EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA MULHER DE BELÉM.

Processo: 0822502-25.2022.8.14.0401

ANDERSON PEREIRA MORAES, brasileiro, divorciado, policial militar,

portador do RG N° 35101, CPF N° 732.422.502-06, residente e domiciliado na
avenida Bernardo Sayão, bairro Condor, município de Belém/PA, vem, por
meio de seu advogado que esta subscreve (procuração em anexo), à presença
de Vossa Excelência, REQUERER:

RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

com fundamento no art. 5º, inciso LXVI, da Constituição da República

Federativa do Brasil c/c art. 310, I, do Código de processo Penal, pelos fatos e
fundamentos que passa a expor:

1. DOS FATOS:

No dia 02 de novembro de 2022, o requerente foi preso em suposto flagrante

por infringir o art. 24-A da Lei 11.340 de 2006. Contudo, existem alguns
critérios formais e materiais a serem seguidos e respeitados na prisão em
flagrante

Conforme decisão judicial (id. 80835621), a autoridade competente alertou a

autoridade policial sobre o prazo de 24 (vinte e quatro) horas para ocorrer a
audiência de custódia com base no art. 310 do CPP.

Por fim, ante a ilegalidade da prisão em flagrante, esta deve ser relaxada, visto
que, até o presente momento não houve a audiência de custódia.

II. DO DIREITO:
Da ilegalidade da prisão devido o não cumprimento de formalidades legais, No
art. 310, I,do CPP, respalda que, Art. 310. “Após receber o auto de prisão em
flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da
prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu
advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal;”

Com isso, a audiência de custódia é um direito indispensável do preso e deverá
ser feita em até 24h após a prisão em flagrante, respeitando alguns princípios
como, por exemplo, o devido processo legal.

Dessa forma, após evidente ilegalidade, a presente prisão em flagrante deverá

ser relaxada, com a consequente expedição do alvará de soltura e liberação do
indiciado.

Ementa

HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO. ACUSAÇÃO DA PRÁTICA DE

FATO DESCRITO COMO DELITO DE TRÁFICO ILÍCITO DE
DROGAS. RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA POR FALTA
DE REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA. DESCABIMENTO.
NULIDADE DA DECISÃO POR FALTA DE MANIFESTAÇÃO PRÉVIA
DO DEFESA. INVIABILIDADE. REVOGAÇÃO DA SEGREGAÇÃO
CAUTELAR POR AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA DE
SUA NECESSIDADE. IMPOSSIBILIDADE

(TJ-GO XXXXX20218090000, Relator: AURELIANO ALBUQUERQUE

AMORIM - (DESEMBARGADOR), 1ª Câmara Criminal, Data de
Publicação: 01/11/2021)

III. DOS PEDIDOS:

Ante todo o exposto, requer que seja relaxada a prisão ilegal, com imediata
expedição do alvará de soltura e liberação do acusado, consoante art. 310, I,
DO CPP e art. 5º, inciso LXVI, da Constituição da República Federativa do
Brasil.
Termos em que,

Pede-se deferimento.

BELÉM-Pa, 04 de novembro de 2022

Nayara Rêgo Borgens Martins

OAB-Pa, 21.611.