da amplitude do conceito de globalização, até porque globalização
não atinge de maneira uniforme, mas sim de forma segmentada, o universo de cada
pessoa, o que na verdade torna mais difícil uma conceituação objetiva.
35
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
NOTA
36
TÓPICO 3 | A CULTURA DIANTE DO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO
37
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
38
TÓPICO 3 | A CULTURA DIANTE DO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO
39
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
40
TÓPICO 3 | A CULTURA DIANTE DO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO
As pessoas não são igualmente atingidas por esse fenômeno, pois esse
encontra obstáculo para sua difusão de ordem social (diversidade das pessoas) e
de ordem espacial (diversidade dos lugares).
41
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
42
TÓPICO 3 | A CULTURA DIANTE DO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO
43
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
Por volta do ano 700 a.C. ocorreu, na Grécia, um dos maiores inventos
que a humanidade já criou: o alfabeto. Essa tecnologia conceitual constituiu a
base para o desenvolvimento da filosofia ocidental e da ciência como conhecemos
hoje. A partir de sua criação, ficou possível o preenchimento de lacunas entre
o discurso oral e o escrito, separando, com isso, o que é falado de quem fala
e possibilitando o discurso conceitual. Esse momento histórico perdurou por
aproximadamente 3 mil anos de evolução da tradição oral e da comunicação não
alfabética até a sociedade grega alcançar a “mente alfabética”, que resultou numa
evolução qualitativa da comunicação entre os homens.
44
TÓPICO 3 | A CULTURA DIANTE DO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO
45
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
46
TÓPICO 3 | A CULTURA DIANTE DO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO
47
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
DICAS
Não sei dizer se felizmente ou infelizmente, mas temos que admitir que,
com maior ou menor grau, vivemos com a mídia e pela mídia, e que a presença
poderosa e penetrante dessas mensagens e sons provocantes produzem grandes
impactos na vida social.
48
TÓPICO 3 | A CULTURA DIANTE DO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO
DICAS
50
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico aprendemos que:
● A globalização tem suas origens no sistema capitalista que surgiu nos séculos
XV e XVI.
51
AUTOATIVIDADE
2 Discuta com seus colegas sobre o papel da mídia televisiva em seus cotidianos
e depois estabeleça alguns paralelos em suas observações. Depois, imagine-
se privado desse recurso. Essa discussão é bastante pertinente no sentido de
estarmos incluídos nos estudos dos críticos da cultura de massa.
52
UNIDADE 1
TÓPICO 4
A METALINGUAGEM E A CIBERCULTURA
1 INTRODUÇÃO
Sempre buscando entender o contexto atual e as transformações pelas
quais passa a humanidade, sabemos que demanda abordagens a respeito de uma
nova metalinguagem, do ciberespaço, cibercultura e suas implicações.
53
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
2 METALINGUAGEM
Esse termo, que fará parte de nossos estudos daqui em diante, está
apropriado de traços culturais de uma sociedade em rede, no presente, das
emoções via máquina, do contato com uma comunidade descorporificada
(virtual), de uma nova forma de trabalhar com a fala e a escrita, no qual quem é
dinâmico é o próprio texto e não o seu autor, de uma produção sem autoria, do
hipertexto anônimo e de duvidosas preocupações éticas.
54
TÓPICO 4 | A METALINGUAGEM E A CIBERCULTURA
NOTA
56
TÓPICO 4 | A METALINGUAGEM E A CIBERCULTURA
Essa experiência, que tanto pode ser pessoal ou em grupo construída pela
interação de sensações e imaginação dos envolvidos, constitui a última geração da
sensação, do raciocínio, da imaginação e da memória coletiva da comunidade virtual.
A expressão Cibercultura foi criada por Lévy (1999, p. 127) para explicar
o mundo digital e virtual, centralizando múltiplos usos, apresentando três
princípios fundamentais:
O que temos com esses princípios apresentados por Lévy é uma certa
sequência de situações, nas quais o primeiro é essencial para que o segundo e o
terceiro ocorram e vice-versa.
57
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
Refletir sobre as observações de Lévy (1999) até nos causa uma certa
insegurança. Estamos sempre tão providos de limites, de início e fim, que conceber
um sistema ou um espaço – o ciberespaço – onde não existem fronteiras, nem
centralidade, é bastante incomum. Contudo, esse é o contexto no qual estamos
inseridos, cabendo a nós ser mais um explorador ou navegador desse mundo
atual, virtual, mas real.
FIGURA 18 – CIBERESPAÇO
58
TÓPICO 4 | A METALINGUAGEM E A CIBERCULTURA
Lévy (1999, p. 235-238) nos apresenta três tipos de respostas possíveis que
permitem relativizar e colocar em perspectiva:
[...]
59
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
[...]
60
TÓPICO 4 | A METALINGUAGEM E A CIBERCULTURA
5 A CONSTELAÇÃO DA INTERNET
O contexto atual se traduz considerando a rede Internet como sendo a
espinha dorsal da comunicação global, emergindo mais significativa e abrangente
a partir dos anos 90.
61
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
Internet users by
country (2007)
More than 80%
60 - 80%
40 - 60%
20 - 40%
10 - 20%
0 - 10%
No data
FONTE: Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Uso_da_Internet_no_mundo>.
Acesso em: 2 ago. 2010.
