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Impressao 5
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INTERNACIONAL
AULA 5
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muitas economias após a Segunda Guerra Mundial, ficou conhecido como
Estado do Bem-Estar Social (Welfare State).
A teoria Keynesiana prega a intervenção estatal na sociedade, na
economia e em quaisquer áreas necessárias. Porém, com o processo de
globalização e a crise do capitalismo na década de 1970, o neoliberalismo
ganhou força, tomando o lugar da teoria keynesiana nas economias capitalistas.
O principal protagonista da teoria neoliberal é Hayek. Essa teoria, assim como o
liberalismo, prega menos participação do Estado e mais mercado (Hofling,
2001). Paulani (1999) afirma que o neoliberalismo se apresenta
fundamentalmente como uma receita de política econômica em que abertura
comercial, Estado mínimo e desregulamentação são os principais ingredientes.
Assim, a partir de 1970, o Estado surge como vilão e o mercado como panaceia,
e todos os males do Estado do Bem-Estar Social podem ser resolvidos, de
acordo com os neoliberalistas, pela abertura econômica, diminuição do Estado
e contração dos gastos.
[...] seja da captura do Estado por interesses privados, seja da ineficiência de sua
administração, seja do desequilíbrio entre as demandas da população e sua
capacidade de atendê-las, o Estado foi entrando em crise fiscal [...]. Por outro lado,
o processo de globalização [...] impôs uma pressão adicional para a reforma do
Estado.
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prioritários”, tornando a reforma estatal o lema dos anos de 1990
(Bresser-Pereira, 1998, p. 59). O autor afirma ainda que houve quatro
componentes básicos nessa reforma que levaram ao Estado Social-Liberal.
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Washington favorecem o desemprego, a instabilidade econômica, a elevação
dos preços e o retalhamento social. Além disso, Stiglitz também afirma que esse
consenso não tratou de questões relevantes, como distribuição de renda e justiça
social. Assim, como resultado, em grande parte da América Latina, depois de
uma curta explosão de crescimento, no início da década de 1990,
estabeleceram-se a estagnação e a recessão, com aumento da desigualdade e
da miséria (VICENTE, 2009).
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TEMA 5 – DEFENSORES E CRÍTICOS À TEORIA NEOLIBERAL
Existem defensores e críticos à teoria neoliberal. Eles promovem grandes
embates há muito tempo na economia, principalmente em períodos de
implementação de suas bases ideológicas como foi na década de 1990. Os
defensores da teoria neoliberal afirmam que o papel do Estado deveria limitar-se
a cumprir contratos e garantir a propriedade privada e, assim, haveria promoção
do desenvolvimento econômico e social. Como consequência, a economia se
tornaria mais competitiva, proporcionando um salto no desenvolvimento
tecnológico e queda dos preços e da inflação pela via da livre concorrência.
Contudo, os críticos a essa teoria afirmam que, ao pregar o livre comércio
e a menor atuação do Estado, a teoria neoliberal está apenas servindo como
instrumento de dominação para as economias mais desenvolvidas. Desse modo,
para os críticos à teoria neoliberal, os países em desenvolvimento, sofreriam com
essa dominação, apresentando problemas como desemprego, baixos salários,
aumento das diferenças sociais e dependência de capital internacional, pois
consideram as premissas dessa corrente simplistas, afirmando que as mesmas
poderiam ser válidas caso uma transação envolvesse apenas duas partes, cada
uma decidindo o que é melhor para si. Porém, não se sustenta, quando, uma
transação envolvendo duas partes, prejudica ou beneficia um terceiro, que não
participou da transação.
TROCANDO IDEIAS
Tema 1
Leitura complementar: para complementar as leituras obrigatórias, leia o texto
“Balanço do Neoliberalismo” de Perry Anderson. Acesse em:
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Tema 2
Tema 3
Leitura complementar: para compreender melhor sobre a crise da América
Latina, leia o texto complementar do Tema 2, que retrata sobre as políticas
neoliberais implementadas a partir do Consenso de Washington e suas
implicações na América do Sul. Acesse em: BANDEIRA, L. A. M. As políticas
neoliberais e a crise na América do Sul. Revista Brasileira de Política
Internacional, v. 45, n. 2, jul./dez. 2002. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
73292002000200007>. Acesso em: 14 dez. 2016.
Tema 4
Tema 5
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SÍNTESE
Nesta aula, nos dedicamos à temática do neoliberalismo, buscando
compreender o papel que o Estado assume perante a dinâmica de crescimento
e desenvolvimento econômico. Começamos resgatando o embate entre as
teorias neoliberal e keynesiana; a primeira prega o livre mercado e a segunda, a
ação intervencionista do Estado. Seguimos analisando a onda neoliberal que se
instaurou na década de 1990. Tanto o Consenso de Washington quanto a
entrada de capitais estrangeiros nos países em desenvolvimento fizeram parte
desse processo de abertura e foram influenciados, sobremaneira, por decisões
e medidas implementadas pela economia norte-americana.
Por fim, foi feito um contrabalanço entre os críticos e adeptos dessa teoria,
mostrando seus argumentos. E agora, após o fim dessa aula, qual sua opinião
em relação à teoria neoliberal? Ela é benéfica ou prejudicial às economias em
desenvolvimento, como o Brasil? Faça essa reflexão e bons estudos!
REFERÊNCIAS
BRESSER-PEREIRA, L. C. A reforma do Estado dos anos 90: lógica e
mecanismo de controle. Revista Lua Nova, n. 45, 1998. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/ln/n45/a04n45.pdf> Acesso em: 14 dez. 2016.