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I

Jesus é condenado à morte

- Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.


- Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

- Do Evangelho segundo Mateus (27, 1-2)


Chegada a manhã, todos os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo
convocaram um conselho contra Jesus, a fim de leva-lo à morte. Assim,
amarrando-o, levaram-no e entregaram-no a Pilatos, o governador.

- Face a face. Assim se encontram Jesus e Pilatos na tarde da sexta-feira de


Parasceve. Face a face. No rosto de Pilatos se estampa uma mistura de
covardia e medo, disfarçadas de arrogância e poderio. No rosto ferido e sujo de
Jesus brilha serenamente a misericórdia e o amor, um brilho capaz de
impressionar o duro coração do Governador. Rosto sóbrio e rosto luminoso.
Face a face estão as duas realidades que escreverão o drama do calvário: o
amor incondicional de Deus e a perigosa fragilidade humana.

- Face a face. Assim também acontece na vida humana. Não raramente


precisamos estar de frete para Deus, para os outros para o mundo. Nesse
confrontamento pode brotar empatia ou indiferença, solidariedade ou egoísmo,
amor ou ódio. Ao nos colocarmos face a face nos vários campos da vida
vislumbraremos outros rostos, com suas feições e marcas, com suas
expressões boas ou ruins. Os rostos sofridos do mundo – rosto doente, rosto
de criança sem afeto, rosto do dependente químico, rosto dos pais aflitos ... –
nos convocam ao amor solidário e fraterno. Qual seria nosso rosto? De
covardia? Quem em nossa face resplandeça o sereno olhar de Cristo.

- Senhor, vossa face serena impressionou a dureza do coração de Pilatos.


Entretanto tal acareação não consegui o converter de covarde a sincero.
Vos pedimos, ó Jesus, que vossa face nos converta e nos ajude a olhar
as outras faces com amor e misericórdia, e não com covardia e
condenação.

- Mostrai-nos, ó Senhor, a vossa face,


- e seremos salvos. Amém.

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