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CATEGORIAS DA
INTERPRETAÇÃO
CONSTITUCIONAL II
PROF. AGENOR SAMPAIO NETO
A COLISÃO DE
NORMAS
CONSTITUCIONAIS
A COLISÃO DE NORMAS
CONSTITUCIONAIS
Em seguida:
será preciso ainda decidir quão intensamente esse grupo de normas – e
a solução por ele indicada – deve prevalecer em detrimento dos demais,
isto é: sendo possível graduar a intensidade da solução escolhida, cabe
ainda decidir qual deve ser o grau apropriado em que a solução deve
ser aplicada.
Todo esse processo intelectual tem como fio condutor o princípio da
proporcionalidade ou razoabilidade.
É certo que cada uma das três etapas descritas acima – identificação das
normas pertinentes, seleção dos fatos relevantes e atribuição geral de pesos,
com a produção de uma conclusão – envolve avaliações de caráter
subjetivo, que poderão variar em função das circunstâncias pessoais do
intérprete e de outras tantas influências.
A metáfora da ponderação, associada ao próprio símbolo da justiça, não é imune a críticas, sujeita-se ao mau
uso e não é remédio para todas as situações. Embora tenha merecido ênfase recente, por força da teoria dos
princípios, trata-se de uma ideia que vem de longe.
Para evitar ou minimizar o risco identificado acima, a doutrina tem se empenhado em desenvolver alguns
elementos de segurança, alguns vetores interpretativos. De fato, para que as decisões produzidas mediante
ponderação tenham legitimidade e racionalidade, deve o intérprete:
1. reconduzi-las sempre ao sistema jurídico, a uma norma constitucional ou legal que lhe sirva de
fundamento: a legitimidade das decisões judiciais decorre sempre de sua vinculação a uma decisão
majoritária, seja do constituinte seja do legislador;
2. utilizar-se de um parâmetro que possa ser generalizado aos casos equiparáveis, que tenha pretensão de
universalidade: decisões judiciais não devem ser casuísticas nem voluntaristas;
3. produzir, na intensidade possível, a concordância prática dos enunciados em disputa, preservando o
núcleo essencial dos direitos.
A ARGUMENTAÇÃO
JURÍDICA
ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
A interpretação jurídica lida com casos fáceis e com casos difíceis. Os casos
fáceis podem ser decididos com base na lógica formal, dedutiva, aplicando-
se a norma pertinente aos fatos, mediante subsunção. Nos casos difíceis,
porém, a solução precisa ser construída tendo em conta elementos que
não estão integralmente contidos nos enunciados normativos aplicáveis.
Valorações morais e políticas precisarão integrar o itinerário lógico da
produção da decisão. Este é o ambiente típico da argumentação jurídica.
ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA