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ALDEIAS DE VIDA
Identidade, Espiritualidade e Formação
6ª. EDIÇÃO
REVISADA E AMPLIADA
TEXTO
PARA A FORMAÇÃO COTIDIANA
Espiritualidade da Partilha
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
DIVULGAÇÃO RESTRITA
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Nossa
Espiritualidade
01 – A PARTILHA
Atualizada e Revisada
Janeiro de 2019
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01 . P A R T I L H A
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Mas como partilhar, se não tenho coragem?
Se, no entanto, seu silêncio falar mais forte que sua voz,
aprenda igualmente a partilhar o seu silêncio; o silêncio quando é
vivo é também um precioso e inestimável tesouro.
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verdadeiro, se você tem algo que não pode partilhar ainda, não
partilhe, mas quando partilhar, seja totalmente sincero, assim o
outro não receberá um presente falsificado. Não caia na armadilha
de querer criar uma imagem falsa de você mesmo. Não fique se
perguntando: o que será que os outros vão achar?… Seja quem você
é e pronto.
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Também não é partilha, quando tenho segundas intenções
ao partilhar, quando querendo conseguir algo do outro, utilizo-me
da partilha para poder fazê-lo acreditar em mim ou perceber a
minha intenção secreta. A partilha é sempre aberta e verdadeira, e
nada do que for velado em mim, pode ser considerado tesouro livre
e liberado do meu coração para o coração do outro. Posso não ter
condições de partilhar tudo naquele momento, mas, é importante
que o que partilho seja a verdade, a minha realidade.
Não é partilha, quando eu percebo que o outro não tem
condições de me ouvir ou acolher o meu gesto e mesmo assim, eu
insisto em lhe falar ou fazer-lhe alguma coisa. A partilha sempre
respeita o outro, nunca o atropela; saber partilhar é saber esperar o
momento certo para me dar ao outro, caso contrário, sempre corro
o risco de jogar fora o tesouro do meu coração por não ter tido a
sabedoria de aguardar o momento em que o outro poderia recebê-
lo. Por isso, isto também não é partilha.
O que Partilhar?
Concretamente, nós podemos partilhar tudo, mas podemos
dividir o objetivo de nossas partilhas em dois tipos: PARTILHAR O
QUE SOMOS E PARTILHAR O QUE TEMOS.
Quando partilhamos o que somos, partilhamos nossas
IDÉIAS, nossos SENTIMENTOS, nossos GESTOS, e quando
partilhamos o que temos, partilhamos nossas COISAS, nossos
pertences…
Vivemos em um mundo impregnado pelo egoísmo e por
carências das mais variadas espécies, é preciso descobrir a
necessidade de partilharmos as pessoas, os outros, sabermos que
não somos donos de ninguém, pois toda pessoa deve ser livre e o
único modo de experimentarmos esta forma de partilha é vivendo a
partilha a partir do Amor.
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O Amor nos deixa livres para permitirmos que o outro
cresça e caminhe com suas próprias pernas rumo ao seu caminho
de Amadurecimento. Se não houver Amor, quando chegar a hora de
partilhar o outro, vamos querer aprisionar, ficar com o outro para
nós o máximo que pudermos. Esta não é a mentalidade do Amor.
Por isso, vivamos o máximo que pudermos a Realidade do Amor
para que jamais deixemos de partilhar verdadeiramente.
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No entanto, é sempre indispensável lembrarmos que, no
além dos amigos, precisamos nos exercitar para partilhar, OUSAR
EXISTIR, para que não nos acomodemos em nossos próprios
limites, e lembrar que de uma verdadeira partilha poderá brotar
uma grande amizade.
Em nossas Aldeias específicas, fazemos uma experiência
extraordinária da partilha, tudo o que se vive durante a aldeia nos
convida à partilha, mas em nossa Aldeia cotidiana e no período de
formação para lideranças e formação permanente, precisamos nos
exercitar todos os dias e a toda hora para não perdermos a chance
de OUSAR EXISTIR em nossos sentimentos, em nossas ideias, em
nossos gestos, enfim, na partilha do que somos e temos.
Os inimigos da Partilha
* O medo de abrir-se;
* O medo de não ser entendido;
* O julgamento daquilo que o outro partilhou;
* Expor o tesouro do outro para terceiros;
* Fazer brincadeiras ou piadas com o tesouro que o outro partilhou;
* Comentar indevidamente sobre a partilha do outro;
* Não acolher o outro enquanto ele partilha;
* Parar nas aparências e não escutar o coração do outro;
* Usar daquilo que o outro partilhou
em proveito próprio ou com segundas intenções;
* Mentir enquanto partilha;
* Usar uma máscara para partilhar para responder às expectativas
de grupos ou das circunstâncias.
* Falar dos outros na partilha, ao invés de falar de si mesmo;
* Falta de humildade para partilhar fracassos e dificuldades;
* Superficialidade naquilo que se partilha;
* Tumulto interior, não permitindo deixar o coração aquietar-se
para partilhar com serenidade.
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Desabafo ou Partilha?
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Atividade
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RESUMO:
A nossa base, é a Partilha
daquilo que somos, sentimos,
pensamos, vivemos e temos.
Partilha é DESPOJAMENTO,
ESVAZIAMENTO de si, para
acolher sem julgamento e
preconceito.
Partilhar é dar um presente ao
outro.
Existem coisas difíceis de
partilharmos, existem riscos,
hesitações, dúvidas, é preciso
ousar existir.
Nada do que é forçado é
partilha.
O que o outro partilha, é
sagrado para mim.
Não é partilha, quando espero
retorno. A partilha é sempre
gratuita, nada espera em troca,
não busca aplausos, nem
sucesso.
Não é partilha, minhas segundas
intenções.
A partilha é sempre aberta e
verdadeira. Quando partilhamos
o que somos partilhamos nossos
sentimentos, nossas ideias,
nossa fé, nosso jeito de ser no mundo. Quando partilhamos o que temos,
partilhamos nossas coisas, nossos pertences, nossos dons, talentos, nossos
conhecimentos. Precisamos ultrapassar o medo de partilhar, o medo de
não ser entendido.
Não podemos julgar o que o outro partilhou, nem expor ou comentar,
muito menos fazer brincadeiras ou piadas com o tesouro do outro. Nossa
partilha não pode ser uma mentira, não podemos usar uma máscara para
partilhar. A Partilha não é desabafo, é um tesouro que entregamos ao
outro, não um vômito que jogamos sobre o outro.
Com a partilha dividimos nossos jugos e carregamos os jugos dos outros.
Com a partilha, devemos viver o Evangelho que nos afirma: "Entre eles não
haviam necessitados"
A Espiritualidade é para ser vivida em nosso cotidiano, em ações
concretas.
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