Segundo os dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada
quatro brasileiros terão mais de 65 anos em 2060. Contudo, os esforços para o bem-estar da terceira idade, não tem acompanhado o aumento de tal faixa etária. Nesse sentido, torna-se crucial analisar as causas desse revés, dentre as quais se destacam a insuficiência legislativa e o contexto social da atualidade. Primeiramente, é imperioso notar que a indiligência do governo se configura como um obstáculo para a resolução dessa problemática. Ainda que haja o Estatuto do Idoso, responsável por assegurar seus direitos, é notório que continuam sofrendo segregação social, assim como, o desaso recebido do Estado. De acordo com o filósofo John Locke, “As leis fizeram-se para os homens e não para as leis.” Em outras palavras, ao ser criada uma lei, é preciso que tenha validade na sua aplicação, com o intuito de melhoria social. Ademais, a dinamicidade no mundo contemporâneo obscurece a vida dos mais velhos. A permanente falta de tempo e o extremo individualismo torna o dever de zelar pelos idosos no Brasil uma incumbência árdua. Além disso, com os avanços tecnológicos não foram acompanhados pelos idosos, e com tamanha falta de paciência, se sentem pouco inseridos socialmente. Esse cenário evidencia, então, o quanto a sociedade atual é egocêntrica, ilustrando a ideia de modernidade líquida de Bauman, em que, segundo ele, “As relações escorrem pelos dedos”. Frente a tal problemática, faz-se urgente, pois, que o Ministério da Educação, promova melhores condições de lazer e entretenimento, para o deleite do público da terceira idade. Outrossim, as escolas e a mídia devem ser responsáveis por propagar valores positivos em relação aos de mais idade, mostrando que os mais velhos têm muito a oferecer, como sabedoria e experiência a ser compartilhada. Espera-se, com essas medidas, que os problemas associados à invisibilidade do idoso no Brasil seja paulatinamente erradicado.