62
TÓPICO 4 | A METALINGUAGEM E A CIBERCULTURA
63
UNIDADE 1 | TEORIZANDO E CONCEITUANDO A GEOGRAFIA CULTURAL
64
TÓPICO 4 | A METALINGUAGEM E A CIBERCULTURA
LEITURA COMPLEMENTAR
A COMUNIDADE UNIVERSAL
65
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico podemos observar:
● A expressão Cibercultura foi criada por Pierre Lévy para explicar o mundo
digital e virtual, centralizando múltiplos usos, a partir de três princípios
fundamentais: interconexão/conexão, as comunidades virtuais e a inteligência
coletiva.
66
AUTOATIVIDADE
67
68
UNIDADE 2
GEOGRAFIA POLÍTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Nessa Unidade vamos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta Unidade está dividida em quatro tópicos. Em cada um deles você encon-
trará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
69
70
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Confome apresentamos na unidade anterior, a relação entre a Geografia
Cultural e a Geografia Política se estabelece a partir do momento em que a Paisagem
Cultural ocupa um espaço físico e que esse espaço é gerenciado por pessoas ou
grupos que estabelecem regras/leis ou ordem, que objetivam a permanência de
equilíbrio e controle dos direitos e deveres dos cidadãos que ali vivem.
Dentro de uma realidade, seja ela local, estadual, nacional ou, ainda, global,
faz-se necessária a existência de uma certa coerência das ações dos homens, para
que essas ações reflitam de maneira positiva a sobrevivência do próprio homem.
Caso essa realidade não se instaure, fica estabelecido o caos.
Não podemos negar que, em muitas partes do planeta, esse caos já está
estabelecido, sendo resultado de ações inconsequentes, geralmente impostas
por grupos dominantes, na busca de maior lucratividade, desrespeitando
os limites da natureza física e da natureza humana. Essas consequências, que
inicialmente atingiam, em maior concentração, aos povos menos desfavorecidos
economicamente falando, hoje, sua escala é global, deixando de isentar os
causadores dos lapsos de inconsciência ou irracionalidade.
71
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
Autores como Corrêa (1997) e Sodré (1984) apresentam seu uso ainda na
Antiguidade, onde os soberanos estruturavam seus grandes impérios. Atualmente,
seu uso está atrelado a diferentes situações: do ponto de vista da política externa,
aos interesses expansionistas dos Estados, como é o caso da Índia e do Paquistão
por áreas da Caxemira; o eterno conflito entre judeus e palestinos pela Faixa de
Gaza, entre outros; do ponto de vista interno, justifica uma política de contenção
das aspirações populares e do reforço à dominação da classe dominante, ou seja,
buscar estabelecer certo equilíbrio entre as demandas sociais e as aspirações dos
grupos dominantes.
72
TÓPICO 1 | DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA GEOPOLÍTICA
73
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
A Geopolítica será uma nova arma e Ratzel seu ponto de partida comum,
não somente para a Alemanha, mas por todas as potências imperialistas. Não foi
Ratzel o criador da Geopolítica, mas suas ideias e teoria do espaço vital.
DICAS
74
TÓPICO 1 | DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA GEOPOLÍTICA
viajou pela Ásia e esteve no Japão. Em 1908, lutou na Primeira Guerra Mundial,
passando à reserva em 1919, como major general. Como professor, escreveu sobre
o Japão e sobre o Oriente, assumindo uma categoria de especialista, e em 1924
apresenta uma diferenciação entre Geografia Política e a Geopolítica, sustentando
que a Geopolítica era essencialmente dinâmica e constituía um modo de educar as
massas no conceito de espaço, escrevendo: Geopolítica é a ciência que determina
e condiciona a evolução política ao solo e que, definida nesses termos, ela fornece
os instrumentos para as atividades políticas a ser um guia na vida política. A
Geopolítica pretende e deve se tornar a consciência geográfica do Estado.
75
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
76
TÓPICO 1 | DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA GEOPOLÍTICA
77
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
[...] a ciência que estuda a sede e a esfera de poder do Estado. Sua zona
de observação é a superfície da Terra, contemplada como campo de
atividade das sociedades humanas e como cenário onde se desenvolve
a vida dos povos organizados em Estados. Ocupa-se, por conseguinte,
das relações das coletividades com o espaço que habitam e a área de
tráfico. (DIX apud SODRÉ, 1984, p. 65).
78
TÓPICO 1 | DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA GEOPOLÍTICA
Dix (apud SODRÉ, 1984, p. 65) conclui: “em troca, os Estados do terceiro
e quarto grupo experimentam forte necessidade de expansão e neles figuram os
países que encarnaram principalmente a aspiração a dominar com seu influxo
a política mundial”. Logicamente, dentro dessa classificação, encontrava-se a
Alemanha e os demais países imperialistas.
79
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico vimos que:
● A fase imperialista registra a luta entre potências pela divisão dos continentes
em zonas de influência.
80
AUTOATIVIDADE
Imperialismo
expansionista
81
82
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
O entendimento do que vem a ser a Geopolítica e a Geografia Política,
muitas vezes, nos causa incompreensão. Diante dessa complexidade, faz-se
necessário entendermos suas abrangências.
