Chegada a manhã, todos os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo convocaram um conselho contra Jesus, a fim de leva-lo à morte. Assim, amarrando-o, levaram-no e entregaram-no a Pilatos, o governador.
- Face a face. Assim se encontram Jesus e Pilatos na tarde da sexta-feira de
Parasceve. Face a face. No rosto de Pilatos se estampa uma mistura de covardia e medo, disfarçadas de arrogância e poderio. No rosto ferido e sujo de Jesus brilha serenamente a misericórdia e o amor, um brilho capaz de impressionar o duro coração do Governador. Rosto sóbrio e rosto luminoso. Face a face estão as duas realidades que escreverão o drama do calvário: o amor incondicional de Deus e a perigosa fragilidade humana.
- Face a face. Assim também acontece na vida humana. Não raramente
precisamos estar de frete para Deus, para os outros para o mundo. Nesse confrontamento pode brotar empatia ou indiferença, solidariedade ou egoísmo, amor ou ódio. Ao nos colocarmos face a face nos vários campos da vida vislumbraremos outros rostos, com suas feições e marcas, com suas expressões boas ou ruins. Os rostos sofridos do mundo – rosto doente, rosto de criança sem afeto, rosto do dependente químico, rosto dos pais aflitos ... – nos convocam ao amor solidário e fraterno. Qual seria nosso rosto? De covardia? Quem em nossa face resplandeça o sereno olhar de Cristo.
- Senhor, vossa face serena impressionou a dureza do coração de Pilatos.
Entretanto tal acareação não consegui o converter de covarde a sincero. Vos pedimos, ó Jesus, que vossa face nos converta e nos ajude a olhar as outras faces com amor e misericórdia, e não com covardia e condenação.