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Little Fears Zine

Edição Pesadelo
# 03
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Sumário
Contos da Armariolândia
Krampus vem jantar – por Ravenna Jack (Orgum RPG) 7

Sementes de horror

Sonho meu – Shima


Brincando com perigo – por Tom AliançaRPG 12
Está gravado – por Cesar Cusin (Goblins Insanos)
O assobio – por Ravenna Jack (Orgum RPG) 13
Espelho, espelho meu – por Shima
Doces e mais doces – por Tom AliançaRPG 14
Nova amiga – por Cesar Cusin (Goblins Insanos)
Reflexo macabro – por Ravenna Jack (Orgum RPG) 17
Não mexa com a pessoa errada – por Shima
Delicia de iguaria - por Tom AliançaRPG 18
A oferenda – por Cesar Cusin (Goblins Insanos)
Casca vazia – por Ravenna Jack (Orgum RPG) 19

Criaturas aterrorizantes

Krampus – O papai noel do mal – por Shima 20

Brinquedoteca Amaldiçoada

O monstro que eu vi em Little Fears tinha:


por Ravenna Jack (Orgum RPG), Shima e Tom AliançaRPG
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Lugares que dão medo em Little Fears:
por Ravenna Jack (Orgum RPG), Shima e Tom AliançaRPG)

Locais malditos

Laguinho sujo – por Tom AliançaRPG 25


Mausoléu em ruínas – por Tom AliançaRPG
Parquinho solitário – por Tom AliançaRPG
O trailer abandonado – por Tom AliançaRPG
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Equipe desenvolvedora

Editor: Tom AliançaRPG


Revisor: Cesar Cusin (Goblins Insanos)
Ilustração: Walter Cordova
Diagramação: Tom AliançaRPG

Colaboradores de Conteúdo

Cesar Cusin (Goblins Insanos)


Ravenna Jack (Orgum RPG)
Shima
Tom AliançaRPG

Agradecimentos ao Ilustrador Walter Cordova que nos presenteou com


as ilustrações das páginas 5, 15 e 23 da 3ª edição do Little Fears Zine.
Contato: @retlaw.cordova

Editorial

Bem-vindo ao Little Fears Zine, uma publicação mensal feita por fãs da co-
munidade deste RPG aterrorizante. O universo de Little Fears é muito vasto,
e muitas coisas podem ser exploradas para gerar aventuras e até mesmo cam-
panhas incríveis, tanto fora ou dentro da Armariolândia. Crianças são aterro-
rizadas por seus próprios medos. Seus medos se tornam reais e na calada da
noite, na hora em que o silencio toma conta da casa, sombras, tentáculos,
brinquedos ou apenas vozes surgem cumprindo seu papel que é assustar, ou
melhor, aterrorizar os pobres pequenos. Pior ainda quando o armário abre
rangendo sua porta e sussurros ou mãos que esticam até a cabeceira da cama
surgem querendo puxar uma criança até seus domínios.

Tenha uma excelente leitura e cuidado ao abrir seu armário está noite...

Tom AliançaRPG

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Contos da Armariolândia
Krampus vem jantar
Ravenna Jack (Orgum RPG)