83
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
Vegetação
Econômico
Litologia Político
84
TÓPICO 2 | LEITURAS GEOPOLÍTICAS CONTEMPORÂNEAS
Política que ainda continuam a ser atuais, por exemplo: o que é o Estado e quais
as suas relações com o território, soberania e território, o que é política territorial,
a questão das fronteiras, o que significa uma grande potência mundial etc. Ratzel,
portanto, não foi o primeiro a empregar esse rótulo, Geografia Política, nem
mesmo o primeiro a escrever sobre o assunto – a questão do espaço geográfico na
política. Essa análise é antiga, podendo ser encontrada nos filósofos Aristóteles,
Maquiavel, Montesquieu e em outros tantos filósofos da Antiguidade, da Idade
Média ou da época moderna (VESENTINI, 2010b). Contudo, normalmente, essa
preocupação com a dimensão espacial da política é algo que surgiu como um
aspecto secundário da realidade que se estudava, pois o essencial era entender a
natureza do Estado ou das Leis, os tipos de governo ou as maneiras de alcançar e
exercer eficazmente o poder.
85
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
86
TÓPICO 2 | LEITURAS GEOPOLÍTICAS CONTEMPORÂNEAS
87
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
Esta foi a interpretação que Yves Lacoste inaugurou com o seu famoso
livro-panfleto “a Geografia – isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra”, de
1976, conforme já apresentado inicialmente. Nesta visão a geografia de verdade
(a essencial ou fundamental) não teria surgido no século XIX com Humboldt e
Ritter, mas sim na Antiguidade, junto com o advento dos primeiros mapas. O que
teria surgido no século XIX seria apenas a geografia dos professores, a geografia
acadêmica e que basicamente estaria preocupada em esconder ou encobrir, como
uma cortina de fumaça, a importância estratégica da verdadeira geografia, da
geografia enfim. A geopolítica – ou geografia dos estados maiores, ou geografia
fundamental – existiria desde a Antiguidade na estratégia espacial das cidades-
estado, de Alexandre o Grande; de Heródoto com seus escritos sobre Atenas.
Esses estudos foram reproduzidos academicamente de forma acrítica – no final
dos anos 1970 e nos anos 1980, mas acabou ficando confinada a um pequeno
grupo de geógrafos franceses que, inclusive, em grande parte, se afastaram do
restante da comunidade geográfica daquele país. Sua obsolência deve-se ao fato,
principalmente, de falta de comprovações e mesmo de possibilidades de ser
testada empiricamente, inclusive via documentos históricos e, na realidade, ela
surgiu mais como uma forma de revalorizar a geografia, tão questionada pelos
revoltosos do período repressivo, também no Brasil, em maio de 1968, tentando
mostrar a sua importância estratégica e militar.
88
TÓPICO 2 | LEITURAS GEOPOLÍTICAS CONTEMPORÂNEAS
89
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
90
TÓPICO 2 | LEITURAS GEOPOLÍTICAS CONTEMPORÂNEAS
91
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
Andrade (1993) observa que essas abordagens foram feitas a partir dos
acontecimentos que tumultuaram a organização territorial da superfície da Terra,
demonstrando que Francis Fukiuama estava errado ao pregar o fim da história,
ao contrário, a história se torna cada vez mais viva perante o jogo de interesses
que põe em risco tanto as fronteiras políticas como a existência dos Estados,
como ainda a organização dos mesmos. Essas organizações, muitas vezes, são
contestadas quando áreas de um Estado lutam para desmembrar e quando
grupos sociais e classes disputam a posse do poder.
DICAS
92
TÓPICO 2 | LEITURAS GEOPOLÍTICAS CONTEMPORÂNEAS
Contudo, o que vem a ser uma ordem Geopolítica mundial? Quais são seus
traços marcantes? Acredito ser importante refletirmos sobre essa temática, antes
de adentrarmos nos estudos sobre a bipolaridade e a multipolaridade vigente.
Diante disso, define-se uma ordem mundial pela presença de uma ou mais
grandes potências mundiais: ordem monopolar – Inglaterra no século XVIII; ordem
multipolar, no final do século XIX até a Segunda Guerra Mundial – Alemanha,
Inglaterra, França e Estados Unidos; ordem bipolar – Estados Unidos e antiga
URSS, final da década de 1940 até final da década de 1980; ordem multipolar –
Estados Unidos, União Europeia, Japão e, mais recentemente, a China, do final
da década de 1980 até o dias atuais. O que se destaca é a instabilidade de uma
ordem mundial, pois toda ordem mundial está suscetível a conflitos e guerras.
93
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
94
TÓPICO 2 | LEITURAS GEOPOLÍTICAS CONTEMPORÂNEAS
DICAS
95
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico vimos que:
96
AUTOATIVIDADE
97
98
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Estaríamos sendo obsoletos e até mesmo desatualizados se a questão
ambiental e os impactos proporcionados pela ação do homem não fossem discutidos.
99
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
100
TÓPICO 3 | A ORGANIZAÇÃO GEOPOLÍTICA MUNDIAL
101
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
102
TÓPICO 3 | A ORGANIZAÇÃO GEOPOLÍTICA MUNDIAL
103
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
104
TÓPICO 3 | A ORGANIZAÇÃO GEOPOLÍTICA MUNDIAL
105
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
A sociedade tecnológica atual, com alto uso das energias fósseis que
provocam o aquecimento global, levou a globalização a extremos que não se
justificam. Por que temos que comer frutas que amadurecem no verão durante
o inverno, trazendo as frutas de avião? O padrão de trocas internacionais é
totalmente irracional.
106
TÓPICO 3 | A ORGANIZAÇÃO GEOPOLÍTICA MUNDIAL
AUTOATIVIDADE
107
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
● À consciência ecológica
● À utopia ecológica
● À ideologia ecológica
108
TÓPICO 3 | A ORGANIZAÇÃO GEOPOLÍTICA MUNDIAL
109
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
Becker (2000) apresenta três princípios que podem ser identificados sob o
discurso da nova racionalidade e da sustentabilidade:
110
TÓPICO 3 | A ORGANIZAÇÃO GEOPOLÍTICA MUNDIAL
111
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico estudamos:
112
AUTOATIVIDADE
1 Esse tópico direciona nossos olhares para uma nova postura do poder do
Estado diante dos problemas ambientais. Que fatores foram responsáveis
por essa mudança de posicionamento ou mesmo de racionalidade?
113
114
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Inauguramos, no final desse último milênio, uma nova era, não no
sentido geológico, mas defronte aos novos arranjos espaciais, resultantes da
globalização econômica que foi proporcionada pela revolução técnico-científica.
Essa nova era é identificada como Era Planetária, por estar, de maneira direta
ou indiretamente, convergindo todos a uma tendência mundial: a conexão entre
as diferentes realidades mundiais. Essa realidade, mesmo configurando-se de
maneira diferenciada nos diferentes espaços geográficos, nos faz perceber que
cada vez mais a parte e o todo se completam e são interdependentes, ou seja, a
globalização e a fragmentação andam paralelamente.
115
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
116
TÓPICO 4 | O ESTADO-NAÇÃO NA ERA DO MULTILATERALISMO
117
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
DICAS
Dentro dessa realidade, Castells (1999) lembra que tanto o Brasil como
Israel podem ser bons fornecedores de armamentos bélicos avançados. França,
Reino Unido, Alemanha, Itália e China aumentam sua participação, juntamente
com os Estados Unidos e a Rússia, como fornecedores dos exércitos de todo o
mundo. Um sistema cada vez mais complexo de cooperação e concorrência está
surgindo, pois o fornecimento de armamentos bélicos avançados não significa,
obrigatoriamente, que o país possua um invejável controle de segurança sobre
suas fronteiras (tráfico de drogas, por exemplo, que acontece nas fronteiras entre
Brasil e Colômbia). Soma-se a essa complexidade, a existência do mercado negro
global de armamentos, que tem se proliferado, possibilitando a difusão de toda
e qualquer tecnologia recém-desenvolvida, desde gases que afetam o sistema
nervoso até aparelhos eletrônicos que despistam o inimigo.
118
TÓPICO 4 | O ESTADO-NAÇÃO NA ERA DO MULTILATERALISMO
Estados Unidos, uma vez que eles não têm condições de exercer controle sobre
as fontes de fornecimento de equipamentos de última geração, tornando-se
permanentemente dependente do ponto de vista de fazer guerra.
De acordo com Bueno (2010), os Estados Unidos assinaram uma lei contra
o Irã, que pode prejudicar firmas do Japão.
[...] presidente Barack Obama estaria assinando leis que impõe novas
sanções ao Irã, com a intenção de aumentar a pressão sobre o país persa por seu
programa nuclear. Essa medida atinge companhias de energia e financeiras do
Japão, assim como de outros países que operam nos EUA. A lei a ser firmada por
Obama proíbe companhias internacionais do setor energético do Irã de operarem
nos EUA. Multinacionais de vários países de toda Europa, Ásia e do Oriente
Médio também podem ser afetadas. A empresa Inpex, por exemplo, possui 10%
das ações no campo de petróleo de Azedegan, no sudoeste do Irã e não pretende
vendê-lo. Os EUA têm aumentado a pressão internacional contra o Irã, por causa
do programa nuclear desse país. Washington teme que o Irã busque secretamente
armas nucleares, mas Teerã garante ter apenas fins pacíficos.
119
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
2 5
1
3
7 6
4
1. EUA 4. Israel
Armas nucleares: 11.000. Armas nucleares: até 200.
Submarinos com mísseis: 14. 5. Rússia
Bombardeiros: 115. Armas nucleares: 16.000.
Mísseis Tomahawk: 325. Mísseis balísticos intercontinentais: 585.
Mísseis balísticos intercontinentais: 510. Mísseis balísticos em submarinos: 192.
Mísseis balísticos em submarinos: 336. Bombardeiros: 78.
2. Inglaterra Submarinos com mísseis: 12.
Armas nucleares: 190. 6. China
Submarinos nucleares: 4. Mísseis balísticos: 120.
3. França 7. Paquistão
Armas nucleares: 120. Armas nucleares: até 50.
Mísseis em submarinos: 48. 8. Índia
Bombardeiros: 70. Armas nucleares: até 30.
Mísseis disparados de aviões: 70.
FONTE: Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT1004229-1706-5,00.
html>. Acesso em: 2 ago. 2010.
120
TÓPICO 4 | O ESTADO-NAÇÃO NA ERA DO MULTILATERALISMO
americana levou à bomba atômica russa. Para se defender dos russos surgiram
os arsenais atômicos de Inglaterra, França e China. O medo da China gerou
o programa nuclear da Índia, que foi copiado pelo seu inimigo Paquistão. A
posse da bomba tornou-se status.
