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Cap 05 Cruz Prioritarios
Cap 05 Cruz Prioritarios
5. CRUZAMENTOS PRIORITÁRIOS............................................................................................................... 1
Índice de Quadros
5.1. Introdução
Este capítulo descreve os procedimentos necessários para analisar intersecções de duas estradas,
na qual uma é prioritária e a outra apresenta sinais de paragem obrigatória (STOP) ou perda de
prioridade. Esta metodologia não é aplicável a cruzamentos totalmente não sinalizados.
Neste capítulo, é utilizada uma terminologia que se aplica às características singulares das
análises de capacidade e nível de serviço dos cruzamentos prioritários. Esta terminologia é
apresentada seguidamente, sendo cada uma destas variáveis descritas em maior detalhe ao longo
do texto.
As intersecções prioritárias são o tipo de intersecção mais frequente em todo o mundo. Nestas
intersecções utilizam-se os sinais de STOP ou de perda de prioridade para assinalar o direito de
passagem. Numa intersecção, os acessos regulados com estes sinais denominam-se “acessos da
estrada secundária” e podem ser estradas públicas ou entradas para propriedade privadas. Os
restantes acessos à intersecção denominam-se “acessos da estrada principal”. Uma intersecção de
três acessos é um tipo especial de intersecção sempre e quando o acesso da estrada secundária é
controlado por um sinal de STOP ou perda de prioridade.
As intersecções prioritárias, tal como se definem aqui, asseguram o direito de passagem aos
vários movimentos de acordo com a seguinte hierarquia (ver Figura 2 e Figura 3):
1. Todos os movimentos de conflito cedem a passagem a qualquer veículo que atravesse ou vire
à direita a partir da estrada principal. Mais à frente, designam-se estes movimentos por de
máxima prioridade;
2. Os veículos que viram à esquerda a partir da estrada principal cedem passagem unicamente
aos veículos de conflito que atravessam e viram à direita a partir da estrada principal. Todos
os outros movimentos de conflito cedem passagem a estes movimentos de viragem à
esquerda a partir da estrada principal;
Embora esta metodologia sugira que os movimentos com maior prioridade não sofrem qualquer
demora na travessia da intersecção prioritária, a experiência mostra que o seu direito de
passagem é, em certa medida, apropriado por outros movimentos em conflito com estes. Estas
apropriações produzem-se, fundamentalmente, durante períodos de congestionamento, quando os
veículos dos movimentos de conflito experimentam grandes demoras e filas de espera. Os
procedimentos descritos neste capítulo não têm em conta estas apropriações, assumindo que os
veículos que atravessam na estrada principal não experimentam demora na sua passagem através
da intersecção. A demora total na intersecção é assim maior que a prevista por esta metodologia
sempre que este pressuposto não se verifique.
Nas intersecções prioritárias, requer-se que os condutores provenientes dos acessos regulados
(movimentos 1, 4, 7, 8, 9, 10, 11 e 12) seleccionem folgas no fluxo da estrada principal, através
das quais executam as manobras de cruzamento ou viragem. Quando existe fila de espera, cada
condutor de um acesso regulado necessita, em primeiro lugar, de atingir o início da fila para
posteriormente avaliar as folgas no fluxo da estrada principal. A capacidade dos acessos
regulados baseia-se assim em três factores:
1. A distribuição das folgas no fluxo de circulação da estrada principal;
2. O julgamento do condutor para seleccionar a folga e executar a manobra desejada;
3. O tempo de seguimento requerido por cada condutor da fila de espera.
A progressão pode variar substancialmente com a distribuição das folgas da corrente de tráfego
principal. Em artérias de sentido único aparecem periodicamente folgas elevadas entre pelotões,
através das quais o tráfego das estradas secundárias pode efectuar facilmente os movimentos de
cruzamento ou viragem ou mesmo ambos. Esta circunstância permite maiores capacidades nas
estradas secundárias e um melhor funcionamento do que no caso de chegadas aleatórias.
Em artérias de dois sentidos, o tráfego da estrada secundária pode deparar-se com uma grande
variedade de situações, dado os pelotões chegarem segundo os dois sentidos da estrada principal.
Assim, a sua chegada pode ser simultânea ou de uma forma escalonada (primeiro os de um
sentido e depois do outro). No primeiro caso, os cruzamentos a partir da estrada secundária serão
mais fáceis de efectuar e, no último caso, o veículo que pretende efectuar o cruzamento pode
encontrar um pelotão virtualmente sem fim. A figura seguinte pretende mostrar estes aspectos.
Pelotão
DISTÂNCIA
Folga
Veículo 1
Veículo 2
TEMPO
5.2.1. Conceito
O terceiro aspecto é a regra da prioridade que é atribuída a cada movimento. Alguns movimentos
têm prioridade absoluta, enquanto outros devem dar prioridade a movimentos de nível superior.
As figuras seguintes ilustram a prioridade relativa dos movimentos nas intersecções em “X”
(cruz - 4 braços) e “T”.
12 11 10
Nível 2: Movimentos 1, 4, 9 e 12 6
Nível 3: Movimentos 8 e 11 5
4
Nível 4: Movimentos 7 e 10
1
2
3
STOP
7 8 9
5
Nível 1: Movimentos 2, 3 e 5 4
Nível 2: Movimentos 4 e 9
2
Nível 3: Movimento 7
3
STOP
7 9
Assim:
• Movimentos de Nível N=1 (nível principal e assinalados pelo índice i): tráfego de
atravessamento da estrada principal e de viragem à direita a partir da estrada principal;
• Movimentos de Nível N=2 (subordinados ao nível 1 e assinalados pelo índice j): tráfego de
viragem à esquerda a partir da estrada principal e de viragem à direita a partir da estrada
principal;
• Movimentos de Nível N=3 (subordinados ao nível 1 e 2 e assinalados pelo índice k):
tráfego de atravessamento da estrada secundária, no caso de intersecção em “X”, e tráfego
de viragem à esquerda a partir da estrada secundária (no caso de uma intersecção em “T”);
• Movimentos de Nível N=4 (subordinados a todos os anteriores e assinalados pelo índice l):
tráfego de viragem à esquerda a partir da estrada secundária (no caso de uma intersecção de
4 braços).
Deste modo, se dois veículos estão à espera para cruzar o fluxo de tráfego da estrada principal,
pretendendo um virar à esquerda a partir da estrada principal e o outro efectuar o atravessamento
a partir da estrada secundária, a primeira folga disponível (e de tamanho razoável) será
aproveitada pelo veículo que pretende virar à esquerda a partir da estrada principal. O veículo
que pretende atravessar deve esperar por uma segunda folga disponível. Em termos gerais, um
grande número de veículos a pretenderem virar à esquerda poderão usar todas as folgas
disponíveis de tal modo que, os veículos da estrada secundária que pretendem atravessar são
severamente impedidos (ou impossibilitados) de efectuar os movimentos de atravessamento em
segurança.
Para além disto, uma folga no conjunto do tráfego da estrada principal pode ainda ser usada
simultaneamente por outro veículo. Por esta razão, o método não assume que as viragens à
direita a partir da estrada secundária impedem qualquer outro dos movimentos que usam as
folgas no fluxo da estrada principal.
O método de aceitação de folgas empregue nos procedimentos descritos neste capítulo foi
desenvolvido na Alemanha [3]. Este modelo, calcula a capacidade potencial de cada movimentos
de tráfego de nível secundário, de acordo com a seguinte equação:
∑Vc , y t0
−
y
3600
C p,x = e 3600
(1)
tf
onde,
Cp,x = capacidade potencial do movimento secundário x (vl/h);
Vc,y = volume de tráfego do movimento de conflito y (veic/h);
t0 = tg - (tf /2);
tg = folga crítica (i. e., mínimo período de tempo que permite a entrada na intersecção a
um veículo do movimento de nível secundário) (seg); e
tf = tempo de seguimento (i. e., intervalo de tempo entre a partida de um veículo da
estrada secundária e a partida do veículo seguinte numa situação de fila contínua)
(seg).
Os dados de base necessários para esta metodologia são similares a outras técnicas de análise de
capacidade. A descrição detalhada da geometria, do controlo, dos volumes e da composição do
tráfego na intersecção é necessária. Os factores geométricos mais importantes são os seguintes:
1 - Número e utilização das pistas;
2 - Canalização dos fluxos na intersecção (existência de ilhas ou ilhéus);
3 - Inclinação longitudinal dos vários braços da intersecção.
Cada um destes factores tem um impacto substancial na capacidade potencial de cada movimento
para um dado volume de conflito.