Melissa e seu irmão Hugo são gêmeos idênticos. Ambos têm cabelo loiro,
sardas no rosto e olhos azuis lindos, aparência típica de sua família alemã.
Apesar de muito parecidos é muito fácil diferenciá-los, principalmente pelas
personalidades de cada um. Melissa é doce e amável, mas extremamente tei-
mosa. Hugo é brincalhão e inteligente, mas também comete maldades com
todos os tipos de bichinhos que encontra em seu caminho. Eles se dão bem
na maior parte do tempo, apesar dos puxões de cabelo de vez em quando que
um dá no outro, é até normal para crianças de 8 anos.
Durante o ano inteiro os dois equilibram suas atitudes entre ser bonzi-
nho, fazer travessuras ou desobedecer aos pais. Fazem isso, pois sabem que
no final do ano o bom velhinho vem trazer presentes para aquelas crianças
que fazem boas ações, que são boazinhas e obedientes durante todo o ano.
Para Melissa essa é uma tarefa até fácil, pois ela sempre barganha com
o pai o que quer, sabendo que ele a vê como a princesa da vida dele, sendo
assim faz manha para ganhar as coisas, não fazer as tarefas de casa, não
guardar os brinquedos etc. Em compensação ela sabe muito bem como deixar
as pessoas felizes com seu sorriso doce, trata bem os amigos, professores, até
os velhinhos que encontra no parque que insistem em apertar suas bochechas
até elas explodirem.
Já para Hugo a história era diferente. Mente quase o tempo todo, mal-
trata animais perdidos, cola chiclete no cabelo dos amiguinhos na escola… é
terrível. Sua única maneira de compensar as maldades é usando seu lado
cômico para alegrar determinadas pessoas que ele gosta. Um exemplo disso é
sua mãe. Dona Helga é uma mulher meio ranzinza, mas ama as graças que
seu filhinho faz para deixar o dia dela mais colorido.
Uma semana antes do natal os pais dos gêmeos decidiram que iriam dar
uma volta pela cidade para fazer compras, pegar os ingredientes para fazer
doces, biscoito e também enfeites para colocar na árvore.

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Enquanto estavam na rua tudo parecia muito colorido e animado para
o feriado mais esperado do ano, algumas crianças brincavam na praça, idosos
discutiam sobre o melhor jeito de fazer guirlandas e os adultos em geral ou
estavam comprando enfeites ou estavam procurando por seus filhos que se
perdiam no meio da multidão.
Não demorou muito para que Melissa e Hugo começassem a se agitar
também para ir brincar. Seus pais estavam muito ocupados, então nem per-
ceberam quando as duas crianças saíram correndo desvairadas atrás de um
cachorrinho caramelo que estava passando por ali atrás de comida.
— Eu pego! Eu pego! — Disse Hugo bem atrás do pobre cachorrinho.
Assim que conseguiu colocar as mãos em volta do cachorro começou a apertá-
lo. — Vamos ver se ele faz Crec!
— Pare com isso, ele só está com fome seu bobão, larga ele. Larga ele,
Hugo! — Disse a irmã estapeando as costas dele para que o garoto soltasse o
animal.
Durante a briga eles não perceberam um senhor se aproximando, ele
tinha cabelos grisalhos bagunçados, era corpulento e estranho, porém o que
mais assustava em sua aparência eram os dentes podres.
— Hora, hora o que temos aqui… — Disse aquele homem velho e assus-
tador bem atrás das crianças.
Ambos congelaram na hora. O menino soltou o cachorro e agarrou a
irmã. Ela por sua vez começou a choramingar de medo. Apesar da aparência
dele lembrar o Papai Noel, aquele que todo mundo fala ser um velhinho gentil
de cabelo e barba branca, esse que estava na frente deles parecia ser o oposto
de um ‘’bom velhinho’’.
— Vocês estão muito encrencados, sabiam? Meu irmão adorou vocês,
principalmente você meu jovem rapaz. Eu posso já estar velho e carcomido,
meus anos dourados já desbotaram a muito tempo. Foi-se a época que a bon-
dade era natural, vemos apenas o interesse das crianças em presentes. —
Falou o velho fechando a cara e tirando de dentro de seu sobretudo rubro
uma bengala de madeira.
— Ah, crianças… quem dera todas pudessem ver o que as espera a noite,
o que espreita cada armário, cama e fresta aberta. Essas criaturas nunca
dormem, muito menos meu irmãozinho.
Os gêmeos não estavam entendendo quase nada do que aquele velho
estranho estava falando, permaneciam apavorados pela presença sinistra que
ele emanava.

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Mais alto do que qualquer sirene de ambulância Melissa caiu no choro,
gritava e chamava pelo pai, atraiu a atenção de quem quer que fosse que
passava por perto. Não demorou muito para que o pai aparecesse, acompa-
nhado da mãe que vinha cheia de sacolas nas mãos.
Hugo correu para abraçar as pernas da mãe, segurando as lágrimas
para não chorar na frente de todo mundo como a Melissa fazia. ‘’Meninos não
choram’’ dizia seu avô. Porém mais do que qualquer coisa naquele momento
ele queria se debulhar em lágrimas de medo, que nem a irmã.
Depois de um tempo eles se acalmaram e explicaram o que aconteceu.
Nenhum dos pais pareceu se importar, não havia nenhum velho parecido com
o Papai Noel naquele lugar. Deduziram então que as crianças tinham brincado
demais e que era tudo coisa da imaginação fértil de ambos, afinal gêmeos
tendem a compartilhar muitos sentimentos simultaneamente.
Apesar dos adultos não acreditarem, quando Melissa e Hugo estavam
indo embora, olharam para as outras crianças na praça. Algumas estavam
com a mesma expressão de medo, com lágrimas escorrendo pelo rosto, outras
crianças maiores pareciam confusas ou continuavam brincando.
Dois dias antes do natal os avós dos gêmeos chegaram. Os avós eram
apaixonados por seus netinhos, principalmente por carregarem nas veias o
sangue alemão da família, sabiam que ambos levariam as tradições de sua
terra para os bisnetos e tataranetos.
Vovó Greta era a favorita das crianças por causa das histórias que con-
tava.
Na noite de natal Vovó Greta estava meio inquieta, olhava em todas as
janelas e em todos os cômodos da casa em busca de alguma coisa. Quando
perguntaram a ela o que havia de errado ela disse:
— Eu não me engano nunca. O Krampus tá escondido nessa casa meus
filhos. Vó Greta sabe.
Ambos ficaram assustados com o tom de voz da avó. Ela se sentou na
cadeira da cozinha e contou para eles uma história tão velha quanto o próprio
tempo, que ela havia escutado quando criança e que presenciara ela se repe-
tindo com o passar dos anos.
Há muito tempo atrás Noel havia nascido, junto com ele nasceu também
uma outra criatura mágica. Enquanto um cresceu enchendo o coração das
crianças de alegria com presentes, o outro enchia a própria barriga com cri-
anças.

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Reza a lenda que crianças que são boazinhas o ano todo, no natal são
visitadas pelo Papai Noel, um velhinho simpático que cheira a doces, usa
roupa vermelha e tem cabelo e barba grisalhos. Porém aqueles que não se
comportavam, faziam maldades, desobedeciam aos pais e faziam pirraça eram
visitados pelo Krampus, o irmão malvado do Papai Noel. Esse sim era peri-
goso, invadia as casas e se escondia, tinha cheiro de doces podres e carvão,
sequestrava as crianças que tinham sido malvadas, colocava elas dentro de
um saco e as levava para sua caverna. Lá ele as devorava ou transformava em
carvão para comer depois.
As crianças se agarraram na avó com todas as forças choramingando.
— A gente não quer que o Krampus nos leve vovó, vamos ser bonzinhos
dessa vez.
Mas a avó não falou nada sobre isso, apenas balançou a cabeça e os
mandou para cama.
De madrugada eles acordaram com um barulho vindo da janela. O vento
soprava forte e parecia prestes a quebrar o vidro. Os dois se levantam da cama
morrendo de medo para ver melhor o que estava acontecendo do lado de fora.
A princípio não havia nada demais, porém ao observar melhor viram marcas
de garras no parapeito.
Os dois se afastaram da janela na mesma hora, compartilhando do
mesmo sentimento de medo. Foi então que repararam uma sombra enorme
no canto do quarto os observando. Olhos brilhantes vermelhos os encaravam
na escuridão. Um raio soou do lado de fora da casa e por um instante ilumi-
nou o semblante da criatura.
Era um homem alto e parrudo, cabelos e barba preta como a noite, uma
boca cheia de dentes podres com restos de doces e carvão.
A roupa vermelha estava rasgada e suja, suas mãos eram grandes e
tinham garras maiores ainda, carregava um saco surrado marrom que chei-
rava a ovo podre.
No mesmo instante Hugo soube: o Krampus estava ali para buscar ele.
Sabia que suas maldades haviam passado do limite, que tinha mais escuridão
dentro de si do que no céu a noite. Melissa sentia o desespero que afligia o
irmão que simplesmente não se mexia mais, estava completamente duro de
medo, por mais que ela tentasse balançar o corpo dele não se moveu um cen-
tímetro sequer.

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— Meu irmão anda muito mole. Criancinha travessa vem pra barrigui-
nha do Papai Krampus. — rosnou a criatura se aproximando de Hugo.
Ergueu o garotinho com uma mão só e o jogou com tudo para dentro do
saco. Hugo agora tentava sair, se debatendo o máximo que conseguia, mas de
nada adiantava.
Melissa se escondeu embaixo da cama, tentando afastar da cabeça o
que acabava de ver. O monstro se abaixou, colocou a cabeça embaixo da cama
e passou as garras no rosto da garotinha em prantos.
— Papai Krampus busca você na próxima. A criancinha doce fica de
sobremesa — E soltou uma gargalhada alta, estrondosa, que fazia o quarto e
o coração da pequena Melissa tremer.
No dia seguinte os pais ficaram desesperados procurando pelos filhos.
Saíram pelas ruas, mas ninguém tinha visto os gêmeos em lugar nenhum. A
vovó Greta era a única na casa que parecia triste e tranquila. Ela sabia o que
tinha acontecido, pois supostamente foi a primeira a entrar no quarto das
crianças, viu um rastro de açúcar estragado num dos cantos do quarto e mar-
cas de carvão, arrastados de debaixo da cama até o parapeito da janela, acom-
panhados das fissuras de garras enormes.
— Ninguém escapa do Krampus, meus netinhos. Não há segunda
chance para ninguém. — Disse Greta, segurando um pedaço de carvão na
mão.

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Sementes de horror
Sonho meu
por Shima

Kevin era um garoto muito criativo e que vivia no mundo dos sonhos. Gostava
de desenhar e pintar tudo o que lhe vinha à mente: paisagens, robôs e fogue-
tes. Certo dia, a mãe de Kevin percebeu desenhos estranhos na mesa de seu
filho: escuridão, monstros e pessoas mortas. Notou também que o garoto não
apresentava mais aquela alegria de antes. Por isso, naquele ano ela chamou
seu sobrinho Tony para passar o verão com a família. Nos primeiros dias,
Kevin apresentou uma certa melhora, mas logo ficou apático novamente. Os
desenhos, por sua vez, pioraram. Agora havia monstros torturando pessoas,
crianças acorrentadas e corpos mutilados. Em uma noite, Tony, que dormia
no mesmo quarto que Kevin, acordou com um barulho estranho. Ele olhou
para o lado e viu um homem alto, sem olhos e com uma boca cheia de dentes
afiados, segurando com as duas mãos à cabeça de Kevin, enquanto um fluido
negro esverdeado entrava na cabeça do menino. Ao perceber que estava sendo
observado, a besta olha para o visitante e, com um sorriso maquiavélico no
rosto, diz: - Não se preocupe, você será o próximo.

Brincando com perigo


por Tom AliançaRPG

Um grupo de crianças em plenas férias de verão resolve apostar quem quebra


uma vidraça do trailer abandonado que fica na autoestrada. Dentro do trailer
vive uma criatura que mais parece uma enorme gelatina de bolor, toda mo-
lenga e estranha. Seus tentáculos são úmidos e pegajosos. De noite ela se
materializa e sai do trailer, mas de dia ela apenas fica escondida debaixo do
trailer esperando alguma criança solitária e medrosa se aproximar. Ao come-
çarem atirar pedras, as crianças irão despertar a criatura bolor que tentará
puxar uma delas com seus tentáculos para baixo do trailer. A partir desse dia
ela vai atrás de cada uma das crianças para se alimentar delas. Agora as
crianças sabem de sua existência e precisam um jeito de destruir ou aprisio-
nar ela antes que elas sejam vitimas ou ela pegue outras crianças.

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Está gravado
por Cesar Cusin (Goblins Insanos)

Matt tinha acabado de fazer aniversário e ganhou de seus pais uma filmadora
portátil. Ele ficou todo feliz e andava com ela para cima e para baixo filmando
tudo. Na noite de seu aniversário quando foi dormir começou a ouvir um ba-
rulho que chamou sua atenção, uma risadinha maléfica. Um frio na espinha
logo tomou conta dele que começou a tremer. Se acalmou e resolveu voltar a
dormir, mas agora com sua filmadora ligada. A risadinha voltou Matt apontou
a filmadora com a luz e viu o que não desejava ter visto. Algo disforme e com
uma boca enorme com os dentes afiados proeminentes vindo em direção a ele.
Ele gritou e seus pais vieram na hora, ele explicou o motivo dos gritos e disse
ter gravado tudo. Quando seus pais assistiram a fita não havia nada, só o
som dos seus gritos. O que teria acontecido?

O assobio
por Ravenna Jack (Orgum RPG)

Carina é o tipo de garotinha animada, sempre veloz correndo pela casa. Porém
ela é uma garota solitária, principalmente pelo fato de ser filha única. Seus
pais sempre deram tudo a ela, menos um irmãozinho. Certo dia eles se mu-
daram para uma casa nova e lá havia crianças novas para ela brincar. Seus
olhos brilhavam como estrelinhas, pois teria irmãozinhos para brincar. A casa
era velha, mas ajeitada. Ali dentro morava uma família de 4 pessoas: o papai,
a mamãe, o filho e a filha. Depois de arrumar as coisas da mudança, os pais
de Carina decidiram dar uma volta na região. Ao cair da noite eles ainda não
haviam voltado e a garota começou a ficar com medo. As crianças não falavam
com ela e se escondiam quando ela se aproximava. A mãe e o pai deles colo-
caram Carina para dormir. Então eles o alertaram que se ouvisse um assobio
não saísse da cama. Ela ficou interessada em saber o porquê, mas a mulher
apenas respondeu que naquela casa ninguém sabia assobiar.

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Espelho, espelho meu...
por Shima

Juliette não acreditou quando viu abandonado na praça um espelho de aço


polido com bordas de prata. Ele era incrivelmente polido e conservado, o que
aumentava ainda mais seu encanto. Juliette levou o espelho para casa e, com
medo de que sua mãe a obrigasse a achar sua verdadeira dona, escondeu-o
dela. A imagem no espelho era tão incrivelmente realista que Juliette passava
horas por dia apenas olhando sua imagem refletida. Isso ocorreu por vários
dias até que a pequena garota de 12 anos percebeu que a imagem no espelho
estava ficando gradualmente mais turva. Certo dia, tão logo acordou, Juliette
foi olhar-se no pequeno espelho e não conseguiu enxergar nele o seu rosto,
mas apenas um borrão disforme. Chateada, foi até o banheiro, e gritou hor-
rorizada quando viu que, de fato, seu rosto havia se tornado um borrão dis-
forme. O pequeno espelho havia roubado sua beleza infantil.

Doces e mais doces


por Tom AliançaRPG

O "porão do monstro Jacobson" fica em um beco no centro da cidade. O nome


foi dado pelas próprias crianças da vizinhança após o proprietário Jacobson
morrer. O local ficou abandonado assim como seu porão. Às vezes é possível
ouvir grunhidos e até mesmo solavancos na porta, como se alguma coisa qui-
sesse sair. As crianças sempre se desafiam a irem até a porta do porão e bater
três vezes. Os prêmios variam entre doces, pirulitos, chocolate e até mesmo
refrigerante. Porém, quando um grupo de crianças resolve ir até lá se desafiar,
o porão está aberto. A partir desse dia as crianças da região começam a relatar
pesadelos. Algumas juram que esses pesadelos são reais e que mora dentro
do armário. Uma criatura colorida e com os dentes serrilhados pingando san-
gue escapou do porão e todos os dias obriga as crianças a levantarem de ma-
drugada para lhe servirem doces e mais doces. Quando fica bem satisfeito, ele
saboreia as crianças como sobremesa.

