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FICHA GERAL 7A (p. 1 de 2)


(Fichas de tarefas 2, 2A; p. 31, 35)

Análise em cadeia, passo a passo


1. Descreva o COMPORTAMENTO-PROBLEMA (comer ou beber em excesso, gritar
com as crianças, jogar uma cadeira, ter uma explosão emocional avassaladora, dis-
sociar, não ir ou chegar atrasado ao treinamento de habilidades, adiar ou recusar-se a
fazer o treino, etc.).
(A) Seja muito específico e minucioso. Não utilize termos vagos.
(B) Identifique exatamente o que você fez, disse, pensou ou sentiu (caso sentimentos
sejam o comportamento-problema visado). Identifique o que você não fez.
(C) Descreva a intensidade do comportamento e outras características que são im-
portantes.
(D) Descreva o comportamento-problema com detalhes suficientes para que um ator
em uma peça ou filme pudesse recriá-lo com precisão.
(E) Se o comportamento é algo que você não fez, pergunte a si mesmo se: (a) você
não sabia que precisava fazê-lo (ele não entrou na memória de curto prazo); (b)
você o esqueceu e, posteriormente, não lhe passou pela cabeça fazê-lo (ele não
entrou na memória de longo prazo); (c) você o adiou quando pensou nele; (d)
recusou-se a fazê-lo quando pensou nele; ou (e) você não estava disposto e recu-
sou-se a fazê-lo, ou algum outro comportamento, pensamento, ou emoção inter-
feriram na ação. Se o caso for (a) ou (b), pule para o passo 6 a seguir (trabalhando
em soluções). Se não, continue a partir daqui.
2. Descreva o EVENTO DESENCADEANTE específico que iniciou toda a cadeia de com-
portamentos. Inicie com o evento no ambiente que desencadeou a sequência. Sempre
comece com algum fato em seu ambiente, mesmo que não lhe pareça que o fato ambien-
tal tenha “causado” o comportamento-problema. De outra forma, poderíamos perguntar
sobre qualquer comportamento, pensamento, sentimento ou experiência: “O que provo-
cou isso?”. Possíveis perguntas para ajudá-lo a descobrir isso são:
A. Qual evento exato precipitou o início da reação em cadeia?
B. Quando a sequência de eventos que levaram ao comportamento-problema se
iniciou? Quando o problema começou?
C. O que estava acontecendo imediatamente antes do pensamento ou impulso para
o comportamento-problema começar?
D. O que você estava fazendo/pensando/imaginando naquele momento?
E. Por que o comportamento-problema aconteceu naquele dia e não no anterior?
3. Descreva FATORES DE VULNERABILIDADE específicos que estavam presentes
antes do evento desencadeante. Quais fatores ou eventos o deixaram mais vulnerável
a reagir com uma cadeia problemática? Áreas a examinar são:
A. Doença física; alimentação ou sono desequilibrado; lesão.
B. Uso de drogas ou álcool; má utilização de medicamentos prescritos.
C. Acontecimentos estressantes no ambiente (positivos ou negativos).
D. Emoções intensas, como tristeza, raiva, medo, solidão.
E. Comportamentos anteriores seus que lhe pareceram estressantes vindo a sua
mente.
(continua na próxima página)

De Treinamento de habilidades em DBT: manual de terapia comportamental dialética para o paciente, segunda edição, de
Marsha M. Linehan. Copyright 2018 – Artmed Editora Ltda. Permissão para fotocopiar esta ficha é concedida a compra-
dores deste livro para uso pessoal ou para uso com pacientes.
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4. Descreva nos mínimos detalhes a CADEIA DE EVENTOS que acarretou o compor-
tamento-problema. Imagine que esse seu comportamento seja encadeado ao evento
desencadeante no ambiente. Qual é a extensão da cadeia? Em que direção ela vai?
Quais são os links? Escreva todos os links da cadeia de acontecimentos, por menores
que sejam. Seja muito específico, como se estivesse escrevendo o roteiro de uma
peça de teatro. Os links na cadeia podem ser:
A. Ações ou coisas que você faz.
B. Sensações corporais ou sentimentos.
C. Cognições (p. ex., crenças, expectativas ou pensamentos).
D. Acontecimentos no ambiente ou coisas que outras pessoas fazem.
E. Sentimentos ou emoções que você sente.
Qual pensamento (ou crença), sentimento ou ação exata sucedeu ao evento desen-
cadeante? Qual pensamento, sentimento ou ação veio depois? E depois? E depois?
E assim por diante.
• Considere cada link na cadeia depois de escrevê-lo. Existe outro pensamen-
to, sentimento ou ação que poderia ter ocorrido? Outra pessoa poderia ter
pensado, sentido ou agido de maneira diferente naquele momento? Em caso
afirmativo, explique como seria aquele pensamento, sentimento ou ação es-
pecífica.
• Para cada link na cadeia, pergunte se existe um link menor que você poderia
descrever.
5. Descreva as CONSEQUÊNCIAS desse comportamento. Seja específico. (Como ou-
tras pessoas reagiram posterior ou imediatamente? Como você se sentiu logo após
realizá-lo? Um pouco depois? Que efeito o comportamento teve em você e em seu
ambiente?)
6. Descreva detalhadamente em cada ponto em que você poderia ter usado um com-
portamento habilidoso para impedir o comportamento-problema. Que links foram
mais importantes para acarretar tal comportamento? (Em outras palavras, se você
tivesse eliminado essas atitudes, ele provavelmente não teria acontecido.)
A. Retorne à cadeia de comportamentos que seguiram o evento desencadeante.
Destaque cada link em que, se você tivesse feito algo diferente, teria evitado o
comportamento-problema.
B. O que você poderia ter feito de maneira diferente em cada link na cadeia de acon-
tecimentos para evitar o comportamento-problema? Quais comportamentos de
enfrentamento ou habilidosos você poderia ter usado?
7. Descreva detalhadamente uma ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO para como você
poderia ter impedido que a cadeia se iniciasse reduzindo sua vulnerabilidade à ela.
8. Descreva o que você fará para REPARAR consequências importantes ou significati-
vas do comportamento-problema.
A. Analise: quem você realmente prejudicou? Qual consequência negativa você
pode reparar?
B. Considere o dano ou mal-estar que causou a outras pessoas e aquele que cau-
sou a si mesmo. Conserte o que danificou. (Não leve flores para consertar uma
janela que você quebrou: conserte-a! Conserte uma traição à confiança sendo
muito confiável por tempo suficiente e proporcional à traição, em vez de tentar
repará-la com cartas de amor e reiterados pedidos de desculpa. Conserte uma
falha tendo êxito, não repreendendo a si próprio.)

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