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osios2022 16:22 Cretitotibutéro Crédito tributario Prof. Irapua Gongalves de Lima Beltrao Descrigao Anélise dos conceitos basicos do crédito tributario, bem como dos elementos trazidos pelo Cédigo Tributério Nacional (CTN) para o vinculo obrigacional Propésito Compreender os conceitos basicos do crédito tributario, absorvendo os elementos trazidos pelo CTN para o vinculo obrigacional, é de fundamental importancia ao necessério conhecimento para atuagao juridico- profissional na area do Direito Tributario. Preparagao Antes de iniciar a apresentacdo deste contetido, tenha em mos 0 CTN (Lei n® 5.172/1966) Objetivos Médulo 1 Conceito, constitui¢éo e suspensdo do crédito tributario Reconhecer 0 conceito, a constituicao e a suspensao do crédito tributério hitpsistecine azureedge netirepostorio!00272hu/02368iindex hilt 18 ‘08/05/2022 16:32 Celio tibutéro Médulo 2 Extingao do crédito tributario Identificar as situagées de extingao do crédito tributario, Médulo 3 Exclusao do crédito tributario. Privilégios e garantias do crédito Analisar a exclusdo, as garantias e os privilégios tributarios. Introducdo Como sabido, o tributo representa a principal receita obtida compulsoriamente pelo Estado-tributante do particular-contribuinte. 0 ordenamento juridico nacional organizou tal dever como um vinculo obrigacional, tendo o CTN disciplinado, de forma légica, a relagao juridico-tributaria. Podemos identificar trés momentos que ensejam a formagao do dever tributario + Lei: define, abstrata e genericamente, a obrigagao tributaria + Fato gerador: que concretiza a situagao definida em lei + Langamento: medida adotada pela autoridade estatal buscando verificar a ocorréncia do fato gerador, formalizando 0 ocorrido e traduzindo o valor devido. Com 0 langamento, marca-se a transigao da obrigagao para o crédito, que serd analisado ao longo deste contetido. hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!90212hu/02368/Index hilt 2108 ‘08/05/2022 16:22 Crétitotibutéro 1 - Conceito, constitui¢ao e suspensao do crédito tributario Ao fim do médulo, vocé sera capaz de reconhecer 0 conceito, a constituigdo e a suspensio do crédito tributario. Conceito Para a perfeita visualizacao da obrigagao, de modo que o sujeito passivo encontre-se pronto a cumpria, vejamos 0 esquema a seguir dos trés momentos que ensejam a formagao do dever tributério, conforme vimos na introdugdo: Fato gerador Lancamento incidéncia da obrigacao (previsdo geral tributaria e abstrata) Uma vez ocorrida a obrigagao tributaria, faltaria traduzir tal dever para sua expresso econdmica, que vai se materializar, entao, com a formagao do crédito tributdrio. Esse é, portanto, o reconhecimento formal do hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 3148 ar0er022 16:22 Crédt ibulo sujeito ativo de uma obrigagao com cunho pecunidrio, resultante de um fato gerador produzido pelo sujeito passivo, Por ter tal funcao, podemos afirmar, sem divida, que o crédito tributdrio nasce da obrigagao principal, tendo, portanto, os mesmos limites, as mesmas caracteristicas ea mesma natureza daquela obrigago (art. 139 do CTN). Nos dizeres do CTN, em especial no art. 142, caberé @ Administragdo Publica, por meio do langamento, constituir 0 crédito tributario. Assim, 6 esse procedimento administrativo que vai permitir 4 Administragao tornar a obrigagdo tributaria algo liquido e certo, passivel de exigéncia pela Fazenda. Ainda segundo 0 CTN, em seu art. 140, a obrigacdo principal tem certo grau de independéncia do crédito tributério. [sso quer dizer que ndo ¢ afetada pelas circunstancias que venham a modificar o crédito. Dessa forma, se 0 processo de langamento for anulado, suspenso ou interrompido, a obrigagao subsistiré, perfeita € intocavel. Igualmente, 0 crédito tributario pode ser excluido (isen¢o/anistia), mas a obrigagao permaneceré inalterada Exemplo Se, por equivoco, figurar em langamento como sujeito passivo quem nao o seja, nem por isso ser afetada a obrigagao. A corregdo poderd ser feita para exigir 0 cumprimento da obrigag&o por parte do verdadeiro devedor. Em relagao ao crédito, vale dizer que, depois de regularmente constituido, somente poderd ser modificado nos casos expressamente determinados pelo proprio CTN (art. 141). Devemos ainda reconhecer que 0 crédito estard definitivamente constituido quando terminado todo 0 procedimento da atividade do langamento, estando cientes de que o tiltimo ato deste é a notificagao do sujeito passivo pela Fazenda Publica Lancamento O art. 142 do CTN traz 0 conceito legal de langamento. A fungao deste é individualizar a obrigagao prevista em abstrato pela lei e surgida em concreto com a ocorréncia do fato gerador. Na verdade, o lancamento compete sempre & autoridade administrativa, e em relacdo a esta é um dever vinculado e obrigatério, sob pena de responsabilidade funcional. Para a Administragdo Publica, j4 conhecemos a nogao de atos discricionérios e vinculados, o que nos faz repetir que, ocorrido o fato gerador, deve, necessariamente, o representante da Fazenda Publica efetuar vinculadamente o lancamento. Para tanto, deve cumprir as seguintes funcées: r 5 hitpsistecine azureedge netirepostorio!00212hu/02368iindex hilt 4108 ‘08/05/2022 16:32 Clio tibutaro Atestar a ocorréncia do fato gerador. Determinar a matéria tributavel, ou seja, a base de calculo no caso concreto. Calcular 0 montante devido. Identificar o sujeito passivo (nao sé o contribuinte, mas também eventuais responsdveis). Propor, se for o caso, a aplicagdo de penalidade. Conclui-se, entéo, que o langamento vai unicamente formalizar a obrigacao, isto é, dar as “formas” da respectiva obrigacdo tributéria. A autoridade administrativa nao pode inventar nem criar nada no langamento. Deve apenas verificar a ocorréncia do fato gerador e declarar os elementos da obrigagao ‘tributaria. Normas aplicaveis e o direito intertemporal Os arts. 143 e 144 do préprio CTN constituem a ideia de que tal atividade deve traduzir 0 ocorrido no momento do fato gerador, ao determinar que o langamento seré egulado pelas circunstancias faticas e legais vigentes & época da ocorréncia do fato gerador. hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!90212hu/02368/Index hilt 5148 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro Assim, se o fato gerador envolver circunstancia mensurdvel em moeda estrangeira, salvo disposigao em contrério, seré utilizada a conversao pelos padrées vigentes no momento do fato gerador. De igual forma, a lei que rege os elementos basicos do tributo serd aquela vigente no momento da ocorréncia do fato gerador, nao importando eventual modificagao legislativa posterior. Veja a ilustragao a seguir. Lei n° 1 do tributo Lei n° 2 do tributo Aliquota = x% Nova aliquota = x% Fato gerador Langamento Nessa hipétese, pouco importa se a nova aliquota y% é maior ou menor do que a antiga aliquota x%, izando-se a Lein® 1 do tributo, e néo a nova Lei n® 2. Por outro lado, o art. 144 do CTN destaca que ha, concomitantemente, dois aspectos do langamento: A retroatividade do langamento Tendo em vista que esse artigo refere-se “a data da ocorréncia do fato gerador da obrigagao”, sendo entdo aplicada a legislagao que estiver vigente a época + A irretroatividade da lei tributaria a lei ndo podera retroagir a fatos geradores do pretérito, mesmo que a lei do momento da realizagao do langamento esteja revogada ou modificada Formalmente, existe, contudo, uma excegao a retroatividade no langamento, dizendo 0 § 1° do art. 144 do CTN que serd aplicdvel a nova lei se trouxer novos critérios de apuracao ou instrumentos de fiscalizaco, ou ainda caso tenha ampliado os poderes de investigagao das autoridades fazendarias ou atribuido ao crédito outras garantias ou privilégios hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt ies (iG Modalidades do langamento 0 professor Irapua Beltrao discorre sobre as modalidades de angamento, diferenciando-as e trazendo exemplos. Para assistir a um video sobre 0 assunto, acesse a verso online deste contetido. Historicamente, 0 Direito brasileiro sempre praticou trés tipos de langamento, variando