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Nova amiga
por Cesar Cusin (Goblins Insanos)

O grupo de crianças tinha o hábito de frequentar uma casa abandonada para


bater papo, jogar cartas, enfim, era o “QG” deles. Um belo dia quando chega-
ram lá encontraram uma criança nova, acuada e chorando. Ela logo se apre-
sentou, se chamava Melany Reinolds. Disse não ter amigos e ser constante-
mente hostilizada. Ela tinha uma marca feia no pescoço, mas a criançada não
tinha coragem de perguntar. No dia de finados uma das crianças do grupo foi
ao cemitério com seus pais e passou por um túmulo com tinha a foto e o nome
de Melany Reinolds, que estava morta a 6 anos. A criança ficou abismada,
voltou correndo contar para o grupo de amigos, mas todos estavam reunidos,
pois o pai de um deles acabara de ser enforcado. Quem será o culpado? E
Melany, como pode estar entre as crianças?

Reflexo macabro
por Ravenna Jack (Orgum RPG)

Eu nunca gostei muito de me olhar no espelho, sabe. Alguns dizem que é por
que quanto mais tempo nós nos olhamos nele, mais ‘’imperfeições’’ vemos.
Uma vez, inventamos de fazer um jogo de terror quando acabou a luz. Eu
fiquei com medo então peguei meu cobertorzinho de dinossauro e corri para
debaixo do braço da mamãe. Meu papai sugeriu então a tal brincadeira. Todos
nós ficaríamos sentados na frente de um espelho, a luz fraca da vela iria ilu-
minar um pouco o nosso rosto, ganha quem conseguir enxergar bem o rosto
de todos primeiro. Eu também estava animado, mas isso não vinha de mim
também. Foi então que eu olhei para o espelho e vi papai cortando a nossa
garganta. Depois disso a luz voltou e não havia mais nada lá. Acho que mamãe
viu a mesma coisa que eu, por que depois trancou os espelhos e o papai no
porão de casa. Agora eu fico muito preocupado, meu irmão também… afinal
se o porão está trancado e o papai está lá dentro… com quem é que a mamãe
fica conversando toda noite?

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Não mexa com a pessoa errada
por Shima

Toddy era o típico garoto encrenqueiro da escola. Tomava o dinheiro da me-


renda dos colegas, os obrigava a fazer suas tarefas, os prendia no armário
apenas por diversão. Mas um dia, quando o novato Kahim entrou no meio do
ano letivo, a vida de Toddy mudou. Kahim foi abordado por Toddy, que o obri-
gou a dar o dinheiro do almoço. Não sabia Toddy do erro que cometera. No
momento em que o dinheiro foi entregue, bastou um toque de Kahim para
que Toddy tivesse drenada a capacidade de fala. - São de garotos como você
que me alimento há minha vida toda, disse a criatura, já mostrando em sua
face, agora levemente esverdeada, o sorriso maquiavélico de uma boca cheia
de dentes.

Delicia de iguaria
por Tom AliançaRPG

A irmãzinha de um dos personagens do grupo começou a perder seus dentes.


Porém de forma muito precoce, pois ela tem apenas 6 anos e começou a perder
um atrás do outro. Todos os dias ela mostra a mãe os dentes que estão moles.
A mãe preocupada leva ela até o dentista para ver os motivos. Uma criatura,
parente próxima da fada do dente, adora dentes de leite para ficar mastigando
como uma iguaria. Toda a noite ela visita as crianças e com suas mãos pe-
queninas e suas unhas afiadas, ela fica amolecendo os dentes para poder
comê-los depois. O irmão da garota certa noite, ouve um barulho no quarto
ao lado e quando bisbilhota pela fresta da porta presencia uma criatura bi-
zarra, com pelos nas costas e dois bulbos pulsantes debaixo do que parece
serem asas. A criatura está em cima da irmãzinha com as mãozinhas peque-
nas dentro da boca dela. A criatura também o vê, mas desaparece pela janela
voando. Agora ele precisa da ajuda dos seus amigos para expulsar aquela
coisa da sua casa e proteger sua irmãzinha.

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A oferenda
por Cesar Cusin (Goblins Insanos)

O grupo de amigos de Jeremy chega à escola e não o encontra, somente o


porteiro da escola disse que o viu rumo ao galpão na companhia de um jovem.
Jeremy, um garoto de 12 anos, estava a caminho da escola quanto é abordado
por um novato que pede orientação. Ele disse que lembra-se apenas de ter
passado por um galpão abandonado, mas que não lembrava para onde era a
direção. De pronto Jeremy diz conhecer e se propõe a ajudá-lo. Quando pas-
sam pelo galpão o jovem empurra Jeremy pra dentro e se transforma rou-
bando sua identidade. Jeremy fica petrificado, não consegue mover um mús-
culo sequer. Ele tem à sua frente uma aberração da natureza. Quando o grupo
vai atrás de Jeremy, e chega no galpão, o que eles veem é aterrorizante: Je-
remy em seus últimos suspiros acorrentado pelas mãos e pelos pés suspenso
no ar, totalmente esticado, sem camisa e com o peito mutilado em sinal de
oferenda.

Casca vazia
por Ravenna Jack (Orgum RPG)

Meu filho é um bom menino. Eu amo meu garoto desde o momento que des-
cobri que ele existia dentro de mim. Não me entendam mal, ele é um bom
menino. Faz uns 5 dias que ele completou 6 anos de idade e desde então ele
está se comportando de um jeito diferente. Às vezes parece que ele perdeu o
tino, passa o dia inteiro no quintal procurando alguma coisa com o semblante
vazio. É difícil criar um filho sozinha neste mundo, sinto como se uma grande
fera estivesse com as unhas cravadas nas minhas costas, sugando toda a
minha energia, me afastando do meu doce garoto. Todas as noites ele acorda
de madrugada gritando, falando que o homem de cartola quer levar ele em-
bora. Diz que ele pede para procurar coisas para que meu pequeno Eduardo
fique longe de mim. Neste momento sinto todo o sangue se esvair do meu
rosto, sou literalmente uma casca vazia. Mesmo que meu garotinho esteja
falando sozinho perto da pilha de ossos que eu escondi tão bem, eu juro, ele
é um bom menino.

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Criaturas aterrorizantes
Krampus – O papai noel do mal
por Shima

O irmão malvado do Papai Noel, Krampus, é um velho alto e parrudo.


Ele tem cabelos e barba pretas, a boca cheia de dentes podres com restos
de doces e carvão, mãos grandes com garras enormes. Sua roupa é ver-
melha, mas rasgada e suja. Ele é muito perigoso, invadindo casas e lá
se escondendo para sequestrar as crianças que foram malvadas durante
o ano. Krampus carrega um saco surrado marrom que cheira a ovo po-
dre. É nele que coloca as crianças más para levá-las à sua caverna onde
ele as devora ou as transforma em carvão, que será comido depois.

Este KRAMPUS é um Monstro Assustador.


É assustador quando ele tira de suas costas o saco de presentes.
Ele quer aprisionar crianças más para depois alimentar-se delas.

Habilidades
Brigar: 3
Agarrar: 5
Perseguir: 3
Assustar: 4

Qualidades
Ele é um velho assustador que sequestra e devora crianças.
Ele pode entrar em qualquer casa. (2)
Ele não consegue agarrar crianças boas.

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Virtudes
Terror: 09
Saúde: 40

Suas coisas
Aparência horripilante ØØ
Olhar Aterrorizante (Assustar +1)
Medo hipnótico (Movimento -1)

Mãos grandes você tem ØØØ


Facilidade para segurar (Agarrar +1)
Garras afiadas (Lutar +2)

Um presente para mim ØØ


Transforma uma criança que seja aprisionada no saco em carvão em
3 turnos

Fraquezas
Suscetível à luz do dia (Dano +2)

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Brinquedoteca Amaldiçoada
O monstro que eu vi em Little Fears tinha:
por Ravenna Jack, Shima e Tom AliançaRPG

"Ele tinha mãos gigantes e unhas compridas!"

1 Tentáculos formados por uma gosma viscosa que deixa bolor por
onde encosta.
2 Oito enormes olhos vermelhos no rosto que piscavam de forma de-
sordenada tentando me hipnotizar.
3 Quatro braços escuros e longos que percorriam toda a extensão do
chão nas sombras para me abraçar.
4 Uma boca com formato de ventosa, cheia de dentes pontudos que
pareciam Doritos podres.
5 Uma forma indefinida, um monstro de gosma preta que nem piche
com um olho vermelho no meio.
6 A boca costurada com uma linha grossa e, no lugar dos olhos, dois
enormes botões pretos.

Descrição de lugares que dão medo em Little Fears:


por Ravenna Jack, Shima e Tom AliançaRPG

“Este lugar me dá medo!”

1 O Ferro-velho do Sr. Joe é um lugar sujo, abandonado e nunca tem


luzes acesas lá.
2 A Ponte de madeira Road Creek que cruza o rio, é cheia de musgo e
dá arrepios atravessá-la de noite.
3 A antiga Sala de Detenção do colégio fica no corredor mais escuro e
tem um forte cheiro de gasolina.
4 A casa dos Dawsons, que fica no final da rua, desde que fora aban-
donada, tornou-se um lugar sombrio.
5 Não gosto da Praça General Patton. Aquela estátua parece acompa-
nhar-me com os olhos.
6 Sou só eu ou, depois que chega à noite, mais alguém escuta vozes
vindo do cemitério Bosque da Paz?

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Locais malditos
Laguinho sujo
por Tom AlinçaRPG

Ele fica em uma praça onde hoje é vazia e solitária. O Laguinho ao longo
dos anos se tornou abandonado. Hoje em dia ele é sujo, sua água é verde
e ao seu redor o mato tomou conta de tudo. Metade do laguinho possui
pedras dispostas em semicírculo, cheias de limo marrom escuro. Os
adultos jogam bitucas de cigarro, enquanto crianças malcriadas ficam
atirando pedrinhas para ver as ondas se formarem.
* Dentro do laguinho mora um sapo gigantesco, com seus olhos estranhos
esbugalhados, sua pele horrenda e sua língua gosmenta.

Mausoléu em ruínas
por Tom Aliança RPG

Em uma área do velho cemitério há uma parte dedicada aos mausoléus.


Um desses mausoléus está em ruinas. Ele pertence a uma família antiga
da cidade e também a mais estranha segundo os moradores. O mauso-
léu teve sua porta arrombada, seu túmulo interno aberto e suas paredes
pichadas por jovens vândalos noturnos. As crianças ouvem vozes
quando passam perto dali.
* Uma criatura sugadora de sangue vive ali dentro escondida durante o
dia e é super ativa à noite, se alimentando do sangue de criancinhas in-
defesas.

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Parquinho solitário
por Tom AliançaRPG

As crianças não se atrevem a brincar no parquinho, pois os brinquedos


estão com a tinta saindo e muitos deles enferrujados. As crianças pas-
sam longe desse local, pois sentem tontura e mal estar ao passarem
perto. A sensação é bem esquisita como se o parquinho sugasse a ener-
gia delas. Há rumores de que as vezes de madrugada o balanço se mexe,
a gangorra sob e desce e é possível ver um vulto correndo para lá e para
cá.
* Uma criatura escapou da Armariolândia e resolveu ficar por ali sugando
a vida das crianças. Os rumores sempre atraem curiosos para alimentá-
lo.

O trailer abandonado
por Tom AliançaRPG

Na autoestrada há um trailer abandonado onde algumas crianças gos-


tam de ficar atirando pedras em seus vidros, enquanto as mais corajosas
vão só bisbilhotar. Dentro está tudo destruído, as paredes internas em-
boloradas e o chão sempre está úmido. Algumas crianças entram lá para
deixar sua marca desenhando coisas estranhas ou apenas escrevendo
seus apelidos.
* Uma criatura que rompeu o véu que separa nossos mundos vive ali.
Ela é uma gelatina escura feita de bolor com tentáculos úmidos.

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“Não perca o próximo lançamento:”

4ª edição Little Fears Zine

+ Um Conto da Armariolândia
+ Quatro Sementes de horror
+ Duas Criaturas aterrorizantes
+ Dois geradores na Brinquedoteca amaldiçoada
+ Seis Locais malditos

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