O número e utilização das pistas são factores críticos. Os veículos em pistas adjacentes podem
usar simultaneamente as mesmas folgas na corrente de tráfego (a não ser que haja impedimento
por um outro utilizador dessa folga). Quando os movimentos partilham pistas, somente um
veículo destes movimentos pode usar a folga. A canalização é também importante por reduzir o
Os volumes devem ser especificados por movimento. Para que a análise reflicta as condições
durante um período de ponta de 15 minutos, antes de iniciar os cálculos devem-se dividir os
volumes horários pelo factor de ponta horário. O volume ajustado, ou fluxo do movimento x é
designado por Vx.
Por convenção, os índices de 1 até 6 são usados para definir movimentos na estrada principal e os
índices de 7 a 12 para definir os movimentos na estrada secundária. “Veículos por hora” (veic/h)
podem ser convertidos em “veículos ligeiros por hora” (vl/h) usando as equivalências
apresentadas no quadro seguinte. Este quadro relaciona as inclinações na aproximação à
intersecção e os diferentes tipos de veículos e, conforme se pode constatar, até os veículos
ligeiros devem ser ajustados se a intersecção não se localizar em terreno plano.
Assim, por exemplo, o movimento de viragem à direita a partir da estrada secundária está em
conflito unicamente com o tráfego de atravessamento da estrada principal na pista mais à direita,
com o qual este movimento se deve juntar. A figura inclui, na fórmula, metade do movimento de
viragem à direita da estrada principal, pois considera-se que este fluxo tem um efeito inibidor,
sob o movimento em causa. Este aspecto pode ser causado pelos veículos na aproximação à
intersecção sem a luz indicadora de viragem (“pisca”) accionada, provocando no condutor do
veículo em espera a sensação que o veículo em aproximação irá continuar a sua marcha através
da intersecção, ou então devido a “fricções” laterais criadas pelos veículos em pistas adjacentes à
do veículo em espera.
Quando se usam as Figura 4 e Figura 5 para avaliar os volumes de conflito, devem-se consultar
cuidadosamente as notas de rodapé, as quais implicam modificações às equações para casos
especiais.
De notar que nas equações das figuras referidas, os volumes do tráfego de conflito para o
movimento x, o qual é indicado como Vc,x, é expresso em termos de uma intensidade horária em
veículos mistos por hora (veic/h).
Movimento Volumes de
Esquema
conflito, Vc,x
12 11 10
6
1. Viragem à direita 5
a partir da estrada 1 2 4
1/2 (V3) + V2
secundária (V)c,9 1
2 V2
3
V3 V9
7 8 9
12 11 10
6
2. Viragem à 5
esquerda a partir 3 V4 4
V2 + V3
da estrada 1
2 V2
principal (V)c,4
3
V3
7 8 9
12 11 10
V6
6
3. Atravessamento 1 V5 5
1/2 (V3) + V2 + V 1 V1 4
a partir da estrada
secundária (V)c,8 3 1 V4
+ V6 + V5 + V4 2 V2 V8
3
V3
7 8 9
12 11 10
V12 V6
6
1 V11 5
4. Viragem à 1/2 (V3) + V2 + V1 V5
esquerda a partir V1 4
5
da estrada + 1/2 (V6) + V5 + V4 1 V4
2 V2
secundária (V)c,7 4 V7
+ 1/2 (V11 + V12) 3
V3
7 8 9
1 – Quando existe uma pista de viragem à direita na estrada principal e/ou quando V3 tem um sinal de STOP ou de perda de prioridade, eliminar
V3;
2 – V2 só inclui o volume na pista da direita;
3 – Quando a viragem à direita tem um sinal de STOP ou de perda de prioridade, eliminar V3 e V6;
4 – V12 deve ser eliminado em estradas principais com múltiplas pistas;
5 - Quando existe uma pista de viragem à direita na estrada principal, e/ou quando V6 tem um sinal de STOP ou de perda de prioridade, e/ou em
estradas principais de múltiplas pistas, eliminar V6.
