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Aula

Nesta aula você aprenderá:

o Tempo geológico

o A origem da Terra

o A história da Terra

o A escala de tempo geológico

o Os processos geológicos

o Estratigrafia

o Os diferentes métodos de datação

Prof. Benedicto Humberto


R. Francisco
Apoio: Viviane Rodrigues &
Vanessa Rodrigues
Tempo Geológico

O tempo que todos aprendemos na escola se refere ao tempo histórico.


Nada além de poucos milhares de ano. Jesus nasceu há dois mil anos
antes do presente (a. P) mas os humanos já viviam no planeta alguns milhares de
anos antes de Jesus Cristo ( a.C.).Portanto devemos pensar na história do Homem
antes e depois do nascimento de Cristo.

Mas e a vida no Planeta? Quando surgiu?

Os estudos científicos apontam para o início da vida na


Terra há mais de dois bilhões de anos.
Sendo isso verdade, o Planeta Terra teria surgido no
universo há muito mais tempo.
A Terra teria surgido
há cerca de cinco
bilhões de anos
juntamente com todo
o sistema solar.

Esse tempo é
dividido pelos
geólogos em Eons,
Eras, Períodos,
Épocas e
Idades.
Uma História Fascinante

Realmente a
história do nosso
Planeta é
Mas os primeiros tempos dessa simplesmente
fascinante,
história maravilhosa são concorda?
difíceis de serem reconstituídos
pois a vida é pouco conhecida
neste tempo. Na verdade são
poucas as evidências materiais
dos primeiros acontecimentos.
Já o tempo mais recente, quando a história do Planeta pode ser
melhor reconstituída em face de evidencias materiais disponíveis
é conhecido como Eon Fanerozóico (do grego vida visível).

Os Eons são Períodos que


Eras que por Épocas que
divididos por
sua vez são são divididas
(segundo
códigos de
divididos sua vez são
divididos
em unidades Idades.
em: menores
nomenclatura) em:
chamadas:
em:
Tempo Geológico

Para continuar é
bom conhecer a
Escala Geológica
de tempo.
Mas o que significa
Escala de tempo
geológico?

Escala de tempo geológico representa a


linha do tempo desde o presente até a
formação da Terra, dividida em éons,
eras, períodos, épocas e idades, que se
baseiam nos grandes eventos
geológicos da história do planeta.
Embora devesse servir de marco
cronológico absoluto à Geologia, não
há concordância entre cientistas
quanto aos nomes e limites de suas
divisões.
O tempo é uma grandeza
fundamental da Física, assim
como a massa e a distância (o
Sistema Internacional define o
segundo como unidade de
tempo,
O kg como unidade de
massa e o metro como unidade
de distância). É necessário
quantificar o tempo para
definir o que são processos e
mudanças e para que relações
de antes e depois possam ser
Uma vez que as rochas são estabelecidas.
registros de processos geológicos
é possível determinar processos
que ocorreram no passado através
do estudo dessas rochas e, assim,
entender como era o nosso
planeta em tempos anteriores ao
surgimento das formas de vida
complexa.
Diferentes ramos da geologia estudam os processos e respectivos
registros geológicos. Por exemplo: a petrologia analisa as rochas e os
processos formadores de rocha, a geologia estrutural estuda as
estruturas deformacionais e os mecanismos de deformação das
rochas, e a paleontologia investiga os fósseis e a evolução da vida.

Entretanto, o entendimento da evolução da Terra e


do significado de cada um dos processos geológicos
nessa evolução só é possível após o estabelecimento
das relações temporais entre os registros
geológicos.

Definir métodos para estabelecer estas relações é,


portanto, fundamental na geologia e um dos principais
objetivos de todos os geólogos, independentemente de sua
especialidade.
Estratigrafia
A Estratigrafia é o ramo das ciências geológicas que investiga a distribuição temporal
do registro geológico. De modo geral a estratigrafia dedica-se principalmente ao estudo
das rochas estratificadas, i.e. sedimentares. Mas, porque o estudo das rochas enquanto
registro do tempo geológico teve início nesse tipo de rocha, a estratigrafia também
estuda os diversos métodos datação dos eventos geológicos (neste caso não se
restringindo às rochas sedimentares).

Além disso, a estratigrafia também é


responsável pela normatização da
nomenclatura utilizada para designar
grupos de rochas. Tratando-se de
relações temporais duas abordagens
podem ser adotadas. Por um lado, pode-
se determinar uma sucessão temporal
de eventos, sem que se saibam
exatamente quando e quanto tempo
esses evento levaram para acontecer,
estabelecendo assim uma datação
relativa de eventos.

