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Perguntas a serem respondidas na exposição:

 
1) Que é o autor/autores, contexto, sua formação, características, percurso, relevância da sua obra.
2) Sintetizar em 2-3 linhas qual é a temática central do livro. 
3) Como se organiza e estrutura o livro e, no caso de se tratar de uma coletânea, quais são os autores e
o que os une e caracteriza. 
4) Quais são os pontos centrais distinguidos na sua introdução e/ou no livro em geral? (Quais são as
perguntas de partida e o que se pretende ‘provar’?)
6) Como se relaciona com a Nova Musicologia?

5) Cada estudante escolhe 1 capítulo, e apresenta-o, salientando os seus aspetos essenciais.  Qual é o
problema de investigação aqui colocado; como procede o autor à recolha e interpretação de dados
para obter os resultados pretendidos; conclusões ou ideias finais do próprio autor.

2- Este livro tem como temática os estudos de género na música, interligando-a com a sociedade e cultura.
Tem como objetivo, tal como é dito nos agradecimentos, ser uma compilação de várias fontes sobre o tema,
abordando-o de um ponto de vista feminista. Foi originalmente publicado como uma coletânea de sete
artigos. Explora repertórios desde Monteverdi até Diamanda Galás, abordando-os através da Nova
Musicologia e com uma interpretação feminista. Alguns exemplos de temas tratados: representações culturais
dos homens e das mulheres na ópera e construção do desejo e prazer na música consoante o seu contexto
histórico. Aborda objetos já estudados previamente, mas nunca com esta perspetiva nem focado neste tipo de
estudos.

6- Na própria introdução do livro a autora cita Kerman (página xiv), explicando que este encorajou o
afastamento da perspetiva positivista. O livro de Kerman chama-se Contemplating Music, de 1985. Explica logo
também na Introdução, escrita 10 anos após a publicação do livro, que o este explora outras disciplinas para
além da musical (ix). Menciona filmes, literatura, história, fala de significados culturais e sociais, e diz que no
seu trabalho é muito evidente a teoria literária, os estudos culturais e o feminismo (xiv). Também vai explorar
emoções, algo do campo da psicologia.
Citação página xviii

Nova Musicologia no meu capítulo:


Citação página 81. “…their (madwomen) musical manifestions need to be examined at least in part against the
broader contexts from which they emerge and in which they are received.” (McClary, Página 81).
“both cultural and musical points of view” (Página 81)
Fala de Michael Foucault, Madness and Civilization e tem em conta o seu trabalho para a investigação
musicológica que leva a cabo - segundo a autora “the first “archaeology” of attitudes toward insanity in early
modern europe” (página 82).
Fala de psiquiatria e atre pública, dizendo que estão interligadas (Página 84)
“In other words, explanatory models in science and representational artifacts in the arts are often
interdependent in processes of social formation.” (Página 84)
Fala sobre Platão (Página 85) – filosofia, como a música era vista
Dá contexto sobre a obra literária de Walter Scott, Lucy Ashton, devido a Lucia de Lammermoor (Página 90)
Fala de Ophelia de Shakespeare (Página 92)
Fala da ópera Lucia di lamermoor num contexto político: “the fact that her dilema seems domestic rather than
overtly political meant that it could (and did) pass through the censors.” (Página 98).
Contexto politico em torno ao género do século XIX é dado (Página 99).
“… music is a socially organized enterprise – is likewise condemned to meaning.” (Página 102)).

3- O livro está dividido em 7 capítulos, sendo que ao início tem agradecimentos e uma retrospetiva realizada
10 anos depois do seu lançamento. O primeiro capítulo é introdutório. Ao final tem notas e o índice. Foi Susan
McClary que escreveu o livro completo, e o que une os capítulos é a sua temática, explicada no ponto 2.
Consegue ser bastante eclético e abordar diferentes questões de género em múltiplos períodos históricos.

Capítulo 4: Excess and Frame: The Musical Representation of Madwomen.


Tema do capítulo: aspetos mais importantes
Título do capítulo
Explica como ao longo do tempo os compositores e autores de outras áreas (incluindo psiquiatria e literatura)
se sentiram atraídos pelo tema das mulheres loucas. Na música inclui-se no repertório canónico inclusive.
Explica que muitas vezes esta ideia de madwomen pode passar para além das óperas e estar presente nas
divas e prima donnas.
Ainda que haja interesse, este tema foi sempre “dismissed as unworthy of serious critical attention” (Página
80).

“Some of the pieces in question are dismissed as unworthy of serious critical attention, while others
are acknowledged and studied as important masterworks, but with the issues of madness and
gender shoved to the side as irrelevant to the music itself. The very aspects of these operas that
make them favorites among opera lovers typically are overlooked (…)” (Página 80).

(Página 81) – Explica como as diferenças sociais entre o género feminino e masculino muitas vezes
são definidas através da medicina e da lei (Nova Musicologia), e que “cultural enterprises” como a
cultura ajudam a definir e a construir estas formulações. Estas associaram o racional ao homem e o
irracional à mulher.

Não podemos olhar para as protagonistas de óperas de madwomen como meras vítimas, pois o seu
virtuosismo musical indica-nos muito mais que isso: “her moments of excesso are its very raison
d’être”.

“their dementia is delineated musically through repetitive, ornamental, or chromatic excesses, and
how normative procedures representing reason are erected around them to serve as protective
frames preventing “contagion””. (Página 81).

Quando muita ornamentação aparece nos instrumentos = considerados génios. Quando aparece nas
madwomen = consideradas mentalmente doentes. (Página 82).

O estilo musical entre épocas mudou, mas a visão social também: a autora vai fazer um contexto
histórico de cada uma.

Faucault explica que no Renascimento a loucura tinha uma liberdade imaginativa e não estava
domada, podia florir. No entanto passou a estar ligada à razão e a tentar ser reprimida, por exemplo,
com a criação dos hospícios. No entanto o público tinha um interesse enorme em ver a loucura em
palco e em que esta fosse exibida (Página 83): “the public display of mad persons became and
remained na extremly popular entretainment well into the nineteenth century” (83).

Doerner: explica que as agências do Estado que tinha sido acabado de definir também queriam
exibir esta loucura para persuadir o público a “embrace restrictive legal and behavioral codes” (83).
Doerner e Faucault não falam da loucura tendo em conta os estudos de género.

Nova Musicologia: Psiquiatria definia as razões para um homem estar louco as seguintes: luto, culpa ou
deficiências cognitivas. As das mulheres era singular, era o excesso sexual. Os psiquiatras ficaram obcecados
com a loucura feminina. (84)
Na arte a loucura, segundo Showalter, é representada quase sempre como feminina.
A psiquiatria diz e depois a arte reflete, o que acaba por influenciar a música e o público.

(Página 85): “The frame of masculine rationality is constantly visible to guard against the male-constructed (or
framed) image of a woman. It is apparently only within the security of that double frame that feminine
madness can be presented for public delectation.
Uma das convenções: madwomen não falam, são silenciadas. No entanto isso na música muda e torna-se o
contrário. – A música dá voz aos pensamentos interiores das personagens, no entanto quando a personagem é
uma madwomen pode ser um problema, pois o que diz pode influenciar-nos, e causar paixões que segundo a
autora nos levam à loucura.
Para isto não acontecer, e tal como McClary demostra nos exemplos, o compositor/artista põe sempre
presente uma figura masculina como a voz da razão ao lado da loucura, para conseguir proteger-nos e não
sermos contaminados (página 86)

Dá exemplos específicos da ninfa, lucia e blablabla

Double-frame construction: a ninfa como uma construção masculina (foi construída por um homem) e contida
por um homem (a voz da razão) (Página 89).

Donizetti – “she (Lucia) is also a romantic hero whose energy defies stifling social convention. (…) Lucia’s
resistance to social oppression can be celebrated not only as a woman’s refusal of an arranged marriage, but
also as a refusal of any sort of imposed social contract. (…) And, because she is mad, Lucia cannot, of course,
be held responsible for deliberate resistance. Thus she can be victim and heroine simultaneously – in short, a
martyr.” (Página 98)

“In other words, the very qualities regarded as evidence of superior imagination – even of a genius – in each
period of music are, when enacted on stage, often projected onto madwomen.” (Página 101)

Roland Barthes: O compositor pode ser maluco e o escritor nunca o poderá ser, pois esta condenado ao
significado.

Madness – para género feminino considerado excesso sexual ou algo negativo, e para género masculino
considerados génios. (Página 102)
Christine Battersby – Gender and Genius

Mulheres eram excluídas do processo e da categoria de “génio”, mas o trabalho de parto era considerado
como “creative process” (Página 103).

Representar madwomen – excusa para fugir às normas formais e estruturais musicais (Página 109)

Termina o artigo falando de Diamanda Galas, madwomen no presente e representação da mesma para
defender causas e direitos.

Metodologia
- Apresenta opiniões de outros autores (Ethan Morden)
- Exemplifica o tema com obras de vários períodos (Monteverdi, Donizetti, Schoenberg)
- Utiliza outras fontes e explica que a matéria para estudar o tema está disponível: “Fortunately, much of the
information required for such a task is already avaliable” (Página 81), e cita Michael Foucault, Klaus Doerner e
Elaine Showalter. Segundo a última, a loucura era vista como uma peculiaridade feminina, um excesso de
sexualidade feminina.

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