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E SOLUÇÃO DE
CONTROVÉRSIAS
AULA 3
Tanto a ética como a moral lidam com o lado correto do agir. Contudo, a
ética é o certo ou errado coletivo e a moral, o mesmo aspecto, mas no nível
individual. Toda empresa possui uma ética, assim como o Estado a possui, em
forma da Constituição. Em uma negociação, podemos ser pressionados a
cumprir atividades que vão contra nossa moral e, nessa situação, surgem os
conflitos. Da mesma forma, o comportamento de outros negociadores pode ir
contra nossa moral e costumes, o que pode interferir na boa prática do diálogo
e da negociação dos resultados.
Como negociadores, possuímos nossa própria moral como indivíduos e,
em alguns casos, com que a ética de nossa empresa ou das demais partes
pode conflitar. Nesse sentido, precisamos encontrar nossas próprias soluções
e escolhas. Mas, a partir do momento em que assumimos um cargo em uma
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empresa, precisamos estar de acordo com sua ética empresarial. Já em
relação ao outro, será preciso respeito às diversidades e talvez maior
flexibilidade para entender que ser diferente não é errado, é apenas humano.
A companhia IBM, nos anos 1970, tentava entender por que, mesmo
com um modelo de gestão único, havia gestões e práticas distintas em suas
filiais, como entre as do Brasil e as do Japão. Geert Hofstede (citado por
Santana; Mendes; Mariano, 2014), como pesquisador, identificara nas
diferenças de cultura dos empregados e de cultura do país de acolhimento a
resposta para essa pergunta. Os valores de cada sociedade refletem nos
comportamentos empresariais, de mercado e dos negociadores. No caso de
negociações internacionais, essa diversidade ficaria ainda mais ressaltada.
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Portanto, para o pesquisador, seria preciso criar estratégias que assumissem
essas características do outro na mesa de negociação.
Hofstede (citado por Santana; Mendes; Mariano, 2014) então criou cinco
dimensões que podem ter maior ou menor intensidade em cada nação do
mundo, e a soma dos resultados dessas cinco dimensões desenharia o perfil
final da cultura dos empresários. São elas: 1. distância em relação ao poder; 2.
individualismo x coletivismo; 3. masculinidade x feminilidade; 4. evitar-se a
incerteza; e 5. orientação a longo prazo x a curto prazo. Por exemplo,
negociadores advindos de sociedades mais individualistas tenderiam a ser
mais competitivos e a impor suas preferências na mesa de negociação.
Enquanto que, em sociedades com maior presença de valores de feminilidade,
os negociadores se preocupariam com resultados sustentáveis e positivos a
um maior número de pessoas possível.
Com o seu trabalho, Hofstede (citado por Santana; Mendes; Mariano,
2014) nos auxilia a entender não apenas a diversidade cultural no mundo, mas
também nos instiga a compreender nossa própria sociedade e nossos valores
e perfis de negociador. O que valorizamos, nossos receios e preconceitos e
ainda nossas potencialidades em negociação, pode ser investigado com base
nessas cinco dimensões.
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Estadunidenses, escandinavos e germanos, em uma observação generalista,
preferem ser mais objetivos, profissionais e até mesmo dar respostas
decoradas, por entenderem que, quanto mais rápida uma negociação, menos
custos terá o processo (tempo é dinheiro). Essa diversidade deve ser levada
em consideração no ato da negociação, evitando-se caretas e outros
comportamentos que podem inibir as partes.
NA PRÁTICA
• Imagine que você irá negociar com um grupo da Coreia do Sul e precisa
definir o local, a comida, horas de lazer e o tempo (dias) para a
negociação.
• Monte um roteiro em sua cidade com esses quatro pontos e justifique por
que essa escolha.
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Esse processo irá leva-lo a pesquisar tanto a cultura local como o que a
sua cidade oferece para uma boa negociação. Boa prática!
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS