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Edição Pesadelo
# 04
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Sumário
Editorial 4
Contos da Armariolândia
Pegadas de cera – por Ravenna Jack (Orgum RPG)
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Sementes de horror
Brinquedoteca Amaldiçoada
Locais malditos
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Equipe desenvolvedora
Editor: Tom AliançaRPG
Revisor: Cesar Cusin (Goblins Insanos)
Ilustração: Walter Cordova
Diagramação: Tom AliançaRPG
Colaboradores de Conteúdo
Editorial
Bem-vindo ao Little Fears Zine, uma publicação mensal feita por fãs da co-
munidade deste RPG aterrorizante. O universo de Little Fears é muito vasto,
e muitas coisas podem ser exploradas para gerar aventuras e até mesmo cam-
panhas incríveis, tanto fora ou dentro da Armariolândia. Crianças são aterro-
rizadas por seus próprios medos. Seus medos se tornam reais e na calada da
noite, na hora em que o silencio toma conta da casa, sombras, tentáculos,
brinquedos ou apenas vozes surgem cumprindo seu papel que é assustar, ou
melhor, aterrorizar os pobres pequenos. Pior ainda quando o armário abre
rangendo sua porta e sussurros ou mãos que esticam até a cabeceira da cama
surgem querendo puxar uma criança até seus domínios.
Tenha uma excelente leitura e cuidado ao abrir seu armário está noite...
Tom AliançaRPG
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Contos da Armariolândia
Pegadas de cera
Ravenna Jack (Orgum RPG)
7
O pai deixou baú no chão. Ele era um simples, nas laterais tinham duas
alças de metal e ao redor do baú tinha uma imagem: quatro cavalos que cor-
riam por um campo encantador. Marina riu, pois um deles parecia um dál-
mata.
— É lindo papai! — Exclamou a menina enquanto abraçava o pai.
— O dono da loja era um antigo amigo da família da sua mãe, disse que
foi ele mesmo que fez esse baú para ela guardar seus desenhos e gizes.
Quando ela cresceu seus avós mandaram ele de volta para esse amigo da
família. Falei sobre você e ele me pediu para te trazer esse presente, pois assim
como ela você tem um espírito de artista.
— Então a mamãe foi para o céu e guardou isso para me dar de pre-
sente? — disse Mariana passando a mão em cima do baú com cuidado, sem
entender muito bem o que ele havia dito.
— Sim, pequenina... foi a mamãe que guardou para você — disse o pai
ao abraçar a filha. Ambos começaram a chorar.
Durante a semana tudo se passou bem. Ao chegar da escola Mariana
corria para o baú de sua mãe que havia colocado no antigo ateliê. Todos os
seus desenhos estavam lá e ela estava pronta para fazer mais. Dentro do baú
tinha milhares de giz de cera, tinham diversas formas e cores, um mais lindo
do que o outro, cores que ela nem sequer imaginava que existiam.
Passava ali o dia inteiro conversando como se sua mãe estivesse ali en-
quanto pintava. Vez ou outra seu pai aparecia para vê-la e estranhava esse
comportamento dela de ficar falando sozinha, mas como sempre apenas sorria
e voltava ao trabalho.
Certa noite Mariana estava conversando com o espírito da sua mãe an-
tes de dormir.
— Mamãe, por que você não quis aquela caixa?
Houve um silêncio e logo a menina tornou a falar
— Sim, eu também pensei nisso mamãe.
Mais silêncio.
— Mas ele não parece tão triste. Ele disse que sente sua falta também,
você não pode ficar tão brava assim com o papai — disse a menina se enco-
lhendo um pouco entre as cobertas. Por um longo tempo ficou sem falar nada,
depois retrucou.
— Tudo bem, eu deixo a porta aberta, assim vocês podem conversar,
não é? E a gente vai ser uma família completa e feliz, não é?
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Um ar gelado passou pelo quarto e soprou os cabelos da menina para
cima, a fazendo rir.
No dia seguinte o pai da garota estranhou seus desenhos. Enquanto
limpava a parede do corredor percebeu que alguns desenhos de Mariana na
parede do ateliê eram diferentes. Na parede haviam dois adultos e uma cri-
ança na frente de uma casa. Ao que parecia, a casa era um baú de pirata, os
adultos estavam parados na frente da casa junto com uma criança. Nenhum
deles com o rosto definido, tinham um aspecto derretido, mas a figura femi-
nina dos adultos chamou muito sua atenção. Os buracos onde deviam estar
os olhos estavam abertos, obscuros como duas órbitas vazias, sua fisionomia
era esquelética e bem colorida.
Ao perguntar para Mariana o que significava aquele desenho ela disse:
— Você gostou papai? A mamãe disse que vamos ficar juntos para sem-
pre, porque ela ama muito a gente.
— S-sim, meu amor. Mas não poderia ter desenhado algo menos estra-
nho?
— Não é estranho, é a mamãe.
Naquela mesma noite Mariana entrou no ateliê, deixou o baú e a porta
abertos e voltou para o seu quarto. Algum tempo depois ouviu os berros do
seu pai vindos do final do corredor. A garotinha saltou da cama e correu até
a porta do quarto, se deparou com muitas pegadas no chão. Tinham formas
esquisitas, cores misturadas como o giz de cera do baú. Elas saiam do ateliê
e iam direto até o quarto do seu pai.
Mariana foi correndo até e o que viu foi horrível. Uma criatura estava
em cima do corpo do seu pai, completamente ensanguentado, a boca dele
estava aberta paralisada em um grito de horror. O monstro parecia brincar
de derramar cera quente em cima dele. Ao ouvir perceber a presença da garota
no cômodo, a criatura se levantou, assumiu uma pele que semelhante a mas-
sinha de modelar e tomou a forma da mãe de Mariana.
— Não se preocupe, meu amor. Ele está bem, só se assustou comigo. —
disse a criatura colocando o cabelo atrás das orelhas
— M-mas você disse que íamos ficar juntos. — choramingou a garota.
— E nós vamos, cara de fuinha. — Disse a criatura se aproximando e
abraçando a menina. — Seremos todos eternizados numa linda pintura de
família. O que acha?
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Mariana assentiu com a cabeça ao se encolher entre o pescoço e o ombro
da mãe num abraço apertado. A mulher cheirava a vela de cera queimada. A
garota não queria mais olhar para o corpo imóvel de seu pai, pensava que
uma hora ele iria levantar e dar uma bronca nela por deixar o baú aberto para
‘’sua nova mamãe’’ sair.
— Venha criança, você vai ser a artista mais talentosa desse mundo,
será eternizada na história, só precisa aprender um pouco comigo.
A mulher caminhou até o ateliê com Mariana no colo, deixando para
trás o mesmo rastro de antes. Ela colocou os pés dentro do baú e se dissolveu
em cera quente e borbulhante, levando a garota junto contigo.
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Sementes de horror
Programação diferente
por Tom AliançaRPG
Hora do chá
por Ravenna Jack (Orgum RPG)
Victoria era uma garota arrogante. Apesar de jovem – com seus onze
anos de vida recém-completados – a menina que foi mimada pelos pais
desde pequenininha acreditava que todos deveriam submeter-se aos
seus caprichos. Ela causava tanto ódio nos colegas da escola quanto
indignação nos adultos. Certo dia, voltando da escola, Victoria falou a
uma velha senhora, enquanto esta varria a calçada: – Dá para sair da
minha frente, sua velha? Eu quero passar! A mulher, voltando-se para
Victoria com um olhar sombrio e furioso, disse-lhe em tom quase inau-
dível: – Melhor ter cuidado com o que fala, garota, ou provará do teu
próprio veneno. Apesar do medo que a velha lhe causara, Victoria che-
gou em casa como sempre chegou: gritou com os pais, reclamou da co-
mida, fez o dever de casa e depois foi encontrar-se com as amigas. O dia
terminou e aquela garota mimada foi dormir. Pela manhã, Victória foi
ao banheiro e, ao olhar-se no espelho, percebeu que havia tornando-se
uma velha. Agora, as palavras da mulher do dia anterior soam indeléveis
em sua mente...
A barganha
por Ravenna Jack (Orgum RPG)
Meu irmão e eu sempre usamos roupas iguais, pois nossa mãe nos acha muito
parecidos. Eu não concordo. Marcelo é concentrado e eu me distraio com fa-
cilidade. Somos gêmeos idênticos, mas diferentes, entende? Nosso pai não fica
em casa, então a mamãe passa o dia inteiro fazendo tudo o que queremos.
Uma vez pedimos torta de chocolate, ela fez na hora. Depois pedimos um car-
rinho novo, ela comprou no mesmo dia. Hoje é diferente. Eu e Marcelo briga-
mos muito, ele roubou o meu rosto. Mamãe disse que eu nasci primeiro, então
isso quer dizer que meu irmão copiou o meu rosto. Não é justo, eu deveria ter
um rosto só meu. Pedi para a mamãe me dar um rosto novo, mas ela não
quis. Abri a porta da Armariolândia e entrei. Se a mamãe não me dá o que eu
quero, então vou pedir para o papai.
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O Parquinho dos Horrores
por Shima
O estranho casal Ramsey não tinha filhos, mesmo assim, construiu uma casa
com um luxuoso parquinho no condomínio Housewood. Certo dia, o casal foi
embora repentinamente e as crianças do condomínio, então, passaram a fre-
quentar o local. O tempo foi passando e a casa simplesmente permanecia
abandonada. Seu aspecto decrépito a tornava cada vez mais assustadora.
Apesar disso, mais crianças passavam a frequentar o local. Certo dia, Connor,
um garoto de nove anos, após aborrecer-se com os pais, decidiu passar a noite
na casa de madeira do parquinho. Em sua mochila, ele levou lanterna, lençol
e biscoitos. Às dez da noite, Connor escutou um barulho próximo de onde
estava. Mesmo assustado, desceu com a lanterna e foi até um montinho de
terra fofa que se formara ali. No momento em que chegou, Connor olhou para
o chão e percebeu que aquilo não estava assim horas atrás. Nesse momento,
o jovem de nove anos paralisou de medo, pois uma mão muito pequena e
pálida agarrou seu pé, e um rosto sujo e já em decomposição emergiu do chão,
olhou para ele e disse: - Você vem comigo...
Dance bailarina
por Tom AliançaRPG
A família se mudou para uma casa do bairro no final de uma rua sem
saída. Os antigos donos após o desaparecimento dos filhos a venderam
com todos os móveis dentro: armários, mesa, cadeiras, fogões, utensí-
lios, lençóis, toalhas, ferramentas e brinquedos. Entre os brinquedos,
uma velha caixinha de música despertou a atenção das novas crianças
da casa, duas irmãzinhas de 7 e 8 anos. A caixinha parecia bem velha,
mas a música que ela tocava era fabulosa: uma melodia alegre e conta-
giante enquanto duas bailarinas giravam, giravam e giravam sem parar.
O que a família não sabia, é que enquanto a caixinha tocava suas can-
ções infantis, duas criaturas ardilosas e terríveis, ambas com dezenas
de olhos na face e quatro conjuntos de dentes na boca, surgiam para
sugar a energia de toda família e depois de algum tempo devorar as cri-
anças da casa como iguarias. Uma das irmãzinhas presencia quando
uma dessas criaturas sugava a energia da mãe, em pé ao lado de sua
cama à noite.
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Criaturas aterrorizantes
Crayon
por Shima
Uma criatura “trocadora de pele”, Crayon fabrica corpos com cera que
ela mesma produz naturalmente e os veste, para se aproximar das pes-
soas que ela pretende transformar em bonecos de cera para colecioná-
las. Qualquer um transformado em boneco permanecerá assim para
sempre se não for solto em até 24 horas. Essa criatura saiu da Armari-
olândia e vive em um baú amaldiçoado. É lá no fundo do baú que ele
guarda seus bonecos. A verdade é que o baú tem conexão com a Arma-
riolândia. Qualquer um que cair ou entrar no baú pode acabar preso
naquele lugar.
Habilidades
Brigar: 4
Agarrar: 5
Perseguir: 3
Assustar: 3
Qualidades
Ele é um monstro em uma casca de cera que aprisiona pessoas.
Ele pode transformar pessoas em bonecos de cera.
Ele pode dissimular sua identidade.
Ele não consegue ficar em lugares muito quentes.
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Virtudes
Terror: 08
Saúde: 40
Suas coisas
Voz reconfortante Ø
Faz você confiar (Pensar -1)
Casca dura ØØ
Armadura natural (Dano -2)
Colecionador de bonecos ØØ
Transforma uma pessoa aprisionada em boneco de cera em 3 turnos
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A Mulher de Branco
por Shima
Habilidades
Brigar: 3
Agarrar: 3
Perseguir: 4
Assustar: 5
Qualidades
Ele é um espírito que se alimenta de crianças.
Ele pode atravessar objetos sólidos.
Ela não pode ficar em ambientes muito iluminados.
Virtudes
Terror: 7
Saúde: 40
Suas coisas
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Etéreo (Dano -3)
Aspecto horripilante ØØ
Voz Horripilante (Assustar +2)
Fome de alma ØØ
Dreno de Espírito (Espírito -2)
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Brinquedoteca Amaldiçoada
Descrição do que usava na mão o monstro que eu vi:
por Shima e Tom AliançaRPG
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Locais malditos
Todos são unânimes ao afirmar que aquela ponte tem algo de errado.
Desde que a jovem Sandy Michael caiu da ponte – ou foi jogada, nin-
guém sabe, a cidade inteira tem medo de circular por lá, e os poucos
que se arriscam a isso dizem ouvir gemidos tristes sabe-se lá de onde.
O Xerife não admite, mas reportaram a ele, recentemente, que uma cri-
ança que brincava por lá desapareceu.
* Um imenso sapo vive às escondidas debaixo da ponte. Volte e meia ela
solta sua língua comprida para se enrolar em crianças e puxá-las para
sua boca enorme.
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O velho chalé
por Tom AliançaRPG
20
A casa dos Ramsey
por Shima
Parquinho quebrado
por Ravenna Jack (Orgum RPG)
21
Armário abandonado
por Tom AliançaRPG
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“Não perca o próximo lançamento:”
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