eles no grau de participagao que o sujeito passivo da obrigagao tributaria tinha no procedimento. Com o advento do CTN, nificou-se o procedimento, que até entao tinha variagées locais, reconhecendo o legislador, como modalidades do langamento, as seguintes: eB Por declaragao Por homologagao ea Direto (de oficio) Langamento por declaracao Nesta primeira hipstese, o proprio contribuinte, ou alguém em seu nome, presta informagées necessarias & autoridade tributaria competente para fazer o lancamento. Caracteriza-se essa modalidade por essa colabora¢ao de terceiro, dai ser denominada por alguns também langamento misto (art. 147 do CTN). hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!90212hu/02368/Index hilt 7188 ‘08/05/2022 16:32 Clio tibutaro Exemplo O grande exemplo dessa modalidade de langamento era o antigo imposto de renda das pessoas fisicas, mas ela vem caindo cada vez mais em desuso. Atualmente, os impostos de transmisso so, usualmente, langados por declaragao, variando, contudo, em razao da legislacao de cada estado e municipio ou do Distrito Federal O destaque do artigo é a expresso declarante, para comportar a pessoa que traz a informagao, jé que néo necessariamente sera o sujeito passivo do tributo, podendo ser um terceiro distinto daquele que deverd suportar 0 pagamento em si 0 fato de essa modalidade basear-se nas declaragGes prestadas nao quer necessariamente dizer que tais, informagées sero obrigatoriamente aceitas pela autoridade administrativa, que deverd, ao empreender a atividade, verificar a plausibilidade dos dados informados e concluir a apuragao dos valores. Lancamento por homologa¢gao Nesta segunda hipétese, o sujeito passivo calcula a quantidade do tributo e, sem prévio exame da autoridade administrativa, recolhe o valor, tendo o fisco até cinco anos para fazer o langamento, por homologacao, do valor recolhido (art. 150 do CTN). Essa 6, sem duvida, a modalidade mais utilizada no Direito Tributario atual, dada a comodidade para a burocracia tributaria. Hé 0 dever do sujeito passivo de antecipar o pagamento, sem o prévio exame da administracao. Ocorre, em geral, no Imposto sobre Circulagao de Mercadorias e Servigos (ICMS) e no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 8148 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro Os pagamentos sempre estarao sujeitos 4 homologagao por parte da administragao, e os que tiverem sido. recolhidos corretamente receberao a aprovagao (homologagao). Assim, aquela antecipagao de pagamento fica submetida condigdo resolutéria de verificagao e concordancia administrativa, e o langamento s6 vai se materializar com a expressa concordancia da administragao. ‘A Fazenda Publica tem, entdo, que verificar o valor a antecipar e homologar — ou nao — 0 depésito antecipado em cinco anos, a contar do fato gerador, sob pena de decadéncia, homologando-se tacitamente aquele pagamento prévio nos termos do § 4° do art. 150 do CTN. Caso nada seja manifestado pela administragao fazendéria nesse prazo, ocorreréo a homologagao tdcita daquele pagamento e a liberacao definitiva do contribuinte. ( al —L Fato gerador Antecipagao do pagamento eeeeeeCinco anos para homologacao+ Curiosidade Por todas essas caracteristicas, essa modalidade de langamento foi chamada por alguns de autolangamento, mas tal denominagao é muito criticada pela maioria da doutrina, pois daria a entender que © langamento seria efetuado pelo préprio sujeito passivo, enquanto ja sabemios que esse ¢ ato privativo da administragao fazendéria, Sem prejuizo da critica e da imprecisao (erro, para alguns), vamos encontrar alguns dispositivos da legislagao e outros tantos julgados dos tribunais utilizando tal expresso Por fim, o Superior Tribunal de Justica (STU) tem entendido que, nas hipéteses de tributos que seriam lancados por declaracao, caso 0 contribuinte preste informagées (declarando o valor a pagar), sem efetuar 0 pagamento correspondente, a Fazenda poderd dispensar o langamento, tudo considerado nas seguintes stimulas: Sumula n° 436 do STJ "A entrega de declaragao pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributario, dispensada qualquer outra providéncia por parte do fisco.” Sumula n° 446 do STJ hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt sia ar0er022 16:22 Crédt ibulo “Declarado e néo pago 0 débito tributério pelo contribuinte, é legitima a recusa de expedigao de certidao negativa ou positiva com efeito de negativa.” Langamento de oficio Nesta modalidade, o lancamento ¢ feito diretamente pela autoridade adi $trativa, independentemente de qualquer atitude do sujeito passivo, ou de terceiros, tal qual ocorre, em geral, no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), no Imposto sobre a Propriedade de Vefculos Automotores (IPVA) e em algumas taxas. Todos os atos relativos a constituigao do montante devido serao realizados sem interferéncia do sujeito passivo. Olangamento de oficio ocorre também quando existem irregularidades nas outras modalidades, sendo a forma como a autoridade administrativa ou tributaria efetua por auto de infragao, que é lavrado pelos. representantes do fisco. O lancamento da multa pela infracao das obrigagSes tributarias (inclusive, a acesséria) 6, em geral, realizado nessa modalidade, dando origem ao chamado auto de infragao. Justo por tudo isso, o CTN prevé a listagem das hipéteses em que o procedimento sera assim realizado, a saber: Art. 149. 0 lancamento é efetuado e revisto de oficio pela autoridade administrativa nos seguintes casos: IL. quando a lei assim o determine; II. quando a declara¢4o nao seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislacao tributaria; hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 10148 ‘08/05/2022 16:32 Clio tibutaro IIL. quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaragdo nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legisla¢ao tributaria, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a presta-lo ou nao o preste satisfatoriamente, a juizo daquela autoridade; IV. quando se comprove falsidade, erro ou omissao quanto a qualquer elemento definido na legislagao tributaria como sendo de declaragao obrigatéria; V. quando se comprove omissao ou inexatidao, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercicio da atividade a que se refere 0 artigo seguinte; VI. quando se comprove a¢4o ou omissao do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dé lugar a aplicagao de penalidade pecuniaria; VIL. quando se comprove que 0 sujeito passivo, ou terceiro em beneficio daquele, agiu com dolo, fraude ou simulagao; hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!00212hu/02368/Index hit 1148 ‘08/05/2022 16:32 Clio tibutaro l VIII. quando deva ser apreciado fato nao conhecido ou nao provado por ocasiao do langamento anterior; IX. quando se comprove que, no lancamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissao, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Paragrafo Unico. A revisao do lancamento s6 pode ser iniciada enquanto nao extinto o direito da Fazenda Publica. A principio, realizado o langamento, aquela constituigao do crédito hd de ser definitiva. Afirma-se até certa imutabilidade, mas naturalmente relativa. Contudo, admite o proprio CTN que o langamento possa ser modificado, sendo as causas para tanto previstas no art. 145, sendo elas: Impugnagao do sujeito passivo Recurso de oficio Iniciativa de oficio da autoridade administrativa, nos casos previstos no proprio art. 149 Destaca-se, nesse dispositivo, a remissio feita ao art. 149, jd mencionado, que prevé a hipotese da revisdo de oficio do langamento e, por via de consequéncia, do crédito, corolério natural da possibilidade de reviséo dos atos administrativos. Além disso, tais eventuais modificagdes sdo importantes para que se possa afirmar o momento da hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 12148 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro constituigao definitiva do crédito, jé que, néo ocorrendo quaisquer daquelas causas, valeré 0 ato do lancamento como medida final de acertamento do valor tributério. Suspensao do crédito tributario Uma vez constituido definitivamente o crédito, este serd exigivel nos prazos previstos na legislagao. Contudo, o CTN previu hipsteses em que essa exigibilidade ficard suspensa, destacando que, as quatro causas originariamente previstas, foram adicionadas expressamente outras duas, em 2001, por meio da Lei Complementar n° 104. Assim, temos o fenémeno da suspensao do crédito tributario, quando o sujeito passivo da obrigagao tem adiada ou impedida, por algum tempo, a exigibilidade dessa obrigagdo. Vale ainda ressaltar que a concessao de suspenséo do crédito naturalmente néo libera o sujeito passivo do cumprimento das obrigacdes acessérias Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributario: Moratoria O depésito do seu montante integral As reclamagées e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributario administrativo A concessao de medida liminar em mandado de seguranga hitpsistecine azureedge netirepostorio!00212hu/02368iindex hilt 13948 ‘08/05/2022 16:32 Clio tibutaro A concessao de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de agao judicial O parcelamento Paragrafo tinico. 