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#agora_pensa_mais
WĄŐŝŶĂϭϴϰ
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO
Grupo I
Grupo II
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ϭ͘ϭĞŶĄƌŝŽĚĞƌĞƐƉŽƐƚĂ͗
– O relativismo, porque de acordo com o relativismo os nossos juízos morais são crenças acerca do código moral
aprovado na nossa sociedade.
– Assim, quando alguém afirma que “x é correto” está simplesmente a dizer “A minha sociedade aprova x” e quando
alguém diz “x é errado” está simplesmente a dizer “A minha sociedade não aprova x”.
– Por isso, seria contraditório dizer “O código moral da minha sociedade é errado”, pois isso seria o mesmo que dizer
que a minha não aprova o código moral que aprova.
NOTA: Não se exige que o aluno utilize exatamente os mesmos termos do descritor da resposta correta.
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– A teoria apresentada no texto é o relativismo cultural. Podemos defender essa perspetiva com base no argumento
da diversidade cultural, de acordo com o qual:
;ϭͿ Culturas diferentes têm códigos morais diferentes.
(2) Se culturas diferentes têm códigos morais diferentes, então não há uma verdade moral objetiva, pois a
verdade dos juízos morais é sempre relativa à cultura ou grupo social onde estes são formulados, mais
propriamente, ao código moral (ou conjunto de normas) adotado pelos seus respetivos membros.
(3) Logo, não há uma verdade moral objetiva, pois a verdade dos juízos morais é sempre relativa à cultura ou ao
grupo social onde estes são formulados, mais propriamente, ao código moral (ou conjunto de normas) adotado
pelos seus respetivos membros.
NOTA: Não se exige que o aluno utilize exatamente os mesmos termos do descritor da resposta correta.
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– O argumento apresentado não é sólido, pois a segunda premissa é falsa.
– O facto de haver culturas com códigos morais diferentes não é uma condição suficiente para que não haja uma
verdade objetiva na que diz respeito à moralidade. Pode simplesmente dar-se o caso de haver culturas com códigos
morais errados.
– Analogamente, o facto de haver diferentes opiniões relativamente à forma do planeta Terra não é uma condição
suficiente para considerarmos que não há uma verdade objetiva acerca desse assunto.
NOTA: Não se exige que o aluno utilize exatamente os mesmos termos do descritor da resposta correta.
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– O objetivismo, porque de acordo com o objetivismo, os juízos morais são crenças acerca de um padrão moral
neutro. Esse padrão moral neutro corresponde àquilo que, independentemente das nossas preferências pessoais
ou convenções sociais, temos boas razões para aprovar ou reprovar.
– Assim, de acordo com o objetivismo, afirmar “x é correto” é o mesmo que dizer “independentemente das nossas
preferências pessoais ou convenções sociais, temos boas razões para aprovar x” e dizer “x é errado” significa
“independentemente das nossas preferências pessoais ou convenções sociais, temos boas razões para reprovar x”.
– O autor parece estar a defender esta perspetiva ao sustentar que: “os juízos morais são diferentes de meras
expressões de preferência pessoal.” e que “Um juízo moral […] tem de ser apoiado em boas razões”.
NOTA: Não se exige que o aluno utilize exatamente os mesmos termos do descritor da resposta correta.
(2) Se há juízos morais que são justificáveis de um se referem às preferências pessoais de cada indivíduo
ponto de vista imparcial, então há juízos morais e, por conseguinte, a sua verdade ou falsidade não é
objetivamente verdadeiros. independente de qualquer perspetiva, mas, pelo
contrário, é sempre relativa à perspetiva de cada um.
(3) Logo, há juízos morais objetivamente verdadeiros.
– Argumentar a favor desta perspetiva com base no
– Isto significa que, para os objetivistas, as avaliações
seguinte argumento:
morais têm de ser justificadas de uma forma que seja
aceitável para qualquer indivíduo racional, seja qual ;ϭͿ Existem amplos e profundos desacordos no que
for a sua sociedade. Ora, uma vez que a discriminação diz respeito ao valor de verdade dos juízos morais.
racial não parece ser imparcialmente defensável,
(2) Se, além das nossas preferências pessoais e
podemos considerar que Martin Luther King Jr estava
subjetivas, houvesse um domínio de factos
objetivamente certo quando se opunha a essa
morais ao qual pudéssemos apelar, então tais
prática, independentemente da aprovação social de
desacordos não teriam lugar.
que esta gozava na altura.
(3) Logo, não há um domínio de factos morais além
– Atacar o subjetivismo mostrando que uma vez que
das nossas preferências pessoais e subjetivas.
defende que os nossos juízos morais se limitam a
descrever as nossas preferências pessoais, o – Na ausência de um domínio de factos morais além
subjetivismo implica implausivelmente que somos das nossas preferências pessoais e subjetivas, não se
moralmente infalíveis. Ora, todos temos a experiência pode dizer, ao condenar a discriminação racial
de já ter estado errados em relação a questões patente na sociedade norte-americana da altura,
morais, e de ter mudado de perspetiva precisamente que Martin Luther King Jr estava objetivamente
por considerarmos que a perspetiva que defendíamos certo. Ele estava seguramente certo, pois se o seu
era falsa, por isso, podemos considerar que o juízo foi sincero, então seguramente estava a
subjetivismo é falso. descrever de forma adequada as suas preferências.
E, de acordo com o subjetivismo, devemos reger-nos
– Atacar o relativismo fazendo ver que este implica
pelas nossas preferências e permitir que cada um
implausivelmente que não existe progresso moral
viva de acordo com as suas.
das sociedades, porque de acordo com o relativismo
não existe um padrão neutro do que é certo ou – Atacar o objetivismo mostrando que esta teoria nos
errado que nos permita comparar as diferentes compromete com a existência de propriedades
sociedades e verificar quais estão mais próximas e muito estranhas, pois, de acordo com esta perspetiva,
quais estão mais distantes desse ideal. Mas nesse propriedades morais, como a correção ou a
caso, não poderíamos dizer, por exemplo, que o incorreção, são propriedades objetivas das coisas.
estatuto social da mulher na sociedade portuguesa Mas a correção ou a incorreção dão-nos razões para
atual é melhor ou pior do que era antes do 25 de agir desta ou daquela maneira. Contudo, não parece
Abril. Ora, isso é simplesmente absurdo. Logo, o haver nada no mundo dos factos objetivos com essa
relativismo cultural é falso. capacidade. Aquilo que nos leva a agir são sempre as
nossas preferências e desejos, mas isso são aspetos
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subjetivos e não propriedades objetivas das coisas.
– Defender que não podemos dizer que Martin Luther
Por exemplo, o facto de que está um copo de água
King Jr estava objetivamente certo, pois, uma vez
em cima da mesa não me dá, por si só, uma razão
que não existe uma realidade moral objetiva a que os
para fazer seja o que for. É a minha sede que me faz
juízos morais possam corresponder ou não
ter vontade de pegar no copo e beber a água que se
corresponder, os juízos morais não são objetivamente
encontra no seu interior.
verdadeiros ou falsos.
– Atacar o relativismo fazendo ver que este conduz ao
– Para isso, o aluno pode apoiar-se no subjetivismo,
conformismo. De acordo com o relativismo, uma
que se caracteriza por defender que os juízos morais
prática é correta (ou incorreta) segundo os códigos
morais de cada cultura. Assim, alguém que afirmasse – Ora, uma vez que as noções de “certo” e “errado”
“A maioria das pessoas aprova o racismo, mas eu são sempre relativas a cada cultura, se a sociedade
acho que o racismo é errado” estaria a cair em norte-americana da altura aprovava a discriminação
contradição. Ora, isso parece conduzir a uma certa racial, então essa prática não era errada, naquela
passividade perante os valores de uma cultura. Se sociedade, e consequentemente quem quer que
pensarmos que ou estamos de acordo com a maioria, afirmasse o contrário (como por exemplo Martin
ou estamos errados, então estaremos a impedir que Luther King Jr) estaria simplesmente errado. Assim
um dissidente revolucionário, como Martin Luther sendo, por muito estranhas que certas práticas
King Jr, possa transformar a sociedade desafiando os possam parecer aos olhos da nossa cultura, devemos
hábitos e valores culturais socialmente aprovados. tolerá-las sob o pressuposto de que as práticas
comuns na nossa sociedade devem parecer
KƉĕĆŽ͗
igualmente bizarras quando avaliadas do ponto de
– Defender que não podemos dizer que Martin Luther
vista de outras culturas.
King Jr estava objetivamente certo, pois, uma vez
que culturas diferentes têm códigos morais – Atacar o subjetivismo fazendo ver que, ao contrário
diferentes, os juízos morais não são objetivamente do que esta perspetiva defende, nem sempre os
verdadeiros ou falsos, pois a sua verdade ou falsidade nossos juízos morais correspondem às nossas
é sempre relativa ao código moral aprovado por cada preferências subjetivas. Por exemplo, podemos achar
sociedade. que é correto uma pessoa de quem gostamos ir fazer
voluntariado para um país distante, embora
– Para isso, o aluno pode apoiar-se no relativismo
subjetivamente preferíssemos que essa pessoa não
cultural, que se caracteriza precisamente por
viajasse para longe. Isso significa apenas que a
defender que os juízos morais não são objetivamente
prática de voluntariado é socialmente encorajada,
verdadeiros ou falsos, pois referem-se ao código
mas isso não implica que as nossas preferências
moral socialmente aprovado.
pessoais estejam alinhadas com aquilo que é
– Argumentar a favor desta perspetiva com base no socialmente aprovado.
seguinte argumento:
– Atacar o objetivismo mostrando que esta teoria nos
(4) Culturas diferentes têm códigos morais compromete com a existência de propriedades
diferentes. muito estranhas, pois, de acordo com esta perspetiva,
;ϱͿ Se culturas diferentes têm códigos morais propriedades morais, como a correção ou a
diferentes, então não há uma verdade moral incorreção, são propriedades objetivas das coisas.
objetiva, pois a verdade dos juízos morais é Mas a correção ou a incorreção dão-nos razões para
sempre relativa à cultura ou grupo social onde agir desta ou daquela maneira. Contudo, não parece
estes são formulados, mais propriamente, ao haver nada no mundo dos factos objetivos com essa
código moral (ou conjunto de normas) adotado capacidade. Assim, resta-nos assumir que os únicos
pelos seus respetivos membros. factos morais que existem são as diferentes
convenções sociais adotadas pelas diversas
(6) Logo, não há uma verdade moral objetiva, pois a
sociedades.
verdade dos juízos morais é sempre relativa à
cultura ou ao grupo social onde estes são NOTA: Não se exige que o aluno utilize exatamente os mesmos
termos do descritor da resposta correta.
formulados, mais propriamente, ao código moral
(ou conjunto de normas) adotado pelos seus
respetivos membros.
A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas em cada um dos parâmetros
seguintes.
A – Problematização ............................................................................................................................... 6 pontos
B – Argumentação a favor de uma posição pessoal ............................................................................. 12 pontos
C – Adequação conceptual e teórica ...................................................................................................... 8 pontos
D – Comunicação .................................................................................................................................... 4 pontos