Movimento Volumes de
Esquema
conflito, Vc,x
12 11 10
V12 V6
6
5. Viragem à direita V5 5
a partir da estrada 6 7 4
1/2 (V6) + V5
secundária (Vc,12) 1
2
3
7 8 9
12 11 10
V6
6
6. Viragem à V5 5
esquerda a partir 8 V1 4
V5 + V6
da estrada 1
2
principal (Vc,1)
3
7 8 9
12 11 10
V6
6
7. Atravessamento 6 V11 V5 5
1/2 (V6) + V5 + V4 V1 4
a partir da estrada
8 1 V4
secundária (Vc,11) + V3 + V2 + V1 2 V2
3
V3
7 8 9
12 11 10
V6
6
8 V10
8. Viragem à 1/2 (V6) + V5 + V4 V5 5
esquerda a partir 10
V1 4
da estrada + 1/2 (V3) + V2 + V1 1 V4
2 V2 V8
secundária (Vc,10) 9
+ 1/2 (V8 + V9 ) 3
V9
V3
7 8 9
6 – Quando existe uma pista de viragem à direita na estrada principal e/ou quando V6 tem um sinal de STOP ou de perda de prioridade, eliminar
V6;
7 – V5 só inclui o volume na pista da direita;
8 – Quando a viragem à direita tem um sinal de STOP ou de perda de prioridade, eliminar V6 e V3;
9 – V9 deve ser eliminado em estradas principais com múltiplas pistas;
10 - Quando existe uma pista de viragem à direita na estrada principal, e/ou quando V3 tem um sinal de STOP ou de perda de prioridade, e/ou
em estradas principais de múltiplas pistas, eliminar V3.
A folga crítica é definida como o mínimo intervalo de tempo que permite a um veículo
proveniente da corrente de tráfego secundária a entrada na intersecção. Assim, a folga crítica para
um condutor é a folga mínima que este acha aceitável. Um determinado condutor rejeitará,
portanto, qualquer folga menor que a crítica e aceitará qualquer folga maior ou igual a esta. Esta
definição, embora verdadeira, não proporciona uma estimação fácil da folga crítica, sendo
impossível medi-la a partir de simples observações de campo. Nestas observações, o que se pode
concluir é que a maior folga rejeitada por um condutor deve ser inferior à crítica e que a folga
aceite deve ser maior ou igual à crítica. Em resumo,
Esta relação pode, no entanto, não ser inteiramente verdadeira, pois os condutores não actuam
consistentemente e podem ocasionalmente rejeitar folgas de maior duração do que a folga
normalmente aceite.
Os valores de tg e tf para veículos ligeiros são dados no Quadro 2. Estes valores são resultantes de
estudos empíricos internacionais e reflectem dados obtidos em estradas onde a velocidade dos
veículos que circulam na estrada principal é, em média, de 50 km/h.
Quando se dispõe de dados mais fiáveis, podem-se utilizar estes mesmos valores para alcançar
um valor aproximado de tg e tf em estradas que tenham diferentes velocidades de circulação.
Contudo, deve ter-se em conta que as observações sugerem que poderá existir uma relação entre
a velocidade na estrada principal e os valores de tg e tf. Outros factores podem ainda afectar as
características da aceitação de folgas do condutor, incluindo a distância de visibilidade
disponível e os raios de viragem entre as estradas.
Os valores do quadro podem ser aplicados à maioria das intersecções. É no entanto possível que
estes valores difiram dos representativos de outras localizações. Se menores valores de tg e tf
forem observados, isso levará a um aumento na capacidade em comparação com a obtida a partir
dos valores apresentados no quadro. Se maiores valores de tg e tf forem usados, o resultado será
uma diminuição na capacidade. Observações de fluxos máximos (capacidade), i. e., os fluxos a
partir de um acesso secundário que tenha uma fila de espera, bem como avaliações das folgas
críticas e tempos de seguimento devem ser usadas para calibrar a metodologia.
A capacidade potencial cp,x de uma corrente de tráfego da estrada secundária é dada na Figura 6
para uma estrada principal com duas pistas e na Figura 7 para o caso de esta possuir 4 pistas.
Estas figuras representam a aplicação da equação da capacidade (equação 1) utilizando os valores
apresentados no Quadro 2. A capacidade potencial é expressa em veículos ligeiros por hora.
Pode-se observar que a capacidade potencial é função do volume de conflito Vc,x expresso em
fluxo horário, bem como do movimento secundário em análise. No eixo horizontal apresenta-se
o valor de Vc,x, no qual se deve traçar uma linha vertical ascendente até intersectar a curva do
movimento secundário apropriado. Traçando-se então uma linha horizontal, desde a intersecção
com a curva do movimento secundário até ao eixo vertical, pode-se ler o resultado que é
expresso em veículos ligeiros por hora.