0 disposto neste artigo nao dispensa o cumprimento das obrigacdes acessérias dependentes da obrigagao principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes. E importante registrar que tal sempre tempord a,na Iquer das hipsteses, ser eterna, figurando, necessariamente, por praz: ferminado, no caso da moratéria e do parcelamento. Vamos conhecer, portanto, as hipéteses de suspensao. Moratoria O instituto da moratéria representa uma dilagao do prazo concedida pelo sujeito ativo ao suj 10 passivo para o pagamento de uma divida, Como constitui beneficio com os valores devidos a Fazenda Piblica, deverd ser concedida por meio de lei Pelo disposto no art. 152 do CTN, a moratéria pode aparecer sob duas formas: Em carater geral Inciso |, sem que indique individualmente qualquer beneficiario Em carater individual Inciso Il, com a particularizagao do contribuinte favorecido. Na forma do art. 152 citado, importa notar que a lei de sua concessio, respeitadas as reparti¢ées constitucionais, sera do ente politico competente, podendo restringir o favor a uma regido ou categoria de contribuintes, Mas as disposi¢des do referido artigo admitem inclusive a hipétese excepcional de ser hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt alas ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro concedida pela Unido para os tributos dos outros entes politicos. De qualquer forma, devera sempre vir acompanhada por lei, e o ato legislativo que autorizar sua concessai em carter individual, especificara obrigatoriamente os seguintes requisitos: 10 prazo de duragéo; IAs condigdes de concessao, se de cardter individual. Poderé ainda especificar, se for 0 caso, os tributos a que se aplica, o nimero de prestagées e seus vencimentos, e as garantias que deverdo ser oferecidas pelo beneficidrio, tudo na forma dos requisitos 0 do art. 152, que autoriza que a lei concessiva de moratéria pode circunscrever expressamente sua aplicabilidade a determinada regido do territério da pessoa juridica de direito publico que a expedir, ou a determinada classe listados no art. 153 do CTN. E tal dispositive deve ainda ser combinado com o paragrafo ui ou categoria de sujeitos passivos. Por outro lado, é imperioso recordar que a moratoria representa uma forma de suspensao do crédito, razao pela qual se aplica, em geral, aquelas dividas jé langadas, desde que ndo sejam fruto de mé-fé (art. 154), podendo ainda ser revogada, se concedida individualmente (art. 155). Depdsito integral do montante do crédito tributario Essa hipétese nao se confunde com o pagamento, mas se refere, sim, ao depésito como garantia, certamente para instrumentalizar uma discusséo administrativa ou judicial Sua principal utilidade esté no fato de que, uma vez tendo o insucesso daquela eventual demanda, 0 sujeito passivo nao estard sujeito a qualquer consequéncia de atraso ou mora, afastando os juros e as multas. Mas, dada a necessidade de interpretacao literal das causas de suspensao do crédito (art. 111 do CTN), tal efeito nao se obteré com outra eventual garantia a ser ofertada pelo contribuinte. Assim, jd definiu o STJ na ‘Sumula n° 112: "0 depésito somente suspende a exigibilidade do crédito se integral e em dinheiro” Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal (STF), deparando com algumas imposigées de depésitos fixados como condigdes de recorribilidade ou para medidas judiciais, afastou a possibilidade de que o depésito seja determinado compulsoriamente. Das decisées da Suprema Corte, restou fixada a interpretagao de que a hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 15148 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro apresentagao do depésito seja uma faculdade do contribuinte, nunca uma obrigatoriedade, Vejamos as duas stimulas vinculantes editadas pelo STF: Sumula Vinculante n° 21 “E inconstitucional a exigéncia de depésito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.” Sumula Vinculante n° 28 “€ inconstitucional a exigéncia de depésito prévio como requisito de admissibilidade de ago judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributario.” Reclamag6es e recursos administrativos Na esfera administrativa, tal qual no Poder Judiciario, ha um procedimento pelo qual se impugnam lancamentos ou autos de infragao, por exemplo, sendo relevante notar que qualquer iniciativa nesse sentido suspenderd a exigibilidade do crédito tributdrio. Caberd a cada ente tributante definir suas regras para tal processamento, sendo tais normas usualmente denominadas regedoras do “proceso administrativo fiscal” Independentemente da possibilidade de legislacao pelos entes tributantes, afirmou 0 CTN que, iniciado 0 procedimento com as medidas regulares de impugnago, questionamento, reclamacdo e seus recursos, 0 crédito ficaré suspenso, devendo o sujeito passivo ser entendido no campo da regularidade. Obviamente, essa previsdo advém dos principios constitucionais garantidores do proceso no art. 5° e representaré uma forma de suspensao, apesar da efetivagao do depésito mencionado no inciso anterior. Concessao de liminar em mandado de seguranga Neste caso, o que determina a suspensdo é um comando, uma ordem do Poder Judiciario, sendo relevante notar que o administrador ndo pode eximir-se de cumpri-la, sob pena de desobediéncia a autoridade judicidria E importante observar que nao bastard a impetracao do mandado de seguranga para que o crédito tributario tenha sua exigibilidade suspensa, sendo indispensdvel que o juiz competente, ao analisar os requisitos processuais, profira decisao liminar com aquele efeito suspensivo. Igualmente, do ponto de vista processual, uma vez revogada ou cassada aquela liminar, ainda que continuando o processamento do feito, o crédito tributario voltaré a ser plenamente exigivel. hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 16148 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro Medida liminar ou antecipagao de tutela em outras agdes judiciais Veio apenas para consolidar a jurisprudéncia que também as admitia, como manifestaco do poder geral de cautela que os magistrados tém para assegurar situagdes que nao podem aguardar as decisées definitivas. Na verdade, se lembrarmos que 0 CTN foi redigido originalmente pelo legislador de 1966, impée-se a conclusao de que as novidades processuais trazidas pelas reformas legislativas no Cédigo de Processo Civil (CPC) nao estavam reconhecidas no CTN. Tal qual afirmado para a hipétese de concessao de liminar no mandado de seguranga, essa modalidade tem que ser vista pelo prisma processual, ja que, ocorrendo qualquer revogagao da liminar ou da tutela antecipada, sem prejuizo das demais etapas no processamento do feito, a exigibilidade do crédito tributario volta a ser plena. Parcelamento Muitos ja vislumbravam 0 parcelamento no CTN, mas teve a Lei Complementar n® 104/2001 o mérito de expressamente reconhecer sua possibilidade, além de determinar a aplicacdo subsididria de todas as regras aplicdveis 8 moratéria. De toda sorte, nao se devem confundir os institutos, jé