Alternativa é determinar quando os eventos aconteceram através da obtenção de uma


idade absoluta. De modo geral o geólogo trabalha com as duas formas de abordagem do
tempo de forma complementar.
O desenvolvimento dos métodos de datação,
entretanto, só foi possível depois que ficou claro que
a escala de tempo envolvida nos processos geológico
era imensamente diferente da escala humana. O
debate acerca da escala do tempo geológico e o
desenvolvimento de uma concepção de tempo longo
perdurou aproximadamente um século, iniciando-se
com a formulação da Teoria do Uniformitarismo por
James Hutton em 1792.
As principais teorias que fundamentaram a
Estratigrafia moderna foram as do Uniformitarismo,
do Catastrofismo e do Atualismo.
Primeiro surgiu a datação Mas como datar as rochas e
relativa. camadas que afloram na
Os métodos de datação superfície do Planeta
relativa foram os primeiros a Terra?
serem desenvolvidos, pois não
dependiam de desenvolvimento
tecnológico e sim do
entendimento de processos
geológicos básicos e do
registro desses processos.
Os princípios que permitem a datação relativa são bastante simples e
sua aplicação é quase sempre possível em campo quando mais de uma
rocha ocorre em um mesmo afloramento. A datação relativa permite
estabelecer a sucessão temporal das rochas de uma região, formando
uma coluna estratigráfica. As rochas são representadas em uma coluna
estratigráfica, de modo que as rochas mais antigas são colocadas na
base e as mais jovens no topo.
Mais adiante surgiu a datação absoluta.
O descobrimento da radioatividade em 1896 por
Becquerel tornou-se o principal instrumento na
comprovação do tempo geológico longo. Os métodos de
datação radiométrica, entretanto, só foram
completamente desenvolvidos e amplamente aplicados
a partir dos anos 50, quando a radioatividade se
tornou mais completamente entendida e os
equipamentos necessários (i.e. espectrometro de
massa) para a sua aplicação na datação fossem
desenvolvidos.
O descobrimento da radioatividade em
1896 por Becquerel tornou-se o principal instrumento
na comprovação do tempo geológico longo
Os métodos de datação radiométrica,
entretanto, só foram completamente desenvolvidos e
amplamente aplicados a partir dos anos 50, quando a
radioatividade se tornou mais completamente
entendida e os equipamentos necessários (i.e.
espectrômetro de massa) para a sua aplicação na
datação fossem desenvolvidos.

Os métodos de datação radiométrica


baseiam-se no fato de que o decaimento de cada tipo
de átomo ocorre em proporções constantes, segundo
taxas exponenciais, que não são afetadas por agentes
físicos ou químicos externos. A velocidade de
decaimento depende apenas da estabilidade dos
núcleos radioativos e é constante para cada tipo de
isótopo radioativo.
Este tempo é denominado de Meia-vida (t½).
Está relacionado com a taxa de decaimento l
da seguinte forma: Cada elemento possui um
número atômico (número p de prótons no
A equação que rege o decaimento é núcleo) característico, mas pode apresentar
a seguinte: isótopos com número de massa diferente
(número de prótons mais neutrons). Da
grande quantidade de nuclídeos que se
conhece (cerca de 2000), a maioria é
radioativa, isto é decai para núcleos com
Onde N é o número atual de núcleos número de massa menor. Os elementos
radioativos, N0 o número original, l gerados por decaimento radioativo são
a taxa de decaimento e t o tempo. denominados de radiogênico. O decaimento
A lei probabilística que rege o ocorre principalmente pela emissão de dois
decaimento não permite prever tipos de partículas: a partícula alfa (um
quando um determinado átomo núcleo de He, consistindo de 2p+2n) e a
deve decair, mas permite afirmar partícula beta (um elétron proveniente do
com precisão, que em determinado núcleo por decaimento de um nêutron em
tempo a metade de uma amostra de um próton e um elétron) e pode ser simples
isótopos radioativos terá decaído (elemento pai para elemento filho) ou serial
para o isótopo radiogênico. (elementos radioativos intermediários). As
meias-vidas são na maioria das vezes muito
curtas - de frações de segundos a alguns
dias.
Dentre os inúmeros isótopos radioativos existentes na natureza
apenas cinco tem meias vidas suficientemente longas, para serem
utilizadas na datação de materiais geológicos. Os elementos pai
(radioativos), elementos filho (radiogênicos) e suas meias-vidas estão
na tabela seguinte:

Elemento Pai Elemento Filho Meia vida (t ½)


238U 206Pb 4,5 Ga
235U 207Pb 0,733 Ga
232Th 208Pb 14,1 Ga
147Sm 143Nd 108 Ga
87Rb 87Sr 4,7 Ga
40K 40Ar 1,3 Ga
RESUMINDO

O tempo geológico está dividido em intervalos que possuem um significado em termos


de evolução da Terra. A escala do tempo geológico, cujo esqueleto rudimentar foi estabelecido ainda
no século XIX , está dividida em graus hierárquicos cada vez menores da seguinte forma:

 Éons (Hadeano, Arqueano, Proterozóico e Fanerozóico);


 Eras (apenas no Éon Fanerozóico: Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica);
 Períodos (para cada uma das eras do Fanerozóico);
 Épocas (subdivisões existentes apenas para os períodos do Cenozóico).

Essas subdivisões foram estabelecidas ainda antes do desenvolvimento dos métodos de


datação absoluta. As subdivisões de tempo definidas, portanto, não representam intervalos de tempo
equivalentes, mas refletem a possibilidade de desvendar os detalhes da evolução geológica em todos
os tempos.
O registro geológico mais recente é mais completo e apresenta maior número de fósseis,
permitindo delimitar intervalos temporais menores. O registro da evolução geológica antiga é muito
mais fragmentado e com a ausência de fósseis possibilita apenas a delimitação de intervalos de
tempo maiores, marcados por grandes eventos globais.

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