1200
1000
VE principal
800
VD secundária
600
AT secundária
400
200
VE secundária
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
1600
1400
1200
1000
VE principal
800
VD secundária
600
AT secundária
400
200
VE secundária
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Os fluxos da estrada principal de nível 1 são assumidos como sem impedimento de qualquer
movimento da estrada secundária; este nível também implica que os veículos no fluxo da estrada
principal não se atrasam enquanto atravessam a intersecção. No entanto, observações mostram
que este tipo de atrasos ocorre ocasionalmente, sendo importante ter-se este aspecto em conta
visto a metodologia não considerar estes efeitos.
Os movimentos de nível 3 devem dar prioridade, não só ao fluxo da estrada principal, mas
também aos movimentos de viragem à esquerda a partir da estrada principal, que são de nível 2.
Contudo, nem todas as folgas de tamanho aceitável que existam na intersecção são normalmente
usadas pelos fluxos de nível 3, porque algumas destas folgas podem e são usadas pelo tráfego de
viragem à esquerda da estrada principal. Os movimentos de nível 3 são, deste modo, impedidos
pelo tráfego que vira à esquerda a partir da estrada principal. A magnitude destes impedimentos
depende da probabilidade de que os veículos que viram à esquerda estejam à espera de um folga
aceitável ao mesmo tempo que os veículos de nível 3. Quanto maior for a probabilidade desta
vj
PO , j = 1− (3)
cm, j
onde,
j = 1, 4 ( movimentos de viragem à esquerda da estrada principal de nível 2).
f k = ∏ ( pO , j ) (4)
j
onde,
pO,j = probabilidade que o movimento j de conflito de nível 2 ocorra sem fila de espera; e
k = movimentos de nível 3.
Os movimentos de nível 4 (i. e., viragens à esquerda a partir da estrada secundária numa
intersecção de 4 braços) podem ser impedidos pela existência de filas de espera dos movimentos
dos três níveis superiores:
• Movimento de viragem à esquerda a partir da estrada principal (nível 2);
• Movimentos de atravessamento a partir da estrada secundária (nível 3);
A Figura 8 pode ser usada para corrigir esta sobrestimação causada pela dependência estatística
entre as filas de espera dos fluxos de nível 2 e 3. A curva da figura é baseada em trabalhos
empíricos e teóricos levados a cabo na Alemanha [2].
0.7
0.6
p’
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
p’’ = (Po,j)(Po,k)
p ''
p' = 0 ,65 p'' − + 0 ,6 p'' (6)
p '' + 3
onde,
p’ = correcção do factor de ajustamento da viragem à esquerda a partir da estrada
principal e de atravessamento a partir da estrada secundária;
p’’ = (pO,j) (pO,k);
pO,j = probabilidade de não existência de fila de espera para o tráfego de viragem à
esquerda a partir da estrada principal; e
pO,k = probabilidade de não existência de fila de espera para o tráfego de atravessamento a
partir da estrada secundária.
Na Figura 8 entra-se com o valor de p’’ definido na equação anterior no eixo horizontal, traça-se
uma linha vertical até intersectar a curva e pode-se assim obter o resultado de p’ com o auxílio de
uma linha horizontal traçada até ao eixo vertical. O factor de ajustamento de capacidade para os
movimentos de viragem à esquerda a partir da estrada secundária de nível 4 podem ser
calculados por:
Até este momento assumiu-se que cada movimento possui uma pista exclusiva. Contudo este não
é normalmente o caso e, muitas vezes, dois ou mesmo três movimentos partilham uma mesma
pista na aproximação à intersecção. Quando este cenário ocorre, os veículos de diferentes
movimentos não possuem acesso simultâneo às folgas, e unicamente um veículo numa pista
partilhada usa uma determinada folga.
