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Aula 31
Aula 31
Objetivos da Aula
Denir comprimento de arco;
1 Comprimento de Arco
Suponha que tenhamos uma curva C denida pela equação y = f (x), onde f tem derivada contínua,
como ilustrado abaixo:
Se a curva fosse poligonal, poderíamos calcular seu comprimento somando os comprimentos dos seg-
mentos que a formam, mas no caso acima, não podemos proceder dessa forma. Como sabemos calcular
o comprimento de poligonais, então podemos aproximar a curva por uma poligonal e assim, teríamos uma
aproximação para o comprimento da curva. Sendo assim, subdividimos o intervalo [a, b] em n subinter-
valos de comprimento ∆x com extremidades a = x0 , x1 , ..., xn = b e tomamos os pontos Pi = (xi , yi ),
i = 1, 2, ..., n. Ao ligar os pontos P1 , P2 , ..., Pn obtemos uma poligonal como abaixo:
Sabendo que a distância entre os pontos Pi−1 = (xi−1 , yi−1 ) e Pi = (xi , yi ) é dada por
p
|Pi−1 Pi | = (xi − xi−1 )2 + (yi − yi−1 )2 ,
1
Cálculo I Aula nº 31
que é uma aproximação para o comprimento L da curva. Aumentando a quantidade de segmentos que
compõem a poligonal, temos uma aproximação cada vez melhor para o valor de L. Desse modo, podemos
denir n X
L = lim |Pi−1 Pi |.
n→+∞
i=1
Agora, sabemos que ∆x = xi − xi−1 e tomando ∆y = yi − yi−1 , temos que
p p
|Pi−1 Pi | = (xi − xi−1 )2 + (yi − yi−1 )2 = (∆x)2 + (∆y)2 .
Pelo Teorema do Valor Médio para a função f no subintervalo [xi−1 , xi ], descobrimos que existe um
número ci ∈ (xi−1 , xi ) tal que
f (xi ) − f (xi−1 ) = f 0 (ci )(xi − xi−1 )
yi − yi−1 = f 0 (ci )(xi − xi−1 )
∆y = f 0 (ci )∆x.
Logo,
p
|Pi−1 Pi | = (∆x)2 + (∆y)2
p
= (∆x)2 + [f 0 (ci )]2 (∆x)2
p
= ∆x 1 + [f 0 (ci )]2 .
Segue que
Z p
1 1 p p
1 + 4x2 dx = (sec(u)tg(u) + ln | sec(u) + tg(u)|) = (2x 1 + 4x2 + ln( 1 + 4x2 ) + 2x) + C.
4 4
Portanto,
Z 4p 4
1 p p
1+ 4x2 dx = 2 2
(2x 1 + 4x + ln( 1 + 4x ) + 2x) ≈ 16, 82.
0 4 0
π
Exemplo 3. Encontre o comprimento de arco da curva, y = ln(sec(x)), com 0 ≤ x ≤ .
4
Solução: Temos que
Z π q Z π π √
4
L= 1 + tg2 (x) dx = 4 sec(x) dx = [ln | sec(x) + tg(x)|]04 = ln( 2 + 1).
0 0
2 Trabalho
Considere um corpo rígido sobre o qual atua uma força F~ , sendo o movimento da partícula retilíneo e
no sentido da força:
Quando aumentamos a velocidade do corpo aplicando uma força sobre ele, podemos dizer que transfe-
rimos energia para o corpo. Sendo assim, trabalho W é a energia transferida de um objeto para outro por
meio de uma força. Quando a energia é transferida para o objeto, o trabalho é positivo (W > 0). Quando
a energia é transferida do objeto, o trabalho é negativo (W < 0). Logo, realizar trabalho signica transferir
energia.
Se a força F~ que atua sobre o corpo é constante, o módulo do trabalho é obtido pelo produto escalar
W = F~ · d~
W = F d cos θ,
sendo F o módulo do vetor força, d o módulo do vetor deslocamento e θ o ângulo entre os vetores. Porém,
como estamos considerando que eles têm a mesma direção e sentido, obtemos
W = F d.
Se a força é medida em Newtons (N ) e o deslocamento em metros (m), então a unidade do trabalho é
newton-metro (N m), que é também chamada de Joule (J ).
Exemplo 4. Aplica-se uma força horizontal constante de 40 N para empurrar uma caixa pesada por uma
distância de 5 m. Qual o trabalho realizado?
Considere agora uma partícula que se move ao longo de uma reta sob a ação da força variável e contínua
F (x). Queremos determinar o trabalho realizado por esta força para deslocar a partícula de um ponto x = a
ao ponto x = b.
Como a força é variável, não podemos aplicar a fórmula de trabalho dada acima. Vamos dividir o
intervalo [a, b] em n subintervalos com extremidades x0 , x1 , x2 , ..., xn e com larguras iguais a
b−a
∆x = .
n
Se Wi é o trabalho realizado pela força para deslocar a partícula no intervalo [xi−1 , xi ], então
n
X
W = Wi .
i=1
E o problema recai em calcular uma aproximação para Wi . Para tal, escolhe-se em cada subintervalo
um ponto arbitrário,
e assumimos que, para deslocar a partícula ao longo do intervalo [xi−1 , xi ], a força é constante e igual a
F (x∗i ). Assim,
Wi ≈ F (xi ) · ∆x
e n
X
W ≈ F (x∗i ) · ∆x.
i=1
Note que, quanto menor for ∆x, melhor será esta aproximação. Assim, deni-se
n
!
X Z b
W = lim F (x∗i ).∆x = F (x) dx.
n→∞ a
i=1
Exemplo 5. Uma partícula é movida ao longo do eixo x por uma força que mede
10
F (x) = N
(1 + x)2
em um ponto a x metros da origem. Calcule o trabalho realizado para mover a partícula da origem até 9
metros.
Solução: Como a força que atua sobre a partícula a x metros da origem é dada por
10
F (x) = ,
(1 + x)2
Exemplo 6. A Lei de Hooke arma que a força necessária para manter uma mola esticada x unidades
além de seu comprimento natural é proporcional a x, isto é, F (x) = kx, onde k > 0 é a constante
elástica da mola. Suponha que 2J de trabalho sejam necessários para esticar uma mola de seu compri-
mento natural de 30 cm para 42 cm. Quanto trabalho é necessário para esticar a mola de 35 cm para 40 cm?
Solução: Pela lei de Hooke, a força que atua sobre a mola é dada por F (x) = kx, onde x é o comprimento
da mola além de 0,3 m, que é seu comprimento natural. Como esta força é variável, então o trabalho
necessário para esticar a mola de 0,35 m a 0,40 m (x = 0, 05 m a x = 0, 10 m) é dado por
Z 0,10 0,10
k 2
W = kx dx = x = 375k · 10−5 J.
0,05 2 0,05
A ideia básica para resolver este problema é dividir a superfície em faixas horizontais, cujas áreas possam
ser aproximadas por áreas de retângulos. Essas aproximações de áreas, nos permitirão criar uma soma de
Riemann que aproxime a pressão total na superfície. Tomando um limite das somas de Riemann, obteremos
uma integral para F .
Denição 3. Suponha que uma superfície plana esteja imersa verticalmente em um uido com densidade
ρ, e que a parte submersa da superfície se estenda de x = a até x = b ao longo do eixo x cujo sentido
positivo seja para baixo. Para a ≤ x ≤ b, suponha que w(x) seja a extensão da superfície e que h(x) seja
a profundidade do ponto x. Denimos, então, a força do uido sobre a superfície por
Z b
F = ρgh(x)w(x) dx.
a
Exemplo 7. A face de um dique é um retângulo vertical com altura de 100 pés e extensão de 200 pés.
Encontre a força total que o uido exerce sobre a face, quando a superfície da água está no nível do topo
do dique. Considere o peso especíco do uido igual a 62, 4 lb/pé3 .
Solução: Introduzimos um eixo x com origem na superfície da água, conforme mostra a gura abaixo:
Em um ponto x sobre esse eixo, a extensão do dique é de w(x) = 200 pés e a profundidade h(x) = x
pés. Assim,
Z 100
F = 200.62, 4.x dx
0
Z 100
= 12480 x dx
0
100
x2
= 12480
2 0
= 62.400.000 lb.
Exemplo 8. Uma placa com o formato de triângulo isósceles, com base de 10 pés e altura 4 pés, é imersa
verticalmente em óleo de máquina, conforme mostra a gura a seguir. Encontre a força F que o uido
exerce sobre a superfície da placa se a densidade de peso (peso especíco) do óleo for 30 lb/pé3 .
Por semelhança de triângulos, a extensão da placa, em pés, a uma profundidade h(x) = x + 3 pés,
satisfaz
w(x) x 5
= ⇒ w(x) = x.
10 4 2
Assim,
Z 4
5
F = 30.(3 + x). x dx
0 2
Z 4
= 75 (3x + x2 ) dx
0
4
3x2 x3
= 75 +
2 3 0
= 3400 lb.
Resumo
Faça um resumo dos principais resultados vistos nesta aula.
Aprofundando o conteúdo
Leia mais sobre o conteúdo desta aula nas seções 6.4, 8.1 e 8.2 do livro texto.
Sugestão de exercícios
Resolva os exercícios das seções 6.4, 8.1 e 8.2 do livro texto.