Nogueira (2007) ainda explica que mesmo havendo uma forte mobilização
internacional contra a proliferação nuclear, a partir de esforços diplomáticos
dos estados Unidos e da ONU, com o Tratado de Não Proliferação, que conta
com 184 países, a construção de bombas acabou acontecendo, mesmo o Tratado
registrando algumas vitórias importantes. Nos últimos 15 anos o número de
países que abandonou a busca de armas nucleares é maior do que daqueles que
se empenham em desenvolvê-la. Alguns exemplos: África do Sul desmoronou
seis armas nucleares que havia construído; Brasil e Argentina abandonaram
parcialmente seus programas nucleares; Bielo-Rússia, Casaquistão e Ucrânia
entregaram o armamento atômico que herdaram da URSS para a Rússia.
Se, por um lado, existe a tendência das grandes potências evitarem esforços
multilaterais (como o Tratado de Não Proliferação), no sentido de impedir o acesso
a essas armas por parte de novos países, por outro, quem está no controle sobre
essas armas passa a representar o sistema de segurança global, sendo forçado
tanto a interferir como auxiliar no estabelecimento de equilíbrio entre o poder de
destruição em diferentes regiões do mundo, para evitar perigosos confrontos locais.
121
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
122
TÓPICO 4 | O ESTADO-NAÇÃO NA ERA DO MULTILATERALISMO
ATENCAO
Porém, para Becker (2000, p. 298) outras razões possuem o mesmo status
para não se considerar o fim do Estado e do sistema de Estados, entre eles
podemos destacar:
123
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
Portanto, não estamos frente ao fim do Estado, mas de uma mudança de sua
natureza e papel, entendendo que ele não pode ser visto como uma forma acabada,
pois está sempre em processo. Assim, as novas formas de produção e as demandas
por autonomia requerem uma organização social e política flexível, que favorece a
competição. “A estratégia de modernização dos aparatos institucionais da ideologia
liberal que inclui como componentes centrais a desburocratização, a privatização e a
descentralização expressa e induz essa transformação” (BECKER, 2000, p. 298).
124
TÓPICO 4 | O ESTADO-NAÇÃO NA ERA DO MULTILATERALISMO
125
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
126
TÓPICO 4 | O ESTADO-NAÇÃO NA ERA DO MULTILATERALISMO
127
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
128
TÓPICO 4 | O ESTADO-NAÇÃO NA ERA DO MULTILATERALISMO
LEITURA COMPLEMENTAR
Milton Santos
[...] Este mundo globalizado, visto como fábula, erige como verdade um
certo número de fantasias, cuja repetição, entretanto, acaba por se tornar uma
base aparentemente sólida de sua interpretação.
129
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA POLÍTICA
130
TÓPICO 4 | O ESTADO-NAÇÃO NA ERA DO MULTILATERALISMO
131
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico estudamos:
● A hegemonia militar ainda é cabida aos Estados Unidos, mas isso não lhe
garante a hegemonia econômica.
132
● Da globalização resultam áreas excluídas.
133
AUTOATIVIDADE
134
UNIDADE 3
GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
ESTUDOS DE CASO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em quatro tópicos. Em cada um deles você encon-
trará atividades para uma maior compreensão das informações apresentadas.
TÓPICO 3 – A ANTROPOLÍTICA
135
136
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Na Unidade anterior debruçamos nossas atenções sobre a concepção
de Geopolítica e da Geografia Política dentro de um contexto global, suas
distinções e a legitimação do papel do Estado-Nação nos diferentes momentos
históricos. Também abordamos temáticas referentes à questão do arsenal militar
e sua discutível atuação, lembrando que, se houvesse confronto entre os países
possuidores desse aparato, certamente não haveria vencedores. Outra questão
pertinente tratada na Unidade 2 foram os impactos ambientais globais. Alertamos
que a tomada de decisão e iniciativas está na mão de todos aqueles que se envolvem
com a ameaçada extinção da espécie humana, tanto quanto da natureza.
137
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
O Brasil, como grande parte dos países americanos, teve sua história e
formação de configuração do território realizadas a partir de interesses externos,
que, lentamente, foram sendo substituídos, não na sua totalidade, pelas
emergências internas.
138
TÓPICO 1 | A GEOGRAFIA POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
OCEANO
ATLÂNTICO
LINHA DO TRATADO DE TORDESILHAS
A ESPANHA PERTENCENTES
A PORTUGAL
OCEANO
ATLÂNTICO
140
TÓPICO 1 | A GEOGRAFIA POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
141
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
O Brasil segue sua história para uma maior centralização e para uma
política de alinhamento com os Estados Unidos, principalmente no período da
Guerra Fria, participando até de forças internacionais de repressão a movimentos
populares – período da ditadura militar. Dessa maneira, formou-se, nesse
contexto, a ideologia da segurança nacional, que se estruturava dentro de um
sistema autoritário de governo, no âmbito interno; e uma política externa, visando
classificar o país como uma potência emergente. Essa política levou o país para
uma posição de satelização dos Estados Unidos, para a execução dos interesses
das grandes potências internacionais em sua área de influência. “Naquela fase
destacam-se como pensadores geopolíticos os generais Golbery do Couto e Silva
e Meira Matos” (ANDRADE, 1995, p. 12).
142
TÓPICO 1 | A GEOGRAFIA POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
ATENCAO
Na segunda fase, que se estenderia dos meados do século XVIII até início
do século XX, o Brasil volta suas preocupações em precisar melhor suas fronteiras,
resolvendo, por arbitragem internacional ou por tratados diretos, questões de
limites com seus países vizinhos. Essa fase foi caracterizada como um período de
tensões em nossas fronteiras.