Ocasionalmente, uma intersecção com raio de curva elevado pode permitir que dois veículos em
aproximação usem a mesma pista e se ponham lado a lado. Este efeito geométrico pode reduzir
ou eliminar o impacto negativo da pista partilhada. Quando vários movimentos compartilham a
mesma linha de paragem na intersecção, a equação seguinte é usada para calcular a capacidade
da pista partilhada:
vl + vt + vr
cSH = (9)
vl vt v r
+ +
cm ,l cm ,t cm ,r
onde,
cSH =capacidade da pista partilhada (vl/h);
vl = volume ou fluxo do movimento de viragem à esquerda na pista partilhada (vl/h);
vt = volume ou fluxo do movimento de atravessamento na pista partilhada (vl/h);
vr = volume ou fluxo do movimento de viragem à direita na pista partilhada (vl/h);
cm,l = capacidade do movimento de viragem à esquerda na pista partilhada (vl/h);
cm,t = capacidade do movimento de atravessamento na pista partilhada (vl/h);
cm,r = capacidade do movimento de viragem à direita na pista partilhada (vl/h);
É importante referir que esta metodologia, implicitamente, assume que é providenciada uma pista
exclusiva para todos os movimentos de viragem à esquerda a partir da estrada principal. Em
situações em que tal não acontece (existência de apenas uma pista em cada sentido) é possível
que os movimentos de atravessamento, e até de viragem à direita, sejam atrasados pelas viragens
à esquerda e respectivos veículos que se encontram à espera de encontrar uma folga aceitável.
1 − pO , j
p* O , j = 1 − (10)
V V
1 − i1 + i 2
si 1 si 2
onde,
j = 1, 4 (movimentos de viragem à esquerda a partir da estrada principal);
i1 = 2, 5 (movimentos de atravessamento na estrada principal);
i2 = 3, 6 (movimentos de viragem à direita a partir da estrada principal);
si1 = fluxo de saturação para os movimentos de atravessamento na estrada principal (veic/h)
(esta parâmetro pode ser medido no campo);
si2 = fluxo de saturação para o fluxo de viragem à direita a partir da estrada principal (veic/h)
(esta parâmetro pode ser medido no campo);
Vi2 = 0 se existir uma pista exclusiva de viragem à direita.
Usando p*O,1 e p*O,4 em vez de pO,1 e pO,4, a influência adicional das possíveis filas de espera na
estrada principal, quando esta tem pistas partilhadas com o movimento de viragem à esquerda,
será adequadamente tida em conta.
O atraso total é definido como o tempo total decorrido desde a paragem de um veículo no fim da
fila de espera até à sua partida da linha de paragem na intersecção, após ter aceite uma folga para
executar o movimento pretendido.
Para um período de análise de 15 minutos, uma estimativa do atraso total médio é dado pela
seguinte equação:
3600 V x
V Vx
2
c ⋅ c
+
3600 m ,x m ,x
D= + 900T x − 1 + − 1 (11)
cm ,x c
cm ,x m ,x 450T
onde,
D = atraso total médio (seg/veic);
Vx = volume do movimento x, expresso como um fluxo horário;
Cm,x = capacidade do movimento x, expresso como um fluxo horário; e
1
Grau de saturação representa o rácio entre a procura e a capacidade.
Um atraso médio total menor do que 5 seg/veíc é definido como correspondente ao Nível de
Serviço (NS) A, dado que têm sido medidos tempos de seguimento menores do que 5 segundos
quando não existe tráfego de conflito para o movimento da estrada secundária. Um atraso total de
45 seg/veic corresponde à transição entre o NS E e F.
Cm,x = 1000
Cm,x = 1200
40 0
Cm,x = 400
Cm,x = 600
Cm,x = 800
Cm,x = 140
35
30
25
20
15
10
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
O critério de NS apresentado tem em linha de conta que os condutores esperam diferentes níveis
de desempenho em distintas infra-estruturas de transporte. Assim, a expectativa é a de que uma
intersecção semaforizada é projectada para permitir o cruzamento de elevados volumes de
tráfego, superiores às intersecções não semaforizadas (prioritárias). Como complemento,
acrescente-se que as considerações sobre o comportamento dos condutores são distintas quando
Um qualquer movimento, normalmente a viragem à esquerda, com uma pista exclusiva pode
apresentar um nível de serviço inferior do que apresentaria se partilhasse essa pista com outro
movimento (com o movimento de atravessamento e/ou de viragem à direita). Este resultado não
está em contradição com o critério de NS apresentado. Na verdade, os movimentos de viragem à
esquerda apresentam geralmente maiores atrasos totais que outros movimentos, devido à
natureza e prioridade deste movimento. Assim, se a viragem à esquerda utiliza numa pista
partilhada, o atraso total médio nessa pista pode ser menor do que o atraso total médio das
viragens à esquerda numa pista exclusiva. Contudo, nas situações em que a viragem à esquerda
utiliza uma pista partilhada, todos os veículos nessa pista partilhada aumentam o seu atraso total
médio.
Deste modo, se os veículos forem forçados a partilhar uma pista, o atraso total médio para um
veículo na pista partilhada será:
O Quadro 4 apresenta esta comparação. Embora cada veículo sofra aumentos do atraso total
médio quando colocado numa pista partilhada, o atraso total médio na pista partilhada é menor
que o atraso total médio para os veículos que circulam numa pista exclusiva. Assim, o nível de
serviço na pista exclusiva de viragem à esquerda é inferior ao da pista mista. Deve-se, no
Muitas vezes é importante estimar o atraso total médio por veículo para uma aproximação e para
toda a intersecção. Estes parâmetros são importantes quando se efectua a avaliação de um
diferente tipo de controlo da intersecção, nomeadamente a semaforização.
O tempo de espera médio para uma aproximação pode ser calculado como a média ponderada
das estimativas de espera total para cada movimento individual dessa aproximação:
onde,
DA = atraso total médio da aproximação/acesso (seg/veic);
Dr, Dt, Dl = atraso total médio calculado para os movimentos de viragem à direita,
atravessamento e viragem à esquerda, respectivamente (seg/veic); e
Vr, Vt, Vl = volume ou intensidade de tráfego na viragem à direita, atravessamento e viragem à
esquerda na aproximação, respectivamente (veic/h).
Similarmente, o atraso total médio da intersecção pode ser calculado de acordo com a equação:
onde,
DA,x = atraso total médio na aproximação x (seg/veic); e
VA,x = volume ou fluxo na aproximação x (veic/h).
Na aplicação das equações acima apresentadas é importante lembrar que o atraso para todos os
movimentos da estrada principal de nível 1 é assumido como sendo 0 segundos por veículo.
90 1600
80
70 1200
60
50 800
40
600
30
400
20 300
200
10 150
9 100
8
7
6
5 50
4
3
20
2
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4
grau de saturação x (-)
intervalo = ¼ h
Esta metodologia não garante que se deva optar pela semaforização, caso NS considerados
inaceitáveis sejam calculados. As melhorias que podem ser consideradas incluem: canalização
dos movimentos, controlo da utilização das pistas, melhorias das distâncias de visibilidade,
rotundas, etc. Neste contexto, a possibilidade de semaforização deve também ser considerada e
os dados necessários para este efeito devem ser obtidos e examinados.
A estrada principal é uma via colectora com duas pistas, existindo mais uma pista exclusiva para
viragens à esquerda. A estrada secundária consiste numa via local, que serve uma zona
residencial, composta de duas pistas, sendo controlada, na aproximação à intersecção, por sinais
de “STOP”. Não existem quaisquer alargamentos das vias na zona da intersecção e o raio das
curvas é de 6 m.
Os residentes desta área queixam-se do atraso que sofrem quando, no período de ponta da tarde,
tentam virar à direita a partir da estrada secundária. As queixas prendem-se com o facto de
qualquer uma das viragens ter que partilhar uma pista. Deste modo, os residentes solicitam que
seja providenciada uma pista para viragem à direita.
Duma análise no local obtiveram-se os elementos que são apresentados na figura seguinte.
V5 = 300
! Inclinação---------------------0 %;
V4 = 150
! Período de contagens -- 17-18 h; V2 = 250
V3 = 40
! Velocidade média ----- 50 km/h;
STOP
! FPH-----------------------------1,0.
N
V7 = 40
V9 = 120
[veíc./h]
A estrada secundária é uma via colectora com duas pistas, controlada por sinais de “STOP” na
intersecção. Do lado Sul a estrada foi recentemente alargada tendo sido adicionada uma pista
para viragens à esquerda.
V11 = 110
V12 = 28
V10 = 11
N
! Inclinação -------------------- 0 %;
! Período de contagens---08-09 h; V6 = 100
V5 = 300
V4 = 66
! Velocidade média------ 50 km/h; V1 = 33
V2 = 250
! FPH ---------------------------- 1,0. V3 = 50
V7 = 44 STOP
V8 = 132
V9 = 55
[veíc./h]
Bibliografia: