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PLANO DE AULA
Desenvolvimento da aula:
Terminada a primeira parte, segue-se em frente para a segunda, começando com
uma subseção de 15 minutos, na qual é feita uma leitura rápida, sem pausas, do
Prefácio, buscando capturar em mente a unidade do texto. Depois, ao longo de
60 minutos, repetiremos a leitura, mas agora pausadamente, buscando aplicar
análise e síntese às informações que estão sendo lidas. O intuito principal dessa
leitura demorada é visualizar a estrutura argumentativa do texto, fazendo
diferença entre ela e as informações que possuem o intuito apenas de conduzir o
leitor até às premissas e conclusões chaves do conteúdo. A ideia é tomarmos em
prática aquilo que foi exposto teoricamente na primeira parte do encontro, isto
é, aplicarmos efetivamente o fichamento em conjunto; claro que de modo ideal,
visto que essa aplicação não passaria por tantos percalços como uma leitura
solitária passa. No entanto, de todo modo, consegue-se demonstrar in loco o
funcionamento da ferramenta que estamos ensinando, e alertar de antemão sobre
algumas dificuldades no exercício da mesma, bem como de suas respectivas
soluções possíveis. Ademais, essa confecção em conjunto é com base no
Desenvolvimento da aula: fichamento de formato determinado em conjunto com o professor: cabeçalho,
síntese e ficha de tópicos e descrições hierarquizados. Obviamente, para real
efetividade da visualização do funcionamento do fichamento, também é
necessário que este seja um momento dedicado a explicar o conteúdo textual
aos alunos, solucionando suas dúvidas e direcionando leituras que possam
aprofundar o conhecimento.
Na terceira e última parte, aproveita-se para aludir-se à concepção de filosofia
com a qual Pierre Hadot trabalha. Em suma, o intuito aqui é o de relacionar tal
concepção tanto com a investigação apresentada no Prefácio, quanto com a
prática do fichamento. A conexão entre os três é possível a partir de que Hadot
procura fazer uma leitura filológica das obras filosóficas para poder reviver suas
démarche, i.e., os movimentos do pensamento e as intenções dos autores. O
fichamento, portanto, seria um pequeno e primeiro, porém importantíssimo
passo a ser dado pelo calouro na possibilidade de viver as obras e os textos com
os quais já se depara desde o primeiro período. Com essa conexão, todo o
esforço e dificuldade presentes na compreensão teórica e no exercício prático
que foram expostos ganham uma nova dimensão e perspectivas, de modo que
acabam por funcionar como um motor do estudo. Assim, o estudo acadêmico,
devido à compreensão unitária entre vida e discurso, experiência e ideia
presente em Hadot, acaba por ser visto não mais como sacrificante, mas
enriquecedor. Além de exercício profissional, se torna um exercício pessoal,
demonstrando como a pesquisa contribui não apenas para o desenvolvimento da
sociedade, mas principalmente, e antes, para o desenvolvimento do próprio
pesquisador.
Aplicação do método de fichamento ensinado em um dos textos da bibliografia
Avaliação: da disciplina, tendo como ponto de partida a proposta de trabalho exposta por
SILVA.
FICHAMENTO
BALTAR; RIZZATTI-CERUTTI; ZANDOMENEGO. Unidade C. In: Leitura e
Produção Textual Acadêmica I. Florianópolis: LLV/CCE/UFSC, 2011, pp.117-
133;
FRANCELIN. Fichamento como método de documentação e estudo. In:
Tópicos para o ensino de biblioteconomia: volume I. São Paulo: ECA-USP,
2016, pp. 40-58. Disponível em: http://www3.eca.usp.
br/sites/default/files/form/biblioteca/acervo/producao-academica/002749741.pdf
GARCEZ, Lucília. A Qualidade da Leitura: capítulo 3. In: Técnica de redação:
o que é preciso saber para bem escrever. Martins Fontes, 2004
SEVERINO. Leitura e Documentação. In: Metodologia do trabalho científico
[livro eletrônico]. 2ª ed. São Paulo: CORTEZ, 2017, pp.40-67
SILVA; BESSA. Produção de textos na universidade: uma proposta de trabalho
com sequências didáticas com o gênero fichamento. In: Revista Gatilho -
Revista discente do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFJF, v.13
Referências:
(2011). Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.
php/gatilho/article/view/26999
HADOT E A FILOSOFIA
ALMEIDA, Fábio Ferreira de. Pierre Hadot e os exercícios espirituais: a
filosofia entre a ação e o discurso. In: Revista de Filosofia da PUCPR Aurora, v.
23, n.32, 2011, pp. 99-111. Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/index.
php/aurora/article/view/1750/1657
HADOT, Pierre. Exercícios espirituais e filosofia antiga. Tradução Flavio
Fontenelle Loque e Loraine Oliveira. 1ªed. São Paulo: É Realizações, 2014
HADOT, Pierre. Prefácio. In: O que é a Filosofia Antiga?. Tradução Dion Davi
Macedo. 6ªed. São Paulo: LOYOLA, 2014, pp. 15-24
VELOSO. A Filosofia como Exercício Espiritual no pensamento de Pierre
Hadot. In: PURIFICAÇÃO; CATARINO; PEREIRA. (orgs.) Reflexão sobre
temas e questões em áreas afins à filosofia 2. Ponta Grossa: ATENA, 2021, pp.
48-54