CAMPUS IV – JACOBINA / COLEGIADO DE GEOGRAFIA CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
DISCENTE: Murilo de Almeida Ferreira
COMPONENTE CURRICULAR: Metodologia do Trabalho Científico DOCENTE: Profa. Dra. Jacy Bandeira Almeida Nunes
RESUMO
SEVERINO, Antônio Joaquim. O trabalho acadêmico: orientações gerais para o
estudo na universidade. In: Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2013.
A etapa do ensino superior exige novas posturas diante do estudo. Assim, é
necessário que o estudante entenda que os resultados de sua aprendizagem dependem fundamentalmente dele mesmo. As atividades práticas, de laboratório ou campo, são fundamentais na formação universitária, No entanto, é preciso que seja construído um embasamento teórico, que pode ocorrer através de uma bibliografia qualificada. Preza-se, de início, por textos introdutórios e, posteriormente, por obras mais especializadas. Dessa forma, recomenda-se a assinatura de periódicos. Esse material servirá de complementação para o que foi estudado em classe. Assim, é essencial a documentação (fichamento) da matéria abordada em aula, como também do material complementar. A documentação é a maneira mais adequada e sistemática de fazer tomar apontamentos. Primeiramente, as informações adquiridas em aulas, debates, palestras, conferências etc. são registradas em um caderno de anotações e posteriormente corrigidas, reconstruídas e complementadas nas fichas de documentação. Devido à maioria dos universitário brasileiros trabalharem concomitante ao curso e não disporem muito tempo para os estudos, é crucial aproveitar sistematicamente o tempo disponível com prioridades bem definidas. A revisão também é a primeira etapa para a personalização da matéria estudada, é nela que se retomam os apontamentos feitos apressadamente durante a aula e estes são transcritos para as fichas de documentação. Rever essas fichas é uma medida inteligente para o domínio do conteúdo. Os maiores obstáculos no processo de estudo estão diretamente relacionados com a dificuldade de compreender textos teóricos, por parte dos estudantes. Por isso, é importante criar abordagens e diretrizes para a leitura e análise desses textos. A primeira medida é a segmentação do texto em unidades de leitura, seja por capítulo, seção ou qualquer subdivisão. Determinada a unidade, o estudante deve partir para uma leitura seguida e completa do texto, de maneira atenta, mas ainda corrida. Nesse primeiro contato, deve-se levantar elementos básicos, como dados do autor, vocabulário e fatos desconhecidos do texto. Para a análise temática, em primeiro lugar, busca-se conhecer o tema ou assunto de cada unidade do texto e capta-se a problematização desse tema. A próxima etapa consiste em descobrir a ideia principal defendida pelo autor naquela unidade. A análise interpretativa é a terceira parte desse processo, com vistas à interpretação das ideias do autor. O primeiro passo é situar o pensamento no contexto geral do autor, relacioná-lo nas várias orientações filosóficas e entender tanto os pontos comuns quanto os originais, buscando conexões lógicas das ideias naquela área, assim como outras influências. O passo seguinte é a crítica, onde se visa a formulação de um juízo. A problematização é a quarta parte desse processo, onde ocorre o levantamento de problemas para a discussão. É importante distinguir entre determinar o problema da unidade, que é parte da análise temática, e a problematização geral do texto, que visa a discussão e reflexão. Essas discussões e reflexões levam o leitor a etapa da elaboração pessoal de uma síntese. O estudo e a aprendizagem só se tornam eficazes com práticas de assimilação, como a documentação. Existe a documentação temática, que visa coletar elementos importantes, constituída em temas e subtemas. Existe a documentação bibliográfica, que constitui um acervo de informações sobre livros, artigos e demais trabalhos acerca de um assunto. E existe a documentação geral, que organiza e guarda documentos retirados de fontes perecíveis, como recortes de jornais, xerox de revistas, apostilas etc. Nas documentações temáticas, é recomendado que os estudantes criem um glossário de conceitos importantes cuja compreensão é necessária para a leitura. Todo trabalho científico tem a forma de um discurso textual com uma mensagem codificada pelo autor e decodificada pelo leitor. Esse trabalho assume forma dissertativa, pois demonstra, por meio de argumentos, uma tese, que soluciona um problema, relativo ao tema. O trabalho científico também usa outros processos lógicos em suas etapas, como os analíticos ou sintéticos. A análise decompõe o objeto para tornar simples o que era complexo. Já a síntese reconstitui o objeto decomposto a sua totalidade. O discurso científico é fundamentado pelo encadeamento de juízos baseados em leis lógicas: o raciocínio. Pode ser composto por três dimensões: a operação mental, o resultado dessa operação e o sinal externo dela. O raciocínio visa obter um novo conhecimento a partir de um antigo e comporta duas fases: antecedente e consequente. O raciocínio pode ser dedutivo, que parte de princípios universais para um menos universal, ou indutivo, parte de dados mais particulares para chegar a conclusões universais, até então desconhecidas.