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MELATSHLO DA GONTIGAG MELA DENCENATIZAGKS ORTENTAGSES PARA 0 ENCAMINHAMENTO DA LUTA PELA DEMOCRATIZAGKO DA COMUNICACAO I. @& RETOMADA DA LUTA 4. Essa nfo é uma experiéncia nova. & FENAJ foi, junto com autras entidades, fundadora da “Frente Nacional de Luta por Politicas Democrat ica de Comunicag%o”, criada em 04/07/84, em Brasilia, pa~ ra um enfrentamento “n&o corporat ivo” dos problemas. 2. ® “Frente” atuou reguiarmente até meados de 1% hegou a ber dezenas de adesées. Poster iormente, a mobilizagio foi re~ nada em 1987 quando essas entidades foram convidadas pela FENAdS a apresentar uma Emenda Popular & Const ituinte . A atual fase da luta, portanto, considera o acimulo realizado Com essa experiéncia, seus acertes © errs. Para conduzir nassa luta, @ 24 Congresso Nacional dos Jornalistas constituiu uma Co~ missdo Nacional pela Democrat izacdo da Comunicagio ¢ o Conselho de Representantes, reunide no dia 24/44/90, indicou seus membros? Beth Costa (RJ), Sérgio Murilo (8C) ¢ Daniel Herz (RS). Poste riormente, integrou-se A comissio 0 companheiro Fred Ghedini (SP). 4, Desde ent&o, a Comissio reuniu-se regularmente, através de te le-reunides @ de uma reunige geral, realizada em fevereiro, em Flor ianépolis 5. A Comiss%o ao implementar as deliberactes do 24 Congresso, en~ frentou muitas dificuldsdes. AS principais delas ser€o refer ida: a seguir. II. BALANGO DA SITUACAO ATUAL 4, Cada Sindicate de Jornalistas deveria ter indicado umi Coorde- nador Regional para articular a luta pela democratizac#o e€ 9 can~ tatos com entidades da sociedade civil. Isso ndo acorreu. A maio- ria dos sindicatos sequer respondeu as solicitacdes de contato feitas pela comissio. 2, 05 sindicatos deveriam ter enviado & comissie uma pequena con- buicko financeira, campat {vel como porte do sindicato. Tsso também nlo ocorreu. A falta de recursos impediu que a comissdo instalasse uma Secretaria © avangasse wa iniciativa de profissio nalizar um Secretario Executivo (e, se possivel, de um Secretério de Relacées Inst itucionais) tal como foi deliberado pelo Congres— so. 3. A Comissio avalia que a inércia, a falta de cooperagao e a dé~ bil resposta des Sindicatos deve-se a uma incompreensso quanta ao cardter estratégico da luta pela democratizac&o da comunicacio. & necessdr io aprofundar o debate do significado dessa Iuta para os Jornalistas. Ratificando as resoluges do 24 Congresso, a Comis sia reitera o entendimento de que a luta pela democratizacio en volve os principais objetivos politicos da categoria. A. Ndo se trata, aqui, de pregar s diminuigSo da ago sindical na Iuta por melhores saldrios © condigées de trabalho, mas de colo~ car no Gia~a-dia dos sindicatos a disputa pela conformagio do mercado de trabatho. Priorizar essa luta é enfrentar um antigo vicio do movimento sindical que atua mais sobre os efeitos de que sobre ag caugas dos problemas estruturais © conjunturais da s0~ ciedade brasileira. 5, Os jornalistas ¢ suas liderangas sindicais devem se preparar para a disputa de poder que envolve a tuba pela democratizasio s meios de comunicacio. Algo assim como discutir a divis&o pXo ao invés de perpetuar a disputa pelas migalhas. € assumir es~ ga tarefa com um grau de radicalidade que dispense os chavées as desculpas de planta. Reduzir a dist@ncia entre o acaso © a organiza¢ia, a ingenuidade € a consciéncia politica, entre atirar a esmo © acertar o alvot essa € a politica que fard a diferenca. 6. Nag redagies, os jornalistas se angustiam com um cotidianc de solicitagdes que arranham ou mesmo ferem principios éticos e, muitas vezes, o forg¢am a renunciar & cidadania. 0s Jornalistas, em determinadas oportunidades, aceitam se submeter a constrangi~ mentos que, fora das redagies, nto aceitariam. Alcoolismo, rea~ cies neuréticasm resmungos nos bares, funcionam como valvulas de escape. Mas muitos nfo Consesuen estabelecer um nexo entre a sua sensagdo de impoténcia, na atividade profissional, © as restri~ Ges & liberdade de expressXo que impede a absoluta maioria dos brasileiros ter suas posigies € interesses refletidos nos meios de comunicagio de massa. ¢ preciso reconhecer que grande parte dos dirigentes sindicais jornalistas tem dificuldade para corres~ ponder a essas inquietagées da categoria e transformar as angus tias individuais num sentimento comum, capaz de embasar atitudes © iniciativas polfticas. 7» pesar de todos esses problemas a Comissio concluiu a elabora- Ge de um documento-manifesto ¢ de um anteprojeto de lei para Ingtitwigie do Conselho de Comunicagao Social, previsto na Cons tituigdo, @. Diante do quadro acima descrito, a Comiss#o esta reafirmando as propostas do #4 Congresso sobre o perfil do Movimento © repro- gramando as iniciativas na luta pela democratizacke da comuni cio, a ser desenvelvida em duas fases, como yeremos adiante. 9%. Além disso, as iniciativas iA empreendidas por alguns Estados mostran excelente receptividade dos setores da sociedade civil contatados. Aldm do RJ e€ SP, que jd haviam constitudo Comitds Estaduais de Luta pela Democratizag&o da Comunicagio, atualmente SC, RS. MT, MG, GO © BA est¥o mobilizados ¢ preparam a criagéo de Comités.. III. PERFIL DO MOVIMENTO NACTONAL 4, Ao langar publicamente suas propostas, o5 jornalistas nfo es~ tio criando o Movimentot est&o procurando sensibilizar e mabilin~ sar entidades da sociedade civil para que estas criem © passem a integrar esse movimento. 2, 0 Movimento Nacional pela Democrat iza¢&o da Comunicaedo, pro~ poste pela FENAJ, visa unificar objetivos de luta das diversas iniciativas ja existentes, impulsionar a criagio de Comités nos demais estados © procurar imprimir um cardter de massa € nfo cor porativo a mobilizacio. ©) Griar, em conjunto com o maior nimero passivel de entida~ des; um Movimento Nacional pela Democratizacdo da Comunicacdo, apoiados por Comités Estaduais. 2. AgdES a) 05 sindicatos deverfe enviar a contribuig&o financeira, nos ternos que for deliberado pelo Congresse Extraardingrio, para as epurar as condicées minimas para atuagko da Comissao, b) Cada Sindicato de Jornalistas deverd indicar um companheiro para ser Coordenador Regional dzs iniciativas desta luta pela de mocratizagio da comnicacko e encaminhar contatos com todas as ent idades que possam integrar um comité, 0 Ambito da sua regiso. Evidentemente, deverd ser um companheiro que tenha ~ ou venha a ter - dominio da fundamentagiio da campanha e, além disso, também tenha transite @ respeitabilidade junto & sociedade civil. Esse Coordenador Regional. também passard a fazer contato retamente com a Comissdo Nacional pela Democratizagio da mente com seu Secretdrio Executivo. ©) De posse do manifesto “Proposta dos Jornalistas & Sociedade Civil”, editado pela FENAJ, 0 Coordenador Regional ird contatar todas as entidades possiveis. Em cada Estado se espera, pelo me nos, adesio de radialistas, artistas, trabalhadores em telecomu~ nicagSes, cineaskas © estudantes de comunicagde (que deverko ser a espinha dorsal do movimento). Mas as experiéncias Ja realizadas demonstram boa receptividade junto ac movimento popular e sindi cal @ demais entidades da sociedade civil. @) Essas entidades sero convidadas para debater a constitui~ Ho de um Comité Estadual pela Democratizacdo da Comunicagao. De~ veri ser organizados eventos destinados & apresentac%o e debate das propastas da FENAJ. ©) A Comiss&o estard & disposig#o dos estados, diretamente ou através d= pessoas qualificadas, para participar desses eventos, endo @ debatendo as propostas da FENAJ #) A sistemitica de eventos propostas pela comissio € a se~ tet um debate pdblico para o qual as entidades seriam formal~ er as proposigées da FENAJ ©, no dia uma reuniio reservada para aprofundar o debate © soli~ possivel, um posicionamento das ent idad gui mente convidadas para conhe seguinte citar, s 9) A Comiss¥o Nacional produzira materiais para auxiliar na realizagio desses eventos. Dispondo de recursos, editard um Bol tim Nacfonal com a evolugdo das articuiagées em cada estado, & também sugerird @ acolherd sugecties de programacdes e€ ativida~ des. hd A meta é, até @ final de julho, realizar eventos em todas as capitais © ter Comités criados em todos os estados. A finali dade ¢ a construg&o do movimento “de baixo para cima’. Isto é, evitar que seja um movimento arenas de “entidades nacionais” que, enbora representative, nie tenha peder de mobilizacdo direta de base ropular © capacidade de criagdo de fatos politicos nos esta dos, pois isso sera inprescindivel no tipo de enfrentamento que vamos tentar. i) Imediatamente, os Comités Estaduais Jé_ instalades serio convidades a se fazer representar numa ComissZo Pré-CriasSo do 3. Em sintese, © guardadas as proporgées, buscanos deflagrar uma especie de “diretas-Jja” da comunicacdo. © para que a mobilizacko enha intensidade correspondente & dimens%o dos seus objet ives politicos, é necessdrio aue o Movimento constitua uma organicida de agil, criativa e arrojada. Necessitamos, se a analogia é pos~ sivel, de uma espécie de “greenpeace” voltado para a defesa da democracia na comunicacke de massa. 4, Muitas iniciativas comecam a sinalizar esse perfil do Movimen~ distribuig&o &s entidades da sociedade civil, se necessario anunciadas nos veicules per publicidade paga, de um “kit para o exercicio do direito de resposta”; ~ utilizagde da lei do consumidor para assegurar a veiculagio de matérias pagas (inclusive com a possibilidade de criticas aos vefculos)s - luta pela definig&o de compet@ncia ¢ composig&e democratica dos Conselhos Estaduais de Comunica¢ao; ~ criac&o, em cada Estado, de um mailing list de lideres de ovinifo para divulgar dentincias sobre atitudes dos vefcules ou mesmo de determinados profissionais, indicando que, mantida a im punidade, qualquer um poderd ser a “pedxima vitima” preparacio de materiais especiais © palestrantes para sus- ntar um circuito nacional de debates, envolvendo Universidades © entidades de todo © Brasil, para discutir temas como! Conselho se Vomunicagio Social, Kegionalizacdo da Produgio, Medidas de Es timato & Produg¥o Independente, Aplicag#o do Principio Constitu cional da Liberdade de Expressio, Coibigxo do Monopélio @ Oligo~ pélic, Conceituagdo de Emissoras Puiblicas, Codigo de etica para 08 Veiculos © Profissionais da Comunicacdo, entre outros respostas imediatas © contundentes a casos de manipulagio ou violagdo de interesses (piblices ou privados) pelos veiculos de comunicagao, en todo o Brasil. mento Nacional, assim, sabre a atuagde do: estimular iniciativas e unificar o tizagdo. a distribuigio de alizar experiéncias, luta pela democra 4. & Comiss%o entende que, para cumprir seu papel, a FENAJ deverd tentar suprir, com uma organicidade minima, a arbiculacso nacio nal que comeca a desenvolver, ate que se erie 9 Movinenta io nal. Para atingir esse objetivo, a Comissdo propée que as inicia tivas da FENAJ sejam desdobradas em duas fases. IV. FASE 4 — MAIO A AGOSTO DE 1994 4. OBJETIVOS a) Mobililizar entidades da sociedade civil para o debate da necessidade de democrat izac%o da comunicas%o no Brasil. b) Buscar sustentagdo para as propostas da FENAJ em r\ Genocratizacio da comunicacio. agio a ta Movimento Nacional pela Democratizacdo da Comunicacdo, a ser constitufda até o final de maio © destinada a articular iniciati~ vas, socializar informagtes e preparar a criac&o do Movimento. j) Finalmente, a partir desta Comiss%o, propSe-se pa a criacdo formal do Movimento Nacional pela Demacrat mun icace. a agosto o da Com 1) Em paralelo ao esforco para constituigo dos Comit@s, a FE~ NAJ deve implementar a sustentagio, junto ao Congresso, do ante projeta de instituigie do Consetho de Comunicagao Social, além de aprofundar o debate de varias outras questées (regionalizasao da roducko, est(mulo & praducio independente. restrictes aos mond polios © oligopdlios, entre outras) que envolverdo disputas. Vv. FASE 2 - A PARTIR DE AGOSTO DE 1994 4. OBJETIVOS a) Fortalecer © ampliar o Movimento Nacional pela Democrat iz cio da CominicacSe, visande a sua transformagdo em um movimento b) Realizac&o de uma campanha publicitéria nacional em defesa da democrat izagée da comunicagao- ©) Criag#e de um circuite de comunicagdo (publicagves de movi wento popular, sindical, estudantil e de entidades da sociedade civil, emissoras publicas de radiadifusie ou outras que aderirem) para divulgacia regular das posigdes © propostas de Movimento 2. Ages a) riage, Junto ao Movimente Nacional pela Denocratizagie da Comunicagie, de uma central de produgao © distribui¢ge de mate~ riais para divulgagdo regular das suas posigdes € propostas ») Conceber © implementar uma campanha publicitdria nacional, em defesa da democrat iza¢o da comunicagdo. ) InstituigSe de dias nacionais de luta pela democrat izacko da comunicacio. @) Criagio de um show-manifesto (em bases comercialmente vit veis) para percorrer todas as capitais, como instrumento de di vulgagéo © mobitizagio em torno da luta 9 ratizagdo da VI. CONSIDERACGES FINAIS 4. Esperamos que todos os Sindicatos compreendam a inport&acia tlesse processo. N3o estamos apenas cumprindo formalmente uma de cisto de Congréssa. 0s avangos na democratisacdo da comunicacko Ff, Consequentemente, na reestruturagso dos sistemas de comunica— cio ~ dependem do nosso empenha ¢ da nossa mobi lizack 2. Evidentemente, nossa categoria também deverd estar mobilizada. O manifesto “Proposta dos Jornalistas & Sociedade Civil” dever. ser discutido em assembidias, nas redagies ¢ nas escolas de comu nicacdo. 3. A Comlssko tem a convics#a de que, sem democratizarmos a conu nicacdo, nfo haverd democracia no Brasil. E estdé & disposig&o pa ra sugestées, criticas © esclarecimentos. de abril de 1994 Brasilia, 22 SEM DEMOCRATIZAR A COMUNICACKO NAO HAVERA DEMOCRACIA NO BRASIL Comiss%o Nacional Pela Democrat izacio da Comunicacdo Beth Costa (RI) Daniel Herz (RS) Sérgio Murilo (80) Fred Ghedini (SP)

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