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1
David Z. Villanueva, H. Carrion S
28 de abril de 2022
1 Department of Mathematics, University of Rio Grande do Norte, Escola de ciência e Tecnologia- UFRN,
Brazil
David Armando Zavaleta Villanueva
Cálculo III
e Aplicações
LF
São Paulo-2019
Bibliografia.
ISBN 978-85-7861-XX-X
1. Xxxxxxx 2. Xxxxxx I. Tı́tulo.
11-XXXXX CDD-XXX.XX
ISBN 978-85-7861-XXX-X
Todos os direitos reservados. nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida sejam quais
forem os meios empregados sema permissão da Editora. Aos infratores aplicam-se as sanções
previstas nos artigos 102, 104, 106 e 107 da lei n.9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
1 Rudimentos de topologia 4
1.1 Produto Cartesiano n-dimensional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Produto Interno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2.1 Norma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3 Espaço Euclideano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.4 Conjuntos Abertos e Fechados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.4.1 Conjuntos Abertos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.4.2 Conjuntos Fechados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.4.3 Conjuntos Compactos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5 Exercı́cios do Capı́tulo 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2
3 Integral Tripla 67
3.1 Teorema de Fubini e o Método das Projeções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.2 Mudança de Variáveis na Integral Tripla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
3.3 Aplicações da Integral Tripla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
3.3.1 Volume de Sólidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
3.3.2 Massa e Momento de Inércia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
3.4 Exercı́cios de integração tripla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
3.4.1 Integração tripla, mudança de coordenadas, coordenas esféricas, cilı́ndricas . . 88
3.4.2 Aplicações: massa de sólidos e superfı́cies com densidade arbitrária, centro
de massa, momento de inércia, carga total de um condutor com distribuição
arbitrária de carga elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
3.5 Respostas dos exercı́cios do Capı́tulo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
3.5.1 Integração tripla, mudança de coordenadas, coordenas esféricas, cilı́ndricas . . 93
3.5.2 Aplicações: volume de sólidos, massa de sólidos com densidade arbitrária, cen-
tro de massa, momento de inércia, carga total de um condutor com distribuição
arbitrária de carga elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Referências Bibliográficas 97
3
Capı́tulo 1
Rudimentos de topologia
Antes de introduzir a definição formal de função de várias variáveis, que será objeto de estudo no
próximo capı́tulo, vamos definir o espaço euclidiano n-dimensional Rn .
A × B = {(3, 7), (3, 9), (5, 7), (5, 9), (8, 7), (8, 9)}, e
B × A = {(7, 3), (7, 5), (7, 8), (9, 3), (9, 5), (9, 8)}.
É fácil ver:
1. A × ∅ = ∅;
2. A × (B ∪ C) = (A × B) ∪ (A × C);
3. (A ∪ B) × C = (A × C) ∪ (B × C).
Definição 1.1 O produto cartesiano de n conjuntos não vazios A1 , A2 , . . . , An , define-se como sendo
o conjunto
A1 × A2 × . . . × An = {(a1 , a2 , . . . , an ) : a1 ∈ A1 , a2 ∈ A2 , . . . , an ∈ An }.
É claro que
A1 × A2 × . . . × ∅ = ∅
4
Assim, podemos definir Rn como sendo uma coleção ordenada de n−uplas de números reais,
Rn = R × R . . . × R = {(x1 , x2 , x3 , . . . , xn ); xi ∈ R, i = 1, 2, 3, . . . , n}.
x = y, se e somente se xi = yi ∀i = 1, 2, . . . , n.
x + y = (x1 + y1 , x2 + y2 , . . . , xn + yn ), (1.1)
Definição 1.2 Diz-se que um conjunto V 6= ∅ dotado das operações de adição e multiplicação por
um escalar, onde são satisfeitas as seguintes condições:
1. Se x, y ∈ V , então x + y ∈ V ;
2. x + y = y + x, para todos x, y ∈ V ;
5
3. x + (y + z) = (x + y) + z, para todos x, y, z ∈ V ;
6
1.2.1 Norma
Definição 1.5 Seja V um espaço vetorial. A função ||·|| definida em V , a valores reais não negativos,
para x ∈ V , chama-se de norma em V se e somente se:
1. ||x|| > 0, se x 6= 0;
2. ||λx|| = |λ|.||x||, ∀x ∈ V, λ ∈ R;
7
1.3 Espaço Euclideano
Nesta seção vamos introduzir a noção de métrica ou distância com a finalidade de definir espaço
métrico.
Definição 1.6 Seja X um conjunto arbitrário não vazio. X é um espaço métrico se nele está
definida uma função ρ : X × X → R, métrica, com valores reais ρ(x, y), x, y ∈ X que possui as
seguintes propriedades:
1. ρ(x, y) > 0, se x 6= y;
2. ρ(x, x) = 0;
Geralmente o espaço métrico X com a métrica ρ denota-se pelo par (X, ρ).
No curso de Geometria Analı́tica, mostra-se que a distância entre os pontos (vetores) (x′ , y ′, z ′ ) e
(x , y ′′, z ′′ ) ∈ R3 é dado por
′′
p
(x′ − x′′ )2 + (y ′ − y ′′)2 + (z ′ − z ′′ )2 .
Podemos estender esta definição de distância para dois vetores x, y ∈ Rn como segue:
n
!1/2
p X
2
ρ(x, y) = ||x − y|| = (x1 − y1 )2 + (x2 − y2 )2 + . . . + (xn − yn )2 = (xk − yk ) (1.6)
k=1
Definição 1.7 O espaço n-dimencional Rn com a (métrica) distância definida pela fórmula (1.6)
chama-se espaço euclideano n−dimensional.
Como veremos mais adiante, a ε-vizinhança do ponto a são todos os pontos próximos de a desde que
ε seja suficientemente pequeno. A ε-vizinhança do ponto a também chama-se bola aberta em Rn de
raio ε > 0 e centro no ponto a.
Agora vamos introduzir a noção de sequências numéricas em Rn que são extensões de sequências
numéricas em R.
∞
Definição 1.9 Uma sequência numérica em Rn é uma função x(m) m cujos elementos, são pontos
x(m) ∈ Rn , definidos por:
8
∞
Definição 1.10 O ponto a ∈ Rn chama-se limite da sequência x(m) m
, se
x(m) ∈ Uε (a) ∀m ≥ nε .
L ⊇ L1 ⊇ L2 ⊇ · · ·
Pelo teorema dos intervalos encaixantes, segue que existe xo tal que xo ∈ ∩∞ k Lk , ou seja xo é um
ponto de acumulação de X. De fato, caso não seja, ∃ ε > 0 , tal que (Bδ (xo ) \ {xo }) ∩ X = ∅, existe
n ∈ N tal que Ln ⊂ Bδ (xo ), ou que é uma contradição.
9
1.4 Conjuntos Abertos e Fechados
1.4.1 Conjuntos Abertos
Definição 1.14 O ponto x ∈ Rn chama-se ponto interior do conjunto X ⊂ Rn , se
∃ε > 0 : Uε (x) ⊂ X.
Podemos interpretar a Definição (1.14) da seguinte forma: Diz-se que o ponto P = (p1 , p2 , . . . , pn ) é
ponto interior de X, se existe um número positivo ε tal que o conjunto de pontos
p
Bε (P ) = {(x1 , x2 , . . . , xn ) ∈ Rn ; (x1 − p1 )2 + (x2 − p2 )2 + . . . + (xn − pn )2 < ε},
está contido em X.
O conjunto Bε (P ) é chamado de bola aberta de raio ε e centro no ponto P .
Um subconjunto de Rn que contenha uma bola aberta de centro P e raio ε diz-se uma vizinhança
do ponto P e denota-se por Uε (P ).
Vamos denotar por Int(X) o conjunto de todos os pontos interiores de X.
Definição 1.15 Diz-se que o conjunto X ⊂ Rn é aberto, se cada um dos seus pontos é ponto interior.
Exemplos de conjuntos abertos trivias são os conjuntos X = Rn e X = ∅.
Lema 1.3 A vizinhança de a, Uε (a), a ∈ Rn , é um conjunto aberto de Rn .
Prova: Vamos provar que qualquer ponto de Uε (a) é um ponto interior. Seja x ∈ Uε (a). Então se
denotarmos por r = |x − a|, temos ε − r > 0. Denotemos por δ = ε − r, assim é suficiente mostrar
que Uδ (a) ⊂ Uε (a), isto é, qualquer ponto y ∈ Uδ (a) petence à Uε (a). Como y ∈ Uδ (a), |y − x| < δ,
então pela desigualdade triangular:
|y − a| = |y − x + x − a| ≤ |y − x| + |x − a| < δ + r = ε,
ou seja y ∈ Uε (a).
De forma análoga podemos mostrar que paralelepipedos abertos n− dimensionais também são
conjuntos abertos.
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Teorema 1.4 A união arbitrária de conjuntos finitos ou infinitos de abertos é um conjunto aberto.
A interseção limitada de conjuntos abertos é um conjunto aberto.
Prova: Seja {Gα )α uma coleção de conjuntos abertos, e seja
[
G= Gα ,
α∈A
Definição 1.17 O conjunto X chama-se fechado, se ele contém todos os seus pontos de aderência.
É fácil observar que o ponto x é ponto de aderência do conjunto X se e somente se, quando existe
uma sequência de pontos que pertencem a X diferentes de x e além disto, convergem para x. Em
termos matemáticos, podemos escrever a definição 1.17, na seguinte forma
∃ (x(m) )∞
1 : a 6= x
(m)
∈X (∀m ∈ N), lim x(m) = a.
m→∞
Uma forma equivalente à Definição 1.17, pode ser formulado asiim, o conjunto X é fechado, se o
limite de qualquer sequência convergente com elementos em X pertence a X.
Exemplos de conjuntos fechados podem ser, os conjuntos finitos e o conjunto vazio, pois eles não
possuem pontos aderentes.
X = X ∪ {x : x − ponto aderente de X}
11
Lema 1.4 O fecho X do conjunto X ⊂ Rn é um conjunto fechado.
Definição 1.20 Um ponto a chama-se ponto fronteira do conjunto X, se cada vizinhança sua Uε (a)
(bola aberta com centro em a e raio ε) contém pontos que pertencem a X e pontos que não pertencem
a X.
12
Prova: Seja A um conjunto aberto. Se x ∈ ∂A, então x não pode pertencer a A, pois cada ponto
de A é ponto interior, e qualquer vizinhança de um ponto de ∂A deverá conter pontos que não
pertençam a A.
De outro lado, seja ∂A ∩ A = ∅. Se o ponto x ∈ A, então x ∈ / ∂A e existe uma vizinhança de x,
com todos os seus pontos pertencentes a A, pois caso contrário, o ponto x pertenceria a fronteira do
conjunto A, ou seja A é aberto.
Prova: Esta afirmação segue do teorema anterior, pois a fronteira do conjunto também é fronteira
do seu complementar.
A seguir vamos enunciar um teorema análogo ao Teorema 1.4.
Teorema 1.8 A interseção arbitrária de conjuntos finitos ou infinitos fechados é um conjunto fe-
chado.
A união limitada de conjuntos fechados é um conjunto fechado.
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Observação 1.2 No Teorema (1.8) é significativo considerar a união finita de fechados. Pois, se
considerarmos os conjuntos fechados Fk ⊂ R, na forma
1
Fk = 0, 1 − , k ∈ N,
k
não é fechado.
Definição 1.21 O conjunto não vazio de Rn chama-se compacto, se ele é fechado e limitado.
Da definição acima, podemos dizer que o conjunto compacto contém todos os seus pontos de acu-
mulação e eles se encontram reduzidos a um pedaço finito do espaço euclideano.
Mas, infelizmente a definição 1.21 não é topológica, pois a limitação de um conjunto necessita da
função distância em Rn para estar bem definido. Por este motivo, vamos introduzir uma definição
mais topológica.
A equivalência destas duas definições de compacidade é dado pelo famoso teorema a seguir.
14
Para a prova deste importante teorema vamos indicar alguns livros interessantes [6], [8] e [12].
Exemplo 1.7 1. A famı́lia de abertos {(−x, x); x > 0} é uma cobertura não enumerável de R
que não possui uma subcoleção finita que cubra R.
2. A coleção de bolas abertas {Bδ (x); x ∈ Rn , δ > 0} é uma cobertura de Rn mas não possui uma
subcoleção finita de bolas abertas que cobra Rn .
A seguir elencamos duas propriedades importantes que seguem da definição.
Proposição 1.1 Todo subonjunto fechado de um conjunto compacto é compacto.
Demonstração: Seja K um conjunto compacto e S L ⊂ K um subconjunto S fechado. Por′ definição,
existe uma famı́lia {Bα } de abertos, tal que, K ⊂ α∈I Bα . Daqui, L ⊂ i∈I′ Bi , com I ⊂ I, pois
[ S
K = (K \ L) ∪i∈I Bi . Como L ∩ (K \ L) = ∅, podemos extrair uma subcobertura de i∈I′ Bi ,,
digamos {B1 , B2 , · · · , Bm }, tal que L ⊂ m
S
i=1 Bi . Segue daqui que L é compacto.
Observe que nem todo subconjunto de um compacto é compacto. Por exemplo, a bola fechada
de raio r e centro no ponto xo , definido por
Q
Teorema 1.10 (Tychonov) Seja {Ki , i ∈ I} uma famı́lia de compactos não vazios. Então i∈I Ki
é compacto.
Decidimos enunciar este teorema importante sem prova-lo, porque queremos dar um exemplo de um
conjunto compacto que consideraremos mais na frente.
Exemplo 1.8 O paralelepipedo
15
n
Teorema 1.11 (Cantor) Sejam {Kn , n ∈ I} uma famı́lia de compactos \ não vazios em R , tal que
forma uma sequência decrescente: K1 ⊃ K2 ⊃ · · · ⊃ Kn ⊃ · · · . Então Kn 6= ∅.
n∈I
16
1.5 Exercı́cios do Capı́tulo 1
1. Determine quais dos seguintes conjuntos de R2 são abertos, fechados e/ou limitados
(g) G = {(x, y) ∈ R2 ; y ≤ x2 };
(x + 2)2 (y − 1)2
(i) S = {(x, y); + = 1};
25 4
é um conjunto aberto em R2 .
17
6. Mostre que o conjunto finito M = {p1 , p2 , · · · , pn } ⊂ Rn com pi ∈ Rn , i = 1, 2, · · · , n é
compacto.
(a) [0, 5) ⊂ R;
1 1
(c) {1, , · · · , , · · · };
2 n
1 1
(d) {0, 1, , · · · , , · · · }.
2 n
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Capı́tulo 2
Neste capı́tulo vamos estender a ideia de integral definida de uma função de uma variável para
integrais duplas, triplas e múltiplas de funções de duas, três e mais variáveis. A definição destas
integrais permitirão calcular áreas, volumes, massas, centros de gravidade, etc.
2.1 Motivação
A integral simples de uma função real de variável real, foi introduzida no calculo I, com intuito de
calcular, por exemplo, a área limitada por uma função f (x) no intervalo a < x < b. A integral
dupla foi introduzida na matemática entre outras, por um necessidade, a de poder calcular o volume
limitado por cima por uma superfı́cie arbitrária S no espaço R3 , as 4 paredes planas laterais e por
baixo por uma superfı́cie plana horizontal retangular D = [a, b] × [c, d] (ver figura xxx). È claro
que, precisamos conhecer com antecedência a função f (x, y) que define a superfı́cie S. Imaginemos
que temos um deposito de arroz, e precisamos saber qual é o volume total de arroz que podemos
armazenar?. Qual seria o procedimento experimental que nos permite calcular pelo menos aproxima-
damente o volume deste deposito?. Um método fácil seria empilhar tijolos do mesmo tamanho (com
volume previamente determinado) até preencher todo o deposito. Logo, bastaria contar o número
total de tijolos e multiplicar pelo volume de um tijolo, determinando assim o volume total que pode-
mos armazenar. Neste procedimento, haveria um pequeno erro, relativo aos espaços na vizinhança
do teto que não foram preenchidos totalmente. Entre tanto, é natural pensar que se tivermos tijolos
menores, poderiamos preencher maior numero de tijolos no armazém, o ganho seria que os espaços
vazios que não conseguirmos preencher com os tijolos agora seriam menores. Logo comparando com
o casso anterior, o volume calculado do armazém utilizando tijolos menores daria um valor mais real,
mais próximo ao valor real do volume do armazém. Do ponto de vista teórico, este procedimento
para calcular o volume de um sólido, podemos realizar com tijolos cada vez menores. Ou seja, o
número total de blocos que ocupam o volume do solido vai aumentando conforme o tamanho ou
dimensão do bloco individual vai diminuindo. É de se esperar que, quando o tamanho de cada bloco
fundamental vai ficando cada vez menor, o número de blocos fundamentais pra preencher o volume
do solido vai aumentando indefinidamente, e os espaços vazios perto do teto de forma arbitraria vão
se reduzindo e tendendo como limite a zero.
Finalmente é de se esperar que o volume exato do sólido, será igual ao limite da soma dos volumes
dos blocos fundamentais, quando o número deles vai a infinito.
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Sendo ∆vi o volume diferencial ou volume fundamental. O ı́ndice i é para indicar que em geral os
volumes dos tijolos fundamentais em principio podem ser diferentes. De qualquer forma temos que
ter o controle do volume de cada unidade fundamental e o numero deles para preencher o volume total
do solido W . A ideia anterior é a base teórica da chamada soma de Riemann que define formalmente
uma integral dupla numa região de integração.
As aplicações da integração dupla são muitas, calculo de massa de objetos tridimensionais com
densidade variável; calculo do centro de massa de laminas, de sólidos tridimensionais; o calculo do
momento de inércia, seja em coordenadas cartesianas, esféricas o cilı́ndricas, isto dependendo da
simetria do objeto em estudo. Calculo da carga total de objetos metálicos (sólidos tridimensionais
ou superfı́cies bidimensionais) com uma distribuição de carga de densidade arbitraria.
Outra motivação para estudar integração dupla ou tripla, é por exemplo, se queremos calcular a
àrea de uma superfı́cie arbitrária dentro do espaço R3 , ou quando desejamos calcular a quantidade
carga elétrica distribuida numa superfı́cie arbitrária ou uma região volumétrica
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2.2 Soma de Riemann e integração dupla
Seja F uma função real de variável vetorial,
F : D ⊂ R2 → R
(x, y) → F (x, y) (2.1)
Logo, o sólido W que está acima do retângulo D e debaixo da superfı́cie “S” e limitada lateralmente
pelas quatro paredes verticais (planos verticais: x = a, x = b, y = c, y = d ), e está definido como
segue :
W = {a ≤ x ≤ b, c ≤ y ≤ d, 0 ≤ z ≤ f (x, y)}.
Para calcular o volume do sólido W, precisamos subdividir a região de integração D em sub-
retângulos, chamaremos isto de partição.
Antes de analizar o caso da particão mais geral no dominio D, vamos analisar um caso especial,
o caso da partição homogênea
Ao retângulo D iremos dividir da seguinte maneira:
21
O intervalo [a,b] iremos dividir em n partes iguais, logo cada parte tem ∆x = b−an
como com-
primento. O intervalo [c,d] iremos dividir em m partes iguais, logo cada parte tem ∆y = d−c
m
como
comprimento. Desta maneira temos nm sub-retângulos iguais da mesma área ∆A = ∆x∆y , como
podemos ver na figura (2.3).
Na figura anterior,
x1 = a, xn+1 = b, y1 = c, ym+1 = d
O ponto →
−
r ∗ = x∗i , yj está localizado arbitrariamente dentro do retângulo Dij , ou seja
∗
Adicionalmente:
xi = x1 + (i − 1) ∆x = a + (i − 1) ∆x (2.3)
yj = y1 + (j − 1) ∆y = c + (j − 1) ∆y (2.4)
ou
Onde i = 1, 2, . . . , n + 1; j = 1, 2, . . . , m + 1.
A seguir iremos colocar um paralelepı́pedo sobre o retângulo Dij com altura igual a − →r∗ =
f x∗i , yj∗ , isto significa que a parte superior deste paralelepı́pedo bate a superfı́cie S : z = f (x, y),
pelo menos parcialmente, desde que a superfı́cie é arbitraria, e o topo do paralelepı́pedo é retangular,
logo o encaixe não será perfeito. O volume desta caixa retangular é dado pelo produto da área da
base pela altura da caixa, logo:
22
Figura 2.4: Solido W
Podemos dizer também que o volume desta caixa retangular é aproximadamente igual ao volume
do sólido limitado por baixo pelo retângulo Dij e superiormente pela superfı́cie S, a pesar que o volume
da caixa retangular será um pouco menor. De qualquer forma, quanto menor for as dimensões do
retângulo Dij tanto melhor será a aproximação do volume do sólido pelo volume do paralelepı́pedo.
Se repetirmos este processo pra todas as caixas retangulares no domı́nio D , e somar os volumes
de cada paralelepı́pedo, então iremos obter um valor aproximado do volume total do solido W .
Logo:
i=n,j=m i=n,j=m
X X
f x∗i , yj∗ ∆x∆y
vol (W ) ≈ ∆Vij =
i=1,j=1 i=1,j=1
Esta forma de calcular o volume do solido W será tanto melhor, quanto maior for a partição do
domı́nio retangular D. Isto podemos perceber das seguintes relações:
∆x = b−a
n
, ∆y = d−c
m
Quanto maior for n e m, tanto menor será ∆x e ∆y, já que a,b,c,d são números fixos.
E quanto menor for as dimensões laterais ∆x e ∆y então tanto melhor vai encaixar os parale-
lepı́pedos no topo do sólidos W(no contato com a superfı́cies S).
Por tanto é natural realizar o processo de limite e finalmente:
i=n,j=m
X
f x∗i , yj∗ ∆x∆y
vol (W ) = lim
n→∞,m→∞
i=1,j=1
23
Definição.- Seja uma função real de duas variáveis f : D ⊂ R2 → R, e limitada no domı́nio
D = {a ≤ x ≤ b, c ≤ y ≤ d.} . A integral dupla da função f sobre o retângulo D é :
ZZ
I (f ) = f (x, y) dA = lim Snm
D n→∞,m→∞
......(5.3)
se o limite existir.
Sendo
i=n,j=m
X
Snm = f (xi , yj ) ∆x∆y
i=1,j=1
i=n,j=m
X
Iinf = fm (xi , yj ) ∆x∆y
i=1,j=1
RR
o valor aproximado de D f (x, y) dA por soma inferior. Onde fm (xi , yj ) é o mı́nimo da função
na unidade fundamental Ξij .
De forma similar, podemos definir
i=n,j=m
X
Isup = fM (xi , yj ) ∆x∆y
i=1,j=1
RR
Como o valor aproximado de D f (x, y) dA por soma superior. Onde fM (xi , yj ) é o máximo da
função na unidade fundamental Ξij . Logo vale a desigualdade a seguir:
Iinf ≤ I (f ) ≤ Isup
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Teorema 2.1 A função f (x, y) limitada no retângulo D; é integrável se
e somente se os limites a seguir existem e são iguais.
Solução.-
Consideremos a partição regular
ZZ i=n,j=m
X
f (x, y) dA = lim f (xi , yj ) ∆x∆y (2.7)
D n→∞,m→∞
i=1,j=1
De (5.1) e (5.2) :
4
xi = x1 + (i − 1) ∆x = 0 + (i − 1)
n
2
yj = y1 + (j − 1) ∆y = 2 + (j − 1)
m
Substituindo na somatória de Riemann
25
i=n j=m
X 4i 4
X 2j 2 4 2
Snm = { − 2+ − + 2}
i=1 j=1
n n m m n m
i=n j=m
X
X 2 4i 4 2j 4i 4 8
Snm = { 2− − + − + 2}
i=1 j=1
m n n m n n nm
i=n j=m
X i=n j=m
X 2j 4i 4 8
X 2 4i 4 8 X
Snm = 2− − +2 + −
i=1 j=1
m n n nm i=1 j=1
m n n nm
Inicialmente iremos somar no ı́ndice j, para isto vamos utilizar algumas propriedades de somatória.
1
m
X
a = ma
j=1
Logo,
m
X 2 4i 4 8 2 4i 4 8
2− − +2 = 2− − +2 m
j=1
m n n nm m n n nm
m m
X 2j 4i 4 8 4i 4 16 X
− = − 2
j
j=1
m n n nm n n nm j=1
4i 4 16 m (m + 1)
= −
n n nm2 2
Logo,
i=n i=n
X 2 4i 4 8 X 4i 4 8 (m + 1)
Snm = 2− − +2 + −
i=1
m n n n i=1 n n nm 1
n n
64 1 X 16 64 64 X
Snm = 2 1− i+ − 2+ 1+
n m i=1 n n mn2 i=1
26
n
X n
X
32 1 32 1
1+ i− 2 1+ 1
n2 m i=1
n m i=1
64 1 n (n + 1) 16 64 64
Snm = 2 1− + − 2+ n+
n m 2 n n mn2
32 1 n (n + 1) 32 1
1+ − 2 1+ n
n2 m 2 n m
1 1 64 64
Snm = 32 1 − 1+ + 16 − + +
m n n mn
1 1 32 1
16 1 + 1+ − 1+
m n n m
A seguir tomamos o limite n → ∞, m → ∞
ZZ
f (x, y) dA = lim Snm = 64
D n→∞,m→∞
dV = f (x, y) dA
27
2.3 Integral Dupla em Retângulos
Teorema 2.2 (Teorema de Fubini) Seja a função f contı́nua no retângulo P = [a, b]×[c, d] ⊂ R2 ,
então
Z Z Z bZ d Z b Z d
f (x, y)dxdy = f (x, y)dydx = f (x, y)dy dx. (2.8)
P a c a c
ou Z Z Z d Z b Z d Z b
f (x, y)dxdy = f (x, y)dxdy = f (x, y)dx dy. (2.9)
P c a c a
Prova: Rb
No teorema anterior se admite que a f (x, y) dx esta bem definido pra y fixo; e similarmente,
Rd
c
f (x, y) dy esta bem definido para x fixo.
Para demonstrar que a integral dupla da função f sobre D é do tipo I (equação 2.8) , iremos
proceder da seguinte maneira.
Vamos contruir uma lamina infinitesimal de espesura dy localizada no ponto y , paraleo ao eixo
x , limitada superiormente pela superficie S : z = f (x, y), ver a figura (2.5).
Figura 2.5:
dV = Af atia (x)dy
Sendo a função Af atia (x) a área de face lateral da lamina infinitesimal, ainda a ser determinada.
Logo o volume de W se determina assim:
Z Z y=d
vol(W ) = dV = Af atia (x)dy.
y=c
R x=b
De acordo a figura (2.6), a função Af atia (x) = x=a
f (x, y)dx
Substituindo
28
Figura 2.6:
Z Z Z y=d Z x=b
vol(W ) = dV = [ f (x, y)dx]dy. (2.10)
y=c x=a
2 1 x y 1
= x + dx = + =
0 4 3 4 0
1 1 7
= + = .
3 4 12
Z Z
Exemplo 2.3 Calcule a integral (xy + 1)dxdy em que P = [1, 2] × [2, 4].
P
Calculamos esta integral de duas formas. Primeiramente usando a fórmula (2.8).
Z 2 Z 4 Z 2 2
y
Z Z 4
(xy + 1)dydx = (xy + 1)dy dx = x+y dx =
P Z1 2 2 1 2 2
16 4 2
= x − x + 4 − 2 dy = 3x2 + 2x =
1 2 2 1
= 12 − 3 + 4 − 2 = 11.
29
2.4 Integral dupla em Regiões Elementares Limitadas
Agora vamos estender os resultados do Teorema de Fubini obtidos no retângulo P para regiões
que chamaremos de Elementares Limitadas.
Definição 2.3 O conjunto
onde as funções ϕ e ψ são contı́nua em [a, b] e ϕ ≤ ψ em [a, b], chamaremos de elementar com
relação ao eixo y
Observe que Ω é um conjunto bidimencional mensurável.
Figura 2.7:
Teorema 2.3 Seja Ω um conjunto elementar com relação ao eixo y, e seja f uma função integrável
Z ψ(x)
em Ω, e para cada x ∈ [a, b] existe a integrável de f (x, y)dy. Então
ϕ(x)
Z Z Z bZ ψ(x)
f (x, y)dxdy = f (x, y)dydx. (2.12)
Ω a ϕ(x)
Prova: Denotemos
c = min ϕ, d = min ψ.
[a,b] [a,b]
Então ......
Corolário 2.1 Seja a função f contı́nua no conjunto elementar Ω (2.11) com relação ao eixo y.
Então vale a igualdade (2.12)
Observação 2.1 O conjunto Ω (2.11) pode ser elementar não somente com relação ao eixo y mas
também pode ser elementar e com relação ao eixo x, isto é,
30
Z Z
Exemplo 2.4 Encontre a integral dupla 4xydxdy, onde R é a região do plano limitado pelas
R
retas x = 1/4, x = 1/2 e y limitado por x2 ≤ y ≤ x.
Z Z Z 1/2 Z x Z
x 1/2
4xydxdy = 4xydy dx = 2xy 2 dx =
R 1/4 x2 1/4 x2
Z 1/2
x4 x6 1/2
3
2x − 2x5 dx =
= − =
1/4
2 3 1/4
1 1 1 1 1 1
= − − − =
2 16 256 3 64 4096
99
= .
4096
Exemplo 2.5 Calculemos a integral da função f (x, y) = x2 y no conjunto Ω, limitado pela parábola
y = x2 e a reta y = 4.
Temos Z Z Z 2 Z 4
2
x ydxdy = x2 ydydx =
Ω Z−22 x2 Z 2
2 4
x4
2y 2
= x dx = x 8− dx =
−2
Z 2 2 x2 −2 2
x6
3
x7 2
2 8x
= 8x − dx = − =
−2 2 3 14 −2
128 128 512
= − = .
3 7 21
Exemplo 2.6 Calculemos a integral da função f (x, y) = x4 y no conjunto Ω. Onde Ω é um triângulo
com vêrtices 0(0, 0), A(1, 0), B(1, 1).
Podemos interpretar o triângulo Ω como uma região elementar com relação ao eixo y. Assim,
observamos que
Ω = {(x, y) : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ x} ⊂ R2 .
31
Figura 2.9: Domı́nio Ω, triângulo com vêrtices 0(0, 0), A(1, 0), B(1, 1)
Z Z Z 1 Z x
4
x ydxdy = x4 ydydx =
Ω Z0 1 0 2 x Z 1
4y x2
= x dx = x4 dx =
Z0 1 6 2 0 7 1 0 2
x x
= dx = =
0 2 14 0
1
= .
14
Exemplo 2.7 Calcule a seguinte integral dupla
Z Z
xydxdy,
Ω
onde Ω é um triângulo com vértices 0(0, 0), A(2, 0), B(2, 1).
Z Z Z 2 Z x/2
xydxdy = xydydx =
Ω Z0 0
2 Z 2 2
y 2 x/2 x
= x 0 dx = x dx =
Z0 2 32 0 8
x x4 2
= dx = 0 =
0 8 32
1
= .
2
Exemplo 2.8
ZZ ZZ ZZ
(3xy + 4 cos (xy) y) dxdy = 3 x y dxdy + 4 cos (xy) y dxdy
D D D
32
Proposição 2.2 (Aditividade da Integral) Sejam D1 , D2 , . . . Dn subconjuntos do domı́nio D, tal
que D = D1 ∪ D2 ∪ . . . ∪ Dn e Di ∩ Dj = {∅, ∀i 6= j, i = 1,RR 2, . . . , n; j = 1, 2, . . . , n.}. Seja a função
f (x, y) integrável no domı́nio Di , i = 1..n. Logo a integral D f (x, y) dxdy existe e
ZZ n ZZ
X
f (x, y) dxdy = f (x, y) dxdy
D i=1 Di
Figura 2.10:
Exemplo 2.9
Z 4 Z 8 Z 4 Z 5 Z 4 Z 8
2 2
cos xy 2 dxdy
cos xy dxdy = cos xy dxdy +
2 0 2 0 2 5
Figura 2.11:
33
Exemplo 2.10 No intervalo [0, 2] × [0, 4] temos:
Proposição 2.4 Seja a função f (x, y) integrável no domı́nio D , então a função |f (x, y) | é
integrável em D, e
ZZ ZZ
| f (x, y) dxdy| ≤ |f (x, y) |dxdy
D D
Proposição 2.5 Se a função f (x, y) é separável: f (x, y) = g (x) h (y) então, no domı́nio retangular
D = [a, b] × [c, d] , vale
ZZ Z b Z d
f (x, y) dx dy = g (x) dx h (y) dy
D a c
Exemplo 2.11 ZZ Z b Z d
2
xy cos xdxdy = x cos x dx y 2 dy
D a c
em que D = [a, b] × [c, d] .
Proposição 2.6 Sejam as funções f (x, y) e g(x, y) integráveis no domı́nio D. Então seu produto
f (x, y)
f (x, y)g(x, y) e sua divisão são integráveis em D, desde que |g(x, y)| =
6 0.
g(x, y)
T~ : Ω∗ → Ω
(u, v) 7→ T~ (u, v) = (x(u, v), y(u, v)) (2.15)
34
Figura 2.12: T : Aplicação vetorial
Figura 2.13:
∂x ∂x
∂(x, y) ∂u ∂v 6= 0 em Ω∗ ,
J(u, v) = = det
∂y ∂y
∂(u, v)
∂u ∂v
onde J(u, v) é o determinante de Jacob1 ou Jacobiano.
Em resumo:
dA = dudv → dA = dxdy = |J(u, v)|dudv.
1
K.G.Jacob (1804-1851), grande matemático e mecânico alemão
35
Agora vamos enunciar o teorema de mudança de variáveis nas integrais duplas.
Teorema 2.4 Seja f (x, y) uma função contı́nua em Ω, e a função T~ de classe C 1 em Ω∗ . Então a
mudança de variáveis na integral dupla é dado pela fórmula
Z Z Z Z
f (x, y)dxdy = f (x(u, v), y(u, v))|J(u, v)|dudv, (2.16)
Ω Ω′
Z Z
Exemplo 2.12 Determine a integral dupla ln xy dydx no domı́nio Ω limitado pelas curvas
D
1 4
y = 2x, y = x, y = , y = do primeiro quadrante no plano xy.
x x
y = 2x → v = 2; y = x → v = 1; yx = 1 → u = 1, xy = 4 → u = 4,
Figura 2.14:
u √
r
~
(x, y) = T (u, v) = ( , uv)
v
que permitirá calcular o Jacobiano da transformação de coordenadas
√
∂x ∂x 1 u
2√uv − √ 3
J(u, v) = det ∂u ∂v √ 2√ v = 1 .
∂y ∂y = v u 2v
√ √
∂u ∂v 2 u 2 v
De acordo ao teorema 2.4
36
1
Z Z Z Z
ln(xy)dxdy = ln u dudv.
Ω Ω∗ 2v
A integral dupla anterior é separável, logo
2 4
1
Z Z Z Z
ln(xy)dxdy = dv ln u du,
Ω 1 2v 1
1
= [ln v]|21 [u ln u − u]|41
2
ln 2 (8 ln 2 − 3)
= .
2
Observa-se que as funções em (2.18) são continuamente diferenciais, e cujo Jacobiano é dado por
D(x, y) cos θ −ρ sen θ
J(ρ, θ) = = = ρ ≥ 0.
D(ρ, θ) sen θ ρ cos θ
Consideremos a equação
ρ = ξ(θ) (θ1 ≤ θ ≤ θ2 ),
onde ξ(θ) é contı́nua no intervalo [θ1 , θ2 ] e define em coordenadas polares a curva Γ.
Vamos considerar que 0 < θ2 − θ1 ≤ 2π. Então a curva Γ é tal que, qualquer raio que sai do polo 0
sob um ângulo θ ∈ (θ1 , θ2 ) corta a curva Γ em um único ponto.
Consideremos no plano 0xy o domı́nio Ω, limitado pelos raios θ = θ1 , θ = θ2 e a curva Γ. Nestas
condições, dizemos que qualquer ponto (x, y) ∈ Ω corresponde pela equação (2.18) a um único par
(ρ, θ).
Assim, se a definimos uma função f (x, y) contı́nua em Ω, obtemos pelo Teorema (3.5),
Z Z Z θ2 Z ξ(θ)
f (x, y)dxdy = f (ρ cos θ, ρ sen θ)ρdρdθ. (2.19)
Ω θ1 0
37
Exemplo 2.13 Calcular a integral Z Z
2 +y 2
ex .
x2 +y 2 ≤R2
obtemos
Z Z Z 2π Z 5 Z 5
p x=ρ cos θ,y=ρ sen θ
cos x2 + y 2 dxdy = cos ρ.ρdρdθ = 2π ρ cos ρdρ =
42 ≤x2 +y 2 ≤52 Z 5 0 4 Z 5 4
5
= 2π ρd sen ρ = 2π ρ sen ρ − sen ρdρ =
4 4 4
5
= 2π 5 sen 5 − 4 sen 4 + cos ρ =
4
= 2π [5 sen 5 − 4 sen 4 + cos 5 − cos 4] .
38
Donde segue que 0 ≤ ϕ ≤ π/2 e 0 ≤ r ≤ a. E como o Jacobiano da mudança de coordenadas é r,
temos Z a Z √a2 −x2 p Z π/2 Z ap
dx x2 + y 2 dy = dϕ r 2 cos2 ϕ + r 2 sen2 ϕrdr =
0 0 0
Z π/2 0
Z ap
= dϕ r 2 (cos2 ϕ + sen2 ϕ)rdr =
0Z 0
π a 2 π r3 a
= r dr = =
2 0 2 3 0
π a3 πa3
= = .
2 3 6
Da figura 2.16 é fácil ver que o ponto A de interseção da parábola com o eixo das abcisssas é
(−2, 0). De forma similar o ponto de interseção B da parábola com a reta y = 2x é obtido resolvendo
o par de equações
y = 4 − x2 , y = 2x;
√ √
assim de: 4 − x2 = 2x donde x2 + 2x − 4 = 0 obtemos B = ( 5 − 1, 2( 5 − 1)).
Figura 2.16:
Em seguida
√
D = {(x, y) ∈ R2 , −2 ≤ x ≤ 0, 0 ≤ y ≤ 4 − x2 } ∪ {(x, y) ∈ R2 , 0 ≤ x ≤ 5 − 1, 2x ≤ y ≤ 4 − x2 }
39
√
Z 0 Z 4−x2 Z 5−1 Z 4−x2
A(D) = dydx + dydx
−2 0 0 2x
√
Z 0 Z 5−1
A(D) = (4 − x2 )dx + (4 − x2 − 2x)dx
−2 0
√
16 √ ( 5 − 1)3 √
A(D) = + 4( 5 − 1) − − ( 5 − 1)2 .
5 3
Exemplo 2.17 Calcule a área da região limitada pela elipse dada pela equação
x2 y 2
+ 2 = 1. (2.20)
a2 b
A solução desta questão foi feita no capı́tulo 2 do livro de cálculo II (referência [?]) utilizando
integração simples. Aqui vamos fazer uma abordagem diferente. Consideremos a transformação de
coordenadas
Figura 2.17:
x2 y 2
A equação da elipse + 2 = 1 via a transformação T fica:
a2 b
(ar cos θ)2 (br sin θ)2
+ = 1 ⇒ r = 1, 0 ≤ θ ≤ 2π.
a2 b2
Assim, como podemos visualizar na figura 2.17, a região retangular
D ∗ = {(θ, r) ∈ R2 , 0 ≤ r ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ 2π}
x2 y 2
D = {(x, y) ∈ R2 , + 2 ≤ 1}.
a2 b
Pela equação (2.16) do teorema 2.4
40
Z Z Z Z
A(D) = dydy = |J(θ, r)|drdθ.
D D∗
em que
∂x ∂x
∂r ∂θ a cos θ −a r sin θ
J(θ, r) = det ∂y ∂y = det = abr.
∂r ∂θ
b sin θ b r cos θ
Finalmente Z 2π Z 1
A(D) = abrdrdθ = πab.
0 0
Observamos que se a = b, a elipse transforma-se em uma circunferência de raio a, cuja área, limitada
pela circunferência (cı́rculo) é A(círculo) = πa2 .
y 2 = 10x + 25 e y 2 = −6x + 9.
y 2 − 25 −y 2 + 9
= x, = x. (2.22)
10 6
Agora, igualando estas duas equações e resolvendo com relação a y, obtemos os pontos de interseção.
y 2 − 25 9 − y 2 − 25
= ,
10 6
donde y 2 = 15. Substituindo este valor de y 2 em qualquer equação de (2.22), obtemos x = −1.
Assim √ √
(xA , yA ) = (−1, − 15), (xB , yB ) = (−1, 15).
A região em estudo pode-se escrever como uma região tipo II, assim:
√ y 2 − 25 9 − y2
Ω = {(x, y) ∈ R2 , − 15 ≤ y ≤, ≤x≤ }
10 6
41
Em seguida
2
Z 9−y Z √
15
Área(Ω) = √ 6 dxdy
2
− 15
y − 25
Z √15 10
9 − y 2 y 2 − 25
= √ ( − )dy
− 15 6 10
16 √
= 15.
3
ExemploR 2.19
R Integral dupla em regiões planas polares arbitrárias
Calcular Ω
f (x, y)dxdy na região planar
Ω = {(r, θ) ∈ R2 , θ1 ≤ θ ≤ θ2 , ξ1(θ) ≤ r ≤ ξ2 (θ)} (2.23)
1
Aplique em particular quando: f (x, y) = p e r = 4, r = 2(1 + cos θ), θ1 = 0, θ2 = π/2..
x + y2
2
Por questões geométricas o elemento de área infinitesima na região polar Ω pode se calcular assim
dA = rdθdr 2 , então
Z Z Z Z Z Z
f (x, y)dxdy = f (x, y)dA = f (x(r, θ), y(r, θ))rdrdθ (2.24)
Ω Ω Ω
Em particular :
π π
4
1
Z Z Z Z Z
2 2
f (x, y)dxdy = rdrdθ = (2 − 2 cos θ)dθ = π − 2.
Ω 0 2+2 cos θ r 0
Observação 2.2 Para calcular área da região plana Ω apresentada na equação (2.23), basta aplicar
a fórmula (2.24) quando f (r, θ) = 1, assim:
Z Z Z θ2 Z ξ2 (θ)
A(Ω) = rdrdθ = rdrdθ
Ω θ1 ξ1 (θ)
2
Nesta abordagem, o Jacobiano da transformação aparece naturalmente.
42
θ2
1
Z
A(Ω) = (ξ22 (θ) − ξ12(θ))dθ. (2.25)
2 θ1
Figura 2.20:
Primeiro vamos determinar a área da pétala localizada √ no primeiro quadrante. πÉ necessário
achar os limites de integração, isso ocorre quando r = 2 sin 2θ = 0, donde θ = {0, 2 , π, 3 π2 , 2π}.
Em seguida, pela fórmula (2.25) de área de regiões planas do tipo apresentado na figura (2.19), em
coordenadas polares
θ2 = π2
1
Z
A(pétala) = (4 sin 2θ − 02 )dθ = 2.
2 θ1 =0
Em seguida vamos calcular a área da região limitada interiormente pela circunferência de raio 1
e externamente pela pétala (o complemento da zona azul dentro da pétala). Novamente aplicando a
fórmula (2.25)
1 θ2
Z
C
A(azul ) = (4 sin 2θ − 12 )dθ.
2 θ1
θ1 , θ2 são as coodenadas angulares dos dois pontos de intercepto de ambas curvas no primeiro
√ 1 π
quadrante. Resolvendo o sistema r = 1, r = 2 sin 2θ é fácil obter θ1 = arcsin(1/4), θ2 = − θ1 .
2 2
Substituindo na integral e resolvendo
1 √ π
A(azulC ) = ( 15 + arcsin(1/4) − ).
2 2
1 √ π
Finalmente, a área requerida é A(pétala) − A(azulC ) = 2 − ( 15 + arcsin(1/4) − ).
2 2
43
2.8 Cálculo do Volume de um Corpos
Consideremos o espaço tridimensional, onde está definido o sistema de coordenadas cartesianas
0xyz. Consideremos o conjunto limitado mensurável Ω ⊂ R2 . Definimos a função contı́nua f : Ω →
R. Assim, a superfı́cie continua S fica definido como sendo o gráfico da função f :
Ω1 , Ω2 , · · · , Ωn ,
tais que a interseção dos ωi sejam somente nas suas fronteiras. Agora, escolhamos arbitrariamente
pontos (ηi , λi ) ∈ Ωi , i = 1, 2, · · · , n e formemos a soma de Riemann:
n
X
Rn = f (ηk , λk )µ(Ωk ). (2.26)
k=1
Obviamente a soma de Riemann (2.26) nós dará uma aproximação do volume do corpo considerado,
isto é: n
X
V olcorpo ≈ f (ηk , λk )µ(Ωk ).
k=1
Agora se para qualquer partição, os diametros de cada parte Ωi : d(Ωi ) tendem a zero, nós teremos
naturalmente o volume do corpo, claro desde que o limite exista. Assim,
Xn Z Z
V olcorpo = lim f (ηk , λk )µ(Ωk ) = f (x, y)dxdy.
max d(Ωk ) Ω
k=1
Exemplo 2.21 Calcule o volume do corpo limitado pelo gráfico da função z = x2 + y 2 e pelo plano
z=4
44
Figura 2.22: Volume do paraboloide z = x2 + y 2
Assim, Z Z ZZ
2 2
Volume(paraboloide) = (x + y )dxdy = (x2 + y 2)dxdy =
Ω
Z 2π Z 2 x2 +y 2 ≤22
ρ4 2
= ρ3 dρdϕ = 2π =
0 0 4 0
= 8π.
ϕ
~ (θ, z) = (R cos θ, R sin θ, z), (2.27)
45
em que 0 ≤ θ ≤ 2π, 0 ≤ z ≤ H.
Ao fixar a variável z = z0 temos a função vetorial ϕ(θ, z0 ) = (R cos θ, R sin θ, z0 ) que representa uma
circunferência de raio R localizado em z = z0 . Assim, fixando z no retângulo D = [0, 2π] × [0, H], a
função ϕ transforma retas horizontais em circunferências, como podemos ver na figura (2.23).
Por outro lado, ao fixar a variável θ = θ0 temos a função vetorial ϕ(θ0 , z) = (R cos θ0 , R sin θ0 , z)
que representa uma reta vertical localizada na abertura angular θ0 em relação ao eixo das abcissas.
Assim, fixando θ0 no retângulo D = [0, 2π] × [0, H], a função ϕ transforma retas verticais em retas
verticais ao longo da circunferência de raio R, como podemos ver na figura (2.24).
46
Resumindo a função vetorial (2.27) mapeia o retângulo D = [0, 2π] × [0, H] no cilindro circular
reto, centralizado no eixo z, como podemos ver na figura a seguir
ϕ : D → R3
(u, v) 7→ ϕ
~ (u, v) = (x(u, v), y(u, v), z(u, v)) (2.28)
47
Exemplo 2.22 A função vetorial
parametriza a superfı́cie cilı́ndrica de raio R e altura H centralizada no eixo Z, e cuja base se encontra
no plano xy, como podemos ver na figura 2.27.
parametriza a superfı́cie esférica centrada na origem de coordenadas e raio R, como podemos ver na
figura a seguir
O Toro da figura (3.17) é uma superfı́cie fechada em forma de rosquinha, como raio interno a e
raio externo b, centralizada na origem de coordenadas.
Para determinar a função vetorial que parametriza a superfı́cie do Toro basta encontrar as co-
−−→
ordenadas do ponto Q ∈ T 1 em relação à origem de coordenadas. Assim, projetando o vetor MQ
na direção horizontal e vertical obtemos MQ ′ = a sin φ e zQ = a cos φ, respectivamente, Q ′ é a
−−→
projeção do ponto Q na prolongamento horizontal de OM. Em seguida projetamos o vetor OQ ′ nas
componentes x e y obtendo xQ = (b + a sin φ) cos θ e yQ = (b + a sin φ) sin θ. Donde
−→
OQ = (xQ , yQ, zQ ) = ((b + a sin φ) cos θ, (b + a sin φ) sin θ, a cos φ).
Finalmente, podemos definir a função vetorial
48
Figura 2.28: ϕ(D) = T 1 = S 1 × S 1
~ : D ⊂ R2 → S ⊂ R3
ϕ
(u, v) 7→ ϕ
~ (u, v) = (x(u, v), y(u, v), z(u, v)), (2.32)
Figura 2.29:
Observamos que as retas (u, v0) ⊂ D e (u0 , v) ⊂ D do plano uv se transformam nas curvas
∂ϕ
~ (u, v0 ) ∂ϕ~ (u0 , v)
~ (u, v0 ) ∈ S e ϕ
ϕ ~ (u0 , v) ∈ S, respectivamente. Seja ϕ ~u = e ϕ
~v = os vetores
∂u ∂v
tangentes as curvas ϕ ~ (u, v0) e ϕ
~ (u0 , v), respectivamente no ponto de interseção ϕ
~ (u0 , v0 ). Em seguida
d~
ϕu = ϕ
~ u du e d~
ϕv = ϕ
~ v dv,
||d~
ϕu × d~
ϕv || = ||~
ϕu du × ϕ
~ v dv|| = ||~
ϕu × ϕ
~ v ||dudv
Quando du e dv são muito pequenos, podemos aproximar a área do paralelogramo de lados du
e dv com a área projetada na superfı́cie RS,R que iremos chamar de dA. Podemos aplicar a soma de
Riemann na superfı́cie S, assim A(S) = dA. Isto é fácil de perceber pois uma partição em D se
traduz numa partição em S via a função ϕ
~ . Finalmente
3
Na prática, as componentes x(u, v), y(u, v), z(u, v) são funções escalares de classe C 1 .
49
Definição 2.5 Área de uma Superfı́cie Parametrizada
~ uma função de classe C 1 definida no dominio retangular D tal
Seja ϕ
que
ϕ : D → S ⊂ R3
(u, v) 7→ ϕ
~ (u, v) = (x(u, v), y(u, v), z(u, v))
Observação 2.3 .
2. É possivel extender a fórmula (2.33) para uma superfı́cie regular com um número finito de
pontos irregulares. Por exemplo, a superfı́cie cônica ϕ(r, θ) = (r cos θ, r sin θ, 2r); r ≥ 0, 0 ≤ θ ≤
2π, com vértice na origem de coordenadas, não é regular no vértice, pois (~ ϕr × ϕ ~ θ )(0, 0)) = ~0.
A pesar de isso, podemos calcular a área da superfı́cie cônica utilizando a fórmula (2.33).
Exemplo 2.25 Determine a área de um cilindro circular reto apresentado no exemplo (2.22).
