Informação- Medida de uma possibilidade de escolha, na seleção de uma mensagem.
Tudo o que reduz a incerteza, eliminando certas possibilidades, é dotado de informação. Assim, a informação de um evento depende da sua probabilidade e não de si mesma. Segundo Umberto Eco, a informação não é tanto o que é dito, mas o que pode ser dito: “Uma mensagem computável num bit (a escolha entre duas possibilidades equiprováveis) e uma computável em três bits distinguem-se pelo número maior de escolhas possíveis que a segunda situação apresentava – na fonte – em relação à primeira. No segundo caso, a mensagem informa mais, porque, na fonte, havia uma incerteza em relação à escolha que iria ser feita. Para darmos um exemplo fácil e compreensível: num romance policial, maior será o suspense quanto maior for o número de personagens entre as quais se supõe estar o assassino e quanto mais imprevista for a solução. A informação representa a liberdade de escolha que se tem a construir uma mensagem. (…)” Frequência e informação estão em relação inversa: quanto maior for a possibilidade de ocorrência (de uma ideia, de um signo, de um conjunto de signos, de um facto, de um conceito) menor será o seu grau de informação.
Redundância – Fenómeno de reiteração de probabilidades no mesmo código, para
reduzir os riscos de ruído. Informação (repetitiva) transmitida adicionalmente, para “estabilizar” uma informação nova. Na cadeia comunicativa (emissor – mensagem – recetor), a redundância nunca é nula e cada canal implica uma determinada medida de redundância para que a informação seja transmitida com eficácia. “A mensagem ideal é a que contém informação máxima (tendência para a entropia); no entanto, à medida que cresce a taxa de informação de uma mensagem, menor será a sua inteligibilidade. Inversamente, aumenta-se a inteligibilidade de uma mensagem reduzindo-se a sua taxa de informação, isto é, tornando a mensagem mais previsível, menos original, levando-a para mais longe do ponto entrópico – utilizando, portanto, símbolos não equiprováveis. Por outras palavras, aumenta-se a inteligibilidade de uma mensagem através da redundância” (J. Coelho Netto). Um exemplo elementar de procedimento redundante é o costume de bater à porta com os nós dos dedos: se dermos um simples e breve toque, dificilmente conseguiremos transmitir a nossa informação a quem se encontra dentro de casa; por isso repetimos o toque várias vezes, para neutralizar o ruído ambiente, evitar a ambiguidade e assegurar a efetiva receção da mensagem pelo destinatário. Outro exemplo significativo é a própria comunicação de massas, que prima essencialmente pela redundância: na difusão (em escala industrial) de mensagens para um público heterogéneo, os MCM procuram evitar as soluções originais, norteando-se pela média dos gostos e repertórios, para conquistar o máximo de audiência.
Estado de equiprobabilidade para o qual tendem os elementos de um sistema. (…) Estado de “desordem”, de “caos”. Tomemos o exemplo clássico de Guilbaud: se todos os caracteres formados com o teclado de uma máquina de escrever tiverem a mesma probabilidade de ocorrência (equiprobabilidade), quantas mensagens diferentes poderiam ser produzidas numa folha de papel? (…) Se 25 linhas multiplicadas por 60 espaços resultam em 1500 espaços, quantas sequências diferentes de 1500 espaços podem ser produzidas escolhendo-se cada um dos 85 signos disponíveis no teclado? O resultado seria um número com 2895 algarismos. (…) Num caso como este, a equiprobabilidade dos elementos (os caracteres da máquina) constitui um sistema de altíssima entropia: “a informação na fonte, em termos de liberdade de escolha, é extraordinária, mas a possibilidade de transmitir essa informação possível, individualizando-se uma mensagem completa, é bastante difícil” (Umberto Eco). Ante esse impasse, intervém a função ordenadora do código, que limita as possibilidades de combinação entre os elementos em jogo, dando uma estrutura sintática às mensagens, introduzindo na situação de equiprobabilidade da fonte um sistema de probabilidades: certas combinações são possíveis, outras não; algumas situações são mais correntes, outras menos. Com tal procedimento, a informação da fonte diminui, mas aumenta a possibilidade de transmitir mensagens inteligíveis. (…) A comunicação, essencialmente organizadora e codificadora, atribui valores e significados a sinais, estabelece diferenciação entre os seus elementos participantes no processo, tende a intensificar a interação e o feedback. A comunicação é, portanto, uma permanente atividade antientrópica.
(Adaptado de RABAÇA & BARBOSA (2002) Dicionário de Comunicação. S. Paulo: Campus)