143
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
144
TÓPICO 1 | A GEOGRAFIA POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
145
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
146
TÓPICO 1 | A GEOGRAFIA POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
DICAS
147
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
148
TÓPICO 1 | A GEOGRAFIA POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
Em relação ao Brasil, podemos afirmar que sofremos até hoje a sangria que
foi feita com nossa economia, com a construção de obras inúteis e faraônicas, com
grandes escândalos financeiros e, na época, com a maior dívida externa do mundo.
149
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
150
TÓPICO 1 | A GEOGRAFIA POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
151
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
DICAS
152
TÓPICO 1 | A GEOGRAFIA POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
153
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
154
RESUMO DO TÓPICO 1
● O século XIX foi marcado por áreas de litígios entre o Brasil e alguns países
vizinhos.
● Getúlio Vargas criou o IBGE, que deveria formular uma política de racionalidade
da utilização do território.
● O Brasil segue sua história com maior centralização e maior alinhamento com
os Estados Unidos, principalmente no período da Guerra Fria.
155
AUTOATIVIDADE
156
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A partir do fim da Guerra Fria, que, como já vimos, sua datação ainda é
discutível, inaugura-se um novo período geopolítico e político no mundo. Novas
potências ressurgem – Alemanha, Japão e Reino Unido –, países classificados
como terceiro-mundistas se projetam nas brechas dos países centrais, impondo-
se não mais dentro de uma obediência cega aos países centrais, no que se refere a
uma política de defesa, mas se apresentando competitivos economicamente e se
posicionando dentro das discussões de âmbito mundial.
157
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
2 A GEOPOLÍTICA EM MOVIMENTO
A legitimidade da geopolítica em um contexto atual vislumbra-se,
principalmente a partir do centro hegemônico, para justificar o contínuo
aperfeiçoamento bélico edificado pelos Estados Unidos e suas ações militares de
larga escala, comandadas no Iraque, no Afeganistão e Paquistão em pleno século
XXI. Os interesses norte-americanos são inúmeros, projetando-se no Oriente
Médio e na Ásia Central em torno do petróleo; no leste europeu por meio da
expansão da OTAN em direção ao cercamento da Rússia; e em países como Irã e
Coreia do Norte para destruir seus programas nucleares atômicos, entre outros.
158
TÓPICO 2 | A POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA DO CAPITALISMO
DICAS
159
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
3 GEOPOLÍTICA ATUAL
Baseando-se em uma concepção imediatista, existe a concepção de que o
mundo, perante as transformações proporcionadas pelo avanço da tecnologia,
vem se tornando cada vez menor, e isso se estende, inclusive, para as relações
humanas. Essa concepção se sustenta na legitimidade da técnica que estabelece
a expansão das nações. Os resultados desse atual processo tanto podem ser
enumerados positiva como negativamente.
160
TÓPICO 2 | A POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA DO CAPITALISMO
161
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
Com uma certa razão, os EUA não pretendem arcar com todos esses
compromissos sozinhos. E o olhar deles – como de resto, de todo o mundo – se
volta, necessariamente, para dois países em especial: a Alemanha e o Japão. São
os dois países que saíram arrasados da Segunda Guerra e que hoje constituem,
respectivamente, a terceira e a segunda economias mais vigorosas e dinâmicas
do planeta. É mais do que reconhecido que esses dois países se reergueram
economicamente em função da ajuda mais que providencial dos EUA ao longo
das duas décadas, após o término da Segunda Guerra.
FONTE: Martinez; Tanaka (1996, p. 15-16)
Contudo, apesar das declarações de boas intenções de Bonn e Tóquio,
esses países vêm apresentando interesses e projetos econômicos que se distanciam
dos interesses diretamente ligados aos Estados Unidos.
162
TÓPICO 2 | A POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA DO CAPITALISMO
163
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
[...] o Japão parece não ter tanto em financiar o seu próprio sistema de
defesa nacional, há muito tempo controlado pelos Estados Unidos. Ao
contrário, parece que o seu objetivo é realizar a conquista de amplos
mercados para os seus produtos e sua tecnologia através do domínio
da extensa bacia do Pacífico que envolve a Coreia, sudeste asiático e a
Oceania. Nos últimos vinte anos, o Japão intensificou a sua presença
na região, aliando-se a empresas locais que se utilizam em larga escala
da tecnologia japonesa, reproduzindo o modelo agressivo de aumento
das exportações. (MARTINEZ; TANAKA, 1996, p. 16).
164
TÓPICO 2 | A POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA DO CAPITALISMO
165
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
166
TÓPICO 2 | A POLÍTICA E A GEOPOLÍTICA DO CAPITALISMO
167
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
Em suma, com o fim da Guerra Fria, muitas tensões vieram à tona. Com
a instauração de uma ordem geopolítica e econômica, emergiu uma série de
novos conflitos, tais como: étnicos e sociais. É importante ficar claro que, quando
se fala na emergência de uma nova ordem mundial, fala-se na instituição de
novos arranjos geopolíticos, políticos e econômicos internacionais e não em um
mundo em que imperem a ordem, a paz e a estabilidade. Ao contrário, com o fim
da velha ordem e, consequentemente, com o surgimento de uma nova ordem
– aparentemente unipolar, assentada na hegemonia do capitalismo, em que
a capacidade tecnológica e financeira é determinante na definição do poder, a
instabilidade e a desordem no mundo aumentaram.
168
RESUMO DO TÓPICO 2
● Territórios da África, Ásia e Europa são palco de conflitos causados por disputas
de territórios, supremacias étnica, religiosa, cultural e econômica, com maior
agressividade.
● O conflito Leste x Oeste foi substituído pela concorrência Norte x Sul, que
intensifica as diferenças entre países ricos e pobres, estimulando a imigração.
169
AUTOATIVIDADE
170
UNIDADE 3
TÓPICO 3
A ANTROPOLÍTICA
1 INTRODUÇÃO
Dando continuidade aos trabalhos a respeito da geopolítica e da política,
abriremos parênteses para o interior de nossas concepções, naquelas que se baseiam
no entendimento, assim como na busca de alternativas que levem aos olhares dos
seres humanos, um mundo mais igual, livre, fraterno e ecologicamente correto.
171
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
2 DA POLÍTICA À ANTROPOLÍTICA
O século XX foi modificado de política do bom governo e de política-
providência do Estado expansionista, por meio da guerra, a Estado assistencialista.
Inicialmente, a política pôs a economia sob seu abrigo com o protecionismo do
século XIX; depois, com as leis antitrustes, a política se encarregou da economia,
orientando-a e estimulando-a ao crescimento e ao controle do Estado, à planificação
que se observou na antiga URSS e na China, entre outros. E, mais recentemente,
as necessidades dos indivíduos e populações entraram na competência política,
mesmo que de uma maneira muito tímida, dependendo do país observado.
● Assistência às pessoas e sua proteção, que são exercidas por alocações diversas,
como: seguro de vida, trabalho, doença, velhice e, também, serviços como:
maternidade, creches, asilo e funerárias.
● Reparação dos danos causados pelas catástrofes naturais (inundações, tremores
de terras, etc.).
● Política da educação, que foi sistematizada e ampliada em política da cultura e
lazer.
● Liberdade ou controle dos meios de comunicação moderno.
● Prosperidade e o bem-estar, que foram elevados à condição de fins políticos.
172
TÓPICO 3 | A ANTROPOLÍTICA
Interessante essa reflexão, pois foge das abordagens que fizemos até aqui
quando tratávamos da Geografia Política ou da Geopolítica e até mesmo da Geografia
cultural. Tanto em uma como na outra a questão territorial e espacial está muito
presente e as sustenta. Já no momento presente da nossa discussão, abrangemos um
novo aspecto: o da “intromissão” da política em nosso livre-arbítrio.
173
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
AUTOATIVIDADE
174
TÓPICO 3 | A ANTROPOLÍTICA
Preâmbulo
175
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
A Assembleia Geral proclama
[...]
FONTE: Disponível em: <http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.
htm>. Acesso em: 2 ago. 2010.
Percebe-se que os termos liberdade, igualdade e, de maneira implícita,
fraternidade estão presentes no início da declaração diversas vezes. Então,
questiona-se: onde está a validade desse documento universal? Por que
teoricamente é tão completo e a sua execução torna-se tão ausente nas relações
entre os homens e entre os homens e seu espaço de vida?
176
TÓPICO 3 | A ANTROPOLÍTICA
Norma 1- Trabalhar a favor de tudo que é associativo, lutar contra tudo que
é dissociativo. Isso não significa que é preciso manter coerções hegemônicas
sobre uma nação ou uma etnia que queiram emancipar. Significa que,
mesmo nesse caso, a emancipação deve conduzir não ao isolamento e às
rupturas das conexões preestabelecidas – econômicas, culturais –, mas há
necessidade de participar de um conjunto associativo. Assim, por exemplo,
a emancipação dos países bálticos deveria ser acompanhada de integração
num novo conjunto báltico – Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca, Rússia
– e do estabelecimento de vínculos espaciais com a Rússia, não apenas para
salvaguardar complementaridades econômicas, mas também para dar um
estatuto protegido às minorias russas que aí se encontram.
177
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
Esse mar já foi o quarto maior do planeta e faziam parte de sua bacia
mais de cinco mil lagos. O desvio dos rios que o alimentavam (Amu Daria e
Sir Daria) foi feito pelos soviéticos para irrigar plantios de algodão. A floresta
que cercava suas margens também foi prejudicada e cerca de 80% das espécies
de animais desapareceram. Em consequência da retirada de água, a erosão
apareceu e, somado a esse processo erosivo, têm-se ainda 60 milhões de
toneladas de sal carregadas pelos rios, matando peixes e a indústria pesqueira
que sustentava a economia local. Já se registra a contaminação dos lençóis
freáticos com pesticidas, elevando o nível de doenças como o câncer. Os ventos
que sopram na região levam a areia com alto grau de sal para áreas do Japão e
Escandinávia, provocando sérios problemas de saúde.
Morin e Kern (1995) explicam que a política permanente sobre um único foco
desconsidera as interações que repercutem a partir desse foco. Assim, em relação
aos problemas de saúde demográficos, modo de vida e meio ambiente, praticam-se
políticas separadas, mas não uma política de intervenções entre esses problemas.
178
TÓPICO 3 | A ANTROPOLÍTICA
[...] o fato é que cada estrutura do todo reproduz o todo. Assim como
uma fase de transição, as estruturas vindas do passado, ainda que
parcialmente renovadas, tenderão a continuar reproduzindo o todo
tal como era na fase precedente. Todavia, se cada estrutura conhece
seu próprio ritmo de mudança, a estrutura do espaço é a instância
social de mais lenta metamorfose e adaptação. Por isso, ela poderá
continuar, por muito tempo, a reproduzir o todo anterior, a situação
que se deseja eliminar [...]
179
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
180
RESUMO DO TÓPICO 3
181
AUTOATIVIDADE
182
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Para o último tópico de nossa Unidade trabalharemos a temática a respeito
do terrorismo e a Geopolítica atual. É um tema pertinente e complexo, no sentido
de que envolve a tomada de partido ou de posicionamento político dos Estados-
nação existentes.
183
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
184
TÓPICO 4 | ESTUDO DE CASO: O TERRORISMO
185
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
186
TÓPICO 4 | ESTUDO DE CASO: O TERRORISMO
DICAS
187
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
apoio de alguns Estados que os escondem ou até que permitem (ou financiam
em parte) os seus campos de treinamento: como se sabe, nos anos recentes
esse papel foi desempenhado, em maior ou menor proporção, pelo Sudão, pela
Somália, pela Líbia, pela Síria, pelo Iraque e pelo Afeganistão.
FONTE: Disponível em: <http://www.geocritica.com.br/geopolitica03-1.htm>. Acesso em: 2
ago. 2010.
Assim, temos que o terrorismo pós-moderno dispõe de novos e mais
potentes instrumentos de ação: não somente os assassinatos e as explosões, mas
também gases nocivos, agentes patogênicos e, às vezes, até mesmo material
radioativo, tornando-o cada vez mais fatal ou até mesmo catastrófico.
188
TÓPICO 4 | ESTUDO DE CASO: O TERRORISMO
não mais como uma vítima das atrocidades russas e sim como uma área onde
há muitos fundamentalistas e grupos terroristas. [...] Somente depois de 10
anos do final do império socialista soviético, o Ocidente capitalista começa a
eliminar a sua antiga desconfiança frente à Rússia e começa a ver esse Estado-
Nação como um membro de fato do sistema global e inclusive da Europa.
Nesse sentido, o terrorismo no final das contas pode ter sido benéfico para os
interesses econômicos e estratégicos russos.
[...]
FONTE: Disponível em: <http://www.geocritica.com.br/geopolitica03-1.htm>. Acesso em: 2
ago. 2010.
189
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
190
TÓPICO 4 | ESTUDO DE CASO: O TERRORISMO
[...]
191
UNIDADE 3 | GEOPOLÍTICA BRASILEIRA E
192
TÓPICO 4 | ESTUDO DE CASO: O TERRORISMO
LEITURA COMPLEMENTAR
UNI
Geraldo Vandré
Caminhando e cantando Nos quartéis lhes ensinam
E seguindo a canção Uma antiga lição:
Somos todos iguais De morrer pela pátria
Braços dados ou não E viver sem razão...
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções Vem, vamos embora
Caminhando e cantando Que esperar não é saber
E seguindo a canção... Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber Nas escolas, nas ruas
Quem sabe faz a hora Campos, construções
Não espera acontecer...(2x) Somos todos soldados
Armados ou não
Pelos campos há fome Caminhando e cantando
Em grandes plantações E seguindo a canção
Pelas ruas marchando Somos todos iguais
Indecisos cordões Braços dados ou não...
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão Os amores na mente
E acreditam nas flores As flores no chão
Vencendo o canhão... A certeza na frente
A história na mão
Vem, vamos embora Caminhando e cantando
Que esperar não é saber E seguindo a canção
Quem sabe faz a hora Aprendendo e ensinando
Não espera acontecer...(2x) Uma nova lição...
193
RESUMO DO TÓPICO 4
194
AUTOATIVIDADE
195
196
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Edu Silvestre. A geopolítica da dependência como estratégia
brasileira de inserção no sistema internacional. Revista OIKOS I, Rio de Janeiro,
vol. 9, n. 1, p. 67-82, 2010.
BUENO, Gabriel. Os Estados Unidos assina lei contra Irã que podem
prejudicar firmas do Japão. Estado de São Paulo. Disponível em: <http://
economia.estadao.com.br/noticias/not_25547.htm>. Acesso em: 1 jul. 2010.
CALLAI, Helena Copeli; CALLAI, Jaeme Luiz. Grupo, espaço e tempo nas
séries iniciais. In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos et al. Geografia em sala
de aula – práticas e reflexões. Porto Alegre/RS: Editora AGB, 1998.
CLAVAL, Paul. As abordagens da geografia cultural In: CASTRO, Iná Elias de;
GOMES, Paulo Cesar da Costa; CORRÊA, Roberto Lobato (orgs.). Explorações
geográficas: percursos no fim do século. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
197
CORRÊA, Roberto Lobato. Carl Sauer e a geografia cultural In: ______.
Trajetórias geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
LACOSTE, Yves. A Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer guerra.
Trad. Maria Cecília França. 4. ed. Campinas, SP: Papirus, 1997.
MOREIRA, Rui. A Geografia: o que é, para que serve e a quem serve. In: ______.
O que é geografia. São Paulo: Brasiliense, 1985.
NOGUEIRA, Paulo. Qual o futuro da bomba? Galileu, São Paulo, edição 187, p.
2-6, fev. 2007.
198
REINSERÇÃO na cúpula política mundial. Veja on-line. Disponível em: <http://
veja.abril.com.br/idade/exclusivo/conheca_pais/alemanha/politica.html>. Acesso
em: 2 ago. 2010.
SANTOS, Milton. Cultura popular, período popular. In: ______. Por uma outra
globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro:
Record, 2001.
199