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AULA 2
A Física é a ciência que estuda os movimentos e suas causas, pois no universo desde os
átomos até os grandes aglomerados de galáxias não há nada em repouso, e por trás de todo
movimento existe uma causa. Cinemática é o ramo da física que estuda os movimentos dos
corpos sem se preocupar com as causas. Nesta aula vamos estudar o movimento mais simples
na natureza, aquele que ocorre em uma dimensão ou ao longo de uma linha reta.

2.1 Espaço e tempo


Movimento é a variação da posição de um objeto no espaço no transcorrer do tempo. Mas o
que são o espaço e o tempo?
Para Aristóteles (385 - 325 a.C.) o espaço é a região ocupada pelo corpo, seu contorno externo
e o contorno do corpo maior onde ele está contido, e o tempo é a medida do movimento
segundo o antes e o depois. Para Isaac Newton (1642 - 1727) o espaço e o tempo são
absolutos e independentes, não são afetados pelos objetos e fenômenos físicos. O espaço
absoluto é sempre semelhante e imóvel, e o tempo absoluto flui uniformemente sem relação
com nada externo. O espaço relativo e o tempo relativo, estes seriam medidas do espaço
absoluto e do tempo absoluto, respectivamente, que os nossos sentidos determinam a partir
das posições relativas entre os corpos e das durações dos movimentos.
Para Albert Eisntein (1879 - 1955) o nosso espaço físico tem três dimensões e as posições são
caracterizadas por três números. O instante de um acontecimento é o quarto número. Quatro
números definidos correspondem a todo acontecimento. Portanto: o mundo dos
acontecimentos forma um contínuo quadridimensional. O espaço e o tempo formam um único
espaço quadridimensional chamado espaço-tempo, e as medidas de espaço e de tempo
dependem do movimento dos observadores.
O espaço-tempo de Eisntein foi confirmado por várias observações astronômicas, no entanto,
para corpos com velocidades muito menores que a velocidade da luz, que é de 300 mil km/s, o
espaço e tempo absoluto de Newton são uma ótima aproximação. Portanto, em IFC1
consideraremos o espaço e o tempo como absolutos, como proposto por Isaac Newton.

2.2 Movimento em uma dimensão


Se o tamanho e forma de um objeto é irrelevante para o estudo do seu movimento, podemos
aproximá-lo por uma partícula, ou seja, um ponto com a massa do objeto.
2|

O sistema de coordenadas cartesianas é o mais utilizado para descrever a localização ou


posição de uma partícula. Nesta aula estudaremos o movimento de uma partícula ao longo de
uma linha reta, que chamaremos de eixo 𝑥, Figura 2.1, tal que as outras coordenadas 𝑦 e 𝑧 do
espaço cartesiano podem ser consideradas nulas.

Figura 2.1 – No movimento em uma dimensão precisamos de apenas de uma coordenada para descrever a
posição de uma partícula (que representaremos por um ponto).

2.3 Velocidade e rapidez


Para descrever o movimento de um corpo precisamos saber em cada instante de tempo qual é
a sua posição em relação a um ponto de referência, que chamaremos de origem do sistema de
coordenadas. Para o movimento em uma dimensão apenas uma coordenada 𝑥 se faz
necessária para descrever a posição de um objeto. Como estudaremos por enquanto o
movimento de translação, isto é, o deslocamento de um ponto a outro, podemos modelar um
objeto como uma partícula.
Seja 𝑥 = 𝑥(𝑡) a posição de uma partícula no instante 𝑡 = 𝑡, Figura 2.2, e 𝑥 = 𝑥(𝑡 + ∆𝑡) a
sua posição no instante 𝑡 = 𝑡 + ∆𝑡. Por definição, o deslocamento da partícula é a diferença
∆𝑥 = 𝑥 − 𝑥 . Se conhecemos o deslocamento ∆𝑥 no intervalo de tempo ∆𝑡 = 𝑡 − 𝑡 , a
velocidade média 𝑣 , do ciclista neste intervalo de tempo é definida pela razão
∆𝑥
𝑣 , = (2.1)
∆𝑡

Figura 2.2 – Uma partícula em movimento.


Mecânica |3

Quando o intervalo de tempo ∆𝑡 é muito pequeno, temos que o deslocamento também será
muito pequeno. No limite que ∆𝑡 tende a zero a velocidade média converge para a velocidade
instantânea, que chamaremos apenas de velocidade, no instante 𝑡 = 𝑡:
∆𝑥
𝑣 = lim (2.2)
∆ → ∆𝑡
No curso de cálculo você aprendeu que o limite acima é a derivada de 𝑥 em relação ao tempo
𝑡, portanto:
𝑑𝑥
𝑣 = (2.3)
𝑑𝑡
O sinal de 𝑣 indica o sentido do movimento da partícula, Figura 2.3: quando 𝑣 > 0, a
partícula se move no sentido positivo do eixo 𝑥, pois 𝑥(𝑡 + 𝑑𝑡) > 𝑥(𝑡); quando 𝑣 < 0, a
partícula se move no sentido negativo do eixo 𝑥, pois 𝑥(𝑡 + 𝑑𝑡) < 𝑥(𝑡); 𝑣 = 0, a partícula
está em repouso.

