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ATIVIDADE DIREITO DE FAMILIA (UNIESAMAZ)

TURMA:DIR7NA
DOCENTE: ALEXANDE BONNA
DISCENTE: CASSIA FERNANDA SOUZA BATISTA

Os palestrantes expuseram no referido painel acerca da responsabilidade civil no âmbito


do Direito de Família. Evidenciou-se que, apesar de não haver previsão legal específica
no âmbito deste ramo do Direito quanto a indenização civil nas relações familiares, o
Código Civil impõe deveres aos cônjuges e companheiros. Portanto, em caso de
descumprimento dos referidos deveres, a pretensão indenizatória deverá atender às
regras gerais da responsabilidade civil.
Importante ressaltar que, embora o Código Civil apenas mencione, a existência de
direitos e deveres aos cônjuges é estendida aos conviventes da união estável. Sendo,
consequentemente, os deveres de sustento, guarda, e educação dos filhos oriundos de
ambos os genitores, independentemente de terem contraído matrimônio ou tenham
vivido em união estável.
A fidelidade recíproca estabelece, por lei, o caráter monogâmico do casamento,
devendo, enquanto subsistir a união, ambos os cônjuges se absterem de ter relações
extraconjugais. Ainda assim, a responsabilidade civil pela violação dos deveres
conjugais, o de fidelidade, no caso, não gera a obrigação de indenização, por si só.
Todavia, podemos tomar como amostra na contemporaneidade os casos de traição
conjugal os quais tendem a ganhar uma considerável repercussão social, promovida
pela demasiada exposição das redes sociais, levando o cônjuge traído a uma condição
humilhante e vexatória.
Nestes casos, um eventual dano afetivo decorrente de uma relação extraconjugal pode
atingir a honra do outro consorte injuriando-o gravemente, podendo, desta conduta,
surgir o dever de reparação moral ao ofendido. Estas situações devem ser analisadas
sob o prisma do respeito à dignidade da pessoa humana, que deve sempre se sobrepor
a qualquer outro valor, e, em caso de violação, e decorrer na responsabilização do
agressor.
De outro modo, temos o dever de assistência mútua, que abrange tanto à assistência
material quanto a moral. Este compreende-se como o dever de cuidar do cônjuge, seja
na enfermidade ou na adversidade, e sobretudo prestar-lhe auxílio econômico, quando
as circunstancias o exijam. A assistência material é dever de ambos os cônjuges, ou
seja, a obrigação de manutenção da família, sendo tal contribuição proporcional aos
recursos de cada cônjuge.
A violação do dever de assistência mútua, principalmente em casos onde o cônjuge que
dedicou muitos anos para a organização do lar, em detrimento de sua vida profissional,
encontra-se, por decorrência, em situação de vulnerabilidade socioeconômica,
configura grave ofensa ao cônjuge ofendido, devendo, tais condutas, serem penalizadas
com o dever de reparação moral.
Tal qual versa o Código Civil em seu art. 186 – “aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.” – o respeito e a consideração recíprocos
resultam e se relacionam diretamente à deveres implícitos, como o de sinceridade, o de
respeito pela honra e dignidade da família e o de não submeter o outro cônjuge a
constrangimentos ou companhias degradantes, dentre outros. A violação destes
deveres pode constituir injúria grave.
Deste modo, entende-se que a afronta a tais deveres nada mais é do que uma conduta
ilícita, podendo originar a possibilidade, a depender do caso concreto, de reparação
material e moral ao ofendido.

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