que: Moratéria Pressupée a dilatacao do prazo (com ou sem diviso de cotas no momento do pagamento) hitpsistecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 788 ‘08/05/2022 16:32 Clio tibutaro Parcelamento Nao trard prazos de pagamento, apenas o fracionamento das dividas em cotas. Sem prejuizo disso, desde a incluso, em 2001, o parcelamento consta como forma propria de suspensao da exigibilidade do crédito e sera concedido na forma e na condigao estabelecidas em lei especifica de cada ente federativo. Ainda pelo que consta no atual art. 155-A do CTN, ao utilizar os mesmos padrées definidos pelo CTN para a moratéri admitiu-se a possibilidade de sua concessio em cardter geral ou individual, com eventuais, requisitos, condigdes ou garantias, mas sempre por tempo determinado. Além disso, deve ser dado destaque ao contido no § 1° do art. 155-A, que estabelece o ndo afastamento dos juros e multa no caso do parcelamento concedido, salvo disposigo em sentido contrério. => Vem que eu te explico! Os videos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do contetido que vocé acabou de estudar. Médulo 1 - Vem que eu te explico! Langamento A Médulo 1 -Vem que cute explco! = Horatétia hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 16148 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questio 1 De conformidade com a sistemética do Cédigo Tributério Nacional (CTN), 0 crédito tributario é constituido: A Pelo fato gerador da obrigagao tributaria principal B Pela obrigacdo tributaria principal c Por lei ordindria D Por lei complementar E Pelo langamento hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 19148 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro Parabéns! A alternativa E esta correta. Como destacado, ainda que a ocorréncia do fato gerador seja fundamental para o aparecimento Questo 2 E caso de suspensao da exigibilidade do crédito tributario: A A compensagao B Atransagao c 0 depésito de seu montante integral D Acconverséo do depésito em renda E Aisengao Parabéns! A alternativa C esta correta. Diversos fenémenos acometem a relagao tributéria, produzindo consequéncias distintas. 0 CTN os reconheceu, listando as causas de suspensao, extin¢do e exclus4o nos arts. 151, 156 e 175, respectivamente. Como a questo demanda o conhecimento das causas suspensivas, ndo ha divida de que a nica constante na listagem do art. 151 é a realizagao do depésito integral. tok kkk hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 20188 ‘08/05/2022 16:32 Créetitotibutro 2 - Extingao do crédito tributario Ao fim do médulo, vocé sera capaz de identificar as situagdes de extingao do crédito tributario. Situagdes de extin¢do do crédito tributario Diferentemente dos casos de suspensao, pelos quais se retira a exigibilidade por tempo certo, nas hipéteses de extingdo, dé-se a terminagao da relagéo tributaria, liberando definitivamente 0 sujeito passivo da obrigagao que tinha diante do Estado (sujeito ativo), com o desaparecimento da divida e da prépria obrigagao tributéria surgida com o fato gerador. Nesse ponto, nunca é demais recordar que o préprio art. 113, § 1°, do CTN determina que a obrigaco principal surge com a ocorréncia do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecunidria e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Hoje sao 11 os casos de extingdo, de acordo com a enumeracao feita pelo art. 156 do CTN, a saber: 1. 0 pagamento; la compensagao; Il a transagao; WV. a remissao; \V. a prescrigéo e a decadéncia; hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!90212hu/02368/Index hilt 2148, osyosi20z2 18:32 Crésito tiburon VI. a conversdo de depésito em renda; VII. 0 pagamento antecipado e a homologagao do langamento; VIIa consignagéo em pagamento; IX. a decisio administrativa irreformavel; X. a decisdo judicial passada em julgado; XI. a dagao em pagamento em bens iméveis, Pagamento Ea forma mais comum de extingdo do crédito e nada mais é do que o cumprimento da obrigagao (objeto) com a entrega da soma feita em dinheiro pelo sujeito passivo ao sujeito ativo, Pela atual redagao da legislagao tributaria (art. 162 do CTN), o pagamento poderd ser feito em: Vale postal hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!90212hu/02368/Index hilt 22148 osios2022 16:22 Clio tibutaro DI IPLPL EATS Processo mecanico Naturalmente, cada ente federativo deverd prescrever suas normas para disciplinar a realizagao do pagamento. Do mesmo modo, na hipétese de omissao de regras proprias, determina o CTN que o pagamento deverd realizar-se em qualquer reparti¢ao no domicilio do sujeito passivo (art. 159) e devera ainda ser feito até 30 dias apés a comunicagao do lancamento feita ao sujeito passivo (art. 160) Entretanto, reforca-se que pode a legislagdo de cada tributo dispor de modo contrdrio, fixando outro prazo para o pagamento, inclusive com desconto para o caso de antecipagao de sua efetivagao. De qualquer forma, o no pagamento tempestivo gerard, salvo disposicao de lei em contrario, juros de mora de 1% ao més (art. 161 do CTN), ndo havendo no Cédigo qualquer previsdo de multa genérica © pagamento do crédito tributario é to importante que o CTN fixou a ideia de que este nao se presume, hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 23148 8106/2022 16:22 Crd tibutiro devendo ser comprovado pelo sujeito passivo toda vez que exigido. Dessa forma, 0 fato de se realizar 0 pagamento, por exemplo, de uma parcela do IPTU nao faz presumir seu pagamento integral; 0 fato de pagar o IPTU rel qualquer tributo nao faz presumir o pagamento dos demais tributos, tal qual norma do art. 158 do Cédigo. /0 2 um ano nao quer dizer que o do ano anterior também tenha sido pago; 0 fato de pagar Na mesma dirego, 0 art. 157 do CTN explicita 0 ébvio. 0 fato de ter sido aplicada penalidade ao sujeito passivo nao dispensa o recolhimento integral do crédito. Compensacao A compensacao nao ¢ instituto privativo do Direito Tributario, tendo sua regulamentagiio no Cédigo Civil (CC), que dispée, em seu art. 368, a ideia do estabelecimento do equilibrio de contas do contribuinte e do Estado, existindo débitos reciprocos, que terminariam por se anular. Nesta hipétese de extingdo, deve necessariamente haver lei estipulando as condicdes e as garantias para sua ocorréncia (art. 170 do CTN). Se o contribuinte pretender fazer essa compensacao pela via judicial, determina atualmente o art. 170-A que isso somente poderé acontecer apés 0 trénsito em julgado da respectiva decisao judicial Na medida da dependéncia de lei, impde-se ao contribuinte obter o reconhecimento da autoridade administrativa para sua efetivagao, nao podendo realizé-la de modo unilateral em suas contas. Podemos afirmar que sao requisitos para que se opere a compensacao: Credores e devedores reciprocos Lei autorizada hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt aia sosz2 1622 créto ibuiro Reconhecimento administrativo ou transito em julgado de acao judicial Existéncia de créditos liquidos e certos em favor do sujeito passivo Transagao E a hipétese legal do vulgarmente denominado acordo. Igualmente, tendo sua origem no Direito Civil (art. 840 do CC), é 0 ajuste pelo qual as partes terminam um litigio, ou evitam que se verifique, mediante mutuas concessées. Da mesma forma, deve haver uma lei autorizadora, sendo necessario ainda que essa lei indique qual autoridade administrativa realizar efetivamente o acordo em cada caso concreto. No caso tributario, de acordo com 0 art. 171 do CTN, ficou explicita a possibilidade de sua realizacdo para terminar o litigio, ficando sempre dependente de regulamentacao por lei de cada ente federativo Remissao Trata-se do perdao da divida pelo Estado (art. 172 do CTN), dependendo de lei de cada ente federativo, sendo certo que o proprio Cédigo ja prevé alguns parémetros a serem seguidos. Na forma contida no art. 172 do CTN, a lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissio total ou parcial do crédito tributario, atendendo: A situagiio econémica do sujeito passivo; ao erro ou ignorancia escusaveis do sujeito passivo, quanto a matéria hitpsistecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 25148 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro de fato; a diminuta importancia do crédito tributario; a consideragées de equidade, em relagao as caracteristicas pessoais ou materiais do caso; a condigées peculiares a determinada regiao do territério da entidade tributante. Obviamente, sé poderd dar-se por lei, ou autorizada por esta, devendo ainda indicar os requisites e as condigées a que 0 sujeito passivo deverd atender para receber tal perdao. Por forga do art. 150, § 6°, a Constituicéio Federal ainda exige que esse favor seja concedido por lei especfica. Prescricao e decadéncia tributarias 0 professor Irapua Beltrao conceitua e diferencia a prescrigao e a decadéncia tributérias, tratando de suas principais regras. Para assistir a um video sobre 0 assunto, acesse a verso online deste contetido. hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 25148 osyosi20z2 18:32 Crésito tiburon Ambas importam em desaparecimento de direito pelo transcurso de determinado lapso de tempo, sendo seu efeito prético o mesmo. Entretanto, apresentam diferengas claras, jé que: Na decadéncia 0 que desaparece é o préprio direito, por nao ter sido exercido no prazo determinado, Na prescrigao Hé 0 desaparecimento do direito de ago contra o contribuinte pelo decurso do tempo que a lei fixar. A decadéncia ou caducidade, em Direito Tributario, significa a perda do direito de a Fazenda Publica proceder ao lancamento do crédito tributario, Nesse sentido, 0 art. 173 do CTN determinou que decai (ou caduca) o direito de a Fazenda Publica constituir 0 crédito tributario em cinco anos, sendo contados a partir: I. do primeiro dia do exercicio seguinte aquele em que o langamento poderia ter sido efetuado; ou Il, da data em que se tornar definitiva a decisao que houver anulado, por vicio formal, 0 langamento anteriormente efetuado, E importante observar que, para o langamento por homologagaio, temos regra propria (art. 150, § 4°, do CTI), prevendo que o lapso decadencial de cinco anos sera contado a partir da ocorréncia do fato gerador. Considerando, dessa forma, 0 § 4° do art. 150 do CTN uma regra especifica para os casos de lancamento por homologagao fruto de pagamentos antecipados, a previsao do art. 173, |, do CTN seré aplicada aos demais casos, figurando-se como um método geral para inicio da contagem da caducidade do direito da Fazenda Publica. Assim, podem-se sintetizar os critérios para utilizagao do termo inicial da seguinte forma: Modalidades de langamento Termo inicial Langamento por declaracéo Primeiro dia do exercicio seguinte Langamento de oficio Primeiro dia do exercicio seguinte Langamento por homologacao Fato gerador Elaborado por rapua Goncalves de Lima Beltréo, Em qualquer hipétese, sendo constatada — administrativamente ou por ato judicial — a existéncia de vicio hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt ria 8106/2022 16:22 Crd tibutiro formal na realiza¢ao do langamento, impée-se sua invalidacao, abrindo-se novo prazo de cinco anos, a contar da data em que se tornou definitiva aquela anulacao. Nao ocorrida a decadéncia do direito do fisco, o crédito foi regularmente constituido, e serd esperado 0 pagamento. Nao realizado o pagamento e configurada a mora do contribuinte, a Fazenda Publica deve adotar as providéncias para a cobranga judicial, e sera cogitado 0 prazo de prescricao. Nesse sentido, o art. 174 do CTN determinou que ocorreré a prescri¢o também em (cinco anos contados, desta feita, da data da constituigao definitiva do crédito tributério, que serd, em geral, do langamento feito, Tradicionalmente, os prazos prescricionais esto sujeitos a interrupgdes e suspensées. A suspensao do prazo prescricional caracteriza-se com: a cessagdo temporaria do seu curso, sendo certo que, uma vez superada a causa a prescrigdo retorna a seu curso normal, computado o tempo anteriormente decorrido [...]. [Enquanto isto, na] interrup¢ao da prescrigao a situagao é diversa: verificada uma das causas interruptivas, perde-se por completo 0 tempo decorrido. O lapso prescricional iniciar-se-4 novamente. O tempo decorrido fica totalmente inutilizado. (VENOSA, 2010) Assim, serd tal prazo interrompido’ =v Pelo despacho que ordenar a citagao pessoal do devedor =v Pelo protesto judicial =v Por qualquer ato judicial que constitua o devedor em mora Ev hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!90212hu/02368/Index hilt 2548 osiosi2022 16:22 Clio tibutaro Por qualquer ato inequivoco em que o devedor reconheca seu débito Por outro lado, ao contrério das hipsteses de interrup¢o que foram sistematizadas e agrupadas no préprio pardgrafo tinico do art. 174 do CTN, encontramos os casos de suspensao no contexto do tratamento tributario, na medida em que so determinadas as causas de suspensdo da exigibilidade do préprio crédito. Assim, se o contribuinte impugnou a exigéncia, a exigibilidade esté suspensa, s6 se restabelecendo o direito & ago depois da decisao administrativa final, decorrido o prazo de 30 dias para cumprimento da cobranga. Conversao de depdésito em renda Ocorre em qualquer caso em que haja um depésito a favor da Fazenda Piblica e ele passe a integrar definitivamente os cofres publicos, nao estando mais sujeito a nao importar condigao ou pendéncia Dessa forma, o depésito do montante integral realizado, tanto judicial quanto administrativamente, para suspender a exigibilidade dos valores devidos & Fazenda Publica, quando no mais funcionar como garantia de discussao ou no curso de proceso, poderd ser convertido em renda, extinguindo, total ou parcialmente, 0 crédito tributério. Pagamento antecipado e homologagao do langamento Nesse caso, conforme nossos comentérios, ao mencionarmos essa modalidade de lancamento, havera 0 pagamento antecipado, sob a condigao resolutéria da homologacao. Naturalmente, a extingao real do crédito tributério ndo se dé com aquela antecipacao de pagamento, mas, sim, com a posterior ¢ futura homologacao dos valores. Por isso essa hipétese nao se confunde com a regra genérica do pagamento. Consignagaéo em pagamento A consignagao em pagamento € 0 meio judicial disponivel ao devedor para liberar-se de sua obrigagao, quando nao concordar com 0 objeto da obrigaco ou encontrar algum obstaculo ilegal ou irregular para efetivar o pagamento. Assim, recorrendo ao Poder Judicidrio, deposita o valor que entende devido, hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 20148 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro postulando ao juiz 0 reconhecimento do acerto de seu posicionamento. A ago consignatéria tem sua origem na ideia de que 0 erro de uma parte nao justifica o da outra envolvida no vinculo obrigacional. Dessa forma, o devedor tem a obrigacao de pagar, e se o credor, por qualquer motivo, nao quiser receber ou mesmo dificultar o recebimento, o devedor deverd efetivar 0 depdsito em juizo, para liberar-se de sua obrigagdo. Trata-se, na verdade, de uma aco judicial e, ao decidir o conflito, 0 juiz diré quem tem razao: Sujeito passivo Se julgada a favor do contribuinte, o pagamento se reputa efetuado, convertendo-se tal depésito em renda Fazenda Publica Se 0 juiz der ganho de causa 4 administraco, esta deverd cobrar ainda os juros de mora, além das penalidades cabiveis. Para disciplinar 0 instituto e seu emprego na relagdo fiscal, o CTN trouxe, no art. 164, a descrigao de que a importancia de crédito tributério pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: I. de recusa de recebimento ou subordinagao deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigagao acesséria; Il, de subordinagao do recebimento ao cumprimento de exigéncias administrativas sem fundamento legal; € IIL de exigéncia, por mais de uma pessoa juridica de direito publico, de tributo idéntico sobre um mesmo fato gerador. Decisao administrativa irreformavel Reconhecido pelo préprio Cédigo que o sujeito passivo teré direito a discordar dos valores exigidos pela Fazenda Publica, apresentando sua impugnagao, reclamagées e recursos, haverd um proceso administrativo tributério. Esse proceso exigiré das autoridades administrativas competentes a solugao do hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 30148 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro caso concreto posto para andlise e, se a decisao for favoravel ao sujeito passivo, extinguird 0 crédito tributario. E importante observar, das disposigées do CTN, que 0 art. 145 admite que aquela impugna¢ao pode implicar alteraco do langamento anteriormente realizado e que esse procedimento suspende a exigibilidade do crédito (art. 151, Ill), se observadas as regras legais a respeito do processo administrative fiscal. E nesse sentido da existéncia de uma lei reguladora do procedimento que a decisdo favordvel ao contribuinte somente produziré aquele efeito extintivo do crédito, quando a decisao prolatada nao mais puder ser alterada na esfera administrativa, nem na esfera judicial. Decis&o judicial passada em julgado Da mesma forma que o sujeito passivo pode questionar administrativamente os valores exigidos, é a todos garantida — inclusive pela propria Constituigdo Federal (art. 5°, XXXV) — a possibilidade de buscar no Poder Ju jério a solugao para as discordéncias ou divergéncias surgidas no caso concreto. Atengio com a coisa julgada. A cesso para finitivamente o crédito tributario, sendo indispensavel dec sivo sem Dacao em pagamento Outro instituto muito comum no direito privado, conceituado pelo CC, é a hipdtese em que “o credor pode consentir em receber prestagao diversa de que lhe era devida” (art. 356 do CC de 2002). Inovada pela Lei Complementar n° 104/201, somente sera valida, no Direito Tributério, para bens iméveis e ha forma e nas condigées estabelecidas em lei de cada um dos entes tributantes. => Vem que eu te explico! Os videos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do contetido que vocé acabou de estudar. Médulo 2- Vem que eu te explico! hitpsistecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 3114s ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro Pagamento Médulo 2 - Vem que eute expico! Consignacao em pagamento Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questo 1 Os prazos para a Fazenda Publica constituir e cobrar 0 crédito tributério sao, respectivamente: Prescricional de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercicio seguinte aquele em que A © langamento deveria ter sido efetuado, e decadencial de cinco anos, a contar da constituigao definitiva do crédito tributario. hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!90212hu/02368/Index hilt 32148 osyosi20z2 18:32 Crésito tiburon Decadencial de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercicio seguinte aquele em que o langamento deveria ter sido efetuado, e prescricional de cinco anos, a contar da constituigao definitiva do crédito tributério. Decadencial de cinco anos, a contar da ocorréncia do fato gerador, e prescricional de c cinco anos, a contar do primeiro dia do exercicio seguinte da constituigéo definitiva do crédito tributério, Prescricional de cinco anos, a contar da notificagao valida feita ao devedor, e decadencial de cinco anos, a contar da decisao judicial que anular o primeiro langamento. Decadencial de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercicio seguinte ao surgimento E da obrigagao tributéria, e prescricional de cinco anos, a contar da inscrigo do crédito na divida ativa. Parabéns! A alternativa B esta correta. Como destacado no texto, além de a decadéncia e a prescri¢do serem formas de extingao do crédito, é fundamental observar o critério de contagem de cada uma delas, sempre na forma dos arts. 173 e 174 do CTN. Assim, mais do que tempo para constituigao do crédito e para Questio 2 Uma lei municipal determinou o cancelamento de débitos fiscais com a Fazenda Municipal de valor inferior a R§250,00. Nesse caso, trata-se de: A Anistia B Isengao c Remigao hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!90212hu/02368/Index hilt 33148 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro D Remissao E Moratoria Parabéns! A alternativa D esta correta. E fundamental reconhecer a natureza de cada instituto, sendo até mesmo isso independentemente de eventual nomenclatura empregada. A ideia de colocar fim a um débito jé langado, inclusive considerando a ideia de baixo valor, remete diretamente ao sentido do perdao, ou seja, a remissdo contida no art. 172 do CTN. tok kkk 3 - Exclusao do crédito tributario. Privilégios e garantias do crédito hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt alas 8106/2022 16:22 Crd tibutiro Ao fim do médulo, vocé sera capaz de analisar a exclusao, as garantias e os privilégios tributarios. Exclusao do crédito tributario Seguindo 0 padrdo das outras modalidades de atingimento do crédito, o CTN prevé ainda dois casos de exclusao do crédito, Neles, ainda que ocorrido 0 fato gerador da tributagao, 0 crédito nao sera satisfeito pela forma regular de quitagao do tributo pelo sujeito passivo. Segundo o art. 175 do CTN, sdo formas de exclusdio do crédito a isengao e a anistia. De qualquer modo, nessas formas de exclusao do crédito tributario, haverd o impedimento do lancamento do tributo por determinacao legal, apesar de ter ocorrido 0 fato gerador da obrigagao tributaria Aexclusao do crédito tributario significa evitar que ele se constitua. Desta feita, nessas hipdteses de exclusdo, ocorre o fato gerador, mas, por disposicao legal, haverd 0 impedimento de que a autoridade administrativa realize a constituigao do crédito tributario. Ou seja, néo haverd o lancamento por determinagdo de lei que protege aquela situagao, seja por isengdio, seja por pela anistia Por forga do art. 150, § 6°, a Constituicdo ainda exige que esse favor seja concedido por lei especifica. Sendo liberalidade do Poder Pai ico, tanto a primeira quanto a segunda néo gerarao direitos adquiridos, tampouco liberardo o sujeito passivo do cumprimento das obrigagées acessérias. Isengao Aisengao constitui o favor classico do Direito Tributério, jé que dispensa o sujeito passivo do pagamento em relago a fatos geradores que ainda vao ocorrer. Trata-se de medida de politica fiscal, ora associada & capacidade contributiva ora associada a objetivos de uma finalidade extrafiscal. Por dispensar 0 pagamento de fato gerador futuro, fica excluido o crédito com a dispensa da autoridade administrativa de realizar o langamento correspondente. Naturalmente, constitui matéria de reserva legal, ou, como explicita o art. 176 do CTN, ainda que fruto de convengo ou contrato, depende de lei para sua materializagao. A lei concessiva ou autorizativa deve, portanto, especificar de forma clara os tributos a que se aplica, mesmo porque sera objeto de interpretagao literal. hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 35148 osyosi20z2 18:32 Crésito tiburon Exatamente por causa dessa determinagao da forma de interpretar seu ato concessivo, deve ser afastada qualquer leitura extensiva em sua aplicagao. Atengio Uma ponderagao importante ¢ que a isengao concedida a prazo certo e sob condi s especificas na poderd ser revogada antes de seu termo final, salvo nos ca jescumprimento das exigéncias estabelecidas, tendo em vista o art, 178 do CTN. O dispositive deixa claro que, para haver a prote¢ao da irrevogabilidade sobre a isen¢ao, ndo basta que 0 favor tenha sido dado com prazo determinado, mas também que ela (a protego da irrevogabilidade sobre a isengo) seja onerosa, ou seja, tenha sido concedida com a imposigao de condigées ao particular. Naturalmente, essa protecdio somente se da na medida em que o beneficidrio esteja cumprindo as condigdes, podendo ser resumida da seguinte forma’ Quanto ao prazo ‘Sem prazo irrevogavel Com prazo certo Indeterminado Determinado Elaborado por rapua Goncalves de Lima Beltréo, Esta sistemética prevista no CTN foi inclusive objeto de destaque no Judicidrio, tendo o STF a estabelecido na Stimula n° 544; “Isengdes tributarias concedidas, sob condigao onerosa, nao podem ser livremente suprimidas.” Anistia Aanistia refere-se A modalidade de exclusdo do crédito na qual o poder tributante dispensa o pagamento de infragdes cometidas anteriormente, Observando as demais disposig6es do préprio Cédigo, demanda lei para sua efetivacdo, tendo ainda o CTN orientado para a impossibilidade de sua aplicagao as situagSes hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 36148 8106/2022 16:22 Crd tibutiro qualificadas como crimes ou contravengées, praticadas com dolo, fraude ou simulacao, e aquelas resultantes do conluio de duas ou mais pessoas. Como a anistia também constitui liberalidade do Poder Publico, deverd ter seu fundamento em lei, observando-se ainda a exigéncia constitucional (art. 150, § 6°) de que o diploma legal seja especifico em matéria tributéria. Essa concessdo da dispensabilidade podera abranger todas as infracdes cometidas, sendo denominada anistia geral. Contrariamente, o perdao podera também ser limitado a algumas infragées, tais quais: Para determinado tributo Para determinada regiao do territorio da entidade tributante Para determinado montante de penalidade pecuniaria Reconhecendo todas essas possibilidades, o art. 181 do CTN ainda prevé a possibilidade de que a anistia seja limitada com condigao de pagamento do tributo. Da mesma forma que os demais favores fiscais anteriormente reconhecidos pelo CTN, a anistia pode ser concedida em individual, mas sempre dependeré de lei autorizativa, por despacho administrativo em expediente requerido pelo interessado com a demonstracao do cumprimento dos requisitos legais, e jamais gerard direito adquirido, Privilégios e garantias do crédito Como as receitas tributérias representam a grande forma de mantenga do Estado, as leis tributarias sempre trazem garantias e privilégios ao crédito tributério, de forma a tentar assegurar a arrecadagao daqueles valores, mesmo que em situagdes extremas. Por ébvio, o CTN prevé as garantias e os privilégios basics de todos os créditos tributarios, sendo certo que 08 casos all previstos nao estdo postos de forma taxativa (art. 183 do CTN), e que as leis tributérias poderdo trazer outros. hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 37ias ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro Garantias Amaneira de assegurar os créditos em geral no Direito esta na responsabilidade que o patrim6nio do devedor sofre. Assim, no caso de nao pagamento do crédito, o patriménio do devedor responder por aquele valor. Na estrutura do Direito, todavia, existem varias excludentes de bens que deixam de responder por aquele crédito (ex.: impenhorabilidade, inalienabilidade, incomunicabilidade) A grande garantia do crédito tributério esté no fato de que, em geral, aquelas excecdes que retiram determinados bens dessa responsabilizagao nao se aplicam ao Direito Tributério (ex.: as impenhorabilidades derivadas da vontade das pessoas). 0 crédito tributario somente néo poderd deixar de considerar a chamada “impenhorabilidade absoluta’ (art. 184 do CTN), cuja listagem hoje esta prevista no CPC. Pode-se dizer que a garantia atribuida ao crédito tributadrio é a ampla responsabilizagdo do patriménio do devedor. Outra garantia foi o estabelecimento da presungdo de fraude a execucdo pelo art. 185, se 0 devedor alienar patriménio depois de iniciada a cobranga do crédito tributario regularmente inscrito e nao reservar bens suficientes para o pagamento daquele. Como a previsdo do CTN marcava 0 inicio da presungao da fraude para a fase judicial, muitos sonegadores se aproveitavam disso para evitar a aplicago do art. 185. Na reforma da Lei Complementar n° 18/2005, antecipou-se o momento da presungao, sendo agora contado nao mais da ago de execucao fiscal, mas, sim, da inscrigo em divida ativa Atengao Vale notar que tal presungao de carater absoluto, ndo admitindo qualquer tentativa de prova em contrari Se tal medida veio para proteger os interesses do fisco, de igual forma a Lei Complementar n® 18/2005 trouxe a figura da indisponibilidade de bens decretada pelo juiz, na forma do novo art. 185-A, naquilo que alguns estao chamando de bloqueio ou penhora on-line, Mas, para que se empregue tal instituto, so fundamentais alguns aspectos: hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 36148 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro Divida em fase de execugdo, com o devedor citado para o feito de cobranga. Apesar de ter ocorrido a citagdo pessoal, o devedor nao pode ter efetuado o pagamento, nem apresentado bens a penhora. Uma vez determinado seu emprego, alguns pontos devem ser observados: a decisiio judicial sera comunicada preferencialmente por via eletrénica; a comunicagdo seré encaminhada para os registros de iméveis, autoridades supervisoras do mercado bancario e do mercado de capitais; a indisponibilidade deve limitar-se ao valor da divida exigivel; se atingidos bens ou direitos em montantes superiores, deve 0 juiz determinar o imediato levantamento dos bens ou valores que excederam ao limite. hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 39148 carazoze 1822 costo iG Preferéncias do crédito tributario 0 professor Irapua Beltrao discorre sobre as preferéncias do crédito tributério, procurando sistematizar e contextualizé-las. Para assistir a um video sobre 0 assunto, acesse a verso online deste contetido. A ideia de privilégio foi estampada pelo CTN na qualidade de preferéncias do crédito tributario, tendo o Direito Tributario uma preferéncia genérica, somente sendo ultrapassado historicamente pelo crédito trabalhista na forma do art. 186. Com isso, 0 crédito nao precisard “disputar" uma eventual posicao de destaque em qualquer procedimento, sendo essa a razao pela qual afirma o CTN, no art. 187, que 0 crédito tributério nao estard sujeito a concurso de credores ou habilitagdo nos procedimentos de faléncia, concordata, inventério ou arrolamento. Ocorre (Lein® 11.101, de 9 de fevereiro de 2005), muito argumentou-se sobre a impossibilidade de outros credores receberem seus valores, razo pela que, no contexto da edicao da Lei le Faléncias e Recuperacao Judici qual a ordem dos privilégios foi parcialmente modificada. A redacdo original do CTN jé colocava 0 crédito trabalhista como preferéncia ao tributério, tendo a reforma de 2005 explicitado que o mesmo aconteceria com o crédito de acidente de trabalho, hoje também explicito no caput do art. 186. Entretanto, a grande modificagao se deu com a incluso do pardgrafo tnico nesse artigo. Por tal disposigao, ficou evidente que, no caso de decretagao de faléncia, o crédito tributario nao sera preferido aos créditos extraconcursais ou as importdncias passiveis de restituicéo, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real. Assim, os encargos para a administragao da massa falida, ai considerando as despesas relacionadas com hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt 408 08/06/2022 16:32 Crésito tiburon 08 fatos ocorridos depois da decretagao judicial da faléncia, devem ser satisfeitos antes de todas as dividas, havidas pelo falido. Por esse motivo, ganharam a denominagao de “extraconcursais”, pois nao vo participar do concurso junto aos demais credores. Se, por um lado, os créditos tributérios devidos pelo falido nao sao preferidos aos créditos extraconcursais, 08 fatos geradores de tributos ocorridos nesse processo de faléncia tém tal natureza na forma do art. 188, jé com a redagiio dada pela Lei Complementar n° 18/2005. Destarte, os tributos ocorridos depois da decisao falimentar na administracéo da massa sao considerados extraconcursais e serdo preferidos aos tributos cujos fatos geradores ocorreram antes da declaracao de quebra da empresa ou do empresario, Contudo, a grande inovago das reformas de 2005 foi a inversdo realizada com os créditos com garantia real (como o penhor ou a hipoteca), que antes ndo tinham preferéncia aos tributarios. Ainda para completar a regra sobre as preferéncias que existem na hipétese falimentar sobre o crédito tributatio, o referido paragrafo nico do art. 186 estampa a possibilidade de que o predominio do credor trabalhista poderd ter um limite ou uma condigéo, devendo tal previséo ser conjugada com a disciplina completa dos créditos dada pelo art. 83 da Lei n® 11.101/2005, que estabeleceu um limite de 150 salérios, m mos por credor. Também resultado do art. 83 da Lei n° 11.101/2005 (c/c paragrafo unico do art. 186 do CTN), extrai-se que a preferéncia fiscal ocorrerd apenas no crédito derivado da ocorréncia do fato gerador do tributo, nao se aplicando as multas resultantes da legislagao tributéria, Nesse caso, as multas (como as decorrentes do descumprimento da obrigagao acesséria) somente sero pagas depois dos demais credores. Essas multas tributarias somente terao preferéncia aos créditos subordinados, assim entendidos os dessa forma previstos em lei ou em contrato, e os créditos dos sécios e dos administradores sem vinculo empregaticio. No que concerne a nova classificago de recebimento dos créditos, a elaboragao do quadro geral de credores deverd observar basicamente os seguintes critérios (extraidos da combinagao das novas disposigdes do CTN com os arts. 83 e segs. da nova Lei de Faléncias) hitpsstecine.azureedge net positoriol002 12hw02366Vindex hil 4948 810612022 16:22 Créito tibutiro I -créditos trabalhistas limitados a 150 salarios-minimos por credor e os decorrentes de acidentes de trabalho; II —créditos com garantia real até 0 limite do valor do bem gravado; Ill - créditos tributarios, independentemente de sua natureza e tempo de constituigao, exceto as multas; IV —créditos com privilégio especial; V ~créditos com privilégio geral; VI —créditos quirografarios, entre os quais os saldos dos créditos derivados da legislagao do trabalho que excederem 150 salarios- minimos; VII —as multas contratuais e as penas pecuni: ‘ias por infra¢ao das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributari hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!00212hu/02368/Index hit a2 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro VIII — créditos subordinados. Como visto, o CTN ainda cria, em consonancia com as leis falimentares, o pagamento preferencial do crédito tributério surgido apés a decretagao da faléncia (como encargos da massa falida). J sob a denominagao de créditos extraconcursais (art. 188), extrai-se do Cédigo que esses valores serdo pagos antes dos débitos surgidos na gestao normal da empresa que vird a falir. Além disso, para completar as preferéncias de recebimento do crédito tributério, determina também a norma codificada que ele deve ser satisfeito antes dos demais encargos do monte em inventério ou arrolamento (art. 189) ou de outros valores devidos no caso de liquidagao judicial ou voluntédria de pessoas juridicas (art. 190) Para garantir a exequibilidade dessas preferéncias, o CTN determina ainda que ndo seria concedida concordata (hoje jé extinta), considerada extintas as obrigacdes do falido (art. 191), nem julgada partilha ou adjudicagao (art. 192), sem que haja a comprovagao do pagamento de todos os tributos eventualmente envolvidos na situagao. De igual forma, seré dada a exigéncia para a nova figura da recuperagao judicial, mormente com a incluso do art. 191-A. Com isso, para que as empresas consigam o reconhecimento judicial de sua proposta de recuperagao, deverdo demonstrar situagao de regularidade fiscal, por meio de certidéo negativa que prove a quitagéo dos tributos ou com certidées das quais constem créditos tributérios vencidos e nao pagos, mas coma exigibilidade suspensa —— 0 tiltimo privilégio criado nesse momento pelo CTN foi a exigéncia de prova de quitagao do pagamento de tributo para participacio em concorréncia, licitagao ou para contratagao. Claro que, hoje em dia, a redagao do art, 193 do CTN jé foi devidamente ampliada pelas leis licitat6rias posteriores ao Cédigo, mas aideia basica é a mesma: de que se evite nova relagao com pessoa inadimplente com 0 Poder Publico. hitps:stecine azureedge netirepostorio!002172hu/02368iindex hilt a8 ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro 5 Vem que eu te explico! Os videos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteUido que vocé acabou de estudar. Médulo 3- Vem que eu te explico! Isengao Médulo 3 - Vem que eu te explico! Garantias Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!90212hu/02368/Index hilt aaa, ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro Questo | Nos termos do Cédigo Tributario Nacional (CTN), a isencdo e a anistia constituem causas de: A Extingdo do crédito tributério B Exclusdo do crédito tributario c Moratéria do crédito tributario D Suspensdo da exigibilidade do crédito tributério E Imunidade Parabéns! A alternativa B esta correta. Uma das questées mais recorrentes recai na identificagao de quais fenémenos podem ser reconhecidos como causas de suspensao, extin¢do ou exclusao do crédito tributdrio. Por isso, é sempre importante revisitar os arts. 151, 156 e 175 do CTN, ou mesmo nossos comentérios nos Questio 2 0 termo inicial para a fraude a execugao fiscal é: A Acitacao valida do executado. B 0 despacho do juiz que ordena a citagao. c A distribuigéo da execugao fiscal hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!90212hu/02368/Index hilt 45148, ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro io de procedimento administrativo de fiscalizagao. A inscrigao na divida ativa Parabéns! A alternativa E esta correta. Como destacado no texto, apesar de a fraude a execugdo estar prevista no CTN desde sua redacao original, a mudanca legislativa operada em 2005 determinou que as alienagdes ou oneragées de patriménio realizadas desde a inscri¢do em divida ativa seriam afetadas pela presun¢do absoluta de fraude, tudo na forma da atual redagao do art. 185 do CTN. tok kk Consideragées finais Naturalmente, a partir das previsées iniciais e das regulamentagdes do CTN, o mundo fiscal ganha vida, com a edigao das normas de cada tributo por meio das entidades federativas competentes. Algumas espécies ganham mais relevo ou nao na pratica nacional, dependendo muito dos montantes de arrecadagao efetiva na sociedade e de seus efeitos nas vidas dos contribuintes. Sem prejulzo disso, todas as espécies tributarias tém como raiz fundamental esses conceitos extraidos do CTN, o que revela a importancia das definicSes observadas anteriormente. A compreenso das formas de constituigo, suspensao e extingao do crédito tributério é essencial para verificar se é devido um tributo e se ele pode ser exigido, 0 Constituigao, suspensao e extingao do crédito trihntaria Itps:stecne azresgenatrepostoro0022hu02368index imi asus osios2022 16:22 Clio tibutaro uuu 0 professor Irapua Beltrao encerra revendo os principais conceitos do médulo, analisando a constituigao, a suspenséo e a extingao do crédito tributario. Para ouvir 0 dudio, acesse a versio online deste contetido. Referéncias BRASIL. Superior Tribunal de Justiga, STU. Stmula 436. DJe de 13/5/2010. Consultado na internet em: 10, jul. 2021 BRASIL. Superior Tribunal de Justiga, STJ. Stmula 446. DJe de 13/5/2010. Consultado na internet em: 10 jul. 2021 BRASIL. Superior Tribunal de Justiga. STJ. Stimula 112. DJ de 3/11/1994. Consultado na internet em: 10 jul 2021 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. STF. Sumula 544, DJ de 12/12/1969. Consultado na internet em: 10 jul 2021 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. STF. Simula vinculante 21. DJe 10/11/2009. Consultado na internet em: 10 jul. 2021 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. STF. Sdmula vinculante 28. DJe 17/2/2010. Consultado na internet em: 10 jul. 2020. VENOSA, S. de S. Direito Civil: parte geral. S40 Paulo, SP: Atlas, 2010. Explore + Para continuar estudando sobre o crédito tributério, o langamento, a prescricao e a decadéncia, recomenda-se a leitura do artigo As diferengas entre prescri¢ao e decadéncia tributéria, de Silvia Bellandi Paes de Figueiredo, disponivel na plataforma do Conjur. Itpsiistecne azweedge netrepostorini0022hu02368ndex him ams, ‘08/05/2022 16:22 Clio tibutaro Sobre as garantias do crédito tributério, 6 interessante a leitura de A penhora on-line no 4mbito da execuco fiscal, por Lucia de Oliveira Andrade, disponivel no portal DireitoNet. Leia no site Migalhas uma interessante decisdo do STF sobre as preferéncias do crédito tributério, em Nao hd preferéncia da Unido em execugées fiscais, decide STF. (@ Baixar contetdo hitpsfstecine azureedge.netirepostorio!90212hu/02368/Index hilt 4548

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