Figura 2.3 - Sinal e sentido de uma velocidade em uma dimensão.

A velocidade 𝑣⃗ é um vetor, pois possui módulo (quão rápido ela se move), direção (eixo 𝑥) e
sentido (direita ou esquerda da origem O do eixo 𝑥). No caso do movimento em uma
dimensão ao longo do eixo 𝑥, temos
𝑣⃗ = 𝑣 𝚤̂ (2.4)
em que 𝚤̂ é o vetor unitário (ou versor) do eixo 𝑥.
Para calcular quão rápido uma partícula se move, definimos rapidez média como
distância 𝑑
rapidez média = = (2.5)
tempo gasto ∆𝑡
onde o tempo gasto é o intervalo de tempo ∆𝑡 que a partícula leva para percorrer a distância 𝑑
entre dois pontos. Observe que sempre 𝑑 ≥ |∆𝑥|, pois o deslocamento |∆𝑥| = |𝑥 − 𝑥 | é
menor distância entre dois pontos. O que acontece com a rapidez média quando o tempo
gasto ∆𝑡 tende a zero? Sendo ∆𝑡 também o intervalo de tempo gasto no deslocamento ∆𝑥,
quando ∆𝑡 → 0 temos que a distância 𝑑 tende ao deslocamento |∆𝑥|, portanto, a rapidez
(instantânea) da partícula é
4|

|∆𝑥| ∆𝑥
rapidez = lim = lim = |𝑣 | (2.6)
∆ → ∆𝑡 ∆ → ∆𝑡

Como ela é justamente o módulo da velocidade da partícula, daqui por diante consideraremos
como sinônimas as palavras “rapidez”, “módulo da velocidade” e “velocidade”, dependendo
do contexto.

O velocímetro de um automóvel fornece:


( ) Velocidade média ( ) Velocidade instantânea ( ) Rapidez média ( ) Rapidez

Exemplo 2.1: A posição de uma partícula ao longo do eixo 𝑥 é determinada pela função
𝑥 = 10𝑡 , em que 𝑥 está em metros e 𝑡 em segundos. (a) Qual é a velocidade média da
partícula entre os instantes 𝑡 = 𝑡 e 𝑡 = 𝑡 + ∆𝑡. (b) Encontre a velocidade da partícula em
qualquer instante 𝑡.
Solução: (a) A velocidade média, Eq. (2.1), entre os instantes 𝑡 e 𝑡 é
∆𝑥 𝑥(𝑡 ) − 𝑥(𝑡 ) 10𝑡 − 10𝑡
𝑣 , = = =
∆𝑡 𝑡 −𝑡 𝑡 −𝑡
Substituindo 𝑡 = 𝑡 e 𝑡 = 𝑡 + ∆𝑡:
(𝑡 + ∆𝑡) − 𝑡 𝑡 + 2(∆𝑡)𝑡 + (∆𝑡) − 𝑡
𝑣 , = 10 = 10 = 10(2𝑡 + ∆𝑡)
𝑡 + ∆𝑡 − 𝑡 ∆𝑡
ou seja,
𝑣 , = 20𝑡 + 10∆𝑡
(b) A velocidade (instantânea), tomando o limite de 𝑣 , , em um instante 𝑡 é
∆𝑥
𝑣 = lim = lim 𝑣 , = lim (20𝑡 + 10∆𝑡) = 20𝑡
∆ → ∆𝑡 ∆ → ∆ →

ou, pela Eq. (2.3),


𝑑𝑥 𝑑
𝑣 = = (10𝑡 ) = 10(2𝑡) = 20𝑡
𝑑𝑡 𝑑𝑡

2.4 Aceleração
Como acabamos de ver, a velocidade é uma taxa que mede a variação da posição com o
tempo, ela indica se uma partícula se move, quão rápido se move e para onde se move. Outra
informação importante é saber se a velocidade é constante, se está aumentando ou
diminuindo. A aceleração média é a taxa da variação de velocidade pelo intervalo de tempo
em que ocorre esta variação:
Mecânica |5

∆𝑣
𝑎 , = (2.7)
∆𝑡
Quando este intervalo de tempo tende a zero temos a aceleração instantânea do corpo
∆𝑣
𝑎 = lim (2.8)
∆ → ∆𝑡
ou seja,
𝑑𝑣
𝑎 = (2.9)
𝑑𝑡
Assim como para a velocidade 𝑣 , o sinal da aceleração 𝑎 tem um significado físico. A
Tabela 2.1 traz as relações entre os sinais e os sentidos de 𝑣 e 𝑎 .

Tabela 2.1 - Significado dos sinais da velocidade e da aceleração.


𝒗𝒙 𝒂𝒙 O que está acontecendo?
>0 >0 Partícula se move no sentido do eixo 𝑥 positivo e sua rapidez aumenta, ela é
acelerada no sentido do eixo 𝑥 positivo.

>0 <0 Partícula se move no sentido do eixo 𝑥 positivo, mas sua rapidez diminui, ela
está desacelerando, sendo freada, ou acelerada no sentido do eixo 𝑥 negativo.

<0 <0 Partícula se move no sentido do eixo 𝑥 negativo e sua rapidez aumenta, ela está
sendo acelerada no sentido do eixo 𝑥 negativo.

<0 >0 Partícula se move no sentido do eixo 𝑥 negativo, mas sua rapidez diminui, ela
está desacelerando, sendo freada, ou acelerada no sentido do eixo 𝑥 positivo.

Exemplo 2.2: A velocidade de uma partícula em movimento ao longo do eixo 𝑥 varia de


acordo com a equação 𝑣 = 20 − 4𝑡 , em que 𝑣 está em metros por segundo e t em
segundos. (a) Calcule a aceleração média da partícula no intervalo de t = 0 a t = 2. (b)
Determine a aceleração para t = 2.
Solução: (a) A aceleração média no intervalo de t = 0 a t = 2 é
∆𝑣 𝑣 (2) − 𝑣 (0) 20 − 4(2) − [20 − 4(0) ]
𝑎 , = = = = −16 m/s
∆𝑡 2−0 2
(b) Para calcular a aceleração (instantânea) em 𝑡 = 2 precisamos primeiro obter a expressão
para um instante 𝑡 qualquer:
6|

𝑑𝑣 𝑑
𝑎 = = (20 − 4𝑡 ) = 0 − 4(3𝑡 ) = −12𝑡
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Então, para 𝑡 = 2, a aceleração é
𝑎 = −12(2) = −48 m/s

Exemplo 2.3: A posição de uma partícula ao longo de uma linha reta é dada por 𝑥 = 2𝑡 −
24𝑡 + 6, onde 𝑥 está em metros e 𝑡 em segundos. (a) Em que instante ela se move a 72 m/s?
(b) Qual é a aceleração da partícula quando a sua velocidade é 72 m/s?
Solução: (a) Para determinar em que instante a partícula se move a 72 m/s, precisamos obter
como varia a velocidade da partícula em função do tempo. Como conhecemos 𝑥(𝑡), então:
𝑑𝑥 𝑑
𝑣 = = (2𝑡 − 24𝑡 + 6) = 2(3𝑡 ) − 24(1) + 0 = 6𝑡 − 24
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Igualando 𝑣 (𝑡) com 72 m/s obtemos o instante 𝑡 (> 0):

72 + 24
6𝑡 − 24 = 72 → 𝑡 = =4s
6

(b) Como este item pede a aceleração da partícula quando a velocidade é mesma do item (a),
basta obtermos a aceleração em função do tempo e substituirmos nela o tempo calculado no
item (a).
A 𝑎 (𝑡), usando 𝑣 (𝑡) obtido em (a), é:
𝑑𝑣 𝑑
𝑎 = = (6𝑡 − 24) = 6(2𝑡) − 0 = 12𝑡
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Em 𝑡 = 4 (obtido em (a)):
𝑎 = 12(4) = 48 m/s

2.5 Equações horárias


Chamamos de equações horárias da cinemática as funções dependentes do tempo para a
posição, velocidade e aceleração de uma partícula. Uma vez que estas grandezas estão
relacionadas pelas seguintes derivadas
𝑑𝑥
𝑣 = (2.10)
𝑑𝑡
𝑑𝑣 𝑑 𝑑𝑥 𝑑 𝑥
𝑎 = = = (2.11)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
Mecânica |7

então, se conhecemos a equação horária da posição 𝑥(𝑡), derivamos 𝑥(𝑡) uma vez e obtemos
a velocidade 𝑣 (𝑡), e derivamos mais uma vez e obtemos aceleração 𝑎 (𝑡). Fizemos isso no
exemplo 2.3.
Mas, e se ao invés da posição, conhecemos a equação horária da aceleração? Chamamos o
inverso da derivada de integral. Assim, integramos 𝑎 (𝑡) uma vez e obtemos a velocidade
𝑣 (𝑡), e integramos mais uma vez e obtemos posição 𝑥(𝑡).
Para definirmos bem as equações horárias precisamos conhecer as condições iniciais do
movimento, isto é, qual a posição 𝑥 e velocidade 𝑣 no instante inicial 𝑡 a partir do qual
descreveremos o movimento. Por conveniência zeraremos o nosso relógio para que o instante
inicial o tempo 𝑡 seja zero: 𝑡 = 0. Portanto, as equações horárias 𝑣 e 𝑥 dependerão de
𝑎 (𝑡), 𝑥 e 𝑣 .
Integrando a aceleração uma vez, temos:
𝑑𝑣
𝑎 = → 𝑑𝑣 = 𝑎 𝑑𝑡 → 𝑑𝑣 = 𝑎 𝑑𝑡
𝑑𝑡
A integral da direita é no tempo, que vai de 𝑡 = 0 até um instante 𝑡 qualquer, enquanto a
integral da esquerda na velocidade vai de 𝑣 até 𝑣 :

