Basicamente, no âmbito do mérito da ação, o que o acórdão busca
analisar é se a empresa reclamada (FRISA – Frigorífico Rio Doce S.A) teria ou não cometido violação do disposto no artigo 93 da Lei 8.213/91. O referido artigo basicamente estipula um dever para empresas com mais de 100 empregados, em preencher de 2 a 5% (a depender do número de empregados da empresa) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência. No entendimento da Corte Superior, não seria cabível a condenação da empresa pelo não preenchimento mínimo destinado para estas vagas do artigo 93, na medida em que teria empreendido todos os esforços possíveis para a ocupação das cotas; ou seja, ela não cumpriu com sua obrigação por motivos alheios à sua vontade. A empresa inclusive, indicou que divulgou junto aos órgãos e instituições competentes ofertas para as vagas definidas no artigo 93; foram feitos informes em jornais de grande circulação em cadastros do SINE e SENAI, bem como houve o encaminhamento de ofícios ao INSS. Todavia, por muitas os candidatos não possuíam a qualificação profissional mínima compatível com as funções desempenhadas. Ou seja, não houve culpa da empresa, quanto ao não preenchimento das vagas. Em segunda instância, ficou decidido que a empresa ter realizado as divulgações nos meios de comunicação corresponderia apenas a uma ação formal, e que caberia a ela adaptar suas atividades, estruturas e instalações, para que se tornasse apta a receber as pessoas com deficiência. Mas o respectivo entendimento foi reformado no TST, que sustentou a ideia de que, por ter feito tudo que estava ao seu alcance para cumprir a legislação referente à contratação de profissionais portadores de deficiência/reabilitados, não caberia aplicar multa alguma à empresa.