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Árbol de navidad: Cuento de María José Caro – Anábasis


María José Caro nació en Lima, Perú. Escritora. Actualmente reside en su país.

“Árbol de Navidad”, um dos contos do livro “¿Qué tengo de malo?”, escrito


por María José Caro e publicado em 2017, retrata o conturbado natal de uma família
peruana.O conto é narrado pelo ponto de vista de Macarena, a filha menina da
família.

Inicialmente, ela fala sobre como a noite natalina lhe remete à imagem de
seu pai chegando em casa com algum tipo diferente de árvore de natal no carro,
sendo um pinheiro, uma samambaia ou um tronco seco.
Porém, nesse ano, ele havia chegado com as mãos abanando, não tendo
trazido a árvore da vez e nem os fogos de artifício que Sérgio, seu filho e irmão de
Macarena, havia pedido de presente. O homem estava claramente avoado e não
respondendo aos questionamentos de seus familiares, apenas ignorando-os e
prestando atenção à música de seu rádio portátil. Ao perguntar sobre seu presente,
Sérgio teve seu braço fortemente agarrado pelo mais velho e ouviu as fortes
palavras dele:
“— O que mais vocês querem de mim? Eu não tenho nada!”
Nesse momento, a mãe explodiu em fúria e tratou de puxar o menino do
aperto do marido. Sérgio, agora solto, correu para dentro de casa. O pai sentou-se
em uma cadeira por ali e a mãe levou sua outra filha também para dentro. A mulher
arrumou suas coisas, colocou roupas quentes em seus filhos e levou-os até a
garagem tentando não fazer barulho. O filho menino, no entanto, gritou que seu pai
sempre estragava tudo. Ao ouvi-lo, o homem tentou se levantar, mas sua cadeira
cedeu e ele caiu no chão. Aproveitando a brecha, a família entrou no carro e
acelerou para longe dali.
O destino deles foi um hotel, no qual alugaram um quarto afastado da festa
dos demais presentes. Sérgio se alojou na cama e ficou assistindo tv, enquanto
Macarena sentou em uma escrivaninha e começou a desenhar, pensando sobre
como seu pai sempre lhes trazia uma máquina de fogos de artifício e os encantava
ao jogá-los aos céus. Também lembrou-se de um dia em que seu tio Mário foi à sua
casa para conversar com seu pai. Durante a madrugada, desceu as escadas e foi
até a cozinha, onde ouviu a conversa abatida dos dois homens. Seu progenitor
desabafava tristemente sobre como as coisas iam mal e perguntava ao irmão sobre
o que deveria fazer. Macarena foi notada por ele, mas o homem nada fez a respeito
disso. Apenas não conseguiu manter mais o choro entalado na garganta. Assim
como sua filha, que saiu correndo para o quarto, o pai da família deixou-se cair em
lágrimas.
Depois de comprar algumas coisas para as crianças comerem, a mãe voltou
ao quarto e preparou as coisas para eles irem dormir. Antes de fazer o mesmo, foi
ao banheiro e acendeu um cigarro, podendo aliviar um pouco o estresse. Após se
abraçarem e desejarem uma boa noite de natal, tentaram ignorar o barulho das
celebrações alheias e adormeceram juntos na cama de casal.
No dia seguinte, voltaram ao carro e a mãe perguntou aos filhos se eles
queriam passar em algum lugar antes de voltar para casa. Sérgio sugeriu passar na
casa de seus avós. Seguindo seu desejo, a mulher foi até a residência de seus pais
e parou em frente ao interfone. Após algum tempo, voltou ao carro dizendo que eles
não estavam em casa. Macarena notou que aquilo era mentira. Sua mãe fez isso
apenas para parar as súplicas de seu irmão. Não interrogou-a sobre isso, afinal
entendia o motivo. Sua avó foi uma das pessoas que mais apoiou o casamento de
sua mãe. E, hoje em dia, a idosa deixava escondida a foto em que aparecia junto na
cerimônia, provavelmente arrependida de ser uma testemunha de tal conciliação
“amorosa”.
Enquanto o carro voltava ao caminho de casa, a menina pensava em seu pai.
Além de imaginá-lo sentado no sofá ou então esparramado no chão ao lado dos
restos de uma cadeira, pensou nele acendendo um fogo de artifício, apenas um
único e solitário fio de luz que iluminou a rua inteira.

É possível dizer, a partir das dicas que o conto dá, que Richard, o pai da
família, não vem tendo uma boa relação com sua esposa e filhos, apesar de,
aparentemente, já ter sido muito bom com eles no passado. Os motivos para isso
não são revelados, mas por conta da conversa com seu irmão, o tio Mário, pode se
imaginar que seja algo relacionado com o trabalho. Afinal, como é dito em
determinado ponto do texto, Richard trabalha muito e está sempre cansado em
consequência disso. A fala dele sobre estar “ferrado” e não saber o que fazer é
bastante aberta, mas essa foi nossa interpretação.
No final do conto, ficou também em aberto se a família retornou para casa,
pois isso acaba não sendo mostrado. O fato de nesse momento Macarena imaginar
seu pai soltando um fogo de artifício, algo que lhe remete à felicidade e ao afeto que
possui pelo homem, nos fez pensar que talvez possa ter sido uma despedida dela
com ele, em seus pensamentos.
“Árbol de Navidad” é certamente um daqueles contos e histórias em que cada
leitor pode tirar uma conclusão e interpretação diferente, gerando debates e
interações a seu respeito. Além de, obviamente, ser bem escrito, o texto é fácil de
se ler, não sendo cansativo ou enrolado. Apesar de rápida, foi uma leitura bastante
proveitosa, tanto para fins literários quanto para treinar o entendimento da língua
espanhola.

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