𝑑𝑣 = 𝑎 𝑑𝑡

Precisamos saber a função 𝑎 (𝑡) para calcularmos a integral da direita, mas a integral da
esquerda é simplesmente a variação da velocidade: ∆𝑣 = 𝑣 − 𝑣 . Portanto,

𝑣 −𝑣 = 𝑎 𝑑𝑡

ou

𝑣 =𝑣 + 𝑎 𝑑𝑡 (2.12)

Integramos agora a velocidade:


𝑑𝑥
𝑣 = → 𝑑𝑥 = 𝑣 𝑑𝑡 → 𝑑𝑥 = 𝑣 𝑑𝑡
𝑑𝑡
A integral da direita no tempo vai de 𝑡 = 0 até um instante 𝑡 qualquer, enquanto a integral da
esquerda na posição vai de 𝑥 até 𝑥:

𝑑𝑥 = 𝑣 𝑑𝑡
8|

Embora precisemos saber a função 𝑣 (𝑡) para calcular a integral da direita, em termos da
aceleração 𝑎 (𝑡) ela é dada pela Eq. (2.12), e a integral da esquerda é a variação da posição:
∆𝑥 = 𝑥 − 𝑥 . Portanto,

𝑥−𝑥 = 𝑣 𝑑𝑡

ou

𝑥=𝑥 + 𝑣 𝑑𝑡 (2.13)

Exemplo 2.4: A aceleração de uma partícula varia no tempo de acordo com a função 𝑎 =
−0, 50 exp(−0,25𝑡). Se em 𝑡 = 0 a partícula estava na posição 𝑥 = 1,0 m e com velocidade
de 𝑣 = 2,0 m/s, qual é sua posição e velocidade no instante 𝑡 = 2,0 s?
Solução: Se conhecemos a equação horária da aceleração, e as condições iniciais do
movimento de uma partícula, podemos obter a velocidade e posição em função do tempo. Da
Eq. (2.12), temos a equação horária da velocidade:
exp(−0,25𝑡)
𝑣 =𝑣 + 𝑎 𝑑𝑡 = 2,0 + [−0, 50 exp(−0,25𝑡)]𝑑𝑡 = 2,0 − 0,5
−0,25
= 2,0 + 2,0[exp(−0,25𝑡) − exp(−0,25(0))] = 2,0 + 2,0[exp(−0,25𝑡) − 1]
Portanto,
𝑣 = 2,0 exp(−0,25𝑡) (1)
Em 𝑡 = 2,0 s:
𝑣 = 2,0 exp[−0,25(2,0)] = 1,2 m/s
Da Eq. (2.13), temos a equação horária da posição:
exp(−0,25𝑡)
𝑥=𝑥 + 𝑣 𝑑𝑡 = 1,0 + 2,0 exp(−0,25𝑡) 𝑑𝑡 = 1,0 + 2,0
−0,25

= 1,0 − 8,0 exp(−0,25𝑡) − exp −0,25(0) = 1,0 − 8,0[exp(−0,25𝑡) − 1]


Portanto,
𝑥 = 9,0 − 8,0 exp(−0,25𝑡)
Em 𝑡 = 2,0 s:
𝑥 = 9,0 − 8,0 exp[−0,25(2,0)] = 4,1 m
Mecânica |9

2.6 Equação de Torricelli


Mas, se ao invés de 𝑎 (𝑡) conhecemos 𝑎 (𝑥), isto é, a aceleração em função da posição 𝑥?
Qual a seria a corresponde equação 𝑣 (𝑥)? Neste caso, assim como integramos 𝑎 (𝑡) no
tempo para obter 𝑣 (𝑡) , devemos agora integrar 𝑎 (𝑥) na posição para obter 𝑣 (𝑥). Segue os
cálculos:
𝑎 𝑑𝑥 = 𝑎 (𝑣 𝑑𝑡) = 𝑣 (𝑎 𝑑𝑡) = 𝑣 (𝑑𝑣 )
ou seja,
𝑣 𝑑𝑣 = 𝑎 𝑑𝑥
Integrando o lado esquerdo de 𝑣 a 𝑣 , e o lado direito de 𝑥 a 𝑥, temos:
𝑣
𝑣 𝑑𝑣 = 𝑎 𝑑𝑥 → = 𝑎 𝑑𝑥 → 𝑣 − 𝑣 =2 𝑎 𝑑𝑥
2

portanto,

𝑣 =𝑣 +2 𝑎 𝑑𝑥 (2.14)

Chamaremos (2.14) de equação de Torriceli, a partir da qual temos

𝑣 =± 𝑣 +2 𝑎 𝑑𝑥 (2.15)

Assim, embora não possamos determinar o sentido do movimento (o sinal de 𝑣 ), a menos


que mais informações sejam dadas, temos que a rapidez é

𝑣 = |𝑣 | = 𝑣 +2 𝑎 𝑑𝑥 (2.16)

Exemplo 2.5: Suponha a aceleração de uma partícula dependa da posição por 𝑎 = −2,0𝑥,
com as unidades de aceleração e posição no SI. Se a velocidade da partícula é zero em
𝑥 = 3,0 m, qual é a sua rapidez em 𝑥 = 1,0 m?
Solução: A rapidez em função da posição é

𝑥
𝑣= 𝑣 +2 𝑎 𝑑𝑥 = 0 +2 (−2,0𝑥)𝑑𝑥 = 2,0(−2,0)
, 2 ,

= −2,0[𝑥 − (3,0) ] = 18 − 2,0𝑥


Portanto,

𝑣= 18,0 − 2,0𝑥
Logo, a rapidez da partícula na posição 𝑥 = 1,0 m é
10|

𝑣= 18,0 − 2,0(1,0) = 4,0 m/s

2.7 Movimento com aceleração constante


Um dos movimentos mais importante da cinemática é o movimento retilíneo uniforme variado
(MRUV), no qual a velocidade 𝑣 varia uniformemente no decorrer do tempo, ou seja, em que
a aceleração 𝑎 é constante. Neste caso, a integral (2.12) é bem simples:

𝑣 =𝑣 + 𝑎 𝑑𝑡 = 𝑣 +𝑎 𝑡 (2.17)

E substituindo (2.17) em (2.13):


1
𝑥=𝑥 + 𝑣 𝑑𝑡 = 𝑥 + (𝑣 + 𝑎 𝑡)𝑑𝑡 = 𝑥 + 𝑣 𝑡 + 𝑎 𝑡 (2.18)
2
Ainda, de (2.17), temos
𝑣 −𝑣
𝑎 = (2.19)
𝑡
que substituindo em (2.18) resulta em
1 1
𝑥 = 𝑥 + 𝑣 𝑡 + (𝑣 − 𝑣 )𝑡 = 𝑥 + (𝑣 + 𝑣 )𝑡 (2.20)
2 2
Este resultado é conhecido como teorema da velocidade média. Ele nos diz que um objeto A
em movimento uniformemente variado percorre, ao fim de um determinado intervalo de
tempo, o mesmo espaço que seria percorrido por um objeto B que se deslocasse com
velocidade constante igual à média das velocidades final e inicial do objeto A. Este teorema
foi demonstrado por Nicole Oresme (1323-1382) no século XIV.
Por fim, a equação de Torricelli para uma aceleração constante, descoberta por Evangelista
Torricelli (1608-1647), é

𝑣 =𝑣 +2 𝑎 𝑑𝑥 = 𝑣 + 2𝑎 (𝑥 − 𝑥 ) (2.21)

Resumindo, as equações do movimento retilíneo uniformemente variado são:


𝑡≥0 (2.22)
𝑎 =𝑎 (2.23)
𝑣 =𝑣 +𝑎 𝑡 (2.24)
1
𝑥 =𝑥 +𝑣 𝑡+ 𝑎 𝑡 (2.25)
2
1
𝑥 = 𝑥 + (𝑣 + 𝑣 )𝑡 (2.26)
2
𝑣 =𝑣 + 2𝑎 (𝑥 − 𝑥 ) (2.27)
M e c â n i c a | 11

Quando 𝑎 = 0 temos o movimento retilíneo uniforme (MRU), movimento no qual a


velocidade 𝑣 é constante,
𝑡≥0 (2.28)
𝑎 =0 (2.29)
𝑣 =𝑣 (2.30)
𝑥 =𝑥 +𝑣 𝑡 (2.31)

Exemplo 2.6: A aceleração de uma atleta no começo de uma corrida pode ser considerada
aproximadamente constante e igual a 3,5 m/s . Ao final dos primeiros 3,0 s calcule (a) a
distância percorrida e (b) a rapidez da atleta.
Solução: (a) A atleta ao iniciar a corrida parte do repouso, portanto 𝑣 = 0. Podemos definir
que no instante inicial 𝑡 = 0 ela está na origem do sistema de coordenadas, isto é, 𝑥 = 0. Se
a sua aceleração é 𝑎 = 3,5 m/s , temos que a sua posição em 𝑡 = 3,0 s é:
1 1
𝑥 = 𝑥 + 𝑣 𝑡 + 𝑎 𝑡 = 0 + 0(3,0) + (3,5)(3,0) = 15,75 m
2 2
Portanto, a distância percorrida foi de 16 m.
(b) A velocidade da atleta no instante de 3,0 s é
𝑣 =𝑣 + 𝑎 𝑡 = 0,0 + 3,5(3,0) = 10,5 m/s
Portanto a sua rapidez 𝑣 = |𝑣 | é 10 m/s.

Exemplo 2.7: Um navio está a uma velocidade de 6,0 m/s no instante em que passa por uma
boia. Nesse instante, começa a aumentar sua velocidade a uma taxa constante de 0,25 m/s .
A que distância da boia está o navio quando sua velocidade é 9,0 m/s?
Solução: Se a velocidade final é 𝑣 = 9,0 m/s e a inicial 𝑣 = 6,0 m/s, e temos 𝑎 =
0,25 m/s , segue por Torricell que
𝑣 =𝑣 + 2𝑎 (𝑥 − 𝑥 )
9,0 − 6,0
9,0 = 6,0 + 2(+0,25)(𝑥 − 𝑥 ) → 𝑥 − 𝑥 = = 90,0 m
0,50
Portanto, o deslocamento foi de 90 m!

Exemplo 2.8: Uma moto ao passar por uma lombada tem uma velocidade de 30 km/h e 10 s
depois atinge uma velocidade de 60 km/h, qual a distância percorrida neste intervalo de tempo
supondo que sua aceleração foi uniforme?
Solução: Podemos obter a distância percorrida por
12|

1
𝑥 = 𝑥 + (𝑣 + 𝑣 )𝑡
2
Como para converter km/h em m/s basta dividir a velocidade (em km/h) por 3,6, temos:
1 60 + 30
∆𝑥 = 𝑥 − 𝑥 = 10 = 125,0 = 120 m
2 3,6

FORMULÁRIO
1) Velocidade média:
∆𝑥
𝑣 , =
∆𝑡
2) Velocidade (instantânea):
𝑑𝑥
𝑣 =
𝑑𝑡
3) Rapidez média:
distância
rapidez média =
tempo gasto
4) Rapidez (instantânea):
rapidez = módulo da velocidade = |𝑣 |
5) Aceleração média:
∆𝑣
𝑎 , =
∆𝑡
6) Aceleração (instantânea):
𝑑𝑣
𝑎 =
𝑑𝑡
7) Equações horárias:
𝑡≥0
𝑎 = 𝑓(𝑡)

𝑣 =𝑣 + 𝑎 𝑑𝑡

𝑥=𝑥 + 𝑣 𝑑𝑡

8) Equação de Torricelli:

𝑣 =𝑣 +2 𝑎 𝑑𝑥

9) Movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV):


𝑡≥0
M e c â n i c a | 13

𝑎 =𝑎
𝑣 =𝑣 +𝑎 𝑡
1
𝑥 =𝑥 +𝑣 𝑡+ 𝑎 𝑡
2
1
𝑥 = 𝑥 + (𝑣 + 𝑣 )𝑡
2
𝑣 =𝑣 + 2𝑎 (𝑥 − 𝑥 )
10) Movimento retilíneo uniforme (MRU):
𝑡≥0
𝑎 =0
𝑣 =𝑣
𝑥 =𝑥 +𝑣 𝑡

ATIVIDADES

1. A posição de uma partícula em milímetros é dada por 𝑥 = 27 − 12𝑡 + 𝑡 , onde 𝑡 é


expresso em segundos. Determine (a) o deslocamento ∆𝑥 durante os primeiros 9 segundos e
(b) a distância total 𝐷 percorrida. (c) Quais são as equações horárias da velocidade e da
aceleração?

/
2. A velocidade de uma partícula que se move ao longo do eixo 𝑥 é dada por 𝑣 = 2 + 5𝑡 ,
onde 𝑡 é expresso em segundos e 𝑣 em metros por segundo. Avalie a posição 𝑥, a velocidade
𝑣 e a aceleração 𝑎 quando 𝑡 = 4,0 s. A partícula está na origem 𝑥 = 0 quando 𝑡 = 0.

3. Um foguete sobe verticalmente com rapidez 𝑣 quando a uma altura ℎ da superfície da


Terra os seus motores param de funcionar, a partir daí ele fica sujeito a uma aceleração que
depende de sua altura 𝑦 em relação à superfície da Terra (em que 𝑦 = 0):
𝑔
𝑎 =−
(1 + 𝑦/𝑅)
onde 𝑔 = 9,8 m/s2 é a aceleração da gravidade na superfície da Terra, e 𝑅 = 6371 km é o
raio da Terra. Qual é a rapidez do foguete em função de 𝑦 a partir do momento da pane de
seus motores?
14|

4. Um ônibus acelera a 1,5 m/s , a partir do repouso, durante 12 s. Depois, ele viaja com
velocidade constante por 25 s após o que ele freia até parar, com uma aceleração de 1,5 m/s
de magnitude. (a) Qual é a distância total percorrida pelo ônibus? (b) Qual é sua velocidade
média entre as duas paradas?

5. Um policial rodoviário em uma moto parte do repouso de um ponto A dois segundos depois
que um carro passa por esse ponto, com uma velocidade constante de 120 km/h. Se o
patrulheiro acelera a uma taxa de 6 m/s até atingir sua velocidade máxima permitida de 150
km/h, a qual ele mantém, calcule a distância 𝐷 de A ao ponto em que ele ultrapassa o carro.

*Correções, sugestões e críticas para a melhoria deste texto são bem vindas para lima.neemias@gmail.com.
M e c â n i c a | 15

Soluções
1. A posição de uma partícula em milímetros é dada por 𝑥 = 27 − 12𝑡 + 𝑡 , onde 𝑡 é
expresso em segundos. Determine (a) o deslocamento ∆𝑥 durante os primeiros 9 segundos e
(b) a distância total 𝐷 percorrida. (c) Quais são as expressões da velocidade e da aceleração da
partícula em função do tempo?
(a) Cálculo do deslocamento:
∆𝑥 = 𝑥(9) − 𝑥(0) = [27 − 12(9) + 9 ] − [27 − 12(0) + 0 ] = −27 mm
(b) Para cálculo da distância total percorrida precisamos da posição inicial, final e de quando
a partícula está em repouso:
𝑥(0) = 27 − 12(0) + 0 = 27 mm
𝑥(9) = 27 − 12(9) + 9 = 0
Posição da partícula quando está em repouso:
𝑑𝑥 12
𝑣 = = −12 + 2𝑡 = 0 → 𝑡 = =6s
𝑑𝑡 2
A posição correspondente é
𝑥(6) = 27 − 12(6) + 6 = −9 mm
Assim, a distância total percorrida é
𝐷 = |𝑥(6) − 𝑥(0)| + |𝑥(9) − 𝑥(6)| = |−9 − 27| + |0 − (−9)| = 45 mm
(c) A velocidade em função do tempo:
𝑣 = −12 + 2𝑡
A aceleração em função do tempo:
𝑑𝑣
𝑎 = = 2 mm/s 2
𝑑𝑡

/
2. A velocidade de uma partícula que se move ao longo do eixo 𝑥 é dada por 𝑣 = 2 + 5𝑡 ,
onde 𝑡 é expresso em segundos e 𝑣 em metros por segundo. Avalie a posição 𝑥, a velocidade
𝑣 e a aceleração 𝑎 quando 𝑡 = 4 s. A partícula está na origem 𝑥 = 0 quando 𝑡 = 0.
A posição 𝑥 em função do tempo (usando o fato que 𝑥 = 0 quando 𝑡 = 0):
𝑑𝑥 /
5
𝑣 = → 𝑑𝑥 = 𝑣 𝑑𝑡 → 𝑑𝑥 = (2 + 5𝑡 )𝑑𝑡 → 𝑥 − 0 = 2𝑡 + 𝑡
𝑑𝑡 +1
/
𝑥 = 2𝑡 + 2𝑡
Aceleração:
𝑑𝑣 3 15
𝑎 = =5 𝑡 = 𝑡
𝑑𝑡 2 2
16|

Em 𝑡 = 4 s:

𝑥 = 2(4) + 2 4 = 72 m

𝑣 = 2+5 4 = 42 m/s
15
𝑎 = 4 = 15 m/s 2
2

3. Um foguete sobe verticalmente, então, quando está a uma altura ℎ da superfície da Terra e
rapidez 𝑣 , os seus motores param de funcionar, a partir daí ele fica sujeito a uma aceleração
que depende de sua altura 𝑦 (em que 𝑦 = 0 na superfície da Terra):
𝑔
𝑎 =−
(1 + 𝑦/𝑅)
onde 𝑔 = 9,8 m/s2 é a aceleração da gravidade na superfície da Terra, e 𝑅 = 6371 km é o
raio da Terra. Qual é a rapidez do foguete em função de 𝑦 a partir do momento da pane de
seus motores?
A fórmula de Torricelli, aplicada ao movimento na direção vertical 𝑦, diz que

𝑣 =𝑣 +2 𝑎 𝑑𝑦

Substituindo dos dados do problema nesta equação, temos:

𝑔 −𝑅
𝑣 =𝑣 +2 − 𝑑𝑦 = 𝑣 − 2𝑔
1+ 1+

−𝑅 −𝑅 1 1
= 𝑣 − 2𝑔( − ) = 𝑣 + 2𝑔𝑅( − )
1+ 1+ 1+ 1+

Portanto, a rapidez em função da altura 𝑦 é

1 1
𝑣= 𝑣 + 2𝑔𝑅 −
1+ 1+

Esta equação é útil para estimar a velocidade 𝑣 necessária para colocar um foguete em
órbita.

4. Um ônibus acelera a 1,5 m/s , a partir do repouso, durante 12 s. Depois, ele viaja com
velocidade constante por 25 s após o que ele freia até parar, com uma aceleração de 1,5 m/s
M e c â n i c a | 17

de magnitude. (a) Qual é a distância total percorrida pelo ônibus? (b) Qual é sua velocidade
média entre as duas paradas?
(a) Nos primeiros 12 s a distância percorrida com aceleração constante de 1,5 m/s é
1 1
𝑥 = 𝑥 + 𝑣 𝑡 + 𝑎 𝑡 = 0 + 0 + (1,5)(12) = 108 m
2 2
E no final de 12 s a velocidade do ônibus é
𝑣 =𝑣 + 𝑎 𝑡 = 0 + 1,5(12) = 18,0 m/s (equivale a quantos km/h? )
Viajando com a velocidade constante de 14,4 m/s por 25 s, a distância percorrida pelo ônibus
é:
1 1
𝑥 = 𝑥 + 𝑣 𝑡 + 𝑎 𝑡 = 108 + 18,0(25) + (0)(25) = 558 m
2 2
Na etapa final o ônibus inicialmente com velocidade de 18,0 m/s vai ao repouso com uma
aceleração negativa de −1,5 m/s , logo a distância total percorrida pode ser obtida pela
fórmula de Torricelli:
𝑣 −𝑣 0 − 18,0
𝑣 =𝑣 + 2𝑎 (𝑥 − 𝑥 ) → 𝑥 = 𝑥 + = 558 + = 666,0 = 670 m
2𝑎 2(−1,5)
(b) A velocidade média entre as duas paradas é dada por
𝑥−𝑥
𝑣 =
𝑡−𝑡
Precisamos calcular o instante total 𝑡, para isso precisamos obter o tempo 𝑡 gasto para frear o
ônibus:
𝑣 −𝑣 0 − 18,0
𝑣 =𝑣 +𝑎 𝑡 → 𝑡 = → 𝑡 = = 12,0 s
𝑎 −1,5
Portanto:
𝑡 = 12 + 25 + 12,0 = 49,0 s
Daí que:
𝑥−𝑥 666,0 − 0
𝑣 = = = 13,59 = 14 m/s (equivale a quantos km/h? )
𝑡−𝑡 49,0 − 0

5. Um policial rodoviário em uma moto parte do repouso de um ponto A dois segundos depois
que um carro passa por esse ponto, com uma velocidade constante de 120 km/h. Se o
patrulheiro acelera a uma taxa de 6 m/s até atingir sua velocidade máxima permitida de 150
km/h, a qual ele mantém, calcule a distância 𝐷 de A ao ponto em que ele ultrapassa o carro.
Consideremos o ponto A como sendo a posição 𝑥 = 0 e que o tempo é contato a partir do
instante em que o carro passa pelo ponto A onde está a moto do policial em repouso. Para
18|

saber a distância 𝐷 em que a moto ultrapassa o carro temos que obter as equações horárias dos
dois veículos.
Para o carro, que se move a velocidade constante de 120 km/h = 120/3,6 = 33,33 m/s, temos:
𝑥 =𝑥 +𝑣 𝑡 = 33,33𝑡
Para a moto temos uma função mais complexa. De 0 a 2 s ela permanece parada, logo
𝑥 =𝑥 = 0, 𝑡 ≤2s
Para 𝑡 > 2 s e menor que 𝑡 quando a moto atinge sua velocidade máxima de 150 km/h =
150/3,6 = 41,67 m/s:
𝑎 6
𝑥 = 𝑥 (2) + 𝑣 (𝑡 − 2) + (𝑡 − 2) = 0 + 0(𝑡 − 2) + (𝑡 − 2) = 3(𝑡 − 2) , 2s
2 2
<𝑡≤𝑡
Cálculo de 𝑡 :
𝑑𝑥
𝑣 = = 6(𝑡 − 2) → 6(𝑡 − 2) = 41,67 → 𝑡 = 8,94 s
𝑑𝑡
Assim:
𝑥 = 3(𝑡 − 2) , 2 s < 𝑡 ≤ 8,94 s
Após este instante, a moto se move com velocidade constante igual à velocidade máxima
𝑣 = 41,67 m/s, logo:
𝑥 = 𝑥 (8,94) + 𝑣 (𝑡 − 8,94) = 3(8,94 − 2) + 41,67(𝑡 − 8,94)
Ou seja:
𝑥 = 144,49 + 41,67(𝑡 − 8,94), 𝑡 > 8,94 s
Agora podemos obter a distância do ponto A em que a moto ultrapassa o carro. Se a
ultrapassagem ocorrer entre 2 s e 8,94 s, temos:
𝑥 =𝑥 → 33,33𝑡 = 3(𝑡 − 2) → (𝑡 − 2) − 11,11𝑡 = 0
→ (𝑡 − 2) − 11,11(𝑡 − 2) − 22,22 = 0
Solução:
11,11 ± 11,11 − 4(1)(−22,22) 11,11 ± 14,57
𝑡−2= = → 𝑡 = 12,84 + 2 = 14,84
2(1) 2
> 8,94 s
Portanto, a ultrapassagem ocorre na etapa em que a moto se move com velocidade constante!
Segue que:
𝑡 > 8,94 s, 𝑥 = 𝑥 → 33,33𝑡 = 144,49 + 41,67(𝑡 − 8,94) → 𝑡 = 27,34 s
Assim, a posição da ultrapassem é
𝐷 = 33,33(27,34) = 911,34 = 910 m

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