Universidade Estadual de Feira de Santana

Curso de Bacharelado em Direito

Direito Financeiro e Tributário II
Professor José Lima de Menezes
ALUNO: VICTOR LIMA CARIBÉ

OFICINA DE ESTUDOS IMPOSTO DE IMPOSTO DE RENDA 02

Problema 01

Indique os critérios de determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas,
esclarecendo em que consiste cada uma delas.

Existem, três formas de tributação das pessoas jurídicas no Brasil, a título de imposto de renda, todas
baseadas na metodologia de apuração do lucro no período, que pode ser real, presumido ou arbitrado.

A base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) apurado pela pessoa jurídica tributada
com base no lucro real corresponderá ao lucro líquido, apurado segundo os preceitos contábeis (em linhas
gerais, receitas menos despesas), do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou
compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária (artigos 258 a 261 do RIR/2018).

A base de cálculo do IRPJ apurado pelo lucro presumido será determinada pela aplicação dos percentuais
de presunção que variam segundo as atividades da pessoa jurídica previstos na legislação (i.e., 1,6%, 8%,
16% ou 32%), sobre a receita bruta apurada pela pessoa jurídica, deduzida das devoluções e vendas
canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, acrescida (a) dos ganhos de capital, demais receitas
e resultados positivos auferidos no mesmo período; (b) os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em
aplicações financeiras de renda fixa e renda variável; (c) os juros sobre o capital próprio auferidos; (d) os
valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de
crédito; (e) o valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção sobre as receitas auferidas nas
exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida; (f) a diferença de receita
financeira; e (g) as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda que a
título de indenização, em virtude de rescisão de contrato.

A base de cálculo do IRPJ pelo lucro arbitrado será determinada pela receita bruta, mediante a aplicação
dos percentuais de presunção (i.e., 1,92%, 9,6%, 19,2%, 38,4% ou 45%), segundo a natureza da atividade
econômica explorada, somada aos valores previstos na legislação, tais como ganhos de capital e demais
receitas e resultados positivos, rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras (artigos
605 e 606 do RIR/2018). Quando a receita bruta for desconhecida, o lucro será arbitrado com a utilização
de coeficientes aplicados sobre valores (bases) expressamente fixados pela legislação tributária (artigo 608
do RIR/2018).

Problema 02

Indique as datas em que se manifesta o critério temporal da hipótese de incidência do Imposto de Renda
das Pessoas Jurídicas.

No IRPJ, tem-se período de apuração trimestral, podendo a pessoa jurídica que pagar com base no lucro
real fazer opção pelo período anual, com antecipações mensais. No imposto trimestral, considera-se
ocorrido o fato gerador ao final de cada trimestre civil; no anual, em 31 de dezembro do ano-calendário.

Problema 03
Caso a Pessoa Jurídica venha a optar pela apuração anual do Imposto de Renda, qual a consequência em
termos de determinação da base de cálculo?

A pessoa jurídica poderá optar pela apuração anual do imposto de renda, com base no lucro real, apurado
em 31 de dezembro de cada ano. Nesse caso, a empresa poderá optar pelo pagamento do imposto e do
adicional, determinados sobre uma base de cálculo estimada mensalmente (modalidade conhecida como
pagamento por estimativa).

Problema 04

A Companhia Feiraguayense de Muambas está obrigada à determinação da base de cálculo do Imposto de

Renda pelo lucro real. Para não ter que levantar balanços a cada três meses, o que oneraria bastante os
custos de manutenção da contabilidade, optou pelo pagamento mensal do imposto por estimativa. A
Companhia opera no ramo de SUPERMERCADOS. Com base nas informações seguintes, calcule o valor do
Imposto de Renda a Pagar, pelas operações do mês de novembro de 2019:

DESCRIÇÃO VALORES R$
Receita bruta de Vendas 350.000
Custo das Mercadorias Vendidas 200.000
Despesas Operacionais 120.000
ICMS contido no preço de venda 63.000
Vendas canceladas 7.000

Segundo a Lei 9.249/1995, artigo 15:

A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a

aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida
mensalmente, observado o disposto no art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de
dezembro de 1977, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos, sem prejuízo do disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da
Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995. (Redação dada pela Lei nº 12.973, de
2014).

Dessa forma, teremos o seguinte resultado:

Deduzindo as vendas canceladas, teremos uma receita bruta de 343.000 reais.

Aplicando o percentual de 8%, temos que a base de cálculo será de R$ 27.440,00.

O IRPJ será de 4.116,00.

Por ter ultrapassado o valor de 20.000 mensal, terá que pagar um adicional de 10% sobre o valor
excedente:

7.440 x 0,1 = 744,00.

IRPJ total = R$ 4.860,00

Problema 05

A Companhia Alfabética Feirense iniciou suas atividades em 01.06.2018. No referido ano-calendário,

obteve receita bruta total de R$ 50.000.000.
PODE OPTAR, em 2019, pela determinação da base de cálculo do Imposto de Renda pelo critério “lucro
presumido”? Por que?

Segundo o art. 587 do Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018, a pessoa jurídica cuja receita bruta
total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de
reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de
atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses, poderá optar pelo regime de
tributação com base no lucro presumido.

Além disso, somente a pessoa jurídica que não esteja obrigada à tributação pelo lucro real poderá optar
pela tributação com base no lucro presumido.

Portanto, por não ter ultrapassado o valor limite para a adesão ao regime de tributação com base no lucro
presumido e não se tratando de PJ que esteja obrigada à tributação pelo lucro real, a Companhia Alfabética
Feirense poderá optar por tal regime.

Problema 06

A Revendedora Feirense de Combustíveis Derivados de Petróleo, no primeiro trimestre de 2019, incorreu

nos seguintes eventos:

DESCRIÇÃO VALORES
Receita bruta de Vendas 1.800.000
Devolução de vendas -0-
Impostos e Taxas Contidos nas Vendas 450.000
Custo das Mercadorias Vendidas 950.000
Calcule o Imposto de Renda devido, pelo LUCRO PRESUMIDO.

Dispõe o art. 15, § 1°, inciso I da Lei 9249:

Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante
a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida
mensalmente, observado o disposto no art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de
dezembro de 1977, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos, sem prejuízo do disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da
Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995. (Redação dada pela Lei nº 12.973, de
2014)

§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:

I - um inteiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, para

consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás
natural;

Dessa forma, teremos:

1.800.000 x 1,6% = 28.800,00

28.800,00 x 15% = 4.320,00

Como o lucro presumido não ultrapassou o valor de 20.000,00 mensal, não haverá cobrança de valor
adicional.

IRPJ = 4.320,00
Problema 07

A Companhia Feirense de Multi Utilidades fez opção pelo LUCRO PRESUMIDO, para determinação da
base de cálculo do Imposto de Renda. No terceiro trimestre de 2019, incorreu nos seguintes eventos:

Receita da Revenda de Combustíveis Derivados de Petróleo 2.150.000

Receita da Revenda de peças automotivas e pneumáticos 950.000
Receita da Execução de Serviços de Transporte de Carga 750.000

Com estes dados, calcule o Imposto de Renda devido, pelo critério LUCRO PRESUMIDO.

Revenda de combustíveis:

2.150.000 x 1,6% = 34.400,00

34.400,00 x 15% = 5.160,00

IRPJ = 5.160,00

Revenda de peças automotivas e pneumáticos:

950.000 x 8% = 76.000,00

76.000,00 x 15% = 11.400,00

Adicional – 16.000,00 x 10% = 1.600,00

IRPJ = 13.000,00

Transporte de cargas:

750.000 x 8% = 60.000,00

60.000,00 x 15% = 9.000,00

IRPJ = 9.000,00

Cálculo considerando o lucro presumido do lucro presumido global:

Lucro presumido total = 170.400,00

IRPJ sem adicional = 25.560,00
Adicional de IRPJ = 56.800 – 20.000 = 36.800 (excedente) x 10% = 3.680
IRPJ total (com adicional) = 29.240,00

Problema 08

A Companhia Empreendimentos Comerciais do Tomba apresentou, no terceiro trimestre de 2019, o

seguinte desempenho:
Receita bruta da Revenda de Mercadorias: R$ 10.000.000
Salários de Vendedores: R$ 550.000
Encargos Trabalhistas: R$ 44.000
Encargos Previdenciários: R$ 110.000
Impostos contidos nas vendas: R$ 1.800.000
Vendas Canceladas: R$ 50.000
Custo das Mercadorias Vendidas: R$ 7.000.000
Ganho obtido na venda de veículos, para substituição da frota: R$ 350.000

COM ESTES DADOS, calcule o Imposto de Renda devido, pelo critério “lucro real”.

A Receita bruta de vendas 10.000.000

B Impostos e taxas contidos em vendas, vendas canceladas 1.850.000
C Receita líquida de vendas (A – B) 8.150.000
D Custo das mercadorias vendidas e dos serviços prestados 7.000.000
E Lucro bruto (C – D) 1.150.000
F Despesas operacionais 700.000
G Lucro operacional (E – F) 450.000
H Resultados extra operacionais 350.000
I Lucro líquido, antes das participações (H + I) 800.000
J Participações a empregados e administradores 0
K Lucro líquido do período, antes do IR (I – J) 800.000
IRPJ = lucro líquido x 15% 120.000
Como essa empresa teve um lucro trimestral que ultrapassou em R$60.000,00 a média de R$20.000,00 por
mês, portanto será necessário recolher um adicional:

Base de cálculo: 800.000 – 60.000 = 740.000

IR adicional: 740.000 x 10% = 74.000

Portanto, o IR devido, pelo critério “lucro real”, será de R$ 194.000,00.

Problema 09

A Companhia Feirense de Mungangas opera no ramo de comércio varejista de gêneros alimentícios, no

ano de 2018, por medida de economia, desmontou o departamento de contabilidade, cujo custo mensal
era de R$ 40.000 (Um contador chefe com salário de 20.000, mais cinco contadores juniores auxiliares,
com salários de R$ 4.000 cada). Contratou um escritório de contabilidade, pagando honorários mensais
de R$ 8.000.
A Companhia, no referido ano-calendário, auferiu receita bruta de R$ 120.000.000. Durante os diversos
trimestres do ano, o escritório calculou, pelo critério LUCRO REAL, e a empresa pagou, a quantia de R$
5.500.000.
No início de 2019, o auditor da Receita Federal Brasilino Fiscalista Escrotildo verificou que a contabilidade
não havia registrado a movimentação bancária. Então, arbitrou o lucro com base na receita bruta
conhecida e promoveu lançamento para exigir a quantia de R$ 12.520.000.

CONSIDERE A POSSIBILIDADE DE IMPUGNAÇÃO DO LANÇAMENTO.

O Lucro Arbitrado é um tipo de regime tributário utilizado em ocasiões pontuais. Ele pode ser considerado
uma base de cálculo do imposto de renda, podendo ser atribuída pelo Fisco ou de maneira voluntária por
empresas que não seguem o regime Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. No caso em tela, o
imposto deverá ser arbitrado levando em conta os percentuais de presunção do lucro presumido acrescido
de 20%, ou seja a presunção de lucro para a atividade de comércio é de 8%, ficando da seguinte forma:

RECEITA BRUTA R$ 120.000.000,00

BASE DE CÁLCULO ( PRESUNÇÃO 8%) R$ 9.600.000,00

IRPJ 15% R$ 1.440.000,00

IRPJ EXCEDENTE 10% R$ 138.000,00

ACRESCIMO 20% R$ 315.600,00

VALOR PAGO R$ 5.500.000,00

CRÉDITO A RECUPERAR -R$ 3.606.400,00

Nesse caso, há um valor excedente, tendo sido pago a maior pela empresa, a qual poderá requerer a
restituição.