Exemplo 2.26 Determine a área de uma superfı́cie esférica centralizada na origem de coordenadas
e raio R, parametrizada por
Derivando
∂ϕ
~ (θ, φ) ∂ϕ
~ (θ, φ)
ϕ
~θ = = (R cos θ cos φ, R cos θ sin φ, −R sin θ), ϕ
~φ = = (−R sin θ sin φ, R sin θ cos φ, 0)
∂θ ∂φ
Segue que
50
î ĵ k̂
ϕφ = det R cos θ cos φ R cos θ sin φ −R sin θ = (−R2 sin2 θ cos φ, R2 sin2 θ sin φ, R2 sin θ cos θ)
~ θ ×~
ϕ
−R sin θ sin φ R sin θ cos φ 0
Donde q
||~
ϕθ × ϕ
~ φ || = R4 sin2 θ(sin2 θ + cos2 θ) = R2 | sin θ|,
Para θ ∈ [0, π] temos que sin θ ≥ 0. então
Z Z Z 2π Z π
A(superf. esf érica) = ||~
ϕθ × ϕ
~ φ ||dθdφ = R2 sin θdθdφ = 4πR2 .
D 0 0
Figura 2.30:
De acordo a figura (2.30) vamos projetar o elemento diferencial de área dA ∈ S ao plano xy,
gerando o elemento diferencial de área dAxy ∈ Ω. Observe que ~n e k̂ são vetores unitários ortogonais
aos elementos de área dA e dAxy , respectivamente.
51
Figura 2.31: dAxy = dA cos γ, ∠(~n, k̂) = γ
Figura 2.32:
Z Z q
A(S) = 1 + fx2 + fy2 dxdy,
Z ZΩ p
= 1 + (2x)2 + (2y)2 dxdy.
Ω
52
Da figura (2.32) o domı́nio da função f é circular de raio R, assim, podemos resolver a integral
dupla em coordenadas polares: x = r cos θ, y = r sin θ em que 0 ≤ θ ≤ 2π, 0 ≤ r ≤ R
Z Z p
A(S) = 1 + (2r cos θ)2 + (2r sin θ)2 rdrdθ,
Ω
Z 2π Z R √
= 1 + 4r 2 rdrdθ,
0 0
π
= ((4R2 + 1)3/2 − 1).
6
• Objetos planos
Considere um objeto bidimensional Ω ⊂ R2 , com densidade superficial de massa σ(x, y) : Ω →
R, uma função continua em Ω e σ(x, y) ≥ 0, ∀x, y ∈ Ω. Na posição ~r = (x, y) ∈ Ω definimos
dm
σ(x, y) =
dA
em que dA = dxdy é o elemento diferencial de área, e dm o elemento diferencial de massa.
Segue que Z Z
Massa(Ω) = σ(x, y)dxdy. (2.37)
Ω
dm
σ(~
ϕ(u, v)) =
dA
em que dA = ||~
ϕu × ϕ
~ v ||dudv é o elemento diferencial de área, e dm o elemento diferencial de
massa. Segue que Z Z
Massa(S) = σ(~ ϕu × ϕ
ϕ(u, v))||~ ~ v ||dudv. (2.38)
S
53
Em que dI = ρ2 dm é o elemento diferencial do momento de inércia da massa pontual dm
localizado na posição ~r = (x, y) e ρ é a distância ortogonal do elemento diferencial de massa
dm em relação ao eixo de rotação L. Sem perda de generalidade, podemos assumir que o eixo
de rotação passa pela origem de coordenadas.
• Momento de Inercia de Lâminas espaciais
Seja S uma lâmina rı́gida parametrizada pela função vetorial ϕ ~ (u, v) e de certa densidade de
massa σ(~ ϕ(u, v)) : S → R, uma função contı́nua em S. O momento de inércia do corpo S em
relação a um eixo de rotação L se calcula assim
Z Z Z Z Z Z
2
I(S) = dI = ρ dm = ρ2 (~
ϕ(u, v)) σ(~ ϕu × ϕ
ϕ(u, v))||~ ~ v ||dudv. (2.40)
S S S
Figura 2.33:
Caso o objeto seja unidimensional ou tridimensional, a integral dupla se substitui pela integral
simples ou integral tripla, respectivamente, como veremos na próxima seção.
• Centro de Massa de Lâminas planas
Seja Ω uma lâmina rı́gida de certa densidade de massa σ(x, y) : Ω → R, uma função contı́nua
em Ω. As coordenadas do centro de massa do corpo Ω se calcula assim
Z Z Z Z
xdm x σ(x, y)dxdy
Ω Ω
xC.M. = Z Z = Z Z (2.41)
dm σ(x, y)dxdy
Ω Ω
e Z Z Z Z
ydm y σ(x, y)dxdy
yC.M. = Z ZΩ = Z ZΩ (2.42)
dm σ(x, y)dxdy
Ω Ω
54
Z Z Z Z
Ix = ydm, Iy = xdm.
Ω Ω
Em que Ix é o momento estático em relação ao eixo x e Iy é o momento estático em relação ao eixo
y. A fórmula das coordenadas do centro de massa de Ω, fica assim:
Iy Ix
xC.M. = , yC.M. = (2.43)
M(Ω) M(Ω)
Observação 2.4 Se Ω representa uma lâmina homogêna, isto é, densidade de massa σ0 constante,
então as coordenadas do centro de massa (xC.M. , yC.M.) coincide com as coordenadas do centroide
(X̄, Ȳ ) de Ω. Finalmente
Ay Ax
xC.M. = , yC.M. = , (2.44)
A(Ω) A(Ω)
RR RR RR
em que A(Ω) = Ω
dA, Ax = Ω
ydA, Ay = Ω
xdA.
Exemplo 2.28 Considere uma lâmina triângular Ω da figura a seguir, com densidade superficial de
massa σ(x, y) = x2 + y + 1. Detemine a massa total da lâmina.
Figura 2.34:
Z Z Z 4 Z 2− x2
2
Massa(Ω) = (x + y + 1)dxdy = (x2 + y + 1)dydx
Ω 0 0
4 2 2− x2
y
Z
= [(y(x2 + 1) + ] dx
0 2 0
4
x 1 x
Z
= [(2 − )(x2 + 1) + (2 − )2 ]dx
0 2 2 2
52
= .
3
Exemplo 2.29 Considere a lâmina triângular Ω do exemplo anterior (2.29), com densidade super-
ficial de massa σ(x, y) = x2 + y + 1. Detemine o momento de inércia da lâmina em relação ao eixo
y.
55
Figura 2.35:
De acordo a figura 2.37, o elemento de massa dm localizado na posição ~r = (x, y) dista do eixo
de rotação y, ρ = x unidades. Assim, da fórmula (2.39)
Z Z Z Z
2
I(Ω) = ρ (x, y) σ(x, y)dxdy = x2 (x2 + y + 1)dxdy.
Ω Ω
Z 4 Z 2− x2
= x2 (x2 + y + 1)dydx
0 0
4 2 4 x 2
2 (2 − 2 )
2− x2
2y x
Z Z
4 2 4 2
= [(x + x )y + x ] dx = [(x + x )(2 − ) + x ]dx
0 2 0 0 2 2
416
=
5
Exemplo 2.30 Determine as coordenadas do centro de massa da quarta parte de uma lâmina cir-
cular (Ω) e homogêneo de raio R, relativo ao primeiro quadrante do plano xy.
Da fórmula (2.41) para o centro de massa de uma figura plana e considerando que a densidade
σ0 é constante, pois a lâmina é homogênea, temos
Z Z Z Z
x σ0 dxdy x dxdy
xC.M. = Z ZΩ = Z ZΩ
σ0 dxdy dxdy
Ω Ω
π Z π
Z
2
Z R 2
Z R
(r cos θ) rdrdθ cos θ r 2 dr
0 0 0 0
= = 2
Área(Ω) πR
4
R3
= 3 = 4R .
πR2 3π
4
Por questões de simetria, o centro de massa de Ω deve estar localizado no eixo de simetria da mesma,
isto é, na diagonal do primeiro quadrante com angulação π/4 em relação ao eixo das abcissas. Assim:
56
4R
xC.M. = yC.M. = .
3π
Exemplo 2.31 Considere uma lâmina circular de raio R centralizada na origem de coordenadas do
plano xy, de densidade superficial de massa σ(θ, r) = kr; k > 0, r > 0 em coordenadas polares.
a) Determine o momento de inércia da lâmina em relação ao eixo L1 vertical que passa pelo centro
da lâmina.
b) Determine o momento de inércia da lâmina em relação ao eixo L2 vertical que passa pela borda
(−R, 0) da lâmina.
Figura 2.36:
a) Momento de inércia em relaçaõ ao eixo vertical L1 (eixo z) que passa por (0, 0).
Localizamos o elemento diferencial de massa dm na posição arbitrária P do disco. A distancia de P
ao eixo L1 é ρ = r, asssim o elemento diferencial do momento de inércia do dm em relação ao eixo
L1 é dI = dmρ2 = dmr 2 . Da fórmula (2.39) para o momento de inércia de objetos massivos planos
Z Z Z Z
L1 2
IΩ = ρ (x, y) σ(x, y)dxdy = ρ2 σ(θ, r)σ(θ, r)(rdrdθ).
Ω Ω
Z Z Z 2π Z R
= r 2 (kr)(rdrdθ) = kr 4 drdθ
Ω 0 0
2πkR5
= .
5
b) Momento de inércia em relaçaõ ao eixo vertical L2 (eixo z) que passa por (−R, 0).
Localizamos o elemento diferencial de massa dm na posição arbitrária P do disco. A distancia de P
57
p
ao eixo L2 é ρ(θ, r) = (r + r cos θ)2 + (r sin θ)2 . Da fórmula (2.39) para o momento de inércia de
objetos massivos planos
Z Z Z Z
L2 2
IΩ = ρ (x, y) σ(x, y)dxdy = ρ2 (θ, r)σ(θ, r)σ(θ, r)(rdrdθ).
Z ZΩ Ω
2πkR5
Observação 2.5 No exemplo anterior, não é dificil achar a massa do disco que é M = .
5
Logo é imediato verificar que
IΩL2 = IΩL1 + Md2(L1 ,L2 ) ,
em que a distância entre os dois eixos paralelos é d(L1 ,L2 ) = R e L1 passa pelo centro de massa da
lâmina. Na próxima seção, iremos demonstrar esta propriedade, denominada, teorema dos eixos
paralelos de Steiner, que relaciona os momentos de inércia de um objeto em relação ao eixo que
passa por seu centro de massa e o momento de inércia do objeto em relação a outro eixo paralelo ao
anterior e arbitrário.
• Objetos planos
Considere um objeto bidimensional Ω ⊂ R2 , com densidade superficial de carga elétrica σ(x, y) :
Ω → R, uma função continua em Ω. Na posição ~r = (x, y) ∈ Ω definimos
dQ
σ(x, y) =
dA
em que dA = dxdy é o elemento diferencial de área, e dQ o elemento diferencial de carga
elétrica. Segue que Z Z
Carga elétrica total(Ω) = σ(x, y)dxdy. (2.45)
Ω
58
• Objetos bidimensionais no espaço
Considere um objeto bidimensional S ⊂ R3 , parametrizada pela função vetorial ϕ ~ (u, v), com
densidade superficial de carga elétrica σ(u, v) : S → R, uma função continua em S. Na posição
ϕ
~ (u, v) =∈ S definimos
dQ
σ(u, v) =
dA
em que dA = ||~ ϕu × ϕ~ v ||dudv é o elemento diferencial de área, e dQ o elemento diferencial de
carga elétrica. Segue que
Z Z
Carga elétrica total(S) = σ(u, v)||~ϕu × ϕ~ v ||dudv. (2.46)
S
Exemplo 2.33 Uma superfı́cie esférica de raio R tem densidade de carga elétrica superficial
σ(θ, φ) = (cos θ + 1) ( coulomb
m2
). Determine a carga total da superfı́cie esférica.
Da fórmula (2.46)
Z Z
Carga elétrica total(sup. esf érica) = ϕθ × ϕ
σ(θ, φ)||~ ~ φ ||dθdφ.
S
Z Z
Carga elétrica total(sup. esf érica) = (cos θ + 1)R2 sin θdθdφ,
S
em que ||~
ϕθ × ϕ
~ φ || já foi calculado no exemplo (2.26).
Em seguida
Z 2π Z π
2
Carga elétrica total(sup. esf érica) = R dφ (cos θ + 1) sin θdθ = 4πR2 (Coulomb).
0 0
Observe que a distribuição de carga na superfı́cie esférica tem simetria cilı́ndrica, pois σ(θ, φ) não
depende de φ e a carga elétrica é sempre positiva para qualquer ponto da superfı́cie esférica.
Exemplo 2.34 Considere um toro T 2 de raio interno a e raio externo b (b > a > 0), apresentado
no exemplo (2.24).
a) Determine o elemento de área infinitesimal e arbitrário dA na superfı́cie do toro.
b) Considere a superfı́cie do toro como um material condutor de densidade superficial de carga elétrica
constante σ0 e encontre a carga elétrica total na superfı́cie do toro.
a) Da definição do toro:
~ (θ, φ) = ((b + a sin φ) cos θ, (b + a sin φ) sin θ, a cos φ), 0 ≤ θ ≤ 2π, 0 ≤ φ ≤ 2π,
ϕ
∂ϕ
~ (θ, φ)
ϕ
~θ = = (−(b + a sin φ) sin θ, (b + a sin φ) cos θ, 0),
∂θ
∂ϕ
~ (θ, φ)
ϕ
~φ = = (a cos φ cos θ, a cos φ sin θ, −a sin φ).
∂φ
59
Realizando o produto vetorial
î ĵ k̂
~θ × ϕ
ϕ ~ φ = −(b + a sin φ) sin θ (b + a sin φ) cos θ 0
a cos φ cos θ a cos φ sin θ −a sin φ
~θ × ϕ
ϕ ~ φ = (−a sin φ cos θ(b + a sin φ), −a sin φ sin θ(b + a sin φ), −a cos φ(b + a sin φ).
Donde
dA = ||~
ϕθ × ϕ
~ φ ||dθdφ = |a(b + a sin φ)|dθdφ,
em que b + a sin φ ≥ 0, em seguida
60
2.11 Exercı́cios de Integração Dupla
2.11.1 Somatorias, soma de Riemann, Integração dupla, mudança de
coordenadas, coordenadas polares
Exercı́cio 2.1 Calcular as seguintes somas:
1. 1 + 2 + 3 + 4 + ... + 100
2. 2 + 4 + 6 + 8 + ... + 200
P20
3. i=1 (2i + 3)
P15 2
4. i=1 i
10 X
X 6
5. (ij + j 2 )
i=1 j=1
10 X
10
X −i
6. ( )
i=1 j=1
j(j + 1)
Exercı́cio 2.2 Considere a função f (x, y) = −x + 2, definida no domı́nio D = [0, 2] × [0, 3]. De-
termine o volume da região W , limitada superiormente pela superfı́cie f (x, y) , inferiormente pelo
retângulo D e pelas paredes verticais: x = 0, x = 2, y = 0, y = 3. Utilize o conceita da soma de
Riemann
Z 4Z 4
Exercı́cio 2.3 Considere a função f : [0, 4] × [2, 4] → R. Calcular f (x, y) dxdy pelo método
2 0
da soma de Riemann, nos seguintes casos:
1. f (x, y) = x + 2y
2. f (x, y) = xy + 3y
0 −y 2
√
Z Z
2. xy dxdy
−1 y
Z 2π Z cos(x)
3. (y + 2) dydx
0 0
1. f (x, y) = x3 y 2, R = {0 ≤ x ≤ 4, −1 ≤ y ≤ 1}
61
2. f (x, y) = y −1 ln(x + 1), R = {0 ≤ x ≤ y − 1, 1 ≤ y ≤ 4}
• y = 7 e y = −1 + 2x2
√
• y=x ey= x
Exercı́cio 2.7 Determine o volume do sólido limitado pela função f (x, y) = 3x+ 4y + 4 no retângulo
D = [1, 2] × [3, 6] e pelas paredes verticais localizadas nos lados do retângulo.
Exercı́cio 2.8 Determine a massa total de uma lamina retangular definida pelas desigualdades −1 ≤
x ≤ 1, −2 ≤ y ≤ 2 . A densidade da lamina retangular é σ(x, y) = |cos(x)||y|.
Exercı́cio 2.11 Seja a região D limitada pela reta x + y = 2 e pelos eixos coordenados, no primeiro
quadrante. Determine o volume do sólido limitado pela base D, às paredes laterais verticais sobre os
limites da região D e por cima pela função z = ex+y
Exercı́cio 2.12 Determine a área de uma lámina eliptica de semi-eixo maior a e semi-eixo menor
b.
62
Exercı́cio 2.14 Determine a área limitada pela rosácea r = 2 sin(2θ)
Figura 2.39:
Exercı́cio 2.16 Determine o volume do sólido limitado na base pelas retas: y = x, y = −2x, y =
2 − 2x, y = x − 2, e z = 0 e na parte superior pela função z = x2 + y 2
Exercı́cio 2.17 Determine o volume do sólido limitado na base (plano z = 0) pelas retas: y = x, y =
−x, y = x − 2, y = 2 − x, e na parte superior pela função z = x − y (plano) e as paredes laterais por
cima das 4 retas.
Exercı́cio 2.21 Determine o volume do sólido limitado lateralmente pelo cilindro de raio R = 2,
limitada na base pela superfı́cie z = 0 e limitada por cima pela superfı́cie z = 4 − y (ver figura).
Sólido centrado na origem de coordenadas.
63
Figura 2.40:
Figura 2.41:
Exercı́cio 2.22 Determine a área da região limitada pela parábola y + 6 = x2 , a reta y = x e o eixo
das abcisas (ver figura 2.41).
Exercı́cio 2.24 Considere uma região plana D plana limitada pela cardioide r = a(1 − cos θ), a > 0.
Construa um cilindro vertical, em que z ∈ [−4, 4] tal que a seção transversal do cilindro é a região
D. Determine o volume do sólido assim construido.
Exercı́cio 2.25 Das afirmações seguintes quais são verdadeiras ou falsa e justifique:
e representa a área de uma região planar D limitada por duas curvas (Ajuda: desenhe a região
D).
64
2.12 Respostas dos exercı́cios do Capı́tulo 2
2.12.1 Somatorias, soma de Riemann, Integração dupla, mudança de
coordenadas, coordenadas polares
1. Resposta do exercı́cio (2.1)
1 5050
2 10100
3 480
4 1240
5 2065
6 -50
(a) 64
(b) 120
(a) -16
2
(b) 27
π
(c) 2
65
12. Resposta do exercı́cio (2.12) abπ
π
13. Resposta do exercı́cio (2.13) + 4.
2
14. Resposta do exercı́cio (2.14) π
√
π 1 29 7
15. Resposta do exercı́cio (2.15) + arccos(3/4) +
2 2 64
88
16. Resposta do exercı́cio (2.16) 81
66
Capı́tulo 3
Integral Tripla
Seja f uma função definida no domı́nio limitado Ω ⊂ R3 a valores reais. Em particular consideremos
Ω = [0, a] × [0, b] × [0, d], assim
f :Ω → R (3.1)
(x, y, z) 7→ w = f (x, y, z) (3.2)
Figura 3.1:
O intervalo [0, a] em n partes, o intervalo [0, b] em m partes e o intervalo [0, c] em l partes. Desta
forma temos nml ladrilhos fundamentais em total em que o ladrilho localizado na posição ~rijk tem
dimensões △xi , △yj , △zk em que i = 1, 2, .., n; j = 1, 2, .., m; k = 1, 2, .., l. Observamos que quando
n → ∞, m → ∞, l → ∞ as dimensões △xi → 0, △yj → 0, △zk → 0, assim o volume do ladrilho
fundmanetal localizado na posição ~rijk vai para zero também (△Vijk = △xi △yj △zk → 0).
67
Definição 3.1 Integral Tripla de uma função real de Variável veto-
rial Chama-se integral tripla da função f (x, y, z), a integral
Z Z Z n X
X m X
l
f (x, y, z)dxdydz = lim lim lim f (x∗i , yj∗, zk∗ )∆xi ∆yj ∆zk .
Ω n→∞ m→∞ l→∞
i=1 j=0 k=0
(3.3)
O vetor (x∗i , yj∗, zk∗ )
está em algum ponto interno do ladrilho localizado
na posição ~rijk . Se o limite existir, diz-se que a função f é integrável
em Ω, caso o limite não existir f não é integrável em Ω
Observação 3.1 A localização precisa do vetor (x∗i , yj∗, zk∗ ), não importa, desde que quando realize-
mos o processo de limite e quando o número de caixas elementares ou diferenciais vai para o infinito,
o vetor (x∗i , yj∗ , zk∗ ) se confunde com o vetor ~rijk .
Exemplo 3.1 Considere a caixa Ω = [0, a]×[0, b]×[0, c] e utilizando a soma de Riemann, determine
o volume de Ω.
O volume da caixa fundamental localizada na posição ~rijk é △Vijk = △xi △yj △zk . Para cal-
cular o volume total de Ω basta somar sobre os volumens de todas caixas fundamentais (ladrilhos
fundamentais) e tomar o limite quando n, m, l → ∞. Assim:
X m X
n X l
vol(Ω) = lim lim lim ∆xi ∆yj ∆zk .
n→∞ m→∞ l→∞
i=1 j=0 k=0
n X m Xl
X a b c
vol(Ω) = lim lim lim ,
n→∞ m→∞ l→∞
i=1 j=0
nml
k=0
n m l
X aX b Xc
= lim lim lim ,
n→∞ m→∞ l→∞
i=1
n j=0
m l
k=0
= lim lim lim (abc),
n→∞ m→∞ l→∞
= abc. (3.4)
68
Teorema 3.1 Condição Suficiente para Integrabilidade
Seja Ω = [a, b] × [c, d] × [e, f ] um paralelepı́pedo e f : Ω → R uma função contı́nua e limitada então
f é integrável em Ω.
Z Z Z Z dZ f
Z b
f (x, y, z)dxdydz = [ [ f (x, y, z)dz ]dy]dx (3.5)
Ω a c e
Z Z Z Z bZ fZ d
f (x, y, z)dxdydz = [ [ f (x, y, z)dy ]dz]dx (3.6)
Ω a e c
Da equação (3.5)
Z Z Z Z 1 Z 3 Z 2
2
sin 2x y zdxdydz = [ sin(2x) y 2 zdz ]dy]dx
[
Ω 0 1 0
Z 1Z 3 Z 2
2
= [ sin(2x) y [ zdz ]dy]dx
0 1 0
Z 1Z 3
z2
= [ sin(2x) y 2 [ |20 ]dy]dx
0 1 2
Z 1Z 3
= [ sin(2x) y 2 2dy]dx
0 1
Z 1
2y 3 3
= [sin(2x) | ]dx
0 3 1
Z 1
52 cos(2x) 1 52
= sin(2x) dx = (− |0 )
0 3 2 3
26
= (1 − cos 1).
3
69
Figura 3.2:
Z Z Z Z b Z ψ2 (x) Z ϕ2 (x,y)
f (x, y, z)dxdydz = [ [ f (x, y, z)dz ]dy]dx (3.7)
Ω a ψ1 (x) ϕ1 (x,y)
Z Z Z Z d Z ψ2 (y) Z ϕ2 (x,y)
f (x, y, z)dxdydz = [ [ f (x, y, z)dz ]dx]dy (3.8)
Ω c ψ1 (y) ϕ1 (x,y)
Observação 3.2 Dependendo da forma da região volumétrica Ω, pode ser necessário projetar no
plano xz ou no plano zy. De Qualquer forma, o resultado da integral deve dar o mesmo resultado
numérico. Resumindo, existem 6 formas diferentes de acomodar a integral tripla, dois diferentes para
cada tipo de projeção.
Z Z Z
Exemplo 3.3 Calcular zydxdydz em que
Ω
p
Ω = {(x, y, z) ∈ R3 , 1 ≤ y ≤ 2, y 2 ≤ x ≤ y, x2 + y 2 ≤ z ≤ y}
70
Pelo teorema de Fubini e utilizando a equação (3.8), temos :
Z Z Z Z 2 Z yZ y
f (x, y, z)dxdydz = [ [ √ zydz]dx]dy,
Ω 1 y2 x2 +y 2
Z 2Z y
z2
= [ y [ |y√ 2 2 ] dx] dy,
1 y2 2 x +y
Z 2Z y
y 2
= [ [y − (x2 + y 2 )] dx] dy,
1 y2 2
Z 2 Z y
y
= − [ x2 ] dx] dy,
1 2 y 2
Z 2 Z 2
y x3 y y y3 y6
= − [ |y2 ] dy = − [ − ] dy,
1 2 3 1 2 3 3
Z 2 7
y y4
= ( − ) dy,
1 3 3
1027
= (3.9)
120
Exemplo 3.4 Considere uma região volumétrica Ω limitada pelas superfı́cies : z = ϕ1 (x, y) =
x2 + y 2 , z = ϕ2 (x, y) = 15 − x2 − y 2 , x2 + y 2 = 4, restrito ao primeiro oitante. Seja f (x, y, z) uma
função definida em Ω então: Defina corretamente os limites de integração da integral tripla a seguir
Z Z Z
f (x, y, z)dxdydz.
Ω
71
Figura 3.4:
sombra do cilindro x2 + y 2 = 4 é á circunferência de raio 2, que acaba sendo a borda da região plana
R.
Assim a projetando de Ω no plano xy é a mais conveniente, daı́ que:
Ω = {(x, y, z) ∈ R3 , (x, y) ∈ R, x2 + y 2 ≤ z ≤ 15 − x2 − y 2 }.
72
Figura 3.5: Região Ω
Por isso
Z 1−x−y
dxdydz dz
Z Z Z Z Z
= dxdy =
Ω (z + y + z + 1)3 R 0 (z + y + z + 1) 3
(x + y + z + 1)−2 1−x−y
Z Z
= dxdy − =
ZR Z 2 0
1
(2)−2 − (x + y + 1)−2 dxdy =
=−
2 Z ZR
1 1 1−x 1
1
=− − dydx =
2 Z0 0 4 (x + y+ 1)2
1 1 y 1 1−x
=− + dx =
2 Z0 4 (x + y + 1) 0
1 1 1−x
1 1
=− + − dx =
2 0 4 (x + 1 − x + 1) 1 + x
1 x x2 x
1
=− − + − ln(1 + x) =
2 4 8 2 0
1 1 1 1
=− − + − ln 2 =
2 4 8 2
ln 2 5
= − .
2 16
que possuem derivadas contı́nuas em Ω∗ . Assim, vamos considerar que a transformação (3.10) seja
uma bijeção entre o domı́nio Ω∗ e o domı́nio Ω.
73
Teorema 3.5 Seja f (x, y, z) uma função contı́nua em Ω, e sejam as funções em (3.10) de classe
C 1 em Ω∗ . Então a mudança de variáveis na integral tripla é dado pela fórmula
Z Z Z Z Z Z
f (x, y, z)dxdydz = f (ϕ(u, v, w), ψ(u, v, w), ξ(u, v, w))|J(u, v, w)|dudvdw, (3.11)
Ω Ω∗
Exemplo 3.6 Determine o Jacobiano da transformação das coordenadas cilı́ndricas para as coorde-
nadas cartesianas
Figura 3.6:
74
Figura 3.7: dV = r dθ dz dr
Existem uma forma geométrica de obter o Jacobiano das transformações de coordenadas 3.12,
analizando a transformação do elemento de volume dV = dxdydz nas coordenadas cilı́ndricas.
Da figura 3.7 ao calcular o elemento diferencial de volume diretamente nas coordenadas cilı́ndricas
se observa a presença do fator de correção r em relação ao elemento diferencial de volume em
coordenadas cartesianas. Assim, o Jacobiano da transformação é J = r.
A fórmula de mudança de variáveis (3.11) neste caso pode ser escrita assim:
Z Z Z Z Z Z
f (x, y, z)dxdydz = f (r cos θ, r sen θ, z) rdrdθdz. (3.14)
Ω Ω∗
Exemplo 3.7 Determine o Jacobiano da transformação das coordenadas esféricas para as coorde-
nadas cartesianas
Consideremos o sistema de coordenadas no espaço 0xyz. Suponhamos que o polo do sistema polar
coincide com a origem do sistema cartesiano. Seja P (x, y, z) um ponto arbitrário. Vamos denotar
por r a distância do ponto P até a origem de coordenadas. O ângulo θ é o ângulo entre o vetor
~ e eixo azimutal z. φ é o ângulo entre a projeção do vetor 0P
posição 0P ~ no plano xy e o eixo
positivo das abscissas.
75
Figura 3.8:
Existem uma forma geométrica de obter o Jacobiano das transformações de coordenadas 3.12,
analizando a transformação do elemento de volume dV = dxdydz nas coordenadas cilı́ndricas.
Da figura 3.9 o elemento diferencial de volume definido diretamente nas coordenadas esféricas,
permite perceber a presença do fator de correção r 2 sin θ em relação ao elemento diferencial de
volume em coordenadas cartesianas. Assim, o Jacobiano da transformação é J = r 2 sin θ.
A fórmula de mudança de variáveis (3.11) neste caso pode ser escrita assim:
Z Z Z Z Z Z
f (x, y, z)dxdydz = f (r sin θ cos φ, r sin θ sen φ, r cos θ) r 2 sin θdrdθdφ. (3.17)
Ω Ω∗
Exemplo 3.8 Seja S a superfı́cie descrita em coordenadas polares pela função r = ξ(θ, φ), ((θ, φ) ∈
ω), contı́nua em ω, e seja Ω um domı́nio tridimensional no espaço 0xyz, limitada pela superfı́cie S
e pela superfı́cie cônica, com vértice na origem de coordenadas e chegam até a superfı́cie S (figura
3.10). Então para a função f (x, y, z) contı́nua em Ω vale a fórmula
Z Z Z Z Z Z ξ(θ,φ)
f (x, y, z)dxdydz = f (ρ, θ, φ)r 2 sin θdrdθdφ, (3.18)
Ω ω 0
76
Figura 3.10: sólido subtendido por um ângulo sólido
onde Ω é o domı́nio, cujos pontos possuem coordenadas positivas, e é limitada pelas superfı́cies: x =
0, y = 0, z = 0, x2 + y 2 + z 2 = 1.
Consideremos as coordenadas esféricas pela fórmula (3.15), então temos para o domı́nio Ω:
0 ≤ r ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ π/2 0 ≤ ϕ ≤ π/2.
77
Figura 3.11:
Exemplo 3.10 Calcular o volume do sólido Ω limitado superiormente pelo parabolóide cilindirco
z = ϕ(x, y) = 4 − x2 e pelo plano horizontal z = 0 relativo ao intervalo −2 ≤ y ≤ 2.
Figura 3.12:
De acordo a figura 3.12, vamos projetar Ω ao plano xy, desta forma temos:
Ω = {(x, y, z) ∈ R3 , −2 ≤ x ≤ 2, −2 ≤ y ≤ 2, 0 ≤ z ≤ 4 − x2 },
Aplicando a fórmula (3.19) de volume de um sólido:
Z Z Z Z Z Z 4−x2
vol(Ω) = dxdydz = [ dz dy]dx
Ω R 0
2
128
Z
vol(Ω) = (4y − yx2 )|2−2 dx = .
−2 3
Exemplo 3.11 Determine o volume de um cilindro vertical Ω de seção circular reto de raio R e
altura H por cima do plano xy
78
Do enunciado do exemplo
Exemplo 3.12 Determine o volume do sólido Ω limitado inferiormente pelo cone circular reto com
abertura angular θ0 , e superiormente pela superfı́cie esférica de raio R, da figura a seguir
Ω := {(r, θ, φ) ∈ R3 , 0 ≤ r ≤ R, 0 ≤ θ ≤ θ0 , 0 ≤ φ ≤ 2π}
em que ω = {0 ≤ θ ≤ θ0 , 0 ≤ φ ≤ 2π}.
Z 2π Z θ0 R
2πR3
Z Z Z Z
dxdydz = r 2 sin θdrdθdφ = (1 − cos θ0 ).
Ω 0 0 0 3
Em particular se 0 ≤ θ ≤ 2π então Ω é o sólido esférico completo, por tanto
4πR3
vol(Ω) = vol(esf era sólida) =
3
Exemplo 3.13 Encontre o volume da região limitada compreendida entre o cone duplo
79
Figura 3.14: Ω tem duas partes simétricas em relação ao plano xy.
Seja Ω o volume solicitado. As duas superfı́cies tem simetria cilı́ndrica e tem duas partes simétricas
em relação ao plano xy como podemos ver na figura a seguir
Assim, Ω tem dois pedaços identicos em volume, basta calcular o volume da parte superior e
multiplicar por 2, isto é vol(Ω) = 2vol(Ω1 ). A projeção de Ω1 no plano 0xy é o cı́rculo R : x2 +y 2 ≤ a2 .
Assim em coordenadas cilı́ndricas
Z Z Z √ 2 2 2
x +y +a
Volume(Ω) = 2 rdrdθ √ dz
Z Z R √ 2(x2 +y 2 )
√
=2 r 2 + a2 − 2 r rdrdθ
Z 2πR Z a √ √
=2 dθ 2 2
r + a − 2 r rdr
0Z a 0
√ √
= 4π 2 2
r + a − 2r rdr
0Z a
√ 2 Z a√
= −4π 2r dr + 4π r 2 + a2 rdr
0 0
√ r3 a
Z a√
= −4π 2 + 4π r 2 + a2 rdr
3 0 0
Z 2a2
√ a3 √
= −4π 2 + 2π tdt
3 a2
√ a3 4 2a2
= −4π 2 + πt3/2
3 3 a2
4a3 √ 4 √ 6 √ 6
=− π 2+ π 8a − a
3 3
4a 3 √ 4a3 √
= π(2 2 − 1) − π 2
33 3
4a √
= π( 2 − 1).
3
Exemplo 3.3.1 Calcule o volume da elipsoide dada pela equação
x2 y 2 z 2
+ 2 + 2 ≤1 (a, b, c > 0). (3.20)
a2 b c
Resolvendo a equação com relação a z
x2 y 2 z 2
+ 2 + 2 = 1,
a2 b c
80
Figura 3.15: Elipsoide
Para
r calcular esta integral,ré necessário integrar a função identidade f (x, y, z) = 1 de z =
x2 y 2 x2 y 2
−c 1 − 2 − 2 até z = c 1 − 2 − 2 . O resultado depende de (x, y) ∈ R e depóis devemos
a b a b
integrar no conjunto R:
v
x2 y 2
u
u
ZZZ Z Z Z ct1− − 2
Volume(elipsoide) = dxdydz = dxdy v a2 b dz =
x2 y 2
u
Ω R u
−c 1−
t
− 2
Z Z r a2 b
x2 y 2
= 2c 1 − 2 − 2 dxdy
Ω a b
b √
a2 − x2
Z aZ r
a x2 y 2
= 2c b√ 2 1 − − 2 dydx =
−a − a − x2 a2 b
a
√
Z a Z b a2 − x2 r 2
8c a b 2
= 2
(a − x2 ) − y 2dydx =
b Z0 Z0 a
8c a π/2 b2 2
= (a − x2 ) cos2 tdtdx =
b 0Z0 a2
8bc π a 2
= 2 (a − x2 )dx =
a 4 0
4
= πabc.
3
Observamos que se a = b = c, a elipsoide transforma-se em uma bola de raio a, cujo volume é
4
V = πa3 .
3
Exemplo 3.14 Encontrar o volume de uma parte do paraboloide de revolução Ω : x2 + y 2 ≤ z ≤ a2 .
81
Figura 3.16: Paraboloide de revolução
ZZZ Z Z Z a2
Volume(paraboloide) = dxdydz = dxdy dz =
Ω R x2 +y 2√
Z Z Z a Z a2 −x2
2 2 2
= (a − x − y )dxdy = √
(a2 − x2 − y 2 )dydx =
−a − a2 −x2
Z aRZ √a2 −x2
8 a 2
Z
2 2 2
=4 (a − x − y )dydx = (a − x2 )3/2 dx =
0 0 Z
4 π/2 4 Z π/2
3 0 2
x=a cos t 8a 4 8a 1 + cos 2t
= cos tdt = dt =
3 0 3 0 2
πa4 2a4 π/2
Z
= + cos2 tdt =
3 3Z 0
πa4 a4 π/2
= + (1 + cos 4t)dt =
3 3 0
πa4 a4 πa4
= + = .
3 6 2
dm
γ(x, y, z) =
dV
em que dV = dxdydz é o elemento diferencial de volume, e dm o elemento diferencial de massa.
Segue que Z Z Z
Massa(Ω) = γ(x, y, z)dxdydz. (3.21)
Ω
82
• Momento de Inercia de um corpo rı́gido
Seja Ω um corpo rı́gido tridimensional de certa densidade de massa. O momento de inércia do
corpo Ω em relação a um eixo de rotação L se calcula assim
Z Z Z Z Z Z Z Z Z
2
I(Ω) = dI = ρ dm = ρ2 (x, y, z) γ(x, y, z) dxdydz. (3.22)
Ω Ω Ω
Figura 3.17:
83
ZZZ
Iz = (x2 + y 2 )γ(x, y, z)dxdydz.
Ω
Colocando nestas fórmulas γ(x, y, z) = 1, obtemos os momentos geométricos de inércia do corpo.
Observação 3.3 Se o corpo Ω é homogêneo, nas fórmulas para determinar as coordenadas do centro
de massa (equivalentemente, coordenadas do centroide) pode-se supor γ(x, y, z) = 1, assim:
Iyz Izx Ixy
xC.M. = , yC.M. = , zC.M. = . (3.24)
V (Ω) V (Ω) V (Ω)
em que V (Ω) é volume do corpo rı́gido Ω.
2 2
Exemplo 3.16 Considere um sólido Ω limitados pelas superficies p z = ϕ2 (x, y) = 4 − x − y e
z = ϕ1 (x, y) = x2 + y 2, cuja densidade volumétrica é ρ(x, y, z) = x2 + y 2 . Determine a massa total
do sólido.
De acordo ao enunciado do exemplo, o sólido Ω tem simetria cilı́ndrica, pois é limitada por
dos parabolóides
√ de revolução. Assim, a curva de interseção é a circunferência x2 + y 2 = 2 de
raio r = 2 localizada a altura z = 2. Segue que a projeção do sólido Ω no plano xy é o cı́rculo
R = {(x, y) ∈ R2 , 0 ≤ x2 + y 2 ≤ 2}, como podemos ver na figura (3.18) a seguir.
Figura 3.18:
Da fórmula (3.21)
Z Z Z p Z Z Z ϕ2 p
Massa(Ω) = 2 2
x + y dxdydz = x2 + y 2 dxdydz
Ω R ϕ1
Pela simetria cilı́ndrica, vamos resolver em coordenadas cilı́ndricas, assim: x = r cos θ, y =
r sin θ, z = z, segue que
Z Z Z 4−r2
Massa(Ω) = [ r 2 dz]drdθ,
2
Z ZR r 4−r2
= [ r2z ]drdθ,
R r2
√
Z 2π Z 2
= (4r 2 − 2r 4 )drdθ
0 0
√
2π
r3 r5
Z 2
= dθ (4 − 2 )
0 3 5 0
√
32 2π
= .
15
84
Exemplo 3.17 Determine o momento de inércia de um corpo rı́gido em forma de um cilindro
circular reto de altura H e raio R em relação ao eixo z. A densidade de massa do corpo é γ(θ, r, z) =
r 2 + 1, a origem de coordenadas se encontra no centro da base do cilı́ndro e θ, r, z são coordenadas
cilı́ndricas.
A fórmula do momento de inércia do cilindro em relação ao eixo z já foi dado no exemplo (3.15),
assim
ZZZ
Iz = (x2 + y 2 )γ(x, y, z) dxdydz,
Z Z ZΩ
= (r 2 )(r 2 + 1) rdrdθdz,
Ω
Z 2πZ RZ H
= r 3 (r 2 + 1)dzdrdθ,
0 0 0
6
R R4
= 2πH( + ).
6 4
Exemplo 3.18 Considere um cilindro de seção transversal reto de raio R e altura H e densidade
γ(x, y, z) = γ0 + a(x2 + y 2). Determine o momento de inercia do cilı́ndro em relação ao eixo vertical
L que passa pelo ponto (0,-R,0) (geratriz do cilindro). Sendo γ0 , a constantes numéricas.
Figura 3.19:
De acordo a figura (3.20) (vista de planta do sólido cilı́ndrico) não é dificil encontrar o valor de
ρ = d(dm, L)
dI = dmρ2 = (γ(x, y, z)dV )ρ2 = (γ0 + a(x2 + y 2))(R2 + r 2 + 2Rr sin θ)rdrdθdz
85
Figura 3.20:
Z Z Z Z Z Z
L
Icilindro = dI = (γ0 + ar 2 )(R2 + r 2 + 2Rr sin θ)rdrdθdz (3.25)
cilindro cilindro
Z Z Z
Massa(Ω) = γ(x, y, z)dxdydz,
Ω
Z 2π Z π Z R
2
= γ0 ecos θ r 2 sin θdrdθdφ,
0 0 0
Z 2π Z π Z R
2
cos θ
= dφ γ0 e sin θdθ r 2 dr,
0 0 0
Z π
R3 2
= 2π γ0 ecos θ sin θdθ,
3 0
3 Z 0
R
= 2π γ0 eu (−du) , u = cos θ,
3 1
3
2πR γ0 (e − 1)
= . (3.26)
3
b) Càlculo do momento de inércia em relação ao eixo L que coincide com o eixo z.
87
3.4 Exercı́cios de integração tripla
3.4.1 Integração tripla, mudança de coordenadas, coordenas esféricas,
cilı́ndricas
RRR
Exercı́cio 3.1 Determine as seguintes integrais D
f (x, y, z) dv e desenhe os domı́nios de inte-
gração em cada caso.
1. f (x, y, z) = xyz, D = 0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ 4, 0 ≤ z ≤ 6
2. f (x, y, z) = x2 y 2 , D = −2 ≤ x ≤ 2, x2 ≤ y ≤ 4, 0 ≤ z ≤ x + y
3. f (x, y, z) = (x + y)z, D = −1 ≤ y ≤ 1, y − 1 ≤ x ≤ 1 − y, 0 ≤ z ≤ 3
RRR
Exercı́cio 3.2 Calcular D
dxdydz sendo D uma região volumétrica definida assim:
p
1. 0 ≤ z ≤ 4 − x2 − y 2
2. 0 ≤ z ≤ h, 4 ≤ x2 + y 2 ≤ 9, h é constante
x2 y 2 z 2
1. D = (x, y, z) ∈ R3 / + 2 + 2 ≤1
a2 b c
q
x2 y2
2. D é a região interna ao hiperboloide de uma folha: z = a2
+ b2
− 1 limitada pelos planos
z = H, y ∈ R, x ∈ R e z = −H, y ∈ R, x ∈ R
1. D = 0 ≤ θ ≤ π2 , 2 ≤ r ≤ 4, 0 ≤ z ≤ 4
2. D = 0 ≤ θ ≤ 2π, 0 ≤ r ≤ 1, 0 ≤ z ≤ 2 − 2r
3. D = 0 ≤ θ ≤ π2 , 2 ≤ r ≤ 4, 0 ≤ z ≤ 4
4. D = 0 ≤ θ ≤ π2 , 0 ≤ z ≤ 2, 0 ≤ r ≤ 1 − r
2
5. D = 0 ≤ θ ≤ π2 , 2 ≤ r ≤ 4, 0 ≤ z ≤ r 2
88
Observação:visualize a região D de integração.
Figura 3.21:
4πR3
Exercı́cio 3.6 Demonstre que o volume de uma esfera de raio R é 3
, por integração cartesiana,
integração cilindrica e integração esférica
Hp 2
Exercı́cio 3.7 Considere o cone z = x + y 2 , onde 0 ≤ x2 + y 2 ≤ R2 , demonstre que o
2
R
volume é πR3 H por coordenadas cartesianas, cilindricas e esféricas.
RR
Exercı́cio 3.8 Determine a integral S
g(x, y, z) dA no paraboloide S definido assim: S :
3 2 2 2 2
(x, y, z) ∈ R /z = 1 + x + y , 0 ≤ x + y ≤ 4
Sendo D = [0, π] × [0, 2π] o dominio da função ϕ; desenhe a imagem desta função vetorial no espaço
R3 e determine a área de ϕ(D), R > 0.
Exercı́cio 3.11 Determine a área da superfı́cie paramétrica S definida pela função vetorial
ϕ : D ⊂ R2 → R3
89
x2 y2 z2
Exercı́cio 3.12 Considere a superfı́cie cônica + − = 1, em que z ≥ 0, a > 0, c > 0.
a2 a2 c2
Parametrizar adequadamente esta superfı́cie e determinar A(ϕ(D)) .
Exercı́cio 3.13 Considere uma superfı́cie arbitraria no espaço R3 , definido explicitamente pela
função z = f (x, y) . Podemos descrever ésta superfı́cie de forma paramétrica, com ajuda da função
vetorial ϕ~ (x, y) = (x, y, f (x, y)), sendo (x, y) ∈ D ⊂ R3 . Provar então que as formulas a seguir são
equivalentes Z Z
A(S) = |~
ϕ(x, y)x × ϕ
~ (x, y)y | dxdy
D
e
Z Z q
A(S) = 1 + fx2 + fy2 dxdy
D
Exercı́cio 3.15 Um arame fino horizontal tem comprimento L = 3m. A densidade do arame é
ρ = (2 + x2 )m/kg. Determine a posição do centro de massa do arame. x é medido do extremo
esquerdo do arame.
Exercı́cio 3.16 Dada uma superfı́cie plana limitada pela reta y = 0 e pela curva y = −x2 + 4, e
considerando a superfı́cie de densidade ρ = 4|x|.
Exercı́cio 3.17 Determine o centroide da cunha sólida homogênea limitada pelos planos x = 0, x =
a, y = 0, y = b, z = 0, z = c − cx
a
. a, b e c são constantes.
Exercı́cio 3.18 Um plano intercepta os eixos x, y e z nos pontos (3, 0, 0), (0, 2, 0)e(0, 0, 1) respec-
tivamente.
Exercı́cio 3.19 Seja uma lâmina em forma de semicı́rculo de raio R e seja P = (r, θ) um ponto
arbitrário dentro do semicı́rculo. Nesse ponto a densidade é ρ = kr, sendo r a distância do centro
do semicı́rculo (origem de coordenadas) até o ponto P . k é constante positiva.
90
Figura 3.22:
2
1000yey
Exercı́cio 3.20 seja f (x, y) = , a densidade superficial da população de certo tipo de
1 + |xy|
2
bactéria no plano xy, onde x e y são medidos em centı́metros, encontre a população total de bactérias
dentro do retângulo −4 ≤ x ≤ 4, 0 ≤ y ≤ 4.
Exercı́cio 3.23 Temos um cone solido homogêneo de massa M, de altura H e base circular de raio
R. Determine o momento de inércia do cone em relação ao eixo axial que passa pelo vértice e o
centro da sua base circular.
Exercı́cio 3.24 Um cone de base circular de raio 2 e altura 4 está colocada no plano xy, centralizada
na origem de coordenadas (o vértice se encontra no ponto (0,0,4)). A densidade do cone é variável
sendo igual a ρ(x, y, z) = |y|. Determine a massa total do cone.
91
Exercı́cio 3.27 Considere um cone reto com vértice no ponto (0, 0, H) e com a base circular de
raio R localizada no plano xy e centralizada na origem de coordenadas. Determine o momento de
inércia do cone em relação ao eixo horizontal que passa pelo centro da base circular do cone.
x = arsen(θ)cos(φ)
y = brsen(θ)sen(φ)
z = crcos(θ)
Sendo: a > 0, b > 0, c > 0, θ ∈ [0, π], φ ∈ [0, 2π]
Exercı́cio 3.29 Determine a área de uma superfı́cie esférica de raio R, utilizando o método da
integração dupla em superfı́cies arbitrarias.
Exercı́cio
p 3.30 Considere uma superfı́cie condutora em forma de superfı́cie cônica z = f (x, y) =
4 − 2 x2 + y 2, com densidade superficial de carga σ(x, y, z) = x2 + y 2 + 1. Determine a carga total
da superfı́cie cônica condutora.
Exercı́cio 3.31 Considere o hemisfério norte de uma esfera maciça de raio R = 2. Determine o
momento de inercia do solido em relação ao eixo vertical que passa pelo polo norte do hemisfério,
nos seguintes casos
Questões desafio
Exercı́cio 3.33 Considere um sólido limitado inferiormente pela região D, definida pela desigual-
dade |x| + |y| ≤ 4, pelas paredes verticaispdefinidas na borda da região D e superiormente pelo
hemisfério norte da superfı́cie esférica z = 16 − x2 − y 2 . Considerando que a densidade do sólido
é ρ(x, y, z) = z determine a massa total do sólido.
92
Exercı́cio 3.34 Considere as hélices cujas equações são r1 (θ) = (R cos θ, R sin θ, θ) e r2 (θ) =
(R cos θ, R sin θ, π − θ) localizadas no cilindro de raio R. Determine a área da região localizada
em tal superfı́cie cilı́ndrica, limitada pelas hélices e a curva r3 (θ) = (R cos θ, R sin θ, 0).
Exercı́cio 3.35 Considere uma superfı́cie cônica de altura 8 e base circular de raio R = 6, cujo
vértice está no ponto (0,0,8). Localize uma esfera inscrita no cone, resolva as seguintes questões.
a) Determine o volume do sólido limitado inferiormente pela superfı́cie esférica inscrita no cone, e
superiormente pela superfı́cie cônica em coordenadas cilı́ndricas.
b) Refazer a questão do item a, em coordenadas esféricas (deixa na forma integral com os limites de
integração bem definidos).
Exercı́cio 3.36 A figura a seguir representa uma curva Γ no plano zy definida pela função vetorial
( 2 √
(t, t 3 + 1 − t2 ), 0 ≤ t ≤ 1;
f~(t) = 2 √
(t, t 3 − 1 − t2 ), 0 ≤ t ≤ 1.
Rotacione tal curva em torno do eixo z pra gerar uma superfı́cie de revolução S, parametrize tal
superfı́cie e encontre sua área. Utilize integral numérica.
(a) 288
(b) 210 ( 31 − 1
11
)
(c) -6
93
√ √
(d) hab(14 13 + 2ln(2 + 3)
4π
(e) 3
√
1.49π 2
(f ) 2
(a) 24π
π
(b) 3
π
(c) 3
321π
(d) 2
(a) 32
4
(b) Xcm = 0; Y cm = 3
94
4. Resposta do exercı́cio (3.17) Xcm = a3 ; Y cm = 2b ; Zcm = c
3
(a) 1
6
(b) 5
95
4πR5 ρ
(a)
15
πR5 4
(b) ( ρ0 + ρ1 )
5 3
19. Reposta do exercı́cio (3.32) M(T 2 ) = (2π)2 ab(b2 + 2a2 )
512
20. Resposta do exercı́cio (3.33)
3
21. Resposta do exercı́cio (3.34)
96
Referências Bibliográficas
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97